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DIREITO TRIBUTÁRIO II – PROCESSO TRIBUTÁRIO

ATIVIDADE AVALIATIVA: ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

DOCENTE: BRUNO TORQUETE

DISCENTE: MARIA GABRIELA MOREIRA DE OLIVEIRA

MATRÍCULA: 1495641

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

I – Introdução.
De início, à título de informação somente, o que é
Tributo?
De acordo com o artigo 3º do Código Tributário
Nacional, em resumo, tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.

“ Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária


compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada. ”

Diante disso, no que se refere ao tributo, pode-se


definir como a transferência de riqueza do cidadão ao Estado.

Portanto, formalização de determinada obrigação


tributária é documentada, formalizada e, por conseguinte, materializado
através do denominado lançamento tributário, o qual é o procedimento de
formalização da obrigação.

II - ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS.
Diante da breve síntese acerca da qualificação de
Tributo, necessário se faz ainda, evidenciar que os tributos possuem classes, e
essas classificações das espécies tributárias são feitas por dois ramos distintos
do direito, Direito Tributário e Direito Constitucional.

A Constituição Federal, em seus artigos 145, 149,


149-A, classifica os tributos pela Pentapartição (impostos, taxas, contribuições
de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais), já o Código
Tributário Nacional, em seu artigo 5º, segue a teoria da Tripartição (impostos,
taxas e contribuições de melhoria).

A diferenciação das espécies tributárias é


estabelecida pelo Código Tributário Nacional, sendo o elemento diferenciador o
fato gerador como visto elemento necessário e suficiente para o surgimento de
uma obrigação tributária.

De acordo com o art. 4º do Código Tributário


Nacional:

“A natureza jurídica específica do tributo é


determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a
denominação e demais características formais
adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da
sua arrecadação”.

Não obstante, em geral, pode-se dizer que o tributo


é um gênero, e que existem cinco espécies de tributos, de acordo ao que é
citado na Constituição Federal de 1988. Do texto constitucional pode-se
extrair os seguintes conceitos:

 Imposto: cobrado em razão de signos de


capacidade contributiva, como “auferir renda”,
sendo vedada a sua vinculação, bem como do valor
arrecadado, a qualquer órgão, fundo ou despesas;

 Taxas: possuem justificação no poder de


polícia ou utilização efetiva ou potencial de serviços
públicos específicos e divisíveis.
 Contribuições: divididas em contribuições
sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou
econômicas, sendo o produto de sua arrecadação
vinculado a determinadas despesas.

 Contribuições de melhoria: decorrente de


obras públicas;

 Empréstimo compulsório: instituído para as


despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidades públicas, guerra ou sua iminência;

II. 1 – IMPOSTOS.

Imposto é uma espécie tributária, qual está prevista


no texto constitucional, em seu artigo 145, I, com definição expressa no artigo
16 do Código Tributário Nacional:

“Imposto é a modalidade de tributo que tem por fato


gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal”.

“é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma


situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte”.

Ou seja, o Imposto é o tributo mais importante no


sistema brasileiro, pois incide independentemente de qualquer contrapartida
ao contribuinte. Entre os principais impostos do país, podemos citar:

 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e


sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
(ICMS): incide sobre a circulação de mercadorias e
as prestações de serviços de transporte
interestadual, intermunicipal e de comunicação;
 Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA): incide sobre a propriedade de
veículos, devendo ser pago anualmente;

 Imposto sobre a Propriedade Predial e


Territorial Urbana (IPTU): é de competência dos
municípios e incide sobre a propriedade predial e
territorial urbana, tendo por fato gerador a
propriedade;

 Imposto sobre a Renda e Proventos de


Qualquer Natureza (IR – pessoa física e jurídica):
incide sobre o acréscimo patrimonial, decorrente do
produto do capital, trabalho, da combinação de
ambos e de proventos de qualquer natureza;

 Imposto sobre Operações de Crédito (IOF):


incide sobre as operações de crédito, câmbio e
seguro ou afins;

 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza


(ISS): tem como fato gerador a prestação de serviços
constantes em uma lista anexa à Lei Complementar
nº 116/2003.

 ITCMD: imposto que incide sobre as doações


e transmissão causa mortis, decorrente de
heranças.

II.2 - TAXAS.

Taxa é uma modalidade de taxa de serviço na qual a


atividade estatal específica é a prestação de um determinado serviço público, o
qual é o fator gerador deste tributo.

Conforme definição disposta no artigo 145, inciso II


da Constituição Federal, e artigo 79 do Código Tributário Nacional, tal redação
é passível da seguinte análise sobre alguns aspectos: necessidade de serviço
público; serviço específico e divisível; utilização potencial ou efetiva.

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia
ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição; ”

“Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo


77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer
título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização
compulsória, sejam postos à sua disposição mediante
atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em
unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou
de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização,
separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários. ”

Sendo assim, para que ocorra a instituição de taxas


de serviços é imprescindível estar diante de determinado serviço público
específico ou divisível, destarte, para a ocorrência deste tributo o serviço deve
ser prestado de maneira individualizada, com possibilidade de determinação
dos usuários, mesmo de maneira potencial, bem como mensuração individual
de utilização.
Mais uma vez, acordo com o artigo 77 do Código
Tributário Nacional, taxa é um tributo “que tem como fato gerador o exercício
regulador do poder de polícia, ou a utilização efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível”.

“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados,


pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito
de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
posto à sua disposição. ”

Ainda, com o fito de melhor evidenciar as


qualificações das taxas, segue algumas das principais classificações:
 Taxa de fiscalização e funcionamento,
cobrada anualmente pelas prefeituras de diversas
cidades sobre a verificação potencial de regularidade
das empresas;
 Taxa de Emissão de Documentos (níveis
municipais, estaduais e federais): como por
exemplo, para emissão de Carta de Identidade, CPF
e RG;

 Taxa de Licenciamento Anual de Veículo: esta


taxa é cobrada para gerar, anualmente, o novo
documento do veículo;

 Taxas do Registro do Comércio (Juntas


Comerciais): taxa cobrada para registro do Contrato
Social de uma empresa, por exemplo.

A Constituição Federal estabelece a possibilidade de


cobrança de taxas pela utilização efetiva ou potencial do serviço público
específico e divisível, em relação à expressão efetiva somente arcará com a
taxa quem realmente utilizar o serviço. Todavia, a utilização potencial significa
que determinados serviços se satisfazem somente através de sua
disponibilização.

II. 3 – CONTRIBUIÇÃO.

Podendo ser denominada também por Contribuições


Sociais, estas contribuições visam custear as atividades estatais no campo
social que, geralmente, são atividades relacionadas à educação, previdência,
assistência e a saúde.

Nesse campo estão compreendidas todas as


atividades de cunho social, definidas no artigo 193 da Constituição Federal.

“Art. 193. A ordem social tem como base o primado


do trabalho, e como objetivo o bem- estar e a justiça
sociais. ”
Em suma, as contribuições são tributos com
destinação específica. Isso significa que eles foram criados para financiar
determinados custos, como por exemplo:

 CIP: é a contribuição destinada à iluminação


pública e o tributo é cobrado diretamente na conta
de energia elétrica;
 Contribuição Sindical Laboral: é a
contribuição destinada aos sindicatos de cada
classe e o tributo é cobrado diretamente na folha de
pagamento do colaborador.

II. 4 – CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA.

Esta espécie de tributo está prevista no artigo 145,


inciso III da Constituição Federal, bem como nos artigos 81 e 82 do Código
Tributário Nacional, que aduzem:

“A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos: III
- contribuição de melhoria, decorrente de obras
públicas”;

“Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela


União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de
obras públicas de que decorra valorização imobiliária,
tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado”;

“Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria


observará os seguintes requisitos mínimos:
I - Publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser
financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da
valorização para toda a zona ou para cada uma das
áreas diferenciadas, nela contidas;
II - Fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias,
para impugnação pelos interessados, de qualquer dos
elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de
instrução e julgamento da impugnação a que se refere
o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação
judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será
determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a
que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis
situados na zona beneficiada em função dos
respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada
contribuinte deverá ser notificado do montante da
contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento
e dos elementos que integram o respectivo cálculo. ”

A contribuição sobre melhoria é um tributo


indiretamente vinculado. O fato gerador deste tributo possui vínculo indireto
sobre determinada atividade estatal, tendo como requisitos necessários para
sua existência à realização, como por exemplo, de uma obra pública, bem
como pela valorização imobiliária em decorrência da respectiva obra.

A competência para a criação da contribuição por


melhoria caberá ao ente federativo responsável pela obra, por exemplo, se
estamos diante de uma obra estadual a competência das contribuições caberá
ao Estado. Conforme o art. 81 do Código Tributário Nacional a contribuição
por melhoria deverá acatar dois parâmetros: o individual e o global.

II. 5 – EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS.

Empréstimo Compulsório é uma espécie de tributo


de competência federal que não possui prévia definição do fator gerador da
obrigação.
Tal informação está constitucionalmente prevista no
artigo 148:
“Art. 148. A União, mediante lei complementar,
poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias,


decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter


urgente e de relevante interesse nacional, observado
o disposto no art. 150, III, b.

Parágrafo único. A aplicação dos recursos


provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Neste diapasão, pode ser citado como exemplo desse
tributo os empréstimos compulsórios, o evento ocorrido, que fora realizado
durante o Plano Collor, em que as poupanças dos brasileiros foram
confiscadas como um empréstimo ao governo. Como é possível notar, é um
tributo pouco usual e altamente impopular.

Cabe ainda ressaltar que não há tributação sem fato


gerador, porém, de acordo com a legislação, este ocorrerá posteriormente
através de lei complementar. As receitas auferidas pelo respectivo tributo
obrigatoriamente devem ser utilizadas nas hipóteses autorizadoras descritas
no art. 148, incisos I e II da Constituição Federal.

Obrigatoriamente, esses recursos, quais


arrecadados pelos empréstimos compulsórios deverão ser ressarcidos ao
sujeito passivo.

Destarte, a lei instituidora deve prever a forma e o


momento da devolução dos valores, em dinheiro e, ao menos, correção
monetária. Compete a União à definição do momento tempo, parcelas e demais
elementos para o ressarcimento.
REFERÊNCIAS:

https://trilhante.com.br/curso/sistema-tributario-nacional/aula/tributos-e-
espe-cies-tributa-rias-2

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília-DF. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.ht
m>. Acesso em 13 ago. 2018.

Código Tributário Nacional (CTN). Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.


Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília-DF. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm>. Acesso em 13 ago.
2018.

CHIMENTI, Ricardo Cunha; PIERRI, Andréa de Toledo. Teoria e Prática do


Direito Tributário. 3ª ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva, 2012.

AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 12ª ed., rev. atual. São Paulo:
Saraiva, 2006.

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