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DIREITO CIVIL – SUCESSÕES

ATIVIDADE AVALIATIVA: PETIÇÃO DE HERANÇA

DOCENTE: BOLESLAU ANTONIO DE ABREU E DORADA

DISCENTE: MARIA GABRIELA MOREIRA DE OLIVEIRA

MATRÍCULA: 1495641

PETIÇÃO DE HERANÇA

A petição de herança é uma ação onde um verdadeiro herdeiro


pode mover contra o aparente ou o possuidor de sua possível herança, caso ele
não tenha sido incluso o no processo de inventário e partilha, por não ter
recebido os bens aos quais tem direito. Após a abertura da sucessão, a
herança se faz automaticamente aos herdeiros legítimos e testamentários
estando estes presentes ou não, tendo ou não conhecimento da morte do autor
da herança.

A petição de herança ainda que venha ser feita por um único


herdeiro, compreenderá todos os bens hereditários, pois, de acordo com o que
fiz o professor Flávio Tartuce, a herança, antes da partilha, constitui um bem
indivisível e, havendo a citada devolução, o possuidor da herança está
obrigado à restituição dos bens do acervo, sendo fixada a sua responsabilidade
segundo a sua posse, se de boa ou má-fé.

De acordo também com o que resguarda o Código Civil, mais


precisamente em seu artigo 1.827, o herdeiro pode demandar os bens da
herança, mesmo em poder de terceiros, sem prejuízo da responsabilidade do
possuidor originário pelo valor dos bens alienados. Contudo, caso os herdeiros
aparentes tenham efetuado venda de bens a terceiros de boa-fé e nos casos de
pagamento de legados de boa-fé, estes não estão obrigados a pagar o valor
equivalente ao verdadeiro sucessor.
A ação de petição da herança pode ainda, vir cumulada a outra
ação, como, por exemplo, a ação de nulidade do testamento ou do inventário.
Questão controvertida, como se observa da doutrina, é saber até que ponto
poderá ir direito do herdeiro que exerce a petição da herança contra o herdeiro
aparente, se este, de boa-fé, ou perante terceiro de boa-fé, alienou o bem
hereditário.

Se a alienação fora a título gratuito entende-se que a restituição


alcança o terceiro, se a alienação tivera como causa negócio jurídico oneroso,
caberá ao herdeiro, vencedor na petição de herança, exigir do herdeiro
aparente a transferência do que ele houver percebido com a alienação.

Entendido então também é que, a ação de petição de herança não


pode ser ajuizada em face do herdeiro aparente que, de boa-fé, houver pago
um legado, com a intenção de ter o bem restituído ao acervo hereditário, sendo
ainda, todos estes procedimentos, realizados dentro do prazo prescricional.

Quanto ao prazo prescricional para a sua propositura, tem-se a


Súmula 149 do STF: “é imprescritível a ação de investigação de paternidade,
mas não o é a de petição de herança”.

Com a vigência do Código Civil de 2002, o artigo 205 trouxe o


prazo prescricional de dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor,
tendo como termo inicial a abertura da sucessão, que se dá pela morte, já, em
outros determinados julgamentos realizados por parte do STJ, ficou decidido
que que a ação de petição de herança terá início com o trânsito em julgado da
ação de reconhecimento de paternidade, superando o entendimento sumulado
pelo STF.

Portanto, fica claro que essa questão não tem um entendimento


pacífico dentro do Superior Tribunal de Justiça, haja vista os fortes
argumentos de cada posição.

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