1. AÇÃO DE CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO COM DADOS MORAIS.
2. É Uma ação do direito civil de obrigação de fazer com danos morais.
3. PROCESSO Nº 1015044-36.2017.8.26.0361 4. AUTORA LARISSA DOS ANJOS SILVA 5. EM FACE DE UNIMED DO ESTADO DE SÃO PAULO - FEDERAÇÃO ESTADUAL DAS COOPERATIVAS MÉDICAS – UNIMED FESP. 6. Juízo competente DA 2ª VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE MOGI DAS CRUZES – SP 7. Fundamentação legal: A autora Larissa tem morbidade da obesidade mórbida, ou seja possui essa doença e precisa de tratamento e da cirurgia bariátrica para a reversão do caso, mas a UNIMED não concedeu o fato, mesmo que a paciente tenha os laudos positivos para a cirurgia, “Paciente acima, peso 113,60 alt. 1,56 imc 46,74, com obesidade grau 3, já fez diversos tratamentos clínicos, sem sucesso, evoluindo nos últimos meses com piora do quadro clínico (ronco + esteatose hepática e hipertensão arterial), devendo realizar a gastroplastia com objetivo de diminuir risco cardiovascular (alto score de risco – história familiar + para dac; displipidemia incipiente e aumento abrupto da pressão arterial) – CID E66” além do mais “Nesse sentido, aliás, a RESOLUÇÃO nº 1.766/2005, do CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, estabelece, diante do consenso de todas entidades nacionais e internacionais, que qualquer paciente com Índice de Massa Corporal – IMC maior que 35 com morbidades tem indicação de tratamento operatório, configurando OBESIDADE MÓRBIDA.” Porém a UNIMED Fundamenta a Ré sua recusa – sempre verbal - alegando que a doença da Autora é preexistente e, portanto, deve obedecer o prazo. 8. Jurisprudência do caso: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER - PLANO DE SAÚDE - CIRURGIA BARIÁTRICA - NEGATIVA DE COBERTURA - CARÊNCIA - ALEGAÇÃO DE DOENÇA PRÉ-EXISTENTE - EXAME ADMISSIONAL REALIZADO PELA APELANTE, SEM APONTAMENTO DE RESTRIÇÕES À COBERTURA DO PLANO DE SAÚDE - ALEGADO NÃO CUMPRIMENTO DO PRAZO DE CARÊNCIA - NÃO OCORRÊNCIA - TRATAMENTO DE URGÊNCIA/EMERGÊNCIA COM INDICAÇÃO MÉDICA PARA REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO - COMORBIDADES QUE COMPROMETEM O QUADRO DE SAÚDE DA APELADA - DEMORA NA REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO QUE AGRAVARIA A SITUAÇÃO - OBRIGAÇÃO DE FAZER COMPROVADA - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO.” (TJPR - 10ª C.CÍVEL - AC - 1027174-0 - REL.: ANTÔNIO CARLOS RIBEIRO MARTINS – J. 06.11.2014) “NAS HIPÓTESES EM QUE HÁ RECUSA INJUSTIFICADA DE COBERTURA POR PARTE DA OPERADORA DO PLANO DE SAÚDE PARA TRATAMENTO DO SEGURADO, COMO OCORRIDO NO PRESENTE CASO, A ORIENTAÇÃO DESTA CORTE É ASSENTE QUANTO À CARACTERIZAÇÃO DE DANO MORAL, NÃO SE TRATANDO APENAS DE MERO ABORRECIMENTO” (STJ – 4ª TURMA - AGRG NO ARESP 718.634) “AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANO MORAL. PLANO DE SAÚDE. RECUSA INDEVIDA NA COBERTURA DE CIRURGIAS. O RECONHECIMENTO, PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS, DE CIRCUNSTÂNCIAS QUE EXCEDEM O MERO DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL TORNA DEVIDA A REPARAÇÃO MORAL. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO.” (RECURSO ESPECIAL Nº 714.947 - RS (2004/0182773-7) – REL. MINISTRO CESAR ASFOR ROCHA) “APELAÇÃO CÍVEL. SEGUROS. PLANO DE SAÚDE. TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. CLÁUSULA EXPRESSA. COBERTURA DEVIDA. DANO MORAL CARACTERIZADO OMISSIS 5. O DIREITO À INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DEVE SER CARACTERIZADO QUANDO HÁ CONSTRANGIMENTO ILEGAL OU ABUSIVO, VIOLANDO OS DIREITOS DE PERSONALIDADE DO INDIVÍDUO. NO CASO, HÁ COMPROVAÇÃO DA CONDUTA ILÍCITA, CULPA DO AGENTE, EXISTÊNCIA DE DANO, ALÉM DO NEXO DE CAUSALIDADE. RECURSO DESPROVIDO.” (5ª CÂMARA CÍVEL – APELAÇÃO CÍVEL Nº 70054312764 – REL. DES. SÉRGIO LUIZ GRASSI BECK – J. 11.09.2013)
9- Tutelas provisórias: Primeira é a TUTELA DE URGENCIA, a segunda é a
TUTELA JURISDICIONAL TEMPESTIVA, a tutela de urgência vem para garantir que a requerente faça a cirurgia o quanto antes para que não sofra mais do que necessário, é uma questão de tempo, e a tutela jurisdicional tempestiva é a garantia do direito à justiça e ao direito que a requerente pleiteia.
10- Honorários do advogado: o honorário do advogado deve ser no mínimo
5% do valor da causa, ou no máximo 15% do valor da sentença quando é sucumbencial, quando não, o advogado pode pedir de 20% a 30% do valor da causa para a requerente como pagamento.
11- PRAZOS: em todo o processo tivemos prazos de no mínimo 10 dias a no
máximo 20 dias, fora uma mistura de 10, 15 e 20 dias de prazo tanto para a parte requerente, quanto a parte requerida, todos eles estão previstos no artigo 219 do NCPC, os prazos começam a partir do primeiro dia útil após a publicação, e inclui o dia de vencimento, sempre se conta em dias uteis.
12 – ACORDÃO SENTENÇA: O Acordão foi provido, ou seja aprovado, pela
3 câmara de direito privado do tribunal de justiça de são Paulo, os fundamentos foram de o art. 373, II, do CPC/15
JURISPRUDENCIA CIVIL E PROCESSO CIVIL. PLANO DE SAÚDE.
CIRURGIA DE URGÊNCIA. REALIZAÇÃO EM HOSPITAL DA ESCOLHA DO AUTOR. RECUSA FUNDAMENTADA NA CIRCUNSTÂNCIA DE O NOSOCÔMIO NÃO INTEGRAR A REDE REFERENCIADA. APURAÇÃO, NO PROCESSO, QUE O HOSPITAL INTEGRAVA TAL REDE E QUE A RECUSA FOI ILEGÍTIMA. DANO MORAL. RECONHECIMENTO. HONORÁRIOS. REVISÃO. A jurisprudência do STJ vem se orientando no sentido de ser desnecessária a prova de abalo psíquico para a caracterização do dano moral, bastando a demonstração do ilícito para que, com base em regras de experiência, possa o julgador apurar se a indenização é cabível a esse título. 2. A recusa injustificada de autorização para que cirurgia de urgência seja realizada em hospital integrante da rede referenciada gera dano moral. 3. É necessária a revisão da verba honorária na hipótese em que sua fixação avilte a profissão do advogado. 4. Recurso especial conhecido e provido.” (REsp 1.109.978; grifei).
JURISPRUDENCIA DO STF E segundo o STF “vem se orientando no sentido
de não exigir prova do dano moral que, na maioria das vezes, configura-se in re ipsa. Com efeito, o que pode a parte fazer é alegar e comprovar o ilícito praticado pelo réu, mas, a partir disso, a verificação de ocorrência de dano moral deve ser procedida de acordo com regras de experiência do julgador, já que exigir a prova de um suposto abalo psíquico seria extremamente difícil. Referido entendimento orientou, a título exemplificativo, pacificação da jurisprudência desta Corte para todas as hipóteses de inscrição indevida do nome do devedor em cadastros de inadimplentes, consoante o decidido no REsp 1.059.663/MS, de minha relatoria, DJe de 17/12/2008, entre outros inúmeros precedentes
JURISPRUDENCIA USADA PARA VOTO “PLANO DE SAÚDE. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS I. Prescrição não configurada. Inaplicabilidade da prescrição trienal (artigo 206, §3º, V, CC), que se limita às demandas de responsabilidade extracontratual. Aplicação do prazo decenal, previsto no artigo 205 do Código Civil. Precedentes da Câmara e deste E. Tribunal. II. Negativa de custeio de cirurgia bariátrica. Indevida recusa de cobertura, reconhecida em demanda diversa, que impõe à paciente desassossego anormal, com o agravamento de seu quadro psicológico. Precedentes do Superior Tribunal. Arbitramento da indenização em R$ 12.000,00 (doze mil reais). Incidência do artigo 944 do Código Civil. SENTENÇA REFORMADA. APELO PARCIALMENTE PROVIDO.” (TJSP; Apelação 1001043-63.2016.8.26.0011; Relator (a): Donegá Morandini; Órgão Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional XI - Pinheiros - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 03/08/2016; Data de Registro: 03/08/2016).
VOTO FINAL Assim, visando evitar a oposição de Embargos de Declaração
meramente protelatórios, considera-se, desde já, prequestionada toda matéria infraconstitucional e constitucional, observando o entendimento do C. Superior Tribunal de Justiça no sentido de que, para o prequestionamento, é desnecessária a explícita indicação dos dispositivos de lei que o fundamentaram (AgRg no REsp nº 1127209/RJ 6ª Turma Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura DJe 28.05.12; AgRg no AREsp nº 25722/SP 2ª Turma Rel. Min. Humberto Martins DJe 26.10.11). Este é meu voto.