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Atos legislativos
(2) Na Lei de Autorização Legislativa n.º 1/2023, entretanto aprovada, foi prevista a
possibilidade de o diploma autorizado remeter para Decreto-Lei ou regulamento
administrativo do Governo a possibilidade de incriminação de pessoas singulares
ou coletivas por diversas condutas prejudiciais para o ambiente, bem como a
definição de várias metas ambientais para o próximo quinquénio, dentro de
determinados limites. Foi ainda definido que o decreto-lei autorizado deve ser
aprovado até ao termo da legislatura, em 2026.
(3) Nesta senda, foi aprovado o Decreto-Lei n.º 2/2023, que define as “bases gerais
do clima”. Contudo, foi a Assembleia da República, em 2024, através da Lei n.º
1/2024, a definir as metas ambientais a que aludia o referido Decreto-Lei
Autorizado.
(4) O Governo, porém, por desatenção, não reparou que a Lei n.º 1/2024 continha
normas e metas que incompatíveis com um Regulamento da União Europeia,
pelo que decide aprovar o Decreto-Lei n.º 2/2024, que altera a Lei n.º 1/2024,
com os seguintes objetivos: substituir as metas ambientais definidas pela Lei n.º
1/2024, por metas compatíveis com o regulamento da União Europeia; (ii.)
adaptar uma das incriminações ali estabelecida às novas metas ambientais; (iii.)
estabelecer uma exceção ao cumprimento das metas relativas à introdução de
energias renováveis no processo produtivo às empresas públicas que atuem nos
sectores dos transportes.
(5) Volvidos cerca de dois anos após a aprovação da Lei de Bases do Clima, a
mesma revelou-se ineficaz, por falta de meios para garantir o seu cumprimento,
pelo que a Assembleia da República decide aprovar um diploma legal que tinha
por objetivo alterar a Lei que estabelece as “bases gerais da organização, do
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funcionamento, do reequipamento e da disciplina das Forças Armadas”, no
sentido de que estas sejam utilizadas na operação de fiscalização e garantam a
efetiva aplicação da Lei de Bases do Clima. A Lei foi aprovada no dia 1 de
fevereiro de 2025 com 100 votos a favor, 20 votos contra e 61 abstenções.
(7) Confrontada com o veto, forma-se uma aliança de dois dos maiores partidos, que
conduz a que, com 120 votos favoráveis contra 80 desfavoráveis, superassem
aquele ato do Presidente da República. Seguidamente, tendo dúvidas sobre a
constitucionalidade do diploma, o Presidente da República decide submeter o
diploma à fiscalização do Tribunal Constitucional.
Quid Juris?