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TRIBUNAIS SUPERIORES
02/07/2022 – 08/07/2022
02/07/2022 – 08/07/2022 1
NOTÍCIAS DESTACADAS DOS
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02/07/2022 – 08/07/2022
Notícias do STF
Ministra Rosa Weber julga inviável ação sobre revisão da política de cotas
Supremo valida lei que determinou transferência de recursos para garantir internet na rede
pública
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=489997&ori=1
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=490062&ori=1
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=490126&ori=1
Notícias do STJ
Réu pode ser condenado a pagar custas e honorários em ação civil pública ajuizada por
associação privada
Concessionária de rodovia não pode cobrar de autarquia de saneamento pelo uso da faixa de
domínio
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Juiz sempre deve reduzir a pena quando houver confissão do réu, define Quinta Turma
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/04072022-Reu-pode-ser-
condenado-a-pagar-custas-e-honorarios-em-acao-civil-publica-ajuizada-por-associacao-
privada.aspx
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/05072022-Concessionaria-de-
rodovia-nao-pode-cobrar-de-autarquia-de-saneamento-pelo-uso-da-faixa-de-dominio.aspx
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/07072022-Juiz-sempre-deve-
reduzir-a-pena-quando-houver-confissao-do-reu--define-Quinta-Turma.aspx
Notícias do TST
Processo sobre motorista que transporta carga além do permitido em lei é da competência da
Justiça do Trabalho
de 2017
https://www.tst.jus.br/web/guest/-/auditor-fiscal-do-trabalho-tem-compet%C3%AAncia-para-
reconhecer-v%C3%ADnculo-de-emprego
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https://www.tst.jus.br/web/guest/-/motorista-que-transporta-carga-al%C3%A9m-do-que-
permite-lei-de-tr%C3%A2nsito-%C3%A9-caso-da-justi%C3%A7a-do-trabalho
https://www.tst.jus.br/web/guest/-/horas-de-deslocamento-s%C3%A3o-computadas-na-jornada-
em-per%C3%ADodo-posterior-%C3%A0-reforma-trabalhista-de-2017
NOTÍCIAS DO STF
Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o contingenciamento das
receitas que integram o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) e determinou ao
governo federal que adote as providências necessárias ao seu funcionamento, com a consequente
destinação de recursos. O STF reconheceu, ainda, a omissão da União devido à não alocação
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 708, ajuizada pelo Partido dos Trabalhadores
(PT), pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e pela
Rede Sustentabilidade.
Decisão deliberada
Em seu voto pela procedência do pedido, o relator, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que os
documentos juntados aos autos comprovam a efetiva omissão da União, durante o ano de 2019 e
parte de 2020. Segundo ele, informações da Comissão de Meio Ambiente do Senado revelam que
a não alocação dos recursos foi uma “decisão deliberada do Executivo”, até que fosse possível
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O relator afastou a alegação do Ministério do Meio Ambiente de que o não funcionamento ocorreu
fundo não se destinam exclusivamente nem majoritariamente a esse setor. Além disso, o Plano
Anual de Aplicação de Recursos (PAAR) de 2020 e 2021, posteriormente aprovado, não se limitou
(BNDES).
De acordo com Barroso, os recursos reembolsáveis foram todos destinados pelo PAAR de 2020 e
Vinculação
O relator assinalou também que deve ser vedado o contingenciamento dos recursos do fundo, pois
a destinação desses instrumentos conta com a apreciação e deliberação não apenas do Executivo,
mas também do Legislativo. "O Executivo não pode simplesmente ignorar as destinações
determinadas pelo Legislativo, a seu livre critério, sob pena de violação ao princípio da separação
Além disso, os recursos são vinculados por lei a atividades específicas e, por essa razão, não
podem ser contingenciados, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF - Lei
Complementar 101/2000). Ele lembrou inclusive que esse foi o entendimento adotado pelo STF no
Aumento do desmatamento
Ainda para o relator, a vedação ao contingenciamento não se justifica em razão do grave contexto
ambiental brasileiro, ressaltando o dever constitucional de tutela ao meio ambiente (artigo 225 da
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Constituição Federal). Ele observou que, em 2021, o desmatamento aumentou mais de 22% e
alcançou uma área de 13.235 km², a maior em 15 anos, representando aumento de 76% no
desmatamento anual em relação a 2018. Para este ano, a ferramenta de inteligência artificial
PrevisIA prevê desmatamento na Amazônia Legal de 15.391 km², um aumento de 16% em relação
a 2021.
Segundo Barroso, os resultados apurados indicam que o país caminha no sentido contrário aos
Brasil, que coloca em risco a vida, a saúde e a segurança alimentar da sua população, assim como
Outros votos
O ministro Edson Fachin seguiu o entendimento do relator, mas, em seu voto, também
determinava que a União publicasse relatório estatístico trimestral sobre o percentual de gastos do
Fundo Clima em cinco segmentos (energia, indústria, agropecuária, uso da terra, mudança no uso
Único a divergir, o ministro Nunes Marques votou pela improcedência do pedido. Ele não constatou
a alegada omissão da União, pois, a seu ver, o Fundo Clima é apenas um dos vários instrumentos à
qual tem sido realizada por atuação “primeira, integrada e consistente” dos Ministérios do Meio
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Ministra Rosa Weber julga inviável ação sobre revisão da política de cotas
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou inviável (negou
seguimento) ação em que o Partido Democrático Trabalhista (PDT) pede à Corte que garanta que a
revisão da Lei de Cotas (Lei 12.711/2012), prevista para este ano, não resulte na diminuição ou na
Segundo a ministra, apesar da importância das políticas de ação afirmativa para a concretização
das normas constitucionais, tal como reconhecido pelo Supremo em diferentes precedentes, trata-
futuro, que revise a política de cotas, e não propriamente ao dispositivo que prevê a revisão,
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7184, o partido assinala que o artigo 7º da Lei
12.711/2012 estabelece que, no prazo de dez anos, a completar-se em agosto deste ano, deve ser
estudantes pretos e pardos, indígenas, pessoas com deficiência e egressos do ensino médio em
estabelecendo-se que o ato revisor se limite às melhorias que porventura possam ser incorporadas
Caráter preventivo
legislativo. A atuação prévia do STF, tal como solicitado na ação, criaria obstáculos, de modo
antecipado, ao debate e à deliberação da matéria pelo Legislativo, "o que não encontra guarida na
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Supremo valida lei que determinou transferência de recursos para garantir internet na rede
pública
determinou à União a transferência aos estados e ao Distrito Federal de R$ 3,5 bilhões para
garantir acesso à internet, com fins educacionais, a professores e alunos da rede de educação
básica pública. Por unanimidade, na sessão virtual encerrada em 1º/7, o Plenário julgou
Equilíbrio fiscal
A ADI foi ajuizada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, depois que seu veto à lei foi
derrubado pelo Congresso Nacional. Entre outros pontos, o presidente alegou que a norma, de
iniciativa parlamentar, afrontaria o devido processo legislativo, pois interferiria na gestão material e
Direito à Educação
Em seu voto, o relator da ADI, ministro Dias Toffoli, afirmou que a educação é o primeiro dos
para sua concretização, fato que ficou mais evidente diante do contexto da pandemia de covid-19,
remoto. Ele constatou que a Lei 14.172/2021, portanto, foi ao encontro do mandamento
constitucional sobre o direito à educação e do princípio segundo o qual o ensino será ministrado
Prazos
Inicialmente, o ministro observou que a lei previa 30 dias a partir de sua vigência para o repasse
dos recursos, estabelecendo que sua aplicação deveria ocorrer até 31/12/2021, e a restituição até
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31/3/2022 dos valores não utilizados. Lembrou que, para viabilizar a transferência, aplicação e
restituição dos valores, os prazos foram ampliados por decisões liminares do STF. Ocorre que o
Congresso Nacional, por meio da Lei 14.731/2022, prorrogou o prazo de aplicação dos recursos
para 31/12/2023 e o de devolução para 31/3/2024. Assim, explicou o relator, ficou prejudicada a
Viabilidade financeira
por inobservância da iniciativa reservada ao presidente da República para propor leis sobre criação
e extinção de órgãos da administração pública. Ele salientou que, embora tenha criado despesa
para a administração pública, a norma não cria órgãos ou promove mudanças em sua estrutura
nem dispõe sobre regime jurídico de servidores. Já quanto à regularidade da despesa, Toffoli
explicou que a proposta legislativa contou com estimativa de impacto orçamentário, conforme
exigido pelo artigo 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), tendo sido
justificava despesas extraordinárias durante a pandemia, o relator ressaltou que a norma observou
aperfeiçoamento de ação governamental, sem utilizar as dispensas previstas nas ECs 106/2020 e
109/2021, que tratam do regime extraordinário fiscal decorrente da calamidade pública. Além
disso, a lei se faz necessária "em um momento em que o país ainda vivencia os efeitos sociais e
Por fim, o ministro afastou o argumento de que a lei dificultaria a observância de regras legais e
LDO/2021), o teto de gastos (EC 95/2016) e a regra de ouro das finanças públicas. Ele ressaltou
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trâmites cabíveis para o cumprimento da transferência de recursos aos estados, de forma a não
subverter tais regras e, posteriormente, informou que foi editado decreto regulamentando os
repasses.
NOTÍCIAS DO STJ
Réu pode ser condenado a pagar custas e honorários em ação civil pública ajuizada por
associação privada
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu que, em ação civil pública ajuizada
por associação privada, o réu pode ser condenado a arcar com as custas e os honorários
advocatícios.
Para o colegiado, a tese fixada pela Corte Especial no EAREsp 962.250 somente se aplica à parte
ré vencida em ação civil pública quando seu autor for pessoa jurídica de direito público. Naquele
julgamento, a corte estabeleceu que, "em razão da simetria, descabe a condenação em honorários
advocatícios da parte requerida em ação civil pública, quando inexistente má-fé, de igual sorte
como ocorre com a parte autora, por força da aplicação do artigo 18 da Lei 7.347/1985".
Práticas Abusivas (Aprodec) ingressou com ação civil pública contra a PepsiCo do Brasil, com o
Em primeira instância, a PepsiCo deixou de ser condenada ao pagamento das custas processuais e
dos honorários com fundamento no acórdão da Corte Especial no EAREsp 962.250, decisão que foi
reformada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o qual consignou não ser aplicável a
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decisão do STJ às demandas propostas por associações e fundações privadas, de modo a não
Ao interpor recurso especial, a PepsiCo alegou que, se a associação de natureza privada não pode
entre a associação privada e a associação pública, até mesmo porque, independentemente de sua
caso, visto que, nos processos em que foi aplicado o princípio da simetria pela Terceira ou pela
Ela destacou que o argumento da corte estadual sobre o acesso à Justiça é essencial para a
solução da controvérsia, pois tal acesso deve ser garantido não apenas de modo formal, mediante
a possibilidade de ingresso em juízo, mas também no plano material. "Não é suficiente a mera
"Não seria razoável, sob o enfoque ético e político, equiparar ou tratar como simétricos grandes
A ministra lembrou ainda que o STJ tem alguns precedentes esparsos no sentido de que o
entendimento do EAREsp 962.250 não se aplica às ações civis públicas propostas por associações
e fundações privadas, pois, do contrário, "barrado estaria, de fato, um dos objetivos mais nobres e
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festejados da Lei 7.347/1985, qual seja, viabilizar e ampliar o acesso à Justiça para a sociedade
civil organizada".
Concessionária de rodovia não pode cobrar de autarquia de saneamento pelo uso da faixa de
domínio
Tribunal de Justiça (STJ) estabeleceu que "é indevida a cobrança promovida por concessionária de
rodovia, em face de autarquia prestadora de serviços de saneamento básico, pelo uso da faixa de
rodovia para que a autarquia de saneamento tivesse de pagar pelo uso de parte da faixa de
domínio, necessária à passagem de rede coletora de esgoto para atender uma universidade, um
O colegiado acompanhou a relatora, ministra Regina Helena Costa, para quem não seria legítimo o
poder concedente delegar a gestão da via a um particular e este cobrar do próprio poder público –
mesmo que de outra esfera federativa – pelo uso do espaço. Se a rodovia estivesse fora do regime
Uso da faixa de domínio por concessionária não retira a sua natureza pública
Em seu voto, a relatora lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar o Tema 261, com
repercussão geral, afastou a possibilidade de cobrança de tributo (taxa) pelo uso da faixa de
domínio por concessionária de serviço público, quando a via é administrada pelo Estado.
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Para a magistrada, ainda que o posicionamento do STF tenha sido extraído de hipótese distinta da
que estava em análise no STJ, ele se assentou no fundamento de que a utilização da faixa de
domínio para viabilizar a consecução de serviço público diverso da destinação ordinária do espaço
Citando outros julgados da Suprema Corte, a ministra concluiu que, "embora cedido ao particular, o
bem público de uso comum do povo, na ótica revelada pelo STF, não se desnatura, permanecendo,
pois, afetado à destinação pública, motivo pelo qual se afigura ilegítimo exigir remuneração pela
sua utilização, quando voltada a instrumentalizar a execução de serviço público, como ocorre na
espécie".
Na jurisprudência do STJ, Regina Helena Costa verificou que a Primeira Seção adotou soluções
jurídicas diversas conforme as partes presentes nas demandas, mas não chegou a discutir a
situação em que uma empresa privada (concessionária da rodovia) exige de autarquia prestadora
Segundo a relatora, o STJ considera legítimo que a concessionária da rodovia exija o pagamento de
outra concessionária (empresa privada contra empresa privada), desde que a cobrança esteja
Por outro lado, nos casos em que a rodovia é administrada por ente federado, de forma
contra particular), "é assente a ilegalidade da exigência, seja porque não cabe a fixação de preço
público, uma vez que o uso do espaço se reverte em favor da sociedade, seja porque a natureza do
valor cobrado não é de taxa, porquanto ausentes a prestação de serviço público ou o exercício do
poder de polícia".
Regina Helena Costa ressaltou que a regra do artigo 11 da Lei 8.987/1995 abrange interações
entre concessionárias, "sendo inapta para embasar cobrança pelo uso da faixa de domínio quando,
sob regime de exploração direta ou indireta, o Estado participe da relação processual, seja na
qualidade de gestor da rodovia e autor da cobrança, seja na condição de sujeito passivo, quando
lhe é exigido o pagamento pela utilização do espaço por empresa privada administradora da via".
Dessa forma, a ministra afirmou que o dispositivo legal não valida, em desfavor de autarquia
pois tal utilização é necessária à saúde coletiva. "Se da própria previsão legal não se pode extrair a
anuência para a cobrança enfocada, não surtirá efeitos obrigacionais, por conseguinte, eventual
cláusula do contrato de concessão que preveja a exigência em face de pessoa jurídica de direito
público", concluiu.
Juiz sempre deve reduzir a pena quando houver confissão do réu, define Quinta Turma
Em decisão unânime que alterou sua jurisprudência, a Quinta Turma do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) firmou a tese de que o réu terá direito à diminuição da pena pela confissão sempre
que houver admitido a autoria do crime perante a autoridade, como prevê o artigo 65, inciso III, "d",
do Código Penal – independentemente de a confissão ser usada pelo juiz como um dos
fundamentos da condenação, e mesmo que seja ela parcial, qualificada, extrajudicial ou retratada.
Com a nova orientação, o colegiado negou provimento ao recurso especial em que o Ministério
Público de Santa Catarina (MPSC) sustentava que um homem condenado por roubo não teria
direito à atenuação de pena concedida pelo tribunal de origem, pois o juiz não considerou sua
confissão na sentença.
O MPSC baseou seu entendimento na Súmula 545 do STJ, a qual dispõe que o réu fará jus à
portanto, para o órgão de acusação, se a confissão não é utilizada pelo juiz, o réu não tem esse
direito.
O ministro Ribeiro Dantas, relator do recurso, afirmou que viola o princípio da legalidade
condicionar a redução da pena à citação expressa da confissão na sentença, como razão decisória,
principalmente porque o direito concedido ao réu sem ressalvas na lei não pode ficar sujeito ao
arbítrio do julgador.
O relator observou que, embora alguns julgados do STJ tenham adotado a posição defendida pelo
MPSC, eles não têm amparo em nenhum dos precedentes geradores da Súmula 545, os quais não
sentença. "Até porque esse tema não foi apreciado quando da formação do enunciado sumular",
disse o ministro.
Ribeiro Dantas destacou que o artigo 65, inciso III, "d", do Código Penal estabeleceu que a
confissão é uma das circunstâncias que "sempre atenuam a pena", de modo que o direito subjetivo
à diminuição surge no momento em que o réu confessa (momento constitutivo), e não quando o
De acordo com o ministro, a súmula buscou ampliar essa garantia de atenuação em casos de
motivo pelo qual é incabível a interpretação sugerida pelo MPSC, que impõe uma condição não
não se fundamenta nos efeitos ou facilidades que a admissão dos fatos pelo réu eventualmente
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traga para a investigação do crime, mas, sim, no senso de responsabilidade pessoal do acusado – a
aos casos em que a confissão gerasse um ganho prático à apuração do crime, como fez nos casos
Sobre a eventual existência de outras provas da culpa do acusado ou mesmo sobre a hipótese de
prisão em flagrante, o ministro considerou que tais circunstâncias não autorizam o julgador a
recusar a atenuação da pena, especialmente porque a confissão, por ser espécie única de prova,
No entender do relator, é contraditório que o Estado quebre a confiança depositada pelo acusado
desconsiderar esse ato no processo judicial. Afinal, a decisão pela confissão é ponderada pelo réu
da reprimenda, apontou.
"Por tudo isso, o réu fará jus à atenuante do artigo 65, inciso III, 'd', do CP quando houver admitido
a autoria do crime perante a autoridade, independentemente de a confissão ser utilizada pelo juiz
NOTÍCIAS DO TST
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A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho decidiu que um auditor fiscal do trabalho tem
possui atribuição funcional para avaliar a existência de vínculo empregatício nos estabelecimentos
A Linhas Setta, de São Bernardo do Campo (SP), ajuizou ação para anular três autos de infração
lavrados por auditor fiscal do trabalho que detectara fraude na contratação de prestadores de
serviços e reconhecera o vínculo empregatício entre a empresa e alguns empregados sem registro
na carteira de trabalho. A Setta alegou que a competência exclusiva para reconhecer a existência
Trabalho de São Bernardo do Campo (SP) para anular os autos de infração e as multas aplicadas
pelo auditor. Segundo o Regional, embora o auditor tenha a atribuição de fiscalizar e punir
Em recurso ao TST, a União defendeu a atuação do auditor fiscal, com o argumento de que a
competência exercida pela Justiça do Trabalho não exclui o poder de polícia administrativa do
Ministério do Trabalho e Emprego (artigos 626 e 628 da CLT). Ressaltou que a fiscalização
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Competência funcional
Relator do recurso na Sétima Turma, o ministro Renato de Lacerda Paiva esclareceu que a
emprego feita pelo auditor fiscal do trabalho não invade a esfera da competência da Justiça do
Trabalho”, uma vez que esse profissional tem a atribuição de verificar o cumprimento das normas
trabalhistas.
O relator destacou que o artigo 628 da CLT confere competência ao auditor fiscal, em sede
administrativa, para apurar a existência de relação de emprego, bem como para lavrar o auto de
feita pelo auditor não se confunde com a atuação da Justiça do Trabalho, pois permanece
resguardado o direito da parte autuada de recorrer ao Poder Judiciário para discutir a legalidade da
penalidade administrativa.
Desse modo, o relator reconheceu a competência do auditor fiscal do trabalho para concluir pela
A decisão foi unânime, mas a Linhas Setta apresentou embargos de declaração, ainda não julgados
Processo sobre motorista que transporta carga além do permitido em lei é da competência da
Justiça do Trabalho
A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho decidiu que uma ação relativa a motoristas de
caminhão que transportam cana-de-açúcar com cargas superiores ao máximo permitido pela lei de
trânsito é de competência da Justiça do Trabalho, que deve examinar e julgar o caso. O colegiado
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concluiu que a questão envolve o meio ambiente de trabalho dos motoristas, com descumprimento
ajuizou a ação civil pública em 2015 para impedir que os motoristas das empresas paulistas
Pioneiros Bioenergia S.A. e Usina Santa Adélia S.A. trafeguem com caminhões em vias públicas
com carga que exceda o limite de tolerância previsto no Código de Trânsito Brasileiro (Lei
9.503/1997).
Em alguns casos, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), motoristas transportam carga
mais de 86% acima da tonelagem máxima permitida. O excesso de peso acarreta risco maior de
acidentes por diversas causas, entre elas limitação da mobilidade do veículo, despencamento da
cana-de-açúcar, tombamento do veículo e desgastes acentuados nos freios e pneus impostos pelo
TRT
No exame do caso, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região entendeu que o tema não era
Além disso, registrou que a petição inicial buscaria o nexo entre o trabalho e o descumprimento da
legislação de trânsito “por mera presunção acerca da possibilidade de agravamento das condições
laborais”, porque acidentes de trânsito no transporte de carga seriam muito comuns e haveria
Para o relator do recurso de revista, ministro Cláudio Brandão, o desatendimento das normas que
regulam o limite de cargas embora representem, de início, violação das regras do Código de
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Trânsito Brasileiro, com risco a uma infinidade de indivíduos, representa também, “de modo direto,
risco mais acentuado de acidentes para aquele que se encontra na direção”. Segundo ele, a matéria
O ministro ressaltou que “pensar que o tema só interessa ao Poder Público para fins de aplicação
de sanções de trânsito é negar que, para o motorista, o meio ambiente do trabalho resulta das
circunstâncias em torno das quais o seu trabalho é realizado”. Isso incluiria as condições de
excesso de carga dos caminhões aumenta as chances de acidentes, inclusive fatais. Uma das
empresas, especializada em softwares para gestão de transporte rodoviário, indicou que, conforme
o Atlas da Acidentalidade no Transporte Brasileiro, “cerca de 43% dos acidentes que ocorreram
nas principais estradas do Brasil envolvendo caminhões tiveram como principal causa o excesso de
peso transportado por eles”. Esse atlas, informou o relator, foi desenvolvido pelo Programa Volvo
de Segurança no Trânsito (PVST), em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, para mostrar a
Interseção de normas
A regra limitadora do peso máximo a ser transportado no caminhão, conforme Brandão, embora
esteja inserida no Código de Trânsito, “possui interseção com as normas ambientais trabalhistas e
Por isso, se o acidente viesse a ocorrer, “nenhuma dúvida subsistiria quanto à competência desta
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Justiça para analisar ações nas quais o empregado buscasse o ressarcimento dos danos
existenciais”, completou.
Portanto, segundo ele, não seria razoável que a mesma competência assegurada para o
julgamento dos pedidos que envolvem as consequências do acidente seja afastada no caso de
ação “em que se pretende assegurar medidas para evitar que o acidente venha a ocorrer”. No
entender de Cláudio Brandão, a apreciação e o julgamento de ação civil pública ajuizada pelo
Ministério Público, com pedidos relativos à adequação do meio ambiente de trabalho, para
competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a ação, determinando o retorno dos
de 2017
um trabalhador rural durante todo o período contratual, inclusive após o início da vigência da Lei
13.467/2017, que extinguiu o direito à remuneração dessas horas de trajeto. Para o colegiado, a
Entenda o caso
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O empregado ajuizou ação contra a Citrosuco, agroindústria do município de Matão (SP), afirmando
que, além da jornada de trabalho, gastava cerca de 4 horas por dia nos percursos de ida e volta de
A Vara do Trabalho de Itápolis (SP) entendeu ser devido o pedido, mas somente até novembro de
2017, pois, a partir da vigência da Lei 13.467/2017, foi extinto o direito às horas in itinere, decisão
que foi inteiramente mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.
Direito intertemporal
Para a Terceira Turma do TST, em observância ao direito intertemporal, as alterações feitas pela
Lei 13.467/2017 são inaplicáveis aos contratos de trabalho vigentes quando da sua edição, uma
“No caso, o direito já havia se incorporado ao patrimônio jurídico do empregado, não sendo
possível reduzir a remuneração ou violar o direito adquirido do trabalhador, a teor do que dispõe os
artigos 5º, XXXVI, 7º, VI, da Constituição da República e 6º da LINDB”, afirmou o ministro Alberto
Desse modo, o colegiado, por unanimidade, acompanhou o voto do relator para deferir o
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