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PROCESSO LEGISLATIVO

 Se o presidente veta, envia em 48h para o CN (Presidente do Senado recebe, pois é o presidente do CN).
 Recebido o veto, o CN deverá se reunir em sessão conjunta dentro de 30 dias (aqui são dias seguidos, para o PR é que
são 15 dias úteis).
 Se o CN perder esse prazo, ficam sobrestadas as pautas do CN (trava a pauta dele até ele deliberar sobre o veto).
 A análise dos vetos não precisa ocorrer cronologicamente no CN
 CN mantém o veto ou derruba o veto
 CN não pode mexer no veto, nas justificativas, ou eles concordam ou discordam (quórum de maioria absoluta em
sessão conjunta – então, mesmo que estejam reunidos, você computa separado os votos dos deputados e dos
senadores)
 Se derrubar o veto, a próxima etapa é a promulgação da lei. NUNCA ESQUEÇA DE QUE A PRIMEIRA PREFERÊNCIA
PARA PROMULGAÇÃO É DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, então mesmo aqui o CN vai enviar para ele na tentativa de
deixar ele promulgar. Provavelmente não vai promulgar porque é uma derrota política para ele, aí passa para o PR do
Senado e Vice-Presidente do Senado.
 Promulgação: ato solene de reconhecimento de que uma nova lei surgiu. Prazo de 48h.
 A promulgação das leis é de competência privativa do PR da República (só se ele não fizer é que o PR do Senado o
fará).
 Quem promulga emenda? A Mesa da Câmara e a Mesa do Senado
 Depois da promulgação, temos a publicação.
 Emenda não tem vacacio legis, pois é Constituição, então aplica-se imediatamente (só terá vacacio se a própria
Emenda assim disser).
 Sanção e veto são irretratáveis
 Se, na lei, o presidente sanciona algumas partes e veta outras expondo motivos, mas uma parte ele não fala nada.
Tivemos, então, um veto parcial e o último item, que ele não disse nada, é uma sanção, pois o veto é sempre expresso.
 Presidente não pode vetar num dia e no dia seguinte dizer que na verdade se enganou e queria sancionar, isso porque
sanção e veto são irretratáveis.
 Se o veto presidencial não for mantido pelo Congresso, o projeto será promulgado pelo Presidente da República e se
ele não promulgar em 48h, aí sim será promulgado pelo Presidente do Senado.

PROCESSO LEGISLATIVO ABREVIADO


 É votado em comissão
 Não é qualquer projeto que pode ser votado no abreviado, somente Lei Ordinária
 Não cabe para emenda, não cabe para lei complementar, CABE SOMENTE PARA LEI ORDINÁRIA
 Cada casa decide quais leis ordinárias irão para o processo legislativo abreviado
 Basta requerimento de 1/10 da Casa Legislativa para retirar o projeto de lei da votação do processo legislativo
abreviado e levar para o plenário

PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO


 Ocorre quando o PR da República envia projeto de lei ao Congresso solicitando urgência na apreciação
 O Processo Sumário Constitucional ocorre somente quando o projeto é do Presidente da República. No entanto, não
há impedimento para que se criem outras urgências sumárias (as Casas do Congresso podem criar outras urgências).
 A urgência depende daquilo que o PR achar que é urgente
 Os projetos de código (lei ordinária ou lei complementar que desenvolvem um assunto de modo amplo) não podem
ser objeto de urgência
 Não precisa ser de iniciativa privativa do presidente, basta que seja de iniciativa dele
 Como o processo é de iniciativa do PR, a Casa Iniciadora será a Câmara dos Deputados

- A casa iniciadora será a Câmara e a casa Revisora será o Senado


- Chegou na casa? Passa por comissões, podendo a casa aprovar, rejeitar ou alterar o projeto. A Casa tem 45 dias
para fazer o que for. Maioria simples.
- Aí passa para a casa Revisora, que também pode aprovar, denegar ou alterar, também em 45 dias.
- Se a casa revisora emenda o projeto, encaminha a emenda do projeto à casa iniciadora (que pode aprovar ou
denegar), mas aqui são 10 dias.
- O prazo total de análise será de 45 dias numa casa + 45 dias na outra + 10 dias se houver emenda na casa revisora
(totaliza 100 dias). Se não houver emenda na casa revisora, será 90 dias no total.
- Esses prazos ficam suspensos durante o período de recesso parlamentar (então na prática pode passar de 100
dias).
- A casa que descumprir quaisquer dos prazos (45 ou 10 dias), sofrerá o sobrestamento de sua pauta de outros
projetos de leis ordinárias (sobrestamento é do processo comum, aquilo que for especial, continua!). Então, se
houver medida provisória, ela passa na frente desse processo com urgência do PR.
 Mesmo que o projeto seja enviado e aprovado nas duas Casas, sem nenhuma alteração no texto legal, o PR pode
vetar (pode fazer veto total – e ainda alegar que é contrário ao interesse público, mesmo que ele seja o autor).
 Mesmo que aprovado o projeto de lei pelas casas e sancionado pelo PR, ele pode, daqui 02 semanas, arguir
declaração de inconstitucionalidade sobre essa lei.

PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL – LEI COMPLEMENTAR


 Leis complementares tratam de assuntos reservados pelo próprio texto da Constituição (espalhados pela CF)
 Estados não podem inovar nesse sentido, ou seja, somente a CF pode separar matéria para ser disciplinada por LC.
Segundo o STF, CE não pode disciplinar assunto para ser tratado por Lei Complementar Estadual.
 É inconstitucional a previsão em Constituição Estadual de assunto de Lei Complementar
 O quórum para aprovar a lei complementar é mais alto (maioria absoluta – 257 votos na câmara e 41 votos no
senado, não importa quantos estejam presentes. Leva em consideração o total de membros das casas) que o quórum
da lei ordinária (maioria simples – 50% + 01 – tem que estar presente a maioria absoluta dos membros para daí ter a
maioria simples. Então, por exemplo, preciso de 257 presente para daí ter 50%+01 desse valor presente).
 Se você tem a votação de uma lei ordinária na câmara, precisaria de 257 presentes, pelo menos. Ok, digamos que
tinha 400 presentes dos 513 totais. Desses 400, 200 tiveram abstenção, 50 votaram não e 150 votaram sim. Esse
projeto de lei foi aprovado? Foi porque tivemos a maioria absoluta dos presentes, você elimina as abstenções e 150
votaram a favor (dá mais que 50%+01 – maioria simples).
 Agora, ainda no exemplo acima, se você tivesse 400 presentes dos 513, com 300 abstenções, 20 votaram não e 80
votaram sim. O projeto de lei seria aprovado? Sim porque 80 foi a maioria.
 Mesma coisa: 400 presentes, 395 abstenções, 2 votos não e 3 sim. Projeto de lei aprovado, pois você consegue
aprovar uma lei ordinária com apenas um voto. O grande lance da maioria simples é que basta 1 voto a mais para
ganhar, basta a maioria dos votos.
 Lei complementar não importa quantos presentes tenha, você precisa de 257 votos na câmara e 41 no senado.
 O quórum só vai fugir à regra quando a CF assim estabelecer expressamente
 CESPE: considerando que não há abstenções, é correto afirmar que um projeto de lei ordinária só será aprovado com
menos votos que um projeto de lei complementar quando nem todos os parlamentares estiverem presentes.
Gabarito: correto, pois se não houver abstenções (ou seja, se presentes os 513), precisarei de 257 votos para votar a
lei ordinária (igual à lei complementar, nessa situação).
 Quando a lei ordinária trata de assunto próprio de lei complementar, a LO será inconstitucional (formal – erro no
processo legislativo, pois o conteúdo pode estar perfeito).
 Agora, se a lei complementar tratar de assunto de lei ordinária, a LC será constitucional (quem pode mais, pode
menos – teremos uma lei formalmente complementar e materialmente ordinária).
 PR quis criar novo regime jurídico para os servidores federais e criou a LC 400 (o assunto dela não é próprio de LC, é
próprio de LO). Será inconstitucional? Não, pois quem pode mais, pode menos.
 Se depois o PR cria novo regime jurídico retirando alguns direitos já criados, o novo regime jurídico precisa ser uma
LC também? Não, basta ser LO, pois a CF disse que a matéria compete à LO. Não precisa ser LC de novo porque foi
feita (erroneamente) uma LC antes.

DECRETO LEGISLATIVO E RESOLUÇÃO


 Essas espécies normativas são utilizadas exclusivamente pelo Poder Legislativo, sem nenhuma participação do Poder
Executivo
 Decreto Legislativo trata de matéria do CN
- DL são bicamerais, ou seja, votados na Câmara e no Senado separadamente, em apenas um turno em cada casa
- Necessita de quórum simples
- Não possui sanção ou veto do PR porque é um mecanismo exclusivo do Poder Legislativo, então quando aprovado,
já promulga. A promulgação é realizada pelo Presidente da mesa do CN (Pres. Do Senado).
 Resoluções tratam de matéria da Câmara ou do Senado (ou do CN)
- Aqui também tem votação em um turno por quórum de maioria simples
- Quanto à promulgação, a mesma coisa: aprovou, já promulga e aqui quem faz a promulgação é o Presidente da
Casa
 Art. 48 da CF – Compete ao CN legislar com a sanção do PR da República (ou seja, matérias de lei ordinária ou
complementar). Se tiver sanção presidencial, será por lei.
 Já no art. 49 da CF temos Competência Exclusiva do CN, ou seja, sem sanção do PR, então serão por meio de Decreto
Legislativo.
 CUIDADO: podemos ter Resolução da Câmara, do Senado ou do Congresso Nacional.
 Quando o CN terá Resolução? É a Resolução quando o CN autoriza o Presidente da República a fazer lei (Lei
Delegada).
 As provas de concurso trocam, ou seja, falam que essa matéria seria por meio de Decreto Legislativo, mas é uma
exceção e será por meio de Resolução do Congresso Nacional
 “Decretos possuem efeitos externos e Resoluções efeitos internos” – isso está errado, pois pode haver efeito externo
na resolução e interno no decreto.

PODER DERIVADO
 É um poder que atualiza a CF por meio das Emendas e cria a Constituição dos Estados
 É uma criação do Poder Originário
 O Poder Originário é um poder político/extrajurídico/metajurídico
 O Poder Derivado é um poder jurídico, é a criatura, você o encontra expresso na CF
 O Poder Derivado é subordinado ao PO, condicionado, dependente do seu criador, secundário, limitado, mas tem
uma característica do Poder Derivado que é igual ao do Poder Originário: ambos são permanentes.
 Ambos são permanentes, mas muda o sentido da permanência. O Originário, quando criada a CF, não se exaure, ele
permanece existindo. Já o Derivado, enquanto existir a CF, ela vai aceitar atualização/reforma/manifestação do
Derivado.
 Poder Derivado possui 03 classificações:
A) Poder Derivado Reformador: atualiza a CF por meio de emendas
B) Poder Derivado Revisor: também atualiza a CF por meio de emendas, mas o processo legislativo é simplificado.
Essas emendas possuem um processo diferenciado de criação (ADCT). O PCO trouxe a previsão de que o BR adotaria
o modelo de República Presidencialista, mas que o povo teria a chance de mudar isso por meio de plebiscito em
1993. Poderiam escolher a monarquia ou parlamentarismo. Caso o povo escolhesse a monarquia, portanto, o texto
constitucional teria que ser modificado, por isso foi criado esse processo mais simples de modificação do texto
justamente para abarcar essa possível alteração da estrutura política do Estado. No plebiscito o povo escolheu a
República, que é o que já estava previsto na CF, não foi preciso fazer nenhuma alteração política, e esse Poder
Revisor hoje não existe mais, está exaurido, pois foi criado para acontecer uma só vez e já ocorreu.
C) Poder Derivado Decorrente: atua na criação da Constituição Estadual

 Estrutura da Constituição
1) Preâmbulo
2) Parte Permanente (títulos + capítulos)
- Parte Permanente não significa imutável, mas sim normas criadas sem prazo de validade
3) Parte Transitória (ADCT)
- Normas criadas para regulação de algo “de momento”, algo específico e depois de reguladas exaurir essas normas.
- São normas com prazo determinado
 As Emendas à Constituição podem modificar tanto a parte permanente como o ADCT
 Atualmente, por exemplo, se você precisar modificar ou criar algo transitório, vai para o ADCT
PODER DERIVADO REFORMADOR

Emendas Constitucionais
(Nossa Constituição é Rígida)

a) Iniciativa (ROL TAXATIVO):


- 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara Câmara tem 513 Dep. Preciso de 171 p/ propor emenda
- 1/3, no mínimo, dos membros do Senado Senado tem 81 Senad. Preciso de 27 p/ propor emenda
- Presidente da República
- Mais da metade das Assembleias Legislativas, Assembleias 26 Estados + DF
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria Legislativas são os - Mais da metade das Assembleias, então precisa
relativa de seus membros Estados (tem que de, pelo menos, 14 Assembleias Leg e cada uma
*Não há iniciativa popular; incluir o DF) delas representada pela maioria relativa de seus
*Não há assunto de iniciativa privativa de membros
ninguém (ou seja, não há assunto cuja proposta
de emenda só pode ser apresentada pelo PR);
- Por exemplo, projeto de Lei das forças armadas é de iniciativa privativa do PR, mas se for reformar a CF com assunto sobre as
forças armadas, o assunto não será privativo de ninguém;

CUIDADO:
- Note que, Deputados e Senadores, individualmente, não conseguem propor emendas.
- Comissões da Câmara, CCJ também não conseguem propor emendas.
- Ministros de Estado não podem propor Emenda (rol taxativo)
- Não tem ninguém do Judiciário capaz de propor Emenda. Mas e se for uma Emenda que trate da modificação do processo de
escolha dos Ministros do STF. A Emenda pode sim acontecer, mas por iniciativa apenas do rol taxativo acima.
- Não há iniciativa popular para reformar a CF; há apenas iniciativa popular para a criação de leis;

MUITO CUIDADO: como vimos, não pode haver iniciativa popular para reformar a CF, mas há possibilidade de iniciativa popular
para reformar a Constituição Estadual.

- Emenda à CF possui tramitação Bicameral: o bicameralismo é puro, ou seja, a Câmara e o Senado atuam em condição de
igualdade. Quando falamos em leis normais o bicameralismo é mitigado, pois a casa iniciadora tem preferência sobre a casa
revisora. Quando é puro (na alteração da CF), é preciso que exista consenso entre as duas casas para que o trâmite continue.
- Proposta de Emenda tramita separadamente na Câmara e no Senado.

Proposta de Emenda começa na Câmara ou no Senado? Depende de quem foi a iniciativa da proposta:
a) iniciativa do PR ou 1/3 da Câmara = a casa iniciadora será a Câmara
b) iniciativa de 1/3 do Senado ou 1/2 das Assembleias Legislativas = a casa iniciadora será o Senado
- Isso aqui não está na Constituição, está no Regimento Interno da Câmara e do Senado. Cespe já cobrou, então guarde isso:
1) no processo legislativo das leis a CF define quando o projeto começa na Câmara e quando começa no Senado. Então, se
descumpridas as disposições, teremos inconstitucionalidade formal.
2) no entanto, como aqui se trata de regimento interno, em caso de proposta de Emenda ter começado no Senado e não na
Câmara, não teremos inconstitucionalidade, pois a CF não fala nada. Feriu o regimento interno? Sim, mas não há
inconstitucionalidade porque não feriu a CF/88.

- Proposta de Emenda, nas casas, passa por Comissões (CCJ e Comissões Especiais – Comissões são órgãos permanentes e
temporários que compõem a Câmara e o Senado). A CCJ, dentre outras funções, faz o controle de constitucionalidade. Se a CCJ
verificar inconstitucionalidade, a própria CCJ já rejeita a PEC e arquiva.
- Primeiro, passa na CCJ que verifica a constitucionalidade
- Segundo, passa na Comissão Especial para verificar o conteúdo, se quer modificação do texto ou não etc
- É a Comissão Especial que emite parecer dizendo para o Plenário aprovar ou não a PEC
- PEC é votada pelo Plenário (leis comuns podem ser votadas na Comissão, nem precisam ir à PEC)
- PEC no Plenário: pode ser votada, rejeitada ou emendada
- Quórum de 3/5 do total de membros de cada Casa para aprovar uma PEC
3/5 de 513 deputados: preciso de 308 deputados (deu 307,8, mas arredonda para mais)
3/5 de 81 senadores: preciso de 49 senadores (deu 48,6, mas arredonda para mais)
- Se não passa em uma casa, arquiva, não vai para a outra não. Princípio da irrepetibilidade.
- Na prova vão cobrar que é maioria absoluta ou 2/3, mas está errado. Lembre-se de que para PEC aplica-se o quórum especial
de 3/5 (somente para Emendas).

Temos 03 tipos de quóruns:


a) maioria simples: metade + 01 dos presentes (devendo estar lá a maioria absoluta)
b) maioria absoluta: metade + 01 do total de membros (ex. lei complementar)
c) quórum de 3/5: só se aplica às Emendas à Constituição

Processo de votação da PEC:


1) Votei na Câmara
2) Vota, novamente, na Câmara (pois para sair da casa a PEC deve ser discutida, votada e aprovada em 02 turnos).
- Votou no 1° turno e rejeitou? Arquiva.
- Votou no 1° turno e aprovou? Faz mais um turno.
3) O interstício entre o 1° e o 2° turno é de 10 dias (regra das Leis Orgânicas), mas aqui não há interstício em votação de PEC
- Quem define o intervalo entre o 1° e o 2° turno é a própria Casa Legislativa (por Regimento Interno) – NÃO É DE 10 DIAS
4) Votei e aprovei a PEC no 1° turno e no 2° rejeitaram. Prevalece o 2°, rejeita e arquiva.
5) Votei a aprovei a PEC no 1° e no 2° turno -> agora sim vai para o Senado
6) No Senado acontece o mesmo procedimento: passa para a CCJ, que vota sobre a constitucionalidade, podendo rejeitar de
plano; depois passa pela Comissão Especial, que analisa o texto da PEC; depois leva para votação de 1° e 2° turno no Senado.
7) Foi aprovada na Câmara e Senado em 02 turnos cada? Agora faz a promulgação.

- No processo legislativo de reforma da CF não há sanção nem veto do PR; a única participação do PR é na iniciativa; Se a PEC
não for de iniciativa do PR, ele não terá participação nenhuma;
- Emendas são numeradas de forma sequencial, a partir da promulgação da CF (Emenda 01, Emenda 02, Emenda 03 etc);
- Quem promulga Emenda?
R: Mesa da Câmara e a Mesa do Senado (as 02 assinam promulgando) – As bancas enganam dizendo “ah, se foi concluída a
votação na Câmara é a Câmara que promulga” e está errado. Não importa onde foi concluída a votação, a promulgação sempre
será conjunta das 02 mesas das Casas.
- A Emenda entra em vigor, em regra, na data de sua publicação (Lei entra em vigor 45 dias depois da publicação – vacacio)
- Não há Vacacio Legis nas Emendas Constitucionais (aplica-se logo, dada a força normativa da própria Constituição), somente
se a própria Emenda trouxer a vacacio expressamente, aí teremos. De regra, não temos.
- NO ENTANTO, a Emenda pode trazer prazo para vigência diferente da aplicação imediata, ou seja, o texto da Emenda pode
dizer “Esta Lei entrará em vigor 200 dias após a publicação”.
- Matéria proveniente de emenda rejeitada (não foi aprovada) ou prejudicada (sequer foi analisada) não será objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa
- Princípio da irrepetibilidade não se aplica somente às emendas, mas a todos os tipos de leis (MP, delegadas, ordinárias etc), só
que para as emendas a irrepetibilidade é ABSOLUTA
- Sessão legislativa é o período de trabalho do Congresso Nacional: de 02/02 a 17/07 + 01/08 a 22/12
- A irrepetibilidade se aplica ao assunto, ou seja, se rejeitou em março e enviou outra PEC em setembro com redação diferente,
ainda assim não poderá ser votada porque é o mesmo assunto, não importa a redação;
- PEC rejeitada ou prejudicada poderá ser analisada na mesma legislatura (04 anos), só não pode na mesma sessão legislativa
- Podemos ter uma Sessão Legislativa Extraordinária do Congresso (que são aquelas realizadas fora do período de sessão
legislativa, por exemplo, em 15 de janeiro). Se uma PEC é rejeitada em 15 de janeiro nessa Sessão Extraordinária, poderá ser
votada e aprovada em Sessão Ordinária do dia 22/02, pois são sessões legislativas diferentes, apenas o ano é o mesmo.

- Pode haver alterações à proposta de Emenda (Emenda Aditiva), retirar (Emenda Supressiva), fazer a fusão de duas PEC’s
(Emenda de Aglutinação) ou também fazer a substituição do texto da PEC (Substitutivo).
- Substitutivo: o texto da PEC está muito ruim, vamos trocar por outro. 1/3 da Casa apresenta o Substitutivo (podem ter vários
substitutivos). A Casa vai votar para ver se aceitam substituir o texto por outro.
- Ou seja, a Casa pode votar a aceitação do substitutivo e rejeitá-lo e na mesma votação já inserir a Sessão Legislativa da PEC
original e aprovar. Não é exceção à irrepetibilidade. Os Substitutivos são votados todos primeiro que a Emenda e pode ser tudo
na mesma Sessão Legislativa.
- Por exemplo, a PEC pode ter 10 itens e às vezes 01 ponto é polêmico ou não tem concordância das duas Casas. Nesses casos,
desmembra esse ponto de divergência e faz uma nova PEC só para ele. Então teremos duas PEC’s sobre o mesmo tema
tramitando paralelamente (é a chamada PEC Paralela). Pode acontecer de uma ser aprovada e a outra não, pode rejeitar a de
09 itens e aprovar a de 01 item. Não ofende a irrepetibilidade.

- Quando é uma Emenda da Redação (apenas mexer na pontuação, clareza, sem alterar o conteúdo) se o Senado aprovou, daí
não precisa voltar e passar pra Câmara, já segue; Se tirar algo, acrescentar ou substituir alguma coisa, daí tem que voltar pra
Câmara;
- Bicameralismo puro = as duas Casas em condição de igualdade (enquanto não estiverem em um consenso, a Emenda não
segue para promulgação);
- Processo de Emenda não tem sanção nem veto – a única participação do PR é na iniciativa;

LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

a) Limitações Materiais – art. 60 §4° (limitações expressas)


- Forma federativa de Estado;
- Separação dos Poderes;
- Voto direto, secreto, universal e periódico;
- Direitos e garantias individuais;
- São cláusulas pétreas e não podem ser abolidas, nem ter o núcleo essencial afetado – MAS ELAS PODEM SER ALTERADAS, só
não pode modificar para abolir ou ir contra sua essência;
- Cláusula Pétrea pode ser objeto de Emenda Constitucional (pode ser reformada);

- É possível alterar a fim de que a Cláusula Pétrea seja ampliada, reduzida ou posso alterar a redação dessa Cláusula, em
todas, desde que não prejudique o núcleo essencial (esvaziar sua essência);
- Então, é possível acrescentar o inciso V, mais um inciso no §4°? Não, as cláusulas pétreas são só 04, não pode criar mais
nenhuma; quem cria a cláusula pétrea é o PCO, o PCD somente cumpre o que o Originário dispôs; PCD não pode criar nem
abolir cláusulas pétreas;
- Mas então o que significa “ampliar”? Posso criar mais um inciso no art. 5°? Posso, é permitido criar mais direitos individuais;
- Reduzir não significa retirar as cláusulas pétreas, então você não pode retirar nenhum inciso do art. 5°, por exemplo; você
pode apenas reduzir o campo de incidência desses direitos. Por exemplo, o direito à vida, que não é absoluto; reduzir é
relativizar;
- É possível alterar completamente a redação das cláusulas pétreas, o que não pode é mexer no núcleo essencial, o campo de
proteção dessa Cláusula Pétrea;
- Não é permitido sequer deliberar sobre a abolição da Cláusula Pétrea;

01) LIMITAÇÕES MATERIAIS EXPRESSAS:


I – Forma federativa de Estado
- A Emenda não pode transformar em Estado Unitário e também não pode abolir nenhum princípio federativo;
II – Voto direto, secreto, universal e periódico
- Aqui o direito fundamental é o direito de votar;
- Voto indireto é inconstitucional, exceto nos 02 últimos anos de vacância do PR
- Voto não é irrestrito, voto é universal – universal visa impedir critérios para definição dos eleitores (pois já tivemos o voto
censitário no BR. Também já tivemos o voto capacitário, onde diferencia pelo grau de escolaridade, onde o analfabeto não
poderia votar. Hoje o analfabeto pode votar, mas não pode ser votado). Não é irrestrito porque menores de 16 não podem
votar, conscritos também não, ou seja, temos restrições...então não é irrestrito;
- Emenda pode abolir o dever fundamental de votar? Sim, pode abolir o dever de votar, mas não pode abolir o direito de
votar;
III – Separação dos poderes
- Cada Poder tem suas funções e é inconstitucional a usurpação de atribuições de um Poder pelo outro;
IV – Direitos e garantias individuais
- Interprete como direitos e garantias fundamentais
- Ou seja, não são só as garantias individuais, mas também as fundamentais;
- São Direitos Fundamentais:
a) Direitos individuais
b) Direitos sociais
c) Direitos de nacionalidade
d) Direitos políticos
e) Partidos Políticos
- É possível ajuizar ADI contra uma deliberação de PEC que tente abolir uma Cláusula Pétrea? Não
- Perceba, nem o povo nem o PGR podem fazer alguma coisa se a proposta de PEC está em deliberação. O único que pode fazer
algo é o parlamentar da Casa em que estiver tramitando a PEC Inconstitucional e poderá fazer somente por Mandado de
Segurança;
- O direito líquido e certo é subjetivo do parlamentar de não se ver constrangido de participar de um processo vedado pela CF;
- Se o MS foi impetrado pelo parlamentar, mas demorou pra julgar e quando chegou no dia do julgamento o parlamentar já
havia perdido o mandato. O MS ainda será julgado? Não, pois perdeu seu objeto. Veja, o objeto é um direito subjetivo do
parlamentar e ao perder seu mandato, o referido tornou-se um “cidadão comum”, como eu e você, que não temos legitimidade
para impetrar. MS será extinto sem resolução de mérito. Agora outro parlamentar pode impetrar se quiser...
- Compete ao STF julgar esse MS porque o MS é dirigido contra a mesa diretora da Casa Legislativa;

02) LIMITAÇÕES MATERIAIS IMPLÍCITAS:


I - Titularidade do Poder Constituinte
- O titular é o povo;
II – Exercício do Poder Constituinte é feito pelos Representantes
- Não podemos retirar isso deles;
III – O processo legislativo de reforma da Constituição
- O texto só poderá ser modificado conforme dispõe a CF/88
- Dupla reforma – seria utilizar o processo de emenda para alterar o próprio processo de emenda (é proibido);
- Cuidado: não pode, portanto, alterar os turno de votação, o quórum, nada relacionado ao processo de Emenda;

LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS:
a) Intervenção Federal
b) Estado de Defesa
c) Estado de Sítio
- Cuidado: pode emendar durante Calamidade Pública (ex. pandemia), só não pode nesses casos acima;
- Estado de Calamidade Pública não impede o processamento de Emenda;
- A CF/88 pode ser objeto de emenda, também, durante o ano eleitoral normalmente;
- E durante intervenção estadual, pode emendar a CF/88? Pode emendar sim, é só durante a intervenção federal que não pode;
- CUIDADO – só não pode emendar durante a intervenção, estado de defesa e estado de sítio, MAS PODE APRESENTAR
PROPOSTAS DE EMENDA DURANTE ESSAS SITUAÇÕES NORMALMENTE; Ex. Temer apresentou a Reforma da Previdência
durante a Intervenção Federal do RJ;

LIMITAÇÃO PROCESSUAL
- Ainda que o conteúdo seja perfeito, se não seguiu o processo legislativo, a Emenda será inconstitucional;

LIMITAÇÃO TEMPORAL:
- NÃO HÁ LIMITAÇÃO TEMPORAL AO PODER DE REFORMA DA CF/88
- Limitação temporal seria estabelecer um tempo, de tal data até tal data, em que a CF não poderia sofrer Emenda e isso não
existe;
- A única CF brasileira que adotou limitação temporal foi a CF de 1824 (não poderia sofrer modificação durante 04 anos);
- A maioria das questões vai misturar os aspectos circunstanciais com os temporais;
- Irrepetibilidade (não poder apresentar a mesma emenda 2x na mesma sessão legislativa) também não é limitação temporal, é
uma limitação processual;
- NÃO HÁ LIMITAÇÃO TEMPORAL NA CF/88;
- PODER DERIVADO REVISOR - Art. 3° do ADCT – também não é limitação temporal – “A revisão constitucional será realizada
após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional,
em sessão unicameral”;

- Forma Republicana de governo e Sistema Presidencialista são cláusulas pétreas implícitas; não são consideradas, em regra,
como cláusulas pétreas, a doutrina entende que são implícitas, mas não é unanimidade;
- Existe Poder Decorrente nos Municípios? Não, porque Município não tem Constituição, só tem Lei Orgânica;

LEIS ORGÂNICAS
a) Do Município
- Votação em 02 turno
- Interstício mínimo de 10 dias
- Voto por maioria de 2/3
- Hierarquia de Lei Orgânica

b) Do Distrito Federal
- Votação em 02 turno
- Interstício mínimo de 10 dias
- Voto por maioria de 2/3
- Hierarquia de Constituição Estadual

- Estados não possuem autonomia para definir, no processo de reforma de suas CE’s, um quórum de 2/3. STF disse que tem que
ser quórum de 3/5, igual da CF/88, pois se é Constituição, tem que ser igual à CF/88 (silêncio eloquente);

NORMAS QUE CONTRARIAM


01) Qualquer norma Estadual, Municipal ou Distrital que contrariar a CF/88 será inconstitucional;
02) Leis comuns em âmbito federal, estadual, municipal e distrital – se a Lei Federal contrariar a CF/88, também será
inconstitucional (ex. CPC contrariar a CF); a mesma coisa com as demais, também serão inconstitucionais por contrariarem a CF;
03) Se a Lei Estadual contrariar a Constituição Estadual, será inconstitucional? Sim, pois “inconstitucional” não é só aquilo que
contraria a CF/88, inconstitucional é aquilo que contraria Constituição (abarcando, portanto, a CE);
04) Se Lei Orgânica do Município ou Lei Municipal simples contrariarem a CE, serão inconstitucionais? Sim, porque ambas ficam
subordinadas à Constituição Estadual
05) Se Lei Municipal simples contrariar a Lei Orgânica Municipal, a simples será inconstitucional? Não, porque Município não
tem Constituição, prevalecerá a LO porque é maior que a simples, mas não há inconstitucionalidade; SERÁ ILEGAL;
06) Se a Lei Distrital simples contrariar a Lei Orgânica do DF, será inconstitucional? Sim, será inconstitucional – porque a LO do
DF possui Status de Constituição; no DF temos controle de constitucionalidade em face da Lei Orgânica;
- Se contrariar Constituição (Federal ou Estadual)  Será inconstitucional
- Se contrariar Lei (Lei Orgânica)  Será ilegal

PODER DERIVADO REVISOR


- Objetivo – atualizar a CF por meio de Emendas;
- É um processo muito mais simplificado;
- Essa revisão de 05 anos poderia revisar tudo e não somente sobre forma de Estado e de Governo;
- Essa revisão poderia ser feita a qualquer tempo depois do limite de 05 anos;
- Todas as limitações da CF se aplicam ao Poder Revisor;
- CN atuou em sessão unicameral (perceba que é diferente do que vimos, que é bicameral);
- Unicameral – não considero se é deputado ou senador, coloco tudo junto e considero só como parlamentares;
- Não foi exigida sessão em 02 turnos (CN fez em 02 turnos porque quis);
- Quórum foi o de maioria absoluta (50% + 01 do total); CUIDADO, NÃO FOI MAIORIA SIMPLES (PEGADINHA DE PROVA);
- Sessão Conjunta x Sessão Unicameral – Conjunta é quando Deputados e Senadores estão juntos no mesmo espaço
geográfico, mas a votação é separada; Unicameral, como vimos, “são todos iguais”, todos parlamentares, votos todos
juntos;
- Esse Poder Revisor foi criado para ocorrer uma única vez;
- Lembra que no Poder Reformador “normal” não temos limitação temporal? Então, ocorre que aqui no Poder Revisor
tivemos limitação temporal, pois não poderia ter acontecido antes da CF completar 05 anos; A reforma não precisaria ser
feita no quinto ano, mas sim qualquer tempo após o quinto ano – o que não poderia é ser feita antes;
- Hoje seria constitucional criar uma nova obrigação para o CN revisar a CF, mas desde que seja pelo processo normal e não
pelo simplificado (pegadinha de prova);
- Constituições Estaduais podem ter Poder Revisor? Não, o Poder Revisor é excepcional e só se justificou devido ao contexto da
CF/88;
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

 Elementos de estabilização da CF (volta à normalidade)


 Estado de Defesa e Estado de Sítio (temos uma situação, em ambos, de legalidade extrema – Estado de Exceção –
quando a ordem jurídica é flexibilizada e enquanto perdurar a situação declarada, sofreremos limitações no
exercício de direitos fundamentais).
 Intervenção federal não é sistema constitucional de crise, mas é elemento de estabilização
 Numa intervenção o que se tem é apenas a União intervindo na autonomia de um Estado ou DF; o ente
federativo fará intervenção na autonomia de outro;
 Finalidade do sistema constitucional de crise: reestabelecer o Estado Democrático de Direito, a ordem e a paz
social.
 A necessidade (a partir da análise do caso concreto) precisa ser encontrada + temporalidade (medidas extremas
com prazo de validade) + obediência irrestrita aos limites fixados pela CF

ESTADO DE DEFESA
 Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a
ordem pública ou a paz social ameaçada por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidades de grandes proporções na natureza.
 PR tem competência para dar início ao Estado de Defesa
 É uma situação ou fenômeno inesperado que deixam as pessoas desesperadas
 O PR não precisa de autorização do CN para decretar Estado de Defesa ou de Sítio, ele só comunica o CN para
aprovar ou não a medida dele. No entanto, o CN faz o controle político desse ato do PR.
 Não precisa de lei, o ato do PR é um decreto e tem que especificar o prazo, áreas abrangidas e medidas
coercitivas;
 A CF estabelece um prazo limite de 30 dias, ou seja, não pode ultrapassar 30 dias o Estado de Defesa. Pode
renovar, uma única vez, por mais 30 dias (PR vai fazer um novo decreto e enviar para aprovação do CN). Se
depois de 30 + 30 não resolver, entra o Estado de Sítio.
 § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a
serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a
União pelos danos e custos decorrentes.
 Mecanismos de controle político do decreto do PR da República: o decreto é submetido ao Congresso Nacional.
O prazo para enviar ao CN é de 24h.
 O CN vai aprovar ou não o decreto do PR (se não aprovar, vão apurar se houve excesso do PR e crime de
responsabilidade). O CN tem 10 dias para apreciar.
 Caso necessário, haverá convocação extraordinária (em caso de recesso) do CN no prazo de 05 dias (prazo para
comparecimento dos parlamentares). Tem 05 dias para comparecer + 10 dias para apreciação do ato.
 Aqui o quórum é de maioria absoluta (diferente da intervenção federal)
 É diferente da intervenção federal, pois na intervenção o CN tem 24h para analisar.
 A mesa do CN, depois de ouvir os líderes partidários, designará uma comissão composta de 05 parlamentares
para acompanhar e fiscalizar as medidas tomadas pelo PR durante o Estado de Defesa
 Cessou o Estado de Defesa? O PR encaminha uma mensagem ao CN especificando e comentando todas as
medidas que tomou. Caso o CN entenda que houve excesso do PR ou qualquer autoridade, será apurada a
responsabilidade.
 Durante o Estado de Defesa, como fica a questão da liberdade de locomoção? Pode ocorrer a prisão por crime
contra o Estado (situação essa que não ocorreria em uma normalidade). Essa prisão por crime contra o Estado
tem que ser IMEDIATAMENTE comunicada ao juízo competente (a situação de normalidade é prazo de
comunicação em 24h, lembra? Mas aqui é imediatamente). Essa prisão não pode ser superior a 10 dias, salvo se
houver autorização do juízo competente.
 A CF proíbe a incomunicabilidade do preso, seja na normalidade, seja no Estado de Defesa.
 Algo bem importante = o PR não vai pedir autorização do Conselho da República ou do Conselho de Defesa, ele
somente irá consultar ambos os conselhos. Ele não pede autorização a ninguém.

ESTADO DE SÍTIO
 Sitiar é cerca, semelhança de guerra
 Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: 
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
tomada durante o estado de defesa;  o prazo aqui é de 30 dias e pode ser prorrogado quantas vezes forem
necessárias. Para cada prorrogação, tem que ter autorização do CN.
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira  não tem como saber qual a
duração da guerra ou ataque estrangeiro, então continuará enquanto permanecer a situação de guerra.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua
prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria
absoluta.
 A CF continua vigente durante o Estado de Sítio
 Há controle político prévio do CN no Estado de Sítio, com o CN autorizando o PR a decretar
 Há também o controle posterior, pois após o fim do Estado de Sítio, o PR precisa enviar relatório para o CN
analisar
 O Judiciário, igual ao Legislativo, permanece atuando durante todo o Estado de Sítio e os remédios
constitucionais permanecem em vigência (HC, MS etc).
 Quais medidas o PR pode tomar durante o Estado de Sítio?
 Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra
as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de
informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;  Serão divulgadas apenas
informações que o Governo quer como informação oficial.
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
 As medidas acima, do art. 139, valem apenas para a situação de sítio devida na ocasião de grave comoção
nacional. Não valem para guerra, pois na guerra “salve-se quem puder”.
 Estado de Sítio é uma ação repressiva e não preventiva, pois o caos já está instalado, então não tem como
prevenir e sim tentar retomar a ordem.

FORÇAS ARMADAS
 Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
 Forças Armadas não integram a segurança pública
 Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica não são ministros, mas possuem status de Ministros (possuem
foro privilegiado – por crime comum são julgados no STF e por crime de responsabilidade também no STF,
exceto crime conexo com do PR, pois aí serão julgados pelo Senado).
 Assuntos próprios das Forças Armadas são reservados à Lei Complementar de iniciativa privativa do PR
 Hierarquia e Disciplina
 Não cabe habeas corpus em relação a punições disciplinares militares (não cabe HC em relação ao mérito da
punição disciplinar militar). Cabe HC para combater a ilegalidade da punição militar disciplinar. Ex: foi punido pela
autoridade A e só poderia ser punido pela autoridade B.
 Vedada sindicalização e greve aos militares. Sindicalização é vedada porque visa evitar que eles fiquem
mobilizados e a partir dessa mobilização consigam fazer um motim desrespeitando a hierarquia. A greve não
ocorre porque o Estado não faz greve.
 Sindicalização e greve são vedadas às Forças Armadas, PM e Bombeiros. No entanto, Polícia Civil, PRF, PFF, PF e
Polícia Penal possuem direito à sindicalização, pois são servidores públicos, mas não possuem direito de greve.
Não há artigo de lei prevendo isso, mas sim interpretação extensiva do STF: “Se o Estado não cruza os braços e
não faz greve, então todo o braço armado do Estado também não pode fazer greve” e quem é o braço armado?
Todos os servidores públicos que integram a segurança pública. NÃO POSSUEM DIREITO DE GREVE, MAS
POSSUEM DIREITO DE SINDICALIZAÇÃO.
 Militares da ativa não podem se filiar a partidos políticos. O militar inativo pode sim.
 CF assegura aos oficiais as patentes, títulos, postos e uso de uniformes, ainda que já reformados (ou seja,
independente de estarem na ativa ou não).
 Como ocorre a perda de patente? Não ocorre pela mera vontade de um superior, mas sim apenas se aquele
oficial for julgado indigno para aquele oficialato. Decisão de Tribunal Militar Permanente.
 Alguns estados poderão ter Justiça Militar própria (que tiverem efetivo militar superior a 20 mil habitantes e
somente se quiserem).
 Militar pode acumular o posto com mandato eletivo? Vale a mesma coisa para Estaduais e da União. O militar
inalistável (conscrito) não pode exercer mandato eletivo porque não exerce direitos políticos ativos nem passivos.
Os demais militares (alistáveis) podem exercer direitos políticos ativos e passivos, então são elegíveis. Eles não
podem ter filiação partidária, mas se tiver:
+ de 10 anos de serviço  agregado (espécie de licença que se assemelha à do servidor público).
- de 10 anos de serviço  afastado (afastamento definitivo, pedir baixa)
 Se perder, volta às forças armadas, normal. Se ganhar, aí sim se filia ao partido quando da diplomação e toma
posse.
 Militares podem exercer mandato eletivo? Sim, mas quando encerrar o mandato legislativo, não poderão voltar à
atividade de militar.
 Militar pode exercer cargo público civil não eletivo? Sim, em duas situações:
 1) se esse cargo ou emprego público for permanente (ex. analista do STJ), o militar não pode acumular o cargo
com o de militar. Ele será transferido para a reserva. A reserva remunerada depende de autorização do PR.
- Existe uma exceção: o militar pode acumular a função de militar com cargo ou emprego público de saúde,
quando houver compatibilidade de horários.
 2) se for cargo não eletivo, mas for cargo temporário, pode cumular? (ex. secretário de Estado). Ele pode tomar
posse, pode exercer sim, não vai pra reserva, mas fica na condição de agregado. Enquanto permanecer nessa
situação de agregado, o período será computado para todos os fins, inclusive promoção por antiguidade,
transferência para reserva etc. Se ele ficar + de 02 anos, aí tem que deixar de ser agregado e passar para a
reserva.
- Aqui também tem a exceção do cargo de saúde, pois se for de saúde ele pode permanecer ativamente como
militar e com o cargo de saúde, conciliando os dois.
 Militares estaduais podem cumular cargos públicos não eletivos nas mesmas situações que o servidor público
pode (art. 42 da CF), então é diferente das vedações aos militares das forças armadas. Então Militar Estadual pode
ser militar + professor, militar + outro cargo técnico e científico ou militar + cargo de saúde.
 O comando da PM e do Corpo de Bombeiros Militar é do Governador de Estado. O comando não passa para o
PR, nem que a PM e o CBM sejam chamados por ele para atuar.
 No entanto, a PM e o Corpo de Bombeiros Militar são considerados reservas do Exército Brasileiro, mas integram
a Segurança Pública.
 Organização, estrutura e funcionamento das forças armadas são matérias reservadas à lei complementar. No
entanto, quanto ao ingresso, limites de idade, estabilidade, transferência para inatividade, direitos, deveres,
remunerações, prerrogativas e outras situações especiais, a competência é da lei ordinária.
 Limite de idade para ingresso: STF entende que se o cargo justificar a diferença, ela pode ser estabelecida, pois
prevalece o interesse público.
 Pode estabelecer mais vagas para ingresso de homens que mulheres porque, logicamente, a diferença de gênero
é compatível com o interesse público ali na atividade militar (maior força etc). O que não pode ocorrer é não abrir
vaga para mulheres, aí não pode.
A constitucionalidade da diferença de gênero se dá tanto no momento do ingresso quanto no momento da
promoção de carreira. Aqui, diferencia na promoção para permitir que mulheres sejam, de fato, promovidas. Aqui
você equipara.
 Tatuagens – STF: “O Estado não pode ser o sensor da liberdade alheia, é a pessoa que define se terá ou não
tatuagens”, então não pode eliminar o candidato do concurso porque ele possui tatuagens. No entanto, se a
tatuagem for atentatória ao Estado Democrático de Direito, aí você pode ser eliminado. Ex: símbolo nazista,
palhaços etc.
 Militar praticar crime contra a vida de civil = vai à Júri Popular.

SEGURANÇA PÚBLICA (ART. 144 – CF)


 Art. 144 – A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos (brasileiros, estrangeiros e
pessoas jurídicas), é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:
a) Polícia Federal (União)
b) Polícia Rodoviária Federal (União)
c) Polícia Ferroviária Federal (União)
d) Polícias Civis (Estados)
e) Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (Estados)
f) Polícias Penais Federais (União), Estaduais (Estados) e Distritais
- E o Distrito Federal? DF é Estado nesse ponto, ou seja, não tem Guarda Distrital. No DF tem Polícia Civil do DF,
Polícia Militar do DF, Bombeiro Militar do DF e Polícia Penal do DF. Todos esses são servidores públicos do DF e
não da União, o DF não legisla sobre essas polícias (a União que legisla).
 Segurança pública é a garantia de um dos direitos sociais (ou seja, nem por emenda se pode retirar o dever do
Estado de zelar pela segurança pública).
 Segurança pública é uma cláusula pétrea
 O rol acima é taxativo (ou seja, lei não consegue criar outros órgãos de segurança pública).
 Força Nacional não é órgão de segurança pública (é um convênio feito pelos entes federativos para de modo
excepcional atender uma situação de emergência e temporária de qualquer dos entes a partir de pedido deles).
 Os Entes não podem criar mais órgãos de Segurança Pública; para criar outros, tem que ser por Emenda.
 O Estados não podem criar mais órgãos de Segurança por Emenda Estadual; a única forma de criar é por Emenda
Constitucional na CF/88
 Guarda-Municipal
- É órgão de Segurança Pública
- A CF/88 autoriza os Municípios, que quiserem, a instituir a Guarda-Municipal para zelar pela segurança da
municipalidade
- O Município não pode atribuir à Guarda atribuições próprias da Polícia Militar ou da Polícia Civil
- Tá, mas o rol não era taxativo? Sim, o rol continua taxativo, mas a Guarda não está lá porque a instituição da
Guarda é uma faculdade do Município e os demais órgãos de Segurança que estão no rol do art. 144 são
assegurados a nós pela CF/88.
- Faculta-se a criação da Guarda, não temos como exigir sua criação porque não é um direito nosso. Só podemos
exigir os órgãos de Segurança do art. 144.
- Não há dúvida de que Guarda-Municipal é órgão de Segurança Pública, nós só não temos a garantia desse
direito
- Lei que assegura porte de arma para Guarda somente a partir de uma quantidade X de habitantes é
inconstitucional (logicamente). Todos os Guardas possuem direito a porte de arma tanto para segurança própria
quanto para segurança do coletivo.
- Guarda também não pode ter greve; a mesma proibição de greve aplicada às forças armadas se estende aos
membros da Segurança Pública. O Estado não faz greve, o braço armado do Estado não pode parar.
- Apesar de tudo isso, Guarda não possui aposentadoria especial, mas é porque não possuem lei específica (e
também porque não são policiais em si).
- Guarda tem direito a Sindicalização e porte de arma
 Polícia Administrativa x Polícia Judiciária x Polícia Penal
a) Administrativa: ativa preventivamente ou se já aconteceu vai atuar ostensivamente também (a Polícia
Administrativa dos Estados é a PM).
b) Judiciária: atua na investigação – não combate a criminalidade diretamente como a PM, mas sim investiga,
relata o IPL e encaminha à Justiça que passa para o MP (no âmbito da União, é a PF a polícia Judiciária); (no
âmbito dos Estados é a PC a polícia Judiciária).
c) Polícia Penal – segurança pública dentro dos estabelecimentos penais (tem na União, nos Estados e no DF)
 Todos os policiais recebem por subsídio (parcela única, vedado outro tipo de acréscimo. Ex: não pode receber
adicional noturno, abono, acréscimos etc).
 STF: A Segurança Pública é um tipo de serviço público e não pode ser custeado por taxa, mas sim por imposto.
Por exemplo, criaram a taxa de sinistro (para custear o serviço do Corpo de Bombeiros) e isso não pode porque a
taxa é vinculada à prestação de um serviço público específico e divisível.
 Polícia Federal: apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União, Entidade Autárquica Federal ou Empresa Pública Federal. PF não apura contravenções penais,
apenas infrações penais.
- O rol de atribuições da PF previsto na CF/88 é exemplificativo
- Ainda, não basta que seja apenas infração penal, precisa ser crime de repercussão interestadual ou internacional
e que exija repressão uniforme;
- Por exemplo, quem julga crimes de tráfico de drogas dentro do Estado e Interestadual, em regra, é a Polícia
Civil.
- A PF poderá apurar crimes de alcance interestadual, mas somente quando nos termos da lei for exigida uma
repressão uniforme (ou seja, é algo generalizado que precisa de repressão em âmbito nacional). Os casos que
exijam repressão uniforme devem estar previstos em lei.
- Mesmo quando a PF atua não retira a competência da Polícia Civil (que é, em regra, da PC). Ou seja, ambas irão
atuar concorrentemente. O tráfico que é de responsabilidade da PF é o tráfico internacional. A regra é que a
competência seja exclusiva da PF quando for em âmbito transinternacional, aí atua sozinha.
- Contrabando e descaminho são de competência da PF e da Justiça Federal
- Polícia Federal e Polícia Civil são investigativas; se for atuação em prol da União (Autarquia Federal ou Empresa
Pública Federal), a PF atua; se for em prol dos Estados e dos Municípios, será a PC.
- Se a infração penal atingir Sociedade de Economia Mista Federal? A competência é da PC e de Juiz Estadual
para julgamento.
- Funções de Polícia Marítima, Aeroportuária e de Fronteira são atividades da Polícia Federal (não são funções que
competem com exclusividade – a PF só atua com exclusividade enquanto Polícia Judiciária da União). Se a função
não é exclusiva, poderia ser exercida até pela PM, dependendo do limite territorial.
- A Função de Polícia Judiciária da União é sim exercida com exclusividade pela PF; no âmbito estadual,
quem exerce com exclusividade é a Polícia Civil.
 Polícia Civil
- Subordinada ao Governador
- É uma polícia investigativa (Judiciária) no âmbito dos Estados
- Investiga infrações penais, mas não alcança os crimes militares
- Crimes militares não são crimes só praticados por militares e nem todos os crimes praticados por militares são
crimes militares
- Crimes militares: são aqueles enquadrados no Código Penal Militar
- Delegados não possuem foro por prerrogativa de função, pois ele só pode ser dado pela CF/88 e a referida não
deu para os Delegados. Em que pese a Constituição Estadual ter competência para legislar sobre Policiais Civis,
não pode conceder-lhes foro por prerrogativa de função.
 Segurança viária
- A CF/88 permite a criação, mas não garante
- Segurança viária compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades
previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente.
 Multar por infração de trânsito não é de exclusividade da PM, todos os órgãos de Segurança Pública podem fazer.
É atividade meramente administrativa.
 Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública
 As polícias militares e o corpo de bombeiros militar, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se,
juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do DF e dos Territórios.

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