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Assim, a sessão legislativa ordinária começa no dia 02 de fevereiro de cada ano e vai
até o dia 22 de dezembro, com intervalo entre o dia 18 de julho e 31 de julho. Esses são
os dois períodos da sessão legislativa: de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12. Nos
intervalos entre esses períodos acontecem os recessos parlamentares. Entretanto, a
sessão legislativa não será interrompida no mês de julho até que o Congresso aprove o
projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO (art. 57, § 2º-CF e art. 35, § 2º, II, do
ADCT).
A partir da EC nº 50, de 2006, para que o Congresso Nacional seja convocado em caso
de vigência de interesse público relevante, por iniciativa tanto do Presidente da República
como dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento
da maioria dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, é necessário
que haja aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional
(art.57, § 6º, II).
Unidade 2
Sessão plenária é cada unidade de trabalho, a cada dia. Às vezes, no mesmo dia,
podemos ter mais de uma sessão do Senado. Ou, então, uma sessão plenária do Senado
e outra, conjunta do Congresso Nacional. Então, sessão plenária é cada unidade de
trabalho.
Em uma sessão legislativa, seja ordinária (um ano de trabalhos), seja extraordinária,
podem acontecer várias sessões plenárias deliberativas (ordinárias ou extraordinárias),
não deliberativas e especiais. Podem acontecer também sessões conjuntas do Congresso.
Quadro Resumo
Sessão Legislativa
Ordinária Extraordinária
de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12 quando o CN for convocado
Sessão Plenária
Deliberativa (ordinária ou extraordinária) Conjunta
Não deliberativa Solene (ou conjunta solene)
Especial
Unidade 3
Para tomar posse, em qualquer caso, o Senador precisa apresentar à Mesa o original do
diploma expedido pela Justiça Eleitoral, que será publicado no Diário do Senado Federal.
A apresentação do diploma poderá ser feita pelo próprio diplomado, por ofício ao 1º-
Secretário, por intermédio do seu Partido ou de qualquer Senador. Devem ser
apresentadas cópias da última declaração do Imposto de Renda, sua e do cônjuge, e
preenchido formulário contendo informações requeridas pelo Código de Ética e Decoro
Parlamentar (Resolução nº 20, de 1993). O Senador deve comunicar à Mesa seu nome
parlamentar e a filiação partidária (art. 7º-RISF).
O compromisso é o seguinte:
"Assim o prometo".
Se o Senador não tomar posse no prazo de 90 dias, nem pedir a prorrogação, considera-
se que ele renunciou ao mandato, sendo chamado, então, seu primeiro suplente, que
também é convocado sempre que o titular se licenciar por um prazo superior a 120 dias
para tratar de interesse particular, ou por motivo de doença. Nesses casos, o suplente
terá 30 dias improrrogáveis para prestar o compromisso.
Para tratar de interesse particular, o titular só pode tirar licença por mais de 120 dias,
desde que não seja na mesma sessão legislativa.
O suplente também assume nos casos de vaga por falecimento, renúncia ou perda de
mandato do titular. Ou, ainda, nos casos de afastamento do titular para ocupar cargo de
Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do DF, de Território,
de Prefeitura de Capital ou, então, de Chefe de Missão Diplomática Temporária.
Nos casos de vaga ou de afastamento para assumir esses outros cargos, o suplente tem
o prazo de 60 dias para assumir o exercício do mandato, prazo esse que poderá ser
prorrogado por motivo justificado, a requerimento dele próprio, por mais 30 dias.
Se dentro desse prazo o suplente não tomar posse nem requerer sua prorrogação,
também é considerado que tenha renunciado ao mandato e se convocará o segundo
suplente, que, em qualquer hipótese, terá 30 dias para prestar o compromisso.
Entretanto, se for reeleito suplente para um novo mandato, terá que prestar o
compromisso novamente.
Por falecimento;
por renúncia;
por perda de mandato.
Deve renunciar a um dos cargos o Senador que for eleito para mais de um cargo ou
mandato público eletivo, conforme preceitua a Constituição. Ele vai ter que renunciar a
um deles. Exemplo: é frequente a eleição de Senadores para Governos estaduais. Para
ser empossado Governador, o Senador deverá renunciar a seu mandato no Senado
Federal.
Observações importantes:
Perde o mandato o Senador que infringir qualquer das proibições constantes no art. 54
da Constituição, quais sejam:
1. Desde a diplomação:
firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade e economia mista ou empresa concessionária de
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de
que seja demissível ad nutum, nas entidades acima descritas;
2. Desde a posse:
ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou exercer
função remunerada nessas empresas;
ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum em empresas
públicas, autarquias, sociedades de economia mista, empresa concessionária
de serviço público;
patrocinar causa em que seja interessada qualquer uma dessas empresas
acima mencionadas.
Perde também o mandato o senador que:
tiver procedimento incompatível com o decoro parlamentar ou deixar de
comparecer à terça parte das sessões ordinárias do Senado em cada sessão
legislativa, salvo se estiver em licença ou em missão autorizada;
perder ou tiver suspensos os direitos políticos ou quando o decretar a Justiça
Eleitoral;
sofrer condenação criminal em sentença definitiva e irrecorrível.
Em casos de falecimento, renúncia e perda de mandato, fala-se em vacância.
a) Todas as vezes em que uma sessão plenária não puder ser realizada, por falta de
quorum para seu início (1/20 da composição do Senado) ou por motivo de força
maior assim definido pela Presidência, o que acontece é uma reunião. Nesse
caso, o Presidente declara que não pode ser realizada a sessão, determina a
publicação do expediente que há sobre a mesa, independentemente de sua
leitura, e a Secretaria de Ata prepara uma ata dessa reunião.
b) As comissões não realizam sessões; seus encontros chamam-se reuniões. Isso
tanto para as comissões no Senado ou no Congresso, permanentes ou
temporárias.
c) Antes do início da primeira e da terceira sessão legislativa ordinária da legislatura,
o Senado reúne-se em reuniões preparatórias.
Os Membros da Mesa são eleitos para um mandato de dois anos, em escrutínio secreto e
por maioria simples de votos (a maioria de votos, estando presente a maioria
absoluta dos Senadores), assegurada, tanto quanto possível, a participação proporcional
das representações partidárias e dos blocos parlamentares com atuação no Senado.
Para a apuração dos votos, o Presidente fará a separação das cédulas referentes ao
mesmo cargo, lendo-as em seguida, uma a uma, e passando-as ao Segundo-Secretário,
que anotará o resultado.
O painel eletrônico de votação no plenário, por preservar o sigilo da eleição, vem sendo
utilizado nos casos em que haja candidato único disputando a vaga.
A eleição é para a Mesa. É ela que dirige os trabalhos do Senado por dois anos. A
Comissão Diretora é composta pelos mesmos Membros da Mesa. Ela dirige as
atividades administrativas da Casa.
A Constituição de 1988, em seu art. 57, § 5º, instituiu a Mesa do Congresso Nacional,
que é presidida pelo Presidente do Senado e tem seus demais cargos preenchidos, por
alternância, entre Membros da Mesa da Câmara e do Senado. Assim, o Primeiro Vice-
Presidente da Mesa do Congresso é o Primeiro Vice-Presidente da Mesa da Câmara: o
Segundo Vice-Presidente da Mesa do Congresso é o Segundo Vice-Presidente da Mesa do
Senado. E assim por diante. Não há suplente na Mesa do Congresso Nacional.
Quadro Resumo
No Congresso:
1. conjuntas;
2. solenes (ou conjuntas solenes).
Sessão Legislativa
Ordinária Extraordinária
de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12 quando o CN for convocado
Sessão Plenária
Senado Federal Congresso Nacional
· Deliberativa (ordinária ou extraordinária) · Conjunta
· Não deliberativa · Solene (ou conjunta solene)
· Especial
Período do Expediente;
Ordem do Dia; e
após a Ordem do Dia
As sessões conjuntas são realizadas no plenário da Câmara dos Deputados, salvo escolha
de outro lugar previamente anunciado. Em geral, nesta hipótese, a opção recai sobre o
plenário do Senado Federal.
Nas sessões de trabalho legislativo, havendo Ordem do Dia, os avulsos (publicação) das
matérias devem estar disponíveis aos parlamentares com 24 horas de antecedência. As
sessões de trabalho também são divididas em FASES. Por analogia ao Regimento do
Senado, compreendem:
Período do Expediente;
Ordem do Dia; e
após a Ordem do Dia.
PERÍODO DO EXPEDIENTE
Nas sessões deliberativas ordinárias esse período dura 120 minutos, contados a
partir do real início da sessão. É destinado à leitura do expediente pelo Primeiro-
Secretário, na íntegra ou em resumo, e aos oradores inscritos, que têm até 10 minutos
para fazer seu pronunciamento, sendo permitidos apartes.
O período do Expediente poderá ser prorrogado pelo Presidente, uma única vez, para que
o orador conclua seu pronunciamento caso não tenha esgotado o tempo de que
disponha, após o que a Ordem do Dia terá início impreterivelmente. Caso haja matéria a
ser deliberada que esteja tramitando no rito de urgência urgentíssima (art. 336, I -
RISF), não serão permitidos oradores no período do Expediente. Este tempo também
pode ser destinado a homenagens.
No Senado
Apesar de o Regimento dispor sobre a sequência das matérias, essa ordem pode ser
alterada por requerimento assinado por qualquer Senador, solicitando inversão da pauta,
apresentado e votado antes de se iniciar a Ordem do Dia. Depois desta iniciada, a
sequência ainda pode ser alterada por requerimento de preferência de um item sobre
outro, assinado por qualquer Senador e aprovado pelo Plenário.
São lidos no Período do Expediente e votados após a Ordem do Dia da mesma sessão:
os requerimentos de urgência, nos termos do art. 336, II;
os requerimentos que solicitam sessão especial;
os requerimentos que solicitam que o tempo destinado aos oradores do Período
do Expediente de uma determinada sessão seja para prestar alguma homenagem.
No Congresso
Tanto no Senado quanto nas sessões conjuntas, estando uma matéria em fase de
votação e não havendo quorum para as deliberações, passar-se-á à matéria que estiver
em discussão. Esgotada a matéria em discussão e persistindo a falta de quorum, a
Presidência pode suspender a sessão por prazo não superior a 30 minutos (no
Congresso) ou a uma hora (no Senado) ou conceder a palavra a algum parlamentar.
Sobrevindo número para as deliberações, voltar-se-á às matérias, interrompendo-se o
orador que se encontra na tribuna.
No Senado e no Congresso
Esgotada a Ordem do Dia, o tempo que restar para o término da sessão será destinado,
preferencialmente, ao uso da palavra pelas lideranças e, havendo tempo, pelos oradores
inscritos que, no Senado, neste momento, dispõem de até vinte minutos para seu
pronunciamento.
Algumas votações são realizadas nesta fase da sessão no Senado. Alguns exemplos:
Uma sessão só não se realiza, no Senado, por falta de quorum, por deliberação do
Plenário, quando seu período de duração coincidir, mesmo que parcialmente, com o de
sessão conjunta do Congresso, ou por motivo de força maior, assim definido pela
Presidência da Casa.
No Congresso, ela não se realiza por falta de quorum ou por cancelamento por parte da
Presidência do Senado.
O Senado, nos sessenta dias que antecedem as eleições gerais, funciona de acordo com
o Regimento Comum, ou seja, suas sessões se realizam por convocação, como as
conjuntas do Congresso. Nesses dias, também o Período do Expediente ou a Ordem do
Dia podem ser dispensados, desde que ouvidas as lideranças.
TIPOS DE SESSÃO E MODALIDADES DE VOTAÇÃO
Veremos aqui que as sessões, tanto do Senado como as conjuntas do Congresso, podem
ser públicas ou secretas. As votações também podem ser públicas - o Regimento usa a
palavra "ostensivas" - ou secretas.
A maior parte das sessões é pública, ou seja, qualquer pessoa desarmada, ocupando em
silêncio o lugar que lhe é reservado, pode assistir tanto a uma sessão do Senado como
do Congresso, na Tribuna de Honra ou nas galerias. À imprensa é reservada uma
bancada própria.
A divulgação das sessões por reportagem fotográfica no recinto, por irradiação sonora ou
por filmagem e transmissão em televisão, dependem de autorização do Presidente do
Senado.
Das sessões será elaborada ata circunstanciada, que constará do Diário do Senado
Federal, tanto durante as sessões legislativas ordinárias como nas extraordinárias. Nos
períodos de recesso, haverá publicação sempre que houver matéria que assim justifique.
acordos de paz;
declaração de guerra;
suspensão de imunidade de Senador durante estado de sítio;
escolha de Chefe de Missão Diplomática - os Embaixadores; e
também para deliberar sobre requerimento que solicite sessão secreta do
Senado.
Antes de a sessão voltar a ser pública, o Plenário decide, por meio de debate e votação,
por maioria simples, se deseja que seja divulgado o nome do requerente e o assunto
tratado.
Caso o requerimento seja rejeitado, a matéria a que ele se refere será objeto de debates
em sessão pública.
As atas das sessões secretas são redigidas pelo Segundo-Secretário, assinadas pelo
Presidente e pelos Primeiro e Segundo-Secretários, colocadas em sobrecarta (envelope)
lacrada, que é rubricada pelos Secretários. Antes de a sessão voltar a ser pública, a ata é
votada com qualquer número.
As sessões são públicas, como regra, podendo também ser secretas, se assim deliberar o
Plenário, mediante proposta da Presidência ou de líder, prefixando-lhe a data.
O procedimento é o mesmo que para o Senado. O Presidente anuncia a existência do
requerimento, mas sem dizer seu autor nem sua finalidade, a qual só será divulgada
quando o Congresso já estiver trabalhando em sessão secreta.
Também as sessões do Congresso são registradas em ata. As atas das sessões públicas
são circunstanciadas; as das sessões secretas são redigidas pelo Segundo-Secretário. A
ata será submetida ao Plenário - que deliberará com qualquer número, antes de a sessão
voltar a ser pública, -, assinada pelos Membros da Mesa, e encerrada em "sim", "não" e
"abstenção".
Nas votações simbólicas, se algum Senador não concordar ou se tiver dúvida a respeito
do resultado, pode pedir, com o apoiamento de outros três Senadores, verificação da
votação. E a votação, que havia sido feita simbolicamente, passa agora a ser realizada
pelo painel eletrônico, nominalmente, para justamente verificar se o resultado
anteriormente anunciado corresponde à realidade.
Uma outra forma de uma matéria que deveria ser votada simbolicamente ser votada
nominalmente é através de requerimento pedindo sua votação nominal. Este deve ser
apresentado e votado antes de se passar à votação da matéria em si. Se aprovado, ela
não será submetida à votação simbólica, mas será realizada diretamente por processo
nominal.
Assim, os processos simbólico e nominal (no painel ou por chamada) de votação são
utilizados para votações ostensivas, ou seja, para as votações públicas.
Já nas votações secretas só se pode utilizar o sistema nominal, quer no painel, quer por
esferas, ou em cédulas, nas eleições. A diferença é que, nas votações públicas,
aparecem, no painel eletrônico, o nome do votante, seu voto e o resultado total da
votação. Nas votações secretas, aparecem tão-somente o nome do votante e o resultado
total. Não aparece a qualidade do voto.
A norma geral é que as sessões sejam públicas e as votações também. Mas numa sessão
pública pode haver votação pública ou votação secreta. E numa sessão secreta pode
haver votação secreta ou votação ostensiva (pública). Depende da matéria que está
sendo deliberada.
Resumindo:
SESSÕES
São públicas, como regra, podendo São secretas, obrigatoriamente, sempre que
também ser secretas, se assim deliberar o tiver que deliberar sobre:
Plenário (mediante proposta da Presidência acordos de paz;
ou de líder, prefixando-lhe a data). declaração de guerra;
suspensão de imunidade de Senador
durante estado de sítio;
escolha de Chefe de Missão Diplomática -
os Embaixadores
e também para deliberar sobre
requerimento que solicite sessão secreta do
Senado.
VOTAÇÕES
Iniciativa é o poder de propor a edição de uma regra jurídica nova. Tal poder pode ser
exercido individual ou coletivamente.
Iniciativa Individual
Presidente da República Proposta de emenda à Constituição, projeto de lei.
Projeto de lei, projeto de decreto legislativo, projeto de
Senador ou Deputado resolução, emendas diversas a outras matérias (salvo a
proposta de emenda à Constituição), requerimento.
Procurador-Geral da Projeto de lei de matéria atinente à sua competência
República, STF, Tribunais privativa.
Superiores
Iniciativa Coletiva
Senadores ou Deputados Proposta de emenda à Constituição, emendas à proposta
de emenda à Constituição; na mesma sessão legislativa,
projeto de lei ordinária rejeitado.
Senadores Projeto de resolução referente à competência tributária
dos Estados e do Distrito Federal.
Comissão Projeto de resolução referente às matérias estabelecidas
no art. 52 VI, VII, VIII, IX da Constituição; projeto de
resolução relativo à competência tributária dos Estados e
do Distrito Federal; projeto de lei, projeto de decreto
legislativo, projeto de resolução suspendendo a
execução no todo ou em parte de lei declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
Mesa Provocação à Casa, propondo a perda de mandato de
parlamentar.
Partido político Provocação à Casa, propondo a perda do mandato de
(representado no parlamentar.
Congresso)
Proposta de emenda à Constituição (mais da metade
Assembléias Legislativas delas, manifestando-se cada uma pela maioria relativa
de seus membros).
Cidadãos Projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada
um deles.
QUORUM DE VOTAÇÃO
A) PROJETO DE LEI
UNIDADE 6
Os projetos de lei que têm origem no Senado - os Projetos de Lei do Senado (PLS) - e os
projetos de lei que se originam na Câmara e vêm à revisão do Senado - os Projetos de
Lei da Câmara (PLC) - podem ser de lei ordinária ou de lei complementar. A Constituição
Federal explicita que dispositivos precisam ser complementados por um tipo ou outro de
lei. Na forma, sua maior diferença é o quorum de aprovação:
Uma vez emitido o parecer da Comissão, o projeto é enviado à Mesa para leitura no
Período do Expediente, quando é numerado e tem início o prazo de cinco dias úteis para
recebimento de emendas. Caso não existam emendas, o projeto está pronto para ser
incluído na Ordem do Dia, a fim de ser discutido e votado em turno único. Se receber
emenda, o projeto volta à Comissão ou às Comissões pelo prazo de quinze dias úteis (se
houver mais de uma Comissão a se manifestar, o prazo corre em conjunto) para receber
parecer sobre essas emendas. Dado o parecer, a matéria volta à Mesa para leitura e
pode, a partir daí, ser incluída na Ordem do Dia. Se o projeto for aprovado sem alteração
ou com alteração somente de redação, ele vai à sanção do Presidente da República. Caso
sofra alteração de mérito, essa alteração volta à Câmara para análise.
Como já foi dito, se o projeto for de lei ordinária, o quorum de votação é o de maioria
simples de votos. Se for de lei complementar, é de maioria absoluta.
Para encaminhar a redação oficial do que foi aprovado, quer para o Presidente da
República, quer para a Câmara, o Senado prepara autógrafos desse texto.
Então, autógrafo é o documento oficial que reproduz o que foi aprovado.
Caso não cumpram esse prazo, a matéria será incluída na Ordem do Dia e receberá
parecer em plenário.
Esgotado o prazo de quarenta e cinco dias sem que haja deliberação sobre o projeto,
quer numa Casa, quer noutra, a proposição é incluída na Ordem do Dia, sobrestando-se
a deliberação quanto aos demais assuntos (exceção feita às medidas provisórias, que
têm precedência) até que se ultime sua votação, que se dará por maioria simples, se for
projeto de lei ordinária, ou por maioria absoluta, se for de lei complementar.
Como todo projeto, este também é lido no Período do Expediente. Se a comissão tiver
competência sobre aquela matéria, como o projeto já é de Comissão, tem início o prazo
de cinco dias úteis para recebimento de emendas perante a Mesa. O projeto só voltará
para a Comissão que lhe deu origem caso receba emendas. Ela, então, terá que se
pronunciar a respeito das mesmas.
Se não receber emendas, ou após a leitura do parecer sobre as que tiver recebido, a
matéria encontra-se pronta para ser agendada na Ordem do Dia.
A Comissão, nesse caso em que tem poder terminativo, vota não o parecer, mas o
próprio projeto. Ela decide sobre a matéria e comunica o fato ao Presidente da Casa, que
dará ciência ao Plenário. Terá início, então, o prazo de cinco dias úteis para que 1/10 dos
Senadores (nove) possa apresentar recurso, no sentido de que a matéria venha a ser
apreciada pelo Plenário, acabando, desta forma, com o poder terminativo da Comissão.
Se não receber recurso, a matéria vai diretamente à Câmara, para que aquela Casa faça
revisão. Se receber recurso, tem início o prazo de cinco dias úteis para encaminhamento
de emendas à Mesa. Sem emendas, a matéria está pronta para a Ordem do Dia. Com
emendas, volta para a Comissão, para parecer sobre elas, como em todos os outros
casos que já estudamos. Dado o parecer pela Comissão, lido e numerado em plenário, o
projeto está pronto para a Ordem do Dia, quando é discutido e votado em turno único,
necessitando apenas de quorum de maioria simples para sua aprovação. Aprovado, vai à
Câmara dos Deputados para revisão.
PROJETO DE CÓDIGO
Os códigos são leis ordinárias e, como tais, são tratados por meio de projetos de lei que,
uma vez aprovados em ambas as Casas, são enviados à sanção do Presidente da
República. O projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, oportunidade em
que o Presidente designará uma comissão temporária composta de onze membros para
seu estudo e fixará o calendário de sua tramitação.
Essa comissão temporária se reúne primeiramente para eleger seu Presidente e Vice-
Presidente, sendo, em seguida, designado um relator-geral e tantos relatores parciais
quantos necessários. Ao projeto principal são anexados os outros que se encontrem em
tramitação e que envolvam a mesma matéria. As emendas são apresentadas perante a
comissão, que deve emitir parecer sobre todos os projetos e emendas.
Publicado o parecer e distribuído em avulsos, o projeto será incluído na Ordem do Dia
com exclusividade, obedecido o interstício regimental como nas demais matérias. Em
plenário, o projeto é discutido e votado em turno único de discussão e votação, aprovado
por maioria simples, em votação pública simbólica.
Tanto o projeto que tem início no Senado quanto o que vem da Câmara é lido no Período
do Expediente da sessão e despachado a uma ou mais Comissões. Com exceção do PDS
sobre radiodifusão, em regime de urgência constitucional, os demais PDS têm tramitação
normal, a menos que recebam urgência através de requerimento, como ademais pode
acontecer com outras matérias.
Uma outra matéria que tramita na forma de PDS diz respeito ao art. 49, XV: autorizar
referendo e convocar plebiscito. A Lei nº 9.709, de 18.11.98, dispõe que para dar início a
esse projeto é necessário que 1/3 dos Senadores o assinem. Quanto às demais etapas de
tramitação, equivale a um outro PDS em rito normal, com aprovação por maioria
simples.
Há outros casos de PDS, como por exemplo o destinado a sustar atos do Poder Executivo
(CF, art. 49, V). Depois de submetido à Comissão competente que emitirá parecer sobre
a matéria, esse parecer será lido em Plenário, numerado, e publicado no DSF e em
avulsos. A seguir, tem início o prazo de cinco dias úteis para que a Mesa receba
emendas. Se não houver emendas, o projeto está pronto para agendamento na Ordem
do Dia. Caso sejam apresentadas emendas, as Comissões deverão apresentar parecer.
Depois que o parecer tenha sido emitido, lido, numerado e publicado, observado o
interstício regimental de três dias úteis entre sua publicação e o início da discussão da
matéria, o projeto pode ser incluído na Ordem do Dia.
a) O RISF pode ser alterado por iniciativa de qualquer Senador ou da Comissão Diretora.
Como toda proposição legislativa, o projeto é lido no Período do Expediente. É aberto
prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas perante a Mesa. Havendo ou não
emendas, o projeto é remetido à CCJ e, em seguida, à Comissão Diretora (CDIR). Caso o
projeto seja de origem da própria CDIR, o projeto só voltará a ela se tiver recebido
emendas. Uma vez que já tenham sido dados os pareceres, eles são lidos no Período do
Expediente, numerados e publicados no DSF e em avulsos para distribuição aos
Senadores. Este é o procedimento usual. Decorrido o interstício regimental, o projeto
está pronto para ser incluído na Ordem do Dia para turno único de discussão e votação.
b) O RISF pode ser alterado ou reformado como um todo. Nesse segundo caso, é
constituída uma comissão temporária especial de Senadores aprovada pelo Plenário,
destinada a analisar e elaborar um projeto de resolução. Dessa comissão deverá fazer
parte um membro da Comissão Diretora. Uma vez lido o projeto em plenário, tem início o
prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à Mesa. Recebendo ou não
emendas, o projeto vai à CCJ e, se ali receber emendas, volta à Comissão Especial para
emissão de parecer. Os pareceres são lidos no Período do Expediente, numerados e
publicados. Depois do interstício regimental, o projeto pode ser agendado na Ordem do
Dia.
II. A CCJ apresenta projeto de resolução suspendendo, no todo ou em parte, lei
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, como conclusão de seu parecer
a um Ofício S (Senado) sobre a matéria que foi enviada ao Senado pelo STF. Essa
matéria tramita somente no Senado e tem caráter terminativo na CCJ.
Como toda matéria que tramita em rito terminativo, uma vez aprovada pela Comissão,
seu Presidente comunica o fato, através de ofício, ao Presidente da Casa, que dá ciência
ao Plenário, no Período do Expediente. Inicia-se o prazo de cinco dias úteis para
interposição de recurso por 1/10 de Senadores. Se não houver recurso, como a matéria é
de competência privativa do Senado, o Presidente da Casa promulga a resolução. Se
houver recurso, a matéria ainda deve ser apreciada pelo Plenário do Senado. Antes de ir
a plenário, abre-se prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à Mesa.
Sem emendas, passado o interstício regimental, o projeto pode ir para a Ordem do Dia.
Com emendas, volta à CCJ para, só depois do parecer emitido, lido, numerado e
publicado, ser incluído na Ordem do Dia.
Em todos esses casos, o procedimento é o mesmo que para outro projeto de resolução
advindo de conclusão de parecer. Lido no Período do Expediente, é numerado e
publicado, ficando sobre a Mesa para recebimento de emendas durante cinco dias úteis.
Com emendas, o projeto volta à CAE para parecer antes de ser agendado. Sem
emendas, já estará pronto para o agendamento.
Ainda sobre matéria financeira, a CAE apresenta PRS dispondo sobre limites globais e
condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, DF e
Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder público
federal; ou dispondo sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em
operações de crédito externo e interno; ou estabelecendo limites globais e condições
para o montante da dívida mobiliária dos Estados, DF e Municípios; ou, ainda, fixando
alíquotas máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer
bens ou direitos.
Uma vez lido o projeto no Período do Expediente da Sessão, e tendo em vista já ser ele
da Comissão, inicia-se o prazo para encaminhamento de emendas à Mesa. O projeto
somente voltará à CAE, se receber emendas. Caso contrário, já está pronto para a
Ordem do Dia, respeitado o interstício regimental.
No Senado, vinte e sete Senadores, no mínimo, são autores de uma PEC. Se algum
Senador apuser sua assinatura e especificar que é para apoiamento, essa assinatura não
é computada como de autor. Significa que o Senador apoia a iniciativa de se apresentar
uma proposta para debater determinado assunto, mas que não quer ser autor.
A PEC - quer de origem de Senador quer da Câmara dos Deputados - é lida no Período do
Expediente e despachada, individualmente, à Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania, que tem até trinta dias úteis para emitir seu parecer. Lá, seus membros
podem apresentar emendas. Caso a Comissão conclua seu parecer aprovando alguma
emenda, esta deverá conter também vinte e sete assinaturas.
Se a Comissão não emitir parecer no prazo nem requerer sua prorrogação, o Presidente
da Casa pode incluir a matéria na Ordem do Dia para que o relator designado pelo
Presidente profira oralmente o parecer.
O interstício entre o primeiro e o segundo turno é de, no mínimo, cinco dias úteis.
Vencido esse prazo, a PEC pode entrar na Ordem do Dia para um segundo turno de
discussão (três sessões ordinárias) e votação, sendo aprovada também por nova
deliberação por 3/5 de votos favoráveis. Durante a discussão, vinte e sete Senadores, no
mínimo, podem apresentar emendas que não envolvam o mérito. E o procedimento é o
mesmo para todas as matérias: sem emendas, pode ser votada em segundo turno; com
emendas, vai à CCJ para parecer, antes de ir à votação em segundo turno. A CCJ tem
cinco dias improrrogáveis para isso.
Se houver redação final (em caso de ter tido alteração), a CCJ apresenta a redação final
no prazo de três dias, a qual será votada com qualquer número, independentemente de
sua publicação.
Se a PEC for de origem do Senado, vai à Câmara para revisão. Se for de origem da
Câmara e tiver sofrido alteração, volta àquela Casa. Se não tiver sofrido alteração no
Senado, o Presidente do Senado convoca sessão solene do Congresso Nacional para que
as Mesas das duas Casas promulguem a emenda constitucional.
A matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa. Uma outra limitação constitucional a
respeito deste assunto é a proibição de que seja apresentada PEC tendente a abolir a
forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos
Poderes e os direitos e garantias individuais, que constituem as cláusulas pétreas, ou
seja, aquelas que não podem ser modificadas por meio das formas secundárias de
alteração constitucional (emenda ou revisão). Apenas o poder constituinte originário
(uma nova Assembléia Constituinte) teria competência para tanto.
adiamento da discussão;
adiamento da votação;
comparecimento de Ministro de Estado;
constituição de comissão temporária;
destaque para aprovação de emenda;
destaque para rejeição de dispositivo do projeto;
destaque para rejeição de emenda;
destaque para votação em separado de parte do projeto, de emenda ou de
parte de emenda;
dispensa de discussão;
dispensa de interstício e prévia distribuição de avulsos para inclusão;
da matéria em Ordem do Dia;
dispensa de publicação da redação final para a imediata apreciação pelo
Plenário;
encerramento da discussão;
esclarecimento sobre atos da administração da Casa;
extinção de urgência;
homenagem de pesar;
inclusão em Ordem do Dia de matéria em condições de nela figurar;
inclusão em Ordem do Dia de matéria sem parecer;
informações a serem prestadas por Ministros de Estado ou titulares de
órgãos diretamente vinculados à Presidência da República;
inversão da Ordem do Dia;
leitura de qualquer matéria sujeita a conhecimento do Plenário;
licença para exercer missão no País ou no exterior;
licença para tratar de interesses particulares;
Nas sessões conjuntas do CN a maioria dos requerimentos deve ser apresentada por
líderes.
Como não há previsão de requerimento de urgência, utilizam-se os regimentos
subsidiários,
ou seja, do Senado e da Câmara, nessa ordem.
A proposta pode ser apresentada por qualquer membro ou Senador à Comissão, com
específica indicação do ato e fundamentação da providência objetivada. (RISF, art. 102-
B, I)
G) INDICAÇÃO
H) PARECER
Os pareceres que vimos até agora são instrumento de instrução de outra matéria, não
têm vida própria. Os pareceres que constituem proposição legislativa devem ser
discutidos e votados.
I) EMENDA
São proposições secundárias que não têm vida própria, pois estão vinculadas a uma
proposição principal. Por isso, seguem o rito, o quorum e o tipo de votação dessa
proposição principal.
nas Comissões;
perante a Mesa;
no Plenário.
A PEC recebe emendas na CCJ, por seus membros, e, no Plenário, por 1/3 dos
Senadores.
A) VETO PRESIDENCIAL
Todos os projetos de lei, inclusive o de conversão de uma medida provisória, uma vez
aprovados pelo Poder Legislativo, são encaminhados ao Presidente da República para sua
manifestação. Este tem um prazo de até quinze dias úteis para manifestar-se, no sentido
do acordo (sanção) ou do desacordo (veto), que pode ser, neste último caso, total ou
parcial. Após o prazo mencionado, se o Presidente não se pronunciar, o projeto de lei é
considerado como tendo sido tacitamente sancionado (sanção tácita). Entretanto, o veto
deverá ser aposto em texto integral de artigo ou de parágrafo ou item, e nunca sobre
expressão.
A Constituição prevê prazo de trinta dias para que o Congresso decida sobre o veto, que
só pode ser rejeitado pela maioria absoluta de cada uma das Casas, em votação secreta.
Nesse caso, o Presidente do Senado comunicará o resultado da votação ao Presidente da
República, encaminhando-lhe o projeto para promulgação e publicação.
Se o veto, entretanto, não for apreciado pelo Congresso, em sessão conjunta, no prazo
de trinta dias, o § 6º do art. 66 da Constituição determina que as demais matérias sejam
sobrestadas, tais como os projetos de lei sobre temas orçamentários (LDO, LOA, PPA e
créditos).
Se for de iniciativa das Mesas, o Presidente do Senado convoca sessão conjunta para
iniciar sua discussão e votação em turno único, podendo qualquer parlamentar
apresentar emendas em plenário, até o encerramento da discussão. Se tiver emendas, o
projeto volta às Mesas para parecer sobre elas. Havendo concordância das Mesas, o
parecer pode ser único, com relator único. Uma vez emitido parecer, a matéria estará
pronta para a Ordem do Dia, em fase de votação.
Se for de iniciativa de parlamentares, o projeto vai às Mesas para parecer, que poderá
ser único. Após publicação, o projeto pode entrar na Ordem do Dia, recebendo emendas
também durante a discussão. Se tiver emendas, volta às Mesas para parecer, após o que
retorna ao plenário em fase de votação.
C) MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA
Assim, o projeto de PPA tem que estar no Congresso até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato do Presidente da República
(31 de agosto) e deve ser devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa ordinária (22 de dezembro) correspondente. O PPA tem vigência de quatro
anos. No primeiro ano de mandato, o Presidente da República trabalha com o Plano
Plurianual do Presidente anterior, e encaminha ao Congresso o seu próprio plano, que
vigorará durante os restantes três anos de seu mandato e durante o primeiro ano do
mandato do Presidente subsequente.
A LDO é uma lei que vigora durante um ano. O projeto deve ser encaminhado ao
Congresso até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro (15 de
abril) e o Congresso o devolve para sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa ordinária (17 de julho). Se o Congresso não deliberar sobre a matéria
até esta data, a sessão legislativa não é interrompida, ou seja, não há recesso
parlamentar até que se ultime a deliberação.
A LOA também é uma lei de vigência anual. O projeto correspondente deve ser
encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31 de
agosto) e devolvido à sanção até o encerramento da sessão legislativa ordinária (22 de
dezembro).
Quanto aos créditos adicionais, o prazo limite para que o Poder Executivo os envie ao
Congresso é estipulado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
A votação do projeto de lei é feita nos termos do parecer que vier da CMO, sendo ele
conclusivo e final com respeito às emendas, salvo requerimento para que elas sejam
submetidas ao Plenário do Congresso, devendo tal requerimento ser assinado por no
mínimo 1/10 de congressistas (60 assinaturas) e apresentado à Mesa do Congresso até o
dia anterior ao estabelecido para a discussão da matéria em plenário.
A CMO ainda examina as contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo, que inclui,
além das suas, as dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do
Poder Judiciário (STF, STJ, Tribunais Regionais Federais, Tribunais do Trabalho, Tribunais
Eleitorais, Tribunais Militares e as contas do Chefe do Ministério Público).
Uma vez editada pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União, a
Presidência da Mesa do Congresso Nacional dispõe de 48 horas para publicar e distribuir
os avulsos da proposição, e para designar a Comissão Mista que irá emitir parecer sobre
ela.
Caso a Comissão não emita seu parecer até o 14º dia, o processo será mesmo assim
encaminhado à Câmara. Neste caso, o parecer será oferecido em Plenário, pelo relator ou
pelo relator revisor.
A medida provisória tem vigência de 60 dias, sendo prorrogado esse prazo, pelo
Presidente da Mesa do Congresso Nacional, por igual período, caso não tenha sido
apreciada. Esses prazos não são contados durante o recesso parlamentar.
Se a Medida Provisória não for apreciada em 45 dias, entra em regime de urgência,
sobrestando todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
tramitando.
Caso o prazo de vigência, inclusive com a prorrogação, tenha se esgotado sem que tenha
havido apreciação, a Medida Provisória perde a eficácia, devendo o Presidente da Mesa
do Congresso comunicar o fato ao Presidente da República. Nesta situação, no caso de
ela ter sido rejeitada ou ainda no caso de se aprovar um projeto de lei de conversão, a
Comissão Mista deve elaborar um projeto de decreto legislativo regulando as relações
jurídicas decorrentes no período de sua vigência. Se o decreto legislativo não for editado
em até 60 dias após a rejeição ou a perda da eficácia da MP, essas relações jurídicas
continuarão sendo reguladas pela Medida Provisória, mesmo que ela não esteja mais em
vigor.
A Medida Provisória pode ser aprovada nos mesmos termos em que foi editada pelo
Presidente da República. Nesse caso, o Presidente da Mesa do Congresso a promulga e o
texto é enviado para publicação como lei.
Além disso, é vedada também a edição de MP referente a matéria que deva ser objeto de
lei complementar e de matéria que já tenha sido disciplinada em projeto de lei aprovado
pelo Congresso, que esteja pendente de sanção ou veto.
à sanção;
à promulgação;
à Câmara dos Deputados;
ao Senado Federal;
ao arquivo.
Toda vez que o Congresso Nacional aprova um projeto de lei, ele deve ser encaminhado
ao Presidente da República, nos termos do caput do art. 66 da Constituição, para sua
manifestação. Se estiver de acordo, o Presidente a sancionará; se não, no todo ou em
parte, o vetará total ou parcialmente. Para essa manifestação, o Presidente dispõe de
quinze dias úteis, a partir do recebimento da matéria no Palácio do Planalto.
O veto, entretanto, só poderá ser formal. Não existe veto tácito. E o Presidente tem, por
força da Constituição, que apresentar as razões pelas quais veta o projeto, que só
podem ser de duas ordens:
No caso de sanção tácita, o Presidente ainda dispõe de quarenta e oito horas para
promulgar a lei.
Se Sua Excelência não promulgar, enviará a lei ao Presidente do Senado, que dispõe de
outras quarenta e oito horas para promulgá-la; e, se este também não o fizer, o Vice-
Presidente do Senado o fará.
Existem outros casos de promulgação. Todas as matérias referentes aos arts. 49, 51, 52,
60, 62, 66 e 223 da Constituição são levadas à promulgação (sem serem submetidas à
sanção do Presidente da República):
E matérias de origem da Câmara que vêm ao Senado para revisão e aqui sofrem
alteração de mérito, voltam à Câmara para análise dessas alterações.
E as que têm origem no Senado que foram para a Câmara e lá sofreram alteração de
mérito, voltam ao Senado para análise dessas alterações.
A) INICIATIVA
O que é a “Iniciativa”?
É o poder de propor a edição de uma regra jurídica nova. A iniciativa pode ser:
O direito de Iniciativa:
Com relação à iniciativa popular dos Estados, a Constituição Federal legou à lei sua
disciplina (art. 27, § 4º, CF). Para os municípios foi atribuída à lei orgânica (art. 29, XI,
CF).
• supressiva;
• substitutiva;
• modificativa; e
• aditiva.
Acompanhe o quadro:
A Câmara dos Deputados ainda dispõe de emenda aglutinativa, que pode ser
apresentada em plenário, para apreciação em turno único, quando da votação da parte
da proposição ou do dispositivo a que ela se refira. É apresentada pelos autores das
emendas objeto de fusão, por um décimo dos membros da Câmara ou por líderes que
representem este número. Nas sessões conjuntas do Congresso Nacional, esse
instrumento propositivo pode ser utilizado tendo em vista ser o Regimento da Câmara
dos Deputados o 2º subsidiário do Regimento Comum do Congresso Nacional, em casos
de omissão deste, e o Regimento Interno do Senado Federal, o 1º subsidiário.
Sim, como vimos no quadro anterior, tal emenda recebe o nome de substitutivo. Caso
este seja oferecido por Comissão como conclusão de seu parecer, o substitutivo terá
preferência sobre o texto do projeto original no momento da votação.
C) INSTRUÇÃO
O que é um Parecer?
O Presidente de Comissão designa relator para emitir parecer sobre uma matéria que a
ela tenha sido despachada pelo Presidente da Casa. O relator tem a metade do prazo de
que dispõe a comissão para preparar e apresentar seu relatório, que é discutido e votado
(ressalvados os casos de matéria com caráter terminativo na comissão, quando é a
própria matéria que é votada). Para parecer sobre as emendas, a comissão dispõe de 15
dias úteis, como regra geral, exceção feita à proposta de emenda à Constituição, quando
a comissão dispõe de até trinta dias úteis. Os projetos de lei de código têm tramitação
especial, como já estudamos.
Após a leitura, e desde que a maioria da comissão se manifeste de acordo com o relator,
o relatório passará a constituir parecer da comissão. Se o relator for vencido, o
Presidente da comissão designará um dos membros que tenha votado com a maioria
para suceder-lhe. Se o relator for vencido em apenas parte de seu relatório sobre a
proposição ou emenda, poderá permanecer na relatoria, consignando-se o vencido,
pormenorizadamente, no parecer.
C) INSTRUÇÃO
Uma vez lido o relatório, antes de sua votação, qualquer senador membro da comissão
pode pedir vista do processo. O Presidente a concederá pelo prazo máximo de cinco
dias. Caso haja mais de um pedido de vista, o prazo corre concomitantemente, devendo
o Secretário da comissão preparar tantas autuações do processo quantas necessárias. Se
a matéria estiver em regime de urgência, a vista somente poderá ser concedida por meia
hora, no caso do art. 336, I, e por vinte e quatro horas, nos casos do art. 336, II e III.
Quando a proposição tiver prazo determinado, a vista, desde que não ultrapasse os
últimos dez dias, pode ser concedida pelo prazo máximo de vinte e quatro horas.
O Senador que pediu vista pode devolver o processo sem qualquer manifestação ou com
seu ponto de vista a respeito da matéria?
Sim, ele pode deixar de se pronunciar. Entretanto, poderá optar por apresentar
manifestação escrita sobre a matéria. A essa manifestação dá-se o nome de voto em
separado. Essa manifestação pode estar de acordo com o relator ou não, o que pode
resultar em proposta alternativa e/ou emendas. No momento da votação, o texto do
relator tem preferência. Caso seja rejeitado, passa-se à votação dos votos em separado,
se houver. Pode haver preferência para votação de um voto em separado sobre outro, ou
mesmo sobre o relatório do relator.
Nesse caso, o parecer será lacrado em sobrecarta rubricada pelo Presidente e pelo
Relator da matéria.
1. para as matérias orçamentárias, a CMO emite seus pareceres, que devem ser
publicados no Diário do Congresso Nacional ou nos Diários do Senado e da Câmara
separadamente;
2. para os vetos, a comissão mista designada emite relatório sobre eles;
3. para os projetos de resolução, as Mesas do Senado e da Câmara emitem cada
uma seu parecer ou podem emitir um único, caso se trate de alteração do Regimento
Comum - se o projeto de resolução versar sobre delegação legislativa, a comissão
mista composta para esse fim emite seu parecer.
As contas do governo e as Medidas Provisórias, apesar de serem analisadas e receberem
parecer de comissão mista, são discutidas e votadas em Casas separadas.
D) APRECIAÇÃO OU DELIBERAÇÃO
Muito dessa etapa do processo já foi estudado e ainda veremos mais adiante, na Unidade
6, quando tratarmos dos procedimentos gerais de votação.
Unidade 3
Estas são as últimas etapas do processo legislativo. Alguns autores as tratam como atos
administrativos. (Parte delas já estudamos na Unidade 12.)
Em resumo:
Ato essencial ao nascimento da lei. A sanção pode ser formal, que se exprime por ato
escrito, ou tácita, pelo silêncio que se origina pelo decurso do prazo constitucionalmente
definido de quinze dias úteis, sem veto.
O veto pode ser total ou parcial, sendo que, neste último caso, só poderá abranger texto
integral de artigo, parágrafo, inciso, alínea ou item, e deverá ser apreciado pelo
Congresso, que poderá superá-lo por maioria absoluta de votos de ambas as Casas, em
escrutínio secreto, em sessão conjunta. O veto parcial também pode ser rejeitado
parcialmente. O veto total é, no fundo, um conjunto de vetos parciais, nada impedindo,
portanto, que o Congresso reexamine cada parte dele, ratificando uns itens e rejeitando
outros (STF, Representação nº 1385. Relator: Ministro Moreira Alves).
No caso de rejeição de veto, compete ao Presidente da República e, se este não o fizer,
ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Senado, a promulgação da lei. Exemplo de
promulgação pelo Presidente do Senado de parte de lei vetada: Lei nº 7.712, de 22 de
dezembro de 1988.
Promulgação
- ato de natureza legislativa (há quem o defina como ato de natureza executiva), de
caráter obrigatório, que se situa entre a sanção e a publicação da lei, necessário e
indispensável para torná-la executória. Atesta, assim, sua existência e executoriedade.
ordinários ou normais;
abreviados;
sumários;
sumaríssimos;
especiais;
concentrados.
Havendo recurso para que o projeto venha a ser apreciado pelo Plenário, acaba o
caráter terminativo das comissões para esse projeto, que passará a tramitar, a partir de
então, em rito normal.
O procedimento sumário deve ser assinado por dois terços da composição do Senado ou
por líderes que representem esse número (54 Senadores). O requerimento é lido no
Período do Expediente da sessão e votado após a Ordem do Dia da mesma sessão. Se
aprovado o requerimento, a matéria a que se refere entrará na Ordem do Dia da
segunda sessão deliberativa ordinária subsequente à de sua aprovação para discussão e
votação. Se a matéria ainda não tiver sido instruída pelas comissões, o parecer será
proferido oralmente em plenário por relator designado pelo Presidente da Casa. Nesse
caso, o prazo de emendamento é até o encerramento da discussão, e o parecer deverá
também ser proferido em plenário, podendo o relator solicitar prazo de vinte e quatro
horas para tanto. No procedimento de votação, o Presidente poderá, se achar necessário,
adiar por vinte e quatro horas, para seu preparo.
O procedimento sumário, nos termos do art. 336, III, é destinado a matérias que não
tenham parecer. Deve ser assinado por um quarto da composição do Senado (21
Senadores), ou líderes que representem esse número. É lido no Período do Expediente da
sessão e incluído na Ordem do Dia da sessão seguinte. Uma vez aprovado, a matéria
será incluída na Ordem do Dia da quarta sessão deliberativa ordinária subsequente à da
aprovação do requerimento, devendo o parecer ser proferido até a véspera. As emendas
são apresentadas em plenário até o encerramento da discussão e, neste caso, a matéria
sai da pauta daquela sessão para a ela retornar na quarta sessão deliberativa ordinária
subsequente, já em fase de votação, devendo o parecer ser apresentado até a véspera
da quarta sessão.
A matéria em regime de urgência só sai da Ordem do Dia caso venha a ser extinta essa
urgência, por meio de um requerimento nesse sentido aprovado pelo Plenário.
"Art. 155 - Poderá ser incluída automaticamente na Ordem do Dia para discussão e
votação imediata, ainda que iniciada a sessão em que for apresentada, proposição que
verse sobre matéria de relevante e inadiável interesse nacional, a requerimento da
maioria absoluta da composição da Câmara..." (no caso de sessão conjunta interpreta-se
maioria absoluta de ambas as Casas)... "ou Líderes que representem este número,
aprovado pela maioria absoluta dos Deputados, sem a restrição contida no § 2º do artigo
antecedente"(limite do número de requerimentos por sessão).
Historicamente têm origem na Inglaterra, por volta de 1340. Hoje em dia, têm-se
desenvolvido na grande maioria dos parlamentos.
3. Comissões mistas permanentes - A Constituição, em seu art. 166, § 1º, prevê uma
comissão mista permanente destinada a analisar matérias orçamentárias.
Nos cinco dias úteis que se seguirem à designação das comissões, elas se reunirão para
instalar seus trabalhos e elegerem Presidente e Vice-Presidente, que exercerão essas
funções por dois anos (no caso das comissões permanentes), assim como os membros
da Mesa.
As comissões internas são criadas também por requerimento, para estudo de alguma
matéria, assim como as externas, que podem ser criadas por proposta do Presidente ou
a requerimento de comissão ou de qualquer Senador, devendo o requerimento ser
aprovado pelo Plenário. Deve constar do requerimento o objetivo da comissão e o
número dos respectivos membros.
O Poder Legislativo, além de suas funções legislativa e fiscalizadora, ainda está dotado
de uma função inquisitiva, exercida, esta última, por intermédio de comissão
parlamentar de inquérito, tanto em cada Casa separadamente, como no Congresso
Nacional em conjunto.
As CPMI são requeridas por um terço dos membros da Casa respectiva ou de cada uma
das Casas, para apurar fato determinado, e funcionam por prazo certo. Têm poderes de
investigação próprios de autoridades judiciais. Para tanto, as CPMI podem convocar
pessoas a prestarem depoimentos, determinar diligências, inquirir testemunhas,
requisitar documentos. Suas conclusões, se for o caso, são encaminhadas ao Ministério
Público para que promova a responsabilidade civil ou penal dos infratores.
A Lei nº 1.579, de 1952, dispõe sobre as CPIs e remete também ao Código de Processo
Penal. A Lei nº 10.001, de 2000, "dispõe sobre a prioridade nos procedimentos a serem
adotados pelo Ministério Público e por outros órgãos a respeito das conclusões das
comissões parlamentares de inquérito".
Esta comissão não é paritária. É composta por sete Senadores, igual número de
Suplentes, e por dezesseis Deputados e igual número de Suplentes.
Esses requerimentos são lidos e votados quando da apreciação do texto principal, que,
nesse caso, é o texto do substitutivo.
Criado pela Lei nº 9.883, de 07/12/99, através de seu art. 6º, que dispõe:
"art.6º - O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos
pelo Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em ato do Congresso Nacional.
3. Corregedoria Parlamentar
4. Procuradoria Parlamentar
1. Agora, vamos estudar sobre este tipo de proposição. Ele vem como Unidade 2 logo
depois dos projetos de lei do Senado, de autoria de Senador, que gerarão leis ordinárias,
porque têm o mesmo rito de tramitação, ou seja, têm caráter terminativo nas comissões.
2. Ao STF compete declarar a inconstitucionalidade de uma lei, ou parte dela. Ele pode
exercer essa atividade quer através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN),
ou por meio de controle indireto, como por exemplo ao julgar um Recurso Extraordinário
ou um Mandado de Segurança (art. 52, X – CF). No controle indireto, depois de o
Supremo se pronunciar definitivamente sobre o assunto, seu Presidente comunica o fato
ao Presidente do Senado, encaminhando toda a documentação necessária para o exame
da matéria. E este exame é uma competência privativa do Senado, ou seja, não vai ser
analisado pela Câmara dos Deputados. Importante frisar que ADIN não é analisada pelo
Senado; somente a decisão do Supremo oriunda de controle indireto ou incidental de
constitucionalidade.
3. Assim que todo esse material chega à Secretaria-Geral da Mesa, depois de conferido,
vai ao Protocolo Legislativo para formar o processo físico – capear, numerar as páginas,
colocar as folhas iniciais para o registro futuro de todas as ações do processo, no Boletim
de Ação Legislativa – BAL.
4. Lido no Período do Expediente da sessão, o Ofício, que toma o nome de Ofício “S” (“S”
de Senado), é numerado e vai ao exame da CCJ, que tem o prazo de 20 dias úteis para
dar seu parecer.
5. O Presidente da Comissão designa um Relator dentre os Senadores membros, que terá
a metade do prazo da comissão, para apresentar seu relatório. É assim com todos os
processos. Esse relatório, além do histórico (tudo que aconteceu com aquela matéria), da
análise e do voto, conclui apresentando um projeto de resolução, no caso de se querer
suspender a execução daquela lei ou daquela parte da lei. Se a conclusão for no sentido
de não se suspender a execução da lei, então não há que se preparar projeto algum.
6. Uma vez aprovado o projeto pela CCJ, seu Presidente encaminha ofício ao Presidente
do Senado comunicando o que a Comissão decidiu.
7. Em qualquer caso – com ou sem projeto de resolução – uma vez lido no Período do
Expediente o ofício do Presidente da CCJ, fica aberto o prazo de 5 dias úteis para
apresentação de recurso, no sentido de que a matéria venha a ser apreciada também
pelos Senadores em Plenário. Repare que é o mesmo procedimento utilizado para os
projetos de lei do Senado, constante da Unidade 1, que também tramitam com caráter
terminativo nas comissões.
8. Se não tiver recebido recurso, a matéria ou vai para o Arquivo, no caso de a CCJ ter
decidido pela não suspensão, ou vai ser promulgada Resolução do Senado, fruto do
projeto de resolução da CCJ.
9. Mas, se houver recurso, o projeto de resolução ou o parecer da comissão será incluído
em Ordem do Dia para apreciação. E o que o Plenário decidir será a decisão final do
Senado.
10. Se o Senado suspender a execução da lei, essa decisão passa a ter efeito erga
omnes, ou seja, para toda a sociedade brasileira. Caso contrário, vale apenas para
aquele caso concreto examinado pelo Supremo no Recurso Extraordinário ou em outra
decisão incidental.
11. As matérias que estudamos nas Unidade 1 e 2 são as duas que, regimentalmente,
têm tramitação terminativa no âmbito das comissões. Outras matérias podem receber
este caráter terminativo, a juízo do Presidente do Senado, após ter ouvido as lideranças
partidárias. São elas:
- tratados ou acordos internacionais;
- autorização para a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e
lavra de riquezas minerais em terras indígenas;
- alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
hectares;
- projetos de lei da Câmara de iniciativa de deputado que tiveram sido aprovados, em
decisão terminativa, por comissão daquela Casa; e
- indicações e proposição diversas.
Não podem absolutamente ter caráter terminativo nas comissões os projetos de
resolução que alterem o Regimento Interno, os projetos de resolução que tratem de
matéria financeira, as propostas de emenda à Constituição e os projetos de lei
complementar.
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
1. Embora não conste do Regimento Interno do Senado, foi aprovado pelos Senadores,
em Plenário, o Parecer nº 34, de 2003, da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania,
que determina que os projetos de decreto legislativo sobre concessão, permissão ou
autorização de rádio e tv serão apreciados terminativamente pela Comissão de Ciência,
Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (Res. nº 1/07) , mas que, para
obedecer a Constituição, seguirão um calendário especial.
2. A história desse tipo de projeto começa longe do Congresso Nacional. Um grupo de
pessoas deseja a concessão de um canal de rádio ou tv. Organizam-se em empresa,
montam uma programação, equipam-se com o instrumental necessário ao
funcionamento, seguindo as normas do Ministério das Comunicações. Com toda essa
documentação, dão entrada do processo no Ministério – podendo, inclusive, já começar a
funcionar provisoriamente. Essa documentação, junto com uma Exposição de Motivos do
Ministro, vai ao Presidente da República, que baixa um decreto concedendo autorização
de funcionamento.
3. O Presidente da República, então, encaminha à Câmara dos Deputados sua
Mensagem, submetendo à apreciação do Poder Legislativo o assunto. Lá na Câmara, os
Deputados preparam e aprovam um projeto de decreto legislativo e, depois, o enviam ao
Senado.
4. No Senado, o projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, e o Presidente
da Casa despacha a matéria para a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação,
Comunicação e Informática (Res. nº 1/07), que é a única a analisar esse tipo de projeto.
5. Quando a Câmara envia essa documentação, ela está toda solta. E não só neste caso,
como em qualquer outra proposição. Então, antes de ler no Plenário, o Protocolo
Legislativo – PLEG, como chamamos – prepara o processado, numera as folhas, coloca as
folhas para o registro das ações legislativas – BAL, e tudo o mais necessário para a
existência física do processo.
6. Já tudo pronto e lido o projeto, ao chegar na CCT, o Secretário da Comissão conversa
com o seu Presidente para saber quem será o Relator, ou Relatora. Isso acontece com
todas as matérias.
7. Como é terminativo, fica aberto o prazo de 5 dias úteis para que todos os Senadores,
membros ou não da comissão, apresentem suas emendas.
8. De posse do processo todo, o Relator prepara seu relatório até o 25º dia, contado do
recebimento do projeto pelo Senado;
9. Esse relatório, uma vez apresentado perante a Comissão, é discutido e votado. Isso,
se nenhum dos senadores do Colegiado pedir vista do processo. Se pedirem, o secretário
da Comissão prepara tantas cópias quantos forem os senadores que pediram vista. O
prazo máximo é de 5 dias úteis, correndo simultaneamente para todos. (Ver o item 10 da
Unidade 1)
10. A vista é um procedimento que só acontece nas comissões. No Plenário não há vista
de processo. Ela serve para que o Senador possa conhecer mais sobre o tema, possa ver
os documentos que fazem parte do processo, enfim, serve para ele se inteirar melhor do
assunto.
11. Mas, se não houver vista, o relatório pode ser votado no mesmo dia em que for
apresentado, depois da discussão.
12. As votações das proposições que têm caráter terminativo são sempre feitas pelo
processo nominal. Isso quer dizer que o Presidente da Comissão chama cada membro
titular e, na ausência de algum deles, vai chamando os suplentes necessários, marcando
a qualidade do voto: “sim”, “não” ou “abstenção”. Estando presente a maioria absoluta
da comissão, está aprovado o relatório se obtiver a maioria dos votos. A CCT, por
exemplo, tem 17 membros. A maioria absoluta é 9. Então, estando presentes 9
senadores, serão necessários 5 votos “sim”. Se estiverem presentes 11 membros, serão
necessários 6 votos “sim”. É o que se chama de maioria simples, ou relativa (em relação
ao número de presentes).
13. Esse é o quorum regra geral para aprovação das proposições. A Constituição (art.47)
é quem determina. Quando ela “quer” qualificar um outro quorum para aprovação, está
escrito.
14. Vamos aproveitar este momento e estudar como se calcula a maioria simples.
Lembrando que serve para toda vez que se falar neste quorum. A definição é: a maioria
de votos, presente a maioria absoluta da composição do colegiado (comissão, plenário).
Primeiro, então, temos que calcular a maioria absoluta. O Supremo Tribunal Federal já
definiu o que é maioria absoluta: o número inteiro imediatamente superior à metade ou
à metade fracionada. Tomando como exemplo a CCT: 17 membros. A metade = 8,5. O
número inteiro imediatamente superior é 9. Então, a maioria absoluta da CCT é 9.
Agora, vamos calcular a maioria de votos. Usando este mesmo raciocínio, dividimos este
9 por 2 = 4,5. O número inteiro imediatamente superior à metade é 5.
No outro exemplo. Estando presentes 11 senadores, que é mais que a maioria absoluta
da comissão, quanto será a maioria dos votos? Dividindo 11 por 2 = 5,5. O número
inteiro imediatamente superior é 6.
Por isso é que se chama de maioria relativa. É relativa ao número dos presentes e não ao
número total da composição do colegiado.
Lembrem-se de que isso vale para todos os casos em que se falar de maioria simples ou
relativa.
15. Depois desse hiato, voltemos para o nosso projeto de decreto legislativo.
16. Aprovado o relatório na CCT, como em todos os casos de matéria que tramita em
caráter terminativo nas comissões, o seu Presidente envia um ofício ao Presidente da
Casa comunicando o que foi feito e encaminha o parecer. Relembrando: quando o
relatório é aprovado, se transforma em parecer da comissão.
17. Esse ofício é lido no Período do Expediente, o parecer é publicado no Diário do
Senado e em avulso, para distribuição aos Senadores.
18. O que vem agora? O prazo de 5 dias úteis para que 1/10 dos Senadores, se
quiserem, apresentem recurso para que o projeto venha a ser apreciado também pelo
Plenário e não somente pela comissão.
19. Se, passado esse prazo, não tiver recebido recurso, vai ser promulgado o Decreto
Legislativo correspondente. Esse decreto é publicado no Diário Oficial da União e no
Diário do Senado Federal.
20. Mas, se tiver recurso, ele vai ser discutido e votado no Plenário também.
21. Antes, porém, abre-se o prazo de 5 dias úteis, perante a Mesa, para emendamento.
Sem emendas, a matéria está pronta para ser agendada para a Ordem do Dia, para
discussão e votação. Se tiver recebido emenda, vai novamente para a CCT, para que se
emita o parecer sobre ela.
22. Lá, o relator é, de preferência, o mesmo que já tinha feito o relatório sobre o projeto.
Ele prepara, agora, relatório sobre a emenda. Já falamos sobre isso no item 19 da
Unidade 1. É uma regra do Regimento.
23. A Comissão vota esse relatório que, se aprovado, transforma-se no parecer.
24. Como em todos os casos, o parecer é lido no Período do Expediente da sessão,
numerado e publicado no Diário do Senado e em avulsos. Agora, então, o projeto, com a
emenda, está pronto para ser agendado. O caminho que o projeto teve que percorrer,
neste caso, ficou mais longo.
25. Aprovado, o decreto legislativo oriundo desse projeto vai ser promulgado e publicado
do Diário Oficial da União e no Diário do Senado. Aprovado o decreto legislativo e a
emenda, esta será ainda submetida à apreciação da Câmara dos Deputados.
26. Reparem que é o decreto legislativo que vai ser promulgado e não o projeto de
decreto legislativo. É isso mesmo. Vamos estudar, neste momento, os instrumentos de
sanção/veto, promulgação e publicação.
27. A sanção ou o veto pertencem ao Presidente da República. A sanção é a
manifestação favorável do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado no Poder
Legislativo. O veto, ao contrário, é a manifestação desfavorável. Este pode ser total ao
projeto ou parcial. Para essa manifestação – favorável ou contrária – o Executivo dispõe
de 15 dias úteis. Nesse tempo ele sanciona formalmente, explicitamente o projeto, que
se transforma em lei, ou o veta. O veto é sempre formal. Se passar esse tempo – 15 dias
úteis – e o Presidente não se manifestar, o seu silêncio importa em sanção. É a sanção
tácita. Uma observação: não existe veto tácito; ele é sempre formal – repito. De toda
forma, o projeto vira lei. Então, a sanção transforma um projeto de lei em lei.
28. A promulgação não acontece sobre um projeto; ela é sempre sobre uma norma
posta, ou seja, uma lei, um decreto legislativo, uma resolução. A sua função é “dizer” da
existência e da validade daquela norma, ou seja, é uma certidão de existência e validade.
A lei é válida e vai produzir seus efeitos, após ser publicada.
29. Recapitulando: a sanção acontece sobre um projeto de lei; a promulgação, sobre
uma lei ou um decreto legislativo ou uma resolução.
30. E a publicação? É ela o marco a partir do qual se conta a vigência da norma. Muitas e
muitas vezes, o último artigo da norma dispõe assim: “Esta lei (Esta resolução) (Este
decreto legislativo) entra em vigor na data de sua publicação” Ou: “Esta lei (Esta
resolução) (Este decreto legislativo) entra em vigor noventa dias após a sua publicação.”
Então, a publicação é um marco. A partir daí a norma (lei, resolução, decreto legislativo)
começa a produzir os efeitos na sociedade brasileira. Se não tiver nada escrito sobre a
entrada em vigor, aplica-se a Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), que dispõe que as
normas jurídicas entram em vigor quarenta e cinco dias após sua publicação.
PROJETO DE LEI ORDINÁRIA DA CÂMARA - PLC
1. O que quer dizer este título todo? Que se trata de um projeto de lei cuja iniciativa é do
Presidente da República, para o qual ele solicitou o rito de urgência definido no § 1° do
art. 64 da Constituição:
“Art. 64............................................................................................
§ 1º. O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de
sua iniciativa.
§ 2º. Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se
manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco
dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
.............................................................................................”
2. O Presidente da República envia uma mensagem à Câmara dos Deputados,
encaminhando o projeto de lei, solicitando que ele tramite com o prazo de 45 dias
naquela Casa e 45 dias no Senado. Dias corridos; não dias úteis. E manda para a
Câmara, porque esses projetos têm sua tramitação iniciada lá.
3. Após a aprovação do projeto na Câmara, ele vai ao Senado para revisão. Mas se tiver
sido rejeitado naquela Casa, vai ao arquivo sem o exame do Senado.
4. Caso a Câmara não delibere sobre o projeto, aprovando ou rejeitando, no prazo de 45
dias, ele passa a sobrestar toda a pauta daquela Casa, ou seja, só se delibera outra
matéria legislativa após a deliberação final daquele projeto. É este o significado da
expressão “a pauta fica sobrestada”. A exceção é para as medidas provisórias, que
entram na pauta em primeiríssimo lugar.
5. O prazo do Senado só começa a contar depois de sua leitura no seu plenário. Antes
dessa leitura, como para os demais projetos e as propostas de emenda à Constituição
que vêm da Câmara, o material vai para o Protocolo Legislativo para preparar o processo
todo. O processado, como o chamamos. E é nesse Setor que ele recebe sua numeração
no Senado. Porque as matérias todas que devem tramitar no Senado e na Câmara – ou
vice-versa – recebem um número diferente em cada uma das Casas. É o respeito pelo
princípio da autonomia de cada Casa Legislativa.
Por exemplo: O Projeto de Lei da Câmara n° 23, de 2003, que autoriza a União a
conceder indenização a José Pereira Ferreira”, tramitou na Câmara sob a denominação de
PL nº 331, de 2003. O projeto é o mesmo.
6. Uma vez dada leitura do projeto em plenário, o Presidente do Senado o despacha para
uma ou mais comissões.
7. Se ele for para mais de uma comissão, a Secretaria-Geral da Mesa prepara tantas
autuações (cópias) do projeto quantas forem as comissões de despacho, porque o prazo
para dar parecer corre concomitante. Para os outros projetos, que tramitam em rito
normal, o prazo da segunda comissão só começa a contar a partir do real recebimento do
projeto naquele Órgão.
8. As comissões têm 25 dias para emitir seus pareceres. O relator tem a metade deste
prazo para apresentar seu relatório.
9. Este é um projeto que só recebe emendas perante a primeira comissão de despacho,
nos 5 primeiros dias úteis. Assim, se o projeto tiver sido despachado para as Comissões
de Assuntos Econômicos, Assuntos Sociais e de Serviços de Infra-Estrutura, por exemplo,
as emendas de todos os Senadores – e não apenas dos membros da comissão – deverão
ser apresentadas perante a Comissão de Assuntos Econômicos. O Secretário desta
Comissão coloca o original no seu processado e envia cópias para as outras. Não se
esqueçam de que o prazo das comissões corre concomitante, e elas devem falar sobre o
projeto e sobre as emendas.
10. Uma vez aprovado o relatório, que se transforma em parecer da Comissão, é enviado
para a Secretaria-Geral da Mesa, como de hábito para todos os processos, para preparar
a leitura do parecer em plenário.
11. Se a ou as comissões não emitirem o parecer neste prazo, até o 25º dia, o projeto é
devolvido para a Secretaria-Geral, sem parecer. A partir do 35º dia ele vai constar da
Ordem do Dia, e recebe parecer em plenário, por relator designado pelo Presidente da
Casa. Este relator pode pedir prazo de 24 horas para emitir seu parecer.
12. Se o Senado não apreciar o projeto até o 45º dia, no 46º ele começa a sobrestar a
pauta de votações. Isso quer dizer que não se delibera mais nada enquanto ele não for
votado. Sobrestar ou trancar a pauta é o mesmo.
13. Como é um projeto de lei da Câmara, a regra é a mesma que para os outros PLCs.
Se o Senado aprovar sem emendas ou somente com emendas de redação, vai à sanção
do Presidente da República. Se tiver emenda de mérito, aquela que modifica o sentido do
projeto, então volta para a Câmara. E o procedimento é o mesmo.
14. Vejam que o processo legislativo tem uma lógica que se repete, com algumas
variações dependendo da necessidade da matéria. Aos poucos, vamos vendo outras
tramitações e introduzindo outros conceitos de processo.
15. Importantíssimo neste tipo de projeto é o prazo de emendas único, logo no início da
tramitação dele, nas comissões. Este projeto não recebe emendas nem perante a Mesa
nem em Plenário.
16. Outra informação-chave: as emendas não são nem discutidas nem votadas em
Plenário. O que as comissões decidirem sobre elas está decidido. Se algum Senador
quiser trazer algumas delas para o Plenário, é preciso fazer um recurso.
PROJETO DE LEI DO SENADO
(Lei Complementar) (Autoria: Senador)
OU
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
(autoria: Senador)
1. Reparem que, nesta mesma Unidade, vamos estudar dois tipos de projetos bastante
diferentes. E isso é possível, porque a tramitação é igual. Lembrem-se de que há uma
lógica dentro do processo legislativo.
2. Como todas as matérias, o projeto tem início com sua leitura, em plenário, no Período
do Expediente de uma sessão. Numerado, publicado, organizado o processado físico, é
despachado pelo Presidente da Casa a uma ou a mais de uma comissão.
3. E lá? Já sabemos que o Presidente da Comissão designa um relator, que tem a metade
do prazo da comissão. Se for para a CCJ, ela tem 20 dias úteis; se for para outra
comissão, cada uma tem 15 dias úteis. O Relator, a metade.
4. Os membros da comissão onde estiver o projeto podem apresentar emendas.
Somente eles porque, como este projeto vai ser apreciado pelo Plenário, os demais
senadores poderão emendá-lo perante a Mesa, após a leitura do parecer, como tantos
outros projetos.
5. Vamos aproveitar este assunto e estudar o tema “prazo da comissão”. Quem
acompanha os trabalhos do Poder Legislativo pode estranhar esses prazos bastante
curtos das comissões e vê que, às vezes, há projetos que passam por lá muito mais
tempo que isso. Pode acontecer mesmo. Como?
6. Se a Comissão não puder emitir seu parecer dentro do prazo do Regimento, seu
Presidente encaminha um ofício ao Presidente da Casa comunicando que o prazo será
prorrogado por igual período. Este ofício é lido no Período do Expediente e vai à
publicação. A prorrogação é automática. Se a comissão precisar de mais tempo, a ou as
prorrogações não serão mais automáticas. A comissão precisa apresentar requerimento
solicitando prazo, que virá dito nesse documento, que precisa ser aprovado pelo Plenário.
7. Ainda sobre prazo da comissão, o Regimento Interno prevê que ficará suspenso pelo
encerramento da sessão legislativa, continuando a correr na sessão legislativa imediata.
8. O prazo ficará renovado com o início de nova legislatura ou por designação de novo
relator. Quer dizer, recomeça a contagem.
9. Então, em alguns casos, o prazo fica suspenso, retomando a contagem do ponto em
que havia parado; em outros casos, o prazo se renova, ou seja, recomeça a contagem do
primeiro dia.
10. Voltando à tramitação dos nossos projetos. Na comissão, quando o parecer estiver
aprovado, o Presidente desse órgão envia o processo todo para a Secretaria-Geral da
Mesa. Para quê? Para a preparação da leitura do parecer no Período do Expediente da
sessão. Na seqüência da leitura, numeração, publicação no Diário do Senado e em
avulsos.
11. Mais uma vez a aplicação da lógica do processo legislativo. Depois da leitura do
parecer, abre-se prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa.
Sem emendas, o projeto está pronto para ser agendado para constar da Ordem do Dia.
Quem define a pauta da Ordem do Dia é o Presidente do Senado.
12. Se tiver emenda, volta para a ou as comissões, para parecer sobre elas. Lá na
comissão, o procedimento é o mesmo: o relator, que preferencialmente é o mesmo que
já deu parecer sobre o projeto, vai falar sobre a oportunidade – ou não – de se acatar as
emendas.
13. E depois? Aplicando a lógica – sempre – o Presidente da comissão devolve o
processado para a Secretaria-Geral da Mesa, que vai preparar a leitura do parecer em
plenário, no Período do Expediente, numerado e publicado.
14. E o que é “preparar a leitura do parecer”? Na Secretaria-Geral da Mesa, verificam-se
alguns detalhes formais como, por exemplo, se o número de assinaturas corresponde à
maioria da comissão, se os votos estão corretos, se os BALs (Boletim de Ação
Legislativa) estão dentro do que o Regimento determina, com informações corretas. Às
vezes é preciso solicitar à Secretaria de Taquigrafia as notas taquigráficas para dirimir
alguma dúvida sobre a reunião da comissão. Elas são juntadas no processo. Verifica-se
também se o texto que vem da comissão está dentro das normas de redação definidas
na Lei Complementar nº 95, de 1998. E também se se encaixa na legislação já existente,
se está revogando alguma outra lei. É preciso também anexar a legislação citada no
parecer. Enfim, é uma análise prévia, para que a norma que pode sair desse projeto
esteja correta.
15. Só depois dessa análise, que não é feita por uma pessoa apenas, mas é um trabalho
de várias pessoas, é que o parecer vai ser lido em plenário.
16. Essa expressão “vai ser lido” não significa que ele será lido na íntegra. Há o anúncio
de sua publicação. Quem estiver interessado poderá lê-lo no Diário do Senado ou em
avulso.
17. Como regra geral, depois da publicação do parecer o Presidente do Senado abre o
prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa. Todos os
Senadores que o desejarem poderão apresentar emendas ao projeto. Essas emendas
podem alterar o mérito ou apenas a redação.
18. Se não houver emenda, o projeto está pronto para ser agendado para a pauta da
Ordem do Dia de uma sessão. Ele vai seguir um cronograma de agendamento.
Lembramos que é da competência do Presidente do Senado determinar as matérias que
devem constar da pauta.
19. Se houver emenda, o processo volta para a comissão ou as comissões do despacho,
para que elas apresentem seu parecer sobre essa emenda.
20. O procedimento não é ir para uma comissão e depois para a outra, mas o prazo, que
é de 15 dias úteis, é contado simultaneamente, ou seja, é prazo único para todas as
comissões.
21. A ou as comissões, ao se manifestarem sobre a emenda, poderão reunir a matéria da
proposição principal, ou seja, do projeto e da emenda (ou das emendas) que tiver
recebido parecer favorável num único texto, fazendo inclusive os acréscimos e alterações
que visem ao seu aperfeiçoamento. Esse procedimento pode ser utilizado para qualquer
proposição que esteja no mesmo caso.
22. Uma vez aprovado o parecer na comissão, o processo volta à Mesa para que seja
feita sua leitura, em plenário. E o procedimento é o mesmo: numerar, publicar.
23. Agora, o projeto está pronto para ser agendado para inclusão na pauta da Ordem do
Dia.
24. Uma vez na Ordem do Dia, o projeto vai ser discutido e votado em turno único. Mas
pode haver alguns procedimentos que alterem esse rito. E vamos aproveitar essas
matérias para estudar um pouco sobre esses procedimentos.
25. Qualquer Senador, durante a discussão do projeto, pode apresentar um
requerimento solicitando adiamento da discussão para que:
a) ela venha a ser feita em outra sessão;
b) ou para que a comissão que a examinou a reexamine, tendo em vista o surgimento de
fatos novos. Neste caso, o requerimento deve vir com a devida justificativa;
c) ou, ainda, para que uma comissão que não tenha examinado o projeto, e que tenha
dentro de suas competências oferecer parecer sobre o assunto que está sendo tratado no
projeto, possa vir a dar seu parecer;
d) ou para realizar alguma diligência necessária ao bom estudo do projeto.
26. No primeiro caso, o prazo da outra sessão não pode ser superior a 30 dias úteis, bem
como só podem ser apresentados até dois requerimentos nesse mesmo sentido. Isso é
para evitar que haja uma protelação na apreciação do projeto. O segundo requerimento
não pode pedir o adiamento por prazo superior ao do primeiro requerimento.
27. Mas o Regimento Interno do Senado não impede que haja, por exemplo, dois
requerimentos de adiamento da discussão para ser feita em outra sessão e, depois, um
outro requerimento pedindo a audiência de outra comissão, e mesmo o reexame da
comissão.
28. Como podemos deduzir, são procedimentos que podem tanto levar a um amplo
estudo da matéria como também podem ser usados para atrasar sua apreciação. Ou,
também, ter tempo para possíveis negociações e acordos úteis à boa aplicação posterior
da norma jurídica que daí surgir. E ainda tantas outras motivações.
29. Um outro procedimento é o adiamento da votação, para os mesmos fins e pelos
mesmos motivos que o adiamento da discussão.
30. Quando o projeto vai novamente para o âmbito das comissões, ele pode voltar para o
plenário com a ratificação do parecer anterior ou com um novo parecer. E todas as
regras que vimos até agora para o oferecimento de parecer quando a matéria vai às
comissões pela primeira vez vale também para este momento.
31. O parecer é lido no Período do Expediente de uma sessão, numerado e publicado. A
grande diferença é que, agora, não se abre mais o prazo para recebimento de emendas
perante a Mesa, como fazemos quando da leitura do primeiro parecer. É que essa fase –
a de recebimento de emendas – já foi ultrapassada. Agora, é só aguardar o
agendamento para constar da Ordem do Dia.
32. Se o adiamento tiver sido da discussão, o projeto volta na fase de discussão. Mas se
a discussão já tiver sido concluída, o projeto volta em fase de votação.
33. Como vimos, quando há algum requerimento desse tipo, o processo legislativo se
alonga.
34. Se o projeto for rejeitado, vai ao Arquivo. Se aprovado, vai à Câmara dos Deputados
para revisão.
35. Se aquela Casa aprovar o projeto de lei do jeito que o Senado aprovou, envia-o à
sanção do Presidente da República; se for projeto de decreto legislativo, encaminha ao
Presidente do Senado para sua promulgação.
36. Se a Câmara aprovar emendas de redação o procedimento é o mesmo que para o nº
35 desta Unidade.
37. Se a Câmara aprovar emendas de mérito, devolve o projeto ao Senado, para que
este analise essas alterações propostas. Se o Senado aprovar as alterações da Câmara,
envia o projeto de lei à sanção com a redação incorporando essas alterações; se for o
projeto de decreto legislativo, o Presidente do Senado promulga o decreto legislativo com
a redação incorporando também as alterações aprovadas. Mas se o Senado rejeitar as
alterações da Câmara, de toda forma o projeto de lei vai à sanção e o projeto de decreto
legislativo, à promulgação, somente com o texto do Senado.
38. Mas se a Câmara rejeitar algum dos projetos do Senado, este vai ao Arquivo.
39. Reparem o final de outras unidades e vejam que o procedimento é o mesmo para
casos semelhantes. É a tal da lógica do processo legislativo.
PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS)
(lei ordinária) (autoria: Comissão)
1. Como podemos verificar, nesta Unidade vamos estudar a tramitação de projetos com
iniciativa no Senado, de autoria de Comissão do Senado, permanente ou temporária.
2. Na comissão, algum de seus membros apresenta um anteprojeto, que é uma proposta
de projeto.
3. O Presidente da comissão designa um relator, que vai apresentar seu relatório.
4. Se o anteprojeto do Senador Fulano de Tal for aprovado pela comissão, ele
passa a ser de autoria da comissão e não mais do senador. Para isso, é preciso que a
maioria absoluta daquele Colegiado assine o projeto.
5. O próximo passo é o Presidente da Comissão enviar um ofício ao Presidente do
Senado, encaminhando o projeto.
6. Administrativamente, o Secretário da Comissão prepara o texto acompanhado da
legislação citada, do texto original do anteprojeto, do relatório apresentado. Tudo em 3
vias. Não é obrigatório, mas é de todo conveniente que se juntem as notas taquigráficas
com os debates ocorridos.
7. Uma vez apresentado o projeto, como acontece com todas as proposições, é lido no
Período do Expediente da sessão do Senado. A diferença é que as outras matérias são
despachadas às comissões para, depois que emitirem seus pareceres, abrir-se o prazo de
5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa. Mas estes projetos, como já
são de comissão, não precisam voltar para lá. Assim, o Presidente da Casa abre
diretamente o prazo de emendas perante a Mesa.
8. Um detalhe importante: normalmente a comissão apresenta o projeto dentro de suas
competências. Por isso é que o projeto não volta para lá. Entretanto, se uma comissão
apresentar um projeto cujo assunto esteja dentro da competência de outra comissão, aí,
sim, o projeto deve ser despachado àquela comissão de mérito. Mas a maior parte
desses tipos de projeto versam assunto de competência da própria comissão que o
apresentou.
9. Então, o projeto é lido e fica aberto o prazo de 5 dias úteis para apresentação de
emendas perante a Mesa. Se não houver emenda, o projeto já está pronto para ser
agendado na Ordem do Dia, para ser discutido e votado em turno único, como é a regra
geral de apreciação das matérias.
10. Se tiver emendas, então o projeto volta à comissão-autora, para dar parecer sobre
elas. E pode, como para as demais matérias, se assim quiser, fazer um texto único,
incorporando o texto principal com o das emendas que receberem parecer favorável,
fazendo inclusive ajustes no texto. Se não, pode apenas emitir seu parecer sobre as
emendas.
11. Esse parecer é lido no Período do Expediente de uma sessão, numerado, publicado
em avulsos e no Diário do Senado Federal. E, agora, está pronto para ser agendado.
12. A inclusão de qualquer proposição, em rito normal, na Ordem do Dia, não é feita
automaticamente. É preciso que ela cumpra um interstício que está previsto no
Regimento Interno do Senado. Como regra geral, esse tempo é de 3 dias úteis.
13. E o que é interstício? Neste caso, é o tempo entre a distribuição de avulsos dos
pareceres das comissões e o início da discussão ou votação correspondente, em plenário.
Esse tempo serve para que os senadores e todos os que se interessam pela matéria
possam dela tomar conhecimento e se preparar para o debate.
14. No plenário, a apreciação das matérias é igual, diferenciando-se apenas quanto ao
quorum exigido para sua aprovação e, conseqüentemente, quanto ao tipo de votação.
Assim é que o projeto de lei ordinária e o projeto de decreto legislativo são aprovados
por maioria simples e são submetidos ao processo simbólico, ou seja, aquele em que o
Presidente da sessão pronuncia as seguintes palavras: “As Senhoras Senadoras e os
Senhores Senadores que aprovam o projeto permaneçam sentados”. Se não houver
manifestação em contrário, o Presidente declara aprovado o projeto. E ele vai à Câmara
dos Deputados para revisão.
Já o projeto de lei complementar deve ser submetido ao processo nominal de votação,
porque exige quorum de maioria absoluta (41 votos favoráveis) para ser aprovado.
15. Bem, se o projeto – qualquer um deles que estamos estudando nesta Unidade – for
rejeitado, vai ao Arquivo. Aprovado, vai à Câmara para revisão. Se aquela Casa aprovar
o projeto do jeito que o Senado aprovou ou com emendas que somente alterem a
redação, então a própria Câmara, através de seu Presidente, encaminha o texto à
sanção, se for projeto de lei, ordinária ou complementar, e ao Presidente do Senado, se
for projeto de decreto legislativo.
16. Se a Câmara aprovar o texto com emendas que alterem o mérito do projeto, então
envia essas emendas à consideração do Senado. Nesses casos, é ele quem fala por
último. O que ele fizer está feito. Se aprovar as alterações da Câmara, faz sua
incorporação no texto e envia à sanção ou faz a promulgação, conforme o tipo de
projeto.
PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO (PEC)
(Autor: 1/3 do Senado)
(Autor: 1/3 da Câmara dos Deputados)
(Autor: Presidente da República)
(Autor: mais da metade das Assembléias Legislativas)
1. Esta é uma tramitação especial. A começar pela autoria. Quem pode dar início a uma
PEC? Ela tem iniciativa coletiva: somente 1/3 dos Senadores, no Senado, ou 1/3 dos
Deputados, na Câmara ou mais da metade das Assembléias Legislativas. E tem também
uma iniciativa individual, quando o Presidente da República, sozinho, encaminha ao
Congresso Nacional uma proposta de alteração da Constituição.
2. No caso do Presidente da República, apesar de a Constituição, em seu art. 64, dispor
que projetos de lei de origem do Poder Executivo (do Supremo e dos Tribunais
Superiores também) terão sua tramitação iniciada na Câmara dos Deputados, por força
de interpretação e da praxe, a proposta de emenda à Constituição de autoria do
Presidente da República começa sua tramitação pela Câmara dos Deputados.
Reparem que o artigo constitucional também não menciona os projetos de lei de
iniciativa do Procurador-Geral da República nem as matérias referentes a radiodifusão,
mas mesmo assim, também pela interpretação e pela praxe, a tramitação dessas
matérias se iniciam pela Câmara.
3. Voltemos à PEC. Ela é lida no Período do Expediente – é claro! – e vai para a Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania – CCJ. Sempre. No Senado, é a única comissão que
se manifesta sobre esse tipo de proposição.
4. Na Comissão, como para qualquer outra matéria, o Presidente do Órgão designa um
Relator, que tem a metade do tempo de que dispõe a Comissão, para emitir seu parecer.
Neste caso, a CCJ tem até 30 dias úteis. Então, o Relator tem até 15 dias úteis.
5. Na CCJ, somente os seus membros podem apresentar emendas, nesta fase da
tramitação. E o Relator vai falar sobre o texto principal e sobre elas.
6. Vamos aproveitar este tema para fazer um hiato e estudar sobre emendamento de
forma genérica.
7. Existem três instâncias (lugares) em que os Senadores podem apresentar emendas:
nas Comissões, perante a Mesa, no Plenário.
8. Perante uma comissão, seus membros podem apresentar emendas a qualquer matéria
que lá esteja para estudo. Neste caso, se a comissão não acatar a emenda, será ela
considerada inexistente.
9. Também perante as comissões qualquer senador pode apresentar emenda aos:
a) projetos de iniciativa do Presidente da República para os quais ele solicitou tramitação
urgente nos termos do art. 64, §1º, da Constituição. Estudamos essa matéria na Unidade
6;
b) projetos com tramitação terminativa nas comissões. Estudamos esses nas Unidades 1,
2 e 3; e
c) projetos de código. Esses ainda vamos estudar.
No caso da letra “a”, será final o pronunciamento da comissão. O projeto vai ser votado
no Plenário, mas não as emendas. Ao votarem o texto do projeto, os senadores estarão
votando automaticamente o que a comissão decidiu a respeito das emendas. Se
quiserem fazer diferente, precisam apresentar recurso assinado por no mínimo 1/10 de
senadores (9), para que uma ou mais emendas venham a ser apreciadas no plenário.
No caso da letra “b”, o pronunciamento da comissão também será final, salvo recurso
assinado também por 1/10 dos senadores, apresentado, neste caso, para a proposição
principal. Aí, vem tudo para o Plenário, automaticamente.
E no caso da letra “c”, as emendas vêm para o Plenário automaticamente, com parecer
favorável ou contrário, porque o projeto vem também automaticamente para o Plenário.
Como vocês podem ver, o tratamento é distinto para cada caso.
10. Perante a Mesa é o caso mais comum de emendamento, sempre no prazo de 5 dias
úteis. E por todos os senadores. Em que casos? Vamos ver agora.
a) a projeto que altere o Regimento Interno do Senado. Esta é uma proposição que
vamos estudar mais adiante. Mas falamos desde já sobre o processo de emendamento.
Este é nosso foco por enquanto;
b) a projeto de decreto legislativo referente a prestação de contas do Presidente da
República. Também ainda não estudamos. Aguardem sua tramitação em uma unidade
mais adiante;
c) a projetos apreciados pelas comissões com poder terminativo, quando houver
interposição de recurso. É o caso dos terminativos que estudamos nos Unidades 1, 2 e 3.
Reparem o que dissemos na letra “b” do nº 9 desta Unidade;
d) a projeto, em turno único, que tiver tido parecer favorável das comissões. Aqui estão
englobadas muitas proposições. Todas devem ser apreciadas pelo Plenário. Não estamos
falando das que tramitam em caráter terminativo nas comissões;
e) a projeto, também em turno único, que obtiver parecer contrário, quanto ao mérito,
das comissões, desde que tenham recebido recurso assinado por no mínimo 1/10 dos
senadores, no prazo de 2 dias úteis, para a continuação de sua tramitação. Reparem que
o prazo de recurso, neste caso, é diferente. A regra geral é de 5 dias úteis; e
f) a projeto de autoria de comissão. Já estudamos esses projetos.
Quantos casos, não é mesmo? É essa a regra mais comum: apresentação de emendas
perante a Mesa.
11. E, agora, os casos de emendas que podem ser apresentadas em Plenário. Durante o
Período do Expediente, emendas a matéria que deva ser votada nessa fase da sessão. E
durante a Ordem do Dia, a PEC e a projeto em turno suplementar, até o encerramento
da sua discussão, nos dois casos. Ou, então, projetos em regime de urgência por
requerimento, se o prazo de emendamento ainda não tiver esgotado.
12. Bem, fechemos nosso hiato sobre emendamento, que vale para todas as matérias.
Esse hiato começou no nº 6. Releiam do nº 1 até o nº 5 para retomarmos o caminho da
tramitação da PEC. Ok?
13. Então, na CCJ, o Relator, em uma reunião, apresentará seu relatório, que será
debatido e, se aprovado, se transformará no parecer da Comissão, como de resto para as
outras proposições.
14. O diferente é que, se a CCJ aprovar alguma emenda, o Secretário da Comissão
precisará colher assinaturas de Senadores de dentro e de fora da comissão, até
completar 27 no mínimo (a CCJ só tem 23 membros titulares). Isso porque a emenda
aprovada pela CCJ terá que ser discutida e votada também pelo Plenário e, lá, só podem
ser recebidas emendas à PEC com, no mínimo, 27 assinaturas, ou seja, 1/3 da
composição do Senado. É o mesmo quorum de iniciativa para apresentar a própria PEC.
15. Se a CCJ tiver aprovado o relatório com parecer favorável ao texto da PEC, sem
qualquer proposta de alteração, esse procedimento de coleta de assinaturas fora da
comissão não é necessário. O Secretário da Comissão colhe as assinaturas somente dos
membros da Comissão.
16. Como para todas as demais proposições legislativas, o parecer é lido no Período do
Expediente, recebe seu número e é publicado em avulsos e no DSF. Depois do interstício
de 5 dias, ela pode ser agendada para constar da Ordem do Dia. Reparem que o
interstício para as outras proposições é de 3 dias úteis. Aqui, de 5 dias.
17. Incluída na Ordem do Dia, a PEC vai ser discutida, em primeiro turno, durante 5
sessões deliberativas ordinárias consecutivas. Nessas sessões, podem ser apresentadas
emendas, que devem ser assinadas, cada uma, por 1/3 dos senadores.
18. Se ao final da discussão não tiver sido apresentada nenhuma emenda, a PEC pode
ser votada em primeiro turno. A votação é pública, nominal, somente podendo ser
realizada por meio do painel eletrônico, porque é necessário o quorum de 3/5 dos
senadores (49) para que ela seja aprovada. Se o painel não estiver funcionando, faz-se a
votação por meio da chamada nominal.
19. Se houver emendas, que neste momento podem alterar o mérito e também a
redação, a PEC volta à CCJ para receber parecer sobre elas. O parecer, é claro, é lido no
Período do Expediente da sessão, numerado, publicado no DSF e em avulsos. Aí, então,
está pronta para ser incluída em Ordem do Dia.
20. Não podemos esquecer que, agora, ela entra na pauta já em fase de votação em
primeiro turno, porque a discussão já se encerrou (vejam o nº 18).
21. Se aprovada, sem alteração, vai ser incluída novamente na Ordem do Dia, para o
segundo turno de discussão e votação. Antes, é preciso que ela cumpra o interstício de,
no mínimo, 5 dias úteis. Quer dizer que entre a votação em primeiro turno e a entrada
dela na pauta para o segundo turno, tem que transcorrer um prazo de 5 dias úteis, no
mínimo. Não quer dizer que no 6º dia ela tenha que ser pautada obrigatoriamente. Esse
tempo é para que todos possam tomar conhecimento do texto.
22. Se, entretanto, ela tiver sido aprovada em primeiro turno com alterações, nesse caso
o processo volta à CCJ, para que a Comissão apresente a redação para o segundo turno,
consolidando as alterações.
23. Durante a discussão em segundo turno, podem ser oferecidas emendas que devem
ser assinadas, cada uma, por no mínimo 1/3 dos Senadores. Nesta etapa, só pode ser
alterada a redação; não mais o mérito.
24. A discussão, que no primeiro turno era realizada em 5 sessões deliberativas
ordinárias consecutivas, agora, no segundo turno, é de 3 sessões deliberativas
ordinárias, e não precisam ser consecutivas.
25. Encerrada a discussão em emendas, vota-se a PEC. Aprovada, ela vai à Câmara dos
Deputados. Se tiver emenda, a PEC volta à CCJ, para que ela dê seu parecer. Agora, o
prazo é de 5 dias improrrogáveis. Não podemos nos esquecer que essas emendas são de
redação.
26. E a sistemática é a mesma. Dado o parecer lá na Comissão, ele é lido no Período do
Expediente da sessão, numerado, publicado. E a PEC entra na Ordem do Dia de uma
sessão, para votação em segundo turno.
27. Aprovada, vai à Câmara dos Deputados.
28. Muito importante saber é que, para a PEC, não se fala em Casa Revisora, como
acontece nas outras matérias legislativas. Isso porque o texto que sair aprovado para ser
incorporado na nossa Constituição Federal deve ter sido aprovado igualmente nas duas
Casas. Então, pode acontecer um pingue-pongue, ou seja, se a Câmara altera a nossa
PEC, ela volta e se dá o tratamento de PEC nova. Se o Senado altera o texto que veio da
Câmara, a PEC volta para lá e tem tratamento de PEC nova. E assim por diante. Isso não
acontece com outras matérias; só para a PEC. Pudera, é alteração da nossa Carta
Magna!
29. Se a PEC for de autoria de Deputados ou do Presidente da República, tem o mesmo
tratamento, no Senado, que uma PEC de autoria de Senadores.
30. Quando a tramitação estiver completa, a proposta de emenda à Constituição se
transforma em Emenda Constitucional. A Emenda é numerada e promulgada pelas Mesas
da Câmara e do Senado. A palavra é “E”, porque tem que ter a assinatura da maioria de
cada uma das Mesas. Então, ela não passa pelo crivo final do Presidente da República, ou
seja, não vai à sanção.
PROJETO DE LEI DE CÓDIGO
1. O projeto de lei de código é um projeto de lei ordinária. Então, sua votação é pelo
processo simbólico, porque seu quorum de aprovação é de maioria simples. A diferença é
que ele regula um assunto com abrangência. Assim, o nosso Código de Trânsito, por
exemplo, foi fruto de um projeto de lei ordinária. O mesmo para o novo Código Civil, o
Código Penal, o Código de Processo Penal, o Código de Processo Civil, o Código de Defesa
do Consumidor.
2. Vamos, então, estudar, nesta Unidade, a tramitação, no Senado, de um projeto desse
tipo. É importante dizer, antes de começar, que só tem esse tratamento os projetos de
código elaborados por juristas, por comissão de juristas ou por subcomissão
especialmente criada com essa finalidade, e que tenham sido amplamente divulgados. Os
demais têm tramitação como projeto de lei ordinária comum, ou seja, têm tramitação
com caráter terminativo nas comissões.
3. O projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, é numerado e publicado no
DSF e em avulsos. Até aqui, tudo normal.
4. Nesta mesma sessão, a Presidência do Senado designa uma comissão temporária
composta de 11 membros, para estudar essa matéria, e fixa o calendário de sua
tramitação, que é todo especial também.
5. Uma vez composta a comissão, ela se reúne até o dia útil seguinte para eleger seu
Presidente e Vice-Presidente. O Presidente, em seguida, designa um relator-geral e
tantos relatores parciais quantos necessários. E é bem necessário mesmo, porque o
assunto é extenso.
6. Como o objetivo é tratar amplamente o tema, as outras proposições que tenham
relação com esse tema e que estejam tramitando no Senado vão ser apensadas.
7. Além disso, todos os senadores poderão apresentar emendas, perante a comissão, no
prazo de 20 dias úteis, a contar da publicação do projeto no DSF. É que esta é a única
oportunidade para emendamento.
8. Encerrado esse prazo de emendas, os relatores parciais encaminham ao relator-geral,
dentro de 10 dias úteis, as conclusões de seus trabalhos. O relator-geral tem o prazo de
5 dias úteis para apresentar à comissão o seu relatório, juntamente com o estudo dos
relatores parciais e as emendas.
9. A comissão tem 5 dias úteis para concluir seu estudo e encaminhar à Mesa o parecer
final sobre o projeto e as emendas.
10. Esses prazos podem ser aumentados até o quádruplo, por deliberação do Plenário, a
requerimento da própria comissão.
11. Reparem quanta coisa diferente: prazos, prorrogação de prazos, emendamento,
relatorias.
12. Mas, igual a todo parecer, este também deve ser lido no Período do Expediente da
sessão, numerado e publicado.
13. Como esse projeto já teve sua fase de emendamento perante a comissão, agora ele
está pronto para ser incluído em Ordem do Dia, depois de obedecer ao interstício
regimental, que é de 3 dias úteis. E é incluído em uma Ordem do Dia exclusiva para ele.
Então, a pauta tem item único.
14. A discussão e votação é feita em turno único, podendo o relator-geral usar da
palavra sempre que necessário. Ele pode delegar a palavra a um relator parcial.
15. Encerrada a discussão, passa-se à votação. Como falamos no nº 1 desta Unidade, ela
é feita pelo processo simbólico e com quorum de maioria simples.
16. Rememorando, essa votação simbólica acontece assim: O Presidente concede a
palavra aos líderes partidários para que possam orientar suas bancadas a respeito do
tipo de voto (sim, não ou abstenção), e pronuncia as seguintes palavras: “As Senhoras
Senadoras e os Senhores Senadores que aprovam o projeto permaneçam como se
encontram”. Ele espera um pouco e, depois, anuncia o resultado: “Aprovado” ou, então,
“rejeitado”.
17. Aprovado com ou sem emendas, o projeto volta à comissão para que seja elaborada
a redação final, no prazo de 5 dias úteis. Ela será publicada e distribuída em avulsos e,
depois, incluída em Ordem do Dia para ser discutida e votada, depois de cumprir o
interstício regimental.
18. Uma outra informação bastante importante é que só pode tramitar um projeto de
código por vez.
19. Se o projeto tiver vindo da Câmara dos Deputados e tiver sito aprovado no Senado
com alterações, volta para lá, para revisão das emendas do Senado. Depois, aquela Casa
manda à sanção do Presidente da República, como todo projeto de lei.
20. Vamos aproveitar esta Unidade e falar de um procedimento de votação muito
importante e que pode ser utilizado na apreciação de qualquer matéria. É o requerimento
de destaque para votação em separado.
21. Vamos analisar, primeiro, o nome: DESTAQUE – alguma coisa ressaltada, ressalvada,
fora do comum, fora do resto. DESTAQUE PARA VOTAÇÃO – alguma coisa ressaltada
para votação, alguma coisa para votação fora do comum. EM SEPARADO – o próprio
nome também diz, separado do resto.
Então, DESTAQUE PARA VOTAÇÃO EM SEPARADO diz respeito a alguma coisa que se
destaca, que se ressalva, e que deve ser votada separadamente do todo.
Isso dito, vamos estudar como se aplica.
22. Quando uma proposição legislativa está para ser votada, pode acontecer que algum
Senador queira votar separadamente uma parte dela. Assim, ele pode querer votar um
artigo, um parágrafo, um inciso, uma alínea, um item, uma letra, inteiramente do
projeto. Ou pode querer votar separadamente uma expressão do texto do projeto. Ou
mesmo uma emenda. Nesse caso, ele apresenta, até antes de iniciar a votação, um
requerimento de destaque para votação em separado daquela parte. Esse requerimento
deve ser lido e votado antes de iniciar a votação em que consta a matéria que ele quer
separar.
Se a parte diz respeito ao texto do projeto, deve apresentar o requerimento antes da
votação do projeto; se for uma emenda que tenha recebido parecer favorável, deve
apresentar o requerimento antes de se votar esse grupo de emendas; o mesmo ocorre
se a emenda que o Senador quer destacar estiver no grupo das emendas de parecer
contrário.
23. Apresentado o requerimento, ele é lido e votado. Se os demais Senadores o
aprovarem, isso significa que eles estão autorizando a que aquela parte – ou emenda –
seja votada destacadamente, separadamente do todo.
24. Assim, vamos fazer uma simulação de votação, em que aparecem 3 requerimentos
de destaque para votação em separado: um, para o art. 2º do texto do projeto; outro,
para uma emenda de parecer favorável (por hipótese, a nº 5); e, outro, para uma
emenda de parecer contrário (por hipótese, a nº 3). Fica assim:
a) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado (DVS) do art. 2º do
projeto. Se o requerimento for aprovado, o art. 2º será votado separadamente;
b) votar o projeto, ressalvado o art. 2º, que terá sua votação feita depois;
c) votar o art. 2º, que foi destacado. Se aprovar o art. 2º, ele é reintegrado no texto do
projeto; se for rejeitado, ele sai. Quando se for elaborar a redação final do texto, será
feita a renumeração dos artigos.
d) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado da emenda nº 5,
de parecer favorável;
e) votar em globo (todas juntas) as emendas de parecer contrário, com exceção a de nº
5, que foi destacada. É feita uma única votação. Se forem aprovadas, serão aprovadas
todas de uma vez só;
f) votar a emenda nº 5, que tinha tido autorização para ser votada separadamente;
g) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado da emenda nº 3,
de parecer contrário. Se aprovado o requerimento, a emenda vai ser votada
separadamente do grupo total de emendas de parecer contrário. Ainda por hipótese,
vamos estudar como se o requerimento tiver sido aprovado;
h) votar, em globo, as emendas de parecer contrário, ressalvada a nº 3;
i) votar a emenda nº 3. Mesmo que o parecer dela tenha sido desfavorável, se ela tiver
sido aprovada pelos Senadores, é o que importa. O seu texto vai ser incluído no texto do
projeto.
25. Como vemos, em um processo de votação podem acontecer muitas coisas.
26. Este instrumento de votação – DVS – pode ser apresentado a qualquer proposição.
27. Existe ainda no Regimento Interno do Senado destaque para que parte do projeto ou
que emendas constitua projeto autônomo, ou seja, saia do projeto original e se torne um
novo projeto, com novo número, inclusive.
Este requerimento tem que ser lido e votado como preliminar, antes de começar a
votação do projeto. Se aprovado o requerimento, seu autor tem 2 dias úteis para
apresentar o novo projeto. E, aí, começa-se a votar o projeto que está na Ordem do Dia,
agora sem a parte que foi destacada.
Observação: este requerimento só não pode ser utilizado quando se tratar de projeto
originário da Câmara.
PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO
(Altera o Regimento do Senado)
1. Este é um assunto que está sempre na mídia, principalmente por causa da inversão
dos papéis, ou seja, é o Poder Executivo legislando. E o processo legislativo é ao
contrário, ou seja, quando a medida provisória é publicada no Diário Oficial da União, ela
já passa a produzir efeitos. Provisoriamente. Provisoriamente ela também suspende a
execução das outras normas jurídicas que estiverem em confronto com ela.
2. Quando uma medida provisória é publicada no DOU, o Presidente da República a envia
ao Presidente da Mesa do Congresso, que é o Presidente do Senado Federal, para ser lida
e designada a comissão mista temporária que vai estudá-la e emitir parecer. Se os
líderes não indicarem os nomes para compor a comissão, o Presidente da Mesa do CN
designa assim mesmo a comissão, fazendo incluir o nome dos líderes e vice-líderes, no
prazo de 48 horas.
3. A medida provisória tem vigência durante 60 dias, podendo ser prorrogada, por ato do
Presidente da Mesa do CN, uma única vez, por mais 60 dias.
4. Qualquer congressista – deputado ou senador – pode apresentar emendas perante a
comissão mista até o sexto dia contados da publicação da medida no DOU. Se tiver
algum projeto em tramitação, tanto na Câmara como no Senado, e seu autor assim o
desejar, pode apresentá-lo, nesse prazo, como se fosse uma emenda.
5. O Presidente da Comissão designa um relator e um relator revisor (um de cada Casa,
em alternância), de igual partido, mas de partido diferente ao seu.
6. A comissão tem o prazo de 14 dias para dar seu parecer, que deverá analisar a
constitucionalidade da medida, ou seja, se ela é relevante e urgente, se ela está
financeiramente adequada, e também quanto ao seu mérito.
7. No 15º dia, com ou sem parecer, a medida vai para a Câmara dos Deputados. Se não
tiver recebido parecer na comissão mista, o que tem quase sempre acontecido, este vai
ser oferecido no Plenário daquela Casa. A Câmara tem até o 28º dia para apreciar a
medida.
8. O Relator pode concluir seu parecer de várias formas, inclusive apresentando
alterações na MP, o que a transforma em PLV, ou seja, em um projeto de lei de
conversão. Qualquer alteração no texto da medida, uma vírgula que seja, transforma-a
em PLV.
9. Antes de apreciar o mérito, a Câmara deve votar a medida quanto aos aspectos da
constitucionalidade de relevância e urgência e adequação financeira. Se aprovados tais
pressupostos, então, entra-se na apreciação do mérito.
10. Se a medida for rejeitada na Câmara nem vem ao Senado. Se aprovada, ela ou um
projeto de lei de conversão, aí, sim, vem ser apreciada pelo Senado.
11. O Senado tem 14 dias para apreciar a matéria. Se os Senadores fizerem alguma
alteração de mérito, então volta para a Câmara, que tem 3 dias para analisar essas
alterações.
12. Todas essas contas de prazo perfazem um total de 45 dias. Está previsto assim
porque no 46º dia a MP sobrestará a pauta da Casa onde ela estiver.
13. Mas não é o que tem acontecido até agora. O parecer tem sido oferecido no Plenário
tanto da Câmara como do Senado, e a grande maioria delas acaba por trancar a pauta,
porque ultrapassa o 46º dia.
14. Administrativamente, quando o Presidente encaminha a medida provisória ao
Legislativo, é preparado, na Secretaria-Geral da Mesa do Senado, o processado da
matéria, com o texto, a exposição de motivos do Ministro a que está ligado o assunto da
medida e a legislação citada.
15. Depois que o Presidente da Mesa do Congresso – que é o Presidente do Senado – faz
a designação da comissão mista, o que pode acontecer em uma sessão conjunta ou em
uma sessão do Senado (neste último caso, o Presidente do Senado faz um ofício ao
Presidente da Câmara, comunicando o fato), e estabelece o calendário de tramitação, o
processado vai para a comissão mista, que é secretariada por um servidor do Senado.
Lá, há convocação de seus membros para a instalação da comissão mista. E também na
comissão fica-se aguardando o recebimento de emendas.
16. Se se esgotar o prazo da comissão sem que tenha sido oferecido o parecer, o
secretário devolve o processado à Secretaria-Geral da Mesa (SGM), para que seja
preparado um ofício do Presidente do Senado ao Presidente da Câmara, encaminhando o
processo à apreciação daquela Casa. Quem prepara o ofício para o Presidente assinar é a
Secretaria de Expediente, que faz parte da SGM.
17. Se a Câmara rejeitar a medida, seu Presidente comunica ao Senado esse fato, e a
matéria toda vai para o Arquivo. Se a Câmara aprovar, quer a medida quer um projeto
de lei de conversão, ela manda o processo todo, inclusive com a matéria rejeitada,
porque o Senado vai analisar tudo.
18. No Senado, o Presidente da Casa designa um relator revisor (se não tiver sido
designado ninguém na comissão mista), que dará parecer em Plenário, sobre tudo o que
estiver dentro do processado. Parecer sobre os pressupostos de relevância, urgência e
adequação financeira, e também sobre o mérito.
19. O Senado pode aprovar, inclusive, matéria que tiver sido rejeitada pela Câmara. Só
que qualquer alteração feita no Senado – a não ser as de redação – volta para aquela
Casa.
20. Se o resultado final for a aprovação da medida provisória, nos termos em que veio do
Poder Executivo, ela será promulgada como lei, entrando definitivamente no
ordenamento jurídico brasileiro. Se o resultado for a aprovação de um PLV, vai à sanção
do Presidente da República como qualquer projeto de lei, podendo ele sancionar ou apor
algum veto.
21. Se a medida provisória versar sobre abertura de crédito extraordinário ao Orçamento
da União, ela será analisada pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e
Fiscalização (CMO), a única comissão mista permanente do Congresso Nacional. Nesse
caso, não há comissão mista temporária constituída especialmente para análise da MP,
como acontece para as que versam sobre outros assuntos.
REQUERIMENTOS (NO SENADO)
MATÉRIAS ORÇAMENTÁRIAS
Aqui você terá a oportunidade de conhecer o significado das siglas usadas para nomear
as diversas proposições.