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Se o presidente veta, envia em 48h para o CN (Presidente do Senado recebe, pois é o presidente do CN).
Recebido o veto, o CN deverá se reunir em sessão conjunta dentro de 30 dias (aqui são dias seguidos, para o PR é que
são 15 dias úteis).
Se o CN perder esse prazo, ficam sobrestadas as pautas do CN (trava a pauta dele até ele deliberar sobre o veto).
A análise dos vetos não precisa ocorrer cronologicamente no CN
CN mantém o veto ou derruba o veto
CN não pode mexer no veto, nas justificativas, ou eles concordam ou discordam (quórum de maioria absoluta em
sessão conjunta – então, mesmo que estejam reunidos, você computa separado os votos dos deputados e dos
senadores)
Se derrubar o veto, a próxima etapa é a promulgação da lei. NUNCA ESQUEÇA DE QUE A PRIMEIRA PREFERÊNCIA
PARA PROMULGAÇÃO É DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, então mesmo aqui o CN vai enviar para ele na tentativa de
deixar ele promulgar. Provavelmente não vai promulgar porque é uma derrota política para ele, aí passa para o PR do
Senado e Vice-Presidente do Senado.
Promulgação: ato solene de reconhecimento de que uma nova lei surgiu. Prazo de 48h.
A promulgação das leis é de competência privativa do PR da República (só se ele não fizer é que o PR do Senado o
fará).
Quem promulga emenda? A Mesa da Câmara e a Mesa do Senado
Depois da promulgação, temos a publicação.
Emenda não tem vacacio legis, pois é Constituição, então aplica-se imediatamente (só terá vacacio se a própria
Emenda assim disser).
Sanção e veto são irretratáveis
Se, na lei, o presidente sanciona algumas partes e veta outras expondo motivos, mas uma parte ele não fala nada.
Tivemos, então, um veto parcial e o último item, que ele não disse nada, é uma sanção, pois o veto é sempre expresso.
Presidente não pode vetar num dia e no dia seguinte dizer que na verdade se enganou e queria sancionar, isso porque
sanção e veto são irretratáveis.
Se o veto presidencial não for mantido pelo Congresso, o projeto será promulgado pelo Presidente da República e se
ele não promulgar em 48h, aí sim será promulgado pelo Presidente do Senado.
PODER DERIVADO
É um poder que atualiza a CF por meio das Emendas e cria a Constituição dos Estados
É uma criação do Poder Originário
O Poder Originário é um poder político/extrajurídico/metajurídico
O Poder Derivado é um poder jurídico, é a criatura, você o encontra expresso na CF
O Poder Derivado é subordinado ao PO, condicionado, dependente do seu criador, secundário, limitado, mas tem
uma característica do Poder Derivado que é igual ao do Poder Originário: ambos são permanentes.
Ambos são permanentes, mas muda o sentido da permanência. O Originário, quando criada a CF, não se exaure, ele
permanece existindo. Já o Derivado, enquanto existir a CF, ela vai aceitar atualização/reforma/manifestação do
Derivado.
Poder Derivado possui 03 classificações:
A) Poder Derivado Reformador: atualiza a CF por meio de emendas
B) Poder Derivado Revisor: também atualiza a CF por meio de emendas, mas o processo legislativo é simplificado.
Essas emendas possuem um processo diferenciado de criação (ADCT). O PCO trouxe a previsão de que o BR adotaria
o modelo de República Presidencialista, mas que o povo teria a chance de mudar isso por meio de plebiscito em
1993. Poderiam escolher a monarquia ou parlamentarismo. Caso o povo escolhesse a monarquia, portanto, o texto
constitucional teria que ser modificado, por isso foi criado esse processo mais simples de modificação do texto
justamente para abarcar essa possível alteração da estrutura política do Estado. No plebiscito o povo escolheu a
República, que é o que já estava previsto na CF, não foi preciso fazer nenhuma alteração política, e esse Poder
Revisor hoje não existe mais, está exaurido, pois foi criado para acontecer uma só vez e já ocorreu.
C) Poder Derivado Decorrente: atua na criação da Constituição Estadual
Estrutura da Constituição
1) Preâmbulo
2) Parte Permanente (títulos + capítulos)
- Parte Permanente não significa imutável, mas sim normas criadas sem prazo de validade
3) Parte Transitória (ADCT)
- Normas criadas para regulação de algo “de momento”, algo específico e depois de reguladas exaurir essas normas.
- São normas com prazo determinado
As Emendas à Constituição podem modificar tanto a parte permanente como o ADCT
Atualmente, por exemplo, se você precisar modificar ou criar algo transitório, vai para o ADCT
PODER DERIVADO REFORMADOR
Emendas Constitucionais
(Nossa Constituição é Rígida)
CUIDADO:
- Note que, Deputados e Senadores, individualmente, não conseguem propor emendas.
- Comissões da Câmara, CCJ também não conseguem propor emendas.
- Ministros de Estado não podem propor Emenda (rol taxativo)
- Não tem ninguém do Judiciário capaz de propor Emenda. Mas e se for uma Emenda que trate da modificação do processo de
escolha dos Ministros do STF. A Emenda pode sim acontecer, mas por iniciativa apenas do rol taxativo acima.
- Não há iniciativa popular para reformar a CF; há apenas iniciativa popular para a criação de leis;
MUITO CUIDADO: como vimos, não pode haver iniciativa popular para reformar a CF, mas há possibilidade de iniciativa popular
para reformar a Constituição Estadual.
- Emenda à CF possui tramitação Bicameral: o bicameralismo é puro, ou seja, a Câmara e o Senado atuam em condição de
igualdade. Quando falamos em leis normais o bicameralismo é mitigado, pois a casa iniciadora tem preferência sobre a casa
revisora. Quando é puro (na alteração da CF), é preciso que exista consenso entre as duas casas para que o trâmite continue.
- Proposta de Emenda tramita separadamente na Câmara e no Senado.
Proposta de Emenda começa na Câmara ou no Senado? Depende de quem foi a iniciativa da proposta:
a) iniciativa do PR ou 1/3 da Câmara = a casa iniciadora será a Câmara
b) iniciativa de 1/3 do Senado ou 1/2 das Assembleias Legislativas = a casa iniciadora será o Senado
- Isso aqui não está na Constituição, está no Regimento Interno da Câmara e do Senado. Cespe já cobrou, então guarde isso:
1) no processo legislativo das leis a CF define quando o projeto começa na Câmara e quando começa no Senado. Então, se
descumpridas as disposições, teremos inconstitucionalidade formal.
2) no entanto, como aqui se trata de regimento interno, em caso de proposta de Emenda ter começado no Senado e não na
Câmara, não teremos inconstitucionalidade, pois a CF não fala nada. Feriu o regimento interno? Sim, mas não há
inconstitucionalidade porque não feriu a CF/88.
- Proposta de Emenda, nas casas, passa por Comissões (CCJ e Comissões Especiais – Comissões são órgãos permanentes e
temporários que compõem a Câmara e o Senado). A CCJ, dentre outras funções, faz o controle de constitucionalidade. Se a CCJ
verificar inconstitucionalidade, a própria CCJ já rejeita a PEC e arquiva.
- Primeiro, passa na CCJ que verifica a constitucionalidade
- Segundo, passa na Comissão Especial para verificar o conteúdo, se quer modificação do texto ou não etc
- É a Comissão Especial que emite parecer dizendo para o Plenário aprovar ou não a PEC
- PEC é votada pelo Plenário (leis comuns podem ser votadas na Comissão, nem precisam ir à PEC)
- PEC no Plenário: pode ser votada, rejeitada ou emendada
- Quórum de 3/5 do total de membros de cada Casa para aprovar uma PEC
3/5 de 513 deputados: preciso de 308 deputados (deu 307,8, mas arredonda para mais)
3/5 de 81 senadores: preciso de 49 senadores (deu 48,6, mas arredonda para mais)
- Se não passa em uma casa, arquiva, não vai para a outra não. Princípio da irrepetibilidade.
- Na prova vão cobrar que é maioria absoluta ou 2/3, mas está errado. Lembre-se de que para PEC aplica-se o quórum especial
de 3/5 (somente para Emendas).
- No processo legislativo de reforma da CF não há sanção nem veto do PR; a única participação do PR é na iniciativa; Se a PEC
não for de iniciativa do PR, ele não terá participação nenhuma;
- Emendas são numeradas de forma sequencial, a partir da promulgação da CF (Emenda 01, Emenda 02, Emenda 03 etc);
- Quem promulga Emenda?
R: Mesa da Câmara e a Mesa do Senado (as 02 assinam promulgando) – As bancas enganam dizendo “ah, se foi concluída a
votação na Câmara é a Câmara que promulga” e está errado. Não importa onde foi concluída a votação, a promulgação sempre
será conjunta das 02 mesas das Casas.
- A Emenda entra em vigor, em regra, na data de sua publicação (Lei entra em vigor 45 dias depois da publicação – vacacio)
- Não há Vacacio Legis nas Emendas Constitucionais (aplica-se logo, dada a força normativa da própria Constituição), somente
se a própria Emenda trouxer a vacacio expressamente, aí teremos. De regra, não temos.
- NO ENTANTO, a Emenda pode trazer prazo para vigência diferente da aplicação imediata, ou seja, o texto da Emenda pode
dizer “Esta Lei entrará em vigor 200 dias após a publicação”.
- Matéria proveniente de emenda rejeitada (não foi aprovada) ou prejudicada (sequer foi analisada) não será objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa
- Princípio da irrepetibilidade não se aplica somente às emendas, mas a todos os tipos de leis (MP, delegadas, ordinárias etc), só
que para as emendas a irrepetibilidade é ABSOLUTA
- Sessão legislativa é o período de trabalho do Congresso Nacional: de 02/02 a 17/07 + 01/08 a 22/12
- A irrepetibilidade se aplica ao assunto, ou seja, se rejeitou em março e enviou outra PEC em setembro com redação diferente,
ainda assim não poderá ser votada porque é o mesmo assunto, não importa a redação;
- PEC rejeitada ou prejudicada poderá ser analisada na mesma legislatura (04 anos), só não pode na mesma sessão legislativa
- Podemos ter uma Sessão Legislativa Extraordinária do Congresso (que são aquelas realizadas fora do período de sessão
legislativa, por exemplo, em 15 de janeiro). Se uma PEC é rejeitada em 15 de janeiro nessa Sessão Extraordinária, poderá ser
votada e aprovada em Sessão Ordinária do dia 22/02, pois são sessões legislativas diferentes, apenas o ano é o mesmo.
- Pode haver alterações à proposta de Emenda (Emenda Aditiva), retirar (Emenda Supressiva), fazer a fusão de duas PEC’s
(Emenda de Aglutinação) ou também fazer a substituição do texto da PEC (Substitutivo).
- Substitutivo: o texto da PEC está muito ruim, vamos trocar por outro. 1/3 da Casa apresenta o Substitutivo (podem ter vários
substitutivos). A Casa vai votar para ver se aceitam substituir o texto por outro.
- Ou seja, a Casa pode votar a aceitação do substitutivo e rejeitá-lo e na mesma votação já inserir a Sessão Legislativa da PEC
original e aprovar. Não é exceção à irrepetibilidade. Os Substitutivos são votados todos primeiro que a Emenda e pode ser tudo
na mesma Sessão Legislativa.
- Por exemplo, a PEC pode ter 10 itens e às vezes 01 ponto é polêmico ou não tem concordância das duas Casas. Nesses casos,
desmembra esse ponto de divergência e faz uma nova PEC só para ele. Então teremos duas PEC’s sobre o mesmo tema
tramitando paralelamente (é a chamada PEC Paralela). Pode acontecer de uma ser aprovada e a outra não, pode rejeitar a de
09 itens e aprovar a de 01 item. Não ofende a irrepetibilidade.
- Quando é uma Emenda da Redação (apenas mexer na pontuação, clareza, sem alterar o conteúdo) se o Senado aprovou, daí
não precisa voltar e passar pra Câmara, já segue; Se tirar algo, acrescentar ou substituir alguma coisa, daí tem que voltar pra
Câmara;
- Bicameralismo puro = as duas Casas em condição de igualdade (enquanto não estiverem em um consenso, a Emenda não
segue para promulgação);
- Processo de Emenda não tem sanção nem veto – a única participação do PR é na iniciativa;
- É possível alterar a fim de que a Cláusula Pétrea seja ampliada, reduzida ou posso alterar a redação dessa Cláusula, em
todas, desde que não prejudique o núcleo essencial (esvaziar sua essência);
- Então, é possível acrescentar o inciso V, mais um inciso no §4°? Não, as cláusulas pétreas são só 04, não pode criar mais
nenhuma; quem cria a cláusula pétrea é o PCO, o PCD somente cumpre o que o Originário dispôs; PCD não pode criar nem
abolir cláusulas pétreas;
- Mas então o que significa “ampliar”? Posso criar mais um inciso no art. 5°? Posso, é permitido criar mais direitos individuais;
- Reduzir não significa retirar as cláusulas pétreas, então você não pode retirar nenhum inciso do art. 5°, por exemplo; você
pode apenas reduzir o campo de incidência desses direitos. Por exemplo, o direito à vida, que não é absoluto; reduzir é
relativizar;
- É possível alterar completamente a redação das cláusulas pétreas, o que não pode é mexer no núcleo essencial, o campo de
proteção dessa Cláusula Pétrea;
- Não é permitido sequer deliberar sobre a abolição da Cláusula Pétrea;
LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS:
a) Intervenção Federal
b) Estado de Defesa
c) Estado de Sítio
- Cuidado: pode emendar durante Calamidade Pública (ex. pandemia), só não pode nesses casos acima;
- Estado de Calamidade Pública não impede o processamento de Emenda;
- A CF/88 pode ser objeto de emenda, também, durante o ano eleitoral normalmente;
- E durante intervenção estadual, pode emendar a CF/88? Pode emendar sim, é só durante a intervenção federal que não pode;
- CUIDADO – só não pode emendar durante a intervenção, estado de defesa e estado de sítio, MAS PODE APRESENTAR
PROPOSTAS DE EMENDA DURANTE ESSAS SITUAÇÕES NORMALMENTE; Ex. Temer apresentou a Reforma da Previdência
durante a Intervenção Federal do RJ;
LIMITAÇÃO PROCESSUAL
- Ainda que o conteúdo seja perfeito, se não seguiu o processo legislativo, a Emenda será inconstitucional;
LIMITAÇÃO TEMPORAL:
- NÃO HÁ LIMITAÇÃO TEMPORAL AO PODER DE REFORMA DA CF/88
- Limitação temporal seria estabelecer um tempo, de tal data até tal data, em que a CF não poderia sofrer Emenda e isso não
existe;
- A única CF brasileira que adotou limitação temporal foi a CF de 1824 (não poderia sofrer modificação durante 04 anos);
- A maioria das questões vai misturar os aspectos circunstanciais com os temporais;
- Irrepetibilidade (não poder apresentar a mesma emenda 2x na mesma sessão legislativa) também não é limitação temporal, é
uma limitação processual;
- NÃO HÁ LIMITAÇÃO TEMPORAL NA CF/88;
- PODER DERIVADO REVISOR - Art. 3° do ADCT – também não é limitação temporal – “A revisão constitucional será realizada
após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional,
em sessão unicameral”;
- Forma Republicana de governo e Sistema Presidencialista são cláusulas pétreas implícitas; não são consideradas, em regra,
como cláusulas pétreas, a doutrina entende que são implícitas, mas não é unanimidade;
- Existe Poder Decorrente nos Municípios? Não, porque Município não tem Constituição, só tem Lei Orgânica;
LEIS ORGÂNICAS
a) Do Município
- Votação em 02 turno
- Interstício mínimo de 10 dias
- Voto por maioria de 2/3
- Hierarquia de Lei Orgânica
b) Do Distrito Federal
- Votação em 02 turno
- Interstício mínimo de 10 dias
- Voto por maioria de 2/3
- Hierarquia de Constituição Estadual
- Estados não possuem autonomia para definir, no processo de reforma de suas CE’s, um quórum de 2/3. STF disse que tem que
ser quórum de 3/5, igual da CF/88, pois se é Constituição, tem que ser igual à CF/88 (silêncio eloquente);
ESTADO DE DEFESA
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a
ordem pública ou a paz social ameaçada por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidades de grandes proporções na natureza.
PR tem competência para dar início ao Estado de Defesa
É uma situação ou fenômeno inesperado que deixam as pessoas desesperadas
O PR não precisa de autorização do CN para decretar Estado de Defesa ou de Sítio, ele só comunica o CN para
aprovar ou não a medida dele. No entanto, o CN faz o controle político desse ato do PR.
Não precisa de lei, o ato do PR é um decreto e tem que especificar o prazo, áreas abrangidas e medidas
coercitivas;
A CF estabelece um prazo limite de 30 dias, ou seja, não pode ultrapassar 30 dias o Estado de Defesa. Pode
renovar, uma única vez, por mais 30 dias (PR vai fazer um novo decreto e enviar para aprovação do CN). Se
depois de 30 + 30 não resolver, entra o Estado de Sítio.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a
serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a
União pelos danos e custos decorrentes.
Mecanismos de controle político do decreto do PR da República: o decreto é submetido ao Congresso Nacional.
O prazo para enviar ao CN é de 24h.
O CN vai aprovar ou não o decreto do PR (se não aprovar, vão apurar se houve excesso do PR e crime de
responsabilidade). O CN tem 10 dias para apreciar.
Caso necessário, haverá convocação extraordinária (em caso de recesso) do CN no prazo de 05 dias (prazo para
comparecimento dos parlamentares). Tem 05 dias para comparecer + 10 dias para apreciação do ato.
Aqui o quórum é de maioria absoluta (diferente da intervenção federal)
É diferente da intervenção federal, pois na intervenção o CN tem 24h para analisar.
A mesa do CN, depois de ouvir os líderes partidários, designará uma comissão composta de 05 parlamentares
para acompanhar e fiscalizar as medidas tomadas pelo PR durante o Estado de Defesa
Cessou o Estado de Defesa? O PR encaminha uma mensagem ao CN especificando e comentando todas as
medidas que tomou. Caso o CN entenda que houve excesso do PR ou qualquer autoridade, será apurada a
responsabilidade.
Durante o Estado de Defesa, como fica a questão da liberdade de locomoção? Pode ocorrer a prisão por crime
contra o Estado (situação essa que não ocorreria em uma normalidade). Essa prisão por crime contra o Estado
tem que ser IMEDIATAMENTE comunicada ao juízo competente (a situação de normalidade é prazo de
comunicação em 24h, lembra? Mas aqui é imediatamente). Essa prisão não pode ser superior a 10 dias, salvo se
houver autorização do juízo competente.
A CF proíbe a incomunicabilidade do preso, seja na normalidade, seja no Estado de Defesa.
Algo bem importante = o PR não vai pedir autorização do Conselho da República ou do Conselho de Defesa, ele
somente irá consultar ambos os conselhos. Ele não pede autorização a ninguém.
ESTADO DE SÍTIO
Sitiar é cerca, semelhança de guerra
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
tomada durante o estado de defesa; o prazo aqui é de 30 dias e pode ser prorrogado quantas vezes forem
necessárias. Para cada prorrogação, tem que ter autorização do CN.
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira não tem como saber qual a
duração da guerra ou ataque estrangeiro, então continuará enquanto permanecer a situação de guerra.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua
prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria
absoluta.
A CF continua vigente durante o Estado de Sítio
Há controle político prévio do CN no Estado de Sítio, com o CN autorizando o PR a decretar
Há também o controle posterior, pois após o fim do Estado de Sítio, o PR precisa enviar relatório para o CN
analisar
O Judiciário, igual ao Legislativo, permanece atuando durante todo o Estado de Sítio e os remédios
constitucionais permanecem em vigência (HC, MS etc).
Quais medidas o PR pode tomar durante o Estado de Sítio?
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra
as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de
informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; Serão divulgadas apenas
informações que o Governo quer como informação oficial.
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
As medidas acima, do art. 139, valem apenas para a situação de sítio devida na ocasião de grave comoção
nacional. Não valem para guerra, pois na guerra “salve-se quem puder”.
Estado de Sítio é uma ação repressiva e não preventiva, pois o caos já está instalado, então não tem como
prevenir e sim tentar retomar a ordem.
FORÇAS ARMADAS
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Forças Armadas não integram a segurança pública
Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica não são ministros, mas possuem status de Ministros (possuem
foro privilegiado – por crime comum são julgados no STF e por crime de responsabilidade também no STF,
exceto crime conexo com do PR, pois aí serão julgados pelo Senado).
Assuntos próprios das Forças Armadas são reservados à Lei Complementar de iniciativa privativa do PR
Hierarquia e Disciplina
Não cabe habeas corpus em relação a punições disciplinares militares (não cabe HC em relação ao mérito da
punição disciplinar militar). Cabe HC para combater a ilegalidade da punição militar disciplinar. Ex: foi punido pela
autoridade A e só poderia ser punido pela autoridade B.
Vedada sindicalização e greve aos militares. Sindicalização é vedada porque visa evitar que eles fiquem
mobilizados e a partir dessa mobilização consigam fazer um motim desrespeitando a hierarquia. A greve não
ocorre porque o Estado não faz greve.
Sindicalização e greve são vedadas às Forças Armadas, PM e Bombeiros. No entanto, Polícia Civil, PRF, PFF, PF e
Polícia Penal possuem direito à sindicalização, pois são servidores públicos, mas não possuem direito de greve.
Não há artigo de lei prevendo isso, mas sim interpretação extensiva do STF: “Se o Estado não cruza os braços e
não faz greve, então todo o braço armado do Estado também não pode fazer greve” e quem é o braço armado?
Todos os servidores públicos que integram a segurança pública. NÃO POSSUEM DIREITO DE GREVE, MAS
POSSUEM DIREITO DE SINDICALIZAÇÃO.
Militares da ativa não podem se filiar a partidos políticos. O militar inativo pode sim.
CF assegura aos oficiais as patentes, títulos, postos e uso de uniformes, ainda que já reformados (ou seja,
independente de estarem na ativa ou não).
Como ocorre a perda de patente? Não ocorre pela mera vontade de um superior, mas sim apenas se aquele
oficial for julgado indigno para aquele oficialato. Decisão de Tribunal Militar Permanente.
Alguns estados poderão ter Justiça Militar própria (que tiverem efetivo militar superior a 20 mil habitantes e
somente se quiserem).
Militar pode acumular o posto com mandato eletivo? Vale a mesma coisa para Estaduais e da União. O militar
inalistável (conscrito) não pode exercer mandato eletivo porque não exerce direitos políticos ativos nem passivos.
Os demais militares (alistáveis) podem exercer direitos políticos ativos e passivos, então são elegíveis. Eles não
podem ter filiação partidária, mas se tiver:
+ de 10 anos de serviço agregado (espécie de licença que se assemelha à do servidor público).
- de 10 anos de serviço afastado (afastamento definitivo, pedir baixa)
Se perder, volta às forças armadas, normal. Se ganhar, aí sim se filia ao partido quando da diplomação e toma
posse.
Militares podem exercer mandato eletivo? Sim, mas quando encerrar o mandato legislativo, não poderão voltar à
atividade de militar.
Militar pode exercer cargo público civil não eletivo? Sim, em duas situações:
1) se esse cargo ou emprego público for permanente (ex. analista do STJ), o militar não pode acumular o cargo
com o de militar. Ele será transferido para a reserva. A reserva remunerada depende de autorização do PR.
- Existe uma exceção: o militar pode acumular a função de militar com cargo ou emprego público de saúde,
quando houver compatibilidade de horários.
2) se for cargo não eletivo, mas for cargo temporário, pode cumular? (ex. secretário de Estado). Ele pode tomar
posse, pode exercer sim, não vai pra reserva, mas fica na condição de agregado. Enquanto permanecer nessa
situação de agregado, o período será computado para todos os fins, inclusive promoção por antiguidade,
transferência para reserva etc. Se ele ficar + de 02 anos, aí tem que deixar de ser agregado e passar para a
reserva.
- Aqui também tem a exceção do cargo de saúde, pois se for de saúde ele pode permanecer ativamente como
militar e com o cargo de saúde, conciliando os dois.
Militares estaduais podem cumular cargos públicos não eletivos nas mesmas situações que o servidor público
pode (art. 42 da CF), então é diferente das vedações aos militares das forças armadas. Então Militar Estadual pode
ser militar + professor, militar + outro cargo técnico e científico ou militar + cargo de saúde.
O comando da PM e do Corpo de Bombeiros Militar é do Governador de Estado. O comando não passa para o
PR, nem que a PM e o CBM sejam chamados por ele para atuar.
No entanto, a PM e o Corpo de Bombeiros Militar são considerados reservas do Exército Brasileiro, mas integram
a Segurança Pública.
Organização, estrutura e funcionamento das forças armadas são matérias reservadas à lei complementar. No
entanto, quanto ao ingresso, limites de idade, estabilidade, transferência para inatividade, direitos, deveres,
remunerações, prerrogativas e outras situações especiais, a competência é da lei ordinária.
Limite de idade para ingresso: STF entende que se o cargo justificar a diferença, ela pode ser estabelecida, pois
prevalece o interesse público.
Pode estabelecer mais vagas para ingresso de homens que mulheres porque, logicamente, a diferença de gênero
é compatível com o interesse público ali na atividade militar (maior força etc). O que não pode ocorrer é não abrir
vaga para mulheres, aí não pode.
A constitucionalidade da diferença de gênero se dá tanto no momento do ingresso quanto no momento da
promoção de carreira. Aqui, diferencia na promoção para permitir que mulheres sejam, de fato, promovidas. Aqui
você equipara.
Tatuagens – STF: “O Estado não pode ser o sensor da liberdade alheia, é a pessoa que define se terá ou não
tatuagens”, então não pode eliminar o candidato do concurso porque ele possui tatuagens. No entanto, se a
tatuagem for atentatória ao Estado Democrático de Direito, aí você pode ser eliminado. Ex: símbolo nazista,
palhaços etc.
Militar praticar crime contra a vida de civil = vai à Júri Popular.