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Casos Práticos

Caso Prático 1
O Governo prepara-se para aprovar uma lei que diz respeito às eleições dos titulares
dos órgãos de soberania, devendo a mesma ser posteriormente promulgada pelo
primeiro ministro.
Quid juris? (O que há de relevante para o direito?)
Resolução:
O governo é um dos órgãos de soberania nos Termos do art. 110 da Constituição,
sendo simultaneamente o órgão de condução política geral do país e o órgão superior
da Administração Pública nos termos do art. 182 da CRP.
O governo tem entre outras (art.197,199, CRP) competências legislativas, nos termos
do art. 198 da CRP, mais concretamente nos termos do seu Nº1, alíneas a), b) e c),
sendo que ao governo cabe fazer decretos de leis e não leis.
Quem tem competência para fazer lei é a Assembleia da República no termos do art.
161, alínea c) da CRP.
A AR é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses nos termos do
art. 147 e é composta nos termos do art. 165, ambos da CRP.
Relativamente à matéria sobre a qual o governo ia legislar, esta matéria dizia respeito
à eleição dos titulares dos órgãos de soberania.
Ora, nos termos do art. 164, alínea a), esta matéria é de reserva absoluta de
competência legislativa pelo que apenas pode ser alvo de legislação da parte da A.R. e
não do governo.
Posteriormente, este diploma caso fosse elaborado e aprovado pela AR deveria ser
enviado para promulgação do Presidente da República, nos termos do art. 134, alínea
b) da CRP, sendo que esta é uma competência própria e exclusiva do PR e não do
primeiro ministro.
Seguidamente, este diploma seguiria para publicação no jornal oficial do Governo e da
Adm. Pública, o “Diário da República” nos termos do art. 119 da CRP.

Caso Prático 2
A Assembleia da República prepara-se para aprovar um decreto de lei que diz respeito
à matéria da organização e funcionamento do Governo.
Assim que for aprovado, este decreto de lei entra imediatamente em vigor sem
precisar de ser promulgado nem publicado.
Quid Juris?
Resolução:
A AR é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses nos termos do
art. 147 e é composta nos termos do art. 148, ambos da CRP.
Quanto à sua competência legislativa, a AR tem competência para legislar no âmbito
da sua reserva absoluta competência legislativa nos termos do art. 164 e no âmbito da
sua reserva relativa de competência legislativa nos termo do art. 165, ambos da CRP.
A AR tem entre outras (art. 162, 163, CRP) competências legislativas no termos do art.
161, alínea c) da CRP. Sendo que é à AR cabe fazer leis e não decretos de lei.
Quem tem competência para fazer decretos de lei é o Governo nos termos do art. 198
da CRP, mais concretamente nos termos do seu Nº1, alíneas a), b) e c).
O governo é um dos órgãos de soberania nos termos do art. 110 da CRP, sendo
simultaneamente o órgão de condução política geral do país e o órgão superior de
Administração Pública nos termos do art. 182 da CRP.
Relativamente à matéria sobre a qual a AR iria legislar, esta matéria dizia respeito à
organização e funcionamento do governo.
Ora, nos termos do art. 198 da CRP, mais concretamente termos do seu Nº2, é da
exclusiva competência legislativa do governo e matéria respeitante à sua própria
organização e funcionamento, pelo que nunca pode ser alvo de legislação por parte da
AR.
Posteriormente, este diploma caso fosse elaborado e aprovado pelo governo, deveria
ser enviado para promulgação do PR nos termos do art. 134, alínea b) da CRP.
Seguidamente, este diploma seguiria para publicação no jornal oficial do governo e da
Administração Pública, o “Diário da República” do art. 119 da CRP.

Caso Prático 3
O governo no âmbito dos seus poderes legislativos elaborou um projeto de lei relativo
à concessão de amnistias e perdões genéricos.
Por sua vez, a AR no âmbito das suas funções políticas elaborou uma proposta de lei
relativa ao funcionamento interno do governo.
Após estes diplomas estarem aprovados, os mesmos foram promulgados pelo primeiro
ministro.
Posteriormente, foram publicados no jornal Correio da Manhã.
Quid Juris?
Resolução:
O governo é um dos órgãos de soberania nos termos do art. 110 da CRP, sendo
simultaneamente o órgão de condução da política geral do país e o órgão superior da
Adm. Pública nos termos do art. 182 da CRP.
O governo tem as suas competências políticas, legislativas e administrativas previstas,
nos art. 197, 198 e 199 da CRP.
Nos termos do art. 198, mais concretamente nos termos do seu Nº1, alíneas a), b) e c),
é especificado que ao governo compete fazer decretos-lei e não leis, logo deverá ser
elaborada uma proposta de lei e nunca um projeto de lei.
Relativamente à matéria sobre a qual o diploma iria incidir, consta nos termos do art.
161, alínea f) da CRP que compete à AR conceder Amnistias e perdões genéricos.
A AR é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses nos termos do
art. 147 e é composta nos termos do art. 148 da CRP.
Quanto à sua competência, a AR tem competências políticas e legislativas e de
fiscalização em relação a outros órgãos, respetivamente previstas nos termos dos art.
161, 162 e 163 da CRP.
Ora , os deputados ao contrário do governo devem apresentar projetos de Lei e não
propostas. Além disso, em relação ao funcionamento interno do governo, apenas este
tem competências relativas a esta matéria ao abrigo dos termos do art. 198 no Nº2 da
CRP, pelo que a AR é impedida de apresentar este diploma.
Após a aprovação dos respetivos órgãos em relação aos diplomas, a promulgação dos
mesmo compete exclusivamente ao PR nos termos do art. 134, alínea b) da CRP, sendo
que a falta da sua promulgação implica inexistência jurídica destes diplomas nos
termos do art. 137.
Seguidamente, estes diplomas seguiriam para publicação no jornal oficial do governo e
da Adm. Pública, o “Diário da República”, nos termos do art. 119 da CRP.

Caso Prático 4
A Assembleia da República no âmbito das suas funções legislativas determinou o
encerramento de todas as agências bancárias do Banco privado X desde que
estivessem situadas a menos de 30 Km’s da fronteira espanhola.
Por sua vez, o Ministro da Publicidade do governo em vigor determinou por projeto de
lei que as eleições dos órgãos de soberania eleitos passassem a ser efetuadas com
intervalos de 10 anos.
Como o Presidente da República estava com gripe e não foi trabalhar, quem
promulgou estes diplomas foi o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, porque é o
presidente do município da capital do país.
Depois, o presidente da CML mandou publicar estes diplomas no jornal oficial das
autarquias para poderem ter eficácia jurídica.
Para além disso, num destes diplomas alterava-se a norma do Código Civil que
estabelece que a ignorância da lei não justifica a falta do seu comportamento.
Quid Juris?
Resolução:
A AR é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses nos termos do
art. 147 da CRP, sendo constituída nos termos do art. 148 e sendo simultaneamente
um dos órgãos de soberania nos termos do art. 110, Nº1 da CRP.
A AR tem competências políticas e legislativas e de fiscalização relativas a outros
órgãos nos termos previstos respetivamente nos art. 161, 162 e 163 da CRP, não
possuindo competências administrativas já que o órgão de soberania que é o órgão de
condução política geral do país e superior da Administração Pública nos termos do art.
182 da CRP não é a AR mas sim o governo.
A forma através da qual a AR legisla é através da apresentação de projeto de lei nos
termos do art. 156, alínea b) da CRP.
Quanto à matéria relativa ao fecho das agências bancárias do Banco Privado X que
estivessem situadas a menos de 30Kms da fronteiras espanhola, esta pode inserir-se
na reserva relativa de competência legislativa nos termos do art. 165, nº1, alínea l) da
CRP, podendo ser alvo de legislação por parte da AR ou do governo, desde que neste
caso se tenha sempre como respeito e requisito do interesse público e em caso de
legislação por parte do governo, a existência de uma lei de autorização legislativa nos
termos do Nº2 ao Nº5 deste artigo (165). Quanto ao Ministro da Publicidade, este seria
um dos membros do governo nos termos do art. 183, Nº1 da CRP.
O governo tem 3 tipos de competências, nomeadamente as competências políticas,
legislativas e administrativa que se encontram respetivamente previstas nos termos do
art. 197, 198 e 199 da CRP.
Para além disso, o governo elabora propostas de lei e não projetos de lei conforme o
previsto nos art. 197, Nº1, alínea d) da CRP, pelo que este diploma não pode ser
apresentado pelo Ministro da Publicidade.
Quando a promulgação, a mesma compete ao PR e não ao Presidente da CML nos
termos do art. 134, alínea b) da CRP, sendo que a falta deste implica a inexistência
jurídica deste diploma nos termos do art. 137 da CRP.
Quando à publicação deste diploma esta competência está atribuída ao PR nos termos
do art. 134, alínea b) da CRP e a mesma é efetuada no Diário da República que é o
jornal oficial da Adm. Pública, nos termos do art. 119, Nº1, alínea c) da CRP, sendo que
a falta desta publicação implica a sua ineficácia jurídica nos termos do Nº2 do mesmo
artigo, não tendo qualquer validade a sua publicação no jornal oficial das autarquias.
Quanto à norma do Código Civil que estabelece que a ignorância da lei não justifica a
falta do seu cumprimento que é o art. 6 do Código Civil, sendo que a alteração deste
artigo deveria seguir o formalismo legal já referido.

Caso Prático 5
O governo na âmbito dos seus podres executivos elaborou um projeto de lei relativo à
definição dos limites das águas territoriais da Zona Económica Exclusiva e dos Direitos
de Portugal aos Fundos Marinhos Contíguos.
Não querendo ficar atrás, a AR no âmbito das suas funções políticas elaborou uma
proposta de lei restritiva sobre o número de Ministros dos governos subsequentes.
Ambos estes diplomas foram aprovados e posteriormente assinados pelo
representante da república na região autónoma da Madeira, já que um deles dizia
respeito a águas e a fundos marinhos.
Posteriormente, como um destes diplomas dizia respeito a esta matéria, foram
publicados no jornal regional da RAM e no jornal regional da RAA.
Posteriormente, o António que era deputado do partido “Aperta o Laço” cometeu uma
infração estradal pensando que ainda estava em vigor uma lei que já tinha sido
revogada e que ao abrigo da mesma não era considerada infração.
Quid juris?
Resolução:
O governo é um dos órgãos de soberania nos termos do art. 110, nº1 da CRP. Sendo o
órgão de condução politica geral do país e o órgão superior da Adm. Pública nos
termos do art. 182 da CRP, sendo também constituído nos termos do art. 183.
O governo tem 3 tipos de competências, nomeadamente política, legislativa e
administrativa/executiva respetivamente nos art. 197, 198 e 199 do CRP.
O governo elabora propostas de lei no âmbito da sua competência legislativa e não no
âmbito da sua competência executiva ou adm.
O governo elabora propostas de lei e não projetos de lei, conforme o previsto nos
termos do art. 197, Nº1, alínea d) da CRP, pelo que este diploma não pode ser
apresentado pelo governo.
Quanto à matéria referenciada neste diploma a mesma pertence à competência
política e legislativa da AR e mais concretamente à sua reserva absoluta de
competência legislativa nos termos do art. 164, alínea g) da CRP.
Por sua vez, a AR é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses nos
termos do art. 147 da CRP, sendo composta nos termos do art. 148 da CRP.
A AR tem competências políticas, legislativas e de fiscalização relativas a outros órgãos
que se encontram respetivamente previstas nos termos dos art. 161, 162 e 163 da
CRP.
Os deputados apresentam projetos de lei e não propostas de lei nos termos do art.
156, alínea b) da CRP e a matéria relativa ao funcionamento interno de qualquer
governo apenas pode ser da competência do próprio governo nos termos do art. 198,
Nº2 da CRP, pelo que a AR não pode apresentar este diploma.
Quanto à validade destes diplomas já nos pronunciamos quando à sua promulgação, a
mesma compete ao PR e não por assinatura do representante da República nas regiões
autónomas nos termos do art. 134, alínea b) da CRP, sendo que a falta desta implica a
inexistência jurídica destes diplomas.
Quanto à publicação destes diplomas, esta competência esta atribuída ao PR nos
termos do art. 134, alínea b) da CRP e a mesma é efetuada no “Diário da República”
que é o jornal oficial da Adm. Pública, nos termos do art. 119, Nº1, alínea c), sendo que
a falta desta implica a sua ineficácia jurídica nos termos do Nº2 deste artigo.
Quanto à infração estradal praticada pelo António, pensando que ainda estava em vir
uma lei que já tinha sido revogada e que ao abrigo da mesma não era considerada
infração, temos a dizer que nos termos do art. 6 e 7, Nº1, segunda parte no Código
Civil, o desconhecimento não implica a isenção de responsabilidade pelo cumprimento
da lei e que uma lei só deixa de estar em vigor se for revogada por outra lei. A
revogação pode ser expressa, tácita, parcial, total ou sistemática

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