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E SEUS IMPACTOS NO
SETOR DO TRANSPORTE
DEZ PILARES
Sumário
1. Apresentação _________________________________________________ 3
2. Resumo geral das propostas apresentadas ________________________ 4
2.1. PEC 45/2019 ________________________________________________ 4
2.2. PEC 110/2019 _______________________________________________ 4
2.3. PEC 46/2022 _______________________________________________ 5
3. Do contexto atual da tributação brasileira: do cenário de injustiça que
inspira a reforma tributária – a regressividade existente no regime atual __ 5
4. Do contexto do serviço de transporte enquanto um serviço essencial __ 7
5. Os pilares da CNT para a reforma tributária ________________________ 11
5.1. Não aumento da carga tributária global e setorial _________________11
5.2. Creditamento integral para os insumos de transporte ____________ 13
5.3. Folha de salário como crédito _________________________________ 16
5.4. Rejeição a tributos seletivos com oneração do setor de transporte __ 16
5.5. Exoneração integral na exportação ____________________________ 17
5.6. Tratamento diferenciado setorial ______________________________ 19
5.7. Tratamento diferenciado no setor de infraestrutura _______________ 20
5.8. Manutenção do serviço social e de aprendizagem setorial ________ 21
5.9. Necessidade de transparência quanto aos dados ________________ 22
5.10. Prazo de transição ajustado _________________________________ 23
6. Conclusão __________________________________________________ 24
Anexo 1 – Os possíveis impactos das propostas atuais da reforma tributária
no setor de transporte ___________________________________________ 25
1.1. Transporte rodoviário de cargas _______________________________ 26
1.2. Transporte de valores ________________________________________ 27
1.3. Transporte público __________________________________________ 28
1.4. Transporte aquaviário _______________________________________ 32
1.4.1. Navegação de apoio marítimo_____________________________ 32
1.4.2. Agenciamento marítimo _________________________________ 33
1.5. Transporte aéreo ____________________________________________ 34
1.6. Transporte ferroviário ________________________________________ 34
Referências __________________________________________________ 35
1. APRESENTAÇÃO
A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE (CNT), entidade de grau superior que
representa mais de 164 mil empresas de transporte brasileiras, que geram mais de 2,3
milhões de empregos diretos em todos os seus modais, vem acompanhando com grande
atenção as propostas de reforma tributária em curso no cenário nacional.
Ciente das preocupações que impulsionam toda a sociedade em torno do debate, a CNT
não ignora as distorções estruturais do sistema tributário brasileiro, que prejudicam a
competitividade das empresas e o crescimento econômico do país. Segundo consta no
Relatório OCDE de 2018:
Uma avaliação correta dos projetos apresentados deve partir de um cenário que se
pretende evitar, caso as proposições avancem em seus processos de tramitação. Por
isso, faz-se necessário, de forma preliminar, apresentar o contexto em que se insere a
tributação no Brasil, para se adotar um modelo que possa, efetivamente, romper com o
cenário de injustiça no qual nos encontramos.
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2.RESUMO GERAL DAS PROPOSTAS APRESENTADAS
2.1. PEC 45/2019
A PEC 45/2019, apresentada à Câmara dos Deputados, em 2019, pelo deputado Baleia
Rossi (MDB/SP) e outros, busca realizar uma reforma tributária com foco na tributação
do consumo. O objetivo, transposto em sua justificativa, é propor uma ampla reforma
do modelo brasileiro de tributação de bens e serviços por meio da substituição de
cinco tributos atuais por um único imposto sobre bens e serviços (o IBS).
Os tributos que serão substituídos pelo IBS são: (i) o imposto sobre produtos
industrializados (IPI); (ii) o imposto sobre operações relativas à circulação
de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação (ICMS); (iii) o imposto sobre serviços de qualquer
natureza (ISS); (iv) a contribuição para o financiamento da seguridade social
(Cofins); e (v) a contribuição para o Programa de Integração Social (PIS). O IBS terá as
características de um bom imposto sobre o valor adicionado (IVA), modelo adotado
pela maioria dos países para a tributação do consumo de bens e serviços.
Na PEC 45/2019, o IBS seria único, compartilhado entre União, estados e municípios,
com um imposto seletivo federal apresentando regimes especiais de benefícios fiscais
para alguns setores da economia pelo prazo de 12 anos, como atividades agropecuárias,
agroindustriais, pesqueiras e florestais, produtos da cesta básica de alimentos, gás de
cozinha residencial, educação, saúde, medicamentos, transporte público coletivo e
compras de entidades beneficentes de assistência social.
A PEC 110/2019 foi protocolada meses após a PEC 45/2019, assinada por todos os
senadores da República e formalmente apresentada pelo então presidente do Senado,
o senador Davi Alcolumbre (União/AP). Seu objetivo é simplificar o atual sistema,
permitindo a unificação de tributos sobre o consumo.
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Na PEC 110/2019, também foi definido que o IBS subnacional será administrado de
forma centralizada, mediante um Conselho Federativo, por meio do qual o imposto será
arrecadado e regulamentado de forma compartilhada entre estados e municípios, com
ampla participação de todos os entes.
No ano de 2022, foi apresentada a PEC 46/2022 no Senado Federal, pelo senador
Oriovisto Guimarães (Podemos/PR), tendo sido endossada por 37 senadores, cujo
objetivo é realizar uma reforma do sistema tributário nacional.
Em sua justificativa, a PEC ressalta que seu princípio básico é a simplificação dos
tributos sobre o consumo, bem como de processos e procedimentos tributários,
simplificando a legislação tributária do Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços (ICMS) e do Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISS), com a ideia de reduzir as obrigações acessórias
das empresas, diminuindo custos e impactando o preço dos bens.
O foco da referida proposta é apresentar soluções para quatro problemas tidos como
centrais na tributação brasileira: a) a desoneração parcial dos tributos daqueles que
mais criam postos de trabalho; b) a reformulação do imposto dos municípios — o ISS;
c) a adoção do PIS Cofins não cumulativa; e d) a reforma do ICMS.
A PEC 46/2022 visa substituir as diversas legislações sobre ICMS e ISS por uma única
legislação para cada imposto, com abrangência nacional, por meio da edição de
duas leis complementares, com normas gerais de direito tributário, não havendo a
unificação de alíquotas, que serão definidas pelos estados, pelo Distrito Federal e
pelos municípios, conforme suas arrecadações. Também estabelece a cobrança de
tais impostos no local de destino do consumo.
A necessidade de aumentar a receita pública fez com que o Poder Executivo optasse
por concentrar grande parte da arrecadação na tributação sobre o consumo, tendo em
vista o potencial arrecadador dessa modalidade de incidência.
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A renda, o patrimônio e o consumo se destacam como fatos econômicos que denotam
capacidade contributiva do cidadão, ou seja, são sinais exteriores de riqueza que
legitimam a incidência tributária. Todavia, mostra-se de suma importância que exista
uma distribuição equânime da tributação entre esses três sinais de capacidade
contributiva, sob pena de se promover efeitos indesejáveis ao regime democrático.
Essa situação pode ser exemplificada. Suponhamos que duas pessoas, uma com
renda líquida mensal de R$ 500,00 e outra com renda líquida de R$ 5.000,00,
sejam hipertensas e necessitem adquirir um aparelho medidor da pressão arterial.
O aparelho equivale hipoteticamente a R$ 200,00, aos quais deva ser aplicada uma
alíquota de ICMS de 10%. Nesse caso, ambos, ao comprarem o aparelho, contribuirão
com o valor de R$ 20,00 relativos à incidência tributária. Ocorre que isso equivale a 4%
da renda total disponível de quem aufere R$ 500,00 mensais; e a 0,4% de quem recebe
R$ 5.000,00. Ou seja, a mesma incidência representa um ônus muito maior para
quem recebe uma renda menor.
Ora, não é esse o princípio basilar da tributação, que se funda na ideia de justiça,
decorrente da capacidade contributiva. Esse pilar determina que todos devem contribuir
com o custeio das despesas públicas na medida de sua capacidade econômica.
Não é isso que ocorre no caso da tributação sobre o consumo. Conforme exemplificado
anteriormente, aqueles que apresentam menor capacidade econômica terminam por
arcar com um ônus maior quando tributados em suas aquisições.
Por isso, é fundamental que a tributação seja reduzida quando se trata de produtos e
serviços essenciais à coletividade. Afinal, o fundamento do princípio da seletividade
determina que a carga tributária seja inferior nos produtos e serviços essenciais,
elevando-se quando se tratar de supérfluos.
Por meio dessa estratégia, busca-se reduzir o impacto da tributação sobre o consumo
na renda dos mais pobres, que têm a sua subsistência comprometida para arcar com
uma carga tributária excessiva.
Esse excesso decorre não só de alíquotas elevadas aplicadas aos bens e serviços
essenciais, como, também, ao se permitir que o resíduo de tributação seja
incorporado aos preços, pela impossibilidade de um creditamento amplo, que faz
com que o tributo pago na etapa anterior seja reconhecido como custo, onerando a
atividade econômica como um todo.
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A CNT está comprometida com a defesa do cidadão brasileiro, que não pode ter a sua
renda básica onerada com um aumento da carga tributária, sob o pretexto de se estar
reformando o sistema para gerar competitividade ao setor produtivo brasileiro.
Essa sistemática que se apresenta no bojo das discussões dos projetos de reforma
tributária vem sendo apresentada como um mecanismo eficiente para a redução da
regressividade, tão injusta para a população de baixa renda.
Ocorre que, no que tange ao serviço de transporte, essencial para essa população, o
efeito pretendido pode não ser alcançado. Ao contrário do que se observa no caso da
cesta básica, o serviço de transporte de cargas não é adquirido pelo consumidor final,
mas por outra empresa inserida no processo produtivo.
Assim, não é possível determinar, de forma precisa, o quanto foi suportado pelo
consumidor final para que ele tenha um mecanismo de solicitação da restituição.
Isso permite concluir que não se afigura razoável trocar um regime seguro — o de
tributação favorecida ou inexistente para os produtos e serviços básicos, como
o transporte — por uma sistemática de devolução de tributo pago. É preciso
considerar o contexto da nossa sociedade, em que a cultura de requisição da nota
fiscal ainda é incipiente.
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Tanto é verdade que a Constituição Federal reconhece o transporte, em seu artigo 6º,
como sendo um direito social de todo cidadão, devendo ser amparado por políticas
públicas para sua efetividade:
Além disso, a lei 12.587/2012, que instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana,
em atendimento à determinação constitucional, estabelece as diretrizes para o
desenvolvimento urbano, incluindo o transporte, como importante atributo da
infraestrutura e desenvolvimento. Confira-se:
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O transporte rodoviário de passageiros, em viagens intermunicipais e interestaduais,
está estritamente relacionado com a segurança da população, que se vale desse
serviço para se deslocar no âmbito dos estados e/ou fora deles.
Isso sem contar que o desestímulo ao transporte coletivo faz com que se aumente a
frota de veículos automotores particulares, cujos efeitos nocivos ao meio ambiente já
são conhecidos e evidentes.
Com relação ao transporte aéreo, já se observa uma crise do setor em virtude dos altos
custos, em especial do combustível de aviação (QAV), atrelados ao dólar, tornando
o serviço cada vez mais restrito. As passagens também tendem a valores mais altos,
fazendo com que as empresas brasileiras não apresentem competitividade nesse setor.
Não se pode desconsiderar que o aumento do frete, gerando elevação dos preços,
pode criar um contexto inflacionário nefasto para a economia. A observância da
atividade-meio, realizada pelo setor transportador, é fundamental na lógica de
formação de preço de produtos, serviços e mercadorias.
Por isso, a medida do cashback deve ser devidamente analisada, sendo fruto de uma
profunda reflexão, uma vez que a tributação em patamares únicos, sem considerar as
especificações do setor de transporte, ocasionará aumento do custo das mercadorias
e serviços. Essa estratégia não será suficiente para impedir o processo inflacionário,
pois quem receberá a restituição do tributo será a população, não o empresário. Este
último, para absorver o ônus tributário, terá que embutir os valores no preço do serviço.
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Diante desse contexto, está demonstrado que é preciso considerar as peculiaridades
do serviço de transporte, levando-se em conta os diversos modais, para que se
estabeleça uma tributação adequada, que contribua para a melhoria do país.
Nas discussões recentes sobre a reforma tributária, muito se tem dito acerca da
uniformidade da tributação sem a concessão de regimes diferenciados para os
setores relevantes da economia.
Entretanto, essa não é uma afirmação verdadeira. A União Europeia (UE) é uma
organização política e econômica composta por 27 países-membros. Conforme
consulta ao seu site oficial, a União Europeia é um “mercado único que opera a nível
mundial e entre os seus países-membros”.
Ainda segundo os dados constantes no portal oficial da UE, este conjunto de países
representa cerca de 14% do comércio mundial de mercadorias.
Cada país pertencente a esse conjunto possui o seu próprio sistema tributário.
Todavia, em decorrência do grande volume de movimentações e operações que
ocorrem diariamente entre os países do bloco, faz-se necessária a criação de
disposições tributárias comuns, com o intuito de evitar problemas como a dupla
tributação e/ou a evasão fiscal.
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consumo de bens ou serviços, por meio de um imposto sobre o valor adicionado
(IVA), harmonizado ao interno do bloco econômico por meio de uma norma
geral, a Diretiva IVA 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006 e suas
alterações posteriores.
O IVA tem como fato gerador a entrega ou a aquisição de bens, além da importação
e prestação de serviços, estando transporte no seu espectro de incidência, por se
enquadrar na prestação de serviços.
Existem quatro espécies de alíquotas aplicadas ao IVA, quais sejam: normal, reduzida,
super-reduzida e intermediária. A alíquota normal tem como limite mínimo a
importância de 15%, sendo que a média entre os países é em torno de 20%. A alíquota
reduzida tem o piso de 5%.
A título de exemplo, segundo o Guia Fiscal 2023 IVA, em Portugal, são aplicadas três
diferentes alíquotas de IVA — 23%, 13% e zero —, bem como as alíquotas reduzidas de
IVA, inclusive no serviço de transporte, quais sejam: 6% no continente, 5% na Ilha da
Madeira e 4% nos Açores.
Portanto, não há que se falar que os sistemas de IVA existentes em outros países
preveem uma alíquota única, com tributação uniforme para todos os produtos e
serviços, sem concessão de regimes diferenciados. As peculiaridades dos setores
e a repercussão econômica dos tributos sobre o consumo exigem a adoção de
alíquotas diferenciadas e específicas, devendo tal circunstância ser considerada
pelas propostas de reforma existentes.
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No entanto, não tem sido observada a mesma afirmação com relação ao aumento da
carga tributária setorial.
Isso porque o principal custo do setor de transporte é a mão de obra. Da forma como
as propostas estão apresentadas, não existe a possibilidade de creditamento relativo
aos valores pagos aos empregados, o que acarreta ônus excessivo para o setor.
As análises efetivadas pelo poder público relativas à carga tributária têm sido
feitas, exclusivamente, quanto ao volume arrecadado. Não tem sido levado em
consideração o impacto setorial que o redesenho da estrutura tributária possui
no aumento da tributação para os contribuintes prestadores de serviço. Especial
atenção deve ser dada aos serviços de transporte, que repercutem sobre todas as
cadeias produtivas no país.
Assim, a CNT entende ser inconcebível a tributação, nos moldes do IPVA, sobre o
patrimônio de embarcações e aeronaves destinados ao uso comercial para pesca e
para transporte de cargas e de passageiros.
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Esses efeitos foram considerados por outros países que adotam o IVA. Nesse sentido,
a União Europeia prevê alíquotas reduzidas para o transporte e, até mesmo, isenção
de impostos, considerando a essencialidade do serviço.
Diante dos projetos apresentados, é possível identificar que, para além da alteração
na estrutura dos tributos sobre valor agregado (IPI, ICMS, ISSQN, PIS e Cofins),
haverá uma restrição quanto à apropriação de créditos de produtos adquiridos pelas
empresas de transporte, principalmente no que se refere à aquisição de insumos.
Tal situação não deve ser admitida, dado o aumento da carga tributária setorial que
essa situação acarreta.
Do ponto de vista da indústria, do comércio e dos serviços, esses impostos devem ser
neutros, não alterando o processo de tomada de decisões desses agentes, que podem
decidir adquirir ou não um produto diante do aumento do preço que a tributação determina.
Desta forma, pode-se afirmar que o princípio da não cumulatividade garante que
o contribuinte do imposto seja o consumidor final e que os efeitos econômicos da
tributação no processo produtivo sejam nulos. Assim, todo imposto denominado
não cumulativo tem por objetivo incidir sobre o consumidor final de forma neutra.
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Para que a não cumulatividade cumpra o seu papel no contexto da tributação do
consumo, é necessário que o crédito seja financeiro, admitindo um creditamento
amplo, relacionado a todos os custos incorridos pelo setor.
Impostos e tributos –
5,0%
Remuneração da prestação Combustível (CMB)
dos serviços (RPS) – 4,5% 30,9%
Locação
(CLQ, CLG, CLA) – 0,2%
Despesas administrativas
(CAD) – 2,1%
O gráfico revela que o principal custo do transporte se refere às despesas com pessoal,
sendo acompanhado do combustível, que representa 30,9% do total.
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combustíveis (art. 321), mas impede o creditamento por parte dos adquirentes finais
dos referidos produtos (art. 37 c/c art. 382).
É por isso que a CNT se mostra contrária a qualquer proposta que signifique restrição
ao creditamento do imposto incidente na aquisição dos insumos utilizados na
prestação de serviço de transporte.
1
Art. 32. A incidência monofásica da CBS aplica-se às receitas decorrentes de operações com:
I – gasolinas e suas correntes;
II – óleo diesel e suas correntes;
III – gás liquefeito de petróleo – GLP, classificado no código 2711.19.10 da NCM, derivado de petróleo ou de gás natural;
IV – gás natural classificado no código 2711.11.00 da NCM;
V – querosene de aviação;
VI – biodiesel;
VII – álcool, inclusive para fins carburantes; e
VIII – cigarros e cigarrilhas classificados, respectivamente, nos códigos 2402.20.00 e 2402.10.00, da NCM.
2
Art. 37. São isentas da CBS as receitas decorrentes da revenda dos produtos sujeitos à incidência monofásica de que trata o art.
32, desde que tenham sido tributados na forma do art. 33.
Art. 38. É permitida a apropriação de créditos vinculados às receitas isentas na forma do art. 37, exceto em relação aos produtos
sujeitos à incidência monofásica de que trata o art. 32 revendidos com a referida isenção.
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Não cabe ao contribuinte zelar pelo pagamento do tributo devido por outrem. O poder
público tem mecanismos para esse fim cada vez mais precisos e eficazes, tendo em
vista a introdução da nota fiscal eletrônica.
Por fim, deve-se ressaltar que é também fundamental que sejam mantidos os créditos
acumulados dos tributos que serão extintos. Grande parte das despesas do setor de
transporte ocorre com bens do ativo imobilizado, tais como aeronaves, automóveis,
navios e locomotivas. Quando adquiridos no passado, as entidades foram capazes de
se creditarem dos tributos incidentes sobre a operação. Ocorre que eles serão extintos
e os seus créditos terão o mesmo destino se não for assegurada a sua manutenção e
utilização para compensação com o IBS ou alienação para outros contribuintes.
De acordo como a PEC 110/2019, o IBS poderia incidir sobre os combustíveis em geral
e energia elétrica. De acordo com a justificativa dessa PEC, em trâmite no Senado
Federal, o Imposto Seletivo seria monofásico e incidiria “sobre produtos específicos,
como petróleo e derivados; combustíveis e lubrificantes; cigarros; bebidas alcoólicas
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e não alcoólicas, veículos automotores novos, terrestres, aquáticos e aéreos, além de
energia elétrica e serviços de telecomunicações”. 3
Dessa forma, observa-se no bojo das discussões sobre reforma tributária a intenção
de se introduzir um imposto seletivo que teria como objetivo onerar a distribuição
e comércio de combustíveis, seja pelas restrições na apropriação de créditos, já
apontado, com a criação de um tributo monofásico, seja pelo estabelecimento de
uma nova incidência, cujo objetivo é tornar mais caro o principal insumo do setor de
transporte.
3
legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=9040770&disposition=inline
4
arte.folha.uol.com.br/mercado/2020/entenda-como-e-feito-o-pib
17
É por esse motivo que, com a implantação do Plano Real, houve uma preocupação
com a melhoria da performance brasileira, no que tange às exportações. Por esse
motivo, foi aprovada a lei complementar 87/1996, conhecida como Lei Kandir, que
desonerou as exportações da incidência do ICMS.
Desde então, essa questão vem sendo amplamente debatida no Brasil, quer seja nos
desafios que o setor exportador ainda enfrenta diante do resquício de tributação na cadeia,
quer seja em função das perdas de receitas incorridas pelos estados com a desoneração.
Isso evidencia os entraves que são colocados à exportação, que não consegue
absorver o resíduo de tributação inserido no custo, diante das vedações ao crédito ao
longo do processo. Há também a impossibilidade de recuperação do crédito relativo
ao ICMS pago na cadeia de produção de circulação de bens exportados.
Os projetos de reforma tributária que criam o IBS, tal como o ordenamento atual, no que
tange ao ICMS, reconhecem a imunidade das exportações, asseguram a manutenção
dos créditos acumulados e prometem celeridade na devolução ao exportador.
5
conjur.com.br/2019-set-25/consultor-tributario-impacto-reforma-tributaria-setor-exportador
6
conjur.com.br/2019-set-25/consultor-tributario-impacto-reforma-tributaria-setor-exportador
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Os defensores do novo IBS prometem um novo tempo na tributação do
consumo. Se é assim, nada mais adequado do que reconhecer que crédito
acumulado pelo contribuinte do IBS, exportador ou não, é imposto pago
e recolhido aos cofres públicos, de modo que a sua livre transferência
é medida que se impõe por respeito ao contribuinte e que não causa
qualquer prejuízo ao setor público.
Seguindo esses preceitos, pelo Tratado do GATT, do qual o Brasil é signatário, que se
encontra em vigor por foça do decreto 76.032/1975, os estados devem exonerar os
tributos incidentes sobre produção e circulação de mercadorias e serviços destinados
à exportação. Devem ser tributadas as operações de importação, com a mesma carga
incidente sobre a produção interna.
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Nesse sentido, é necessário que seja garantida a manutenção dos regimes
protetivos setoriais do transporte, de forma a permitir a sua manutenção e o seu
desenvolvimento de forma sustentável.
Criado pela lei federal 11.488, de 15 de junho de 2007, o Reidi tem como objetivo
a desoneração da implantação de projetos de infraestrutura. Dentre os seus
beneficiários, estão as pessoas jurídicas que tenham projeto aprovado para
implantação de obras de infraestrutura nos setores de transportes, portos, energia,
saneamento básico e irrigação.
20
“A prestação de serviços de infraestrutura é, nessa senda, um serviço de
interesse público orientado ao desenvolvimento, alinhando-se, em um
Estado Social e Democrático de Direito, com os objetivos fundamentais
da República. Reconhecendo-se que a dicotomia público-privado não é
critério hábil a delimitar as normas jurídicas, constata-se que a prestação
de tais serviços por meio de concessões, parcerias público-privadas e
permissões também pode ser alvo da função promocional, que tem nos
mecanismos tributários, observados os princípios constitucionais a eles
subjacentes, um dos meios para sua implementação. (…)
O SEST realiza um amplo atendimento com cobertura nacional para auxílio e proteção
dos trabalhadores do setor de transporte que, como peculiaridade, encontram-se
frequentemente fora do seu local de residência. Atendimentos na área de saúde,
esporte, lazer, prevenção de acidentes e despoluição são providos a todos os usuários
do sistema, nacionalmente.
O SEST SENAT está presente e próximo da comunidade a partir de uma rede de mais
de 160 unidades, distribuídas em todo o país, gerando impacto em aproximadamente
5.300 municípios.
7
teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2133/tde-23032017-090848/pt-br.php
21
No ano de 2022, alcançou-se a marca de 12,31 milhões de atendimentos, uma alta
de 14% em relação ao ano anterior. Destes, mais de 6,42 milhões de atendimentos
foram referentes aos serviços de saúde e qualidade de vida e cerca de 5,89 milhões
tiveram foco no desenvolvimento profissional do setor de transporte. De janeiro a
maio de 2023, mais de 5,96 milhões de atendimentos já foram realizados, sendo 3,36
milhões de atendimentos em saúde e qualidade de vida e outros 2,6 milhões em
desenvolvimento profissional.
A CNT não se furta e nem se omite à análise dos dados trazidos pelas autoridades
quanto ao desenvolvimento dos projetos de reforma, seja no nível constitucional,
seja no nível legal. Mas acredita e defende que, somente por meio da apresentação
ampla de referidos dados, se conseguirá viabilizar a reestruturação efetiva do sistema
tributário.
22
5.10. PRAZO DE TRANSIÇÃO AJUSTADO
Por fim, a CNT se opõe à adoção de um prazo de transição tão longo como o apresentado
nos projetos de reforma tributária, principalmente no que se refere à PEC 45/2019.
A esse período, deve-se acrescer mais um ano-calendário, que seria o tempo razoável
para que as mudanças sejam operacionalizadas, inclusive com relação ao poder
público, que já poderia refletir as alterações nas normas orçamentárias. Isso não
inviabiliza um prazo de transição maior de ajuste entre os entes federados.
23
6. CONCLUSÃO
Um grupo de trabalho destinado a debater os textos que reformam a Constituição,
promovendo uma ampla e consistente mudança no regime de tributação, deve ter
como principal função promover um debate qualificado sobre o tema. Serão ouvidos,
no caso, representantes daqueles que seriam afetados, em grande monta, pelas
alterações, como abordado anteriormente.
Somente por meio do diálogo e da dialética é possível construir soluções para o país
comprometidas com a democracia e a proteção de direitos fundamentais dos cidadãos,
que serão os grandes impactados pelas propostas de alteração do sistema tributário.
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Anexo 1 – Os possíveis impactos das propostas
atuais da reforma tributária no setor de
transporte
Com o fim de apresentar ao governo, materialmente, os efetivos impactos da reforma
tributária nos moldes que se pretende instituir, com aplicação de alíquota única para
todos os setores da economia, incluindo todas as modalidades de transporte, a CNT,
em conjunto com suas associadas, elaborou um estudo comparativo da tributação
atual em cada setor, considerando os benefícios existentes e o creditamento
permitido na apuração de PIS/Cofins, ICMS e ISS, com a tributação que se pretende
com a reforma, utilizando como parâmetro um IVA com alíquota de 25%.
Muito embora as propostas de reforma não tenham instituído a alíquota única do IVA,
fato é que também não se vislumbra nas respectivas, até agora, a possibilidade de
alíquotas diferenciadas para os diversos segmentos econômicos. Nesta linha, utilizou-
se como parâmetro a alíquota de 25%, que até então é ventilada oficiosamente pelos
grupos de discussão. A referida alíquota foi utilizada tanto como base de saída quanto
de creditamento, comparando-a com a carga efetiva atual.
Ademais, para alguns segmentos, mesmo com incertezas e limitações dos textos
legislativos, considerando a realidade tributária atual, especialmente com benefícios
de crédito presumido, alíquota zero, subsídios, dentre outros, tentou-se demonstrar
a média da alíquota que deveria ser aplicada para que não haja aumento de carga
global, tampouco setorial, como proposto pela reforma.
Nesta linha, temos que ressaltar que se trata de uma análise complexa e específica
por setor, e a interpretação dos dados aqui demonstrados não pode se dissociar
destes fatores e se ater em interpretação de conceitos globais. Afinal, estamos
tratando de um setor que representa o transporte brasileiro, seja na modalidade de
transportar pessoas das diversas formas, seja na de transportar bens e mercadorias,
ou seja, um dos pilares do desenvolvimento de um país.
• transporte de valores;
• transporte aquaviário;
• transporte aéreo;
• transporte ferroviário.
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1.1. Transporte rodoviário de cargas
Para espelhar a realidade do setor, a análise utilizou como parâmetro duas empresas
do transporte de cargas no ano de 2022, uma com atividade preponderante de
subcontratação de serviços de transportes com outras transportadoras e outra com
atividade predominantemente de transporte com frota própria. Em ambos os casos,
consideramos apenas as atividades relacionadas aos serviços de transporte de cargas
no mercado interno.
De forma geral, temos um modal que conta com benefícios, dentre eles:
Cenário Atual
Débito – PIS/ Apuração – % Carga
% Carga
Modal Faturamento Cofins; ICMS PIS/Cofins; tributária
débito
e ISS ICMS e ISS efetiva
Subcontratação 1.767.025.860,25 265.980.926,29 15,05% 128.613.405,35 7,28%
Transporte de cargas:
Frota própria 1.176.988.648,81 190.780.117,80 16,21% 86.534.706,15 7,35%
26
Temos, para ambos os casos analisados, um aumento da carga tributária efetiva. Para
transporte de cargas com predominância na subcontratação, um aumento de 41% dos
tributos em sua apuração e 6% no valor efetivo de recolhimento. Já para o transporte
de cargas por frota própria, o aumento é de 29% e 12%, respectivamente:
Diferença Prevista
% Diferença % Diferença no
Modal
no débito recolhimento
Tal aumento refletirá não apenas em alíquota global acima da média atual, mas,
principalmente, na revogação dos benefícios fiscais concedidos, especialmente no
âmbito do ICMS.
Importante pontuar que o setor, embora não faça jus a benefícios fiscais expressivos,
conta com peculiaridades que impactarão diretamente na imposição de alíquota
única. Dentre elas, destacam-se:
Cenário Atual
Apuração – % Carga
Modal Faturamento PIS/Cofins; tributária
ICMS e ISS efetiva
Transporte de valores 2.030.822.177,07 227.405.815,04 11,20%
27
Os dados mostrados demonstram que a reforma tem o potencial de elevar a carga
tributária em aproximadamente 47%, o que está diretamente relacionado ao fim da
sistemática cumulativa de apuração do PIS/Cofins e às limitações de creditamento
relacionada à atividade cujo grande insumo (custo) da operação é a folha de salário,
que não gera créditos.
Um dos grandes desafios para o presente estudo é demonstrar os efeitos que uma
reforma geral e não direcionada às especificidades dos segmentos econômicos
poderia causar no sistema de transporte de passageiros. Isto porque, dentro deste
modal, temos subdivisões com características e particularidades importantes que
influenciam diretamente na prestação de serviços essenciais à população.
• ISS SP – isento;
28
• ISS BH – alíquota 0%;
Ademais, para fins de demonstrar o impacto real sobre a composição das tarifas de
transporte público, o estudo demonstra o impacto da implantação do IVA de 25% sobre
a composição dos custos variáveis e fixos, dentre eles:
• combustíveis;
• lubrificantes e ARLA;
• peças e acessórios;
• edificações e instalações;
Neste contexto, aplicando a nova alíquota de 25% sobre os referidos custos, o estudo
elaborado apurou que o maior impacto nos preços das tarifas de transporte urbano
decorrerá da incorporação na cadeia produtiva.
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A Importância Macroeconômica e Social Ambiental do Transporte Público por Ônibus no Brasil. Capítulo 3: Impacto da Reforma
Tributária no custo do Transporte Público. Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Série: Cadernos técnicos,
volume 27. Março de 2020. Disponível em: files.antp.org.br/2021/2/10/caderno-tecnico-27--a-importancia-macroeconomica-e-
socioambiental-do-transporte-publico-por-onibus-no-brasil.pdf
29
Impacto Total para o Concessionário (%), por Cidade de Estudo
Custos variáveis Impacto do item no aumento total - concessionário (%)
SP POA Curitiba BH RJ
Aumento total % 20,52% 18,44% 19,84% 20,05% 18,25%
Participação dos itens 4,33% 1,70% 2,59% 5,93% 3,12%
Combustível 4,26% 1,57% 2,51% 5,43% 3,04%
ARLA 0,00% 0,00%
Lubrificantes 0,01% 0,01% 0,01%
Rodagem – pneu 0,01% 0,01% 0,04% 0,14% 0,09%
Rodagem/recapagem 0,09% 0,10% 0,16% 0,36% 0,22%
Peças/acessórios (0,05%) 0,00% (0,13%)
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Impacto para o Concessionário – Custos Fixos, por Cidade de Estudo
Custos fixos Impacto do item no aumento total no concessionário (%)
SP POA Curitiba BH RJ
Aumento total % 18,09% 15,55% 18,43% 10,89% 17,04%
Participação dos itens 16,55% 14,68% 16,93% 10,22% 13,61%
Despesas com pessoal 11,62% 11,09% 11,71% 9,20% 12,01%
Despesas
2,06% 1,19% 1,28% 1,02% 1,60%
administrativas
Operação com bilheteria 0,12%
Lucro 2,21% 1,36%
Remuneração do capital 0,59% 2,85%
Taxa de gerenciamento 1,09%
SP POA Curitiba BH RJ
Aumento total (%) 20,52% 18,44% 19,94% 20,05% 18,25%
Participação dos itens 16,22% 16,72% 16,71% 13,01% 13,47%
% dos itens no todo 76,21% 85,93% 80,69% 62,33% 69,84%
Neste contexto, o setor precisa ser entendido em sua função social constitucional-
mente reconhecida e como serviço público de caráter essencial à população, sendo
certo que a instituição de alíquota diferenciada (reduzidas — próximas a 5% — e com
manutenção de créditos) e desonerações são essenciais para a manutenção dos
serviços de forma acessível à população.
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1.4. Transporte aquaviário
Diferença Prevista
Aumento
Modelo
Modal Modelo atual Diferença de carga
proposto
sem IS
Tributação federal,
Apoio 6,10% 10,18% 4,08% 66,89%
ICMS, ISS / IVA
marítimo
IPVA 0,00% 2,50% 2,50% 2,50%
Desta feita, para que não recaia sobre o setor um expressivo aumento e a carga
tributária permaneça nos patamares atuais, é necessário que se reconheça a
necessidade de alíquota diferenciada nos seguintes moldes:
*O total de custos, serviços e mão de obra do setor equivale a 78,19% e, para fins de apuração, considerou-se como
base de creditamento custos materiais e serviços na ordem de 58,71%.
32
Reitera-se novamente que, para a manutenção do setor, bem como a fim de atrair
novos investimentos com fomento na oferta de empregos, é essencial que, além da
manutenção efetiva da carga tributária, não seja instituído qualquer outro tributo
sobre o setor e que na reforma da tributação da folha seja retomada a possibilidade
de adesão à substituição da tributação da folha pela CPRB.
Para tanto, a CNT se valeu de dados de uma grande associada do setor privado,
cujas receitas no mercado externo e interno são divididas igualitariamente. Nesta
linha, um dos maiores benefícios do setor está na não incidência tributária sobre a
exportação de serviços.
Cenário Atual
Débito – PIS/ Apuração – % Carga
% Carga
Modal Faturamento Cofins; ICMS PIS/Cofins; tributária
no débito
e ISS ICMS e ISS efetiva
Agenciamento marítimo 92.126.517,00 9.414.135,00 10,22% 9.153.409,00 9,94%
Temos, a partir dos dados apresentados, uma variação na carga tributária efetiva de
9,94% para 24,24%, representando uma diferença de 14,30% e aumento de 143,92%,
caso se institua um IVA com alíquota única de 25%.
Diferença Prevista
Aumento
Modelo
Modal Modelo atual Diferença de carga
proposto
sem IS
Agenciamento marítimo 9,94% 24,24% 14,30% 143,92%
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A expressiva majoração decorre da eventual revogação da desoneração da
exportação de serviços, que representa metade do faturamento do setor; bem
como na base restrita de creditamento relacionada à prestação de serviço e folha
de salário. Assim como nos demais modais, para que se evite esta expressiva
oneração e a carga tributária permaneça nos patamares atuais, deve-se reconhecer
a necessidade de alíquota diferenciada nos seguintes moldes:
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Referências
APPY, Bernard. Por que o sistema tributário brasileiro precisa ser reformado.
Interesse Nacional, v. 8, n. 31, p. 65-81, 2015. Disponível em: ccif.com.br/wp-content/
uploads/2020/06/Appy_Tributacao_1610.pdf. Acesso em: 25 março 2023.
35
CONHEÇA A CNT. Disponível em: cnt.org.br/conheca. Acesso em 28 março 2023.
36
TAXAS DE IMPOSTOS NA ALEMANHA. Disponível em: tradeclub.standardbank.com/
portal/pt/market-potential/alemanha/taxes. Acesso em; 25 março 2023.
37
TAXAS DE IMPOSTOS NA POLÔNIA. Disponível em: tradeclub.standardbank.com/
portal/pt/market-potential/polonia/taxes. Acesso em: 25 março 2023.
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