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Macro Visão

terça-feira, 18 de julho de 2023

Reforma tributária: 10 perguntas frequentes, estimativas de


alíquota, impacto setorial e fiscal

 A reforma sobre a tributação no consumo de bens e serviços (PEC 45/19) foi aprovada recentemente na
Câmara dos Deputados e tramitará no Senado no 2º semestre. Respondemos 10 perguntas frequentes
sobre a importante reforma, detalhando os principais pontos em discussão, as mudanças em relação a
propostas discutidas no passado, a transição e potenciais impactos setoriais, fiscais e macroeconômicos.

 Em resumo, avaliamos que a reforma traz efeitos predominantemente positivos para a economia, apesar
do aumento das exceções e tratamentos diferenciados introduzidos. Estimamos que a alíquota do imposto
pode ser em torno de 25% a partir de uma abordagem agregada da tributação sobre o consumo
internacional e em torno de 27,5% em uma abordagem desagregada setor a setor. Setorialmente e, como
regra geral, a reforma tende a levar à redução de carga para a indústria e aumento para serviços, mas é
necessário ter cautela, dada a heterogeneidade de benefícios e estrutura das empresas dentro de cada
setor. Fiscalmente, a reforma tende a ser positiva, não por implementar um aumento explícito da carga
tributária, mas pelos aumentos projetados de crescimento potencial superarem o custo dos fundos de
compensação propostos.

1 – Quais os princípios da reforma tributária sobre o consumo de bens e serviços (PEC 45/19) e
por que ela é necessária?

A reforma tributária sobre o consumo de bens e serviços se refere ao estabelecimento de um imposto sobre o valor
adicionado (IVA), a partir da fusão de tributos sobre o consumo de bens e serviços, que incidem sobre o faturamento
das empresas (PIS/Cofins, IPI, ICMS e ISS), que somam cerca de 12% do PIB em arrecadação (ou 37% da carga
tributária total). O IVA seguirá o modelo dual, isto é, com administração da parcela federal (chamada de contribuição
sobre bens e serviços, CBS) separada da parcela subnacional (chamada de imposto sobre bens e serviços, IBS) e
será complementado por um imposto seletivo, que incidirá sobre bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio-
ambiente.

O IVA tem como princípios a não-cumulatividade plena (não incide sobre outras etapas da produção ou
comercialização, gerando créditos), base única e ampla, cobrança no “destino” e sem integrar na própria base de
cálculo (“por fora”) e com transparência para incentivos, benefícios ou regimes favorecidos de tributação. No caso
brasileiro, haverá 3 alíquotas (geral, reduzida em 60% e zero), além de regimes diferenciados e com opção de
adesão, como o caso do Simples e da Zona Franca de Manaus.

A reforma é necessária pela elevada complexidade das regras de apuração desses impostos, que gera ineficiência e
má alocação de recursos, prejudicando o ambiente de negócios do país e levando a diversas disputas jurídicas. O
contencioso tributário no Brasil é estimado em pelo menos 75% do PIB1. O Brasil era o 184º colocado de 190 países
no antigo ranking de pagamento de impostos do Doing Business do Banco Mundial e, em particular, era o último
colocado no componente de horas gastas para o pagamento de impostos. Caso as empresas utilizassem esses
recursos para suas atividades-fim, a produtividade e, portanto, o crescimento potencial da economia, seriam maiores.

1Créditos ativos do contencioso administrativo e judicial em todos os níveis federativos em 2019 (Canado, Messias, Longo, Novo,
Vasconcelos, 2020).

A última página deste relatório contém informações importantes sobre o seu conteúdo.
Os investidores não devem considerar este relatório como fator único ao tomarem suas decisões de investimento.
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2 – Quais as principais inovações na reforma aprovada na Câmara em relação ao discutido no


passado?

As principais novidades frente a tentativas passadas de aprovação foram a previsão explícita já na emenda à
Constituição dos setores com alíquotas reduzidas ou tratamento diferenciado e a criação de fundos federais de
compensação pelo fim dos benefícios fiscais e de desenvolvimento regional. Do ponto de vista de entraves setoriais,
as mudanças reduziram as resistências: esclarecem desde já os setores beneficiados, incluem a previsão de
compensação pela redução dos benefícios tributários principalmente de ICMS já convalidados até 2032, diante de
uma transição para o novo regime mais gradual. Já quanto aos entraves federativos, os fundos podem ajudar a
diminuir os receios de perda de arrecadação e de autonomia quanto à criação de novas políticas públicas.

3 – Quais foram os pontos positivos e negativos da versão aprovada?


Os pontos positivos se sobressaem e decorrem da versão aprovada continuar a prever os princípios fundamentais de
um IVA (ver pergunta 1), que trarão maior simplicidade e transparência à tributação sobre o consumo em uma
transição relativamente curta (ver pergunta 7), com gastos federais para a compensação de empresas e entes
federados relativamente contidos. Os pontos negativos vêm do aumento de setores com alíquotas e tratamento
diferenciado, que implicarão em uma alíquota de referência maior que a planejada, e da previsão de criação de novos
tributos subnacionais, que nos parecem inconsistentes com o espírito da reforma de reduzir o número e simplificar os
tributos existentes.

4 – Quais os próximos passos na tramitação e temas mais sensíveis de alteração pelo


Congresso?
A reforma foi aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados e agora seguirá para o Senado, sob a relatoria do
Senador Eduardo Braga (MDB/AM). Na casa, a proposta tramitará na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
antes de seguir para votação no plenário, onde precisará ser aprovada com 3/5 dos votos em dois turnos. Para ser
promulgado pelo Congresso, o texto tem de ser o mesmo nas duas casas, de tal forma que, em caso de alterações
pelo Senado, a proposta retorna para nova apreciação na Câmara. Há ainda a possibilidade de acordo para
promulgação fatiada, com os temas que não foram alterados sendo promulgados antes mesmo de nova votação na
Câmara.

Os temas mais prováveis de serem debatidos ou alterados pelo Senado devem envolver (i) os critérios de divisão e
montantes distribuídos pelos fundos de compensação, (ii) a governança de votos e deliberação do Conselho
Federativo, (iii) as exceções e regimes federativos e (iv) a possiblidade de instituição de novos tributos pelos Estados
e Municípios.

Vale ressaltar que a PEC traz apenas comandos mais gerais sobre o novo imposto, de modo que, após a sua
aprovação, o Congresso ainda discutirá leis complementares, elaborando os detalhes do novo sistema. O quórum de
aprovação é maioria absoluta e como a transição para o novo regime inicia em 2026 (ver pergunta 7), essas leis
devem ser debatidas no Congresso em 2024 e 2025.

5 – Quais as principais exceções, isenções e tratamentos diferenciados previstos?


Primeiro, a proposta mantém o Simples e a Zona Franca de Manaus (ZFM) como regimes favorecidos. No caso
do Simples, o contribuinte terá a opção de migrar para o IVA, enquanto a ZFM seguirá ao menos até 2073, prazo já
previsto na Constituição. Há ainda a previsão de um fundo com recursos da União (com valores que serão definidos
por lei complementar) para a sustentabilidade e diversificação econômica do Estado do Amazonas, que compensará
eventual perda de receita do estado com a reforma ou servirá como contrapartida como eventual redução diferencial
competitivo.

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Segundo, há a previsão de três tipos de alíquotas: (i) a cheia, ou de referência, (ii) a reduzida em 60% (isto é,
40% da alíquota referência) e (iii) a zero. Vale notar que o valor da alíquota de referência será determinado por
resolução do Senado com base em proposta do Ministério da Fazenda e participação do TCU, com detalhes como
forma e base de cálculo definidos em lei complementar. No caso da parcela subnacional, Estados e Municípios terão
autonomia para definirem suas alíquotas, de tal forma que a alíquota não será a mesma para todo o território
nacional.

Os setores ou segmentos que terão alíquota reduzida em 60% são tipicamente de serviços ou produtos
ligados à saúde ou agropecuária. Especificamente, serviços de educação, saúde, transporte público coletivo,
produções artísticas, culturais, jornalísticas, audiovisuais nacionais e atividades desportivas. No caso de bens,
medicamentos, produtos básicos à saúde menstrual e de higiene pessoal, produtos e insumos agropecuários e
aquícolas, entre outros (ver tabela completa no anexo).

Os setores com alíquota zero são principalmente os serviços de transporte público coletivo, os produtores
rurais com receita anual até R$ 3,6 milhões, bens da cesta básica e medicamentos. Há ainda, no caso da
parcela nacional (CBS), a isenção para os serviços de educação previstos pelo Prouni e de eventos beneficiados pelo
Perse (Programa emergencial de retomada do setor de eventos, válido até 2027) (ver tabela completa no anexo).

A devida regulamentação das hipóteses precisas em que será concedida a alíquota zero ou reduzida em 60%
será feita por lei complementar, inclusive a definição do escopo dos alimentos que vão compor a cesta básica
nacional. Nota-se que atualmente a definição a nível estadual dos produtos que compõe a cesta básica amplifica a
dispersão das alíquotas dos tributos e aumenta a complexidade do sistema. Há evidências de que o formato atual é
mal focalizado, uma vez que a população com maior poder aquisitivo também se beneficia da isenção. Apesar dos
mais pobres alocarem uma parcela maior do seu orçamento com a cesta básica, em termos absolutos, os mais ricos
gastam quase três vezes mais com esses itens. Assim, seria claramente mais progressivo, por exemplo, tributar
esses produtos ou reduzir o escopo dessa isenção e retornar o montante que seria desonerado como transferência
direta de renda para os mais pobres, como previsto na PEC por um programa de cash-back.

Por fim, alguns setores terão regimes específicos, dada a dificuldade de conciliar a natureza dessas
atividades com o funcionamento tradicional de um IVA. Os principais são: (i) combustíveis e lubrificantes terão
cobrança monofásica (em única etapa da cadeia), (ii) serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de
saúde e concursos de prognósticos poderão ter alterações nas alíquotas e base de cálculo, (iii) serviços de hotelaria,
parques de diversão, restaurantes e aviação regional poderão ter alteração de alíquotas e regras de creditamento e
(iv) sociedades cooperativas a não incidência sobre operações realizadas com cooperados, mantida a transferência
de créditos.

6 – Qual a ordem de grandeza da alíquota estimada para o IVA nacional e por que ela tende a
ser elevada na comparação internacional?
Atualmente, a maior alíquota é de 27% na Hungria. Estimamos a alíquota nacional entre 25% e 27,5% com
base em duas abordagens2: (i) agregada com base na estrutura de tributação sobre o consumo
internacional (25%) (ii) desagregada setor a setor, mantendo a arrecadação constante como proporção do
produto (27,5%).

Os cálculos partem do princípio da neutralidade em termos de carga, tal que a alíquota elevada reflete
sobretudo a composição atual da carga tributária no país. Em particular, o Brasil é um país de carga elevada,
que tributa proporcionalmente mais o consumo do que a renda e que tem benefícios tributários relativamente
grandes, na comparação com outros países (ver gráficos). Fora as implicações em termos de regressividade, isso
acarretaria, em uma alíquota de um imposto sobre o consumo (como o IVA) elevada na comparação internacional.

2 Desconsideramos possíveis mudanças no grau de conformidade e formalização do novo sistema.

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Carga tributária do país é focada no consumo e com elevado montante de benefícios fiscais

60 5,0%
Participação tributos bens e serviços e

4,5% POR

Gastos tributários consumo (% PIB)


CLP LAT
55
propriedade na carga tributária

4,0%

50 BRL
JPY TRY 3,5% CZK
HUF BRL
LAT ILS GRE 3,0%
GBP NED
45 GBP
POR ICE
NZD BEL FIN
2,5%
MXN PLN
40 ISL MXN SWE
KRW EST 2,0% TRY SPA
SLO ITA GRE
AUD HOL FRA
35 FIN 1,5% NOK
IRE CLP
CAD LUX BEL DKK AUD FRA
SPA 1,0% CAD ISR
AUS
SEK SLK DEN
30 USD KRW LUX
CHF GER AUD 0,5% GER ITA EST HUF
NOK
25 0,0% USD PLN
15 18 20 23 25 28 30 33 35 38 40 43 45 48 50 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Carga Tributária (% PIB) Arrecadação s/ consumo (% PIB)
Fonte: OECD, Itaú Fonte: GTED, Itaú

A conta agregada compara o nível de arrecadação sobre o consumo, ajustada para as renúncias existentes
como proporção do peso do consumo no PIB de cada país e conclui que a alíquota do IVA brasileiro deveria
ser em torno de 25% (ver gráfico). A conta desconsidera que as regras de apuração e de aproveitamento de
créditos podem ser diferentes em cada país, mas traz ao menos uma ordem de grandeza para a alíquota geral.

Alíquota do IVA deveria ser em torno de 25% pela comparação


internacional

27 HUF
SWE
25 NOK DEN
BRL
ICE GRE FIN
23 PLN POR
ITA
SPA CZK
21 SLK FRA BEL LAT
GBP AUS EST NED
19 GER CLP
Alíquota IVA

TRY
17 ISR LUX
MXN
15 NZD
CAD
13

11
KRW AUD
9
10% 12% 14% 16% 18% 20% 22% 24%
Arrecadação sobre o consumo ajustada para
renúncias % consumo
Fonte: Itaú, OCDE, GTED

A conta desagregada é feita, a partir de dados da Receita Federal e do IBGE de receita por setor,
arrecadação por tributo e setor e valor adicionado por setor para 2019, simulando setor a setor o impacto da
reforma. Nessa metodologia, a alíquota que deixa a carga tributária constante em proporção do PIB frente
aos níveis de 2022 seria em torno de 27,5%. Consideramos eventual tratamento diferenciado (como alíquotas
reduzidas e outras bases de cálculo), além de correções para a participação do Simples, informalidade e da
produção voltada para exportação, previstos na versão aprovada na Câmara. O Simples não terá incidência direta
da reforma e a produção para exportação assumimos como desonerada. Adicionalmente, supomos que, como regra
geral, a base de tributação do novo tributo será equivalente ao valor adicionado apurado pelo IBGE no cálculo do
PIB. Ressaltamos que a alíquota pode ser menor, caso haja aumento do grau de conformidade e formalização.

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Por fim, é importante notar que a alíquota elevada reflete a necessidade de se financiar gastos públicos
bastante elevados. O gasto público brasileiro cresceu, em média, 6% ao ano em termos reais entre 1998 e 2016,
sendo financiado, parte por aumento de tributação e parte por uma conjuntura econômica favorável de aumento da
formalização do emprego e do ciclo de commodities, que não se mostraram permanentes. De 2017 a 2022, o país
seguiu o teto de gastos (embora com sucessivas flexibilizações, sobretudo a partir da pandemia de 2020-21), que
limitou o crescimento real dos gastos a 2,5% ao ano em termos reais no período. Atualmente, a estratégia do governo
nos termos do arcabouço fiscal (ainda em conclusão de tramitação no Congresso) é de condicionar o ritmo de
aumento de despesas ao ritmo de crescimento das receitas. Assim, dado o desequilíbrio fiscal atual com um déficit
primário da ordem de 1% do PIB, a implementação de uma redução imediata da carga tributária sobre o consumo no
país é difícil e arriscada, salvo surpresas relevantes de crescimento econômico ou mudanças na estrutura de
tributação na direção de maior progressividade e tributação da renda.

7 – Como será a transição para as empresas e para a distribuição de recursos entre os entes
federados?

A transição para os contribuintes durará 8 anos, iniciando em 2026 (ver gráfico para uma simulação com 26%
de alíquota de referência), quando é esperado que as leis complementares que detalham o funcionamento do
IVA estejam aprovadas e sancionadas.

No primeiro ano, haverá uma alíquota teste de 1% (sendo 0,9% para a CBS e 0,1% para o IBS subnacional),
acompanhada de redução equivalente do PIS, sendo permitida a dedução de débitos de outros tributos ou
ressarcimento em até 60 dias. Em 2027, a CBS (parte federal do IVA) passará a ser cobrada na íntegra e serão
zerados o PIS/Cofins e o IPI, à exceção dos produtos com benefícios da Zona Franca de Manaus, completando a
transição para os tributos federais. Em 2028 não haverá mudanças e de 2029 a 2032, o IBS (parte subnacional do
IVA) avançará na sua implementação, com a redução de 1/10 por ano das alíquotas vigentes de ICMS e ISS para
finalmente a vigência plena do novo sistema em 2033.

Vale notar que a transição relativamente descontínua decorre em parte da demanda das empresas e dos estados
pela manutenção dos benefícios fiscais de ICMS acordados e garantidos em lei até 2032. Os benefícios são
proporcionais às alíquotas do tributo, de tal forma que uma redução mais gradual das mesmas implica uma redução
também mais gradual desses incentivos. Do ponto de vista do governo federal, esse gradualismo reduz as pressões
por montantes superiores aos atualmente previstos no fundo de compensação de benefícios fiscais (máximo de R$
32 bilhões aos preços de 2023 em 2028 e 2029), que poderiam levar a uma piora da percepção do risco fiscal do país
(ver pergunta 9).

Transição para IVA para os contribuintes

28% Tributos Tributos subnacionais


25% federais (ICMS + ISS)
(PIS/Cofins +
23% IPI) + alíquota IBS+CBS
teste simbólica ICMS
20% subnacional ISS
18% IPI ex-ZFM
PIS/COFINS
15%

13%

10%

8%

5%

3%

0%
2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033
Fonte: Itaú

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A nível dos entes federados, a reforma prevê uma transição de 50 anos para distribuição dos recursos
arrecadados se dar pelo critério de destino. De 2029 a 2033, a distribuição ocorrerá 10% pelo critério de destino e
90% para o de origem. De 2034 a 2078, a proporção pelo critério de destino aumentará 1/45 por ano.

A transição relativamente longa em uma reforma que tende a gerar ganhos de produtividade no longo prazo
limita eventuais perdas de arrecadação para os entes subnacionais. Em particular, estudo recente do IPEA
(Orair, Gobetti, Monteiro, 2023) calculou que se o crescimento do PIB for apenas 0,2 p.p. maior com a reforma, a
vasta maioria dos governos (sejam estados, municípios ou capitais) teria ganhos ou neutralidade com a reforma (ver
gráfico).

Com algum ganho de crescimento, perda de arrecadação de entes


subnacionais é limitada
Entes federados com ganhos / perdas com tributação no destino em 20 anos
100% 4% 7% 8%
90% 19%
26%
80% 31%
48% X > 15%
52% 56%
70%
69% 3% < X < 15%
60% 62%
50% 74%
50% -3% < X < 3%
56%
40% 29% -15% < X < -3%
30% 26% 65%
48% X < -15%
20% 21%
14% 31% 31%
10% 19% 16% 19% 9%
9%
0% 2% 2%
Estados

Municípios

Capitais

Estados

Municípios

Capitais

Estados

Municípios

Capitais

Sem ganho de PIB (= 2,1%) PIB = 2,3% PIB = 2,6%


Fonte: Itaú, IPEA

8 – Quais os setores mais afetados?

O impacto setorial depende de qual regime tributário estão majoritariamente as suas empresas e de como é a
estrutura típica do setor em termos de participação da população informal e produção voltada para
exportação, além da inclusão nos diferentes tratamentos diferenciados previstos na reforma. Por exemplo, a
maior parte das empresas do país (76%) está enquadrada no Simples, que não sofrerá mudanças, mas que é restrito
as empresas de até R$ 4,8 milhões de receita bruta anual.

De forma geral, o aumento de tributação tem maior chance de ocorrer para empresas de receita bruta anual de até R$
78 milhões, que se enquadram no regime cumulativo (de alíquota 3,65%) e estão sujeitas ao regime de lucro
presumido. Essas empresas têm atualmente uma alíquota menor sobre a sua receita, mas sem abatimentos. As suas
declarações a Receita Federal concentram aproximadamente 10% das empresas, dos vínculos trabalhistas e da
receita bruta. Por outro lado, a indústria de transformação, com mais empresas no regime não-cumulativo (de alíquota
9,25%) de lucro real, de forma genérica, poderão utilizar mais créditos tributários e podem ter alguma redução de
carga.

Especificamente, setor a setor, calculamos uma aproximação da carga tributária atual direta e uma estimativa
da carga tributária após a implementação do IVA, como proporção da receita do setor. Para o cálculo da carga
atual, utilizamos dados da Receita Federal de receita de 2019. Na arrecadação, os tributos federais vêm da mesma
base de dados da Receita, o ICMS utilizamos as Contas Nacionais do IBGE e para o ISS extrapolamos a nível nacional
as alíquotas e a proporção de cada setor que do município de São Paulo. Para o cálculo da carga com o IVA, como
regra geral, consideramos o valor adicionado por setor calculado pelo IBGE para 2019, além de eventual tratamento
diferenciado (como alíquotas reduzidas e outras bases de cálculo) e correções para a participação do Simples, da
população informal e da produção voltada para exportação, previstos na versão aprovada na Câmara.

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A indústria de transformação e o setor de alojamento devem ser os mais beneficiados, enquanto o setor de
construção3 deve sofrer alta relevante de alíquota (ver gráfico). Vale ressaltar que o resultado representa uma
aproximação de potenciais ganhadores e perdedores a nível de setor e deve ser interpretado mais do ponto de
vista qualitativo do que quantitativo. A nível das empresas, é possível que benefícios tributários, regimes especiais
e estrutura (por exemplo, uma empresa pode estar em mais de um setor) possam gerar resultados substancialmente
diferentes. Por fim, vale ressaltar que os tributos unificados no IVA não representam o total da carga tributária incidente
sobre as empresas. Há ainda a tributação sobre o seu lucro (IRPJ e CSLL), que podem variar conforme o setor e o
faturamento.

Impacto setorial: no geral, indústria ganhadora e


serviços perdedores
40%
Arrecadação como % da receita ex-Simples do setor
35% (proxy para alíquota IVA)
30% Atual
25% IVA (27/13,5%)
20%
15%
10%
5%
0%
Construção
At. Técnicas
Água e Saneamento
Serviços Domésticos
At. Adm.
Ind. Extrativa
Transporte
Educação
Recreação
Saúde
Comércio
Telecom
Imob.
At. Financeiras
Adm. Pública
Agro
Eletricidade e Gás
Ind. Transformação
Alojamento e Alimentação

Fonte: Itaú, IBGE, Receita Federal

9 – Como a proposta se relaciona com o problema fiscal do país?


A reforma tributária, por um lado, prevê um custo fiscal para a União com os fundos de compensação de
benefícios fiscais e de desenvolvimento regional 4, mas, por outro, pode aumentar o crescimento potencial do
país, o que permite realizar um menor esforço fiscal para estabilizar a dívida pública como proporção do
produto.

Entre os fundos, somente o fundo de desenvolvimento regional é permanente, mas há um escalonamento dos
valores previstos. Somados, os valores alcançam R$ 40 bilhões em preços de 2023 (ou 0,3% do PIB) a partir de
2029 (ver tabela).

3 Inclui construção de edifícios (com regime específico, 40% do VA setorial) e obras de infraestrutura (sem diferenciação).
4 Há também a previsão do fundo de sustentabilidade e diversificação econômica do Estado do Amazonas com o objetivo de compensar eventuais
perdas de arrecadação do estado ou reduções da competitividade do benefício da Zona Franca de Manaus, mas os valores destinados serão
definidos em lei complementar à parte.

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Fundos da reforma tributária do IVA (PEC 45/19)


Fundo de Fundo de
Total compensação de desenvolvimento
benefícios fiscais regional
R$ bi R$ bi R$ bi
% PIB % PIB % PIB
2023 2023 2023
2025 8 0,1% 8 0,1% 0 0,0%
2026 16 0,1% 16 0,1% 0 0,0%
2027 24 0,2% 24 0,2% 0 0,0%
2028 32 0,3% 32 0,3% 0 0,0%
2029 40 0,3% 32 0,3% 8 0,1%
2030 40 0,3% 24 0,2% 16 0,1%
2031 40 0,3% 16 0,1% 24 0,2%
2032 40 0,3% 8 0,1% 32 0,3%
2033+ 40 0,3% 0 0,0% 40 0,3%

Para o crescimento econômico, as estimativas de outros trabalhos oscilam entre um ganho de PIB potencial
de longo prazo entre 0,5 e 1,1 p.p. por ano (ver tabela). A diferença entre as estimativas decorre principalmente de
diferenças metodológicas, que podem considerar ganhos de redução da fricção entre setores, insumos e produtos
(modelos de equilíbrio geral) ou melhoras institucionais (semi-estruturais). Além disso, esses estudos não foram
atualizados, ao menos até o momento, para a versão aprovada na Câmara, o que pode levar a alterações nos
resultados.

Estimativas de aumento do PIB com reforma do IVA


Ganho PIB
Nível PIB
a.a
Estudos Metodologia/hipóteses após 10
(base)
anos (base)
hip: linear

Ferreira, Delalibera, Gomes Equilíbrio geral com múltiplos setores com poder de
5% 0,5%
e Soares / EPGE (2022) mercado

Modelo semi-estrutural que captura hipóteses de (i)


melhora de índicador institucional (Business
Braulio Borges / IBRE-LCA
Regulations), (ii) menor dispersão de alíquotas do 11% 1,1%
(2020)
ICMS, (iii) gastos tributários, (iv) redução do custo do
investimento (preço relativo vs outros)

Equilíbrio geral computável (EGC) unificação de tributos


Domingues e Freire / UFMG
não-cumulativos; sem/com aumento de produtividade 8% 0,8%
(2020)
com base em Braulio Borges

Equilíbrio geral computável (EGC) dinâmico-recursivo,


com 68 atividades e 27 UFs e comércio global,
Oliveira / IPEA (2023) considera fricções e vínculos entre insumos e produtos, 5% 0,6%
mas não ganhos de produtividade por redução da
complexidade tributária

Considerando o custo atual previsto de 0,3% do PIB e um ganho de aumento de 0,5 p.p. do crescimento, o
efeito líquido para a situação fiscal do país é positivo (ver tabela com diferentes cenários). Com uma dívida
bruta em torno de 80% do PIB, a cada 0,5 p.p. de aumento de crescimento, o resultado primário necessário para
estabilizar a dívida recuaria 0,4 p.p. do PIB e mais que compensaria o aumento das despesas públicas de 0,3% do
PIB.

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Variação do primário que equilibra dívida de 80% do


PIB com PEC IVA (em p.p. do PIB)
Aumento PIB /
0,00% 0,30% 0,60%
Custo fundos
0,00% 0,0% 0,3% 0,6%

0,25% -0,2% 0,1% 0,4%

0,50% -0,4% -0,1% 0,2%

1,00% -0,8% -0,5% -0,2%

Por fim, vale notar que a reforma tem como diretriz geral a manutenção da carga tributária. Se, por um lado,
elevações não são desejáveis, dado que esta já é elevada para o nível de renda per-capita do país e principalmente
na tributação sobre o consumo (ver pergunta 6), por outro, o desequilíbrio fiscal ainda é significativo e não permite
reduções sem compensações e há alguma incerteza sobre o nível almejado de arrecadação pelo governo (ver
pergunta 10).

10 – É possível que a reforma gere um aumento da carga tributária?


A reforma obriga uma revisão anual das alíquotas de referência do IVA durante os anos de transição, visando
a manutenção da carga tributária. Esse comando diminui a chance de grandes erros de calibragem de
alíquota que já ocorreram no passado. Por exemplo, após a última mudança grande do PIS/Cofins, com a criação
do regime não cumulativo em 2003, a arrecadação acabou subindo 0,5% do PIB no primeiro ano de implementação.
No entanto, vale ressaltar que caberá à lei complementar definir qual o nível de carga tributária de referência e que,
nos últimos anos, houve uma série de desonerações tanto a nível federal quanto subnacional que podem ser
recompostas na forma de uma alíquota maior.

Claudia Bruschi e Pedro Schneider

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Macro Visão | 18 de julho de 2023

Anexo – Principais pontos da reforma tributária


Versão aprovada na Câmara

Instrumentos PEC 45/19 + Leis Complementares posteriores

Fusão de 5 tributos em IVA Dual (CBS federal + IBS subnacional) + imposto seletivo: IPI + PIS/COFINS + ICMS +
Impostos
ISS (~12% do PIB). Sem benefícios fiscais, a exceção dos explicitados

Regimes Tributários
Simples (opcional pro contribuinte) e Zona Franca de Manaus ;
Mantidos
(i) Cheia, (ii) reduzida em 60% e (iii) zero, a serem definidas em lei complementar, estabelecidas por resolução do
Alíquotas
Senado, com base em proposta do Min da Fazenda e regulamentação pelo TCU

(i) Educação ; (ii) Saúde e dispositivos médicos e de acessibilidade p/ PCDs ; (iii) Medicamentos e produtos de cuidados
básicos à saúde menstrual; (iv) Transporte Coletivo rodoviário, ferroviário, hidroviário urbanos, inclusive intermunicipal e
Setores com alíquota
interestadual; (v) Produtos e Insumos Agropecuários e Aquícolas; (vi) Alimentos ; (vii) Produtos de higiene pessoal ; (viii)
reduzida em 60%
produções artísticas, culturais , jornalísticas e audiovisuais nacionais ; (ix) bens e serviços relacionados a segurança e
soberania nacional, segurança da informação e cibernética ; (x) atividades desportivas

Para ambos tributos: (i) Transpor Coletivo rodoviário, ferroviário, hidroviário urbanos, inclusive intermunicipal e
interestadual; (ii) Medicamentos e produtos de cuidados básicos à saúde menstrual ; (iii) dispositivos médicos e de
acessibilidade p/ PCDs (iv) produtos hortícolas, frutas e ovos ; (v) produtos da cesta básica, definidos em lei
complementar ; (vi) atividades de reabilitação urbana de zonas históricas e de áreas críticas de recuperação e
Setores com alíquota zero
reconversão urbanística ; (vii) Produtor Rural PF ou PJ c/ receita a.a < R$ 3.6M e o produtor integrado rural
(agrossilvipastoril)
Para CBS federal: (viii) Educação Superior nos termos do Prouni ; (ix) serviços beneficiados pelo Perse (eventos) até
2027
(i) Monofásico para combustíveis e lubrificantes (ii) Base de cálculo, alíquota e sistema de crédito p/ serviços financeiros,
operações com bens imóveis (construção/incorporação/locação arrendamento), planos de saúde e concursos de
Setores com regime tributário prognósticos ; (iii) Compras governamentais não tem incidência de IVA, mas admitem créditos ; (iv) "tratamento
diferenciado adequado" ao ato cooperativo e sociedades cooperativas com hipóteses p/ não-incidência sobre operações ecom
cooperados e transferëncias dos créditos do imposto ; (v) hotelaria, parques de diversão, restaurantes e aviação regional
podem ter hipóteses de alterações de alíquotas e regras de creditamento

8 anos, iniciando em 2026, sendo 2 para Federal , alíquota teste subnacionais até 2028 e transição de 5 anos
iniciando em 2029 para 40% da alíquota
Transição Alíquota para Federal: 2 anos (2026 0.9% de alíquota em substituição ao PIS e 2027)
contribuintes Subnacional: 2026-28 0.1% de alíquota e 2029-32 com redução de 1/10 por ano das alíquotas de ICMS/ISS com redução
de benefícios fiscais na mesma proporção (benefícios de desenvolvimento regional renovados até 2032 e com redução
de 20% a.a a partir de 2029)

50 anos de 2029 a 2078 ; recolhimento e distribuição pelo Conselho Federativo (que delibera p/ Estados com
Transição E&M para maioria absoluta ou 60% da população do país e municípios com maioria absoluta) custeado (com
distribuição recursos de ressarcimento) pela União
origem p/ destino De 2029 a 2034: 10% destino e 90% origem
De 2035 a 2078: aumento de 1/45 (2.2 p.p.) de destino e redução origem

Temporário de 2025 a 2032 para PJs que usufruem de incentivos temporários de ICMS atualmente. Em valores
Fundo de Compensação pelo
de 2023 corrigidos pelo IPCA: 2025: R$ 8 bi ; 2026: R$ 16 bi ; 2027 R$ 24 bi ; 2028: R$ 32 bi ; 2029: R$ 32 bi ; 2030: R$
fim de benefícios fiscais
24 bi ; 2031: R$ 16 bi ; 2032: R$ 8 bi, mas União deve complementar recursos em caso de insuficiência

Fundo de Desenvolvimento Permanente a partir de 2029 e crescente até 2032


Regional Em valores de 2023 corrigidos pelo IPCA: 2029: R$ 8 bi ; 2030: R$ 16 bi ; 2031: R$ 24 bi ; 2032: R$ 32 bi ; 2033: R$ 40 bi

(i) IPVA: incidência s/ veículos aquáticos e aéreos e progressividade pelo impacto ambiental exceto aeronaves, tratores e
máquinas agrícolas
(ii) ITCMD: progressivo, regra p/ cobrança s/ herança no exterior ; não incidirá p/ instituições sem fins lucrativos
Outros Tributos (Patrimônio, /organizações assistenciais , instituos científicos
etc) (iii) IPTU: atualização da base de cálculo por decreto, a partir de critérios de lei municipal
(iv) Municípios e DF poderão instituir contribuição para iluminação pública
(v) Estados poderão instituir contribuição s/ produtos primários e semielaborados p/ investimento em infra e
habitação em substituição a fundos estaduais relacionados ao ICMS até 2043

(i) Cashback do IVA para pessoas físicas


(ii) Obrigação do governo a enviar (não necessariamente aprovar) proposta de reforma sobre a renda até 180 dias após
promulgação da PEC
Outros
(iii) Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Amazonas com aportes da União p/ compensar eventual
perda de receita ou como contrapartida à redução do diferencial competitivo da ZFM
(iv) Extensão da imunidade tributária p/ entidades religiosas, incluindo organizações assistenciais e beneficentes

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Macro Visão | 18 de julho de 2023

Pesquisa macroeconômica – Itaú


Mario Mesquita – Economista-Chefe

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