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Após governo apresentar

regulamentação, veja como a reforma


tributária deverá impactar o dia a dia
Linhas gerais da reforma foram aprovadas no ano
passado, e agora o governo enviou ao Congresso
pontos para serem mais detalhados.
Por g1 — Brasília

27/04/2024 11h09 Atualizado há 10 horas










O governo entregou ao Congresso na quarta-feira (24) um projeto de
regulamentação da reforma tributária. Nesse texto, o governo detalha
alguns pontos que constam na reforma, aprovada por deputados e
senadores no ano passado, mas que ficaram pendentes de
regulamentação posterior.
Agora, essa nova etapa da reforma precisa tramitar novamente por
Câmara e Senado antes de virar lei. Até lá, deve sofrer modificações em
relação ao texto original apresentado pelo governo.
Com o texto aprovado no ano passado e o projeto apresentado nesta
semana, já é possível ter uma ideia mais definida do que a reforma deve
representar para o país.
É comum as pessoas se perguntarem se ela vai baixar preços, diminuir
impostos e facilitar a vida do consumidor e do empresário. Por se tratar
de um tema complexo e com muitas variáveis envolvidas, as respostas
nem sempre são simples e diretas. Mas o detalhamento divulgado nos
últimos dias mostra um cenário cada vez mais completo.
Veja abaixo o que muda em relação a hoje e os possíveis efeitos no dia a
dia:
Unificação de impostos
A proposta de emenda à Constituição (PEC) já aprovada no Congresso
prevê unificar impostos sobre o consumo em dois:

▶️A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): terá gestão federal e vai
unificar IPI, PIS e Cofins;

▶️O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): terá gestão compartilhada entre
estados e municípios, unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal).
O que muda:
Esses impostos não serão cumulativos, ao contrário do que acontece hoje.
Não ser cumulativo significa que, ao longo da cadeia de produção de um
item, o imposto vai ser pago apenas uma vez, e não em cada etapa. Hoje,
o distribuidor, quando compra do produtor, paga imposto. Depois, o
distribuidor vende para o consumidor, que paga imposto em cima do
valor já pago na etapa anterior, encarecendo a quantia final. Isso vai
acabar.
Efeito no dia a dia:
De acordo com a equipe econômica do governo, a unificação dos
impostos vai simplificar o modelo tributário do Brasil, hoje considerado
caótico. Essa simplificação, ainda segundo o governo, junto com a não
cumulatividade, tende a baratear custos e eliminar distorções do sistema.
O efeito esperado é que as empresas lucrem mais e o consumidor pague
menos pelos produtos.
Mas ainda não foi definido o valor total dos dois impostos sobre o
consumo que vão unificar os demais. O governo calcula que deverá ser
algo em torno de 26%, para manter a carga tributária atual.
É bom lembrar que haverá uma transição gradual, a partir de 2026 do
modelo atual para o modelo com os dois impostos, que só será
totalmente implementado em 2033.
Os preços vão baixar?
Se esses impostos totalizarem mesmo uma alíquota de 26%, significa que
alguns produtos que hoje pagam menos imposto que isso passarão a
pagar mais. Também haverá o cenário contrário: itens que hoje pagam
mais e passarão a uma alíquota menor.
Mas ainda não é possível dizer que a reforma vai baratear ou encarecer
itens. O governo entende que os efeitos positivos da reforma
(simplificação do modelo tributário, fim da cumulatividade, maior
transparência nas cobranças) vai dinamizar a economia como um todo e
melhorar o poder de compra.
Assim, mesmo os produtos que passarão a ser tributados com uma
alíquota maior seriam beneficiados com os efeitos da reforma e, em tese,
não devem encarecer, ainda segundo o governo. Mas esses efeitos só
poderão ser verificados mesmo na prática, quando o novo modelo passar
a valer.
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Regulamentação da reforma tributária chega num momento de


cobranças do Congresso

Cashback para famílias mais pobres


Na regulamentação enviada ao Congresso, o governo detalha um sistema
de cashback para famílias mais pobres. Assim, elas teriam devolução de
impostos na compra dos produtos.
No texto, a equipe econômica recomenda que isso seja feito para famílias
com renda de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 706, no valor atual).
Isso, segundo o governo, abrangeria 73 milhões de pessoas.
Os percentuais seriam os seguintes:
 gás de cozinha: devolução de 100% da CBS (federal) e 20% do IBS
(estadual/municipal);
 luz, água e esgoto: devolução de 50% da CBS e 20% do IBS;
 os demais produtos: devolução de 20% da CBS e do IBS.
Isso também vai ser de implementação gradual, entre 2026 e 2

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