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Direito Constitucional I

Aulas Práticas 2020

AULA 1 – 14/10
-Versão original de 1976
- Preâmbulo tem valor histórico, não jurídico
-7 Revisões à Constituição até à data:
›1ª em 1982 – seguida hoje, pós-Processo Revolucionário, adenda ao
poder político (extinção de órgãos do PREC – Conselho da Revolução);
responsabilidade meramente institucional e não política do PR perante Governo
›1989 adenda ao poder económico, alteração à propriedade dos meios
produções;
›1997
›2004 Revisão constitucional ordinária;
›2005 Revisão constitucional extraordinária.
-Democracia semi-direta (Art.º 115 - Referendo)
-Diferença Estado Federal (tem uma Constituição Federal e vária a nível de
Estados) e Estado Unitário (uma Constituição única)
-Revisões constitucionais como garante da própria Constituição
-Retroatividade da Lei Criminal salvaguarda a Segurança Jurídica (leis que
violem a Segurança Jurídica são inconstitucionais, logo inválidas, logo nulas,
logo devem ser eliminadas do ordenamento jurídico)
Segurança Jurídica, Proporcionalidade,
-Nº fixo de 230 deputados na Assembleia Legislativa (minimo 180 deputados)
-Círculos eleitorais/Método de Ondt (VER)
-ESTUDAR SISTEMA DE GOVERNO A PARTIR DO ART.º 133

AULA 2 – 21/10
-Limites temporais VS. Limites Circunstanciais
-195.º é taxativo – se não está lá, não pode ser uma causa de demissão do
Governo
-Sistema de Parlamentar Racionalizado – pp. 8 resumos semipresidencialismo
-LEGISLATURA TEM, POR NORMA, 4 SESSÕES LEGISLATIVAS
-Quorum
-Sistemas eleitorais: maioritários Vs. Proporcionais (152.º proíbe a clausula
barreira em Portugal)
-Responsabilidade Política VS. Responsabilidade Institucional

AULA 2 – 21/10
Caso Prático I
O P.R., tendo em conta o agravamento da situação nos hospitais com a pandemia
e a incapacidade do governo resolver o problema, demitiu mas teve o parecer
desfavorável do Conselho de Estado.
-Menção da Responsabilidade Institucional e Responsabilidade Política do
Governo perante o P.R.; Referir Revisão Constitucional de 1982 como fim da
possibilidade do P.R. poder demitir o Governo por motivações políticas.
-Demitir (Art. 133.º alínea g e remissão para o Art. 195.º número 2.º: é
necessário questionar se o agravamento da situação preenche o critério expresso
no Artigo sobre se a situação implica o condicionamenteo total do funcionamento
das instituições democráticas.
-Conselho de Estado (Art. 141.º): é um orgão meramnete consultivo, pelo
que, mesmo com um parecer desfavorável da sua parte, o P.R. é livre de se reger
ou não pelo parecer.
Caso Prático II
No seguimento da crise politica assim desencadeada, o P.R. decidiu nomear um
governo liderado por uma personalidade da sua confiança e composto por
militantes de vários partidos políticos e vários independentes.
-O Governo não depende politicamente do P.R., a sua repsonsabilidade é
também meramente institucional.
-Não sendo este um Governo de iniciativa presidencial não cabe ao P.R.
nomear

Entretanto, foi votada uma moção de confiança apresentada durante a discussao


parlamentar do programa do governo, o resultado foi: 80 votos a favor, 80 votos
contra.
-Art. 192.º n.º4: a moção não foi aprovada (Art. 116.º n.º3)
-Diferença entre rejeição do programa do Governo e Moção de Censura
prende-se com a questão temporal: a rejeição pode-se dar quando o Programa é
apresentado, a Moção é ao longo da sua aplicação.
Nas semanas seguintes, o Governo procedeu à subtituição das administrações dos
principais hospitais e prometeu aos enfermeiros que satisfaria todas as suas
reivindicações.
-Reivindicações não poderiam ser resolvidas imediatamente uma vez que
carecem de existencia no Orçamento de Estado. Art. 200 alínea f) – competencia
do Conselho de Ministros
-Art. 199.º alineas d) e g):

Caso Prático IV
1- Em Março de 2020, na sequencia de uma epidemia provocada por um
mosquito, o PR adoeceu, tendo sido substituido pelo lider da oposição. Este,
tendo em conta a instabilidade que se vivia nos ultimos tempos dissolveu a AR,
após audicçao do Governo, marcando eleições para a semana seguinte.
-Quem substitui o PR no caso da sua impossibilidade é o Presidente da AR
(Art. 132.º, n.º 1) ou o seu substituto.
-O Presidente Interino goza de todas as honras e prerrogativas da função
do PR (Art. 132.º, n.º 4), mas ao abrigo do Art. 139.º, n.º1 não pode dissolver a
AR.
-Para marcar eleições teria de (DEVE) ouvir primeiro o Conselho de
Estado (Art. 139.º, n.º 2) e não pode fazer a marcação para a semana seguinte
(Art. 113.º, n.º 6). Para dissolver a AR deve respeitar os limites temporais e os
limites ( ).

2- Na sequencia dessas eleições, e tendo em conta que nenhum partido obteve


maioria absoluta, o PR nomeou o PM o líder do Partido A, mas escolheu para
ministros membros dos Partidos B e C.
-Compete ao PR nomear o PM (Art. 187.º, f)). O PM é nomeado após
audição dos partidos da AR e tendo em conta os reusltados eleitorais (Art. 187.º,
n.º 1) .
-A nomeação dos Ministros está mediante, primeiro, proposta do PM (Art.
187.º, n.º 2).
3- O Governo recém-nomeado apresentou uma proposta de lei do Orçamento de
Estado que acabou por ser aprovada. O PR, porém, por ter duvidas sobre o seu
impacto junto da população, decidiu convocar um Referendo
-Conselho de Ministros vota proposta de Lei.
-Art. 197.º d): Governo propõe proposta de Lei à AR.
-Cabe à AR aprovar o OE (Art. 161.º, g)); aprovação por pluralidade de
votos (Art. 116.º, n.º 3).
-Cabe à AR propor referendo. Cabe ao PR submeter, ou não, a referendo
questoes de relevante interesse nacional (Art. 134.º, c)). Art. 115.º, n.º 3, b): não
pode submeter a referendo questões de conteúdo orçamental (objeto do conteúdo
é inconstitucional).
-Referendo é o único caso sujeito a fiscalização preventiva da
constitucionalidade (Art. 115.º, n.º 8) pois o referendo tem um caracter
vinculativo para o legislador (é obrigatório legislar sobre a matéria do Referendo)
e não faria sentido o legislador legislar uma lei de base inconstitucional.
-Fiscalização preventiva (antes da promulgação) X sucessiva (após
promulgação e publicação).

4- Após um conjunto de atuações do Governo que qualificou de ‘’questionável


oportunidade política, tendo em conta o momento do país’’, o PR decidiu através
de decreto de 19/02/2020, mesmo após pronuncia em sentido contrário do
Conselho de Estado, demitir o Governo.
-PR pode demitir o Governo (Art. 133.º, g)), mas não o pode fazer por
motivações políticas (Art. 195.º, n.º 2). O parecer do Conselho de Estado não é
vinculativo (Art. 145.º).

5- Considerando a conduta presidencial ‘’evidentemente inconstitucional’’, o PM


do Governo cessante não tardou em reagir: A) solicitou a apreciaçao juridicional
do decreto do PR; B) aprovou em Conselho de Ministros, e sem qualquer
justificação adicional, um decreto-lei que alienava todo o património do Palácio
de Belém, muito querido do PR.
-134.º, al. b)
197.º, n.º 1, al. a)

6- No dia seguinte o PR nomeou um governo constituido por individualidades da


sua confiança sem qualquer ligação partidária. A posse foi em 24 de fevereiro.
-133.º, alinea h), o PR só pode nomear um Governo sob proposta do PM.

7- Oito dias depois, o Governo recém empossado apresentou perante a AR o seu


programa, sobre o qual é proposto o voto de rejeição e que mereceu 115 votos a
favor e 115 votos contra. Perante isto o PR dissolveu a AR.
-192.º, n.º 4: não houve maioria absoluta pelo que o voto de rejeição foi
rejeitado, em consequencia o prgrama de Governo não foi rejeitado.
-172.º: Poder de Dissolução da AR
-133.º al. e) – 113.º, n.º 6: PR pode dissolver a AR após ouvir os partidos
representados e de ouvir o Conselho de Estado; terá de marcar eleições a ser
realizadas nos 60 dias seguintes.

8- Em 24 de Outubro de 2020, na sequência da reprovação parlamentar da Lei da


OE, o PR em funções até ao dia 9 de Março, dissolveu a AR e convocou eleições
legislativas para 10 de Março.
-161.º, alínea g): aprovação do OE.
-172.º, n.º1: AR não pode ser dissolvida uma vez que o PR se encontra no
fim do mandato.
-Eleições têm de se realizar nos 60 dias seguintes ao ato de dissolução
(Art. 113.º, n.º 6).
-125.º, n.º 2

9- Considerando a reprovação da lei do OE uma ‘’flagrante demonstração de


falta de confiança politica parlamentar do Governo em funcões’’ o PR
acrescentou ainda no decreto de dissolução que obviamente o Governo estava
demitido e que deveria cessar funções naquele preciso momento.
-Art. 133.º, g); pode demitir; Art. 195.º, n.º 1; Art. 195.º, n.º 2: só pode
demitir para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas e
após ouvir o Conselho de Estado.
-Dissolução da AR não acarreta a demissão do Governo, só haveria
demissão no inicio de uma nova legislatura
-Falta uma norma que deveria exisitr que ditasse o Governo de Gestão
nesta situação.
10- Preocupado com a gestão dos negócios publicos ate ao inicio da nova
legislatura, a AR aprovou em tempo recorde uma lei que permitia que o PR
pudesse acumular as funções de PM em caso de necessidade política.
-Orgãos de Soberania Art. 110.º: competencias dos orgaos de soberania
são reserva da Constituição (Princípio da fixação Constitucional)

11- O novo PR entretanto empossado pelo Parlamento, vetou o decreto um mês


depois de o receber para promulgação, com fundamento na sua ‘’flagrante
inconstitucionalidade’’. A ar decidiu confirmar o decreto pela maioria dos
deputados presentes na AR.
-Art. 136.º: não cumpriu os prazos de promulgação; passado o prazo, a
promulgação é obrigatória (caduca o exercicio do direito de veto); quando o veto
é político, estabelece-se um confronto com a AR (AR ou nada faz, ou altera o
decreto e o PR é obrigado a promulgá-lo) – veto a diplomas do Governo é
definitivo, ao contrário dos diplomas da AR.
-136.º, n.º 2: 8 dias
-Art. 278.º: 8 dias após receção do decreto para o submeter a fiscalização
preventiva da constitucionalidade.

12- Em 15 de Dezembro de 2020, o Governo maioritário apoiado pelo Partido X,


apresentou uma proposta de lei do OE, tendo obtido 114 votos a favor, 20
abstenções e os restantes contra. Os 20 deputados que se abstiveram pediram
entretanto a demissão do Partido X por não concordarem com ‘’o regresso
injustificado da austeridade’’.
-161.º g) iniciativa reservada ao Governo, reserva absoluta da competência
legislativa da AR
–Foi aprovado (116.º n.º 3 – abstenções não contam)
-160.º
-Elenco taxativo das causas de perda de mandato (Art. 160.º)

13- Convencido de que esta votação era uma prova da necessidade de uma
remodelação governamental, o PM tentou convencer o PR a demitir o Ministro
das Finanças e a nomear em substituição e a nomear em substituição o Presidente
da AR.
-Competência do PR para nomear ministros (Art. 133.º h));
-Art. 181.º: ministros são responsáveis perante o PM
-Presidente da AR tem de se rnecessariamente deputado e é eleito pelos
seus pares (154)

14- Em conformidade, o PR anunciou ineseperadamente que estava a pensar


demitir o Governo, para nomear um Governo composto por personalidades da
sua confiança dispensando de apresentar o seu programa de Governo por motivos
de urgência.
-195.º n.º 2: demissão só pode ser feita se a atuação do Governo constituir
o impedimento do regular funcionamento das instituições democráticas.
-133.º h): PR só pode nomear um Governo sob proposta do PM
-Programa de Governo 192.º
-As funções propriamente ditas só se iniciam com a apreciação do
Programa de Governo (Art.186.º. n.º 5)

15- Em retaliação, nesse mesmo dia, o Governo aprovou em Conselho de


Ministros, um decreto-lei que condicionava o poder presidencial de demissão do
Governo ao dever de audição prévia vinculativa do próprio Governo. Enviado o
decreto para promulgação, o PR devolveu ao Governo, invocando flagrante
inconstitucionalidade, mas o Governo confirmou-o em Conselho de Ministros.
-110.º, n.º 2: não cabe ao Governo (legislador ordinário) alterar as
competências dos outros órgãos de soberania (reserva de constituição)
-186.º, n.º 5: Governo de Gestão não pode aprovar decretos-lei uma vez
que a sua atividade se resume ao estritamente necessário
-Veto presidencial seria insuperavel pelo Conselho de Ministros (136.º)

Caso Prático V
1- A 3 de Janeiro de 2020, o partido X, que apoiava o Governo minoritário saido
das eleições legisl de 15 de Outubro, apresentou uma proposta de Lei do OE para
2020.
-Lei do OE é aprovada pela AR sob proposta do Governo (161.º, alínea
g)), não dos partidos representados na AR (iniciativa legisltaiva reservada ao
Governo).
-Não há prazo para a apresentação da lei do OE, até à apresentação de um
novo vigora o anterior.
2- A proposta obteve em votação final global 80 votos a favor, 50 abstenções e os
restantes contra. Considerando que esta votação demonstrava que o Governo já
não dispunha de confiança parlamentar, o Governo apresentou uma moção de
confiança que obteve precisamente a mesma votação. Invocando a falta de
confiança parlamentar o PM apresentou em 1 de Março o seu pedido de demissão
ao PR, que celebraria o 5º aniversario da sua posse daí a 3 dias.
-Não teve pluralidade de votos (116.º, n.º 3 – não contam as abstenções)
-Voto de confiança (193.º)
-195.º, alinea e): Governo tem de ser dmeitido por não ter sido aprovada a
moção de confiança.
-Continua em funções até à exoneração pelo PR (186.º) e inicio nomeação
e posse de novo PM.
3- O PR deicidiu não aceitar o pedido de demissão para que o PM se mantivesse
em funções até às novas eleições legislativas, as quais entretanto tinham sido
marcadas para 1 de maio, para coincidir com a data das eleições presidenciais ,
marcadas pelo Presidente da AR.
-PR pode não aceitar a demissão para impedir um Governo de Gestão
-133.º, alínea b) – eleições são sempre marcadas pelo PR
-Não é possivel a marcacao das eleições para o mesmo dia (125.º):
normalmente as legislativas são em outubro e so seriam em março se houvesse a
dissoluçao da AR, mas no ultimo semestre do mandato do PR isso não pode
acontecer.

Caso Prático VI
1- Em Outubro de 2020, não tendo o Governo chegado a acordo sobre o
conteudo do OE com os partidos políticos com os quais tem um acordo de
incidencia parlamentar, o PM fez uma remodelação ministerial para ganhar
capacidade negocial. Assim, exonerou o Ministro das Finanças e nomeou 3
Ministros sem pasta: um dos membros do Conselho de Estado, o secretario-geral
do PCP e a porta-voz do BE.
-Conteúdo da Lei do OE (161.º, alínea g)).
-Competência de nomeação e exoneração de ministros é reserva do PR
(Art. 133.º, alínea h); Art. 187.º, n.º 2), ainda que sob proposta do PM.
2- Retomadas as negociações do orçamento, o Governo decidiu nacionalizar toda
a banca e reverter as privatizações nos setores da energia, transportes e
comunicações. 30 dias depois de aprovada a Lei do OE, o PR vetou o diploma,
com o argumentos de que todas as medidas são inconstitucionais e de que a
paginação do documento está mal feita. Perante isto, na sequencia de um pedido
do PR nesse sentido, depois de ouvir os partidos representados na AR e o
Conselho de Estado, o Presidente da CML demitiu o Governo.
-Lei do OE: 161.º, alínea g), pluralidade de votos
-Veto excedeu o prazo definido no Art. 136.º de 20 dias, pelo que a
promulgação é obrigatória e o PR já não pode vetar.
-Veto político (pode ter razões políticas ou jurídicas); Veto por
Inconstitucionalidade requeria que o PR requeresse a da fiscalização preventiva
da constitucionalidade
-Competência de demissão do Governo é reserva absoluta do PR (Art.
133.º alínea g)); Inconstitucionalidade material por desvio de poder.

3- De imediato verificaram-se manifestações de apoio ao Governo. Para tentar


ultrapassar o impasse o PR promoveu um referendo sobre a permanencia do
Governo em funções.
-Convocação de Referendo é competência do PR (Art. 134.º, alínea c);
Pode referendar a demissão do Governo? Não, de acordo com o Art. 115.º, n.º 3,
só podem ser referendadas questões de grande interesse nacional que possam ser
decididas pela AR ou pelo Governo através da aprovação de ato legislativo (a
demissão do Governo não decorre de um ato legislativo; motivos de demissão do
Governo no Art. 195.º).

4- No dia 14 de janeiro de 2020, na sequência da detenção de um ministro


envolvido num caso de branqueamento de capitais, o PR, ouvido o Conselho de
Estado e invocando estar em causa o regular funcionamento das instituições
democráticas, dissolveu a AR e convocou eleições antecipadas para 25 de
fevereiro.
-Art. 196.º: ministro não podia ter sido demitido sem aprovação da AR se
branqueamento de capitais se configurar um crime como descrito no n.º 1.
-Art. 133.º, alínea e): dissolução da AR é competencia do PR e não
necessita de motivos > faculdade de dissoluçao da AR pelo PR é um poder livre e
descricionario
-113.º, n.º 6: eleições no seguimento da dissolução de orgaos colegiais
fazem-se nos 60 dias seguintes.
5- Dado que o Governo de coligação deixou, a partir da data de dissolução, de
garantir o pagamento dos juros da dívida externa e tendo o PM jusitificado essa
conduta dizendo que estava em gestão, o PR demitiu em 21 de Janeiro o Ministro
das Finanças e nomeou para o cargo o Governador do Banco de PT, dando-lhe
instruções claras para garantir o serviço da dívida em nome do superior interesse
nacional da solvebilidade do Estado.
-Governo não deve estar em plenitude de funções com a AR dissolvida
uma vez que deixa de haver responsabilização política do Governo perante o
Parlamento.
-Na realidade, a dissolução da AR não implica a demissão do Governo por
não constar do elenco taxativo do Art. 195.º.
-Integração de lacuna por analogia com o Art. 234.º, n.º 2.
-PR só pode nomear ou exonerar membros do Governo sob proposta do
PM (Art. 133.º, alínea h)), é o PM que dirige o Governo (Art. 201.º, alínea a)).
-Mesmo que o Gov estivesse em gestão, teria de pagar a dividia (principio
da necessidade)

6- No sufrágio de 25 de fevereiro, tendo sido eleita com maioria relativa a mesma


coligação de Governo formada por 2 partidos, o PR optou por nomear o lider do
2º partido mais votado que se encontrava na oposição na legislatura anterior
incumbindo-o de formar o Governo de unidade nacional. Não tendo conseguido,
o PM formou entretanto um Governo minoritário e submeteu o seu programa a
votação parlamentar no dia 16 de março, tendo sido objeto de rejeição.
-O PR só pode nomear um Governo sob proposta do PM (Art. 133.º,
alinea h)), e tendo em conta os resultados eleitorais (Art. 187, n.º 1).
-Rejeição do programa de Governo implica a sua demissão (Art. 195.º, n.º
1, alínea d)).

7- Tendo o PM apresentado ao PR o seu pedido de demissão, esse pedido não foi


aceite, tendo o PR determinado que o Governo se manteria em funções até
apresentação de um novo programa na AR.
-PR não tem de aceitar a demissão do PM, e a sua demissão está
dependente disso (Art. 195.º, n.º 1, alínea b)). O PM mantém-.se em funções uma
vez que estas só cessam com a sua exoneração pelo PR (Art. 186.º, n.º 1).
-Art. 186.º, n.º 4 e n.º 2

Caso Prático VII


1- Considerando a rutura das relações pessoais entre o PM e o Presidente do
Governo Regional da Madeira, bem como o agravamento das relações
institucionais entre os 2 órgãos, o PR decidiu demitir o Governo da República
apesar do parecer desfavorável do Conselho de Estado.
-Reserva absoluta do PR para a demissão do Governo (133.º g)).
-De acordo com elenco taxativo do Art. 195.º para a demissão do
Governo, não se encontram aqui reunidas as condições para a sua demissão.
-Pareceres do Conselho de Estado não são vinculativos, meramente
consultivos.
2- Em seguida, nomeou como PM o anterior Representante da República naquela
Região, dando origem a um Governo constituido em grande parte por
personalidades independentes e sem ligação aos principais partidos políticos
representados na AR. Porém, quando o Governo apresentou o seu programa na
AR, o Partido maioritário apresentou uma moção de rejeição que viria a ser
aprovada por 122 deputados com a abstenção dos restantes.
-O PR só pode nomear o Governo sob proposta do PM (Art. 133.º, alinea
h)), e tendo em conta os resultados eleitorais (Art. 187, n.º 1).
-Governos de iniciativa presidencial deixaram de poder existir com a
Revisão Constitucional de 1982? Não absolutamente. O PR só não pode nomear
Governos de confronto (único limite constitucional).
-Moção de rejeição (Art. 194.º) só podem ser apreciadas 48 horas após a
sua apresentação (N.º 2)
-Moção não teve maioria absoluta pelo que não foi aprovada (Art. 192.º,
n.º 4 : não houve maioria absoluta pelo que o voto de rejeição foi rejeitado, em
consequencia o programa de Governo não foi rejeitado.)
-Fiscalização da constitucionalidade no nosso sistema é restrito ao
controlo de normas (alguns autores sustentam que a responsabilidade política do
PR perante o Governo não despaareceu, simplesmente foi atenuada).
3- Discordando dessa atitude, que prolongava sem hipótese de saída a crise
política que se instalara, o PR voltou a nomear o mesmo PM, ameaçando que o
manteria em situação de gestão até às próximas eleições parlamentares caso a AR
rejeitasse de novo o programa de Governo.
-Nomeação do PM é reserva do PR (Art. 133.º, alínea f))
-Governo de Gestão Art. 186.º, n.º 5: até à apreciação do Programa, o
Governo mantém-se como Governo de Gestão.
-Rejeição do Programa de Governo está elencado no Art. 195.º, n.º 1,
alínea d) como motivo de demissão.
4- Perante essa ameaça, quando o novo Governo, se apresentou na AR não foi
apresentada qualquer moção de rejeição. No entanto, o próprio Governo
apresentou uma moção de confiança que viria a ser aprovada com os votos a
favor de 108 Deputados, os votos contra de 100 deputados e a bastenção dos
restantes.
-
5- Com o apoio expresso do PR, o Governo viria posteriormemente a apresentar
uma proposta de orçamento que alterava substancialmente a política económica e
as opções financeiras até então promovidas pelo anterior Governo. A proposta foi
rejeitada por uma maioria significativa.
-
6- Perante a situação de bloqueio, o PR decidiu, então, antecipar a realização das
eleições parlamentares e anunciou a formação de um partido por ele patrocinado
que disputaria essas eleições com a intenção expressa de formar na AR uma
maioria de apoio ao PR.
-

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