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ISSN 2764-4413
II Congresso
Internacional
Direito Tributário
IAT 2023 TRANCOSO/BA
Repercussão na mídia
03.
JURISPRUDÊNCIAS COMENTADAS
Expediente
Instituto de Aplicação do Tributo (IAT)
Av. Angélica, 2466, 19° andar, Higienópolis
São Paulo/SP
Tel: +55 (11) 3660-8200
contato@institutoiat.org
Junho de 2023
01
Editor
Tacio Lacerda Gama
Livre-docente em Direito Tributário PUC/SP e professor de Direito
Tributário dos cursos de graduação, mestrado e doutorado na
mesma instituição, desde 2000, e do IBET, desde 2001
Coordenação editorial
Leila Loturco Giannasi
Bacharel em Jornalismo pela Cásper Líbero e em Direito pela PUC/SP.
Pós graduada em Direito Médico e Hospitalar pela EPD.
Conselho Editorial
O PL, enviado com urgência constitucional pelo Governo Federal, deve ser
apreciado entre os dias 06/05/2023 a 20/06/2023. Caso não haja
manifestação do Congresso Nacional, a pauta ficará sobrestada partir de
21/06/2023, até terminar a votação.
[1] Mestrando em Direito Tributário pela USP. Pós-Graduando em Direito Tributário pelo IBDT. Graduado em
Direito pela UFBA (2021). Advogado.
[2] Mestre pela USP (2021). Especialista em Direito Tributário pelo IBET (2018). Especialista em Direito Público pela
PUC Minas (2016). Graduado em Direito pela UFBA (2014). Graduando em Ciências Contábeis pela FIPECAFI.
Advogado.
Para citar este artigo: Silva, Gabriel Santiago Gonçalves; Silva, Tiago
Carneiro da . A suspensão de segurança em matéria tributária: uma
análise do seu uso na cobrança do diferencial de alíquotas de ICMS à
luz da segurança jurídica. Revista de Direito Tributário Contemporâneo.
vol. 37. ano 8. p. 259-282. São Paulo: Ed. RT, abr./jun. 2023. Disponível
em: inserir link consultado. Acesso em: DD.MM.AAAA.
[3] “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: § 2º O imposto previsto no
inciso II atenderá ao seguinte:
(...) VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do
imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota
interestadual;
VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: a) ao destinatário, quando este for contribuinte do
imposto; b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto;”
[4] Superior Tribunal Federal. Tribunal Pleno. Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.469. Relator: Min. Dias
Toffoli. Julgado em 24/02/2021 e publicado em 25/05/2021.
[5] Superior Tribunal Federal. Tribunal Pleno. Recurso Extraordinário nº 1.287.019. Relator: Min. Marco Aurélio
Redator do acórdão: Min. Dias Toffoli. Julgado em 24/02/2021 e publicado em 25/05/2021.
[6] Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.469, p. 63; Recurso Extraordinário nº 1.287.019, p. 99.
22
Ainda que a sanção presidencial tenha ocorrido dentro do prazo de 15
(quinze) dias previsto no art. 66, § 7º, da CF/88, surgiram inevitáveis
discussões sobre a viabilidade jurídica da cobrança do Difal ainda no
exercício de 2022.
[7] Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.469, p. 63; Recurso Extraordinário nº 1.287.019, p. 99.
[8] CARRAZZA, Roque Antônio. ICMS. 18ª ed. São Paulo: Malheiros, 2020, p. 491-493.
[9] Segundo os Estados e o DF, a ausência de recolhimento do Difal de ICMS representaria um desfalque no
orçamento de quase 10 bilhões de reais. Conferir: MAIA, Flávia. Discussão sobre cobrança do Difal de ICMS em
2022 chega ao STF. Jota, São Paulo, 14 de janeiro de 2022. Disponível: https://www.jota.info/stf/do-
supremo/cobranca-do-difal-de-icms-em-2022-stf-14012022. Acesso em: 25/03/2022.
[10] Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno. Recurso Extraordinário nº RE 439.796/PR. Relator(a): Min.
Joaquim Barbosa. Julgado em 06/11/2013 e publicado em 17/03/2014.
[11] Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno. Recurso Extraordinário nº 1.221.330/SP. Relator(a): Min. Luiz
Fux. Redator(a) do acórdão: Min. Alexandre De Moraes. Julgado em 16/06/2020 e publicado em 17/08/2020.
[12] Alguns exemplos de Estados que publicaram lei ordinária ainda no exercício de 2021: São Paulo (Lei
Estadual nº 17.470, de 13/12/2021), Pernambuco (Lei Estadual nº 17.625, de 31 de dezembro de 2021), Bahia
(Lei Estadual n. 14.415/2021, de 30/12/2021), Sergipe (Lei Estadual nº 8.944/2021, de 29/12/2021).
[13] PAULSEN, Leandro. Segurança jurídica, certeza do direito e tributação: a concretização da certeza quanto
à instituição de tributos através das garantias da legalidade, da irretroatividade e da anterioridade. Porto
Alegra: Livraria do Advogado, 2006, p. 45.
[14] Ibid.
[15] O princípio da segurança jurídica em matéria tributária. Revista Da Faculdade De Direito, 2003,
Universidade De São Paulo, 98, p. 175; O sobreprincípio da segurança jurídica e a revogação de normas
tributárias. In COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Segurança jurídica: irretroatividade das Decisões Judiciais
Prejudiciais aos Contribuintes. 1ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 50; Direito tributário, linguagem e
método. 5ª ed. São Paulo: Noeses, 2015, p. 276.
[16] GRUPENMACHER, Betina Treiger. Sistema e Princípios Constitucionais Tributários. In: CARVALHO, Paulo
de Barros; SOUZA, Priscila de. (Org.). 50 Anos do Código Tributário Nacional. 1ª ed. São Paulo: Noeses, 2016, v.
1, p. 139-184. P. 149.
[17] GAMA, Tácio Lacerda. Princípio da segurança jurídica no direito tributário. In: MARTINS, Ives Gandra da
Silva. (Org.). Segurança jurídica em matéria tributária. 1ªed, v. 4. Porto Alegre: Magister, 2016, p. 671-685. P.
673.
[18] Ibid.
[19] Ibid.
[20] ÁVILA, Humberto. 2021, p. 734.
Segundo Ávila, a segurança jurídica pode ser ainda analisada sob duas
dimensões: uma dimensão estática e uma dimensão dinâmica[24]. A
dimensão estática diz respeito ao problema do conhecimento do
direito ou, ainda, à questão da comunicação no direito. Afinal, o direito
deve servir como instrumento de orientação ao cidadão e, em matéria
tributária, ao contribuinte. Para isso, o direito dever ser compreensível
e efetivo. Em outras palavras, se por um lado a cognoscibilidade só
existe se o direito for acessível e inteligível, de outra parte o que foi
compreendido deve ser efetivado. Aqui, trata-se da segurança do
direito[25].
[30] FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Anterioridade e irretroatividade no campo tributário. In: Revista Dialética de
Direito Tributário, nº 65. São Paulo: Dialética, 2001, pp. 123-131. P. 125.
[31] GRUPENMACHER, Betina Treiger. Ativismo x Garantismo Judicial em Matéria Tributária? Limites e
Possibilidades. Revista Jurídica Luso-Brasileira, v. 04, 2015, p. 146.
29
Contudo, na concretização e densificação desses princípios, o
posicionamento jurisdicional deve ser garantista, descabendo a inação
do Poder Judiciário frente à ofensa a princípios constitucionais e nem
mesmo ativismo descontrolado, de modo que, na tentativa de se
resolver problemas, criem-se mais e ainda maiores.
[32] DERZI, Misabel Abreu Machado. Modificações da jurisprudência no Direito Tributário: proteção da
confiança, boa-fé objetiva e irretroatividade como limitações constitucionais no poder judicial de tributar. 1. ed.
São Paulo: Noeses Ltda, 2009. v. 1, p. 580.
[33] Ibid., p. 582.
[34] Ibid., p. 592.
[35] Ibid., p. 595.
[36] Ibid., p. 604.
[37] Ibid., p. 605.
[38] Ibid., p. 606.
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Para o autor, o Estado faz a lei, de modo a aplicá-la através de atos
administrativos. Ao fim cabe-lhe ainda, extrair da lei o seu sentido
normativo mediante atos jurisdicionais que criam normas judiciais, as
quais são tais e quais normas legisladas. Assim, o Judiciário,
particularmente na modulação de efeitos, deve proteger a confiança, a
boa-fé a segurança jurídica dos jurisdicionados-contribuintes[39].
[39] COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Norma e lei – Mudança jurisprudencial – Segurança jurídica e
irretroatividade da norma judicial. In COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Segurança jurídica: irretroatividade das
Decisões Judiciais Prejudiciais aos Contribuintes. 1ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 22.
[40] PAULSEN, Leandro, op. cit, p. 65.
[41] GAMA, Tacio Lacerda, 2016, p. 674.
[42] Ibid.
[43] “Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais
favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às
circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade ou
punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.”
[44] Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o
motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer
medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. (...) § 2º O disposto neste artigo não se aplica na
pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito.
[45] GAMA, Tacio Lacerda. 2016, p. 681.
[53] Conforme reportagem do Jota, até 29 de março de 2022 houve proferimento de decisões pela presidência
dos Tribunais de Justiça de ao menos 13 Estados (Pernambuco, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Piauí, Maranhão,
Goiás, Sergipe, Alagoas, São Paulo, Mato Grosso e Santa Catarina), além do Distrito Federal. Cf: Difal de ICMS: o
que a derrubada de liminares diz sobre a posição dos TJs?. Disponível em: https://www.jota.info/opiniao-e-
analise/colunas/coluna-barbara-mengardo/difal-de-icms-o-que-derrubada-liminares-diz-sobre-posicao-dos-tjs-
29032022. Acesso em: 20 de abril de 2022.
[54] “Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público
e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual
couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e
da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a
julgamento na sessão seguinte à sua interposição.
§ 1º Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo
pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou
extraordinário.
§ 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo, quando negado provimento a
agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo.
§ 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder
público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere
este artigo.
§ 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio,
a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida.
§ 5º As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente
do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do
pedido original.”
[55] “Art. 4° Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso,
suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou
seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em
caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à
segurança e à economia públicas.
§ 1° Aplica-se o disposto neste artigo à sentença proferida em processo de ação cautelar inominada, no
processo de ação popular e na ação civil pública, enquanto não transitada em julgado.
§ 2º O Presidente do Tribunal poderá ouvir o autor e o Ministério Público, em setenta e duas horas.
§ 3º Do despacho que conceder ou negar a suspensão, caberá agravo, no prazo de cinco dias, que será levado
a julgamento na sessão seguinte a sua interposição.
§ 4º Se do julgamento do agravo de que trata o § 3o resultar a manutenção ou o restabelecimento da decisão
que se pretende suspender, caberá novo pedido de suspensão ao Presidente do Tribunal competente para
conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário.
§ 5º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 4o, quando negado provimento a agravo de
instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo.
§ 6º A interposição do agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o Poder
Público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere
este artigo.
§ 7º O Presidente do Tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar, se constatar, em juízo prévio,
a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida.
§ 8º As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o
Presidente do Tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples
aditamento do pedido original.
§ 9º A suspensão deferida pelo Presidente do Tribunal vigorará até o trânsito em julgado da decisão de mérito
na ação principal.”
[56] “Art. 1º Aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil o disposto
nos arts. 5º e seu parágrafo único e 7º da Lei nº 4.348, de 26 de junho de 1964, no art. 1º e seu § 4º da Lei nº
5.021, de 9 de junho de 1966, e nos arts. 1º, 3º e 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992.”[57] DIDIER
JÚNIOR, Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de direito processual civil: meios de impugnação às
decisões judiciais e processo nos tribunais. 19ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2022, p. 881.
[58] CONRADO, Paulo Cesar. Suspensão de Segurança. In: Ives Gandra da Silva Martins; Eduardo Jobim. (Org.).
O Processo na Constituição. 1ªed.São Paulo: Quartier Latin, 2008, pp. 697-713.
[59] Nesse sentido: Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno. Agravo regimental em Suspensão de Segurança
nº 846/DF. Rel. Min. Sepúlveda Pertence. Julgado em 29 de maio de 1996 e publicado em 8 de novembro de
1996; Superior Tribunal de Justiça. Corte Especial. Agravo Interno na Suspensão de Liminar e Sentença nº
2.803/DF. Rel. Ministro Humberto Martins. Julgado em 10 de agosto de 2021 e publicado em 13/08/2021.
[60] THEODORO JÚNIOR, Humberto. Lei do mandado de segurança comentada: artigo por artigo. 2 edº. Rio de
Janeiro: Forense, 2019, p. 300.
[61] Ibid, p. 301.
36
[62] “Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto
de recurso.”
[63] Nesse sentido: Superior Tribunal de Justiça, 1º Turma, Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial
nº 126.036/RS. Rel. Min Benedito Gonçaives. Julgado em 04 de dezembro de 2012 e publicado em 7 de
dezembro 2012; Superior Tribunal de Justiça, 1ª Turma, Agravo em Recurso Especial nº 175.697/SP, Rel. Min.
Benedito Gonçalves. Julgado em 18 de novembro de 2014 e publicado em 25 de novembro de 2014.
[64] DIDIER JÚNIOR, Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da, p. 883.
[65] MARINS, James. Direito processual tributário brasileiro: (administrativo e judicial). 14ª ed. São Paulo:
Thomson Reuters Brasil, 2022, p. 579.
[66] MACHADO, Hugo de Brito. Mandado de Segurança em matéria tributária. 9ª Ed. São Paulo: Malheiros,2016,
p. 204.
[67] CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em juízo. 13ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 609.
[68] Superior Tribunal de Justiça. Corte Especial. Reclamação nº 541/GO. Rel. Min. Antônio de Pádua. Julgado
em 18 de dezembro de 1998.
[69] Tribunal de Justiça de Pernambuco. Suspensão de Liminar ou Antecipação de Tutela nº 0001114-
23.2020.8.17.9000. Des. Luiz Carlos de Barros Figueiredo. Julgado em 11 de fevereiro de 2022 e publicado em
14 de fevereiro de 2022.
[70] Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Suspensão de Liminar e de Sentença nº 0001127-
08.2022.8.08.0000. Des. Fabio Clem de Oliveira. Julgado em 18 de fevereiro de 2022 e publicado em 21 de
fevereiro de 2022.
[71] Tribunal de Justiça do Piauí. Suspensão de Liminar e de Sentença nº 0751242-13.2022.8.18.0000. Des.
José Ribamar Oliveira. Julgado em 8 de março de 2022 e publicado em 11 de março de 2022.
[72] Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Suspensão de Liminar e de Sentença nº 5010518-
52.2022.8.24.0000. Des. Altamiro de Oliveira. Julgado em 9 de março de 2022 e publicado em 10 de março de
2022.
[73] BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Primeira Turma. Agravo Regimental no Recurso Especial nº
976.148/SP. Relator: Ministro Luiz Fux. Julgado em 24 de agosto de 2010. DJe 09 de novembro de 2010.
[74] “Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: (...) II - o depósito do seu montante integral;”
[75] BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula nº 112. O depósito somente suspende a exigibilidade do
crédito tributário se for integral e em dinheiro. Diário da Justiça: Brasília, DF, 03 nov. 1994.
[76] PAULSEN, Leandro, op. cit., p. 102.
[77] Ibid, p. 103.
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E, como forma de buscar proteção jurídica nessas circunstâncias, os
contribuintes ajuizaram ações individuais.
Além disso, a própria CF/88, em seu art. 93, incisos IX e X[83], atribuiu
à ausência de fundamentação de decisões judiciais e administrativas
uma nulidade insuperável. E, como aponta Tacio Lacerda Gama, a
[78] Sobre a matéria, conferir: Machado Segundo, Hugo de Brito. Repetição do tributo indireto: incoerências e
contradições. 1ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2011; MINATEL, Andréa Medrado Darzé, Restituição do indébito
tributário: legitimidade ativa nas incidências indiretas. 1ª Ed. São Paulo: Noeses, 2015.
[79] “Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo
financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido
a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.”
[80] “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I
- processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal
ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão
recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei
federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei
local contestada em face de lei federal.”
[81] “Art. 489. São elementos essenciais da sentença: (...) § 1º Não se considera fundamentada qualquer
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.”
[82] “Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; (...) III - os
acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em
julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;”
[83] “Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios: (...) IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; X
as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas
pelo voto da maioria absoluta de seus membros;”
De todo modo, ainda que as decisões não sejam nulas por ausência de
fundamentação, mostra-se claro que essa contradição entres os
poderes da República gerou óbvia incerteza e questionamentos ao
contribuinte: deveria ele recolher o tributo, ajuizar ação com vistas a
impedir a cobrança administrativa ou alterar a precificação de seus
contratos comerciais? Não há como o contribuinte responder com a
certeza do direito.
Considerações finais
[84] GAMA, Tacio Lacerda. Competência tributária: fundamentos para uma teoria da nulidade. 3ª Ed. São Paulo:
Noeses, 2020, p. 349.
Referências bibliográficas
COMENTADA
47
Superior Tribunal de Justiça - STJ
(REsp 1.767.631-SC, Rel. Ministra Regina Helena Costa, Rel. para acórdão
Ministro Gurgel de Faria, Primeira Seção, por maioria, julgado em
10/5/2023. Tema 1008)
Nesse sentido, foi firmada a tese ao Tema (Tema 372): “As receitas
brutas operacionais decorrentes da atividade empresarial típica das
instituições financeiras integram a base de cálculo PIS/Cofins
cobrado em face daquelas ante a Lei 9.718/98, mesmo em sua
redação original, ressalvadas as exclusões e deduções legalmente
prescritas”.
[1] https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=508862&ori=1
Cabe ressaltar que não foi analisada, pelo acórdão ora em comento,
a equiparação de depósito a pagamento para fins de atração do art.
150, parágrafo 4º, do CTN, visto que esse argumento não foi
discutido no acórdão recorrido.
Processo: 14485.003263/2007-64
Contribuinte: Itaú Seguros S.A.
Relatora: Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri
Processo: 16692.720871/2017-99
Contribuinte: Ambev S.A.
Relator: Gustavo Guimarães da Fonseca
Processo: 11080.725464/2015-91
Contribuinte: LPS Sul – Consultoria de Imóveis Ltda.
Relatora: Ana Cecília Lustosa da Cruz
Por fim, o parecer do fisco afirma que, ao realizar a venda dos bens
recebidos em bonificações na forma de mercadorias no mesmo
documento fiscal, vinculadas à operação de venda, caracterizadas
como descontos incondicionais, não há créditos a serem descontados
do cálculo da Contribuição ao PIS e da COFINS, haja vista não ter
ocorrido o pagamento das contribuições em etapa anterior por outra
pessoa jurídica.