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º
Maio/Junho
Autor/Proponente Patrícia Silva Data 2022
1 TÍTULO
Manual de Direito do Trabalho
2 RESUMO
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de
curta duração nº 5653 – Direito do Trabalho, de acordo com o Catálogo Nacional de
Qualificações.
Este manual destina-se a dotar os formandos com conhecimentos para aplicar a
legislação laboral na área da contratação geral do trabalho e reconhecer as características e
elementos essenciais do contrato de trabalho.
Este manual de Direito do Trabalho foi concebido numa ótica de utilização apenas para a
UFCD 5653. As matérias aqui expostas estão conforme os conteúdos a lecionar nesta UFCD, e
estão explanadas de uma forma sucinta que apenas servirá como complemento das aulas e
nunca como objeto para um estudo aprofundado deste ramo do Direito. O manual é suficiente
para que, de forma clara e direta, sejam esclarecidos todos os conteúdos abordadas nas aulas
presenciais, mas carecerá sempre de informação complementar através da vasta doutrina
existente acerca da maravilhosa área que é o Direito do Trabalho.
3 ÍNDICE
1 TÍTULO .................................................................................................................... 1
2 RESUMO ................................................................................................................. 1
3 ÍNDICE ..................................................................................................................... 2
4 DESENVOLVIMENTO .............................................................................................. 2
4.1 O Direito ............................................................................................................... 2
4.1.1 Fontes do Direito ............................................................................................... 3
4.1.2 Órgãos de Soberania ......................................................................................... 5
4.1.3 O Presidente da República ................................................................................ 5
4.1.4 Assembleia da República ................................................................................... 5
4.1.5 Governo ............................................................................................................. 6
4.1.6 Tribunais ............................................................................................................ 7
4.1.7 Símbolos Nacionais............................................................................................ 8
4.2 O Direito do Trabalho .......................................................................................... 9
4.2.1 O Contrato de Trabalho ..................................................................................... 9
4.2.2 Período Experimental ...................................................................................... 14
4.2.3 Direitos, deveres e garantias das partes ......................................................... 16
4.2.4 Teletrabalho .................................................................................................... 27
5 BIBLIOGRAFIA....................................................................................................... 29
4 DESENVOLVIMENTO
4.1 O Direito
O direito é hoje uma realidade de importância inegável. Sabemos que o homem é um ser
social, tem de alimentar-se, vestir-se, defender-se. O homem necessita de vida social e
estabelece entre os seus semelhantes estreitos vínculos de solidariedade. Neste sentido, e dada
a necessidade de convivência social, tendem a ser construídas sociedades. Ora, não pode existir,
e muito menos subsistir, uma sociedade sem organização, sem regras que disciplinem a atividade
dos seus membros.
Para além desta necessidade de convivência, o homem tem naturalmente outras
necessidades, que pressupõem a existência de bens. Assim, bastará, portanto, que dois homens
tenham interesse pelo mesmo bem para que entre eles surja um conflito, e, é precisamente aqui
que entra o direito, para solucionar esses conflitos, indicando o interesse que deve prevalecer,
definindo e impondo regras de conduta. Podemos dizer que é pela racionalidade raciocinante e
de liberdade de tomada de decisões, e pela sua aspiração à justiça que o direito não constitui
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uma simples ordem de convivência, mas sim uma constante e perpétua vontade de atribuir a
cada um o que é seu.
Observamos que é uma consequência da vida em sociedade o aparecimento de regras
que disciplinam as condutas humanas.
O Direito não é uma ordem qualquer, é uma ordem justa, constituída por um sistema de
normas que impõe aos seus destinatários determinados comportamentos e cujo o seu
desrespeito origina sanções. Aqui vemos que a coercibilidade é um meio do Direito se poder
afirmar.
Perante o que foi descrito, estamos em condições de apresentar uma definição do
Direito, assim, o Direito é um sistema de regras de conduta social, obrigatórias para todos os
membros de uma certa comunidade, a fim de garantir no seu seio a Justiça, a Segurança e os
Direitos Humanos, sob a ameaça das sanções estabelecidas para quem violar tais regras.
Referimos que o Direito é composto por normas, normas essas que poderão ser de
caráter sancionatório, mas o que dá origem a essas mesmas normas? Ora, para responder a esta
questão, teremos que abordar a temáticas das fontes do Direito, pois, é o que está naturalmente
ligado à origem, aos processos de formação e revelação das normas que compõem determinada
ordem jurídica.
O sentido que nos interessa abordar, é o técnico-jurídico da expressão, que é utilizado
com o significado de modos de formação e revelação do direito objetivo . Assim, a expressão
fontes do Direito indica, desde logo, as formas pelas quais o Direito se manifesta, os meios pelos
quais se formam as regras jurídicas.
Podemos considerar como possíveis fontes de direito as seguintes: a lei, o costume, a
jurisprudência e a doutrina.
4.1.1.1 A Lei
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fonte imediata do direito. A lei é fonte imediata do direito, isto é, o seu valor como modo de
formação do direito é imediato e direto
4.1.1.2 O Costume
4.1.1.3 A Jurisprudência
4.1.1.4 Doutrina
A doutrina é constituída pelos estudos e análise dos problemas ligados à vida jurídica. A
doutrina não é fonte imediata de direito uma vez que nem os tribunais nem os cidadãos vão
estar vinculados a essas opiniões. Esses estudos e investigações consagram, muitas vezes,
excelentes soluções para vários problemas jurídicos.
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4.1.5 Governo
O Governo conduz a política geral do país e dirige a Administração Pública, que executa a
política do Estado. Exerce funções políticas, legislativas e administrativas.
O Governo tem como funções:
- Negociar com outros Estados ou organizações internacionais,
- Propor leis à Assembleia da República,
- Estudar problemas e decidir sobre as melhores soluções (normalmente fazendo leis),
- Fazer regulamentos técnicos para que as leis possam ser cumpridas, decidir onde se
gasta o dinheiro público.
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4.1.6 Tribunais
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Letra:
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
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“Todos têm direito ao trabalho”, consagra o nº1 do art.º 58º da CRP. A lei fundamental
consagra, ainda, o direito à liberdade de escolha de profissão. “Todos têm o direito de escolher
livremente a profissão ou o género de trabalho, salvas as restrições legais impostas pelo
interesse coletivo ou inerentes à sua própria capacidade” (nº1 do artigo 47º CRP). Como se pode
observar, o direito ao trabalho é um direito juridicamente protegido. É fundamental que para a
estabilidade das pessoas e paz social, estas tenham direito a um rendimento mínimo que lhes
garanta a sua subsistência e um mínimo de conforto pessoal. É através do rendimento do seu
trabalho que o individuo recebe a sua remuneração, fator nuclear para conseguir satisfazer as
suas necessidades e concretizar os seus projetos. Dito de outra forma, pelo trabalho
efetivamente prestado é devida uma retribuição. Podemos assim dizer que a retribuição é a
prestação a que o trabalhador tem direito em contrapartida do seu trabalho. Compreende a
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Quando falamos num ato jurídico realizado entre dois intervenientes, falamos dos
sujeitos da relação jurídica. Neste campo podemos considerar como sendo o trabalhador, o
empregador e numa ótica mais abrangente as associações de representação tanto do
trabalhador como do empregador.
O trabalhador é aquele que desempenha uma atividade por conta de outrem, de forma
juridicamente subordinada, contra o pagamento de uma retribuição. Trata-se de uma pessoa
singular que, no contrato de trabalho, ocupa uma posição pessoal e intransmissível. Esta posição
traz consigo uma série de obrigações.
O empregador é aquele que contrata pessoa singular para que esta, por sua conta, risco e
direção, desempenhe determinada atividade, pagando-lhe, em contrapartida, uma retribuição.
Ao empregador é-lhe conferido um conjunto de poderes (direção, regulamentar, disciplinar) que
lhe permite dirigir eficazmente a mão-de-obra contratada.
A par do empregador e trabalhador também podemos considerar outros sujeitos, numa
ótica mais abrangente, como são as estruturas de representação coletiva para melhor
prosseguirem os seus direitos e interesses. A este respeito veja-se o art.º 404 do Código de
trabalho, são elas:
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4.2.1.2 Forma
Deve, no contrato de trabalho, ficar definido qual o local da prestação do serviço, assim,
por local de trabalho entende-se todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-
se em virtude do seu trabalho e em que esteja direta ou indiretamente, sujeito ao controlo do
empregador. Por tempo de trabalho entende-se, além do período normal de laboração, o que
preceder o seu início, em atos de preparação ou com ele relacionados, e o que se lhe seguir, em
atos também com ele relacionados, e ainda as interrupções normais ou forçosas de trabalho. É
relevante chamar a atenção para o facto de o local de trabalho não poder ser absolutamente
indeterminado ou indeterminável, sob pena de o Contrato de Trabalho ser declarado nulo, uma
vez que o local de trabalho é uma das informações que o Empregador deve prestar ao
Trabalhador, aquando da celebração do Contrato de Trabalho. Portanto, é necessário que exista
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uma certa previsibilidade, sendo certo que, o local de trabalho deve demonstrar um interesse do
Empregador, isto é, o local de trabalho deve estar relacionado com a atividade contratada. o
regime que regula o local de trabalho está maioritariamente descrito nos Artigos 193.º a 196.º
do Código do Trabalho. Ora, como se pode observar, e dito de outro modo, é entendido que o
local de trabalho deve ser estipulado por acordo entre as partes. Porém, na falta de acordo, não
existindo, no Código do Trabalho, um regime supletivo que regulamente tal situação, entende-se
que, à partida, o local de trabalho será na empresa, junto o Empregador. No entanto, há
atividades cujo local de trabalho pode ser qualquer localização, como são as atividades de
comercial, motorista, piloto, etc… doutro passo, determinado que esteja o local de trabalho, é
esse que, em princípio, se mantém ao longo do vínculo laboral.
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consultar previamente os mesmos, afixando os novos horários com mínimo de sete dias de
antecedência em relação à sua entrada em vigor, e comunicando as alterações à Autoridade para
as Condições do Trabalho (ACT).
Já no que diz respeito ao período normal de trabalho, qualquer alteração é da
responsabilidade das entidades governamentais. Convém ainda referir que, se a alteração do
horário de trabalho implicar custos para os trabalhadores, estes deverão ser suportados pela
entidade patronal. Ainda nesta linha do horário de trabalho, temos de referir o trabalho ao fim
de semana e feriados. Vejamos.
Alguns trabalhadores confundem o trabalho ao domingo num regime de trabalho
suplementar, com o trabalho ao domingo devido ao seu horário ser rotativo em empresas que
não estão obrigadas a encerrar nesse dia.
Um trabalhador que esteja a fazer trabalho suplementar, horas extras, irá receber a sua
retribuição horária com um acréscimo de 50% por cada hora de trabalho num domingo. Para
além disso o trabalho suplementar ao domingo dá direito a um dia de descanso remunerado nos
três dias seguintes.
Segundo o artigo 268.º do Código de Trabalho, no caso de um trabalhador estar a fazer
trabalho suplementar num feriado deverá receber também a sua retribuição horária com um
acréscimo de 50% por cada hora de trabalho. Também se mantém o direito a um dia de
descanso nos três dias seguintes.
É importante distinguir o conceito de trabalhar a um sábado, a um domingo e num
feriado. Em termos legais o sábado não é visto com um dia de descanso obrigatório. Já o
domingo é definido no Código de Trabalho como o dia de descanso semanal obrigatório, no
entanto existem algumas exceções.
Segundo o Código de Trabalho, no artigo 232º, vem legislado o direito ao descanso
semanal. Nesse artigo pode ler-se no ponto 2, que o dia de descanso semanal obrigatório pode
deixar de ser o domingo, quando a legislação prevê situações especiais ou nos seguintes casos:
• Quando são empresas e setores de empresas cujo o funcionamento não pode ser
interrompido;
• Se as empresas ou sectores de empresas estiverem dispensados de encerrar ou
suspender o seu funcionamento durante um dia completo por semana;
• Quando as empresas ou sectores de empresas são obrigadas a encerrar ou suspender o
funcionamento num outro dia que não seja o domingo;
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• Em atividade que deva ter lugar em dia de descanso dos restantes trabalhadores;
• Nas atividades de vigilância ou limpeza;
• Em exposições ou feiras;
Em todas as atividades indicadas, o empregador não é obrigado a atribuir o domingo
como dia de descanso ao trabalhador.
No caso dos feriados, aplica-se exatamente o mesmo conceito do que o trabalho ao
domingo. Todas as atividades nas empresas ou setores de empresas indicados anteriormente
podem estar em funcionamento num feriado obrigatório.
Repare-se que os trabalhadores que exerçam a sua atividade em empresas que não sejam
obrigadas a encerrar ao domingo não têm direito legal a uma compensação por trabalhar ao fim
de semana.
Por outro lado, todos os trabalhadores que exerçam a sua atividade num feriado têm que
ser compensados em dinheiro ou em descanso compensatório.
Segundo o artigo 269º do CT, cabe à empresa atribuir ao trabalhador um acréscimo de 50% da
retribuição correspondente às horas trabalhadas no feriado ou o direito a descanso
compensatório com a duração de metade do número de horas prestadas nesse feriado.
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• 180 dias para os trabalhadores que exerçam cargos de complexidade técnica, elevado
grau de responsabilidade ou que pressuponham uma especial qualificação;
• 180 dias para os trabalhadores à procura do primeiro emprego e para os desempregados
de longa duração;
• 240 dias para trabalhador que exerça cargo de direção ou quadro superior.
Para além destes prazos, surge-nos aqui uma dúvida, será que o tempo de estágio é
considerado e contabilizado no periodo experimental? Ora, quanto a essa questão, a nossa
resposta é sim, existe período experimental relativo à situação de estágio. Passamos a explicar:
se um trabalhador à procura do primeiro emprego fizer um estágio de seis meses e a seguir for
contratado pela mesma entidade empregadora, o período experimental de 180 dias já está
esgotado e não pode ser exercido nem reivindicado por nenhuma das partes.
Outra dúvida que poderá ser colocada é quanto ao afastamento deste periodo, será que
pode não existir período experimental? Neste âmbito, em todos os casos este pode ser reduzido
ou mesmo não existir, tendo por base a duração de anterior contrato a termo para a mesma
atividade ou de trabalho temporário executado no mesmo posto de trabalho. Pode ainda
extinguir-se no caso de contrato de prestação de serviços para o mesmo objeto, com o mesmo
empregador, explica o Código de Trabalho.
Da mesma forma, a duração deste tempo à experiência pode ser reduzida por
instrumento de regulamentação coletiva de trabalho ou por acordo escrito entre partes.
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E para finalizarmos este ponto relativo ao periodo experimental, vejamos como funciona
a denúncia do contrato durante o período experimental. Assim, qualquer das partes envolvidas,
colaborador ou empresa, pode denunciar o contrato, sem aviso prévio e invocação de justa
causa, nem direito a indemnização durante o período experimental. No entanto, não pode existir
um acordo que forneça indicações em contrário. Note-se que o periodo experimental carece de
aviso prévio para a sua resolução. Neste sentido, tendo o período experimental durado mais de
60 dias, a denúncia do contrato por parte do empregador depende de aviso prévio de sete dias;
Se o período experimental tiver durado mais de 120 dias, a denúncia do contrato por parte do
empregador depende de aviso prévio de 15 dias.
Artigo 126.º
Deveres gerais das partes
1 – O empregador e o trabalhador devem proceder de boa fé no exercício dos seus direitos e no
cumprimento das respetivas obrigações.
2 – Na execução do contrato de trabalho, as partes devem colaborar na obtenção da maior
produtividade, bem como na promoção humana, profissional e social do trabalhador.
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empregadora deve adaptar o trabalho em função das características do trabalhador, bem com
assegurar as condições necessárias à conciliação entre a vida pessoal e profissional, como já foi
referido, temática cada vez mais premente nos nossos dias.
Especificamente quanto ao trabalhador, quais são os seus deveres?
Segundo o Código do Trabalho, este determina, no seu artigo 128º os principais deveres
do trabalhador:
• Respeito e urbanidade – não só para com a entidade empregador, mas também com os
superiores hierárquicos e terceiros que entrem em relação direta com a empresa (trabalhadores,
clientes e fornecedores, por exemplo);
• Lealdade ao empregador – dever de não prestar (por conta própria/alheia) concorrência
ao empregador, nem de divulgar informações relativas à organização, métodos de produção e
negócios, que possam tornar vulnerável a empresa;
• Manter sigilo – dever de guardar segredo sobre informações relativas à organização,
produção e aos negócios da empresa, nomeadamente segredos industriais, comerciais,
organizativos e financeiros;
• Zelo e diligência profissional na execução do trabalho – a diligência profissional é uma
referência específica que aponta para a necessidade de o trabalhador se comportar como um
bom profissional;
• Cooperação na segurança e saúde no emprego – o trabalhador deve assegurar o
cumprimento das medidas de segurança, higiene e saúde no trabalho determinadas pelo
empregador, bem como cooperar na sua melhoria.
Será que ao trabalhador apenas lhe compete deveres ou a lei também confere garantias
ao trabalhador?
O artigo 129º do Código do Trabalho estabelece um conjunto de garantias do trabalhador
que, na prática, assumem-se como proibições para o empregador, designadamente:
• Opor-se ao exercício de direitos por parte do trabalhador, bem como prejudica-lo pelo
exercício desses direitos com despedimento, sanção ou tratamento desfavorável;
• Criar obstáculos à prestação de trabalho por parte do trabalhador;
• Pressionar o trabalhador no sentido de este influir desfavoravelmente nas condições de
trabalho;
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Para além destes direitos e deveres atrás elencados, temos obrigatoriamente de referir os
direitos de personalidade. Os direitos de personalidade visam a proteção da pessoa física e moral
e da dignidade pessoal de cada cidadão, protegendo-o contra qualquer ofensa ilícita. O Código
do Trabalho inclui um conjunto de disposições no nosso ordenamento jurídico-laboral, que visam
garantir a tutela dos direitos de personalidade dos trabalhadores no âmbito da relação laboral.
Assim, O CT prevê: A liberdade de expressão e de opinião; A integridade física e moral; A reserva
da intimidade da vida privada; A proteção de dados pessoais, incluindo o tratamento e proteção
de dados relativos à saúde (testes e exames médicos), tratamento de dados biométricos e
utilização de sistemas de videovigilância; Confidencialidade de mensagens e de acesso a
informação, veja-se a este preceito os art.º 14º,15º,16º,17º,18º,19º,20º,21º, e 22º, todos do
Código de Trabalho.
Tão importante como os direitos até aqui descritos, temos que o trabalhador também
deve ser protegido quanto á igualdade e não discriminação no trabalho. A igualdade no acesso
ao trabalho consiste na igualdade de oportunidades e de tratamento no acesso ao emprego, à
formação e promoção profissionais e às condições de trabalho, independentemente da
ascendência, idade, sexo, orientação sexual, identidade de género, estado civil, situação familiar,
património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência, doença crónica,
nacionalidade, origem étnica, religião, território de origem, língua, raça, instrução, situação
económica, origem ou condição social, convicções políticas ou ideológicas ou filiação sindical.
A Igualdade no acesso ao trabalho, a igualdade no acesso ao trabalho consiste na
igualdade de oportunidades e de tratamento no acesso ao emprego, à formação e promoção
profissionais e às condições de trabalho, independentemente da ascendência, idade, sexo,
orientação sexual, identidade de género, estado civil, situação familiar, património genético,
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valor igual é aquele em que as funções desempenhadas ao serviço do mesmo empregador são
consideradas equivalentes atendendo, nomeadamente, às qualificações ou experiência exigida,
às responsabilidades atribuídas, ao esforço físico e psíquico e às condições em que o trabalho é
efetuado.
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A dispensa de trabalho para frequência das suas aulas pode ser utilizada pelo
trabalhador-estudante de uma só vez ou de forma fracionada. É importante que o trabalhador
saiba que a dispensa tem uma duração máxima segundo o seu período normal de trabalho
semanal. A dispensa pode ser de:
3 horas semanais - Período de trabalho semanal igual ou superior a 20 horas e
inferior a 30 horas;
4 horas semanais - Para um período igual ou superior a 30 horas e inferior a 34
horas;
5 horas semanais - Período de trabalho semanal igual ou superior a 34 horas e
inferior a 38 horas;
6 horas semanais - Para um período igual ou superior a 38.
No entanto pode ser impossível ajustar o seu horário com as horas semanais da dispensa
num trabalho por turnos. Nestes casos o trabalhador-estudante deve ter preferência na
ocupação do posto de trabalho compatível com a suas qualificações profissionais, mas também
com a frequência das suas aulas. E quanto às horas extra? Ora, Segundo o Código do Trabalho,
um trabalhador-estudante não é obrigado a prestar trabalho suplementar, banco de horas,
horário concentrado, regime de adaptabilidade, quando o mesmo coincide com o horário escolar
ou com uma prova de avaliação. Contudo este direito pode ser perdido caso existam motivos de
força maior na empresa.
No caso do trabalhador-estudante prestar trabalho num regime de adaptabilidade,
horário concentrado ou em banco de horas tem direito a um dia por mês de dispensa. Este dia
conta como prestação efetiva de trabalho, e não dá direito a perda de direitos.
Já se prestar trabalho suplementar, terá direito a descanso compensatório com a duração
de metade do número de horas que prestou. Outra questão fundamental, prende-se com as
provas de avaliação, neste sentido a Lei é bastante específica em relação às provas de avaliação
do trabalhador-estudante e a sua justificação de falta. O artigo 91.º do Código do Trabalho
estabelece que o trabalhador-estudante pode faltar justificadamente para realizar provas de
avaliação. a Lei considera faltas justificadas de um trabalhador-estudantes as deslocações
necessárias para prestar provas de avaliação. Estas são retribuídas até 10 faltas em cada ano
letivo, independentemente do número de disciplinas. Depois da conclusão do ciclo de estudos, a
entidade empregadora deve dar a possibilidade ao trabalhador-estudante de ter uma promoção
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Temos vindo a dissertar acerca dos direitos do trabalhador e outro ponto fulcral de
direitos dos trabalhadores, reporta-nos para a proteção na maternidade/paternidade.
Analisemos então algumas questões importantes relativos a esta matéria. Quanto à
duração, a licença parental inicial tem a duração de 120, 150 ou 180 dias consecutivos. No caso
de nascimentos múltiplos, acresce um período de 30 dias por cada gémeo/a além do/a
primeiro/a., relativa à licença parental inicial exclusiva da mãe, a licença parental inicial exclusiva
da mãe, de gozo obrigatório, é de seis semanas consecutivas a seguir ao parto, pagas a 100 %. A
mãe pode também gozar até 30 dias da licença parental inicial antes do parto, pagos a 100 %. A
mãe e o pai trabalhadores podem ter direito a 180 dias de licença parental inicial. A licença
parental inicial de 150 dias consecutivos pode ter a duração de 180 dias consecutivos, se a mãe e
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o pai gozarem cada um/a, em exclusivo, pelo menos 30 dias consecutivos, ou dois períodos de 15
dias consecutivos, após o período de gozo obrigatório pela mãe de seis semanas. No caso de
nascimentos múltiplos, acresce um período de 30 dias por cada gémeo/a além do/a primeiro/a.
Os 120 dias de licença parental inicial são pagos a 100 %. Os 150 dias de licença parental
inicial são pagos a 80 %, mas se a mãe e o pai gozarem cada um/a, em exclusivo, pelo menos 30
dias consecutivos, ou dois períodos de 15 dias consecutivos, o montante é igual a 100 %. Os 180
dias de licença parental inicial são pagos a 83 %.
A licença parental inicial exclusiva do pai tem a duração total de 25 dias úteis, dos quais
15 são de gozo obrigatório e os outros 10 de gozo facultativo. Os 15 dias úteis obrigatórios
devem ser gozados nos 30 dias seguintes ao nascimento do/a filho/a, sendo os primeiros 5 dias
gozados de modo consecutivo, imediatamente a seguir ao nascimento. Os 10 dias úteis
facultativos podem ser gozados após os primeiros 5 dias obrigatórios, de modo consecutivo ou
interpolado, em simultâneo com a licença parental inicial por parte da mãe. No caso de
nascimentos múltiplos, a esta licença acrescem 2 dias úteis por cada gémeo/a além do/a
primeiro/a. A licença parental inicial exclusiva do pai é paga a 100 %.
Após o gozo da licença parental inicial exclusiva do pai, este tem direito a partilhar com a
mãe a restante licença parental inicial?
Sim. Depois do gozo obrigatório pela mãe de seis semanas de licença a seguir ao parto, a
restante licença parental inicial pode ser partilhada, desde que ambos informem, por escrito, as
respetivas entidades patronais até 7 dias após o parto.
No caso da amamentação, que tem de ser comprovada pelo médico, a mãe tem direito à
dispensa diária do trabalho por dois períodos distintos com a duração máxima de uma hora cada
um, sem perda de remuneração ou de quaisquer regalias, durante todo o tempo que durar a
amamentação, salvo se outro regime for acordado com a entidade patronal. No caso de
nascimentos múltiplos, a dispensa é acrescida de mais 30 minutos por cada gémeo/a além do/a
primeiro/a. Se a mãe trabalhar a tempo parcial, a dispensa é reduzida na proporção do respetivo
período normal de trabalho, não podendo ser inferior a 30 minutos. No caso da aleitação, a mãe
ou o pai trabalhadores têm direito, por decisão conjunta, à dispensa do trabalho por dois
períodos distintos com a duração máxima de uma hora cada um, sem perda de remuneração ou
de quaisquer direitos, até a criança perfazer um ano, salvo se outro regime for acordado com a
entidade patronal. No caso de nascimentos múltiplos, a dispensa é acrescida de mais 30 minutos
por cada gémeo/a além do/a primeiro/a. Se qualquer dos progenitores trabalhar a tempo
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parcial, a dispensa diária para aleitação é reduzida na proporção do respetivo período normal de
trabalho, não podendo ser inferior a 30 minutos.
Outra questão interessante é saber se a mãe e o pai trabalhadores estão protegidos no
despedimento. Assim, a trabalhadora grávida, em gozo de licença parental inicial ou que
amamente o/a filho/a e o pai trabalhador, durante a licença parental inicial, têm direito à
proteção no despedimento, sendo obrigatória a solicitação de parecer prévio pela entidade
patronal à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), que o deverá emitir em
30 dias. Mais, a entidade patronal deve comunicar à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no
Emprego (CITE), no prazo máximo de cinco dias úteis, o motivo da não renovação de contrato
sempre que estiver em causa uma trabalhadora grávida, puérpera ou lactante.
Para finalizar este ponto, os beneficiários do subsídio de desemprego têm direito à licença
parental em qualquer das modalidades? Sim. Têm direito à licença parental em qualquer das
modalidades, bem como à partilha da mesma com o/a outro/a progenitor/a, à semelhança
dos/as restantes trabalhadores/as.
Quanto a esta matéria, veja-se o disposto na lei, art.º 40 do Código de Trabalho e Dec.-Lei
nº91/2009 de 9 de abril.
4.2.3.3 Faltas
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4.2.3.4 Férias
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- o trabalhador pode renunciar ao gozo de dias de férias, mas apenas aos que excedam 20
dias úteis, ou a correspondente proporção, no caso de férias no ano de admissão, sem redução
da retribuição e do subsídio relativos ao período de férias vencido, que cumulam com a
retribuição do trabalho prestado nesses dias.
As férias devem ser gozadas no ano civil em que se vencem. Mas podem ser gozadas até
30 de abril do ano civil seguinte, por acordo entre empregador e trabalhador, ou sempre que o
trabalhador as pretenda gozar com familiar residente no estrangeiro.
Quando começa a trabalhar, o funcionário ganha direito a dois dias úteis de férias por
cada mês de duração do contrato, que pode gozar depois de seis meses de trabalho. Caso o ano
civil termine antes, as férias podem ser gozadas até 30 de junho do ano seguinte. Mas o
funcionário não pode gozar mais de 30 dias de férias no mesmo ano, a não ser que isso esteja
estabelecido em contrato coletivo de trabalho. Se o contrato for inferior a seis meses, mantêm-
se os dois dias por cada mês de trabalho, e as férias devem ser usadas antes do final do contrato.
férias devem ser marcadas através de acordo entre empregador e trabalhador. Se não
houver consenso, o empregador marca as férias, mas estas não podem ter início em dia de
descanso semanal do trabalhador.
A lei prevê ainda que os períodos mais pretendidos pelos trabalhadores devem ser
rateados, de acordo com o gozo de férias nos dois anos anteriores. Se um casal trabalha na
mesma empresa tem direito a gozar férias em período idêntico, a não ser que daí resulte grave
prejuízo para a empresa.
O trabalhador deve gozar, no mínimo, 10 dias úteis de férias consecutivos. Ao
empregador cabe elaborar um mapa de férias e afixá-lo até 15 de abril.
Para finalizar a questão das férias, de referir que em caso de cessação do contrato de
trabalho sujeita a aviso prévio, o empregador pode determinar que o gozo das férias tenha lugar
imediatamente antes da cessação. Por outro lado, quando cessa o contrato, o trabalhador tem
direito a receber a retribuição de férias e respetivo subsídio correspondentes a férias vencidas e
não gozadas e proporcionais ao tempo de serviço prestado no ano da cessação.
4.2.4 Teletrabalho
Para finalizar o estudo a que nos propusemos nesta UFCD, abordemos agora um último,
mas não menos importante ponto, o teletrabalho.
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O Código do Trabalho define teletrabalho como uma "prestação laboral realizada com
subordinação jurídica, habitualmente fora da empresa e através do recurso a tecnologias de
informação e comunicação". Pode ser desempenhado por quem já faça parte da empresa, ou
seja, admitido para tal. É necessário que, no contrato de trabalho, as partes acordem este
regime, mas a falta de um documento não significa a inexistência de vínculo (de trabalho). Pode,
sim, complicar a sua prova.
Quem presta serviço em regime de teletrabalho fá-lo, habitualmente, a partir de casa, o
que levanta questões sobre a privacidade. Tem direito aos tempos de descanso e repouso. A
entidade patronal não pode esperar que esteja disponível 24 horas por dia, 7 dias na semana. Em
contrapartida, pode controlar a atividade ou os instrumentos de trabalho do empregado, por
exemplo, com uma visita à residência, entre as 9 e as 19 horas.
O teletrabalhador tem os mesmos direitos que os colegas que se deslocam à empresa:
formação, promoções e progressão na carreira, limites do período normal de trabalho e
reparação de danos por acidente de trabalho ou doença profissional. O empregador deve
proporcionar formação adequada para as tecnologias de informação e comunicação a usar na
atividade e promover contactos regulares com a empresa e os colegas, para o funcionário não se
sentir isolado.
Se o contrato nada indicar quanto aos instrumentos de trabalho, parte-se do princípio de
que pertencem ao empregador, que assegura a instalação, manutenção e despesas. O
funcionário só pode usá-los para trabalhar, a menos que a empresa autorize o contrário. Pode
utilizar as tecnologias de informação e co¬municação em reuniões fora do âmbito laboral, por
exemplo, em comis¬são de trabalhadores.
Em princípio, deve manter-se o pagamento do subsídio de alimentação. O trabalhador
continua a estar ao serviço da entidade patronal e a ter despesas com a sua alimentação.
No entanto, também deve ser tido em conta o que consta dos contratos de trabalho, de
eventuais instrumentos coletivos de trabalho ou até de regras em vigor na empresa e que
tenham sido aceites pelos trabalhadores. Se estiver estabelecido que o subsídio apenas é pago
quando o trabalhador se desloca às instalações da empresa ou a outro local por esta
determinado, então é legítimo que o subsídio de alimentação deixe de ser pago.
O subsídio de transporte, pela sua natureza, pode não ser pago. Não há deslocação e o
trabalhador não tem de suportar qualquer despesa.
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5 BIBLIOGRAFIA
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Quinta, H.,& Quinta, P. - Manual de Direito do Trabalho e de Processo de Trabalho. Almedina, 2017.
Lambelho, Ana & Gonçalves, Luísa Andias - Manual de Direito do Trabalho da teoria à prática, Coimbra
Editora, 2014
Andrade, Manuel de – Teoria Geral da Relação Jurídica, Vol.II, Ed. Almedina, 1987
Cordeiro, António Menezes – Manual de Direito do Trabalho, Coimbra, Ed. Almedina, 1997
Martinez, Pedro Romano – Direito do Trabalho, Instituto do Direito do Trabalho, Coimbra, Almedina, 2002
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