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E-BOOK 2 – REFORMA TRIBUTÁRIA 2

Introdução
Dando continuidade ao seu compromisso de manter seus
associados e a população brasileira bem informada sobre assuntos
de importância nacional, a ABIMAQ (Associação Brasileira da
Indústria de Máquinas e Equipamentos) preparou mais este material
objetivando apresentar e esclarecer quais as propostas que estão em
discussão no Congresso Nacional, suas diferenças, pontos positivos
e pontos de atenção.

Esse e-book traz informações relevantes e se propõe a auxiliar


oferecendo uma visão geral sobre a Reforma Tributária.

A ABIMAQ espera que seu conteúdo ajude no entendimento das


propostas e na percepção de como nosso país e nossa economia
necessitam dessa reforma.

Aproveite a leitura.
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As principais propostas

Atualmente, 3 propostas tramitam no Congresso Nacional. Duas Propostas de Emenda


Constitucional (PEC) e um Projeto de Lei (PL).

PEC
45/2019
PEC
110/2019
Apresentada pela Câmara
Apresentada pelo Senado
dos Deputados, de autoria
Federal, cujo relator é o
do Deputado Federal
Senador Roberto Rocha.
Baleia Rossi.

PL
3887/202
Apresentada pelo Governo
Federal, e desenvolvida pelo
Ministro Paulo Guedes.

O que as 3 propostas têm


em comum?
Simplificar a cobrança e manter a carga de contribuição atual.

Antes de detalhar cada uma das propostas apresentadas, é importante destacar o que todos
os textos têm em comum e ressaltar que eles são a base da nova proposta que está sendo
desenvolvida e analisada na Comissão Mista.

Todas usam como norte o sistema em vigor em vários países, de tributação do tipo IVA
(Imposto sobre Valor Agregado), porém com nomenclaturas distintas. O Imposto sobre
Bens e Serviços ou IBS figura nas PECs 45 e 110, enquanto o CBS (Contribuição Social sobre
Operações com Bens e Serviços) aparece no Projeto do Governo.
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As PECs seguem mais à letra esse modelo, unificando os principais tributos sobre consumo,
enquanto o PL, com uma abrangência mais modesta, seria apenas a primeira de três etapas
pensadas pelo governo. As próximas duas deveriam ser apresentadas ainda esse ano.

O grande denominador comum entre as propostas é a simplificação de um sistema


tributário caótico que temos hoje. A meta principal é melhorar a competitividade dos setores
da economia e tornar o sistema menos regressivo, reduzindo a tributação sobre o consumidor
de baixa renda e dando condições ao crescimento sustentado da economia.

Continue a leitura para entender como cada proposta se difere e o que se espera com
a proposta da Comissão Mista.

Pontos
Positivos

Redução da cumulatividade:
adoção do direito ao creditamento amplo (crédito financeiro) no IBS e eliminação
de tributos cumulativos (ISS)

Restituição ágil de saldos credores do IBS:


prazo de 60 dias e tributação no destino

Redução do custo tributário sobre investimentos:


creditamento imediato do IBS proveniente das aquisições de bens para
o ativo fixo e extinção do ISS

Redução da substituição tributária:


restrita a poucos produtos no IBS

Aumento da transparência do sistema tributário:


cálculo “por fora” no IBS, fim da incidência de um tributo sobre o outro, crédito
financeiro no IBS e extinção do ISS

Tributação no estado de destino:


inibe guerra fiscal
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Simplificação do sistema tributário:


substituição de cinco tributos incidentes sobre bens e serviços por apenas dois
(IBS e Imposto Seletivo), crédito financeiro no IBS e fim da incidência de um
tributo sobre o outro

Legislação e regulamento do IBS unificados:


nacionalmente

Maior equilíbrio na distribuição da carga tributária:


entre setores econômicos: alíquota uniforme do IBS

Período de transição:
permite correções na calibragem da alíquota, o que dá maior segurança quanto
à não elevação da carga tributária global. A transição também mantém ativos
os atuais incentivos fiscais do ICMS e suaviza o ajuste nos preços relativos
nesse período

Carga Tributária no
modelo atual
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Alíquota Uniforme
da PEC 45/2019

PEC
45/2019
Pontos
de Atenção
Necessidade de prever na Constituição Federal
principais características do IBS (ISS)
Tratamento dado à Zona Franca de Manaus

Manutenção do IOF

restrita a poucos produtos no IBS

Falta de definição de instrumentos para o


Desenvolvimento Regional
Necessidade de garantir que o Imposto Seletivo não
incida sobre insumos
Aproveitamento dos saldos credores dos
tributos extintos
Tratamento dado às empresas do Simples Nacional
que optarem pelo IBS
Aumento de custos com a convivência de dois
sistemas no período de transição
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Pontos
Positivos

Adoção de um IVA (Imposto sobre valor agregado) ou IBS (Imposto


sobre Bens e Serviços): permite que as empresas se organizem de acordo
com o que é mais produtivo

Legislação única para União, estados e municípios: fim das múltiplas


legislações e alterações.

Fim da diferenciação entre bens e serviços, com alíquota unificada:


mais segurança para as empresas, que irão se organizar da forma mais
produtiva

Não onera exportações e investimentos: incentivo às exportações e ao


investimento no país

Crédito financeiro: interpretação simples, clara e objetiva do que gera


crédito

Adoção do princípio do destino: redução das diferenças regionais

Sem benefícios fiscais: os incentivos para se produzir e criar empregos


devem ser feitos com base na análise das potencialidades regionais e de
custo benefício de diferentes projetos
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PEC
110/2019
Pontos
de Atenção

Criação de dois IBS (Federal e Subnacional) pode exigir apurações diferentes


a depender das regras estabelecidas nas leis complementares

Possibilidade de alíquotas diferentes entre bens e serviços tende a reproduzir atual


distribuição desigual da carga tributária

Possibilidade de incentivos fiscais para determinados bens e serviços implica em


maior oneração para bens e serviços não incentivados

Reprodução de incentivos fiscais atuais transfere complexidade ao IBS

Crédito presumido correspondente à parcela da contribuição patronal ao INSS


para setores intensivos em mão de obra distorce o tributo sobre valor adicionado

Autonomia administrativa, financeira e orçamentária das administrações tributárias


tende a elevar o custo com esses órgãos
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PL
3887/202
Pontos
Positivos

Redução da cumulatividade:
adoção do direito ao creditamento amplo (crédito financeiro) na CBS

Aumento da transparência:
cálculo “por fora” na CBS e eliminação do ICMS e ISS de sua base de cálculo

Simplificação:
adoção do “crédito financeiro”, incidência apenas sobre as receitas operacionais
e redução do número de regimes especiais

Redução de distorções nas condições de concorrência:


redução do número de regimes especiais e desonerações

Maior equilíbrio na distribuição da carga entre os setores:


adoção de uma alíquota padrão, de 12%, para quase todos os bens e serviços
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PL
3887/202
Pontos
de Atenção

Ausência de prazo para a restituição dos créditos:


estabelecer prazo máximo para a restituição dos saldos credores, para evitar o acúmulo

Falta de clareza quanto à restituição dos créditos na fase pré-operacional:


a completa desoneração dos investimentos e o fim de regimes especiais dependem
fundamentalmente desse ponto

Recalibragem da alíquota em caso de aumento de carga tributária:


deixar explícito que não pode haver aumento da carga tributária global, com a adição
de dispositivo que determine a revisão da alíquota, caso se observe aumento ou
redução da carga

Regime monofásico dos combustíveis:


por não gerarem crédito e representarem importante insumo para as empresas, esse
regime impede uma redução mais expressiva da cumulatividade

Prazo de recolhimento incompatível com o fluxo de caixa das empresas:


prazo de pagamento precisa ser alongado para reduzir o custo de capital de giro
das empresas

Tratamento das empresas optantes pelo Simples Nacional:


dar opção de recolhimento da CBS pelo sistema de débito e crédito
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Os impactos esperados
na economia

Estima crescimento adicional do PIB, acumulado até 2033, de 5,42%


(alíquota de 25% e transição de 10 anos), 1,73% (alíquota de 26,9% e
transição de 6 anos) e 1,95% (alíquota de 26,9% e transição de 10 anos).
A Reforma Tributária também produziu resultado positivo para o emprego,
embora os ganhos sejam pequenos.

seria levemente menos regressivo que o modelo atual, no qual as


alíquotas podem ser diferenciadas.
Redistribuição de R$ 25 bilhões dos estados/DF mais ricos para os mais
pobres e de R$ 30 bilhões em benefício dos municípios mais pobres
e populosos.

Estudo de simulação dos impactos macroeconômicos, setoriais e


distributivos da PEC 45 encomendado pelo Ccif (Centro de Cidadania
Fiscal) feitos a partir do modelo de Equilíbrio Geral Computável (EGC)
identificou que a maioria dos setores será favorecido pela Reforma

em termos de aumento da produção.

out/2020
Sem considerar os efeitos relacionados aos ganhos de produtividade,
entre os setores da indústria de transformação com maiores ganhos
está o de máquinas e equipamentos mecânicos com ganho médio
no nível de atividade de 14%.

https://ccif.com.br/wp-content/uploads/2020/10/CCiF_NT_Impactos.pdf

Nota técnica - Impactos macroeconômicos estimados da proposta de reforma tributária consubstanciada na PEC 45/2019,
de Bráulio Borges. Estudo prevê que as mudanças propostas pela Reforma tributária, aos moldes da PEC 45, resultariam em
um aumento do PIB potencial do Brasil de 20,2% em 15 anos em razão do aumento da produtividade total dos fatores e do
aumento dos investimentos em ativos fixos, que gerariam uma elevação do estoque de capital de 12,0% em 15 anos.

https://ccif.com.br/wp-content/uploads/2020/06/Nota_Tecnica_Reforma_PEC45_2019_VF.pdf
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A Comissão Mista
Com o objetivo de unificar os projetos e apresentar um texto único foi criada uma Comissão
Mista formada por 25 Deputados e 25 Senadores.

A ideia é que todo o processo de unificação do texto seja feito o mais breve possível para que
a propostas finais possa seguir para os próximos passos.

Independente de como seja a proposta final da reforma, o importante é que ela esteja baseada
nesses 5 pilares: Simplificação, Equidade, Neutralidade, Transparência e Justiça. E que tenha
como foco melhorar a vida da população brasileira e impulsionar a economia.
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SOBRE A ABIMAQ
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos atua no setor
há mais de 80 anos em favor do fortalecimento da Indústria Nacional, mobilizando
o setor, realizando ações junto às instâncias políticas e econômicas, estimulando
o comércio e a cooperação internacionais e contribuindo para aprimorar seu
desempenho em termos de tecnologia, capacitação de recursos humanos e
modernização gerencial.

Acesse: www.abimaq.org.br
Para esclarecimento de dúvidas, consulte:
Departamento de Marketing - (11) 5582-5760 / marketing@abimaq.org.br

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