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Unidade 1

O que é uma Legislatura?

LEGISLATURA é um período de 4 anos (art. 44 - CF), correspondente ao tempo de


duração do mandato de um deputado. Um deputado é eleito para uma legislatura, ou
seja, o mandato do deputado dura 4 anos. Um senador é eleito para duas legislaturas,
isto é, o mandato do senador dura 8 anos. A Câmara dos Deputados se renova a cada 4
anos, integralmente. O Senado se renova a cada 4 anos, só que não integralmente, mas
alternadamente em 2/3 e 1/3 de sua composição.

Observação: Além de designar o tempo de duração dos trabalhos legislativos


coincidentes com um mandato, o termo legislatura é usado para designar o "corpo de
parlamentares" em atividade numa Casa Legislativa. Exemplo: A atual Legislatura tem se
preocupado muito com o tema segurança pública.

Ano da eleição Data da posse Renovação Eleitos


1998 fevereiro de 1999 1/3 27 senadores
2002 fevereiro de 2003 2/3 54 senadores
2006 fevereiro de 2007 1/3 foram eleitos 27 novos senadores

Estamos na 54ª Legislatura, que começou em 1º de fevereiro de 2011 até 31 de janeiro


de 2015.

O Decreto Legislativo nº 79, de 1979, dispõe sobre a designação do número de


ordem das legislaturas, tomando por base a que teve início em 1826, com vistas a se
manter a continuidade histórica do Parlamento brasileiro.

E o que é uma SESSÃO LEGISLATIVA?

A sessão legislativa pode ser ordinária ou extraordinária. A sessão legislativa ordinária


corresponde a um ano de trabalhos legislativos.

Assim, a sessão legislativa ordinária começa no dia 02 de fevereiro de cada ano e vai
até o dia 22 de dezembro, com intervalo entre o dia 18 de julho e 31 de julho. Esses são
os dois períodos da sessão legislativa: de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12. Nos
intervalos entre esses períodos acontecem os recessos parlamentares. Entretanto, a
sessão legislativa não será interrompida no mês de julho até que o Congresso aprove o
projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO (art. 57, § 2º-CF e art. 35, § 2º, II, do
ADCT).

As sessões marcadas para as datas acima citadas serão automaticamente transferidas


para o primeiro dia útil subsequente, caso esses dias recaiam em sábados, domingos ou
feriados (art. 57, § 1º-CF).

O Congresso Nacional pode ser convocado a trabalhar extraordinariamente nos períodos


destinados ao recesso parlamentar. Esse período é chamado de sessão legislativa
extraordinária.
Quadro-resumo

Sessões Primeiro Intervalo entre as Segundo Intervalo entre as


Legislativas período Sessões período Sessões
Ordinária 02/02 a 17/07 18/07 a 31/07 - 01/08 a 22/12 23/12 a 01/02 -
Recesso parlamentar, Recesso
após aprovação do PL parlamentar
de diretrizes
orçamentárias
Extraordinária 18/07 a 31/07 Convocação nos 23/12 a 01/02 Convocação nos
períodos destinados períodos destinados
ao recesso ao recesso
parlamentar parlamentar

Quem pode convocar o Congresso? (art. 57, § 6º-CF)

Pode convocar o Congresso: Quando?


Presidente do Senado Em caso de decretação de estado de defesa ou
de intervenção federal, de pedido de autorização
para decretação de estado de sítio e para tomar
o compromisso e dar posse ao Presidente e ao
Vice-Presidente da República
Presidente da República Em caso de urgência ou interesse público
relevante
Os Presidentes da Câmara dos Em caso de urgência ou interesse público
Deputados e do Senado Federal relevante
A maioria dos membros da Câmara Também em caso de urgência ou interesse
e do Senado público relevante

Na convocação extraordinária, o Congresso passa por uma sessão legislativa


extraordinária, sem prazo definido constitucionalmente para funcionar, ou seja, sua
duração é definida no ato convocatório ou na Mensagem do Presidente da República.
Durante a sessão legislativa extraordinária, o Congresso somente delibera sobre as
matérias para as quais foi convocado e sobre as medidas provisórias em tramitação (art.
57, §§ 7º e 8º-CF).

A partir da EC nº 50, de 2006, para que o Congresso Nacional seja convocado em caso
de vigência de interesse público relevante, por iniciativa tanto do Presidente da República
como dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento
da maioria dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, é necessário
que haja aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional
(art.57, § 6º, II).
Unidade 2

Sessão legislativa ordinária corresponde a um ano dos trabalhos legislativos do


Congresso Nacional.

Sessão legislativa extraordinária é aquela que se realiza, por convocação, nos


períodos de recesso do Poder Legislativo.

Sessão plenária é cada unidade de trabalho, a cada dia. Às vezes, no mesmo dia,
podemos ter mais de uma sessão do Senado. Ou, então, uma sessão plenária do Senado
e outra, conjunta do Congresso Nacional. Então, sessão plenária é cada unidade de
trabalho.

As sessões plenárias do Senado As sessões plenárias conjuntas do


podem ser: Congresso podem ser:
1. deliberativas (ordinárias ou 1. conjuntas
extraordinárias)
2. não deliberativas 2. conjuntas solenes
3. especiais

A Constituição Cidadã: em 1988, o Brasil conquista sua Carta Magna.

Em uma sessão legislativa, seja ordinária (um ano de trabalhos), seja extraordinária,
podem acontecer várias sessões plenárias deliberativas (ordinárias ou extraordinárias),
não deliberativas e especiais. Podem acontecer também sessões conjuntas do Congresso.

Quadro Resumo

Sessão Legislativa
Ordinária Extraordinária
de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12 quando o CN for convocado
Sessão Plenária
Deliberativa (ordinária ou extraordinária) Conjunta
Não deliberativa Solene (ou conjunta solene)
Especial
Unidade 3

Você sabia que a posse é um ato público?

A POSSE é um ato público, durante o qual o Senador se investe no mandato. Ela


acontece perante o Senado, em reunião preparatória, durante uma sessão deliberativa
ordinária ou extraordinária ou durante uma sessão não deliberativa. Se o Congresso
estiver em recesso, a posse acontecerá no gabinete do Presidente do Senado, em
solenidade pública. Em todos os casos, o fato será publicado no Diário do Senado Federal
(DSF) (art. 4º-RISF).

O que é necessário para um Senador tomar posse?

Para tomar posse, em qualquer caso, o Senador precisa apresentar à Mesa o original do
diploma expedido pela Justiça Eleitoral, que será publicado no Diário do Senado Federal.
A apresentação do diploma poderá ser feita pelo próprio diplomado, por ofício ao 1º-
Secretário, por intermédio do seu Partido ou de qualquer Senador. Devem ser
apresentadas cópias da última declaração do Imposto de Renda, sua e do cônjuge, e
preenchido formulário contendo informações requeridas pelo Código de Ética e Decoro
Parlamentar (Resolução nº 20, de 1993). O Senador deve comunicar à Mesa seu nome
parlamentar e a filiação partidária (art. 7º-RISF).

Se a posse ocorrer numa sessão do Senado, o Presidente designará comissão de três


Senadores para introduzir o diplomado no plenário e conduzi-lo à Mesa, onde, perante
todos de pé, prestará o compromisso.

O compromisso é o seguinte:

"Prometo guardar a Constituição Federal e as leis do País,


desempenhar fiel e lealmente o mandato de Senador que o povo me conferiu
e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil."

Se houver mais de um Senador a tomar posse na mesma ocasião, um fará o


pronunciamento e os outros, conforme forem sendo chamados, dirão:

"Assim o prometo".

O Senador deve tomar posse dentro de 90 dias, contados da instalação da sessão


legislativa, ou, se ele for eleito durante a sessão legislativa, contados da sua diplomação,
podendo ter o prazo prorrogado por motivo justificado, a seu requerimento, por mais 30
dias.

Se o Senador não tomar posse no prazo de 90 dias, nem pedir a prorrogação, considera-
se que ele renunciou ao mandato, sendo chamado, então, seu primeiro suplente, que
também é convocado sempre que o titular se licenciar por um prazo superior a 120 dias
para tratar de interesse particular, ou por motivo de doença. Nesses casos, o suplente
terá 30 dias improrrogáveis para prestar o compromisso.

Para tratar de interesse particular, o titular só pode tirar licença por mais de 120 dias,
desde que não seja na mesma sessão legislativa.

O suplente também assume nos casos de vaga por falecimento, renúncia ou perda de
mandato do titular. Ou, ainda, nos casos de afastamento do titular para ocupar cargo de
Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do DF, de Território,
de Prefeitura de Capital ou, então, de Chefe de Missão Diplomática Temporária.
Nos casos de vaga ou de afastamento para assumir esses outros cargos, o suplente tem
o prazo de 60 dias para assumir o exercício do mandato, prazo esse que poderá ser
prorrogado por motivo justificado, a requerimento dele próprio, por mais 30 dias.

Se dentro desse prazo o suplente não tomar posse nem requerer sua prorrogação,
também é considerado que tenha renunciado ao mandato e se convocará o segundo
suplente, que, em qualquer hipótese, terá 30 dias para prestar o compromisso.

O suplente convocado pela primeira vez presta o compromisso na forma já acima


mencionada. Se ele voltar a exercer o mandato na mesma legislatura, o Presidente da
Casa apenas comunica ao Plenário o fato, não necessitando prestar novo compromisso.

Entretanto, se for reeleito suplente para um novo mandato, terá que prestar o
compromisso novamente.

Quando acontece uma vaga de Senador?

 Por falecimento;
 por renúncia;
 por perda de mandato.

Considera-se haver renunciado o Senador, titular ou suplente, que, convocado, não


prestar compromisso na data estabelecida pelo Regimento.

Deve renunciar a um dos cargos o Senador que for eleito para mais de um cargo ou
mandato público eletivo, conforme preceitua a Constituição. Ele vai ter que renunciar a
um deles. Exemplo: é frequente a eleição de Senadores para Governos estaduais. Para
ser empossado Governador, o Senador deverá renunciar a seu mandato no Senado
Federal.

Observações importantes:

1. um senador pode tomar posse durante o recesso parlamentar;


2. posse sempre é um ato público;
3. o diploma do senador expedido pelo Tribunal Eleitoral é documento
imprescindível para que ele tome posse.

Perde o mandato o Senador que infringir qualquer das proibições constantes no art. 54
da Constituição, quais sejam:

1. Desde a diplomação:
 firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade e economia mista ou empresa concessionária de
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
 aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de
que seja demissível ad nutum, nas entidades acima descritas;

2. Desde a posse:
 ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou exercer
função remunerada nessas empresas;
 ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum em empresas
públicas, autarquias, sociedades de economia mista, empresa concessionária
de serviço público;
 patrocinar causa em que seja interessada qualquer uma dessas empresas
acima mencionadas.
Perde também o mandato o senador que:
 tiver procedimento incompatível com o decoro parlamentar ou deixar de
comparecer à terça parte das sessões ordinárias do Senado em cada sessão
legislativa, salvo se estiver em licença ou em missão autorizada;
 perder ou tiver suspensos os direitos políticos ou quando o decretar a Justiça
Eleitoral;
 sofrer condenação criminal em sentença definitiva e irrecorrível.
Em casos de falecimento, renúncia e perda de mandato, fala-se em vacância.

Um outro conceito bastante importante a ser tratado é o de REUNIÃO. Veja


abaixo:

a) Todas as vezes em que uma sessão plenária não puder ser realizada, por falta de
quorum para seu início (1/20 da composição do Senado) ou por motivo de força
maior assim definido pela Presidência, o que acontece é uma reunião. Nesse
caso, o Presidente declara que não pode ser realizada a sessão, determina a
publicação do expediente que há sobre a mesa, independentemente de sua
leitura, e a Secretaria de Ata prepara uma ata dessa reunião.
b) As comissões não realizam sessões; seus encontros chamam-se reuniões. Isso
tanto para as comissões no Senado ou no Congresso, permanentes ou
temporárias.
c) Antes do início da primeira e da terceira sessão legislativa ordinária da legislatura,
o Senado reúne-se em reuniões preparatórias.

Esses são os três usos do conceito de REUNIÃO.

Na primeira sessão legislativa ordinária da legislatura, são realizadas três reuniões


preparatórias:

 a primeira, a partir do dia 1º de fevereiro, para dar posse aos novos


Senadores;
 a segunda, para eleger o Presidente da Mesa;
 a terceira, para eleger os demais Membros da Mesa, ou seja, dois Vice-
Presidentes, quatro Secretários e quatro Suplentes de Secretário.

Na terceira sessão legislativa ordinária da legislatura são realizadas duas reuniões


preparatórias: a primeira, no 1º dia de fevereiro, para eleger o Presidente; e a segunda,
os demais Membros da Mesa.

As reuniões preparatórias são iniciadas com o quorum de 1/6 de Senadores, e dirigidas


pelos Membros da Mesa anterior (excluídos, na reunião do início da legislatura, aqueles
que tiverem concluído seu mandato no dia 31/01, ainda que reeleitos). Na Câmara dos
Deputados, como ela se renova em sua totalidade, assume a direção dos trabalhos o
último Presidente, se tiver sido reeleito Deputado, e, na sua falta, o mais idoso dentre os
de maior número de legislaturas.

Como acontece a ELEIÇÃO DA MESA DO SENADO?

Os Membros da Mesa são eleitos para um mandato de dois anos, em escrutínio secreto e
por maioria simples de votos (a maioria de votos, estando presente a maioria
absoluta dos Senadores), assegurada, tanto quanto possível, a participação proporcional
das representações partidárias e dos blocos parlamentares com atuação no Senado.

A eleição para preenchimento do cargo de Presidente do Senado é feita em uma reunião


preparatória. As demais, na outra reunião, na seguinte ordem: uma votação para os dois
Vice-Presidentes, uma outra votação para os quatro Secretários, e ainda uma terceira
votação para os quatro Suplentes de Secretário. Entretanto, as eleições dos Vice-
Presidentes e dos Secretários podem ser realizadas em um único escrutínio, desde que
seja aprovado requerimento nesse sentido, subscrito por 1/3 de Senadores ou líder que
represente esse número.
As eleições dos Vice-Presidentes, Secretários e Suplentes de Secretário são feitas com
cédulas uninominais, ou seja, que contenham, cada uma, o nome do candidato e o cargo
ao qual ele concorre, cédula que o Senador coloca em uma sobrecarta. A eleição do
Presidente não é necessariamente realizada por esse sistema.

Para a apuração dos votos, o Presidente fará a separação das cédulas referentes ao
mesmo cargo, lendo-as em seguida, uma a uma, e passando-as ao Segundo-Secretário,
que anotará o resultado.

O painel eletrônico de votação no plenário, por preservar o sigilo da eleição, vem sendo
utilizado nos casos em que haja candidato único disputando a vaga.

Ainda se faz necessário explicar a diferença entre Mesa e Comissão Diretora do


Senado.

A eleição é para a Mesa. É ela que dirige os trabalhos do Senado por dois anos. A
Comissão Diretora é composta pelos mesmos Membros da Mesa. Ela dirige as
atividades administrativas da Casa.

A Constituição de 1988, em seu art. 57, § 5º, instituiu a Mesa do Congresso Nacional,
que é presidida pelo Presidente do Senado e tem seus demais cargos preenchidos, por
alternância, entre Membros da Mesa da Câmara e do Senado. Assim, o Primeiro Vice-
Presidente da Mesa do Congresso é o Primeiro Vice-Presidente da Mesa da Câmara: o
Segundo Vice-Presidente da Mesa do Congresso é o Segundo Vice-Presidente da Mesa do
Senado. E assim por diante. Não há suplente na Mesa do Congresso Nacional.

Quadro Resumo

Posse Reunião Eleição da Mesa


do Senador titular do
não realização da sessão Presidente (1)
mandato
de 1º Suplente trabalho das comissões Vice-Presidente (2)
de 2 º Suplente preparatória Secretários (4)
Unidade 4.

No Senado, elas podem ser:

1. deliberativas (ordinárias ou extraordinárias);


2. não deliberativas;
3. especiais.

No Congresso:

1. conjuntas;
2. solenes (ou conjuntas solenes).

Que tal revermos o quadro-resumo da aula 2?

Sessão Legislativa
Ordinária Extraordinária
de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12 quando o CN for convocado
Sessão Plenária
Senado Federal Congresso Nacional
· Deliberativa (ordinária ou extraordinária) · Conjunta
· Não deliberativa · Solene (ou conjunta solene)
· Especial

Qual é a diferença entre sessão deliberativa e não deliberativa?

A diferença é que a primeira (sessão deliberativa) possui Ordem do Dia, momento da


sessão em que há deliberação sobre matérias legislativas, e a segunda (não deliberativa)
não possui este momento, sendo destinada a pronunciamentos de Senadores,
comunicações, leitura de expediente e outros assuntos de interesse político e
parlamentar.

As sessões deliberativas ordinárias e as não deliberativas são realizadas de 2ª a 5ª


feira, às 14h. Na 6ª feira, a sessão inicia-se às 9h. Se houver Ordem do Dia, será uma
sessão deliberativa ordinária. Caso contrário, uma sessão não deliberativa. As sessões
deliberativas extraordinárias não têm horário preestabelecido no Regimento. Esse
horário é definido pelo Presidente, no momento de sua convocação, que o fará ouvidas
as lideranças partidárias, quando as circunstâncias o recomendarem, ou sempre que haja
necessidade de deliberação urgente.

Além do horário, as sessões deliberativas ordinárias e extraordinárias se diferenciam pela


determinação de sua Ordem do Dia. Para as primeiras, as matérias que farão parte das
deliberações são definidas com 3 sessões deliberativas ordinárias (art. 170, § 2º, III-
RISF) de antecedência. Já para as extraordinárias, como o próprio nome diz, não há
previsão. Sua Ordem do Dia e seu horário de realização são definidos pelo Presidente no
momento da convocação.

Tanto as sessões deliberativas quanto as não deliberativas precisam da presença em


plenário de, no mínimo,
1/20 dos Senadores para serem iniciadas ou para terem continuação.

As sessões especiais são destinadas a homenagens ou comemorações. O Senado pode


interromper uma sessão ou realizar uma sessão especial, a juízo do Presidente ou por
deliberação do Plenário, mediante requerimento assinado por pelo menos seis Senadores
e aprovado por maioria simples de votos. Nela podem ser admitidos convidados à mesa e
no plenário, sem necessidade de quorum para ser realizada. A convocação pode ser feita
em sessão ou mediante publicação no Diário do Senado Federal. O uso da palavra é
restrito aos oradores designados pelo Presidente. O Senado ainda pode prestar
homenagem sem que esta dure uma sessão inteira. Ela pode ser realizada na primeira
parte da sessão, Período do Expediente. Para isso, também é necessário requerimento
assinado por no mínimo seis Senadores e aprovado pelo Plenário. Os Senadores que
quiserem fazer uso da palavra, neste caso, podem se inscrever.

As sessões deliberativas, ordinárias ou extraordinárias, do Senado, possuem três


FASES:

 Período do Expediente;
 Ordem do Dia; e
 após a Ordem do Dia

As não-deliberativas, como não têm Ordem do Dia, só possuem Período do Expediente.


E no Congresso, como ocorrem as sessões?

No Congresso, as sessões são conjuntas, quer de trabalho, quer de homenagem. As que


não tiverem data previamente estabelecida serão convocadas pelo Presidente do Senado
ou seu substituto, com prévia audiência da Mesa da Câmara. As sessões pré-datadas são
as de posse do Presidente e do Vice-Presidente da República (1º de janeiro) (arts. 60 a
67 - RCCN) e a destinada a abrir os trabalhos da sessão legislativa ordinária (02 de
fevereiro ou primeiro dia útil subsequente) (arts. 57 a 59 - RCCN).

As sessões conjuntas são realizadas no plenário da Câmara dos Deputados, salvo escolha
de outro lugar previamente anunciado. Em geral, nesta hipótese, a opção recai sobre o
plenário do Senado Federal.

Nas sessões de trabalho legislativo, havendo Ordem do Dia, os avulsos (publicação) das
matérias devem estar disponíveis aos parlamentares com 24 horas de antecedência. As
sessões de trabalho também são divididas em FASES. Por analogia ao Regimento do
Senado, compreendem:

 Período do Expediente;
 Ordem do Dia; e
 após a Ordem do Dia.

O Congresso Nacional realiza sessão solene para:

 Inaugurar sessão legislativa (ordinária ou extraordinária);


 Dar posse ao Presidente e ao Vice-Presidente da República;
 Promulgar emendas constitucionais;
 Homenagear Chefes de Estado estrangeiro;
 Comemorar datas nacionais.

Todas as sessões, do Senado ou do Congresso, têm duração de quatro horas e meia,


podendo ser prorrogadas por proposta do Presidente ou a requerimento de qualquer
Senador, no Senado, ou de qualquer Congressista, no Congresso, tantas vezes quantas
necessárias. A prorrogação será sempre por prazo fixo, que não poderá ser restringido,
salvo por falta de matéria ou de número para o prosseguimento da sessão.

As fases das sessões são:


 Período do Expediente;
 Ordem do Dia; e
 após a Ordem do Dia.

FASES DAS SESSÕES.

PERÍODO DO EXPEDIENTE
Nas sessões deliberativas ordinárias esse período dura 120 minutos, contados a
partir do real início da sessão. É destinado à leitura do expediente pelo Primeiro-
Secretário, na íntegra ou em resumo, e aos oradores inscritos, que têm até 10 minutos
para fazer seu pronunciamento, sendo permitidos apartes.

O período do Expediente poderá ser prorrogado pelo Presidente, uma única vez, para que
o orador conclua seu pronunciamento caso não tenha esgotado o tempo de que
disponha, após o que a Ordem do Dia terá início impreterivelmente. Caso haja matéria a
ser deliberada que esteja tramitando no rito de urgência urgentíssima (art. 336, I -
RISF), não serão permitidos oradores no período do Expediente. Este tempo também
pode ser destinado a homenagens.

Nas sessões deliberativas extraordinárias, esse período dura 30 minutos e só haverá


oradores caso não haja número para as deliberações da Ordem do Dia. No Congresso, o
Expediente dura trinta minutos e é destinado à leitura do expediente pelo Primeiro-
Secretário e aos oradores inscritos, que poderão usar da palavra pelo prazo máximo de
cinco minutos.

Ainda no Período do Expediente podem acontecer votações de requerimentos que não


sejam objeto de deliberação na Ordem do Dia.
ORDEM DO DIA

No Senado

Encerrado a Período do Expediente, tem início a Ordem do Dia, cuja designação é de


competência do Presidente da Casa. As matérias são incluídas na Ordem do Dia segundo
sua antiguidade e importância, observada a seguinte sequência:

 medida provisória (art.62-CF) a partir do 46º dia de vigência; matéria com


urgência constitucional (art. 64 CF) com prazo já esgotado; matéria em
regime de urgência urgentíssima (calamidade pública e perigo de segurança
nacional); matéria com prazo determinado, segundo o art. 172, II do RISF;
matéria em regime de urgência, nos termos do art. 336, II do RISF; matéria
em regime de urgência, nos termos do art. 336, III do RISF;
 matéria em tramitação normal.

Além desse critério, há precedência de:

 matérias em votação sobre as em discussão; matérias da Câmara dos


Deputados sobre as do Senado; redações finais sobre matérias em deliberação
do mérito; matérias em turno suplementar, em turno único, em segundo
turno e em primeiro turno, nesta ordem; projetos de lei sobre projetos de
decreto legislativo, sobre projetos de resolução, sobre pareceres, sobre
requerimentos, nesta ordem;
 matérias da pauta anterior que não foram deliberadas sobre outras dos
grupos a que pertencem.

Os projetos de código serão incluídos com exclusividade na Ordem do Dia. Os pareceres


sobre escolha de autoridade serão colocados ao final da Ordem do Dia.

Apesar de o Regimento dispor sobre a sequência das matérias, essa ordem pode ser
alterada por requerimento assinado por qualquer Senador, solicitando inversão da pauta,
apresentado e votado antes de se iniciar a Ordem do Dia. Depois desta iniciada, a
sequência ainda pode ser alterada por requerimento de preferência de um item sobre
outro, assinado por qualquer Senador e aprovado pelo Plenário.

São lidos no Período do Expediente e votados após a Ordem do Dia da mesma sessão:
 os requerimentos de urgência, nos termos do art. 336, II;
 os requerimentos que solicitam sessão especial;
 os requerimentos que solicitam que o tempo destinado aos oradores do Período
do Expediente de uma determinada sessão seja para prestar alguma homenagem.
No Congresso

Terminada a leitura do expediente e o horário destinado aos oradores do Expediente,


tem início a Ordem do Dia, cuja designação também é da competência do Presidente do
Senado (na condição de Presidente da Mesa do Congresso). Na sua organização, as
proposições em votação têm precedência sobre aquelas em discussão. Projetos de lei
têm preferência sobre os projetos de decreto legislativo, os projetos de resolução e os
requerimentos. Também nas sessões conjuntas, a ordem da Ordem do Dia pode ser
alterada por requerimento de inversão da pauta ou de preferência. A diferença é que os
requerimentos devem ser apresentados por líder partidário.

Tanto no Senado quanto nas sessões conjuntas, estando uma matéria em fase de
votação e não havendo quorum para as deliberações, passar-se-á à matéria que estiver
em discussão. Esgotada a matéria em discussão e persistindo a falta de quorum, a
Presidência pode suspender a sessão por prazo não superior a 30 minutos (no
Congresso) ou a uma hora (no Senado) ou conceder a palavra a algum parlamentar.
Sobrevindo número para as deliberações, voltar-se-á às matérias, interrompendo-se o
orador que se encontra na tribuna.

Nenhum Senador no Senado ou parlamentar no Congresso presente à sessão poderá


deixar de votar, salvo quando se tratar de assunto em que tenha interesse pessoal
(nesse caso, o Senador ou parlamentar deve declarar tal fato, sendo contudo sua
presença computada para efeito de quorum) ou quando seu partido estiver em obstrução
declarada pelo líder.

APÓS A ORDEM DO DIA

No Senado e no Congresso

Esgotada a Ordem do Dia, o tempo que restar para o término da sessão será destinado,
preferencialmente, ao uso da palavra pelas lideranças e, havendo tempo, pelos oradores
inscritos que, no Senado, neste momento, dispõem de até vinte minutos para seu
pronunciamento.

Algumas votações são realizadas nesta fase da sessão no Senado. Alguns exemplos:

 requerimentos de urgência nos termos do art. 336, II, do RISF;


 redações finais de matérias em rito normal de tramitação que foram
deliberadas na Ordem do Dia, caso haja requerimento de dispensa de sua
publicação.

Uma sessão só não se realiza, no Senado, por falta de quorum, por deliberação do
Plenário, quando seu período de duração coincidir, mesmo que parcialmente, com o de
sessão conjunta do Congresso, ou por motivo de força maior, assim definido pela
Presidência da Casa.

No Congresso, ela não se realiza por falta de quorum ou por cancelamento por parte da
Presidência do Senado.

O Senado, nos sessenta dias que antecedem as eleições gerais, funciona de acordo com
o Regimento Comum, ou seja, suas sessões se realizam por convocação, como as
conjuntas do Congresso. Nesses dias, também o Período do Expediente ou a Ordem do
Dia podem ser dispensados, desde que ouvidas as lideranças.
TIPOS DE SESSÃO E MODALIDADES DE VOTAÇÃO

Veremos aqui que as sessões, tanto do Senado como as conjuntas do Congresso, podem
ser públicas ou secretas. As votações também podem ser públicas - o Regimento usa a
palavra "ostensivas" - ou secretas.

Quem pode assistir a uma sessão no Senado ou no Congresso?

A maior parte das sessões é pública, ou seja, qualquer pessoa desarmada, ocupando em
silêncio o lugar que lhe é reservado, pode assistir tanto a uma sessão do Senado como
do Congresso, na Tribuna de Honra ou nas galerias. À imprensa é reservada uma
bancada própria.

Quem pode entrar no Plenário do Senado?

No plenário do Senado são admitidos, além dos Senadores, os suplentes de Senador, os


ex-Senadores e suplentes que tenham exercido o mandato, Ministros de Estado, nos
casos previstos no Regimento - ou seja, quando convocados ou quando solicitarem sua
vinda para expor algum assunto de interesse de sua Pasta. Também são admitidos no
plenário funcionários da Casa, quando em pleno exercício de suas funções. Nas sessões
especiais são admitidos convidados, podendo estes, inclusive, a convite do presidente,
compor a Mesa.

A divulgação das sessões por reportagem fotográfica no recinto, por irradiação sonora ou
por filmagem e transmissão em televisão, dependem de autorização do Presidente do
Senado.

Das sessões será elaborada ata circunstanciada, que constará do Diário do Senado
Federal, tanto durante as sessões legislativas ordinárias como nas extraordinárias. Nos
períodos de recesso, haverá publicação sempre que houver matéria que assim justifique.

Quando o Senado funcionará secretamente?

Obrigatoriamente, sempre que tiver que deliberar sobre:

 acordos de paz;
 declaração de guerra;
 suspensão de imunidade de Senador durante estado de sítio;
 escolha de Chefe de Missão Diplomática - os Embaixadores; e
 também para deliberar sobre requerimento que solicite sessão secreta do
Senado.

Neste último caso, chegando à Mesa um requerimento solicitando sessão secreta, o


Presidente informa ao Plenário sobre a sua existência sem, no entanto, comunicar quem
é seu autor nem o motivo pelo qual está sendo solicitada a sessão secreta. Para deliberar
sobre esse requerimento, o Senado já funcionará em sessão secreta. O Presidente
solicita a retirada dos funcionários e de todos que estejam assistindo àquela sessão,
podendo determinar a presença dos funcionários que julgar necessários.

Já em sessão secreta, o Presidente informa ao Plenário o nome do requerente e o


assunto a ser apreciado em sessão secreta. Os Senadores votam por maioria simples, em
votação simbólica, se desejam que aquele assunto seja apreciado em sessão secreta.
Aprovado o requerimento, será marcada essa sessão para o mesmo dia ou o dia
seguinte, caso a data da sessão já não venha pré-estabelecida no requerimento.

Antes de a sessão voltar a ser pública, o Plenário decide, por meio de debate e votação,
por maioria simples, se deseja que seja divulgado o nome do requerente e o assunto
tratado.
Caso o requerimento seja rejeitado, a matéria a que ele se refere será objeto de debates
em sessão pública.

As atas das sessões secretas são redigidas pelo Segundo-Secretário, assinadas pelo
Presidente e pelos Primeiro e Segundo-Secretários, colocadas em sobrecarta (envelope)
lacrada, que é rubricada pelos Secretários. Antes de a sessão voltar a ser pública, a ata é
votada com qualquer número.

Em sessão secreta, além dos Senadores e dos funcionários determinados, o Presidente


ou um líder podem propor ao Plenário - e este vota a proposta - que outras pessoas
assistam àquela sessão.

E as sessões no CONGRESSO? São públicas ou secretas?

As sessões são públicas, como regra, podendo também ser secretas, se assim deliberar o
Plenário, mediante proposta da Presidência ou de líder, prefixando-lhe a data.
O procedimento é o mesmo que para o Senado. O Presidente anuncia a existência do
requerimento, mas sem dizer seu autor nem sua finalidade, a qual só será divulgada
quando o Congresso já estiver trabalhando em sessão secreta.

Como se dá o registro das sessões?

Também as sessões do Congresso são registradas em ata. As atas das sessões públicas
são circunstanciadas; as das sessões secretas são redigidas pelo Segundo-Secretário. A
ata será submetida ao Plenário - que deliberará com qualquer número, antes de a sessão
voltar a ser pública, -, assinada pelos Membros da Mesa, e encerrada em "sim", "não" e
"abstenção".

E no caso de o painel eletrônico não estar funcionando?

Faz-se chamada pela lista de comparecimento dos Senadores.

Como se dá a transformação de uma votação simbólica em votação nominal?

Nas votações simbólicas, se algum Senador não concordar ou se tiver dúvida a respeito
do resultado, pode pedir, com o apoiamento de outros três Senadores, verificação da
votação. E a votação, que havia sido feita simbolicamente, passa agora a ser realizada
pelo painel eletrônico, nominalmente, para justamente verificar se o resultado
anteriormente anunciado corresponde à realidade.

Uma outra forma de uma matéria que deveria ser votada simbolicamente ser votada
nominalmente é através de requerimento pedindo sua votação nominal. Este deve ser
apresentado e votado antes de se passar à votação da matéria em si. Se aprovado, ela
não será submetida à votação simbólica, mas será realizada diretamente por processo
nominal.

Assim, os processos simbólico e nominal (no painel ou por chamada) de votação são
utilizados para votações ostensivas, ou seja, para as votações públicas.

Já nas votações secretas só se pode utilizar o sistema nominal, quer no painel, quer por
esferas, ou em cédulas, nas eleições. A diferença é que, nas votações públicas,
aparecem, no painel eletrônico, o nome do votante, seu voto e o resultado total da
votação. Nas votações secretas, aparecem tão-somente o nome do votante e o resultado
total. Não aparece a qualidade do voto.
A norma geral é que as sessões sejam públicas e as votações também. Mas numa sessão
pública pode haver votação pública ou votação secreta. E numa sessão secreta pode
haver votação secreta ou votação ostensiva (pública). Depende da matéria que está
sendo deliberada.

Resumindo:

SESSÕES

São públicas, como regra, podendo São secretas, obrigatoriamente, sempre que
também ser secretas, se assim deliberar o tiver que deliberar sobre:
Plenário (mediante proposta da Presidência acordos de paz;
ou de líder, prefixando-lhe a data). declaração de guerra;
suspensão de imunidade de Senador
durante estado de sítio;
escolha de Chefe de Missão Diplomática -
os Embaixadores
e também para deliberar sobre
requerimento que solicite sessão secreta do
Senado.

VOTAÇÕES

I - Ostensivas (públicas) II - Secreta


a) Simbólica a) Eletrônica
b) Nominal
b) Por meio de cédula
c) Por meio de esfera

QUORUM DE INICIATIVA E QUORUM DE VOTAÇÃO

Iniciativa é o poder de propor a edição de uma regra jurídica nova. Tal poder pode ser
exercido individual ou coletivamente.

Quem pode iniciar uma proposta de regra jurídica nova?

Qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do


Congresso Nacional, o Presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais
Superiores, o Procurador-Geral da República e os cidadãos.

Vamos verificar alguns exemplos de iniciativa?

Iniciativa Individual
Presidente da República Proposta de emenda à Constituição, projeto de lei.
Projeto de lei, projeto de decreto legislativo, projeto de
Senador ou Deputado resolução, emendas diversas a outras matérias (salvo a
proposta de emenda à Constituição), requerimento.
Procurador-Geral da Projeto de lei de matéria atinente à sua competência
República, STF, Tribunais privativa.
Superiores
Iniciativa Coletiva
Senadores ou Deputados Proposta de emenda à Constituição, emendas à proposta
de emenda à Constituição; na mesma sessão legislativa,
projeto de lei ordinária rejeitado.
Senadores Projeto de resolução referente à competência tributária
dos Estados e do Distrito Federal.
Comissão Projeto de resolução referente às matérias estabelecidas
no art. 52 VI, VII, VIII, IX da Constituição; projeto de
resolução relativo à competência tributária dos Estados e
do Distrito Federal; projeto de lei, projeto de decreto
legislativo, projeto de resolução suspendendo a
execução no todo ou em parte de lei declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
Mesa Provocação à Casa, propondo a perda de mandato de
parlamentar.
Partido político Provocação à Casa, propondo a perda do mandato de
(representado no parlamentar.
Congresso)
Proposta de emenda à Constituição (mais da metade
Assembléias Legislativas delas, manifestando-se cada uma pela maioria relativa
de seus membros).
Cidadãos Projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada
um deles.

QUORUM DE VOTAÇÃO

Segundo a Constituição, as deliberações de cada uma das Casas do Congresso e de suas


comissões são tomadas por maioria de votos presente a maioria absoluta dos membros,
salvo se dispuser em contrário. E o Regimento do Senado ou o Regimento Comum
também especificam:

Deliberações Quorum de votação


Sentença condenatória de Presidente e Vice-Presidente 2/3 de Senadores (54 votos)
da República, de Ministros de Estado e do Supremo
Tribunal Federal, Procurador-Geral da República e
Advogado-Geral da República, todos em casos de
crimes de responsabilidade
Fixação de alíquotas máximas nas operações internas, 2/3 dos votos (54 votos)
para resolver conflito específico que envolva interesse
de Estados e do Distrito Federal
Suspensão de imunidade de Senadores, durante o 2/3 (54 votos)
estado de sítio
Proposta de emenda à Constituição 3/5 em cada uma das Casas
para aprovação (49 votos no
Senado; 308 na Câmara dos
Deputados)
Projeto de decreto legislativo referente a renovação ou 2/5 de votos (33 Senadores)
não renovação de concessão ou permissão para serviço para rejeitar o projeto
de radiodifusão sonora e de sons e imagens
Projeto de lei complementar maioria absoluta de votos
(41 votos)
Exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República maioria absoluta de votos
(41 votos)
Perda de mandato de Senador nos casos de infringência maioria absoluta de votos
do art. 54 da Constituição ou cujo procedimento não (41 votos)
seja compatível com o decoro parlamentar ou que sofrer
condenação criminal em sentença transitada em julgado
Aprovação de ato do Presidente da República que maioria absoluta dos votos
decretar estado de defesa ou autorização para o (41 votos)
Presidente decretar estado de sítio
Estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e maioria absoluta (41 votos)
prestações interestaduais e de exportação
Estabelecimento de alíquotas mínimas nas operações maioria absoluta dos votos
internas (41 votos)
Autorização de operações de créditos que excedam o maioria absoluta (41 votos)
montante das despesas de capital, mediante créditos
suplementares ou especiais específicos
Aprovação do nome indicado para Ministro do Supremo maioria absoluta de votos
Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do (41 votos)
Tribunal Superior do Trabalho, para Procurador-Geral da
República e para membro do Conselho Nacional de
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público
Veto presidencial (em sessão conjunta do para ser rejeitado (41 no
Congresso) exige maioria absoluta de votos "'não" em Senado; 257 na Câmara dos
cada uma das Casas para ser derrubado, ou seja, para Deputados)
ser rejeitado
Perda de mandato de Deputado ou Senador, por voto maioria absoluta (41 no
secreto da maioria absoluta da Casa a que pertencer o Senado; 257 na Câmara dos
parlamentar Deputados)

Observação: Os projetos de decreto legislativo sobre direitos humanos que forem


aprovados em cada uma das Casas do Congresso Nacional com 3/5 de votos (49 no
Senado, 308 na Câmara dos Deputados) em 2 turnos, serão equivalentes a emenda
constitucional.

A publicidade da matéria, o parecer e o quorum, tanto de iniciativa como de votação da


matéria
a ser deliberada, tanto no Senado quanto no Congresso, são três formalidades essenciais
que sequer regime de urgência urgentíssima pode dispensar.
Módulo II

PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS


SEPARADAS)

A) PROJETO DE LEI

UNIDADE 6

Os projetos de lei que têm origem no Senado - os Projetos de Lei do Senado (PLS) - e os
projetos de lei que se originam na Câmara e vêm à revisão do Senado - os Projetos de
Lei da Câmara (PLC) - podem ser de lei ordinária ou de lei complementar. A Constituição
Federal explicita que dispositivos precisam ser complementados por um tipo ou outro de
lei. Na forma, sua maior diferença é o quorum de aprovação:

 para os projetos de lei ordinária o quorum é de maioria simples de votos;


 para os projetos de lei complementar o quorum é de maioria absoluta de
votos.

PROJETO DE LEI DA CÂMARA - PLC (lei ordinária ou complementar)

Qual a origem dos PLC?

Os PLC podem ter origem em uma proposta de Deputado, de comissão da Câmara, do


Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, de Tribunais Superiores, do
Procurador-Geral da República, do Ministério Público ou, ainda, dos cidadãos. Enfim, os
projetos de lei que vêm de fora do Poder Legislativo iniciam sua tramitação pela Câmara,
vindo ao Senado para revisão.

Os PLC, ao chegarem no Senado, são lidos no Período do Expediente da sessão plenária,


deliberativa (ordinária ou extraordinária) ou não deliberativa, e são despachados, pelo
Presidente, para uma ou mais comissões, segundo as competências dessas, para serem
analisados e receberem parecer. No Senado, a Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania tem até vinte dias úteis para proferir parecer (as demais comissões têm quinze
dias úteis). Esses prazos podem ser prorrogados, por igual período, através de uma
comunicação do Presidente da Comissão à Mesa do Senado, a qual será lida no Período
do Expediente. Nova prorrogação só pode ser concedida por prazo determinado e
mediante requerimento que deve ser votado no Plenário do Senado.

Uma vez emitido o parecer da Comissão, o projeto é enviado à Mesa para leitura no
Período do Expediente, quando é numerado e tem início o prazo de cinco dias úteis para
recebimento de emendas. Caso não existam emendas, o projeto está pronto para ser
incluído na Ordem do Dia, a fim de ser discutido e votado em turno único. Se receber
emenda, o projeto volta à Comissão ou às Comissões pelo prazo de quinze dias úteis (se
houver mais de uma Comissão a se manifestar, o prazo corre em conjunto) para receber
parecer sobre essas emendas. Dado o parecer, a matéria volta à Mesa para leitura e
pode, a partir daí, ser incluída na Ordem do Dia. Se o projeto for aprovado sem alteração
ou com alteração somente de redação, ele vai à sanção do Presidente da República. Caso
sofra alteração de mérito, essa alteração volta à Câmara para análise.

Como já foi dito, se o projeto for de lei ordinária, o quorum de votação é o de maioria
simples de votos. Se for de lei complementar, é de maioria absoluta.

Para que servem os autógrafos?

Para encaminhar a redação oficial do que foi aprovado, quer para o Presidente da
República, quer para a Câmara, o Senado prepara autógrafos desse texto.
Então, autógrafo é o documento oficial que reproduz o que foi aprovado.

PROJETO DE LEI DA CÂMARA (de origem do Presidente da República, com


pedido de urgência constitucional - art. 64, CF)

Qual é o prazo da urgência constitucional solicitada pelo Presidente da República para


tramitação de projeto de lei de sua iniciativa?

A urgência constitucional solicitada pelo Presidente da República para tramitação de


projeto de lei de sua iniciativa prevê para a matéria o prazo de quarenta e cinco dias na
Câmara e outros quarenta e cinco dias no Senado, sucessivamente.

O projeto, quando chega da Câmara dos Deputados, é lido no Período do Expediente e


distribuído às Comissões, como qualquer outro projeto. Entretanto, por estar tramitando
em regime de urgência, o projeto recebe emendas de todos os Senadores apenas na
primeira ou na única Comissão constante do despacho, pelo prazo de cinco dias úteis. Se
mais de uma Comissão tiver que se manifestar a respeito do projeto, os prazos correm
concomitantemente. Para emitir parecer, esses órgãos técnicos têm vinte e cinco dias.

Caso não cumpram esse prazo, a matéria será incluída na Ordem do Dia e receberá
parecer em plenário.

Esgotado o prazo de quarenta e cinco dias sem que haja deliberação sobre o projeto,
quer numa Casa, quer noutra, a proposição é incluída na Ordem do Dia, sobrestando-se
a deliberação quanto aos demais assuntos (exceção feita às medidas provisórias, que
têm precedência) até que se ultime sua votação, que se dará por maioria simples, se for
projeto de lei ordinária, ou por maioria absoluta, se for de lei complementar.

PROJETO DE LEI DO SENADO - PLS (lei complementar) (iniciativa de Senador)

Vamos ver o passo a passo?

1. Lido no Período do Expediente da sessão, o projeto é encaminhado às Comissões, que


têm o prazo regimental (CCJ - vinte dias úteis; demais Comissões - quinze dias úteis)
para emitir parecer. Uma vez aprovado pela Comissão, o parecer é remetido à Mesa para
leitura em plenário, quando é numerado e determinada sua publicação em avulsos, como
qualquer outra matéria dentro do Legislativo. É iniciado o prazo de cinco dias úteis para
recebimento de emendas perante a Mesa.
2. Caso existam emendas, o projeto volta para as Comissões (o prazo é de quinze dias
úteis) para receber parecer sobre elas. Só depois estará pronto para ser agendado na
Ordem do Dia. Não existindo emendas, desde já está pronto para entrar na pauta de
deliberações.

PROJETO DE LEI DO SENADO (lei ordinária ou complementar) (iniciativa de


Comissão do Senado)

Como todo projeto, este também é lido no Período do Expediente. Se a comissão tiver
competência sobre aquela matéria, como o projeto já é de Comissão, tem início o prazo
de cinco dias úteis para recebimento de emendas perante a Mesa. O projeto só voltará
para a Comissão que lhe deu origem caso receba emendas. Ela, então, terá que se
pronunciar a respeito das mesmas.

Se não receber emendas, ou após a leitura do parecer sobre as que tiver recebido, a
matéria encontra-se pronta para ser agendada na Ordem do Dia.

A diferença entre o projeto de lei ordinária e o projeto de lei complementar


é apenas quanto ao quorum de votação.
PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS) (lei ordinária) (iniciativa de Senador)

O projeto é lido no Período do Expediente e encaminhado a uma ou mais Comissões.

As comissões podem apreciar esse tipo de projeto?

A Constituição Federal de 1988 conferiu às Comissões poder de apreciar


terminativamente esse tipo de projeto, ou seja, a regra geral é que esse projeto não
venha a ser apreciado pelo Plenário do Senado, ficando apenas no âmbito das
Comissões. Esse procedimento, além de desafogar o Plenário, agiliza a tramitação das
matérias sem, no entanto, prejudicar sua análise. Nesse caso, todos os Senadores,
mesmo aqueles que não pertencem àquelas Comissões do despacho, podem apresentar
emendas, pelo prazo de cinco dias úteis, perante a primeira ou a única Comissão que
deve emitir parecer.

Como para todas as matérias que dependem de parecer, o Presidente da Comissão


designa um Relator, que terá a metade do tempo de que dispõe a Comissão para
apresentar seu relatório sobre a matéria. Uma vez apresentado o relatório, qualquer
Senador, ou todos os Senadores membros da Comissão, podem pedir vista do processo,
que pode ser concedida por até cinco dias úteis. Esse prazo corre em conjunto para
todos. O Senador pode devolver o processo com ou sem manifestação. Se houver
manifestação, ela recebe a nomenclatura de voto em separado.

Poder Terminativo - prerrogativa das comissões permanentes de discutir e votar


projetos de lei, dispensada a competência do Plenário, o qual só se manifesta se houver
recurso de 10% dos membros da Casa nesse sentido. Essa prerrogativa é definida pela
Mesa, quando é feita a distribuição das proposições.

A Comissão, nesse caso em que tem poder terminativo, vota não o parecer, mas o
próprio projeto. Ela decide sobre a matéria e comunica o fato ao Presidente da Casa, que
dará ciência ao Plenário. Terá início, então, o prazo de cinco dias úteis para que 1/10 dos
Senadores (nove) possa apresentar recurso, no sentido de que a matéria venha a ser
apreciada pelo Plenário, acabando, desta forma, com o poder terminativo da Comissão.
Se não receber recurso, a matéria vai diretamente à Câmara, para que aquela Casa faça
revisão. Se receber recurso, tem início o prazo de cinco dias úteis para encaminhamento
de emendas à Mesa. Sem emendas, a matéria está pronta para a Ordem do Dia. Com
emendas, volta para a Comissão, para parecer sobre elas, como em todos os outros
casos que já estudamos. Dado o parecer pela Comissão, lido e numerado em plenário, o
projeto está pronto para a Ordem do Dia, quando é discutido e votado em turno único,
necessitando apenas de quorum de maioria simples para sua aprovação. Aprovado, vai à
Câmara dos Deputados para revisão.

Se a Câmara apresentar alterações ao projeto,


essas alterações voltam ao Senado para exame.
Aquilo que o Senado aprovar vai à sanção do Presidente da República.

PROJETO DE CÓDIGO

Os códigos são leis ordinárias e, como tais, são tratados por meio de projetos de lei que,
uma vez aprovados em ambas as Casas, são enviados à sanção do Presidente da
República. O projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, oportunidade em
que o Presidente designará uma comissão temporária composta de onze membros para
seu estudo e fixará o calendário de sua tramitação.

Essa comissão temporária se reúne primeiramente para eleger seu Presidente e Vice-
Presidente, sendo, em seguida, designado um relator-geral e tantos relatores parciais
quantos necessários. Ao projeto principal são anexados os outros que se encontrem em
tramitação e que envolvam a mesma matéria. As emendas são apresentadas perante a
comissão, que deve emitir parecer sobre todos os projetos e emendas.
Publicado o parecer e distribuído em avulsos, o projeto será incluído na Ordem do Dia
com exclusividade, obedecido o interstício regimental como nas demais matérias. Em
plenário, o projeto é discutido e votado em turno único de discussão e votação, aprovado
por maioria simples, em votação pública simbólica.

Interstício - intervalo de tempo necessário entre atos do procedimento legislativo.


O interstício é contado por sessões ordinárias ou por dias úteis, conforme determinam
os regimentos internos de cada Casa (exemplo: é de três dias úteis, no Senado, e de
duas sessões, na Câmara, o interstício entre a distribuição de avulsos dos pareceres das
comissões e o início da discussão ou votação correspondente).

No Congresso Nacional, há projetos de lei a serem apreciados em sessão conjunta, como


é o caso das matérias orçamentárias. Este assunto será estudado em outra
oportunidade.

Vimos, nesta UNIDADE, um pouco da tramitação, no Senado, dos projetos de lei


apresentados em Casas separadas.

PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS


SEPARADAS)

Continuaremos nesta UNIDADE com matérias analisadas na Câmara e no Senado


separadamente.

B) PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (PDS)

Outra matéria analisada na Câmara e no Senado, separadamente, é o projeto de decreto


legislativo, que pode ser iniciado em uma ou outra Casa. Os assuntos constantes do art.
49 da Constituição Federal tramitam no Congresso sob a forma de projeto de decreto
legislativo. Uma vez concluída a análise do projeto em ambas as Casas, o Presidente do
Senado promulga-o.

Tanto o projeto que tem início no Senado quanto o que vem da Câmara é lido no Período
do Expediente da sessão e despachado a uma ou mais Comissões. Com exceção do PDS
sobre radiodifusão, em regime de urgência constitucional, os demais PDS têm tramitação
normal, a menos que recebam urgência através de requerimento, como ademais pode
acontecer com outras matérias.

No PDS sobre radiodifusão ou sobre tratados, acordos e atos internacionais, as emendas


devem ser apresentadas perante a Comissão a que for distribuído. Depois, a Comissão
tem os prazos regimentais para emitir seu parecer sobre o projeto e eventuais emendas.
Os projetos de decreto legislativo relativos a radiodifusão, por força constitucional - art.
223 -, têm o prazo de tramitação, na Câmara e no Senado, de quarenta e cinco dias em
cada Casa, consecutivamente. O Presidente da República envia à Câmara dos Deputados
uma mensagem. Aquela Casa analisa o processo e elabora o projeto de decreto
legislativo correspondente. Uma vez aprovado, o projeto é enviado ao Senado, onde a
matéria é despachada à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e
Informática - CCT (Resolução nº 1, de 2007). Inicia-se, então, o prazo de cinco dias úteis
para que os Senadores apresentem emendas. Por força de aprovação, pelo Plenário do
Senado, em 25.03.03, do Parecer nº 34, de 2002, da CCJ, esse projeto de decreto
legislativo passa a tramitar em apreciação terminativa na Comissão. Depois de aprovado
o projeto na Comissão, seu Presidente oficia ao Presidente da Casa. Lido o parecer no
Período do Expediente, numerado e publicado, inicia-se o prazo de 5 dias úteis para
apresentação de recurso por 1/10 dos Senadores. Se não houver recurso, o Presidente
do Senado promulga o decreto legislativo. Se for apresentado recurso, a matéria será
incluída na Ordem do Dia para deliberação pelo Plenário. Em caso de não renovação de
concessão ou permissão, a matéria não tramitará com caráter terminativo na Comissão.

Sobre os PDS de tratados, acordos ou atos internacionais: esses projetos só terão


iniciado o curso de sua tramitação no Senado se estiverem acompanhados de cópia
autenticada do texto, em português, do ato internacional respectivo, bem como da
mensagem de encaminhamento e da exposição de motivos. Lidos no Período do
Expediente, são publicados e distribuídos em avulsos, como de resto qualquer outra
matéria, e despachados à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, perante a
qual todos os Senadores podem apresentar emendas no prazo de cinco dias úteis. A
Comissão tem o prazo de quinze dias úteis, prorrogável por igual período, para opinar
sobre o projeto. Publicados o parecer e as emendas, que também serão distribuídos em
avulsos, e decorrido o interstício regimental, a matéria será incluída na Ordem do Dia.
Caso não seja emitido o parecer pela Comissão, e se faltarem dez dias ou menos para o
término do prazo no qual o Brasil deva se manifestar sobre o ato em questão, o projeto é
incluído na Ordem do Dia para receber parecer em plenário por relator designado pelo
Presidente da Casa. Como os outros projetos de decreto legislativo, uma vez aprovado
em ambas as Casas do Poder Legislativo, o decreto legislativo dele oriundo é promulgado
pelo Presidente do Senado.

Uma outra matéria que tramita na forma de PDS diz respeito ao art. 49, XV: autorizar
referendo e convocar plebiscito. A Lei nº 9.709, de 18.11.98, dispõe que para dar início a
esse projeto é necessário que 1/3 dos Senadores o assinem. Quanto às demais etapas de
tramitação, equivale a um outro PDS em rito normal, com aprovação por maioria
simples.

Há outros casos de PDS, como por exemplo o destinado a sustar atos do Poder Executivo
(CF, art. 49, V). Depois de submetido à Comissão competente que emitirá parecer sobre
a matéria, esse parecer será lido em Plenário, numerado, e publicado no DSF e em
avulsos. A seguir, tem início o prazo de cinco dias úteis para que a Mesa receba
emendas. Se não houver emendas, o projeto está pronto para agendamento na Ordem
do Dia. Caso sejam apresentadas emendas, as Comissões deverão apresentar parecer.
Depois que o parecer tenha sido emitido, lido, numerado e publicado, observado o
interstício regimental de três dias úteis entre sua publicação e o início da discussão da
matéria, o projeto pode ser incluído na Ordem do Dia.

C) PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO (PRS) - Apreciado somente pelo


Senado (Não é submetido à revisão pela Câmara dos Deputados)

Existem vários tipos de projeto de resolução. Vejamos:

I. Alteração do Regimento Interno do Senado (RISF):

a) O RISF pode ser alterado por iniciativa de qualquer Senador ou da Comissão Diretora.
Como toda proposição legislativa, o projeto é lido no Período do Expediente. É aberto
prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas perante a Mesa. Havendo ou não
emendas, o projeto é remetido à CCJ e, em seguida, à Comissão Diretora (CDIR). Caso o
projeto seja de origem da própria CDIR, o projeto só voltará a ela se tiver recebido
emendas. Uma vez que já tenham sido dados os pareceres, eles são lidos no Período do
Expediente, numerados e publicados no DSF e em avulsos para distribuição aos
Senadores. Este é o procedimento usual. Decorrido o interstício regimental, o projeto
está pronto para ser incluído na Ordem do Dia para turno único de discussão e votação.

b) O RISF pode ser alterado ou reformado como um todo. Nesse segundo caso, é
constituída uma comissão temporária especial de Senadores aprovada pelo Plenário,
destinada a analisar e elaborar um projeto de resolução. Dessa comissão deverá fazer
parte um membro da Comissão Diretora. Uma vez lido o projeto em plenário, tem início o
prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à Mesa. Recebendo ou não
emendas, o projeto vai à CCJ e, se ali receber emendas, volta à Comissão Especial para
emissão de parecer. Os pareceres são lidos no Período do Expediente, numerados e
publicados. Depois do interstício regimental, o projeto pode ser agendado na Ordem do
Dia.
II. A CCJ apresenta projeto de resolução suspendendo, no todo ou em parte, lei
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, como conclusão de seu parecer
a um Ofício S (Senado) sobre a matéria que foi enviada ao Senado pelo STF. Essa
matéria tramita somente no Senado e tem caráter terminativo na CCJ.

Como toda matéria que tramita em rito terminativo, uma vez aprovada pela Comissão,
seu Presidente comunica o fato, através de ofício, ao Presidente da Casa, que dá ciência
ao Plenário, no Período do Expediente. Inicia-se o prazo de cinco dias úteis para
interposição de recurso por 1/10 de Senadores. Se não houver recurso, como a matéria é
de competência privativa do Senado, o Presidente da Casa promulga a resolução. Se
houver recurso, a matéria ainda deve ser apreciada pelo Plenário do Senado. Antes de ir
a plenário, abre-se prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à Mesa.
Sem emendas, passado o interstício regimental, o projeto pode ir para a Ordem do Dia.
Com emendas, volta à CCJ para, só depois do parecer emitido, lido, numerado e
publicado, ser incluído na Ordem do Dia.

Tipos de projeto de resolução

III. A Comissão de Assuntos Econômicos apresenta projeto de resolução como conclusão


de seu parecer, quando do exame de matérias financeiras como pedido de autorização
para operações externas de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios ou de aval em contratação de operação de empréstimo
externo por entidade autárquica subordinada ao Governo Federal, Estadual ou Municipal.
O processo, que tem início com a documentação encaminhada pelo Banco Central,
recebe a denominação, no Senado, de Ofício S, e vai à CAE para parecer. Uma vez lido o
Projeto de Resolução (objeto de parecer da CAE) em plenário, numerado e publicado,
tem início o prazo de cinco dias úteis para emendas. Sem emendas, vai à Ordem do Dia;
com emendas, à CAE para parecer, que será lido, numerado e publicado para posterior
inclusão na Ordem do Dia.

IV. A Comissão de Assuntos Econômicos:

 por proposta do Presidente da República, apresenta projeto de resolução como


conclusão de seu parecer, fixando limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, dos Estados, do DF e dos Municípios;
 por proposta do Presidente da República ou de 1/3 dos membros do Senado,
apresenta à Comissão, em conclusão de seu parecer, PRS estabelecendo
alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação,
devendo ser aprovado por maioria absoluta de votos do Plenário do Senado;
 por iniciativa de 1/3 dos membros do Senado, a CAE apresenta, também, em
conclusão de parecer, PRS que, para ser aprovado, precisa da maioria
absoluta de votos favoráveis da Casa, estabelecendo alíquotas mínimas nas
operações internas; por iniciativa da maioria absoluta dos membros do
Senado, a CAE ainda apresenta PRS em conclusão de seu parecer, que deve
ser aprovado por 2/3 da composição da Casa, fixando alíquotas máximas nas
operações internas para resolver conflito específico que envolva interesse de
Estados e do DF.

Em todos esses casos, o procedimento é o mesmo que para outro projeto de resolução
advindo de conclusão de parecer. Lido no Período do Expediente, é numerado e
publicado, ficando sobre a Mesa para recebimento de emendas durante cinco dias úteis.
Com emendas, o projeto volta à CAE para parecer antes de ser agendado. Sem
emendas, já estará pronto para o agendamento.

Ainda sobre matéria financeira, a CAE apresenta PRS dispondo sobre limites globais e
condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, DF e
Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder público
federal; ou dispondo sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em
operações de crédito externo e interno; ou estabelecendo limites globais e condições
para o montante da dívida mobiliária dos Estados, DF e Municípios; ou, ainda, fixando
alíquotas máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer
bens ou direitos.

Uma vez lido o projeto no Período do Expediente da Sessão, e tendo em vista já ser ele
da Comissão, inicia-se o prazo para encaminhamento de emendas à Mesa. O projeto
somente voltará à CAE, se receber emendas. Caso contrário, já está pronto para a
Ordem do Dia, respeitado o interstício regimental.

PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS


SEPARADAS)

D) PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO (PEC)

Quem pode dar início a uma proposta de emenda à Constituição?

Um terço de Deputados, na Câmara; um terço de Senadores, no Senado; o Presidente da


República, na Câmara; e mais da metade das Assembléias Legislativas das Unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela sua maioria relativa, no Senado ou na
Câmara.

No Senado, vinte e sete Senadores, no mínimo, são autores de uma PEC. Se algum
Senador apuser sua assinatura e especificar que é para apoiamento, essa assinatura não
é computada como de autor. Significa que o Senador apoia a iniciativa de se apresentar
uma proposta para debater determinado assunto, mas que não quer ser autor.

A PEC - quer de origem de Senador quer da Câmara dos Deputados - é lida no Período do
Expediente e despachada, individualmente, à Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania, que tem até trinta dias úteis para emitir seu parecer. Lá, seus membros
podem apresentar emendas. Caso a Comissão conclua seu parecer aprovando alguma
emenda, esta deverá conter também vinte e sete assinaturas.

Após a leitura em plenário, o parecer é numerado e publicado no Diário do Senado


Federal e em avulsos. Decorrido o interstício que, neste caso, é de cinco dias, a matéria
pode ser incluída na Ordem do Dia para cinco sessões deliberativas ordinárias
consecutivas de discussão em primeiro turno. Durante esse período, poderão ser
oferecidas emendas em plenário também por, no mínimo, vinte e sete Senadores.

Se a Comissão não emitir parecer no prazo nem requerer sua prorrogação, o Presidente
da Casa pode incluir a matéria na Ordem do Dia para que o relator designado pelo
Presidente profira oralmente o parecer.

Encerrada a discussão sem recebimento de emendas, a PEC será votada em primeiro


turno, com o quorum qualificado de 3/5 de votos favoráveis (49 votos "sim"). Se houver
emendas, será necessário que a CCJ emita parecer sobre elas. Após a leitura e
publicação deste novo parecer, a PEC está pronta para ser votada em primeiro turno,
juntamente com as emendas.

O interstício entre o primeiro e o segundo turno é de, no mínimo, cinco dias úteis.
Vencido esse prazo, a PEC pode entrar na Ordem do Dia para um segundo turno de
discussão (três sessões ordinárias) e votação, sendo aprovada também por nova
deliberação por 3/5 de votos favoráveis. Durante a discussão, vinte e sete Senadores, no
mínimo, podem apresentar emendas que não envolvam o mérito. E o procedimento é o
mesmo para todas as matérias: sem emendas, pode ser votada em segundo turno; com
emendas, vai à CCJ para parecer, antes de ir à votação em segundo turno. A CCJ tem
cinco dias improrrogáveis para isso.

Se houver redação final (em caso de ter tido alteração), a CCJ apresenta a redação final
no prazo de três dias, a qual será votada com qualquer número, independentemente de
sua publicação.
Se a PEC for de origem do Senado, vai à Câmara para revisão. Se for de origem da
Câmara e tiver sofrido alteração, volta àquela Casa. Se não tiver sofrido alteração no
Senado, o Presidente do Senado convoca sessão solene do Congresso Nacional para que
as Mesas das duas Casas promulguem a emenda constitucional.

A matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa. Uma outra limitação constitucional a
respeito deste assunto é a proibição de que seja apresentada PEC tendente a abolir a
forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos
Poderes e os direitos e garantias individuais, que constituem as cláusulas pétreas, ou
seja, aquelas que não podem ser modificadas por meio das formas secundárias de
alteração constitucional (emenda ou revisão). Apenas o poder constituinte originário
(uma nova Assembléia Constituinte) teria competência para tanto.

E) REQUERIMENTO - Apreciado somente pelo Senado (não há revisão pela Câmara


dos Deputados)

Há diversos tipos de requerimento. Citaremos alguns exemplos:

 adiamento da discussão;
 adiamento da votação;
 comparecimento de Ministro de Estado;
 constituição de comissão temporária;
 destaque para aprovação de emenda;
 destaque para rejeição de dispositivo do projeto;
 destaque para rejeição de emenda;
 destaque para votação em separado de parte do projeto, de emenda ou de
parte de emenda;
 dispensa de discussão;
 dispensa de interstício e prévia distribuição de avulsos para inclusão;
 da matéria em Ordem do Dia;
 dispensa de publicação da redação final para a imediata apreciação pelo
Plenário;
 encerramento da discussão;
 esclarecimento sobre atos da administração da Casa;
 extinção de urgência;
 homenagem de pesar;
 inclusão em Ordem do Dia de matéria em condições de nela figurar;
 inclusão em Ordem do Dia de matéria sem parecer;
 informações a serem prestadas por Ministros de Estado ou titulares de
órgãos diretamente vinculados à Presidência da República;
 inversão da Ordem do Dia;
 leitura de qualquer matéria sujeita a conhecimento do Plenário;
 licença para exercer missão no País ou no exterior;
 licença para tratar de interesses particulares;

E) REQUERIMENTO - APRECIADO SOMENTE PELO SENADO (Não há revisão pela


Câmara dos Deputados)

Há diversos tipos de requerimento. Outros exemplos:

 licença para desempenhar missão política ou cultural de interesse parlamentar;


 licença para se ausentar dos trabalhos, a serviço do Senado;
 não realização de sessão em determinado dia;
 permissão para falar sentado;
 preferências diversas;
 prorrogação de prazo para apresentação de parecer;
 prorrogação do tempo regimental da sessão;
 publicação de informações oficiais no Diário do Senado Federal;
 realização de sessão especial;
 realização de sessão secreta;
 reconstituição de proposição;
 remessa a determinada comissão de matéria despachada a outra;
 retificação de ata;
 retirada de proposição em curso no Senado;
 sobrestamento de estudo de proposição;
 tramitação em conjunto de dois ou mais projetos em curso no Senado regulando
a mesma matéria;
 transcrição de documentos do Diário do Senado Federal;
 urgências;
 verificação de votação;
 votação do projeto em partes;
 votação em globo ou por grupos de dispositivos das emendas da Câmara dos
Deputados a projeto do Senado Federal;
 votação nominal;
 voto de aplauso, censura ou semelhante.

Outros requerimentos não previstos expressamente no Regimento podem ser


apresentados. Nesse caso, a decisão cabe ao Presidente após submeter o requerimento
a votos no Plenário.

Nas sessões conjuntas do CN a maioria dos requerimentos deve ser apresentada por
líderes.
Como não há previsão de requerimento de urgência, utilizam-se os regimentos
subsidiários,
ou seja, do Senado e da Câmara, nessa ordem.

F) PROPOSTA DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE

A proposta pode ser apresentada por qualquer membro ou Senador à Comissão, com
específica indicação do ato e fundamentação da providência objetivada. (RISF, art. 102-
B, I)

O relator designado apresentará parecer prévio quanto à oportunidade e conveniência da


proposta e quanto ao alcance jurídico, administrativo, político, econômico, social ou
orçamentário do ato impugnado.

Relatório final será encaminhado, conforme o caso, à Mesa, ao Ministério Público, à


Advocacia-Geral da União, ao Poder Executivo, à comissão permanente que tenha
pertinência, à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização - CMO ou ao
TCU.

G) INDICAÇÃO

Corresponde a uma sugestão de Senador ou Comissão para que o assunto nela


focalizado seja objeto de providência ou de estudo pelo órgão competente da Casa, com
a finalidade de seu esclarecimento ou de uma formulação de proposição legislativa. Por
exemplo: as alas do Senado receberam nome de Nilo Coelho, Alexandre Costa, Teotônio
Vilela, Rui Carneiro, Filinto Müller; o Pavilhão do Serviço Médico recebeu o nome de
Lourival Baptista. Foram feitas tais homenagens através de indicações.

H) PARECER

Os pareceres que vimos até agora são instrumento de instrução de outra matéria, não
têm vida própria. Os pareceres que constituem proposição legislativa devem ser
discutidos e votados.

E quais são eles? Exemplos:


 para escolha de autoridade;
 por consulta do Presidente da Casa.

I) EMENDA

São proposições secundárias que não têm vida própria, pois estão vinculadas a uma
proposição principal. Por isso, seguem o rito, o quorum e o tipo de votação dessa
proposição principal.

Há três instâncias para apresentação de emendas:

 nas Comissões;
 perante a Mesa;
 no Plenário.

A PEC recebe emendas na CCJ, por seus membros, e, no Plenário, por 1/3 dos
Senadores.

PROPOSIÇÕES APRECIADAS EM SESSÃO CONJUNTA DO CONGRESSO NACIONAL

A) VETO PRESIDENCIAL

Todos os projetos de lei, inclusive o de conversão de uma medida provisória, uma vez
aprovados pelo Poder Legislativo, são encaminhados ao Presidente da República para sua
manifestação. Este tem um prazo de até quinze dias úteis para manifestar-se, no sentido
do acordo (sanção) ou do desacordo (veto), que pode ser, neste último caso, total ou
parcial. Após o prazo mencionado, se o Presidente não se pronunciar, o projeto de lei é
considerado como tendo sido tacitamente sancionado (sanção tácita). Entretanto, o veto
deverá ser aposto em texto integral de artigo ou de parágrafo ou item, e nunca sobre
expressão.

Em caso de o projeto ser considerado inconstitucional ou contrário ao interesse público,


no todo ou em parte, o Presidente poderá vetá-lo, fazendo publicar suas razões no Diário
Oficial da União com comunicação do fato ao Presidente do Senado, que dará ciência aos
parlamentares em sessão conjunta, no prazo de 72 horas. Na mesma oportunidade, será
designada comissão composta por três Senadores e três Deputados para emitir relatório
sobre o veto. É de todo conveniente que dessa comissão participem os relatores da
matéria em cada uma das Casas.

A Constituição prevê prazo de trinta dias para que o Congresso decida sobre o veto, que
só pode ser rejeitado pela maioria absoluta de cada uma das Casas, em votação secreta.
Nesse caso, o Presidente do Senado comunicará o resultado da votação ao Presidente da
República, encaminhando-lhe o projeto para promulgação e publicação.

Se o veto, entretanto, não for apreciado pelo Congresso, em sessão conjunta, no prazo
de trinta dias, o § 6º do art. 66 da Constituição determina que as demais matérias sejam
sobrestadas, tais como os projetos de lei sobre temas orçamentários (LDO, LOA, PPA e
créditos).

PROPOSIÇÕES APRECIADAS EM SESSÃO CONJUNTA DO CONGRESSO NACIONAL

B) PROJETO DE RESOLUÇÃO DO CONGRESSO (PRN)

I - Assim como no Senado, para se alterar o Regimento Comum, no caso do Congresso,


o instrumento legislativo utilizado é o projeto de resolução, de iniciativa das Mesas do
Senado e da Câmara ou por iniciativa de cem parlamentares, sendo no mínimo oitenta
Deputados e vinte Senadores.

Em ambos os casos (iniciativa parlamentar ou das Mesas), o projeto é lido e numerado


no Expediente de uma sessão conjunta e publicado no Diário do Congresso Nacional e em
avulsos. Este procedimento é o mesmo para todas as proposições, quer no Senado quer
no Congresso.

Se for de iniciativa das Mesas, o Presidente do Senado convoca sessão conjunta para
iniciar sua discussão e votação em turno único, podendo qualquer parlamentar
apresentar emendas em plenário, até o encerramento da discussão. Se tiver emendas, o
projeto volta às Mesas para parecer sobre elas. Havendo concordância das Mesas, o
parecer pode ser único, com relator único. Uma vez emitido parecer, a matéria estará
pronta para a Ordem do Dia, em fase de votação.

Se for de iniciativa de parlamentares, o projeto vai às Mesas para parecer, que poderá
ser único. Após publicação, o projeto pode entrar na Ordem do Dia, recebendo emendas
também durante a discussão. Se tiver emendas, volta às Mesas para parecer, após o que
retorna ao plenário em fase de votação.

Depois de aprovado o projeto, o Presidente do Senado (nesse caso Presidente da Mesa


do CN) promulga a resolução decorrente.

II - Também é por intermédio de projeto de resolução que o Congresso delega ao


Presidente da República poderes para legislar sobre determinado assunto: é a lei
delegada.

O processo tem início quando o Presidente da República remete ao Presidente do Senado


o pedido de autorização do Congresso Nacional para baixar lei. O Presidente do Senado
convoca, no prazo de setenta e duas horas, sessão conjunta para que o Congresso tome
conhecimento da proposta. Nessa mesma sessão, a matéria é distribuída em avulsos e é
constituída uma comissão mista paritária, composta de onze Senadores e onze
Deputados, para emitir parecer sobre a proposta, concluindo com a apresentação de um
projeto de resolução, no qual será especificado o conteúdo da delegação, os termos para
o seu exercício e o prazo, que não deve ser superior a quarenta e cinco dias, para que o
Presidente da República promulgue e publique a lei.

Esse projeto de resolução pode conter, ainda, a obrigatoriedade de o Presidente da


República enviar ao Congresso a proposta de lei para que este examine se está dentro
dos limites delegados. Nesse caso, o parecer da comissão mista se restringirá a estar de
acordo ou não com os termos do projeto, não cabendo emendas.

Em ambos os casos, o projeto de resolução é discutido e votado no plenário, em sessão


conjunta. Uma vez aprovado, o Presidente da Mesa do CN promulga a resolução e
comunica o fato ao Presidente da República, que, devidamente autorizado pelo
Congresso, editará a lei delegada.

Não cabe delegação sobre matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional


ou de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal,
bem como sobre organização dos juízos e tribunais e as garantias da Magistratura,
sobre nacionalidade, cidadania, direitos públicos e direito eleitoral e matérias
orçamentárias.

PROPOSIÇÕES APRECIADAS EM SESSÃO CONJUNTA DO CONGRESSO NACIONAL

C) MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA

Ainda são tratados em sessão conjunta do Congresso Nacional os projetos de lei


referentes à matéria orçamentária:

 projeto de lei do plano plurianual (PPA);


 projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO);
 projeto de lei do orçamento anual da União (LOA);
 projetos de lei de créditos adicionais (créditos suplementares, créditos
extraordinários, créditos especiais).
Esses projetos de lei são de iniciativa vinculada ao cargo de Presidente da República e a
Constituição estabelece prazos para que ele os remeta ao Congresso.

Assim, o projeto de PPA tem que estar no Congresso até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato do Presidente da República
(31 de agosto) e deve ser devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa ordinária (22 de dezembro) correspondente. O PPA tem vigência de quatro
anos. No primeiro ano de mandato, o Presidente da República trabalha com o Plano
Plurianual do Presidente anterior, e encaminha ao Congresso o seu próprio plano, que
vigorará durante os restantes três anos de seu mandato e durante o primeiro ano do
mandato do Presidente subsequente.

A LDO é uma lei que vigora durante um ano. O projeto deve ser encaminhado ao
Congresso até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro (15 de
abril) e o Congresso o devolve para sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa ordinária (17 de julho). Se o Congresso não deliberar sobre a matéria
até esta data, a sessão legislativa não é interrompida, ou seja, não há recesso
parlamentar até que se ultime a deliberação.

A LOA também é uma lei de vigência anual. O projeto correspondente deve ser
encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31 de
agosto) e devolvido à sanção até o encerramento da sessão legislativa ordinária (22 de
dezembro).

Quanto aos créditos adicionais, o prazo limite para que o Poder Executivo os envie ao
Congresso é estipulado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

As mensagens do Presidente da República encaminhando esses projetos


são recebidas pelo Presidente do Senado e encaminhadas à Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) no prazo de quarenta e oito horas
após sua comunicação às duas Casas do Congresso para que a comissão emita seu
parecer.

No plenário da sessão conjunta, a deliberação sobre essas matérias ocorre em turno


único de discussão e votação, sendo aprovadas em votação pública simbólica, por
maioria simples de votos em cada Casa, resguardado o direito de votação nominal por
requerimento ou por pedido de verificação de votação.

A votação do projeto de lei é feita nos termos do parecer que vier da CMO, sendo ele
conclusivo e final com respeito às emendas, salvo requerimento para que elas sejam
submetidas ao Plenário do Congresso, devendo tal requerimento ser assinado por no
mínimo 1/10 de congressistas (60 assinaturas) e apresentado à Mesa do Congresso até o
dia anterior ao estabelecido para a discussão da matéria em plenário.

A CMO ainda examina as contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo, que inclui,
além das suas, as dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do
Poder Judiciário (STF, STJ, Tribunais Regionais Federais, Tribunais do Trabalho, Tribunais
Eleitorais, Tribunais Militares e as contas do Chefe do Ministério Público).

A Comissão conclui seu parecer apresentando um projeto de decreto legislativo, ao qual


podem ser apresentadas emendas perante a Comissão. Tão logo esses órgãos enviem ao
Congresso as suas contas, elas são enviadas ao TCU para que emita parecer prévio e, no
prazo de 60 dias, o encaminhe ao Congresso.

No início dos trabalhos do 2º período de cada sessão legislativa (agosto), a Comissão


realiza audiência pública com o Ministro Relator do TCU, para que ele faça uma exposição
sobre esse parecer prévio. É com base nesse documento e nessas informações que a
comissão elaborará seu parecer.
MEDIDAS PROVISÓRIAS - Apreciadas separadamente em cada Casa (desde a
promulgação da Emenda Constitucional nº 32, DE 2001

Nesta Unidade 6, vamos estudar as medidas provisórias, que, depois da Emenda


Constitucional nº 32, de 2001, são analisadas em Comissão Mista, mas apreciadas em
Casas separadas, começando sempre pela Câmara dos Deputados.

Uma vez editada pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União, a
Presidência da Mesa do Congresso Nacional dispõe de 48 horas para publicar e distribuir
os avulsos da proposição, e para designar a Comissão Mista que irá emitir parecer sobre
ela.

Essa Comissão é integrada por 12 senadores e 12 deputados, e igual número de


suplentes, indicados pelos líderes partidários, segundo a proporcionalidade. Caso as
bancadas minoritárias não consigam vaga na Comissão, por terem um número pequeno
de parlamentares, a elas é destinada uma vaga em cada Casa. Se houver mais que uma
bancada nessa situação, haverá rodízio no uso dessa vaga suplementar. Esse princípio de
vaga suplementar é válido para todas as Comissões Mistas. Se a Medida Provisória versar
sobre abertura de crédito extraordinário ao orçamento da União, ela será encaminhada à
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, recentemente,


limitar a interpretação que o Poder Executivo vinha tendo
sobre a edição de medidas provisórias em matéria orçamentária.
De acordo com o STF, somente cabe medida provisória
em caso de créditos extraordinários para atender despesas imprevisíveis e urgentes,
como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
Essa decisão, aliás, apenas espelha o que está expresso
no § 3º do art. 167 da Constituição, mas precisou ser ratificada pela Corte.

Na Comissão, seu Presidente designará um relator, que deverá ser um parlamentar


pertencente à Casa diversa da sua, e um relator revisor, pertencente à Casa diversa da
do relator, e, preferencialmente, do mesmo partido que o do relator. Para emitir o
parecer, a Comissão dispõe de até 14 dias, a contar da data da publicação da Medida
Provisória no Diário Oficial, sendo que, nos 6 primeiros dias, qualquer parlamentar pode
apresentar emendas à MP. Nesse prazo de recebimento de emendas, se um parlamentar
tiver algum projeto tramitando, ele pode solicitar à Comissão que ele tramite em
conjunto com a MP, sob forma de emenda. Ao final da tramitação da MP, esse projeto
será declarado prejudicado, exceção feita no caso de a MP ter sido rejeitada por
inconstitucionalidade. Nesse caso, o projeto retorna à tramitação normal.

A Comissão, ao emitir seu parecer, falará sobre a relevância e urgência da Medida


Provisória, sobre seu mérito e sobre sua adequação financeira e orçamentária. Aprovado
o parecer na Comissão, o processo será encaminhado à Câmara dos Deputados, que terá
até o 28º dia da vigência da MP para deliberar.

Caso a Comissão não emita seu parecer até o 14º dia, o processo será mesmo assim
encaminhado à Câmara. Neste caso, o parecer será oferecido em Plenário, pelo relator ou
pelo relator revisor.

A matéria é deliberada em um só turno de discussão e votação, por maioria simples.


Caso tenha sido aprovada, será remetida ao Senado, que terá até o 42º dia de vigência
para deliberar. Se o Senado aprovar emendas, essas retornarão à Câmara, que disporá
de 3 dias para apreciá-las.

A medida provisória tem vigência de 60 dias, sendo prorrogado esse prazo, pelo
Presidente da Mesa do Congresso Nacional, por igual período, caso não tenha sido
apreciada. Esses prazos não são contados durante o recesso parlamentar.
Se a Medida Provisória não for apreciada em 45 dias, entra em regime de urgência,
sobrestando todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
tramitando.

Caso o prazo de vigência, inclusive com a prorrogação, tenha se esgotado sem que tenha
havido apreciação, a Medida Provisória perde a eficácia, devendo o Presidente da Mesa
do Congresso comunicar o fato ao Presidente da República. Nesta situação, no caso de
ela ter sido rejeitada ou ainda no caso de se aprovar um projeto de lei de conversão, a
Comissão Mista deve elaborar um projeto de decreto legislativo regulando as relações
jurídicas decorrentes no período de sua vigência. Se o decreto legislativo não for editado
em até 60 dias após a rejeição ou a perda da eficácia da MP, essas relações jurídicas
continuarão sendo reguladas pela Medida Provisória, mesmo que ela não esteja mais em
vigor.

A Medida Provisória pode ser aprovada nos mesmos termos em que foi editada pelo
Presidente da República. Nesse caso, o Presidente da Mesa do Congresso a promulga e o
texto é enviado para publicação como lei.

Se, entretanto, houver alterações à MP, é apresentado um projeto de lei de conversão


que, se aprovado, deverá ir à sanção do Presidente da República, como qualquer outro
projeto de lei. O Presidente da República poderá sancioná-lo ou vetá-lo. Neste segundo
caso, o veto ainda deverá ser apreciado pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta.

De acordo com a Emenda Constitucional nº 32, o Presidente da República não poderá


reeditar, na mesma sessão legislativa, Medida Provisória rejeitada ou que tenha perdido
eficácia por decurso de prazo. Além disso, há vedação de edição de Medida Provisória
sobre as matérias relativas a:

 nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;


 direito penal, processual penal e processual civil; organização do Poder
Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
 planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares;
 detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro.

Além disso, é vedada também a edição de MP referente a matéria que deva ser objeto de
lei complementar e de matéria que já tenha sido disciplinada em projeto de lei aprovado
pelo Congresso, que esteja pendente de sanção ou veto.

Uma outra restrição prevista na Emenda Constitucional nº 32 diz respeito à instituição ou


elevação de alguns impostos. Uma vez aprovada, esse tipo de MP só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte.

As medidas provisórias editadas antes da promulgação da Emenda Constitucional nº 32


continuam em vigor até sua apreciação definitiva pelo Congresso Nacional, em sessão
conjunta, ou até que outra medida provisória as revogue explicitamente.

A apreciação das medidas provisórias está regulamentada pela Resolução nº 1, de 2001-


CN.

Toda matéria, após ser deliberada, tem um destino a seguir.


Pode ser:

 à sanção;
 à promulgação;
 à Câmara dos Deputados;
 ao Senado Federal;
 ao arquivo.
Toda vez que o Congresso Nacional aprova um projeto de lei, ele deve ser encaminhado
ao Presidente da República, nos termos do caput do art. 66 da Constituição, para sua
manifestação. Se estiver de acordo, o Presidente a sancionará; se não, no todo ou em
parte, o vetará total ou parcialmente. Para essa manifestação, o Presidente dispõe de
quinze dias úteis, a partir do recebimento da matéria no Palácio do Planalto.

Esgotado esse prazo sem que o Presidente tenha se manifestado formalmente em


qualquer sentido, haverá a sanção tácita, ou seja, a transformação automática do projeto
em lei.

Assim, a sanção poderá ser formal, quando o Presidente da República se manifesta,


aquiescendo com o projeto; ou tácita, quando ele não se manifesta dentro do prazo
constitucional.

O veto, entretanto, só poderá ser formal. Não existe veto tácito. E o Presidente tem, por
força da Constituição, que apresentar as razões pelas quais veta o projeto, que só
podem ser de duas ordens:

 ordem jurídica - quando o projeto de lei for inconstitucional; e


 ordem política - quando o projeto de lei for contrário ao interesse da
sociedade brasileira.

No caso de sanção tácita, o Presidente ainda dispõe de quarenta e oito horas para
promulgar a lei.

A promulgação "diz": esta lei é eficaz e vai produzir seus efeitos.

Se Sua Excelência não promulgar, enviará a lei ao Presidente do Senado, que dispõe de
outras quarenta e oito horas para promulgá-la; e, se este também não o fizer, o Vice-
Presidente do Senado o fará.

Existem outros casos de promulgação. Todas as matérias referentes aos arts. 49, 51, 52,
60, 62, 66 e 223 da Constituição são levadas à promulgação (sem serem submetidas à
sanção do Presidente da República):

 as do art. 49, de competência exclusiva do CN, são tratadas em projeto de


decreto legislativo- o decreto legislativo dele decorrente é promulgado pelo
Presidente do Senado;
 as do art. 51, privativas da CD, são tratadas em projeto de resolução da
Câmara - a resolução dele decorrente é promulgada pelo Presidente da
Câmara dos Deputados;
 as do art. 52, privativas do SF, são tratadas em projeto de resolução do
Senado - a resolução dele decorrente é promulgada pelo Presidente do
Senado;
 as do art. 60 são tratadas em proposta de emenda à Constituição - a emenda
constitucional dela decorrente é promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal;
 as do art. 62, as medidas provisórias, se aprovadas nos termos em que foram
editadas pelo Presidente da República, são promulgadas pelo Presidente da
Mesa do CN e enviadas ao Presidente da República para serem publicadas
como lei - se sofrerem alteração, transformam-se em projeto de lei de
conversão, que são enviados à sanção do Presidente da República;
 as do art. 66, os vetos, se forem rejeitadas pelo Legislativo, são enviadas ao
Presidente da República para promulgação e publicação;
 as do art. 223, referentes à radiodifusão, são tratadas em projeto de decreto
legislativo - o decreto legislativo dele decorrente é promulgado pelo Presidente
do Senado.
Os projetos de lei, de decreto legislativo, as propostas de emenda à Constituição que têm
origem no Senado, uma vez aprovados, vão à Câmara dos Deputados para revisão.

E matérias de origem da Câmara que vêm ao Senado para revisão e aqui sofrem
alteração de mérito, voltam à Câmara para análise dessas alterações.

As matérias que têm origem na Câmara vêm ao Senado para revisão.

E as que têm origem no Senado que foram para a Câmara e lá sofreram alteração de
mérito, voltam ao Senado para análise dessas alterações.

Vão ao arquivo as matérias:

 ao final da tramitação total;


 se rejeitadas;
 se retiradas pelo autor e aprovada sua retirada pelo Plenário;
 se prejudicada (por haver perdido oportunidade; em virtude de prejulgamento
pelo Plenário em outra deliberação);
 ao encerramento da legislatura, nos termos do art. 332 do RISF.

Para o envio de matérias ao Presidente da República, ao Presidente da Câmara ou ao


Presidente do Senado, ou à promulgação, o Senado ou a Câmara preparam autógrafos,
documento oficial que reproduz o que foi aprovado.
Módulo III

ETAPAS DO PROCESSO LEGISLATIVO

A) INICIATIVA

O processo legislativo é resultado de atos concatenados e consecutivos. O primeiro deles,


aquele que deflagra o processo de elaboração de norma jurídica, é a iniciativa.

O que é a “Iniciativa”?

É o poder de propor a edição de uma regra jurídica nova. A iniciativa pode ser:

a) Concorrente (art. 61, CF):

Qualquer Membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do


Congresso Nacional, o Presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais
Superiores, o Procurador-Geral da República e os cidadãos em geral podem ter iniciativa
de projeto de lei. O Presidente da República, as Assembléias Legislativas e os
Parlamentares podem iniciar também propostas de emenda à Constituição.

b) Reservada, privativa ou exclusiva:

1. Para o Presidente da República (arts. 61, § 1º, 84, 62 - CF);


2. Para o Supremo Tribunal Federal (arts. 93, 96, II, e 99, I - CF);
3. Para os Tribunais Superiores (art. 96, II - CF).

c) Vinculada (arts. 84, XXIII, e 165 - CF):

Tem caráter obrigatório e compulsório imposto pela própria Constituição. O Presidente da


República deve encaminhar os projetos de lei do Plano Plurianual (PPA), de diretrizes
orçamentárias (LDO), do Orçamento Anual da União (LOA). O descumprimento de tal
obrigatoriedade implica crime de responsabilidade (Lei nº 1.079, de 1950).

O direito de Iniciativa:

O direito de iniciativa do Congressista é exercido perante sua Casa Legislativa; o do


Presidente da República, do STF, dos Tribunais Superiores e dos cidadãos, perante a
Câmara dos Deputados. Entretanto, os projetos de lei orçamentária têm sua tramitação
iniciada e são apreciados por ambas as Casas em sessão conjunta.

Proposta de emenda à Constituição de iniciativa das Assembléias Legislativas pode ser


iniciada no Senado.

A iniciativa popular é o direito do povo,


representado por uma fração do eleitorado, de interferir na legislação.
Os cidadãos não legislam, mas fazem com que se legisle.
Resulta do desenvolvimento da democracia participativa.

Com relação à iniciativa popular dos Estados, a Constituição Federal legou à lei sua
disciplina (art. 27, § 4º, CF). Para os municípios foi atribuída à lei orgânica (art. 29, XI,
CF).

O poder de iniciativa pode ser exercido individual ou coletivamente. Assim, quando o


Presidente envia ao Congresso projeto de lei ou proposta de emenda à Constituição, ele
o faz individualmente. Senadores ou Deputados, ao darem início a um projeto de lei
podem fazê-lo individual ou coletivamente. Entretanto, para iniciarem a tramitação de
uma PEC, obrigatoriamente terão que fazê-lo coletivamente.
B) EMENDAMENTO

Esta é a segunda etapa do processo legislativo.

O que entendemos por emenda?

É uma proposição secundária ou acessória de outra. O poder de emendabilidade é uma


faculdade própria de deputados, senadores e demais órgãos das Casas do Congresso. É
também a proposta de um direito novo, pois muda o texto antigo. Tal faculdade é
bastante ampla, proibindo a Constituição somente a emenda que aumente despesa (art.
63, CF).

O Regimento do Senado classifica a emenda como:

• supressiva;
• substitutiva;
• modificativa; e
• aditiva.

É nessa ordem que elas são votadas.

E qual a função delas?

Acompanhe o quadro:

Emenda supressiva é a proposição que manda erradicar qualquer parte de


outra
Emenda substitutiva é a proposição apresentada como sucedânea a outra e que
tomará o nome de "substitutivo" quando alterar
substancialmente o conjunto
Emenda modificativa é a proposição que altera a proposição inicial sem modificá-
la substancialmente
Emenda aditiva é a proposição que acrescenta algo a outra proposição

A Câmara dos Deputados ainda dispõe de emenda aglutinativa, que pode ser
apresentada em plenário, para apreciação em turno único, quando da votação da parte
da proposição ou do dispositivo a que ela se refira. É apresentada pelos autores das
emendas objeto de fusão, por um décimo dos membros da Câmara ou por líderes que
representem este número. Nas sessões conjuntas do Congresso Nacional, esse
instrumento propositivo pode ser utilizado tendo em vista ser o Regimento da Câmara
dos Deputados o 2º subsidiário do Regimento Comum do Congresso Nacional, em casos
de omissão deste, e o Regimento Interno do Senado Federal, o 1º subsidiário.

Uma emenda pode alterar substancialmente o texto da proposição principal?

Sim, como vimos no quadro anterior, tal emenda recebe o nome de substitutivo. Caso
este seja oferecido por Comissão como conclusão de seu parecer, o substitutivo terá
preferência sobre o texto do projeto original no momento da votação.

Se o substitutivo for oferecido por relator em plenário, a preferência regimental recai


sobre a proposição original. Para que esse substitutivo tenha preferência é necessário
que haja um requerimento de preferência aprovado pelo Plenário.

Há 3 instâncias para emendamento. Relembre-as lendo novamente a Unidade 10 deste


Módulo.
ETAPAS DO PROCESSO LEGISLATIVO

C) INSTRUÇÃO

A terceira etapa do processo legislativo é a instrução, ou seja, o recebimento de parecer.

O que é um Parecer?

É o pronunciamento de uma comissão sobre uma matéria - principal (projeto, proposta)


ou acessória (emenda) - sujeita ao seu estudo. O parecer consubstancia a opinião
fundamentada do órgão. Apesar de ser geralmente escrito, o parecer pode ser proferido
oralmente em plenário, quando a comissão não se manifestar a respeito da proposição
no prazo que lhe é destinado ou caso este prazo venha a ser interrompido por força de
um requerimento de urgência aprovado pelo Plenário.

De caráter instrutório, o parecer só se configura como proposição legislativa


a ser apreciada pelo Plenário quando se referir a votos de aplauso, censura ou
assemelhados,
a consultas e a manifestação sobre indicação de autoridade.
Nos demais casos, e são a maioria, parecer é instrução de proposição.

O Presidente de Comissão designa relator para emitir parecer sobre uma matéria que a
ela tenha sido despachada pelo Presidente da Casa. O relator tem a metade do prazo de
que dispõe a comissão para preparar e apresentar seu relatório, que é discutido e votado
(ressalvados os casos de matéria com caráter terminativo na comissão, quando é a
própria matéria que é votada). Para parecer sobre as emendas, a comissão dispõe de 15
dias úteis, como regra geral, exceção feita à proposta de emenda à Constituição, quando
a comissão dispõe de até trinta dias úteis. Os projetos de lei de código têm tramitação
especial, como já estudamos.

Após a leitura, e desde que a maioria da comissão se manifeste de acordo com o relator,
o relatório passará a constituir parecer da comissão. Se o relator for vencido, o
Presidente da comissão designará um dos membros que tenha votado com a maioria
para suceder-lhe. Se o relator for vencido em apenas parte de seu relatório sobre a
proposição ou emenda, poderá permanecer na relatoria, consignando-se o vencido,
pormenorizadamente, no parecer.

C) INSTRUÇÃO

E em caso de haver novo relator?

O novo relator deverá apresentar o parecer vencedor na comissão, na reunião ordinária


imediata, salvo deliberação em contrário. Ao novo relator dá-se o nome de relator do
vencido, responsável por preparar o relatório do vencido. O texto do ex-relator recebe a
denominação de voto vencido em separado.

Assim, a palavra vencido tem dois significados opostos: 1. Vencedor; e 2. Perdedor.

Vamos à definição de alguns termos?

 Voto em separado: manifestação escrita de senador membro de comissão,


apresentada após a leitura do relatório pelo relator da matéria.
 Voto vencido em separado: texto do relator original da matéria, o qual não
foi acatado pela comissão.
 Relator do vencido: novo relator designado pelo Presidente da comissão, em
virtude de o texto do relator original não ter sido acatado pela comissão.
 Relatório do vencido: texto apresentado pelo Relator do vencido,
consignando o pensamento da comissão.
 Votar vencido: voto de senador membro da comissão, contrário ao texto que
foi por esta acatado.
Os membros da comissão podem:

 dar voto em separado;


 assinar o parecer com restrições, pelas conclusões ou declarando-se vencidos.
Tanto os votos pelas conclusões como os com restrições são computados
como favoráveis.

Uma vez lido o relatório, antes de sua votação, qualquer senador membro da comissão
pode pedir vista do processo. O Presidente a concederá pelo prazo máximo de cinco
dias. Caso haja mais de um pedido de vista, o prazo corre concomitantemente, devendo
o Secretário da comissão preparar tantas autuações do processo quantas necessárias. Se
a matéria estiver em regime de urgência, a vista somente poderá ser concedida por meia
hora, no caso do art. 336, I, e por vinte e quatro horas, nos casos do art. 336, II e III.
Quando a proposição tiver prazo determinado, a vista, desde que não ultrapasse os
últimos dez dias, pode ser concedida pelo prazo máximo de vinte e quatro horas.

O Senador que pediu vista pode devolver o processo sem qualquer manifestação ou com
seu ponto de vista a respeito da matéria?

Sim, ele pode deixar de se pronunciar. Entretanto, poderá optar por apresentar
manifestação escrita sobre a matéria. A essa manifestação dá-se o nome de voto em
separado. Essa manifestação pode estar de acordo com o relator ou não, o que pode
resultar em proposta alternativa e/ou emendas. No momento da votação, o texto do
relator tem preferência. Caso seja rejeitado, passa-se à votação dos votos em separado,
se houver. Pode haver preferência para votação de um voto em separado sobre outro, ou
mesmo sobre o relatório do relator.

Os pareceres devem ser conclusivos em relação à matéria a que se referirem,


podendo concluir:

 pela aprovação, total ou parcial;


 pela rejeição;
 pelo arquivamento (será considerado pela rejeição);
 pelo destaque para proposição em separado de parte da proposição principal,
quando originária do Senado, ou de emenda;
 pela apresentação de: projeto, requerimento, emenda ou subemenda, ou
ainda orientação a ser seguida com relação à matéria.

E se o parecer for de matéria que deva ser apreciada em sessão secreta?

Nesse caso, o parecer será lacrado em sobrecarta rubricada pelo Presidente e pelo
Relator da matéria.

Os pareceres serão lidos em plenário, numerados, publicados no Diário do Senado


Federal e distribuídos em avulsos, conforme já estudamos no Módulo I.
(Para as matérias apreciadas em sessão conjunta do Congresso, Consulte o Módulo I.)

Vamos fazer, aqui, um resumo quanto aos seus pareceres:

1. para as matérias orçamentárias, a CMO emite seus pareceres, que devem ser
publicados no Diário do Congresso Nacional ou nos Diários do Senado e da Câmara
separadamente;
2. para os vetos, a comissão mista designada emite relatório sobre eles;
3. para os projetos de resolução, as Mesas do Senado e da Câmara emitem cada
uma seu parecer ou podem emitir um único, caso se trate de alteração do Regimento
Comum - se o projeto de resolução versar sobre delegação legislativa, a comissão
mista composta para esse fim emite seu parecer.
As contas do governo e as Medidas Provisórias, apesar de serem analisadas e receberem
parecer de comissão mista, são discutidas e votadas em Casas separadas.

D) APRECIAÇÃO OU DELIBERAÇÃO

A quarta etapa do processo legislativo é a apreciação, que é composta de dois


momentos: discussão e votação.

Todas as matérias legislativas passam por esses dois momentos?

Sim, com exceção dos requerimentos, que só são votados.

Com exceção da proposta de emenda à Constituição - PEC e dos projetos oriundos de


Comissão Mista, que são discutidos e votados duas vezes (regime de dois turnos) em
cada Casa, as demais proposições são submetidas a turno único de discussão e votação,
ou seja, entram na Ordem do Dia uma única vez para serem discutidas e uma única vez
para serem votadas. É bom lembrar que discussão e votação, em geral, acontecem na
mesma sessão.

Se a comissão tiver concluído seu parecer sobre a proposição com apresentação de um


texto substitutivo e o Plenário, na votação em turno único, optar por esse texto em
detrimento do texto do projeto original, esse novo texto será submetido a um turno
suplementar de discussão - quando poderão ser oferecidas emendas a ele - e de votação.

Muito dessa etapa do processo já foi estudado e ainda veremos mais adiante, na Unidade
6, quando tratarmos dos procedimentos gerais de votação.
Unidade 3

E) SANÇÃO, VETO, PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO

Estas são as últimas etapas do processo legislativo. Alguns autores as tratam como atos
administrativos. (Parte delas já estudamos na Unidade 12.)

Uma vez aprovado no Poder Legislativo, o projeto de lei é enviado à manifestação do


Presidente da República, que o fará mediante sanção formal ou sanção tácita ou, ainda,
vetando total ou parcialmente o projeto. O veto ainda deve ser submetido ao Congresso
Nacional.

A norma jurídica, seja ela emenda constitucional, lei, decreto legislativo,


resolução, deve ser promulgada?

Sim, promulgada e publicada, para que produza seus efeitos.


Se a norma não contiver a data de sua entrada em vigor, segundo a Lei de Introdução ao
Código Civil, terá vigência 45 dias depois de sua publicação. A mesma Lei de Introdução
ao Código Civil dispõe que a norma passará a vigorar para os brasileiros residentes no
exterior após noventa dias de sua publicação oficial.

Em resumo:

Sanção - adesão do Presidente da República ao projeto de lei aprovado pelo Poder


Legislativo.

Ato essencial ao nascimento da lei. A sanção pode ser formal, que se exprime por ato
escrito, ou tácita, pelo silêncio que se origina pelo decurso do prazo constitucionalmente
definido de quinze dias úteis, sem veto.

Exemplos de sanção tácita:

1. Lei nº 8.172, de 18 de janeiro de 1991, que "restabelece o Fundo Nacional de


Desenvolvimento Científico e Tecnológico". Foi promulgada pelo então Presidente do
Senado, Nelson Carneiro.
2. Lei Complementar nº 86, de 14 de maio de 1996, que "acrescenta dispositivo ao
Código Eleitoral, a fim de permitir a ação rescisória em casos de inelegibilidade". Foi
promulgada pelo Senador Júlio Campos, na época 2º Vice-Presidente do Senado, no
exercício da Presidência.

Veto - é a discordância, irretratável (STF - Representação nº 432. Relator: Ministro Ari


Franco), ao projeto de lei votado pelo Congresso. É a recusa de sancioná-lo, que deve
ser expressa e motivada, mas que não significa sua rejeição definitiva.

O veto só pode ser exercido pelo Chefe do Executivo?

Sim, com base em dois fundamentos definidos pela Constituição:

a) fundamento jurídico: a inconstitucionalidade;


b) fundamento político: a contrariedade ao interesse público.

O veto pode ser total ou parcial, sendo que, neste último caso, só poderá abranger texto
integral de artigo, parágrafo, inciso, alínea ou item, e deverá ser apreciado pelo
Congresso, que poderá superá-lo por maioria absoluta de votos de ambas as Casas, em
escrutínio secreto, em sessão conjunta. O veto parcial também pode ser rejeitado
parcialmente. O veto total é, no fundo, um conjunto de vetos parciais, nada impedindo,
portanto, que o Congresso reexamine cada parte dele, ratificando uns itens e rejeitando
outros (STF, Representação nº 1385. Relator: Ministro Moreira Alves).
No caso de rejeição de veto, compete ao Presidente da República e, se este não o fizer,
ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Senado, a promulgação da lei. Exemplo de
promulgação pelo Presidente do Senado de parte de lei vetada: Lei nº 7.712, de 22 de
dezembro de 1988.

Promulgada, a parte vetada volta a integrar o texto no qual se encontrava inserida,


incidindo sobre ela a cláusula de vigência, tendo, porém, seus termos iniciais diversos, a
partir da publicação. Assim, a parte vetada promulgada entra em vigor na data da sua
publicação e não da publicação inicial da lei a que ela pertence.

Promulgação

- ato de natureza legislativa (há quem o defina como ato de natureza executiva), de
caráter obrigatório, que se situa entre a sanção e a publicação da lei, necessário e
indispensável para torná-la executória. Atesta, assim, sua existência e executoriedade.

Desta forma, promulga-se a lei e não o projeto.

Quanto à sua natureza legislativa, a promulgação é a declaração da existência da lei,


assim como a declaração da existência de qualquer norma jurídica (emenda
constitucional, decreto legislativo, resolução). Sendo assim, sem promulgação não há
norma jurídica.

Já em relação à natureza executiva, a única finalidade da promulgação é a de assegurar


a execução da lei. Assim, quando o Presidente da República promulga uma lei, ela já está
perfeita. A aprovação do texto da lei pelas duas Casas do Congresso, e sua sanção pelo
Presidente da República, torna a lei perfeita e conclui a fase constitutiva do
procedimento. Mas nem por isso a lei é executória, o que somente acontece com o ato de
promulgação.

O ato promulgatório, então, confere à norma certeza quanto à sua existência e


autenticidade.

Publicação - é um complemento da promulgação, disciplinada pela Lei de Introdução ao


Código Civil, uma comunicação ao povo informando-o da existência de determinada
norma jurídica. Ela só se torna eficaz com a promulgação publicada. Assim, pode-se dizer
que a publicação tem por finalidade transmitir a promulgação da norma ao público, não
podendo, com isso, ninguém alegar que não conhece a lei para o seu não cumprimento.
Desta forma, a publicação é simples operação material, mas que produz efeitos jurídicos,
pois a norma só obriga depois de publicada.

O processo legislativo é resultado de vários procedimentos, ou seja, maneiras ou modos


de realização de seus atos. Esses procedimentos podem ser:

 ordinários ou normais;
 abreviados;
 sumários;
 sumaríssimos;
 especiais;
 concentrados.

O procedimento ordinário ou normal é utilizado na elaboração de leis complementares,


decretos legislativos, resoluções. O projeto é lido em plenário, vai ao estudo de uma ou
mais comissões permanentes, que, após amplo debate e uma fase de emendamento,
emitem parecer sobre a matéria. A tramitação depois volta a acontecer no âmbito do
plenário do Senado, onde o projeto será discutido e votado. Quando se diz que a matéria
está em rito normal, estamos nos referindo exatamente a esse tipo de procedimento.

O procedimento abreviado é uma inovação da Constituição de 1988 que deu


competência às comissões de discutirem e votarem projetos de lei, dispensada a
deliberação no Plenário. Isso significa dizer que o projeto, uma vez que tenha sido dada
sua entrada na Casa, ou seja, uma vez que tenha sido lido em plenário, no Período do
Expediente da sessão, é despachado à comissão ou às comissões competentes para seu
exame e, do âmbito das comissões, pode ir diretamente à Casa revisora, que, neste
caso, é a Câmara dos Deputados, sem passar pela deliberação do Plenário, como
acontece com as matérias que tramitam em rito normal ou ordinário. É a deliberação
terminativa das comissões. Neste caso, o projeto só virá a ser apreciado pelo Plenário,
caso haja recurso nesse sentido, assinado por um décimo dos Senadores, ou seja, por
nove Senadores.

Havendo recurso para que o projeto venha a ser apreciado pelo Plenário, acaba o
caráter terminativo das comissões para esse projeto, que passará a tramitar, a partir de
então, em rito normal.

O procedimento sumário deve ser assinado por dois terços da composição do Senado ou
por líderes que representem esse número (54 Senadores). O requerimento é lido no
Período do Expediente da sessão e votado após a Ordem do Dia da mesma sessão. Se
aprovado o requerimento, a matéria a que se refere entrará na Ordem do Dia da
segunda sessão deliberativa ordinária subsequente à de sua aprovação para discussão e
votação. Se a matéria ainda não tiver sido instruída pelas comissões, o parecer será
proferido oralmente em plenário por relator designado pelo Presidente da Casa. Nesse
caso, o prazo de emendamento é até o encerramento da discussão, e o parecer deverá
também ser proferido em plenário, podendo o relator solicitar prazo de vinte e quatro
horas para tanto. No procedimento de votação, o Presidente poderá, se achar necessário,
adiar por vinte e quatro horas, para seu preparo.

O procedimento sumário, nos termos do art. 336, III, é destinado a matérias que não
tenham parecer. Deve ser assinado por um quarto da composição do Senado (21
Senadores), ou líderes que representem esse número. É lido no Período do Expediente da
sessão e incluído na Ordem do Dia da sessão seguinte. Uma vez aprovado, a matéria
será incluída na Ordem do Dia da quarta sessão deliberativa ordinária subsequente à da
aprovação do requerimento, devendo o parecer ser proferido até a véspera. As emendas
são apresentadas em plenário até o encerramento da discussão e, neste caso, a matéria
sai da pauta daquela sessão para a ela retornar na quarta sessão deliberativa ordinária
subsequente, já em fase de votação, devendo o parecer ser apresentado até a véspera
da quarta sessão.

Os requerimentos de urgência II e III também podem ser apresentados por comissão, ou


seja, assinado pela maioria de seus membros.

A Comissão de Assuntos Econômicos pode apresentar requerimento de urgência para


PRS que verse sobre pedido de autorização para realizar operação de crédito (art. 338,
V).

A matéria em regime de urgência só sai da Ordem do Dia caso venha a ser extinta essa
urgência, por meio de um requerimento nesse sentido aprovado pelo Plenário.

É bom frisar que proposta de emenda à Constituição e projeto de lei de código


não são passíveis de tramitar em regime de urgência. Essas proposições já têm
uma tramitação especial.

O procedimento sumaríssimo é destinado às matérias que receberem regime de


urgência nos termos do art. 336, I, do RISF. Esse tipo de requerimento só pode ser
apresentado para matérias que versem sobre perigo de segurança nacional ou
calamidade pública e deve ser assinado pela maioria do Senado (41 Senadores) ou
líderes que representem esse número, ou ainda pela Mesa. Lido e votado o
requerimento, que pode ser apresentado em qualquer fase da sessão, a matéria à qual
ele se refere é discutida e votada imediatamente. O parecer é proferido imediatamente,
as emendas são apresentadas durante a discussão e o respectivo parecer também é
proferido na hora. É o que se chama, no Senado, de "urgência urgentíssima".
O Regimento dispõe que só podem ser apresentados até dois requerimentos de urgência
na mesma sessão. Entretanto, excetua o requerimento de urgência do tipo I.

O Regimento Comum do Congresso Nacional não prevê regime de urgência para as


matérias que ali tramitam. Quando esse rito se faz necessário naquelas sessões, utiliza-
se o Regimento do Senado para os casos de calamidade pública e perigo de segurança
nacional (art. 336, I), e o Regimento da Câmara, o art. 155, para as demais matérias. O
art. 155 daquele Regimento dispõe:

"Art. 155 - Poderá ser incluída automaticamente na Ordem do Dia para discussão e
votação imediata, ainda que iniciada a sessão em que for apresentada, proposição que
verse sobre matéria de relevante e inadiável interesse nacional, a requerimento da
maioria absoluta da composição da Câmara..." (no caso de sessão conjunta interpreta-se
maioria absoluta de ambas as Casas)... "ou Líderes que representem este número,
aprovado pela maioria absoluta dos Deputados, sem a restrição contida no § 2º do artigo
antecedente"(limite do número de requerimentos por sessão).

O procedimento especial é aplicado para as propostas de emenda à Constituição, para


os projetos de lei de código e para as MPs. O Regimento dedica capítulo próprio para a
sua tramitação (art. 354 e seguintes para as PECs e art. 374 para código; e Resolução nº
1/2002-CN).

Já o procedimento concentrado acontece nas sessões conjuntas do Congresso. São as


matérias orçamentárias, os vetos presidenciais, os projetos de resolução que visem a
alterar o Regimento Comum e a fazer delegações legislativas.

O que são as Comissões?

São organismos constituídos em cada uma das Casas do Congresso e no Congresso em


trabalho conjunto, compostos geralmente de um número restrito de membros, escolhidos
em razão de uma competência presumida e encarregados de preparar pareceres sobre as
matérias que lhe são distribuídas. Elas são o resultado da necessidade de divisão do
trabalho e têm por objetivo buscar o descongestionamento do Congresso, a celeridade do
processo legislativo e um estudo técnico cada vez melhor e mais aprofundado das
matérias que lhe são despachadas.

Historicamente têm origem na Inglaterra, por volta de 1340. Hoje em dia, têm-se
desenvolvido na grande maioria dos parlamentos.

Quais são as comissões que fazem parte do Congresso brasileiro?

1. Comissões permanentes, em cada Casa legislativa separadamente. No Senado,


além da Diretora temos as seguintes comissões permanentes:

 Comissão de Assuntos Econômicos;


 Comissão de Assuntos Sociais;
 Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania;
 Comissão de Educação, Cultura e Esporte;
 Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle;
 Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa;
 Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional;
 Comissão de Serviços de Infraestrutura;
 Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo;
 Comissão de Agricultura e Reforma Agrária;
 Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática
(Resolução nº 1, de 2007).
2. Comissões temporárias, internas, externas ou de inquérito em cada Casa.

3. Comissões mistas permanentes - A Constituição, em seu art. 166, § 1º, prevê uma
comissão mista permanente destinada a analisar matérias orçamentárias.

4. Comissões mistas temporárias

 Representativa do Congresso Nacional, que funciona durante os períodos de


recesso parlamentar;
 para exame de medida provisória;
 para exame de veto presidencial;
 para elaborar parecer sobre delegação legislativa;
 especiais (normas estabelecidas pela Presidência do Congresso, em sessão
conjunta de 11/11/91); e
 de inquérito.

Nos cinco dias úteis que se seguirem à designação das comissões, elas se reunirão para
instalar seus trabalhos e elegerem Presidente e Vice-Presidente, que exercerão essas
funções por dois anos (no caso das comissões permanentes), assim como os membros
da Mesa.

Quais as competências das comissões?

 Discutir e votar projetos de lei terminativamente;


 emitir pareceres sobre as matérias que lhe são distribuídas;
 realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
 convocar Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República;
 receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa
contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
 solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
 propor sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar;
 apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento e sobre eles emitir pareceres;
 acompanhar, junto ao Governo, a elaboração da proposta orçamentária, bem
como sua execução;
 acompanhar, fiscalizar e controlar as políticas governamentais pertinentes às
áreas de sua competência;
 exercer a fiscalização e controle dos atos do Poder Executivo;
 estudar qualquer assunto compreendido nas atribuições do Senado, podendo
propor medidas legislativas cabíveis;
 realizar diligências.

Quais são as comissões permanentes no Congresso?

No Congresso, há uma comissão permanente, a Comissão Mista de Planos, Orçamentos


Públicos e Fiscalização (CMO).

Quais são as comissões temporárias, no Senado?

 Internas, as previstas no Regimento para finalidade específica, como as


constituídas para elaborar parecer sobre projeto de lei de código; as
encarregadas de preparar a reforma do Regimento Interno; as comissões de
inquérito para promover apurações e responsabilidades de atos praticados por
Senador; as destinadas a instaurar o processo de crime de responsabilidade
contra Presidente da República ou Ministro de Estado em crime de
responsabilidade conexo com aqueles; e outras;
 externas, destinadas a representar o Senado em congressos, solenidades e
outros atos públicos; e as destinadas a analisar, in loco, algum fato;
 parlamentares de inquérito, criadas nos termos do art. 58, § 3º, da
Constituição.

As comissões internas são criadas também por requerimento, para estudo de alguma
matéria, assim como as externas, que podem ser criadas por proposta do Presidente ou
a requerimento de comissão ou de qualquer Senador, devendo o requerimento ser
aprovado pelo Plenário. Deve constar do requerimento o objetivo da comissão e o
número dos respectivos membros.

Como se extinguem as comissões temporárias?

 pela conclusão de sua tarefa, com apresentação de relatório;


 ao término do prazo previsto no requerimento, podendo haver solicitações de
prorrogação do prazo;
 ao término da sessão legislativa ordinária.

As CPI (comissões parlamentares de inquérito) constituem um capítulo à parte neste


assunto, principalmente por sua repercussão política e jurídica.

O Poder Legislativo, além de suas funções legislativa e fiscalizadora, ainda está dotado
de uma função inquisitiva, exercida, esta última, por intermédio de comissão
parlamentar de inquérito, tanto em cada Casa separadamente, como no Congresso
Nacional em conjunto.

As CPMI são requeridas por um terço dos membros da Casa respectiva ou de cada uma
das Casas, para apurar fato determinado, e funcionam por prazo certo. Têm poderes de
investigação próprios de autoridades judiciais. Para tanto, as CPMI podem convocar
pessoas a prestarem depoimentos, determinar diligências, inquirir testemunhas,
requisitar documentos. Suas conclusões, se for o caso, são encaminhadas ao Ministério
Público para que promova a responsabilidade civil ou penal dos infratores.

A Lei nº 1.579, de 1952, dispõe sobre as CPIs e remete também ao Código de Processo
Penal. A Lei nº 10.001, de 2000, "dispõe sobre a prioridade nos procedimentos a serem
adotados pelo Ministério Público e por outros órgãos a respeito das conclusões das
comissões parlamentares de inquérito".

As comissões mistas temporárias, além das CPMIs, são:

 as destinadas a examinar medidas provisórias;


 as especiais, destinadas a estudar algum assunto;
 as destinadas a emitir relatório sobre veto presidencial;
 as destinadas a emitir parecer sobre delegação legislativa;
 a Representativa do Congresso Nacional.

O que são as comissões mistas paritárias? São as comissões em que há igualdade


numérica de representação entre Câmara e Senado.

Assim, as comissões destinadas a emitir pareceres sobre medidas provisórias,


designadas pelo Presidente do Senado, compõem-se de igual número de Senadores e
Deputados, conforme previsto na Resolução nº 1, de 2002-CN. Integram essas
comissões doze Senadores e doze Deputados e igual número de Suplentes, acrescido de
mais um titular e um suplente (o 12º), por força da Resolução nº 2/00-CN. Seus
membros são indicados pelos respectivos líderes. Cada uma tem seu Presidente e seu
Vice-Presidente, devendo o Presidente indicar o Relator para a matéria em questão.

As comissões especiais foram reguladas por um pronunciamento da Presidência do


Congresso na sessão conjunta de 11 de novembro de 1991 e destinam-se a estudar um
determinado assunto. São criadas por requerimento aprovado em sessão conjunta.
As comissões destinadas a emitir relatório sobre veto presidencial são designadas pelo
Presidente da Mesa do Congresso e compostas por três Senadores e três Deputados,
devendo delas fazerem parte, de preferência, os relatores da matéria em cada Casa. As
indicações destas comissões não são feitas pelas lideranças partidárias, mas pelo
Presidente do Senado e da Câmara.

As comissões destinadas a emitir parecer sobre solicitação de delegação legislativa são


compostas por onze Senadores e onze Deputados, e devem concluir seu parecer pela
apresentação de projeto de resolução especificando o conteúdo da delegação. São essas
comissões que examinam também se o projeto de lei delegada está dentro dos termos
da delegação.

A Comissão Representativa do Congresso Nacional exerce seu mandato nos recessos


parlamentares. Mesmo que o Congresso seja convocado, ela existe e pode realizar
reuniões, pois durante uma convocação extraordinária do Congresso os parlamentares só
se reúnem para deliberar sobre as matérias objeto da convocação. As demais matérias,
que estejam dentro da competência da Comissão Representativa, são exercidas por ela.

Exemplos de algumas das competências dessa Comissão:

 zelar pelas prerrogativas do Congresso Nacional;


 deliberar sobre projeto de lei relativo a créditos adicionais, desde que os
mesmos tenham parecer da CMO;
 deliberar sobre tratado, convênio ou acordo internacional, quando o término
do prazo no qual o Brasil deva se manifestar ocorrer durante o período de
recesso ou nos dez dias úteis subseqüentes a seu término;
 deliberar sobre projeto de lei que tenha por fim prorrogar prazo de lei, se o
término de sua vigência
 ocorrer durante o período de recesso ou nos dez dias úteis subseqüentes ao
seu término.

Esta comissão não é paritária. É composta por sete Senadores, igual número de
Suplentes, e por dezesseis Deputados e igual número de Suplentes.

A Resolução nº 3, de 1990-CN, dispõe sobre o funcionamento da Comissão


Representativa do Congresso Nacional. As Comissões Mistas são acrescidas, todas, de
um titular e um suplente.

PROCEDIMENTOS GERAIS DE VOTAÇÃO

Uma vez encerrada a discussão de uma matéria, passa-se à fase de votação.

Como é o processo de votação?

Antes de começar o processo de votação, os Senadores podem encaminhar a votação.


Ou seja, pelo prazo de cinco minutos cada um, os Senadores podem fazer uso da palavra
para defenderem o sentido de seu voto. O encaminhamento da votação não é o processo
de votação, mas um preparativo deste. E é muito importante fazer essa distinção, porque
o processo de votação não pode ser interrompido. Assim, mesmo que o prazo regimental
da sessão tenha se esgotado, se o processo de votação já estiver iniciado, esse prazo
está automaticamente prorrogado. O mesmo não acontece durante o encaminhamento
da votação.

Como regra geral, todas as matérias são passíveis de encaminhamento. As exceções


estão previstas no art. 310 do RISF.

Encerrado o encaminhamento da votação, passa-se ao processo de votação propriamente


dito.
O primeiro passo é votar o principal, ou seja, o projeto ou a proposta, para, em seguida,
fazer a votação das emendas, vale dizer, do que é acessório.

Ainda sobre o processo de votação, se houver subemendas, as emendas serão votadas


antes delas, mas com ressalva, exceto nos seguintes casos, em que a subemenda tem
preferência:

 se a subemenda for supressiva;


 se a subemenda for substitutiva de todo o texto da emenda;
 se a subemenda for substitutiva de artigo da emenda, e a votação desta se
fizer por artigo.

E se houver substitutivo integral do texto original da matéria?

Se o substitutivo é oriundo de parecer de comissão, terá preferência sobre o texto


original. Se o substitutivo tiver origem em parecer oral proferido em plenário, o texto do
projeto tem preferência regimental. Se aprovado o substitutivo em turno único, este
deverá ser submetido a um turno suplementar, em outra oportunidade, a menos que a
matéria esteja em regime de urgência, quando será apreciada em turno suplementar
imediatamente. O texto original da matéria, em caso de substitutivo aprovado, fica
prejudicado e vai ao arquivo, bem como as emendas a ele referentes. Se estiver sendo
apreciado um substitutivo, em detrimento do projeto, e o Senador quiser ressalvar
alguma emenda apresentada ao projeto, deverá apresentar requerimento de destaque
daquela emenda para ser introduzida no texto do substitutivo.

Esses requerimentos são lidos e votados quando da apreciação do texto principal, que,
nesse caso, é o texto do substitutivo.

 Durante a Ordem do Dia, não havendo quorum para votação, passa-se às


matérias em discussão. O Presidente pode inclusive suspender a sessão,
fazendo soar as campainhas para chamar os Senadores ao plenário. Se ainda
assim persistir a falta de quorum, continua-se a sessão após a Ordem do Dia.
Se for alcançado o quorum, e houver matéria que o justifique, o Presidente
pode voltar à votação dessa matéria.
 Proclamado o resultado da votação, em caso de votação pública, é lícito ao
Senador encaminhar à Mesa, para publicação, declaração de voto.

O Parlamento brasileiro dispõe de diversos Conselhos e Órgãos.

1. Conselho de Comunicação Social

O art. 224 da CF dispõe: "Para os efeitos do disposto neste Capítulo, o Congresso


Nacional instituirá, como órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma de
lei."

Através da Lei nº 8.389, de 30/12/91, o Congresso instituiu o mencionado Conselho e


definiu suas atribuições e composição.

Compete-lhe, dentre outras atribuições, realizar estudos, pareceres e recomendações


sobre a liberdade de manifestações do pensamento, sobre programação de emissoras de
rádio e TV, sobre a legislação complementar quanto aos dispositivos constitucionais
referentes à comunicação social.

Seus 13 membros titulares e 13 membros suplentes representam as diversas categorias


do setor e a sociedade civil.

2. Órgão de Controle Externo da Atividade de Inteligência

Criado pela Lei nº 9.883, de 07/12/99, através de seu art. 6º, que dispõe:
"art.6º - O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos
pelo Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em ato do Congresso Nacional.

§ 1º - Integrarão o órgão de controle externo da atividade de inteligência os líderes da


maioria e da minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, assim como os
Presidentes das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.

§ 2º - O ato a que se refere o caput deste artigo definirá o funcionamento do órgão de


controle e a forma de desenvolvimento dos seus trabalhos com vistas ao controle e
fiscalização dos atos decorrentes da execução da Política Nacional de Inteligência."

3. Conselho da Ordem do Congresso Nacional

O Decreto Legislativo nº 70, de 1972, cria a Ordem do Congresso Nacional, destinada a


homenagear pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiros.

A Ordem é composta de 6 classes - Grande Colar, Grã-Cruz, Grande Oficial, Comendador,


Oficial e Cavaleiro - sendo privativas dos membros do Conselho as propostas de
administração e promoção.

4. Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul

A Resolução nº 1, de 1996-CN, tratou da Representação Brasileira na Comissão


Parlamentar Conjunta do Mercosul, integrada por 16 membros titulares e 16 suplentes,
com representação paritária da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e
designação para mandato de 2 anos, com atribuições, entre outras coisas, para
apresentar relatório sobre todas as matérias de interesse do Mercosul que viessem a ser
submetidas ao Congresso Nacional.

Em 9 de dezembro de 2005, em Montevidéu (Uruguai), foi aprovado o Protocolo


Constitutivo do Parlamento do Mercosul, destinado a substituir a Comissão Parlamentar
Conjunta do Mercosul. O Congresso Nacional aprovou o texto do referido Protocolo
(Decreto Legislativo nº 408, 2006), e se comprometeu em editar uma Resolução para
readequar a nova realidade, ou seja, a existência do Parlamento do Mercosul. Assim,
editou a Resolução nº 1, de 24 de julho de 2007-CN, dispondo sobre a Representação
Brasileira no Parlamento do Mercosul. Esta Representação é o Órgão de ligação entre o
Congresso Nacional brasileiro e o Parlamento do Mercosul. Ela é composta de dezoito
membros titulares, sendo nove Senadores e nove Deputados Federais, com igual número
de suplentes.

De acordo com o Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul, adicional ao Tratado


de Assunção, em 2010 os Representantes Brasileiros no Parlamento do Mercosul deverão
ser escolhidos nas eleições gerais, entre cidadãos que não sejam candidatos ao
Congresso Nacional. Desta forma, a Representação deixará de ser um órgão interno do
Congresso.

5. Conselho Diploma do Mérito Educativo Darcy Ribeiro

A Resolução nº 2, de 1999-CN, institui esse Diploma, visando agraciar pessoa física ou


jurídica que tenha oferecido contribuição relevante para a educação brasileira.

O Diploma será conferido anualmente em sessão do Congresso Nacional especialmente


convocada para esse fim.
No Senado, temos:
1. Conselho de Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz

Destinado a agraciar mulheres que tenham, no País, oferecido contribuição relevante à


defesa dos direitos da mulher. O Diploma é conferido anualmente a 5 mulheres, em
sessão do Senado Federal.

2. Conselho de Ética e Decoro Parlamentar

Instituído pela Resolução nº 20, de 1993, o Conselho é composto por 15 membros,


eleitos por mandato de 2 anos. Além deles, o Corregedor do Senado é membro nato do
Conselho, com direito a voz e voto.

Compete ao Conselho zelar pela observância dos preceitos do Código de Ética e do


Regimento Interno, atuando no sentido da preservação da dignidade do mandato
parlamentar no Senado.

Em casos de inobservância dos princípios éticos e do decoro parlamentar, o Conselho


pode aplicar, como medida disciplinar, uma advertência, censura verbal ou escrita. Pode,
ainda, após a devida apuração, emitir relatório sobre denúncia ou representação
apresentada contra Senador.

3. Corregedoria Parlamentar

Em 17 de março de 1993, além da Resolução nº 20 (que instituiu o Código de Ética e


Decoro Parlamentar), também foi publicada a Resolução nº 17, que criou a Corregedoria
Parlamentar. Constituída por um Corregedor e três Corregedores Substitutos, todos os
quatro eleitos pelo Plenário, a Corregedoria tem por atribuições manter o decoro, a
ordem e a disciplina no Senado e dar cumprimento às determinações da Mesa sobre
segurança interna e externa da Casa.

4. Procuradoria Parlamentar

Criada por meio da Resolução nº 40, de 23 de agosto de 1995, a Procuradoria


Parlamentar é um órgão de apoio à Mesa do Senado. A Procuradoria é constituída por
cinco Senadores, designados pelo Presidente do Senado, e com mandato de dois anos.

O papel deste órgão é o de promover, em colaboração com a Mesa - e por determinação


desta - , a defesa do Senado, de seus órgãos e integrantes, quando atingidos em sua
honra ou imagem, em virtude do exercício do mandato.

Estes são alguns órgãos de nosso Parlamento.


Módulo Complementar

PROJETO DE LEI ORDINÁRIA DO SENADO (Autoria: Senador)

1. Para apresentar um projeto de lei, um senador solicita a um assessor seu ou à


Consultoria Legislativa do Senado que prepare o texto do projeto com a justificativa, ou
seja, o porquê ele deve ser aprovado, fazendo juntar toda a legislação citada, para
facilitar o estudo da matéria.
2. O projeto é entregue na Secretaria-Geral da Mesa, em original e mais três cópias
completas, além de ser encaminhado pelo Sistema de Envio de Documentos Legislativos
- SEDOL, que recebe e armazena as matérias em meio eletrônico. Na Secretaria, este
projeto é conferido e é verificado se está dentro dos padrões exigidos.
3. Estando tudo em ordem, é lido no Período do Expediente da sessão e o Presidente da
Casa o distribui para estudo e parecer de uma ou mais comissões técnicas permanentes,
dependendo do assunto.
Por exemplo: se um projeto versar sobre economia, será distribuído à Comissão de
Assuntos Econômicos, que emitirá seu parecer. Se o projeto, além de economia, previr
alguma sanção ou tipificação penal, será remetido também para a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania. Nesse caso, receberá parecer de cada uma dessas
comissões.
4. Quando a Comissão recebe o projeto, seu Presidente designa um Relator, isto é, um
senador, membro da Comissão, que estudará a matéria mais detalhadamente, com a
ajuda de sua assessoria e da Consultoria Legislativa.
5. Por se tratar de um projeto de lei ordinária de autoria de Senador, ele tem tramitação
terminativa no âmbito das Comissões, ou seja, como regra geral ele não será apreciado
pelo Plenário do Senado. Esta é uma inovação da Constituição Federal de 1988, que
agilizou os trabalhos legislativos e desafogou o Plenário do Senado. Nesse caso, o
Plenário, ou seja, todos os Senadores delegam poderes às Comissões para decidirem
sobre a matéria.
6. Como a Comissão não é composta por todos os Senadores, como o projeto pode não
vir a ser apreciado por todos os Senadores no Plenário, e como não se pode restringir o
direito dos Senadores de apresentarem emendas a um projeto, neste caso, abre-se o
prazo de 5 dias úteis, na primeira ou na única comissão a que o projeto foi distribuído,
para que qualquer Senador que queira, membro ou não da comissão, possa apresentar
emendas.
7. Quando o Relator for preparar seu relatório, deve mencionar também essas emendas,
informando se as acata ou não.
8. Esse relatório pode ser favorável ou contrário ao projeto, pode propor modificações
(emendas) ou mesmo alterar bastante seu conteúdo. Neste último caso, a emenda
recebe o nome de substitutivo.
9. Se os Senadores da Comissão preferirem o texto do substitutivo, seu Presidente
comunica este fato ao Presidente do Senado, que abre prazo para apresentação de
emendas ao novo texto, por todos os senadores, até a reunião seguinte da Comissão
(pois haverá o turno suplementar na comissão com poder terminativo). Não podemos
esquecer que o projeto tramita com caráter terminativo nas comissões, ou seja, ele pode
não ser apreciado pelo Plenário do Senado.
10. Quando da apresentação do relatório, um ou mais Senadores podem pedir vista do
processo, isto é, como o próprio nome diz, podem pedir para analisar o processo todo. O
Presidente da Comissão, então, concede o prazo de até 5 dias úteis para essa análise. Se
mais de um Senador pedir vista, o Secretário da Comissão prepara tantas cópias quantas
necessárias para atender aos Senadores, porque o prazo concedido corre
simultaneamente para todos.
11. Ao devolverem os processos, os Senadores podem apresentar alguma manifestação
(diferente da do relator) a respeito da matéria, que receberá o nome de voto em
separado . Entretanto , quem tem preferência regimental na hora da votação é o texto
do Relator da matéria.
12. A opinião do Relator tem grande peso na decisão. Tanto é verdade que, muitas
vezes, ao votarem, os Senadores dizem: “voto com o relator”. Ou, então: “voto contra o
relator”. Se o relatório for aprovado pelos membros da Comissão, este passa a ser o
parecer da Comissão.
13. O projeto recebe parecer de cada uma das comissões a que o projeto foi despachado
inicialmente pelo Presidente do Senado, mas é a decisão da última que prevalecerá, ou
seja, ela falará terminativamente a respeito do projeto. E é decisão mesmo. Ela vota o
projeto e não apenas o parecer sobre o projeto.
14. Depois dessa fase de tramitação pelas comissões, o Presidente da última comissão
que apreciou a matéria comunica ao Presidente do Senado o que foi deliberado e este
comunica a todos os senadores, no Período do Expediente de uma sessão plenária,
abrindo o prazo de 5 dias úteis para apresentação de recurso. O parecer será publicado
tanto no Diário do Senado Federal (DSF) como em avulsos. Aliás, essa é uma prática
necessária no processo legislativo.
15. São necessárias as assinaturas de pelo menos 9 Senadores (1/10 da composição do
Senado – são 81 Senadores no total) para se apresentar um recurso para que o poder
decisório quanto ao projeto seja transferido da Comissão para o Plenário.
16. Se o projeto não receber recurso e tiver sido aprovado pela Comissão, ele vai direto
para a Câmara dos Deputados, que, neste caso, é a Casa Revisora. Se tiver sido
rejeitado na Comissão, vai direto para o Arquivo.
17. Mas se o projeto tiver recebido recurso, então ele ainda passa por uma fase de
emendamento, também de 5 dias úteis, desta vez perante a Mesa. O projeto fica na
Secretaria-Geral da Mesa, aguardando.
18. Se não receber emenda, pode ser agendado para constar da Ordem do Dia de uma
sessão do Senado. Se tiver recebido alguma emenda, vai para a ou as comissões que
tiverem analisado o projeto. Desta vez, para emitirem parecer sobre a ou as emendas.
19. Os relatores devem ser, preferencialmente, os mesmos que estudaram o projeto. Ao
emitirem o relatório, podem ser total ou parcialmente favoráveis, favoráveis com
apresentação de subemenda (que é uma emenda da emenda), contrários, ou, ainda,
podem apresentar um texto único, aglutinando o texto do projeto base com o das
emendas que receberam parecer favorável e mais alguma alteração que se fizer
necessária para ajuste no texto final.
20. Uma vez dado o parecer pela ou pelas comissões – e agora não se fala mais em
tramitação do projeto com caráter terminativo nas comissões, porque ele já recebeu
recurso -, esse parecer é enviado à Secretaria-Geral da Mesa para leitura em plenário.
21. Uma vez lido o parecer, ele é publicado e a matéria está pronta para ser incluída em
Ordem do Dia. Repare que muitas vezes vamos falar em publicação das matérias, dos
pareceres, das emendas, tanto em avulsos como no Diário do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, se se tratar de matéria que tramita em sessão conjunta. Porque a
publicidade é um dos requisitos essenciais do processo legislativo.
22. Quando constar da Ordem do Dia, o projeto e as emendas vão ser discutidos e
votados em turno único. Se os Senadores preferirem aprovar, em turno único, um texto
substitutivo, então, submete-se este último ainda a turno suplementar.
23. Depois de votado o mérito – projeto ou substitutivo e emendas –, se aprovado, vota-
se a redação final, que traduz o texto realmente votado e aprovado pelo Plenário.
PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO

(suspendendo execução de lei ou parte de lei declarada inconstitucional pelo Supremo


Tribunal Federal – STF)
(Autoria: CCJ)

1. Agora, vamos estudar sobre este tipo de proposição. Ele vem como Unidade 2 logo
depois dos projetos de lei do Senado, de autoria de Senador, que gerarão leis ordinárias,
porque têm o mesmo rito de tramitação, ou seja, têm caráter terminativo nas comissões.
2. Ao STF compete declarar a inconstitucionalidade de uma lei, ou parte dela. Ele pode
exercer essa atividade quer através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN),
ou por meio de controle indireto, como por exemplo ao julgar um Recurso Extraordinário
ou um Mandado de Segurança (art. 52, X – CF). No controle indireto, depois de o
Supremo se pronunciar definitivamente sobre o assunto, seu Presidente comunica o fato
ao Presidente do Senado, encaminhando toda a documentação necessária para o exame
da matéria. E este exame é uma competência privativa do Senado, ou seja, não vai ser
analisado pela Câmara dos Deputados. Importante frisar que ADIN não é analisada pelo
Senado; somente a decisão do Supremo oriunda de controle indireto ou incidental de
constitucionalidade.
3. Assim que todo esse material chega à Secretaria-Geral da Mesa, depois de conferido,
vai ao Protocolo Legislativo para formar o processo físico – capear, numerar as páginas,
colocar as folhas iniciais para o registro futuro de todas as ações do processo, no Boletim
de Ação Legislativa – BAL.
4. Lido no Período do Expediente da sessão, o Ofício, que toma o nome de Ofício “S” (“S”
de Senado), é numerado e vai ao exame da CCJ, que tem o prazo de 20 dias úteis para
dar seu parecer.
5. O Presidente da Comissão designa um Relator dentre os Senadores membros, que terá
a metade do prazo da comissão, para apresentar seu relatório. É assim com todos os
processos. Esse relatório, além do histórico (tudo que aconteceu com aquela matéria), da
análise e do voto, conclui apresentando um projeto de resolução, no caso de se querer
suspender a execução daquela lei ou daquela parte da lei. Se a conclusão for no sentido
de não se suspender a execução da lei, então não há que se preparar projeto algum.
6. Uma vez aprovado o projeto pela CCJ, seu Presidente encaminha ofício ao Presidente
do Senado comunicando o que a Comissão decidiu.
7. Em qualquer caso – com ou sem projeto de resolução – uma vez lido no Período do
Expediente o ofício do Presidente da CCJ, fica aberto o prazo de 5 dias úteis para
apresentação de recurso, no sentido de que a matéria venha a ser apreciada também
pelos Senadores em Plenário. Repare que é o mesmo procedimento utilizado para os
projetos de lei do Senado, constante da Unidade 1, que também tramitam com caráter
terminativo nas comissões.
8. Se não tiver recebido recurso, a matéria ou vai para o Arquivo, no caso de a CCJ ter
decidido pela não suspensão, ou vai ser promulgada Resolução do Senado, fruto do
projeto de resolução da CCJ.
9. Mas, se houver recurso, o projeto de resolução ou o parecer da comissão será incluído
em Ordem do Dia para apreciação. E o que o Plenário decidir será a decisão final do
Senado.
10. Se o Senado suspender a execução da lei, essa decisão passa a ter efeito erga
omnes, ou seja, para toda a sociedade brasileira. Caso contrário, vale apenas para
aquele caso concreto examinado pelo Supremo no Recurso Extraordinário ou em outra
decisão incidental.
11. As matérias que estudamos nas Unidade 1 e 2 são as duas que, regimentalmente,
têm tramitação terminativa no âmbito das comissões. Outras matérias podem receber
este caráter terminativo, a juízo do Presidente do Senado, após ter ouvido as lideranças
partidárias. São elas:
- tratados ou acordos internacionais;
- autorização para a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e
lavra de riquezas minerais em terras indígenas;
- alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
hectares;
- projetos de lei da Câmara de iniciativa de deputado que tiveram sido aprovados, em
decisão terminativa, por comissão daquela Casa; e
- indicações e proposição diversas.
Não podem absolutamente ter caráter terminativo nas comissões os projetos de
resolução que alterem o Regimento Interno, os projetos de resolução que tratem de
matéria financeira, as propostas de emenda à Constituição e os projetos de lei
complementar.
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO

(Referente a concessão, permissão ou autorização de rádio e tv)

1. Embora não conste do Regimento Interno do Senado, foi aprovado pelos Senadores,
em Plenário, o Parecer nº 34, de 2003, da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania,
que determina que os projetos de decreto legislativo sobre concessão, permissão ou
autorização de rádio e tv serão apreciados terminativamente pela Comissão de Ciência,
Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (Res. nº 1/07) , mas que, para
obedecer a Constituição, seguirão um calendário especial.
2. A história desse tipo de projeto começa longe do Congresso Nacional. Um grupo de
pessoas deseja a concessão de um canal de rádio ou tv. Organizam-se em empresa,
montam uma programação, equipam-se com o instrumental necessário ao
funcionamento, seguindo as normas do Ministério das Comunicações. Com toda essa
documentação, dão entrada do processo no Ministério – podendo, inclusive, já começar a
funcionar provisoriamente. Essa documentação, junto com uma Exposição de Motivos do
Ministro, vai ao Presidente da República, que baixa um decreto concedendo autorização
de funcionamento.
3. O Presidente da República, então, encaminha à Câmara dos Deputados sua
Mensagem, submetendo à apreciação do Poder Legislativo o assunto. Lá na Câmara, os
Deputados preparam e aprovam um projeto de decreto legislativo e, depois, o enviam ao
Senado.
4. No Senado, o projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, e o Presidente
da Casa despacha a matéria para a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação,
Comunicação e Informática (Res. nº 1/07), que é a única a analisar esse tipo de projeto.
5. Quando a Câmara envia essa documentação, ela está toda solta. E não só neste caso,
como em qualquer outra proposição. Então, antes de ler no Plenário, o Protocolo
Legislativo – PLEG, como chamamos – prepara o processado, numera as folhas, coloca as
folhas para o registro das ações legislativas – BAL, e tudo o mais necessário para a
existência física do processo.
6. Já tudo pronto e lido o projeto, ao chegar na CCT, o Secretário da Comissão conversa
com o seu Presidente para saber quem será o Relator, ou Relatora. Isso acontece com
todas as matérias.
7. Como é terminativo, fica aberto o prazo de 5 dias úteis para que todos os Senadores,
membros ou não da comissão, apresentem suas emendas.
8. De posse do processo todo, o Relator prepara seu relatório até o 25º dia, contado do
recebimento do projeto pelo Senado;
9. Esse relatório, uma vez apresentado perante a Comissão, é discutido e votado. Isso,
se nenhum dos senadores do Colegiado pedir vista do processo. Se pedirem, o secretário
da Comissão prepara tantas cópias quantos forem os senadores que pediram vista. O
prazo máximo é de 5 dias úteis, correndo simultaneamente para todos. (Ver o item 10 da
Unidade 1)
10. A vista é um procedimento que só acontece nas comissões. No Plenário não há vista
de processo. Ela serve para que o Senador possa conhecer mais sobre o tema, possa ver
os documentos que fazem parte do processo, enfim, serve para ele se inteirar melhor do
assunto.
11. Mas, se não houver vista, o relatório pode ser votado no mesmo dia em que for
apresentado, depois da discussão.
12. As votações das proposições que têm caráter terminativo são sempre feitas pelo
processo nominal. Isso quer dizer que o Presidente da Comissão chama cada membro
titular e, na ausência de algum deles, vai chamando os suplentes necessários, marcando
a qualidade do voto: “sim”, “não” ou “abstenção”. Estando presente a maioria absoluta
da comissão, está aprovado o relatório se obtiver a maioria dos votos. A CCT, por
exemplo, tem 17 membros. A maioria absoluta é 9. Então, estando presentes 9
senadores, serão necessários 5 votos “sim”. Se estiverem presentes 11 membros, serão
necessários 6 votos “sim”. É o que se chama de maioria simples, ou relativa (em relação
ao número de presentes).
13. Esse é o quorum regra geral para aprovação das proposições. A Constituição (art.47)
é quem determina. Quando ela “quer” qualificar um outro quorum para aprovação, está
escrito.
14. Vamos aproveitar este momento e estudar como se calcula a maioria simples.
Lembrando que serve para toda vez que se falar neste quorum. A definição é: a maioria
de votos, presente a maioria absoluta da composição do colegiado (comissão, plenário).
Primeiro, então, temos que calcular a maioria absoluta. O Supremo Tribunal Federal já
definiu o que é maioria absoluta: o número inteiro imediatamente superior à metade ou
à metade fracionada. Tomando como exemplo a CCT: 17 membros. A metade = 8,5. O
número inteiro imediatamente superior é 9. Então, a maioria absoluta da CCT é 9.
Agora, vamos calcular a maioria de votos. Usando este mesmo raciocínio, dividimos este
9 por 2 = 4,5. O número inteiro imediatamente superior à metade é 5.
No outro exemplo. Estando presentes 11 senadores, que é mais que a maioria absoluta
da comissão, quanto será a maioria dos votos? Dividindo 11 por 2 = 5,5. O número
inteiro imediatamente superior é 6.
Por isso é que se chama de maioria relativa. É relativa ao número dos presentes e não ao
número total da composição do colegiado.
Lembrem-se de que isso vale para todos os casos em que se falar de maioria simples ou
relativa.
15. Depois desse hiato, voltemos para o nosso projeto de decreto legislativo.
16. Aprovado o relatório na CCT, como em todos os casos de matéria que tramita em
caráter terminativo nas comissões, o seu Presidente envia um ofício ao Presidente da
Casa comunicando o que foi feito e encaminha o parecer. Relembrando: quando o
relatório é aprovado, se transforma em parecer da comissão.
17. Esse ofício é lido no Período do Expediente, o parecer é publicado no Diário do
Senado e em avulso, para distribuição aos Senadores.
18. O que vem agora? O prazo de 5 dias úteis para que 1/10 dos Senadores, se
quiserem, apresentem recurso para que o projeto venha a ser apreciado também pelo
Plenário e não somente pela comissão.
19. Se, passado esse prazo, não tiver recebido recurso, vai ser promulgado o Decreto
Legislativo correspondente. Esse decreto é publicado no Diário Oficial da União e no
Diário do Senado Federal.
20. Mas, se tiver recurso, ele vai ser discutido e votado no Plenário também.
21. Antes, porém, abre-se o prazo de 5 dias úteis, perante a Mesa, para emendamento.
Sem emendas, a matéria está pronta para ser agendada para a Ordem do Dia, para
discussão e votação. Se tiver recebido emenda, vai novamente para a CCT, para que se
emita o parecer sobre ela.
22. Lá, o relator é, de preferência, o mesmo que já tinha feito o relatório sobre o projeto.
Ele prepara, agora, relatório sobre a emenda. Já falamos sobre isso no item 19 da
Unidade 1. É uma regra do Regimento.
23. A Comissão vota esse relatório que, se aprovado, transforma-se no parecer.
24. Como em todos os casos, o parecer é lido no Período do Expediente da sessão,
numerado e publicado no Diário do Senado e em avulsos. Agora, então, o projeto, com a
emenda, está pronto para ser agendado. O caminho que o projeto teve que percorrer,
neste caso, ficou mais longo.
25. Aprovado, o decreto legislativo oriundo desse projeto vai ser promulgado e publicado
do Diário Oficial da União e no Diário do Senado. Aprovado o decreto legislativo e a
emenda, esta será ainda submetida à apreciação da Câmara dos Deputados.
26. Reparem que é o decreto legislativo que vai ser promulgado e não o projeto de
decreto legislativo. É isso mesmo. Vamos estudar, neste momento, os instrumentos de
sanção/veto, promulgação e publicação.
27. A sanção ou o veto pertencem ao Presidente da República. A sanção é a
manifestação favorável do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado no Poder
Legislativo. O veto, ao contrário, é a manifestação desfavorável. Este pode ser total ao
projeto ou parcial. Para essa manifestação – favorável ou contrária – o Executivo dispõe
de 15 dias úteis. Nesse tempo ele sanciona formalmente, explicitamente o projeto, que
se transforma em lei, ou o veta. O veto é sempre formal. Se passar esse tempo – 15 dias
úteis – e o Presidente não se manifestar, o seu silêncio importa em sanção. É a sanção
tácita. Uma observação: não existe veto tácito; ele é sempre formal – repito. De toda
forma, o projeto vira lei. Então, a sanção transforma um projeto de lei em lei.
28. A promulgação não acontece sobre um projeto; ela é sempre sobre uma norma
posta, ou seja, uma lei, um decreto legislativo, uma resolução. A sua função é “dizer” da
existência e da validade daquela norma, ou seja, é uma certidão de existência e validade.
A lei é válida e vai produzir seus efeitos, após ser publicada.
29. Recapitulando: a sanção acontece sobre um projeto de lei; a promulgação, sobre
uma lei ou um decreto legislativo ou uma resolução.
30. E a publicação? É ela o marco a partir do qual se conta a vigência da norma. Muitas e
muitas vezes, o último artigo da norma dispõe assim: “Esta lei (Esta resolução) (Este
decreto legislativo) entra em vigor na data de sua publicação” Ou: “Esta lei (Esta
resolução) (Este decreto legislativo) entra em vigor noventa dias após a sua publicação.”
Então, a publicação é um marco. A partir daí a norma (lei, resolução, decreto legislativo)
começa a produzir os efeitos na sociedade brasileira. Se não tiver nada escrito sobre a
entrada em vigor, aplica-se a Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), que dispõe que as
normas jurídicas entram em vigor quarenta e cinco dias após sua publicação.
PROJETO DE LEI ORDINÁRIA DA CÂMARA - PLC

(Autoria: Câmara dos Deputados)

1. O autor, neste caso, não é um parlamentar individualmente ou mesmo uma comissão,


mas uma Casa Legislativa: a Câmara dos Deputados. Lá, podem ter sido autores tanto
um deputado como uma comissão ou algum órgão externo ao Parlamento. Isto porque,
nos termos constitucionais, o Presidente da República, o Supremo Tribunal Federal - STF,
algum tribunal superior (Superior Tribunal de Justiça – STJ, Superior Tribunal Militar –
STM, Tribunal Superior Eleitoral - TSE, Tribunal Superior do Trabalho – TST), o
Procurador-Geral da República, o Tribunal de Contas da União ou os cidadãos
coletivamente podem ter iniciativa do processo legislativo. E esta iniciativa é exercida
perante a Câmara dos Deputados. Quando o projeto chega ao Senado, após sua
tramitação naquela outra Casa, ele chega como Projeto de Lei da Câmara - PLC.
2. A Câmara remete ao Senado autógrafos originais, exemplares dos avulsos impressos,
os debates, as questões de ordem, enfim, o necessário para que os Senadores e as
pessoas interessadas possam ter conhecimento do que ocorreu durante a tramitação
naquela Casa. Autógrafo é o texto oficial do que foi aprovado.
3. No Senado, é preparada uma autuação, ou seja, é organizado um processado dessa
matéria pelo Protocolo Legislativo, órgão pertencente à estrutura da Secretaria-Geral da
Mesa, responsável por preparar o processo físico, por encapar, numerar e organizar as
páginas.
4. Após esse primeiro trabalho administrativo, o projeto está pronto para leitura no
Plenário do Senado e o Presidente da Casa o despacha à ou às comissões.
5. Como regra geral, no Senado, os projetos de lei da Câmara não são apreciados
terminativamente pelas comissões. Devem ser discutidos e votados pelo Plenário, depois
dos pareceres. Entretanto, o Presidente do Senado, ouvidas as lideranças partidárias,
poderá conferir este caráter terminativo aos projetos de lei ordinária da Câmara, de
autoria de deputado, que tiverem sido apreciados, naquela Casa, terminativamente pelas
comissões. Neste caso, terão a tramitação igual à dos projetos de lei ordinária do Senado
de autoria de Senador, que estudamos na Unidade 1.
6. Mas não é esta a regra geral. Em princípio, depois da leitura em plenário, o projeto de
lei da Câmara vai para o exame das comissões.
7. Uma vez na comissão, seu Presidente designa um relator dentre seus membros, que
terá a metade do tempo da comissão para emitir seu relatório. Isso é válido para todas
as proposições. Assim, se a Comissão tem 20 dias úteis, o Relator tem 10 dias úteis.
8. Somente os Senadores integrantes da Comissão podem apresentar emendas a um
projeto desse tipo.
9. Apresentado o relatório pelo relator, como para qualquer proposição, um ou mais
membros da comissão poderão pedir vista do processo. O prazo máximo que o
Presidente do Órgão pode conceder é de 5 dias úteis. Se o projeto estiver em regime de
urgência, o prazo diminui. O Secretário da Comissão prepara tantas cópias do material
quantas forem necessárias, porque o prazo de vista corre simultaneamente para todos os
solicitantes.
10. Ao devolverem esse material, os senadores poderão, se assim o quiserem,
apresentar alguma manifestação diferente da do relator, por escrito. Cada um apresenta
a sua, ou podem apresentar em conjunto. É o voto em separado.
11. Uma vez encerrada a discussão, inicia-se a votação do relatório do relator na
Comissão, que tem preferência sobre as outras alternativas, apresentadas pelos demais
senadores nos votos em separado.
12. Se o relatório for aprovado, transforma-se em parecer da Comissão. Se o relator for
derrotado, passa-se à votação dos votos em separado. Aquele que for aprovado é que
será o parecer da Comissão. Este procedimento é válido para qualquer matéria. É um
princípio de processo legislativo.
13. Neste último caso, o Presidente da Comissão designa um senador, dentre aqueles
que votaram aprovando o voto em separado, para preparar o relatório do vencido, ou
seja, o texto aprovado pela comissão. Ele será o Relator do vencido. Vencido, aqui,
significa vencedor (é o relatório do que foi deliberado).
14. O relatório do relator inicialmente designado e que foi derrotado não pode sumir do
processo. Mesmo porque só existe um relatório do vencido porque houve um relatório
inicial que não foi acatado pela comissão. Este relatório inicial passa, então, a
denominar-se voto vencido em separado.
15. Relembrando: os procedimentos aqui descritos para o voto em separado, voto
vencido em separado, relator e relatório do vencido são válidos para todas as
proposições em que ocorrer.
16. O projeto de lei da Câmara, após ter passado pelas comissões do despacho, vai para
a Secretaria-Geral da Mesa para preparar a leitura dos pareceres em plenário.
17. Lidos, numerados, publicados em avulsos e no DSF, fica aberto o prazo de 5 dias
úteis para apresentação de emendas por todos os Senadores, perante a Mesa. Este é um
procedimento que vai aparecer em quase todas as tramitações: depois da leitura do
parecer sobre o projeto em plenário, abre-se o prazo de emendas perante a Mesa. É uma
regra geral importante. Mas verifiquem as exceções durante a leitura das outras
tramitações.
18. Se não receber emendas, o projeto está pronto para ser agendado para constar da
Ordem do Dia de uma sessão deliberativa plenária. Se receber emendas, retorna às
comissões anteriormente definidas, desta vez para receber parecer sobre as emendas
apresentadas. Em cada comissão o relator é o mesmo que já trabalhou para preparar o
relatório do texto principal do projeto. Se tiver havido um relator do vencido, será este o
designado para proferir parecer sobre as emendas.
19. O prazo para cada comissão, agora, é de 15 dias úteis e corre concomitante. O
Relator, como já sabemos, tem metade desse prazo para apresentar seu relatório.
20. O relator pode ser favorável às emendas integral ou parcialmente, ou favorável a
algumas e contrário a outras, pode apresentar subemendas àquelas em que tiver
apresentado parecer favorável. Mas, desejando fazer alguma alteração, ele pode
apresentar um texto consolidando o projeto com as emendas favoráveis e algumas
alterações que se fizerem necessárias.
21. Remetidos os pareceres das comissões à Secretaria-Geral da Mesa, serão preparados
para leitura. Recebem numeração após a leitura, são confeccionados avulsos e são
publicados no DSF, como para todas as matérias.
22. Neste momento, está o projeto pronto para ser agendado para a Ordem do Dia, para
discussão e votação em turno único.
23. Se aprovado o projeto, na forma em que tiver sido aprovado na Câmara, ou apenas
com emendas de redação apresentadas pelo Senado, o Presidente desta Casa assina os
autógrafos preparados pela Secretaria de Expediente e o projeto vai à sanção (ou veto)
do Presidente da República. Se tiver sido rejeitado, irá para o arquivo. Se tiver,
entretanto, recebido emendas que alterem o mérito, essas emendas deverão ser
remetidas à Câmara, para que ela se manifeste.
24. A Câmara, ao analisar as emendas do Senado, pode aprová-las ou rejeitá-las
totalmente, ou aprovar algumas e rejeitar outras. Neste caso, ao preparar os autógrafos
para remeter o projeto à sanção do Presidente da República, irá consolidar o texto.
25. Repare que a última Casa a deliberar sobre o projeto é que o enviará à sanção ou ao
arquivo. Isso acontece para todas os projetos de lei, sejam de origem da Câmara ou do
Senado.
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR – PLC – Complementar
(Autoria: Câmara dos Deputados)

1. Estudamos no Unidade 4 a tramitação do projeto de lei ordinária da Câmara dos


Deputados. Para este projeto agora, nesta Unidade 5 – Projeto de lei Complementar da
Câmara dos Deputados –, fazemos o mesmo. A grande diferença é que, na hora de votar
em plenário, o quorum para aprovação do PLC é de maioria simples e, para aprovação do
PLC Complementar, é de maioria absoluta.
2. Nos casos em que se precisa do quorum qualificado de maioria absoluta para aprovar
uma matéria, a votação tem que ser pelo painel eletrônico. E se não estiver funcionando,
faz-se pela chamada nominal. A votação é sempre nominal. Diferente de quando se
precisa somente de maioria simples (relativa). Neste caso, a votação é simbólica. Como é
isso? O Presidente da sessão pronuncia essas palavras: “As Senhoras Senadoras e os
Senhores Senadores que aprovam o projeto permaneçam sentados.” (Pausa) “Está
aprovado”. Ou, então: “Está rejeitado.” Significa que aqueles que estão presentes no
plenário votam por todos os que estão com sua presença registrada no painel eletrônico.
O pré-requisito é que 41 Senadores, no mínimo, tenham registrado suas presenças.
3. Quando se faz votação simbólica, após o Presidente anunciar o resultado, um senador,
apoiado por mais 3, pode pedir verificação de votação. Ou seja, querem que a votação se
repita, desta vez nominalmente, no painel. E assim será feito. O resultado desta última
votação é o que vale. Se na primeira votação o Presidente tiver anunciado que o projeto
está aprovado e na verificação de votação o projeto não alcançar os votos necessários e,
com isso, ficar rejeitado, o que vale é esta: o projeto está rejeitado. A primeira votação
foi simbólica e, na segunda, os votos estão registrados um a um.
4. Pode acontecer que na votação de um projeto de lei ordinária, que precisa só de
maioria simples para ser aprovado, em votação simbólica, um senador queira fazer de
pronto a votação nominal, sem passar pela votação simbólica. Então, ele apresenta um
requerimento escrito solicitando a votação nominal. Este requerimento tem que ser
apresentado antes da votação do projeto, e precisa ser aprovado pelos Senadores. Como
é um requerimento, a votação é simbólica. Se aprovado o requerimento, a votação do
projeto será nominal. Como é de lei ordinária, o quorum é de maioria simples.
5. Atenção porque não é o caso deste projeto que estamos estudando nesta Unidade.
Nosso caso, agora, é de projeto de lei complementar. Então, rememorando, o quorum
para sua aprovação é de maioria absoluta, 41 votos “sim”. Se ele obtiver 40 votos “sim”
e apenas 2 votos “não”, está rejeitado, porque precisa de 41 votos “sim”.
6. Por isso, quando se tem um projeto desse tipo na Ordem do Dia, é preciso que
estejam presentes no plenário bem mais do que os 41 senadores necessários, para que o
projeto tenha chance de uma votação justa.
7. Há outros tipos de quorum qualificado. Vamos estudar aos poucos, conforme vamos
vendo as matérias.
8. Já que estamos falando sobre votação, vamos aprender mais um pouco sobre este
assunto. A votação pode ser ostensiva (aberta, pública) ou secreta. A ostensiva pode
ocorrer, então, pelo processo simbólico (“As Senhoras Senadoras e os Senhores
Senadores que aprovam o projeto permaneçam sentados”) ou pelo processo nominal,
que acontece no painel ou por chamada, caso seja pedida votação nominal através
daquele requerimento próprio ou por pedido de verificação de votação. Mas a votação
secreta só pode acontecer pelo processo nominal. A diferença entre o processo nominal
na votação ostensiva e na votação secreta é que, na primeira, aparecem os nomes dos
votantes, a qualidade do voto e o resultado; na secreta, só aparecem os nomes dos
votantes e o resultado, sem aparecer qual voto o senador escolheu.
9. E ainda precisamos falar das eleições como, por exemplo, para preencher os cargos da
Mesa do Senado, que são: Presidente, 2 Vice-Presidentes, 4 Secretários e 4 Suplentes de
Secretário. Nesse caso, o Regimento manda utilizar o sistema de cédulas. Atualmente,
como temos o painel, se for candidato único utilizamos esse sistema, porque é muito
mais rápido. As eleições são secretas. Como nas eleições em que votamos para
Presidente da República e outros cargos.
10. Essas são as informações mais importantes sobre os sistemas de votação existentes.
11. Voltando ao nosso projeto de lei complementar da Câmara, e fazendo uma
recapitulação do que vimos na Unidade 4, para o projeto de lei ordinária, com segurança
podemos dizer que ele é lido no Período do Expediente de uma sessão do Senado, vai ao
exame da ou das comissões a que o Presidente da Casa o despachar. Lá, vai receber o
parecer, e obrigatoriamente virá para o Plenário para ser discutido e votado.
12. Como vai ser votado? Já aprendemos que será por votação ostensiva nominal, e
precisa de 41 votos “sim”, no mínimo, para ser aprovado o PLC - Complementar.
13. Se tiver sido aprovado sem emendas ou com emendas de redação, o Presidente
assina os autógrafos preparados pela Secretaria de Expediente, órgão que pertence à
estrutura da Secretaria-Geral da Mesa, que vão à sanção do Presidente da República.
14. Se tiver recebido emendas de mérito volta para a Câmara dos Deputados para que os
deputados analisem essas alterações propostas pelo Senado. São preparados autógrafos
das emendas do Senado e remetidos à Câmara, depois de assinados pelo Presidente do
Senado. E de lá sai para o Palácio do Planalto, através de autógrafos também, desta vez
preparados pelos servidores da Câmara e assinados pelo Presidente daquela Casa.
15. Na Câmara, quando eles analisam as emendas do Senado, não podem subemendar.
Ou aprovam todas, ou rejeitam todas, ou aprovam algumas e rejeitam outras. Se
acontecer de aprovarem as emendas do Senado, ou parte delas, o texto que vai para a
sanção do Presidente da República é híbrido, ou seja, uma parte do que foi aprovado na
Câmara e uma parte do que foi aprovado no Senado. É o verdadeiro bicameralismo.
PROJETO DE LEI ORDINÁRIA / COMPLEMENTAR

(Autoria: Câmara dos Deputados)


(Nos termos do § 1º do art. 64 da Constituição Federal)

1. O que quer dizer este título todo? Que se trata de um projeto de lei cuja iniciativa é do
Presidente da República, para o qual ele solicitou o rito de urgência definido no § 1° do
art. 64 da Constituição:
“Art. 64............................................................................................
§ 1º. O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de
sua iniciativa.
§ 2º. Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se
manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco
dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
.............................................................................................”
2. O Presidente da República envia uma mensagem à Câmara dos Deputados,
encaminhando o projeto de lei, solicitando que ele tramite com o prazo de 45 dias
naquela Casa e 45 dias no Senado. Dias corridos; não dias úteis. E manda para a
Câmara, porque esses projetos têm sua tramitação iniciada lá.
3. Após a aprovação do projeto na Câmara, ele vai ao Senado para revisão. Mas se tiver
sido rejeitado naquela Casa, vai ao arquivo sem o exame do Senado.
4. Caso a Câmara não delibere sobre o projeto, aprovando ou rejeitando, no prazo de 45
dias, ele passa a sobrestar toda a pauta daquela Casa, ou seja, só se delibera outra
matéria legislativa após a deliberação final daquele projeto. É este o significado da
expressão “a pauta fica sobrestada”. A exceção é para as medidas provisórias, que
entram na pauta em primeiríssimo lugar.
5. O prazo do Senado só começa a contar depois de sua leitura no seu plenário. Antes
dessa leitura, como para os demais projetos e as propostas de emenda à Constituição
que vêm da Câmara, o material vai para o Protocolo Legislativo para preparar o processo
todo. O processado, como o chamamos. E é nesse Setor que ele recebe sua numeração
no Senado. Porque as matérias todas que devem tramitar no Senado e na Câmara – ou
vice-versa – recebem um número diferente em cada uma das Casas. É o respeito pelo
princípio da autonomia de cada Casa Legislativa.
Por exemplo: O Projeto de Lei da Câmara n° 23, de 2003, que autoriza a União a
conceder indenização a José Pereira Ferreira”, tramitou na Câmara sob a denominação de
PL nº 331, de 2003. O projeto é o mesmo.
6. Uma vez dada leitura do projeto em plenário, o Presidente do Senado o despacha para
uma ou mais comissões.
7. Se ele for para mais de uma comissão, a Secretaria-Geral da Mesa prepara tantas
autuações (cópias) do projeto quantas forem as comissões de despacho, porque o prazo
para dar parecer corre concomitante. Para os outros projetos, que tramitam em rito
normal, o prazo da segunda comissão só começa a contar a partir do real recebimento do
projeto naquele Órgão.
8. As comissões têm 25 dias para emitir seus pareceres. O relator tem a metade deste
prazo para apresentar seu relatório.
9. Este é um projeto que só recebe emendas perante a primeira comissão de despacho,
nos 5 primeiros dias úteis. Assim, se o projeto tiver sido despachado para as Comissões
de Assuntos Econômicos, Assuntos Sociais e de Serviços de Infra-Estrutura, por exemplo,
as emendas de todos os Senadores – e não apenas dos membros da comissão – deverão
ser apresentadas perante a Comissão de Assuntos Econômicos. O Secretário desta
Comissão coloca o original no seu processado e envia cópias para as outras. Não se
esqueçam de que o prazo das comissões corre concomitante, e elas devem falar sobre o
projeto e sobre as emendas.
10. Uma vez aprovado o relatório, que se transforma em parecer da Comissão, é enviado
para a Secretaria-Geral da Mesa, como de hábito para todos os processos, para preparar
a leitura do parecer em plenário.
11. Se a ou as comissões não emitirem o parecer neste prazo, até o 25º dia, o projeto é
devolvido para a Secretaria-Geral, sem parecer. A partir do 35º dia ele vai constar da
Ordem do Dia, e recebe parecer em plenário, por relator designado pelo Presidente da
Casa. Este relator pode pedir prazo de 24 horas para emitir seu parecer.
12. Se o Senado não apreciar o projeto até o 45º dia, no 46º ele começa a sobrestar a
pauta de votações. Isso quer dizer que não se delibera mais nada enquanto ele não for
votado. Sobrestar ou trancar a pauta é o mesmo.
13. Como é um projeto de lei da Câmara, a regra é a mesma que para os outros PLCs.
Se o Senado aprovar sem emendas ou somente com emendas de redação, vai à sanção
do Presidente da República. Se tiver emenda de mérito, aquela que modifica o sentido do
projeto, então volta para a Câmara. E o procedimento é o mesmo.
14. Vejam que o processo legislativo tem uma lógica que se repete, com algumas
variações dependendo da necessidade da matéria. Aos poucos, vamos vendo outras
tramitações e introduzindo outros conceitos de processo.
15. Importantíssimo neste tipo de projeto é o prazo de emendas único, logo no início da
tramitação dele, nas comissões. Este projeto não recebe emendas nem perante a Mesa
nem em Plenário.
16. Outra informação-chave: as emendas não são nem discutidas nem votadas em
Plenário. O que as comissões decidirem sobre elas está decidido. Se algum Senador
quiser trazer algumas delas para o Plenário, é preciso fazer um recurso.
PROJETO DE LEI DO SENADO
(Lei Complementar) (Autoria: Senador)
OU
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
(autoria: Senador)

1. Reparem que, nesta mesma Unidade, vamos estudar dois tipos de projetos bastante
diferentes. E isso é possível, porque a tramitação é igual. Lembrem-se de que há uma
lógica dentro do processo legislativo.
2. Como todas as matérias, o projeto tem início com sua leitura, em plenário, no Período
do Expediente de uma sessão. Numerado, publicado, organizado o processado físico, é
despachado pelo Presidente da Casa a uma ou a mais de uma comissão.
3. E lá? Já sabemos que o Presidente da Comissão designa um relator, que tem a metade
do prazo da comissão. Se for para a CCJ, ela tem 20 dias úteis; se for para outra
comissão, cada uma tem 15 dias úteis. O Relator, a metade.
4. Os membros da comissão onde estiver o projeto podem apresentar emendas.
Somente eles porque, como este projeto vai ser apreciado pelo Plenário, os demais
senadores poderão emendá-lo perante a Mesa, após a leitura do parecer, como tantos
outros projetos.
5. Vamos aproveitar este assunto e estudar o tema “prazo da comissão”. Quem
acompanha os trabalhos do Poder Legislativo pode estranhar esses prazos bastante
curtos das comissões e vê que, às vezes, há projetos que passam por lá muito mais
tempo que isso. Pode acontecer mesmo. Como?
6. Se a Comissão não puder emitir seu parecer dentro do prazo do Regimento, seu
Presidente encaminha um ofício ao Presidente da Casa comunicando que o prazo será
prorrogado por igual período. Este ofício é lido no Período do Expediente e vai à
publicação. A prorrogação é automática. Se a comissão precisar de mais tempo, a ou as
prorrogações não serão mais automáticas. A comissão precisa apresentar requerimento
solicitando prazo, que virá dito nesse documento, que precisa ser aprovado pelo Plenário.
7. Ainda sobre prazo da comissão, o Regimento Interno prevê que ficará suspenso pelo
encerramento da sessão legislativa, continuando a correr na sessão legislativa imediata.
8. O prazo ficará renovado com o início de nova legislatura ou por designação de novo
relator. Quer dizer, recomeça a contagem.
9. Então, em alguns casos, o prazo fica suspenso, retomando a contagem do ponto em
que havia parado; em outros casos, o prazo se renova, ou seja, recomeça a contagem do
primeiro dia.
10. Voltando à tramitação dos nossos projetos. Na comissão, quando o parecer estiver
aprovado, o Presidente desse órgão envia o processo todo para a Secretaria-Geral da
Mesa. Para quê? Para a preparação da leitura do parecer no Período do Expediente da
sessão. Na seqüência da leitura, numeração, publicação no Diário do Senado e em
avulsos.
11. Mais uma vez a aplicação da lógica do processo legislativo. Depois da leitura do
parecer, abre-se prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa.
Sem emendas, o projeto está pronto para ser agendado para constar da Ordem do Dia.
Quem define a pauta da Ordem do Dia é o Presidente do Senado.
12. Se tiver emenda, volta para a ou as comissões, para parecer sobre elas. Lá na
comissão, o procedimento é o mesmo: o relator, que preferencialmente é o mesmo que
já deu parecer sobre o projeto, vai falar sobre a oportunidade – ou não – de se acatar as
emendas.
13. E depois? Aplicando a lógica – sempre – o Presidente da comissão devolve o
processado para a Secretaria-Geral da Mesa, que vai preparar a leitura do parecer em
plenário, no Período do Expediente, numerado e publicado.
14. E o que é “preparar a leitura do parecer”? Na Secretaria-Geral da Mesa, verificam-se
alguns detalhes formais como, por exemplo, se o número de assinaturas corresponde à
maioria da comissão, se os votos estão corretos, se os BALs (Boletim de Ação
Legislativa) estão dentro do que o Regimento determina, com informações corretas. Às
vezes é preciso solicitar à Secretaria de Taquigrafia as notas taquigráficas para dirimir
alguma dúvida sobre a reunião da comissão. Elas são juntadas no processo. Verifica-se
também se o texto que vem da comissão está dentro das normas de redação definidas
na Lei Complementar nº 95, de 1998. E também se se encaixa na legislação já existente,
se está revogando alguma outra lei. É preciso também anexar a legislação citada no
parecer. Enfim, é uma análise prévia, para que a norma que pode sair desse projeto
esteja correta.
15. Só depois dessa análise, que não é feita por uma pessoa apenas, mas é um trabalho
de várias pessoas, é que o parecer vai ser lido em plenário.
16. Essa expressão “vai ser lido” não significa que ele será lido na íntegra. Há o anúncio
de sua publicação. Quem estiver interessado poderá lê-lo no Diário do Senado ou em
avulso.
17. Como regra geral, depois da publicação do parecer o Presidente do Senado abre o
prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa. Todos os
Senadores que o desejarem poderão apresentar emendas ao projeto. Essas emendas
podem alterar o mérito ou apenas a redação.
18. Se não houver emenda, o projeto está pronto para ser agendado para a pauta da
Ordem do Dia de uma sessão. Ele vai seguir um cronograma de agendamento.
Lembramos que é da competência do Presidente do Senado determinar as matérias que
devem constar da pauta.
19. Se houver emenda, o processo volta para a comissão ou as comissões do despacho,
para que elas apresentem seu parecer sobre essa emenda.
20. O procedimento não é ir para uma comissão e depois para a outra, mas o prazo, que
é de 15 dias úteis, é contado simultaneamente, ou seja, é prazo único para todas as
comissões.
21. A ou as comissões, ao se manifestarem sobre a emenda, poderão reunir a matéria da
proposição principal, ou seja, do projeto e da emenda (ou das emendas) que tiver
recebido parecer favorável num único texto, fazendo inclusive os acréscimos e alterações
que visem ao seu aperfeiçoamento. Esse procedimento pode ser utilizado para qualquer
proposição que esteja no mesmo caso.
22. Uma vez aprovado o parecer na comissão, o processo volta à Mesa para que seja
feita sua leitura, em plenário. E o procedimento é o mesmo: numerar, publicar.
23. Agora, o projeto está pronto para ser agendado para inclusão na pauta da Ordem do
Dia.
24. Uma vez na Ordem do Dia, o projeto vai ser discutido e votado em turno único. Mas
pode haver alguns procedimentos que alterem esse rito. E vamos aproveitar essas
matérias para estudar um pouco sobre esses procedimentos.
25. Qualquer Senador, durante a discussão do projeto, pode apresentar um
requerimento solicitando adiamento da discussão para que:
a) ela venha a ser feita em outra sessão;
b) ou para que a comissão que a examinou a reexamine, tendo em vista o surgimento de
fatos novos. Neste caso, o requerimento deve vir com a devida justificativa;
c) ou, ainda, para que uma comissão que não tenha examinado o projeto, e que tenha
dentro de suas competências oferecer parecer sobre o assunto que está sendo tratado no
projeto, possa vir a dar seu parecer;
d) ou para realizar alguma diligência necessária ao bom estudo do projeto.
26. No primeiro caso, o prazo da outra sessão não pode ser superior a 30 dias úteis, bem
como só podem ser apresentados até dois requerimentos nesse mesmo sentido. Isso é
para evitar que haja uma protelação na apreciação do projeto. O segundo requerimento
não pode pedir o adiamento por prazo superior ao do primeiro requerimento.
27. Mas o Regimento Interno do Senado não impede que haja, por exemplo, dois
requerimentos de adiamento da discussão para ser feita em outra sessão e, depois, um
outro requerimento pedindo a audiência de outra comissão, e mesmo o reexame da
comissão.
28. Como podemos deduzir, são procedimentos que podem tanto levar a um amplo
estudo da matéria como também podem ser usados para atrasar sua apreciação. Ou,
também, ter tempo para possíveis negociações e acordos úteis à boa aplicação posterior
da norma jurídica que daí surgir. E ainda tantas outras motivações.
29. Um outro procedimento é o adiamento da votação, para os mesmos fins e pelos
mesmos motivos que o adiamento da discussão.
30. Quando o projeto vai novamente para o âmbito das comissões, ele pode voltar para o
plenário com a ratificação do parecer anterior ou com um novo parecer. E todas as
regras que vimos até agora para o oferecimento de parecer quando a matéria vai às
comissões pela primeira vez vale também para este momento.
31. O parecer é lido no Período do Expediente de uma sessão, numerado e publicado. A
grande diferença é que, agora, não se abre mais o prazo para recebimento de emendas
perante a Mesa, como fazemos quando da leitura do primeiro parecer. É que essa fase –
a de recebimento de emendas – já foi ultrapassada. Agora, é só aguardar o
agendamento para constar da Ordem do Dia.
32. Se o adiamento tiver sido da discussão, o projeto volta na fase de discussão. Mas se
a discussão já tiver sido concluída, o projeto volta em fase de votação.
33. Como vimos, quando há algum requerimento desse tipo, o processo legislativo se
alonga.
34. Se o projeto for rejeitado, vai ao Arquivo. Se aprovado, vai à Câmara dos Deputados
para revisão.
35. Se aquela Casa aprovar o projeto de lei do jeito que o Senado aprovou, envia-o à
sanção do Presidente da República; se for projeto de decreto legislativo, encaminha ao
Presidente do Senado para sua promulgação.
36. Se a Câmara aprovar emendas de redação o procedimento é o mesmo que para o nº
35 desta Unidade.
37. Se a Câmara aprovar emendas de mérito, devolve o projeto ao Senado, para que
este analise essas alterações propostas. Se o Senado aprovar as alterações da Câmara,
envia o projeto de lei à sanção com a redação incorporando essas alterações; se for o
projeto de decreto legislativo, o Presidente do Senado promulga o decreto legislativo com
a redação incorporando também as alterações aprovadas. Mas se o Senado rejeitar as
alterações da Câmara, de toda forma o projeto de lei vai à sanção e o projeto de decreto
legislativo, à promulgação, somente com o texto do Senado.
38. Mas se a Câmara rejeitar algum dos projetos do Senado, este vai ao Arquivo.
39. Reparem o final de outras unidades e vejam que o procedimento é o mesmo para
casos semelhantes. É a tal da lógica do processo legislativo.
PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS)
(lei ordinária) (autoria: Comissão)

PROJETO DE LEI DO SENADO – COMPLEMENTAR (PLS – COMPL)


(lei complementar) (autoria: Comissão)

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO DO SENADO (PDS)


(autoria: Comissão)

1. Como podemos verificar, nesta Unidade vamos estudar a tramitação de projetos com
iniciativa no Senado, de autoria de Comissão do Senado, permanente ou temporária.
2. Na comissão, algum de seus membros apresenta um anteprojeto, que é uma proposta
de projeto.
3. O Presidente da comissão designa um relator, que vai apresentar seu relatório.
4. Se o anteprojeto do Senador Fulano de Tal for aprovado pela comissão, ele
passa a ser de autoria da comissão e não mais do senador. Para isso, é preciso que a
maioria absoluta daquele Colegiado assine o projeto.
5. O próximo passo é o Presidente da Comissão enviar um ofício ao Presidente do
Senado, encaminhando o projeto.
6. Administrativamente, o Secretário da Comissão prepara o texto acompanhado da
legislação citada, do texto original do anteprojeto, do relatório apresentado. Tudo em 3
vias. Não é obrigatório, mas é de todo conveniente que se juntem as notas taquigráficas
com os debates ocorridos.
7. Uma vez apresentado o projeto, como acontece com todas as proposições, é lido no
Período do Expediente da sessão do Senado. A diferença é que as outras matérias são
despachadas às comissões para, depois que emitirem seus pareceres, abrir-se o prazo de
5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa. Mas estes projetos, como já
são de comissão, não precisam voltar para lá. Assim, o Presidente da Casa abre
diretamente o prazo de emendas perante a Mesa.
8. Um detalhe importante: normalmente a comissão apresenta o projeto dentro de suas
competências. Por isso é que o projeto não volta para lá. Entretanto, se uma comissão
apresentar um projeto cujo assunto esteja dentro da competência de outra comissão, aí,
sim, o projeto deve ser despachado àquela comissão de mérito. Mas a maior parte
desses tipos de projeto versam assunto de competência da própria comissão que o
apresentou.
9. Então, o projeto é lido e fica aberto o prazo de 5 dias úteis para apresentação de
emendas perante a Mesa. Se não houver emenda, o projeto já está pronto para ser
agendado na Ordem do Dia, para ser discutido e votado em turno único, como é a regra
geral de apreciação das matérias.
10. Se tiver emendas, então o projeto volta à comissão-autora, para dar parecer sobre
elas. E pode, como para as demais matérias, se assim quiser, fazer um texto único,
incorporando o texto principal com o das emendas que receberem parecer favorável,
fazendo inclusive ajustes no texto. Se não, pode apenas emitir seu parecer sobre as
emendas.
11. Esse parecer é lido no Período do Expediente de uma sessão, numerado, publicado
em avulsos e no Diário do Senado Federal. E, agora, está pronto para ser agendado.
12. A inclusão de qualquer proposição, em rito normal, na Ordem do Dia, não é feita
automaticamente. É preciso que ela cumpra um interstício que está previsto no
Regimento Interno do Senado. Como regra geral, esse tempo é de 3 dias úteis.
13. E o que é interstício? Neste caso, é o tempo entre a distribuição de avulsos dos
pareceres das comissões e o início da discussão ou votação correspondente, em plenário.
Esse tempo serve para que os senadores e todos os que se interessam pela matéria
possam dela tomar conhecimento e se preparar para o debate.
14. No plenário, a apreciação das matérias é igual, diferenciando-se apenas quanto ao
quorum exigido para sua aprovação e, conseqüentemente, quanto ao tipo de votação.
Assim é que o projeto de lei ordinária e o projeto de decreto legislativo são aprovados
por maioria simples e são submetidos ao processo simbólico, ou seja, aquele em que o
Presidente da sessão pronuncia as seguintes palavras: “As Senhoras Senadoras e os
Senhores Senadores que aprovam o projeto permaneçam sentados”. Se não houver
manifestação em contrário, o Presidente declara aprovado o projeto. E ele vai à Câmara
dos Deputados para revisão.
Já o projeto de lei complementar deve ser submetido ao processo nominal de votação,
porque exige quorum de maioria absoluta (41 votos favoráveis) para ser aprovado.

15. Bem, se o projeto – qualquer um deles que estamos estudando nesta Unidade – for
rejeitado, vai ao Arquivo. Aprovado, vai à Câmara para revisão. Se aquela Casa aprovar
o projeto do jeito que o Senado aprovou ou com emendas que somente alterem a
redação, então a própria Câmara, através de seu Presidente, encaminha o texto à
sanção, se for projeto de lei, ordinária ou complementar, e ao Presidente do Senado, se
for projeto de decreto legislativo.
16. Se a Câmara aprovar o texto com emendas que alterem o mérito do projeto, então
envia essas emendas à consideração do Senado. Nesses casos, é ele quem fala por
último. O que ele fizer está feito. Se aprovar as alterações da Câmara, faz sua
incorporação no texto e envia à sanção ou faz a promulgação, conforme o tipo de
projeto.
PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO (PEC)
(Autor: 1/3 do Senado)
(Autor: 1/3 da Câmara dos Deputados)
(Autor: Presidente da República)
(Autor: mais da metade das Assembléias Legislativas)

1. Esta é uma tramitação especial. A começar pela autoria. Quem pode dar início a uma
PEC? Ela tem iniciativa coletiva: somente 1/3 dos Senadores, no Senado, ou 1/3 dos
Deputados, na Câmara ou mais da metade das Assembléias Legislativas. E tem também
uma iniciativa individual, quando o Presidente da República, sozinho, encaminha ao
Congresso Nacional uma proposta de alteração da Constituição.
2. No caso do Presidente da República, apesar de a Constituição, em seu art. 64, dispor
que projetos de lei de origem do Poder Executivo (do Supremo e dos Tribunais
Superiores também) terão sua tramitação iniciada na Câmara dos Deputados, por força
de interpretação e da praxe, a proposta de emenda à Constituição de autoria do
Presidente da República começa sua tramitação pela Câmara dos Deputados.
Reparem que o artigo constitucional também não menciona os projetos de lei de
iniciativa do Procurador-Geral da República nem as matérias referentes a radiodifusão,
mas mesmo assim, também pela interpretação e pela praxe, a tramitação dessas
matérias se iniciam pela Câmara.
3. Voltemos à PEC. Ela é lida no Período do Expediente – é claro! – e vai para a Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania – CCJ. Sempre. No Senado, é a única comissão que
se manifesta sobre esse tipo de proposição.
4. Na Comissão, como para qualquer outra matéria, o Presidente do Órgão designa um
Relator, que tem a metade do tempo de que dispõe a Comissão, para emitir seu parecer.
Neste caso, a CCJ tem até 30 dias úteis. Então, o Relator tem até 15 dias úteis.
5. Na CCJ, somente os seus membros podem apresentar emendas, nesta fase da
tramitação. E o Relator vai falar sobre o texto principal e sobre elas.
6. Vamos aproveitar este tema para fazer um hiato e estudar sobre emendamento de
forma genérica.
7. Existem três instâncias (lugares) em que os Senadores podem apresentar emendas:
nas Comissões, perante a Mesa, no Plenário.
8. Perante uma comissão, seus membros podem apresentar emendas a qualquer matéria
que lá esteja para estudo. Neste caso, se a comissão não acatar a emenda, será ela
considerada inexistente.
9. Também perante as comissões qualquer senador pode apresentar emenda aos:
a) projetos de iniciativa do Presidente da República para os quais ele solicitou tramitação
urgente nos termos do art. 64, §1º, da Constituição. Estudamos essa matéria na Unidade
6;
b) projetos com tramitação terminativa nas comissões. Estudamos esses nas Unidades 1,
2 e 3; e
c) projetos de código. Esses ainda vamos estudar.
No caso da letra “a”, será final o pronunciamento da comissão. O projeto vai ser votado
no Plenário, mas não as emendas. Ao votarem o texto do projeto, os senadores estarão
votando automaticamente o que a comissão decidiu a respeito das emendas. Se
quiserem fazer diferente, precisam apresentar recurso assinado por no mínimo 1/10 de
senadores (9), para que uma ou mais emendas venham a ser apreciadas no plenário.
No caso da letra “b”, o pronunciamento da comissão também será final, salvo recurso
assinado também por 1/10 dos senadores, apresentado, neste caso, para a proposição
principal. Aí, vem tudo para o Plenário, automaticamente.
E no caso da letra “c”, as emendas vêm para o Plenário automaticamente, com parecer
favorável ou contrário, porque o projeto vem também automaticamente para o Plenário.
Como vocês podem ver, o tratamento é distinto para cada caso.
10. Perante a Mesa é o caso mais comum de emendamento, sempre no prazo de 5 dias
úteis. E por todos os senadores. Em que casos? Vamos ver agora.
a) a projeto que altere o Regimento Interno do Senado. Esta é uma proposição que
vamos estudar mais adiante. Mas falamos desde já sobre o processo de emendamento.
Este é nosso foco por enquanto;
b) a projeto de decreto legislativo referente a prestação de contas do Presidente da
República. Também ainda não estudamos. Aguardem sua tramitação em uma unidade
mais adiante;
c) a projetos apreciados pelas comissões com poder terminativo, quando houver
interposição de recurso. É o caso dos terminativos que estudamos nos Unidades 1, 2 e 3.
Reparem o que dissemos na letra “b” do nº 9 desta Unidade;
d) a projeto, em turno único, que tiver tido parecer favorável das comissões. Aqui estão
englobadas muitas proposições. Todas devem ser apreciadas pelo Plenário. Não estamos
falando das que tramitam em caráter terminativo nas comissões;
e) a projeto, também em turno único, que obtiver parecer contrário, quanto ao mérito,
das comissões, desde que tenham recebido recurso assinado por no mínimo 1/10 dos
senadores, no prazo de 2 dias úteis, para a continuação de sua tramitação. Reparem que
o prazo de recurso, neste caso, é diferente. A regra geral é de 5 dias úteis; e
f) a projeto de autoria de comissão. Já estudamos esses projetos.
Quantos casos, não é mesmo? É essa a regra mais comum: apresentação de emendas
perante a Mesa.
11. E, agora, os casos de emendas que podem ser apresentadas em Plenário. Durante o
Período do Expediente, emendas a matéria que deva ser votada nessa fase da sessão. E
durante a Ordem do Dia, a PEC e a projeto em turno suplementar, até o encerramento
da sua discussão, nos dois casos. Ou, então, projetos em regime de urgência por
requerimento, se o prazo de emendamento ainda não tiver esgotado.
12. Bem, fechemos nosso hiato sobre emendamento, que vale para todas as matérias.
Esse hiato começou no nº 6. Releiam do nº 1 até o nº 5 para retomarmos o caminho da
tramitação da PEC. Ok?
13. Então, na CCJ, o Relator, em uma reunião, apresentará seu relatório, que será
debatido e, se aprovado, se transformará no parecer da Comissão, como de resto para as
outras proposições.
14. O diferente é que, se a CCJ aprovar alguma emenda, o Secretário da Comissão
precisará colher assinaturas de Senadores de dentro e de fora da comissão, até
completar 27 no mínimo (a CCJ só tem 23 membros titulares). Isso porque a emenda
aprovada pela CCJ terá que ser discutida e votada também pelo Plenário e, lá, só podem
ser recebidas emendas à PEC com, no mínimo, 27 assinaturas, ou seja, 1/3 da
composição do Senado. É o mesmo quorum de iniciativa para apresentar a própria PEC.
15. Se a CCJ tiver aprovado o relatório com parecer favorável ao texto da PEC, sem
qualquer proposta de alteração, esse procedimento de coleta de assinaturas fora da
comissão não é necessário. O Secretário da Comissão colhe as assinaturas somente dos
membros da Comissão.
16. Como para todas as demais proposições legislativas, o parecer é lido no Período do
Expediente, recebe seu número e é publicado em avulsos e no DSF. Depois do interstício
de 5 dias, ela pode ser agendada para constar da Ordem do Dia. Reparem que o
interstício para as outras proposições é de 3 dias úteis. Aqui, de 5 dias.
17. Incluída na Ordem do Dia, a PEC vai ser discutida, em primeiro turno, durante 5
sessões deliberativas ordinárias consecutivas. Nessas sessões, podem ser apresentadas
emendas, que devem ser assinadas, cada uma, por 1/3 dos senadores.
18. Se ao final da discussão não tiver sido apresentada nenhuma emenda, a PEC pode
ser votada em primeiro turno. A votação é pública, nominal, somente podendo ser
realizada por meio do painel eletrônico, porque é necessário o quorum de 3/5 dos
senadores (49) para que ela seja aprovada. Se o painel não estiver funcionando, faz-se a
votação por meio da chamada nominal.
19. Se houver emendas, que neste momento podem alterar o mérito e também a
redação, a PEC volta à CCJ para receber parecer sobre elas. O parecer, é claro, é lido no
Período do Expediente da sessão, numerado, publicado no DSF e em avulsos. Aí, então,
está pronta para ser incluída em Ordem do Dia.
20. Não podemos esquecer que, agora, ela entra na pauta já em fase de votação em
primeiro turno, porque a discussão já se encerrou (vejam o nº 18).
21. Se aprovada, sem alteração, vai ser incluída novamente na Ordem do Dia, para o
segundo turno de discussão e votação. Antes, é preciso que ela cumpra o interstício de,
no mínimo, 5 dias úteis. Quer dizer que entre a votação em primeiro turno e a entrada
dela na pauta para o segundo turno, tem que transcorrer um prazo de 5 dias úteis, no
mínimo. Não quer dizer que no 6º dia ela tenha que ser pautada obrigatoriamente. Esse
tempo é para que todos possam tomar conhecimento do texto.
22. Se, entretanto, ela tiver sido aprovada em primeiro turno com alterações, nesse caso
o processo volta à CCJ, para que a Comissão apresente a redação para o segundo turno,
consolidando as alterações.
23. Durante a discussão em segundo turno, podem ser oferecidas emendas que devem
ser assinadas, cada uma, por no mínimo 1/3 dos Senadores. Nesta etapa, só pode ser
alterada a redação; não mais o mérito.
24. A discussão, que no primeiro turno era realizada em 5 sessões deliberativas
ordinárias consecutivas, agora, no segundo turno, é de 3 sessões deliberativas
ordinárias, e não precisam ser consecutivas.
25. Encerrada a discussão em emendas, vota-se a PEC. Aprovada, ela vai à Câmara dos
Deputados. Se tiver emenda, a PEC volta à CCJ, para que ela dê seu parecer. Agora, o
prazo é de 5 dias improrrogáveis. Não podemos nos esquecer que essas emendas são de
redação.
26. E a sistemática é a mesma. Dado o parecer lá na Comissão, ele é lido no Período do
Expediente da sessão, numerado, publicado. E a PEC entra na Ordem do Dia de uma
sessão, para votação em segundo turno.
27. Aprovada, vai à Câmara dos Deputados.
28. Muito importante saber é que, para a PEC, não se fala em Casa Revisora, como
acontece nas outras matérias legislativas. Isso porque o texto que sair aprovado para ser
incorporado na nossa Constituição Federal deve ter sido aprovado igualmente nas duas
Casas. Então, pode acontecer um pingue-pongue, ou seja, se a Câmara altera a nossa
PEC, ela volta e se dá o tratamento de PEC nova. Se o Senado altera o texto que veio da
Câmara, a PEC volta para lá e tem tratamento de PEC nova. E assim por diante. Isso não
acontece com outras matérias; só para a PEC. Pudera, é alteração da nossa Carta
Magna!
29. Se a PEC for de autoria de Deputados ou do Presidente da República, tem o mesmo
tratamento, no Senado, que uma PEC de autoria de Senadores.
30. Quando a tramitação estiver completa, a proposta de emenda à Constituição se
transforma em Emenda Constitucional. A Emenda é numerada e promulgada pelas Mesas
da Câmara e do Senado. A palavra é “E”, porque tem que ter a assinatura da maioria de
cada uma das Mesas. Então, ela não passa pelo crivo final do Presidente da República, ou
seja, não vai à sanção.
PROJETO DE LEI DE CÓDIGO

1. O projeto de lei de código é um projeto de lei ordinária. Então, sua votação é pelo
processo simbólico, porque seu quorum de aprovação é de maioria simples. A diferença é
que ele regula um assunto com abrangência. Assim, o nosso Código de Trânsito, por
exemplo, foi fruto de um projeto de lei ordinária. O mesmo para o novo Código Civil, o
Código Penal, o Código de Processo Penal, o Código de Processo Civil, o Código de Defesa
do Consumidor.
2. Vamos, então, estudar, nesta Unidade, a tramitação, no Senado, de um projeto desse
tipo. É importante dizer, antes de começar, que só tem esse tratamento os projetos de
código elaborados por juristas, por comissão de juristas ou por subcomissão
especialmente criada com essa finalidade, e que tenham sido amplamente divulgados. Os
demais têm tramitação como projeto de lei ordinária comum, ou seja, têm tramitação
com caráter terminativo nas comissões.
3. O projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, é numerado e publicado no
DSF e em avulsos. Até aqui, tudo normal.
4. Nesta mesma sessão, a Presidência do Senado designa uma comissão temporária
composta de 11 membros, para estudar essa matéria, e fixa o calendário de sua
tramitação, que é todo especial também.
5. Uma vez composta a comissão, ela se reúne até o dia útil seguinte para eleger seu
Presidente e Vice-Presidente. O Presidente, em seguida, designa um relator-geral e
tantos relatores parciais quantos necessários. E é bem necessário mesmo, porque o
assunto é extenso.
6. Como o objetivo é tratar amplamente o tema, as outras proposições que tenham
relação com esse tema e que estejam tramitando no Senado vão ser apensadas.
7. Além disso, todos os senadores poderão apresentar emendas, perante a comissão, no
prazo de 20 dias úteis, a contar da publicação do projeto no DSF. É que esta é a única
oportunidade para emendamento.
8. Encerrado esse prazo de emendas, os relatores parciais encaminham ao relator-geral,
dentro de 10 dias úteis, as conclusões de seus trabalhos. O relator-geral tem o prazo de
5 dias úteis para apresentar à comissão o seu relatório, juntamente com o estudo dos
relatores parciais e as emendas.
9. A comissão tem 5 dias úteis para concluir seu estudo e encaminhar à Mesa o parecer
final sobre o projeto e as emendas.
10. Esses prazos podem ser aumentados até o quádruplo, por deliberação do Plenário, a
requerimento da própria comissão.
11. Reparem quanta coisa diferente: prazos, prorrogação de prazos, emendamento,
relatorias.
12. Mas, igual a todo parecer, este também deve ser lido no Período do Expediente da
sessão, numerado e publicado.
13. Como esse projeto já teve sua fase de emendamento perante a comissão, agora ele
está pronto para ser incluído em Ordem do Dia, depois de obedecer ao interstício
regimental, que é de 3 dias úteis. E é incluído em uma Ordem do Dia exclusiva para ele.
Então, a pauta tem item único.
14. A discussão e votação é feita em turno único, podendo o relator-geral usar da
palavra sempre que necessário. Ele pode delegar a palavra a um relator parcial.
15. Encerrada a discussão, passa-se à votação. Como falamos no nº 1 desta Unidade, ela
é feita pelo processo simbólico e com quorum de maioria simples.
16. Rememorando, essa votação simbólica acontece assim: O Presidente concede a
palavra aos líderes partidários para que possam orientar suas bancadas a respeito do
tipo de voto (sim, não ou abstenção), e pronuncia as seguintes palavras: “As Senhoras
Senadoras e os Senhores Senadores que aprovam o projeto permaneçam como se
encontram”. Ele espera um pouco e, depois, anuncia o resultado: “Aprovado” ou, então,
“rejeitado”.
17. Aprovado com ou sem emendas, o projeto volta à comissão para que seja elaborada
a redação final, no prazo de 5 dias úteis. Ela será publicada e distribuída em avulsos e,
depois, incluída em Ordem do Dia para ser discutida e votada, depois de cumprir o
interstício regimental.
18. Uma outra informação bastante importante é que só pode tramitar um projeto de
código por vez.
19. Se o projeto tiver vindo da Câmara dos Deputados e tiver sito aprovado no Senado
com alterações, volta para lá, para revisão das emendas do Senado. Depois, aquela Casa
manda à sanção do Presidente da República, como todo projeto de lei.
20. Vamos aproveitar esta Unidade e falar de um procedimento de votação muito
importante e que pode ser utilizado na apreciação de qualquer matéria. É o requerimento
de destaque para votação em separado.
21. Vamos analisar, primeiro, o nome: DESTAQUE – alguma coisa ressaltada, ressalvada,
fora do comum, fora do resto. DESTAQUE PARA VOTAÇÃO – alguma coisa ressaltada
para votação, alguma coisa para votação fora do comum. EM SEPARADO – o próprio
nome também diz, separado do resto.
Então, DESTAQUE PARA VOTAÇÃO EM SEPARADO diz respeito a alguma coisa que se
destaca, que se ressalva, e que deve ser votada separadamente do todo.
Isso dito, vamos estudar como se aplica.
22. Quando uma proposição legislativa está para ser votada, pode acontecer que algum
Senador queira votar separadamente uma parte dela. Assim, ele pode querer votar um
artigo, um parágrafo, um inciso, uma alínea, um item, uma letra, inteiramente do
projeto. Ou pode querer votar separadamente uma expressão do texto do projeto. Ou
mesmo uma emenda. Nesse caso, ele apresenta, até antes de iniciar a votação, um
requerimento de destaque para votação em separado daquela parte. Esse requerimento
deve ser lido e votado antes de iniciar a votação em que consta a matéria que ele quer
separar.
Se a parte diz respeito ao texto do projeto, deve apresentar o requerimento antes da
votação do projeto; se for uma emenda que tenha recebido parecer favorável, deve
apresentar o requerimento antes de se votar esse grupo de emendas; o mesmo ocorre
se a emenda que o Senador quer destacar estiver no grupo das emendas de parecer
contrário.
23. Apresentado o requerimento, ele é lido e votado. Se os demais Senadores o
aprovarem, isso significa que eles estão autorizando a que aquela parte – ou emenda –
seja votada destacadamente, separadamente do todo.
24. Assim, vamos fazer uma simulação de votação, em que aparecem 3 requerimentos
de destaque para votação em separado: um, para o art. 2º do texto do projeto; outro,
para uma emenda de parecer favorável (por hipótese, a nº 5); e, outro, para uma
emenda de parecer contrário (por hipótese, a nº 3). Fica assim:
a) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado (DVS) do art. 2º do
projeto. Se o requerimento for aprovado, o art. 2º será votado separadamente;
b) votar o projeto, ressalvado o art. 2º, que terá sua votação feita depois;
c) votar o art. 2º, que foi destacado. Se aprovar o art. 2º, ele é reintegrado no texto do
projeto; se for rejeitado, ele sai. Quando se for elaborar a redação final do texto, será
feita a renumeração dos artigos.
d) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado da emenda nº 5,
de parecer favorável;
e) votar em globo (todas juntas) as emendas de parecer contrário, com exceção a de nº
5, que foi destacada. É feita uma única votação. Se forem aprovadas, serão aprovadas
todas de uma vez só;
f) votar a emenda nº 5, que tinha tido autorização para ser votada separadamente;
g) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado da emenda nº 3,
de parecer contrário. Se aprovado o requerimento, a emenda vai ser votada
separadamente do grupo total de emendas de parecer contrário. Ainda por hipótese,
vamos estudar como se o requerimento tiver sido aprovado;
h) votar, em globo, as emendas de parecer contrário, ressalvada a nº 3;
i) votar a emenda nº 3. Mesmo que o parecer dela tenha sido desfavorável, se ela tiver
sido aprovada pelos Senadores, é o que importa. O seu texto vai ser incluído no texto do
projeto.
25. Como vemos, em um processo de votação podem acontecer muitas coisas.
26. Este instrumento de votação – DVS – pode ser apresentado a qualquer proposição.
27. Existe ainda no Regimento Interno do Senado destaque para que parte do projeto ou
que emendas constitua projeto autônomo, ou seja, saia do projeto original e se torne um
novo projeto, com novo número, inclusive.
Este requerimento tem que ser lido e votado como preliminar, antes de começar a
votação do projeto. Se aprovado o requerimento, seu autor tem 2 dias úteis para
apresentar o novo projeto. E, aí, começa-se a votar o projeto que está na Ordem do Dia,
agora sem a parte que foi destacada.
Observação: este requerimento só não pode ser utilizado quando se tratar de projeto
originário da Câmara.
PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO
(Altera o Regimento do Senado)

1. Esse tipo de projeto pode ser de autoria da Comissão Diretora ou de qualquer


Senador. As tramitações são bastante semelhantes.
2. Vamos começar com um projeto de autoria da Comissão Diretora. Ele é lido no Período
do Expediente de uma sessão do Senado e o Presidente da Casa abre o prazo de 5 dias
úteis para recebimento de emendas perante a Mesa.
3. Nesse prazo, se não tiver recebido emendas, o projeto vai para a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania, para receber parecer. Se tiver recebido emendas, vai
para a CCJ para dar parecer sobre o projeto e as emendas e também para a Comissão
Diretora, para dar parecer sobre as emendas.
4. Se o projeto for de autoria de Senador, também é lido no Período do Expediente e é
aberto o prazo para recebimento de emendas. De todo jeito, com ou sem emendas, ele
vai ser analisado pela CCJ e pela CDIR, nessa ordem.
5. Depois que os pareceres forem dados, nas comissões – e os procedimentos lá são os
mesmos que para os outros projetos não terminativos – eles vão ser lidos no Período do
Expediente, numerados e publicados.
6. Passado o interstício regimental, o projeto pode ser agendado para a Ordem do Dia
para ser discutido e votado em turno único, pelo processo simbólico. O quorum para
aprovação é o de maioria simples. Tudo isso nós já aprendemos.
7. É preciso fazer a redação final.
8. Vamos aproveitar esta unidade para estudarmos as redações finais, elaboradas para
quase todas as proposições. Uma exceção é quanto aos projetos de lei da Câmara que
não tiverem nenhuma alteração, nem de redação. Para esses, o Senado não faz redação
final. Para as demais matérias, sim.
9. Quem faz a redação final da grande parte das matérias é a Comissão Diretora. Ela é
preparada por servidores da Secretaria-Geral da Mesa e, se a CDIR concordar, a maioria
de seus membros a assina. Para as PECs, quem faz a redação, tanto para o segundo
turno quanto a final, é a própria CCJ. Para os projetos de lei de código é a comissão
especialmente constituída para dar parecer. Para a reforma do Regimento Interno do
Senado é também a própria comissão criada para isso. Se for apenas uma alteração ou
outra, é a CDIR que faz a redação.
10. A apresentação dessas redações finais são em forma de parecer, que é lido no
Período do Expediente da sessão, numerado e publicado como para qualquer outra
proposição. A redação final é discutida e votada. Só não precisa de quorum especial para
aprovar.
11. É com base na redação final que a Secretaria de Expediente, uma unidade da
Secretaria-Geral da Mesa, prepara os autógrafos. Relembrando: autógrafo é o texto
oficial daquilo que foi aprovado pela Casa Legislativa.
12. Existem outras redações:
a) redação para o segundo turno, quando no primeiro turno for aprovada alguma
alteração, na PEC.
b) redação para o turno suplementar, quando no turno único for aprovado um texto
substitutivo ao texto principal. Aí, esse texto substitutivo terá que ser submetido a um
outro turno – o turno suplementar – de discussão e votação.
13. Pode haver alterações também do Regulamento Administrativo do Senado, que rege
a administração da Casa, da mesma forma que se altera o Regimento Interno, que rege
a parte legislativa da Casa.
14. Esta é uma proposição privativa do Senado. Não vai à Câmara. Os projetos de
resolução da Câmara também não vêm ao Senado.
PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO
(Autoria: Comissão de Assuntos Econômicos)

1. Este é um assunto que diz respeito à competência privativa do Senado quanto a


matérias de natureza financeira, previstas nos arts. 52 e 155 da Constituição Federal.
Assim, são matérias que não são analisadas pela Câmara dos Deputados. São pedidos de
autorização para operação de crédito externo, de natureza financeira de interesse da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.
2. Também compete ao Senado:
a) fixar limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios (art. 52, VI – CF);
b) dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais
entidades controladas pelo poder público federal (art. 52, VII – CF);
c) dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações
de crédito externo e interno (art. 52, VIII – CF);
d) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 52, IX – CF);
e) fixar alíquotas máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de
quaisquer bens e direitos (art. 155, § 1º, IV – CF);
f) estabelecer as alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de
exportação (art. 155, § 2º, IV – CF);
g) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas (art. 155, § 2º, V, “a” – CF);
h) fixar alíquotas máximas nas operações internas para resolver conflito específico que
envolva interesse de Estados e do Distrito Federal (art. 155, § 2º, V, “b” – CF).
3. Em cada um dos casos, a Constituição determina quem pode ter iniciativa e qual o
quorum de aprovação.
4. Assim é que para a letra a, a proposta tem que partir do Presidente da República, que
encaminha uma mensagem ao Senado. Ela é lida no Período do Expediente da sessão,
toma o nome de Ofício “S” (“S” de Senado) e vai para a Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE), que, como conclusão de seu parecer, oferece um projeto de resolução
(PRS). Como todo parecer, este também é lido no Período do Expediente, é numerado –
o PRS também recebe um número – e publicado. O Presidente da Casa abre o prazo de 5
dias úteis para apresentação de emendas. Se tiver emendas, volta à CAE para receber
parecer sobre elas, antes de ser incluído em Ordem do Dia. Se não tiver nenhuma
emenda, é incluído em Ordem do Dia. O que se vota, no Plenário, é o Projeto de
Resolução.
5. As letras b, c, d e e são de iniciativa da própria CAE.
6. A letra f é de iniciativa do Presidente da República ou de 1/3 dos membros do Senado,
devendo o projeto de resolução ser aprovado pelo Plenário pela maioria absoluta dos
Senadores (41 votos “sim”, no mínimo).
7. A letra g é de iniciativa de 1/3 dos membros do Senado, devendo o projeto de
resolução ser aprovado pela maioria absoluta dos Senadores, em Plenário.
8. E a letra h é de autoria da maioria absoluta dos membros do Senado, no mínimo, só
podendo ser aprovado se obtiver o voto “sim” de 2/3 dos Senadores, em Plenário.
9. Em geral, chega ao Senado uma Mensagem do Presidente da República que é lida no
Período do Expediente, tomando a nomenclatura de Ofício “S” (Senado). Lembrem que a
matéria constante da Unidade 2 (ver o item 4) também recebe essa denominação: Ofício
“S”.
10. É despachado à Comissão de Assuntos Econômicos – CAE, que, depois dos
procedimentos normais (Relatório => Parecer), conclui seu parecer por um projeto de
resolução.
11. O parecer é lido no Período do Expediente, é numerado e publicado, ficando aberto o
prazo de 5 dias úteis para emendamento perante a Mesa.
12. Sem emendas, o PRS pode ir à Ordem do Dia. Com emendas, antes de ir à Ordem do
Dia, vai à CAE para parecer sobre elas.
13. Uma vez aprovado o projeto de resolução, a resolução é promulgada pelo Presidente
do Senado. Publicada no DSF e no DOU, o Presidente da Casa participa o fato ao
Presidente da República e à autoridade diretamente interessada na matéria.
MEDIDAS PROVISÓRIAS
(PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO)

1. Este é um assunto que está sempre na mídia, principalmente por causa da inversão
dos papéis, ou seja, é o Poder Executivo legislando. E o processo legislativo é ao
contrário, ou seja, quando a medida provisória é publicada no Diário Oficial da União, ela
já passa a produzir efeitos. Provisoriamente. Provisoriamente ela também suspende a
execução das outras normas jurídicas que estiverem em confronto com ela.
2. Quando uma medida provisória é publicada no DOU, o Presidente da República a envia
ao Presidente da Mesa do Congresso, que é o Presidente do Senado Federal, para ser lida
e designada a comissão mista temporária que vai estudá-la e emitir parecer. Se os
líderes não indicarem os nomes para compor a comissão, o Presidente da Mesa do CN
designa assim mesmo a comissão, fazendo incluir o nome dos líderes e vice-líderes, no
prazo de 48 horas.
3. A medida provisória tem vigência durante 60 dias, podendo ser prorrogada, por ato do
Presidente da Mesa do CN, uma única vez, por mais 60 dias.
4. Qualquer congressista – deputado ou senador – pode apresentar emendas perante a
comissão mista até o sexto dia contados da publicação da medida no DOU. Se tiver
algum projeto em tramitação, tanto na Câmara como no Senado, e seu autor assim o
desejar, pode apresentá-lo, nesse prazo, como se fosse uma emenda.
5. O Presidente da Comissão designa um relator e um relator revisor (um de cada Casa,
em alternância), de igual partido, mas de partido diferente ao seu.
6. A comissão tem o prazo de 14 dias para dar seu parecer, que deverá analisar a
constitucionalidade da medida, ou seja, se ela é relevante e urgente, se ela está
financeiramente adequada, e também quanto ao seu mérito.
7. No 15º dia, com ou sem parecer, a medida vai para a Câmara dos Deputados. Se não
tiver recebido parecer na comissão mista, o que tem quase sempre acontecido, este vai
ser oferecido no Plenário daquela Casa. A Câmara tem até o 28º dia para apreciar a
medida.
8. O Relator pode concluir seu parecer de várias formas, inclusive apresentando
alterações na MP, o que a transforma em PLV, ou seja, em um projeto de lei de
conversão. Qualquer alteração no texto da medida, uma vírgula que seja, transforma-a
em PLV.
9. Antes de apreciar o mérito, a Câmara deve votar a medida quanto aos aspectos da
constitucionalidade de relevância e urgência e adequação financeira. Se aprovados tais
pressupostos, então, entra-se na apreciação do mérito.
10. Se a medida for rejeitada na Câmara nem vem ao Senado. Se aprovada, ela ou um
projeto de lei de conversão, aí, sim, vem ser apreciada pelo Senado.
11. O Senado tem 14 dias para apreciar a matéria. Se os Senadores fizerem alguma
alteração de mérito, então volta para a Câmara, que tem 3 dias para analisar essas
alterações.
12. Todas essas contas de prazo perfazem um total de 45 dias. Está previsto assim
porque no 46º dia a MP sobrestará a pauta da Casa onde ela estiver.
13. Mas não é o que tem acontecido até agora. O parecer tem sido oferecido no Plenário
tanto da Câmara como do Senado, e a grande maioria delas acaba por trancar a pauta,
porque ultrapassa o 46º dia.
14. Administrativamente, quando o Presidente encaminha a medida provisória ao
Legislativo, é preparado, na Secretaria-Geral da Mesa do Senado, o processado da
matéria, com o texto, a exposição de motivos do Ministro a que está ligado o assunto da
medida e a legislação citada.
15. Depois que o Presidente da Mesa do Congresso – que é o Presidente do Senado – faz
a designação da comissão mista, o que pode acontecer em uma sessão conjunta ou em
uma sessão do Senado (neste último caso, o Presidente do Senado faz um ofício ao
Presidente da Câmara, comunicando o fato), e estabelece o calendário de tramitação, o
processado vai para a comissão mista, que é secretariada por um servidor do Senado.
Lá, há convocação de seus membros para a instalação da comissão mista. E também na
comissão fica-se aguardando o recebimento de emendas.
16. Se se esgotar o prazo da comissão sem que tenha sido oferecido o parecer, o
secretário devolve o processado à Secretaria-Geral da Mesa (SGM), para que seja
preparado um ofício do Presidente do Senado ao Presidente da Câmara, encaminhando o
processo à apreciação daquela Casa. Quem prepara o ofício para o Presidente assinar é a
Secretaria de Expediente, que faz parte da SGM.
17. Se a Câmara rejeitar a medida, seu Presidente comunica ao Senado esse fato, e a
matéria toda vai para o Arquivo. Se a Câmara aprovar, quer a medida quer um projeto
de lei de conversão, ela manda o processo todo, inclusive com a matéria rejeitada,
porque o Senado vai analisar tudo.
18. No Senado, o Presidente da Casa designa um relator revisor (se não tiver sido
designado ninguém na comissão mista), que dará parecer em Plenário, sobre tudo o que
estiver dentro do processado. Parecer sobre os pressupostos de relevância, urgência e
adequação financeira, e também sobre o mérito.
19. O Senado pode aprovar, inclusive, matéria que tiver sido rejeitada pela Câmara. Só
que qualquer alteração feita no Senado – a não ser as de redação – volta para aquela
Casa.
20. Se o resultado final for a aprovação da medida provisória, nos termos em que veio do
Poder Executivo, ela será promulgada como lei, entrando definitivamente no
ordenamento jurídico brasileiro. Se o resultado for a aprovação de um PLV, vai à sanção
do Presidente da República como qualquer projeto de lei, podendo ele sancionar ou apor
algum veto.
21. Se a medida provisória versar sobre abertura de crédito extraordinário ao Orçamento
da União, ela será analisada pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e
Fiscalização (CMO), a única comissão mista permanente do Congresso Nacional. Nesse
caso, não há comissão mista temporária constituída especialmente para análise da MP,
como acontece para as que versam sobre outros assuntos.
REQUERIMENTOS (NO SENADO)

1. São inúmeros os requerimentos que os Senadores podem apresentar no Senado.


Vamos listar alguns deles. E se o Regimento Interno não tiver previsão para alguma
necessidade nova – porque o processo legislativo é muito dinâmico – o art. 48 do
Regimento do Senado, em seu inciso XXXIII, dispõe como uma das atribuições do
Presidente da Casa resolver os casos omissos, ouvido o Plenário.
Eis alguns requerimentos previstos no nosso Regimento Interno:
Adiamento da discussão ou da votação de uma matéria que já esteja na Ordem do Dia -
Qualquer Senador pode apresentar esses tipos de requerimento, por escrito. Devem ser
votados. Tanto a discussão como a votação podem ser adiadas para audiência de
comissão que não se tenha manifestado, para reexame por motivo justificado, para
determinado dia, para cumprir diligência, para preencher formalidade essencial. No caso
de adiamento para determinado dia, só podem ser apresentados dois requerimentos de
adiamento da discussão e dois de adiamento da votação, sendo o prazo máximo, em
cada um deles, de 30 dias úteis. Um detalhe deve ser observado: o prazo do segundo
requerimento não pode ser superior ao do primeiro. Assim, se o primeiro requerimento
for para 10 dias úteis, por exemplo, o segundo só pode ser por até 10 dias úteis. Menos,
pode; mais, não. Outro detalhe: se não tiver quorum para votação do requerimento de
adiamento da discussão, ele fica prejudicado e continua-se a discutir a matéria. Mas se
não tiver quorum para votação de um requerimento de adiamento da votação, então ele
fica sobrestado, ou seja, a matéria vai constar da Ordem do Dia da sessão deliberativa
ordinária seguinte, dependendo da votação do requerimento.
Audiência de comissão que não tenha se manifestado - significa que, além do despacho
inicial do Presidente enviando a matéria a uma ou mais comissões, qualquer senador
pode assinar um requerimento solicitando que ainda uma outra comissão venha sobre ela
se manifestar, emitindo seu parecer. É claro que o assunto tratado na matéria tem que
ter pertinência com as competências da comissão. Esse requerimento é lido no Período
do Expediente de uma sessão e incluído em Ordem do Dia, após ter cumprido as
formalidades regimentais, ou seja, a publicação em avulsos e no DSF. Além disso, para
que esse requerimento conste da Ordem do Dia, é preciso que ele esteja na Casa há pelo
menos 10 dias. Aliás, essa é uma regra regimental que vale para todas as matérias,
exceto para as que recebam caráter de urgência via requerimento. A finalidade desse
prazo é para que todos possam tomar conhecimento do que está tramitando no Senado e
fazer sua análise. Cumpre-se, também desta forma, o princípio da transparência .
Comparecimento de Ministro de Estado – O requerimento, por escrito, assinado por
qualquer Senador, é lido no Período do Expediente e será agendado para constar da
Ordem do Dia de uma outra sessão. Se aprovado, o Presidente do Senado oficia o
Ministro que, regimentalmente, tem até 30 dias úteis para comparecer ao Plenário.
As comissões também podem convocar Ministros para comparecerem a suas reuniões.
Constituição de comissão temporária - Um senador assina o requerimento, que também
deve ser lido e publicado, e deve cumprir as formalidades regimentais, inclusive de fazer
parte da Ordem do Dia. Se aprovado, o Presidente solicita aos líderes partidários que
indiquem os membros da comissão. Com a indicação da maioria, o Presidente designa a
comissão, que pode se reunir para eleger seu Presidente, Vice-Presidente e começar a
trabalhar. O requerimento deve trazer especificados o objetivo e o prazo.
Destaque para determinado fim (aprovação ou rejeição) - O requerimento pede a
rejeição ou a aprovação de determinado dispositivo do texto da proposição, ou de
alguma emenda. O cuidado que se deve ter é porque, quando se vota o requerimento,
está-se votando o mérito da matéria. Ou seja, vota-se a rejeição da matéria, então,
rejeita-se a matéria. O contrário também é verdadeiro: se o destaque é para aprovação
da matéria, quando se vota o requerimento, automaticamente está-se votando a
aprovação.
Destaque para constituir projeto autônomo - Esse requerimento não pode ser aplicado
em projeto de lei oriundo da Câmara dos Deputados. É apresentado como preliminar da
votação do resto da matéria. Se aprovado, o Senador autor do requerimento tem 48
horas para apresentar o novo projeto. É que, ao aprovar esse tipo de requerimento, os
Senadores estão autorizando a que parte do projeto, por exemplo, não mais conste
daquele que está sendo votado e passe a ser outro, que vai começar a tramitar como
projeto novo.
O requerimento, por exemplo, pode solicitar que os arts. 10 a 30 passem a constituir
projeto autônomo. Por isso é que o requerimento deve ser votado antes de se começar a
votar o projeto. Porque, se for aprovado, os arts. 10 a 30 deixam de fazer parte desse,
para fazer parte de outro projeto.
Destaque para votação em separado - Estudamos esse requerimento na Unidade 10.
Dispensa de discussão – Este é um requerimento que só pode ser assinado por Líder. É
um dos poucos no Senado, embora, nas sessões conjuntas do Congresso Nacional, a
regra geral é que os requerimentos sejam assinados por líderes. Ele é apresentado ao ser
anunciada a matéria a que se refere, durante a Ordem do Dia. Para esse requerimento
poder ser apresentado, é preciso que a proposição tenha recebido pareceres favoráveis
de todas as comissões. Se o requerimento for aprovado, passa-se imediatamente à
votação da matéria.
Homenagem de pesar – Este requerimento pode ser apresentado por qualquer Senador,
durante o Período do Expediente da sessão, sendo sua votação imediata, precisando
apenas do quorum de 1/10 (9 Senadores) para ser aprovado. A Secretaria de
Expediente, então, prepara um documento especial, assinado pelo Presidente do Senado,
a ser enviado às pessoas definidas no requerimento de homenagem. O gabinete do
Senador autor do requerimento deve fornecer os contatos dessas pessoas.
O requerimento pode solicitar também a observância de 1 minuto de silêncio, bem como
o levantamento da sessão, em caso de o homenageado ser parlamentar no exercício do
mandato, do Presidente ou do Vice-Presidente da República.
Informações - É um requerimento assinado por qualquer Senador ou comissão. Lido no
Período do Expediente, vai à Mesa, para decisão. Entretanto, se envolver matéria
sigilosa, vai à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, que deve oferecer seu
parecer no prazo de duas reuniões ordinárias da Comissão. O parecer é lido no Período
do Expediente de uma sessão e agendado para a Ordem do Dia de alguma outra sessão.
Se aprovado, ou pela Mesa ou pelo Plenário, a Secretaria de Expediente prepara um
ofício, que é assinado pelo Primeiro-Secretário da Mesa do Senado e endereçado ao
Ministro ou ao titular do Órgão diretamente vinculado à Presidência da República, objeto
do requerimento. Eles têm até 30 dias para responder. Caso contrário, podem responder
por crime de responsabilidade.
Se as informações estiverem vinculadas à instrução de alguma matéria legislativa, depois
de aprovado o requerimento e até que chegue a resposta, a tramitação dessa matéria
fica sobrestada (suspensa).
Trata-se de um instrumento muito utilizado pelas oposições.
Inversão da Ordem do Dia – A Ordem do Dia é ordenada conforme determina o
Regimento Interno. Mas os Senadores podem preferir apreciar as proposições em uma
outra seqüência. Para isso, antes de iniciar essa fase da sessão, qualquer Senador pode
apresentar um requerimento pedindo a inversão, que pode envolver desde apenas um
item até a pauta toda. Se aprovado o requerimento, passa-se à deliberação na seqüência
determinada pelo Plenário.
Pode acontecer, entretanto, de, depois de a pauta já ter começado, os Senadores, por
algum motivo, desejarem modificar a ordem do que ainda vem pela frente. Como, nesse
momento, não é mais possível apresentar requerimento de inversão, o Regimento
apresenta outra solução: requerimento de preferência de um item (ou de uns itens)
sobre outros. O resultado acaba sendo o mesmo: alterar a ordenação da Ordem do Dia.
Licenças – A Constituição prevê que o Senador (ou o Deputado, na Câmara dos
Deputados) pode solicitar licença para se ausentar dos trabalhos da Casa para
tratamento de saúde, para tratar de interesses particulares (neste caso não há
pagamento de subsídios), para desempenhar alguma missão do Senado, para atender a
algum compromisso político ou cultural de interesse parlamentar. Se ele não se licencia e
não comparece às sessões deliberativas, fica com falta. E, pela Constituição, ele só pode
faltar até a 1/3 das sessões ordinárias. Caso contrário, perde o mandato.
Em alguns casos – saúde e interesse particular -, se a licença do titular do mandato for
superior a 120 dias consecutivos, ou seja, de 121 dias em diante, será convocado seu
primeiro suplente. Para tratar de interesse particular, entretanto, esses 121 dias não
podem acontecer dentro da mesma sessão legislativa.
Quando o Senador (isso ocorre também para Deputado) é chamado a ocupar cargo de
Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, Distrito Federal,
Território ou Prefeitura de Capital, ou, ainda, de chefe de missão diplomática temporária,
ele não precisa se licenciar; apenas comunica seu afastamento. Nesses casos, não há
prazo, e seu afastamento será igual ao tempo que durar sua nova tarefa. Ele pode,
inclusive, optar pela remuneração de parlamentar.
Ainda sobre esse tema: o Senador, sempre que se ausentar do Brasil, deve comunicar à
Casa, mesmo que seja durante o recesso parlamentar.
Preferências – A palavra já está dizendo o que o requerimento pede: alguma preferência.
Uma delas nós já vimos: preferência de um item sobre outros da pauta (ver o
requerimento de inversão da pauta). Mas há outras preferências possíveis:
1. de projeto sobre substitutivo, quando a preferência regimental recaia sobre o
substitutivo. É o caso do substitutivo que é apresentado pela comissão como conclusão
de seu parecer;
2. de substitutivo sobre projeto, quando a preferência regimental recaia sobre o projeto.
É o caso do substitutivo apresentado em Plenário, como conclusão de parecer oral;
3. de uma emenda sobre outra, ou de um grupo de emendas sobre outro.
Retirada de proposição – O requerimento só pode ser apresentado pelo autor da
proposição que se queira retirar. E é retirada definitiva, ou seja, retirada de tramitação,
para que a matéria vá para o arquivo. Se a proposição for um requerimento, ou seja, se
se tratar de requerimento de retirada de um outro requerimento, então é deferido pelo
Presidente da Casa. Se for retirada de um projeto, nesse caso o requerimento de retirada
precisa ser incluído em Ordem do Dia, para ser votado. Se aprovado, o projeto
interrompe naquele ponto sua tramitação e vai para o arquivo. Se o requerimento for
rejeitado, o projeto continua sua tramitação.
Sessão especial – O Senado pode realizar uma sessão especial para homenagens. É uma
sessão inteira. Mas, em vez de ser uma sessão inteira, pode-se optar por fazer somente
o Período do Expediente de homenagem. O procedimento para obter essa homenagem é
o mesmo: através de um requerimento assinado por no mínimo 6 Senadores, lido no
Período do Expediente de uma sessão e votado após a Ordem do Dia dessa mesma
sessão.
Há algumas diferenças entre as duas homenagens:
1. a duração da sessão é de 4 horas e 30 minutos; a do Período do Expediente, 2 horas,
podendo ser prorrogada se ainda houver oradores para as homenagens;
2. os oradores da sessão especial são designados pelo Presidente do Senado; os do
Período do Expediente de homenagem são por inscrição, ou seja, qualquer Senador que
o desejar pode se inscrever.
Urgências – O Regimento Interno propõe 3 tipos de urgência:
1. art. 336, I – é a urgência urgentíssima, para os casos de matérias que envolvam
perigo de segurança nacional e problemas de calamidade pública. Nesse caso, o
requerimento é apresentado em qualquer momento da sessão, interrompendo-se o que
se está fazendo para deliberar sobre o assunto. Aprovado o requerimento, inicia-se
imediatamente a apreciação da matéria para a qual se conferiu regime de urgência. O
parecer é dado na hora, discute-se e vota-se.
Esse requerimento pode ser assinado pela Mesa, pela maioria dos membros do Senado
(41), ou por líderes que representem esse número.
2. art. 336, II – esse requerimento pode ser assinado por Comissão, por 54 Senadores
ou por líderes que representem esse número. O requerimento é lido no Período do
Expediente de uma sessão e votado após a Ordem do Dia. Se aprovado, a matéria a que
se refere constará da Ordem do Dia da segunda sessão deliberativa ordinária
subseqüente.
Se a matéria não tiver ainda recebido parecer, ele é oferecido no plenário, por relator
designado pelo Presidente do Senado. As emendas são apresentadas até o encerramento
da discussão. Se tiver havido emendas, o relator oferece parecer sobre elas durante a
mesma sessão. Ele pode solicitar prazo de 24 horas para dar esse parecer. E a matéria é
discutida e votada.
Essa urgência pode ser extinta mediante um requerimento de extinção de urgência
assinado pela maioria da composição do Senado (41) ou líderes que representem esse
número, ou pela comissão requerente.
3. art. 336, III – é uma urgência mais lenta. O requerimento é lido no Período do
Expediente de uma sessão, é incluído na Ordem do Dia da sessão deliberativa seguinte.
Se aprovado, a matéria a que se refere o requerimento entra na Ordem do Dia da 4ª
sessão deliberativa ordinária subseqüente.
Um detalhe: esse tipo de requerimento só pode ser apresentado para matérias que não
tenham recebido parecer.
Nesse caso, o parecer tem que ser oferecido até a véspera da matéria entrar na Ordem
do Dia. E as emendas são apresentadas até o encerramento da discussão. Se não tiver
tido nenhuma, passa-se à votação. Mas se tiver recebido alguma emenda, a matéria sai
da Ordem do Dia para voltar na 4ª sessão deliberativa ordinária subseqüente, devendo o
parecer sobre elas ser oferecido até a véspera.
Como podemos reparar, é uma urgência mais lenta que as outras. Mas a maior garantia
é que a matéria não volta para o âmbito das comissões, mesmo tendo recebido
emendas.
Esse rito de urgência pode ser assinado por Comissão, por ¼ da composição do Senado
(21), ou líderes que representem esse número. E pode ser extinto mediante
requerimento de extinção de urgência assinado por 1/4 da composição do Senado (21),
por líderes que representem esse número ou pela comissão requerente.
Existem alguns assuntos que tramitam em regime de urgência, mas não precisam de
requerimento para isso. Alguns exemplos: autorização para o Presidente da República
declarar guerra, celebrar paz.
Verificação de votação – É um requerimento oral, apresentado por um Senador e apoiado
por outros três. Como a própria expressão diz, a votação já foi feita, simbolicamente, e
vai ser feita novamente, para saber se o resultado proclamado pelo Presidente da sessão
é verdadeiro. Dessa vez, a votação é feita pelo processo nominal, ou seja, cada senador
registra seu voto no painel eletrônico. Se este não estiver funcionando, faz-se a chamada
nominal.
A votação de matérias que só requerem quorum de maioria simples para serem
aprovadas também pode ser desde logo realizada nominalmente, se houver
requerimento de votação nominal, assinado por qualquer senador. Nesse caso, não há
duas votações; apenas a nominal. Mas o requerimento tem que ser aprovado antes.
Voto de aplauso, censura, etc .- É o que o próprio nome diz. O requerimento, antes de
ser votado no Plenário, é enviado à CCJ ou à CRE (Comissão de Relações Exteriores e
Defesa Nacional), para receber parecer.
PARECERES SOBRE ESCOLHA DE AUTORIDADES
1. A grande maioria dos pareceres não tem vida própria, ou seja, são meramente
instrução de uma proposição, e é esta que será votada no plenário. Mas existem alguns
pareceres que têm vida própria, que são proposição e que, por isso, são votados. É o
caso dos pareceres para a escolha de nomes de autoridades, que é uma competência
privativa do Senado, ou seja, não é apreciada pela Câmara. Por exemplo: Presidente e
diretores do Banco Central, Dirigentes do CADE, das Agências Reguladoras como ANEEL,
ANA, ANP, etc., Ministros de Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República,
Ministros do Supremo. E tantas outras autoridades.
2. O Presidente da República encaminha o nome por ele indicado à apreciação do Senado
Federal, mediante Mensagem, que é lida no Período do Expediente e despachada à
comissão competente. Por exemplo: o nome do Procurador, de Ministro de Tribunal
Superior vai para a CCJ; os nomes para o Banco Central vão para a CAE.
3. Nas comissões, como para qualquer outra matéria, o seu Presidente designa um
relator, que apresentará relatório, após a sabatina do candidato pelos membros da
comissão. Ou seja, o candidato é convocado para a comissão, onde é questionado sobre
sua qualificação para o cargo. O relator, então, apresenta seu relatório que, se aprovado,
se transforma no parecer da comissão, como em qualquer outro caso. É esse parecer que
é incluído em Ordem do Dia, no Plenário, para votação.
4. A sessão é pública, mas a votação é secreta. Isso quer dizer que, no painel eletrônico,
aparece quem votou e o resultado, mas não aparece o voto de cada senador.
5. Se aprovado, o Presidente do Senado envia uma Mensagem ao Presidente da
República, comunicando a decisão do Senado.
6. Na maior parte dos casos, o quorum de aprovação é maioria simples. Mas, no caso do
Procurador-Geral da República e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores (exceto o STM, que é maioria simples), o quorum é de maioria
absoluta (41 votos “sim”). As indicações para o Conselho Nacional de Justiça e Conselho
Nacional do Ministério Público necessitam da aprovaçção da maioria absoluta do
Senado.(EC 45, de ).

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO SOBRE PRESTAÇÃO DE CONTAS DO


PRESIDENTE DA REPÚBLICA
1. O Presidente da República deve prestar contas ao Congresso Nacional de como gastou
o dinheiro do orçamento da União. É uma das formas que o Poder Legislativo tem de
controlar o Poder Executivo.
2. E como isso é feito? O art. 84, XXIV, da Constituição Federal, determina que o
Presidente da República deve “prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício
anterior.”
3. Se ele não o fizer, a Câmara dos Deputados procede à tomada de contas. Nunca vi
isso acontecer, porque o prazo de 60 dias é sempre cumprido. Mas se não for, está
previsto o remédio para que a Constituição seja cumprida.
4. O Presidente da República, por meio de mensagem, encaminha suas contas ao
Presidente da Mesa do Congresso, que, como já vimos, é o Presidente do Senado. Este
envia tudo ao Tribunal de Contas da União (TCU), que, como auxiliar do Poder
Legislativo, prepara um parecer prévio, também em um prazo de 60 dias.
5. O TCU devolve tudo, com esse parecer.
6. O Presidente do Senado comunica o fato ao Plenário do Congresso ou, se não houver
sessão conjunta, comunica em uma sessão do Senado e oficia o Presidente da Câmara,
que dará conhecimento aos Deputados.
7. A matéria toda vai para a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e
Fiscalização (CMO), para que ela emita um parecer, concluindo pela apresentação de um
projeto de decreto legislativo.
8. Esse projeto vai começar sua tramitação ora pela Câmara dos Deputados, ora pelo
Senado, porque os projetos oriundos da comissão mista têm o início de sua tramitação
alternadamente por uma ou outra Casa.
9. Quer tenha sua tramitação iniciada no Senado ou na Câmara, quando o projeto chega
ao Senado, ele é lido no Período do Expediente e abre-se o prazo de 5 dias úteis para
apresentação de emendas perante a Mesa. Se tiver emendas, vai para a CMO, para
receber parecer.
10. Pode ser que vocês estejam se perguntando: ”Ora, são as contas do Presidente da
República. Como se pode apresentar emenda a elas?” As emendas não são apresentadas
às contas, mas ao projeto de decreto legislativo, que as aprova.
Um exemplo: já houve caso em que foi apresentada uma emenda acrescentando a
expressão “com restrições”. Assim, as contas daquele ano ficaram aprovadas com
restrições, porque a emenda foi acolhida.
11. Na CMO, o procedimento é igual. O relator da matéria principal será o mesmo das
emendas. Ele apresenta seu relatório que, se aprovado, se transforma no parecer.
12. Uma vez aprovado o parecer, ele é numerado e publicado como outro parecer
qualquer e terá que cumprir aquele interstício regimental de que já falamos várias vezes,
para poder ser agendado para a Ordem do Dia.
13. O projeto é discutido e votado em turno único, por maioria simples de votos.
Aprovado, vai à promulgação

PROJETO DE RESOLUÇÃO QUE ALTERA O REGIMENTO COMUM DO CONGRESSO


NACIONAL
1. Este projeto de resolução pode ter origem nas Mesas da Câmara e do Senado – as
duas Mesas – ou, então, ser apresentado por no mínimo 100 parlamentares, sendo 80
deputados e 20 senadores.
2. Lido no Expediente, agora de uma sessão conjunta do Congresso Nacional, se o
projeto é das Mesas, o Presidente do Congresso convoca outra sessão para discussão e
votação. Se o projeto é de autoria de parlamentares, então ele vai ao exame das Mesas,
que oferecerão pareceres. Pode acontecer de as Mesas preferirem apresentar um parecer
único. Isso é possível.
3. Nos dois casos, o projeto será discutido e votado no plenário de uma sessão conjunta.
As emendas podem ser apresentadas por qualquer congressista (isso quer dizer que
qualquer senador ou deputado pode apresentar emenda) até o encerramento da
discussão, em plenário.
4. Vamos aproveitar esse tema para ainda aprendermos sobre apresentação de
proposição. Todas as proposições devem ter justificativa, com exceção dos
requerimentos. Nenhum requerimento precisa de justificativa, com exceção do
requerimento que pede adiamento da discussão ou da votação para reexame da matéria.
Esse é o único requerimento que o Regimento do Senado obriga o autor a apresentar
justificativa. Os outros requerimentos até podem ser justificados. Podem. Não têm que
ser. Mas os de adiamento para reexame, esses obrigatoriamente serão justificados. E há
uma lógica nesse dispositivo. Porque se a comissão já se manifestou sobre a matéria, é
necessário que haja algum fato novo para que ela se manifeste novamente. Isso vale em
qualquer caso.
Em virtude de reiteradas decisões do Supremo Tribunal Federal, também deve ser
devidamente justificado o requerimento de informação cujo sigilo for protegido por regra
constitucional, como as informações bancárias, fiscais e telefônicas.
5. Voltemos ao nosso projeto de resolução. Tanto faz se o projeto é de autoria das Mesas
ou de parlamentares, se ele tiver recebido emendas, precisa receber parecer das Mesas
sobre elas. Também aqui o parecer pode ser um de cada Mesa ou um parecer único.
6. Publicado o parecer em avulsos e no Diário do Congresso Nacional, no Diário do
Senado Federal e no Diário da Câmara dos Deputados, a matéria está pronta para ir
novamente ao plenário, agora para votação.
7. A votação é em turno único, sendo necessário apenas o quorum de maioria simples.
8. Nas sessões conjuntas do Congresso Nacional, devemos sempre nos lembrar que a
sessão é conjunta, a discussão das matérias é conjunta, ou seja, deputados e senadores
usam da palavra naturalmente. Mas as votações são bicamerais, ou seja, primeiro
chamam-se os deputados a votar e, depois, os senadores. É sempre assim. Só há uma
exceção. Nos vetos apostos a projetos de lei do Senado. Isso vamos ver um pouco mais
adiante, na unidade de vetos.
9. Se o projeto for aprovado em ambas as Casas, então a Resolução – CN (Congresso
Nacional) vai ser promulgada pelo Presidente da Mesa do Congresso.
VETOS PRESIDENCIAIS

1. Quando um projeto de lei, seja ele do Senado, da Câmara ou de Conversão (oriundo


de medida provisória alterada), é aprovado no Poder Legislativo, ele vai à sanção do
Presidente da República, que pode sancioná-lo total ou parcialmente. Se ele sanciona
parcialmente significa que o vetou em parte. O projeto também pode ser vetado
totalmente. Muitos juristas entendem que o veto total deve ser entendido como uma
série de vetos parciais.
2. Se esgotado o prazo de 15 dias úteis e o Presidente da República não se manifestar, a
decisão do Congresso Nacional é mantida, ou seja, o projeto transforma-se, tacitamente,
em lei. Nesse caso, o Presidente ainda dispõe de 48 horas para promulgar a lei. Se ele
não o fizer, devolve os autógrafos ao Presidente do Senado, que em 48 horas deve
promulgar a lei. E se este não o fizer, o Vice-Presidente do Senado o fará.
2. O veto só pode ser aposto por duas razões: uma, política – o projeto ser considerado
contrário ao interesse nacional – e, outra, jurídica – o projeto ser considerado
inconstitucional.
3. O Presidente comunica ao Congresso Nacional as razões do veto e as faz publicar no
Diário Oficial da União.
4. Quando o veto chega ao Senado, há um preparo administrativo dessa matéria. A
Secretaria de Coordenação do Congresso prepara a documentação, ou seja, prepara um
relatório, anexa toda a legislação citada, e é feito avulso da mensagem do Presidente da
República. Prepara também um ofício do Presidente do Senado ao Presidente da Câmara
solicitando a indicação de 3 Deputados para comporem a comissão mista que vai analisar
o veto e preparar seu relatório. Quando vem a resposta, o Presidente do Senado indica 3
Senadores.
5. Essa comissão mista, então, é composta por 3 deputados e 3 senadores e tem o prazo
de 20 dias para apresentar seu relatório. É de todo conveniente que dessa comissão
façam parte o deputado e o senador que relataram o projeto inicialmente.
6. A mensagem de veto é lida em uma sessão conjunta, quando é designada a comissão
e fixado o calendário de tramitação.
7. A Constituição Federal dispõe que o Congresso Nacional tem 30 dias para apreciar o
veto. Entretanto, sabemos que esse dispositivo não vem sendo regularmente cumprido.
8. O veto é discutido e é votado também em sessão conjunta. A Constituição dispõe
sobre um quorum de rejeição e não de aprovação. Para ser rejeitado, o veto precisa da
maioria absoluta de votos “não” tanto na Câmara como no Senado. E a votação é
secreta.
9. Como podemos deduzir, é muito difícil derrubar (rejeitar) um veto.
10. Algumas vezes há vários vetos em um só projeto. Cada um deles deve ser votado
separadamente. Assim, seriam muitas e muitas votações nominais no painel. É um
processo bastante demorado. Para agilizar e preservar o caráter secreto da votação,
desde 1992 o Congresso Nacional está utilizando cédula de votação. Os parlamentares
marcam seu voto e depositam a cédula em uma urna, assinando a lista de presença na
votação. Quem faz a apuração desses votos é o Prodasen, acompanhado de uma
comissão de parlamentares indicados pelos líderes partidários e designados pelo
Presidente do Congresso.
11. Todos os parlamentares (deputados e senadores) votam em todos os vetos. Quando
o Prodasen vai fazer a apuração, inicia computando os votos da Câmara. Só fará a
apuração no Senado caso a Câmara tenha rejeitado o veto. Se o projeto de lei vetado for
do Senado, então a contagem começa pelos votos dos senadores, passando a verificar na
Câmara, apenas se o veto tiver sido rejeitado no Senado. Lembrem-se que o veto deve
ser rejeitado pelas duas Casas. Ora, se uma delas o mantém, então esse requisito não é
atingido.
12. Se o veto é derrubado, o Presidente do Congresso comunica o fato ao Presidente da
República e envia a ele a matéria, para que seja promulgada e publicada.
13. E como fica a vigência dessa matéria? Ela fazia parte de uma lei que já foi publicada
e já começou a produzir seus efeitos, com exceção do dispositivo vetado. Vamos tomar
como exemplo hipotético o art. 2º da lei.
14. Esse art. 2º, que havia sido vetado, cujo veto foi rejeitado pelo Congresso, fazia
parte de uma lei que, também hipoteticamente, tinha como cláusula de vigência “esta lei
entra em vigor na data de sua publicação”. Então, esse art. 2º só entra em vigor da data
da sua própria publicação. Seus efeitos não retroagem à data da publicação da lei em
que ele está inserido.
15. Outro exemplo: se este art. 2º estiver inserido em uma lei que tem como cláusula de
vigência “esta lei entra em vigor 90 dias após a publicação”, o art. 2º, quando for
publicado, só entrará em vigor 90 dias após a sua publicação do DOU.
16. Dos itens 14 e 15 acima, compreende-se que o art. 2º cumpre o que a cláusula de
vigência da lei dispõe. Mas a partir da sua própria publicação no DOU e não a partir da
publicação da lei.
VETOS PRESIDENCIAIS

1. Quando um projeto de lei, seja ele do Senado, da Câmara ou de Conversão (oriundo


de medida provisória alterada), é aprovado no Poder Legislativo, ele vai à sanção do
Presidente da República, que pode sancioná-lo total ou parcialmente. Se ele sanciona
parcialmente significa que o vetou em parte. O projeto também pode ser vetado
totalmente. Muitos juristas entendem que o veto total deve ser entendido como uma
série de vetos parciais.
2. Se esgotado o prazo de 15 dias úteis e o Presidente da República não se manifestar, a
decisão do Congresso Nacional é mantida, ou seja, o projeto transforma-se, tacitamente,
em lei. Nesse caso, o Presidente ainda dispõe de 48 horas para promulgar a lei. Se ele
não o fizer, devolve os autógrafos ao Presidente do Senado, que em 48 horas deve
promulgar a lei. E se este não o fizer, o Vice-Presidente do Senado o fará.
2. O veto só pode ser aposto por duas razões: uma, política – o projeto ser considerado
contrário ao interesse nacional – e, outra, jurídica – o projeto ser considerado
inconstitucional.
3. O Presidente comunica ao Congresso Nacional as razões do veto e as faz publicar no
Diário Oficial da União.
4. Quando o veto chega ao Senado, há um preparo administrativo dessa matéria. A
Secretaria de Coordenação do Congresso prepara a documentação, ou seja, prepara um
relatório, anexa toda a legislação citada, e é feito avulso da mensagem do Presidente da
República. Prepara também um ofício do Presidente do Senado ao Presidente da Câmara
solicitando a indicação de 3 Deputados para comporem a comissão mista que vai analisar
o veto e preparar seu relatório. Quando vem a resposta, o Presidente do Senado indica 3
Senadores.
5. Essa comissão mista, então, é composta por 3 deputados e 3 senadores e tem o prazo
de 20 dias para apresentar seu relatório. É de todo conveniente que dessa comissão
façam parte o deputado e o senador que relataram o projeto inicialmente.
6. A mensagem de veto é lida em uma sessão conjunta, quando é designada a comissão
e fixado o calendário de tramitação.
7. A Constituição Federal dispõe que o Congresso Nacional tem 30 dias para apreciar o
veto. Entretanto, sabemos que esse dispositivo não vem sendo regularmente cumprido.
8. O veto é discutido e é votado também em sessão conjunta. A Constituição dispõe
sobre um quorum de rejeição e não de aprovação. Para ser rejeitado, o veto precisa da
maioria absoluta de votos “não” tanto na Câmara como no Senado. E a votação é
secreta.
9. Como podemos deduzir, é muito difícil derrubar (rejeitar) um veto.
10. Algumas vezes há vários vetos em um só projeto. Cada um deles deve ser votado
separadamente. Assim, seriam muitas e muitas votações nominais no painel. É um
processo bastante demorado. Para agilizar e preservar o caráter secreto da votação,
desde 1992 o Congresso Nacional está utilizando cédula de votação. Os parlamentares
marcam seu voto e depositam a cédula em uma urna, assinando a lista de presença na
votação. Quem faz a apuração desses votos é o Prodasen, acompanhado de uma
comissão de parlamentares indicados pelos líderes partidários e designados pelo
Presidente do Congresso.
11. Todos os parlamentares (deputados e senadores) votam em todos os vetos. Quando
o Prodasen vai fazer a apuração, inicia computando os votos da Câmara. Só fará a
apuração no Senado caso a Câmara tenha rejeitado o veto. Se o projeto de lei vetado for
do Senado, então a contagem começa pelos votos dos senadores, passando a verificar na
Câmara, apenas se o veto tiver sido rejeitado no Senado. Lembrem-se que o veto deve
ser rejeitado pelas duas Casas. Ora, se uma delas o mantém, então esse requisito não é
atingido.
12. Se o veto é derrubado, o Presidente do Congresso comunica o fato ao Presidente da
República e envia a ele a matéria, para que seja promulgada e publicada.
13. E como fica a vigência dessa matéria? Ela fazia parte de uma lei que já foi publicada
e já começou a produzir seus efeitos, com exceção do dispositivo vetado. Vamos tomar
como exemplo hipotético o art. 2º da lei.
14. Esse art. 2º, que havia sido vetado, cujo veto foi rejeitado pelo Congresso, fazia
parte de uma lei que, também hipoteticamente, tinha como cláusula de vigência “esta lei
entra em vigor na data de sua publicação”. Então, esse art. 2º só entra em vigor da data
da sua própria publicação. Seus efeitos não retroagem à data da publicação da lei em
que ele está inserido.
15. Outro exemplo: se este art. 2º estiver inserido em uma lei que tem como cláusula de
vigência “esta lei entra em vigor 90 dias após a publicação”, o art. 2º, quando for
publicado, só entrará em vigor 90 dias após a sua publicação do DOU.
16. Dos itens 14 e 15 acima, compreende-se que o art. 2º cumpre o que a cláusula de
vigência da lei dispõe. Mas a partir da sua própria publicação no DOU e não a partir da
publicação da lei.

MATÉRIAS ORÇAMENTÁRIAS

1. Por matérias orçamentárias devemos entender:


a) o projeto de lei sobre o plano plurianual (PPA). É um programa de governo, que
tem duração para 4 anos. E para não haver problemas de descontinuidade de trabalho
governamental, o programa de um governo ultrapassa em um ano seu mandato, ou seja,
o Presidente posterior trabalha seu primeiro ano de gestão com o plano do governo
anterior. No seu primeiro ano de mandato, o Presidente da República envia ao Congresso
Nacional seu próprio PPA, até o dia 31 de agosto, e o Congresso deve aprová-lo até 22
de dezembro. Esse plano vai valer para seus 3 anos restantes de mandato e para o
primeiro ano de mandato do próximo Presidente;
b) o projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO). É uma lei anual, ou seja, vale
por um ano. O Presidente da República encaminha o projeto de lei ao Congresso Nacional
até o dia 15 de abril de cada ano, e os parlamentares devem apreciá-lo e devolvê-lo para
sanção (é um projeto de lei) até o dia 17 de julho. Caso não o façam, a Constituição
manda que a sessão legislativa não se interrompa no mês de julho (o recesso inicia-se
em 18 de julho), até que se vote. É para garantir que o Presidente da República possa
preparar o projeto de lei de orçamento, com base nas diretrizes oferecidas pelo
Congresso.
c) o projeto de lei do orçamento da União (LOA). Também é uma lei anual. Todo
ano o País tem um orçamento. O Presidente da República deve enviá-lo ao Congresso
Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano de seu governo. E os parlamentares devem
votá-lo e devolvê-lo à sanção até 22 de dezembro. Mas, nesse caso, a Constituição não
obriga a que se continue a trabalhar, caso não seja aprovado, como faz para a LDO.
d) os projetos de lei de créditos adicionais, que podem ser:
- créditos suplementares. Também são projetos de lei ordinária, como os demais. É o
caso em que há previsão no orçamento para uma determinada despesa, mas, como se
diz, “o dinheiro não deu”. Então, é necessário que se faça uma suplementação;
- créditos especiais. Esses créditos não estão previstos no Orçamento da União. Um
exemplo: quando é criado algum órgão novo na Presidência da República. Esse fato não
poderia estar previsto no orçamento aprovado no ano anterior, mas é necessário haver
verba para instalar o novo órgão. Para esses casos – e é apenas um exemplo – o
Presidente da República encaminha um projeto de lei solicitando o crédito; e
- créditos extraordinários. Como o próprio nome diz, é extraordinário, não previsto.
Então, também não há previsão orçamentária. São para atender situações emergenciais
de calamidade pública – secas, enchentes -, por exemplo. Esses créditos, inclusive, como
atendem aos requisitos constitucionais de relevância e urgência, podem ser enviados ao
Congresso em forma de medida provisória. É o único caso, em termos de matéria
orçamentária.
2. Todas essas matérias vão à análise da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos
e Fiscalização – CMO.
3. Quando as mensagens presidenciais encaminhando os projetos chegam ao Congresso
Nacional, a Secretaria de Coordenação Legislativa do Congresso prepara todo o material,
inclusive alguma legislação que tenha sido citada, para que a Gráfica confeccione o
avulso. Esses projetos e os respectivos calendários de tramitação podem ser lidos no
Expediente de uma sessão conjunta ou no Período do Expediente de em uma sessão do
Senado. Neste último caso, o Presidente do Senado comunica o fato ao Presidente da
Câmara.
4. As emendas a essas matérias – todos os parlamentares - só podem ser apresentadas
perante a CMO, que elaborará parecer tanto sobre o projeto como sobre as emendas. Os
projetos sempre virão a ser discutidos e votados no plenário de uma sessão conjunta.
Mas sobre as emendas o parecer é conclusivo. Ou seja, ao aprovar o projeto, o Plenário
estará aprovando o que a CMO decidiu a respeito das emendas. Se algum congressista
quiser votar alguma emenda em Plenário, deverá apresentar requerimento assinado por
no mínimo 60 parlamentares (deputados e/ou senadores), entregue na Secretaria-Geral
da Mesa do Senado até a véspera do início da discussão do projeto, na Ordem do Dia.
5. O procedimento de votação dessas matérias é bastante simples, porque são projetos
de lei ordinária, ou seja, são deliberados em votação simbólica e aprovados por maioria
simples de votos. O mais trabalhoso é a negociação política anterior à votação em
Plenário.
6. Atualmente, há um amplo debate sobre a estrutura da Comissão de Orçamento, a
forma de se apresentar emendas, e, também, sobre a natureza do Orçamento da União,
se permanece autorizativo como é hoje ou se passa a ser impositivo. Devemos ter
sempre em mente que aprovar o Orçamento da União é uma importante e antiga missão
dos parlamentares.
Este é mais um módulo complementar ao curso de Processo Legislativo. Trata-se do
quadro de siglas das proposições legislativas.

Aqui você terá a oportunidade de conhecer o significado das siglas usadas para nomear
as diversas proposições.

QUADRO DE SIGLAS DE PROPOSIÇÕES LEGISLATIVAS

SIGLA PROPOSIÇÃO LEGISLATIVA


AVN AVISO (CN)
AVS AVISO (SF)
CON CONSULTA (SF)
DEN DENÚNCIA (SF)
DIV DIVERSOS (SF)
ECD EMENDA(S) DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AO PROJETO DE LEI DO
SENADO
INQ INQUÉRITO (SF)
INS INDICAÇÃO (SF)
MPV MEDIDA PROVISÓRIA
MSF MENSAGEM (SF)
MSG MENSAGEM
OF OFICIO SF (INTERNO)
OFN OFICIO (CN)
OFS OFICIO "S" (SF)
PAR PARECER (CN)
PDC PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (CD)
PDH PETIÇÃO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO
PARTICIPATIVA
PDN PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (CN)
PDR PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (CR CN)
PDS PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (SF)
PEC PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO
PET PETIÇÃO (SF)
PFS PROPOSTA DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE (SF)
PL – PL- CR PROJETO DE LEI (COMISSÃO REPRESENTATIVA- CN)
PLC PROJETO DE LEI DA CÂMARA
PLN PROJETO DE LEI DO CONGRESSO NACIONAL
PLS PROJETO DE LEI DO SENADO
PLS Compl. PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
PLV PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO (CN)
PR – PR - CR PROJETO DE RESOLUÇÃO (COMISSÃO REPRESENTATIVA -CN)
PRS PROJETO DE RESOLUÇÃO (SF)
PRN PROJETO DE RESOLUÇÃO (CN)
P.S PARECER (SF)
PTN PETIÇÃO (CN)
QCN QUESTÃO DE ORDEM DO CONGRESSO NACIONAL
QSF QUESTÃO DE ORDEM DO SENADO FEDERAL
RAI REQUERIMENTO DA COMISSÃO DE ATIVIDADES DE INTELIGÊNCIA
R.C RECURSO (CONGRESSO NACIONAL)
RELAT RELATÓRIO
REN RENÚNCIA
REP REPRESENTAÇÃO
RQN REQUERIMENTO (CN)
RQR REQUERIMENTO DA COMISSÃO REPRESENTATIVA
RQS REQUERIMENTO
R.S RECURSO (SF)
SCD SUBSTITUTIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AO PROJETO DE LEI DO
SENADO
SIT SOLICITAÇÃO DE INFORMAÇÃO AO TCU (CD)
SUG SUGESTÃO
VET VETO

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