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Prerrogativas Parlamentares:

Parlamentar é o membro do Poder Legislativo, portanto: A) Em âmbito Federal os


Parlamentares são Deputados Federais e Senadores; B) Em âmbito Estadual, são os
Deputados Estaduais; C) Em Âmbito Municipal, os Vereadores.
Os parlamentares exercem várias funções, porém duas se destacam, são elas:
Criação de normas: A) Leis ordinárias; B) Leis complementares; C) Emendas à
constituição; D) Leis delegadas; E) Resoluções legislativas, entre outras. Fiscalização
financeira e orçamentária.
Imunidade parlamentar material: É aquela que corresponde a ações que, quando
praticadas, não caracterizam crime. Exemplo: Parlamentares são invioláveis quanto a
opiniões, palavras e votos, desse modo, caso um parlamentar defenda, em plenário, a
criação de políticas públicas discriminatórias, estará acobertado pela imunidade
material.
Imunidade parlamentar formal: Confere ao parlamentar a impossibilidade de prisão,
salvo casos excepcionais e, ainda, a possibilidade de a Casa respectiva do congressista
sustar o andamento de processos criminais instaurados em seu desfavor.
Conforme julgado pelo STF, a imunidade parlamentar materializa uma proteção
adicional ao direito fundamental a liberdade de expressão (que todas as pessoas
possuem e está prevista no art. 5o, IV e IX da CF/88). Desse modo, as palavras dos
parlamentares, desde que guardem alguma relação com as funções do mandato, estão
cobertas pela imunidade material.
Dentro da Casa Legislativa: Imunidade material absoluta.
Fora da Casa Legislativa: Imunidade material relativa, deve-se demonstrar que o
discurso proferido guarda relação com o exercício do mandato.
Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
É importante salientar que, desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
São crimes inafiançáveis: A) Racismo; B) Tortura; C) Tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins; D) Terrorismo; E) Crimes Hediondos; F) Ação de grupos armados (civis
ou militares) contra a ordem constitucional e o Estado.
A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
A CF/88 proíbe, somente, a prisão penal cautelar do parlamentar, portanto, não há
imunidade em elação a prisão determinada por sentença condenatória transitada em
julgado.
O juiz de primeiro grau pode, fundamentadamente, impor a parlamentares municipais
medida cautelar de afastamento das funções legislativas SEM NECESSIDADE DE
REMESSA À CASA LEGISALTIVA PARA DELIBERAÇÃO, conforme
entendimento do STF no RHC 88.804/RN.
Perderá o mandato o Deputado ou Senador: 1º) Que infringir qualquer das vedações;
2º) Cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; 3º) É
incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno,
o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção
de vantagens indevidas; 4º) Que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à
terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por
esta autorizada; 5º) Que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; 6º) Quando o
decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos pela Constituição; 7º) Que sofrer
condenação criminal em sentença transitada em julgado.
Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: 1º) Investido no cargo de: Ministro
de Estado; Governador de Território; Secretário de Estado, do DF, Território, de
Prefeitura de Capital, Chefe de missão diplomática temporária; 2º) Licenciado pela
respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse
particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por
sessão legislativa.
Prerrogativas Parlamentares no Regimento da ALMG:
1º) O Deputado, desde a expedição do diploma, somente poderá ser submetido a
julgamento perante o Tribunal de Justiça.
2º) Os deputados Estaduais também possuem Imunidade, tanto a material quando a
formal.
3º) Em relação a imunidade formal, destaca-se que o Deputado não pode, desde a
expedição do diploma, ser preso, salvo em flagrante de crime inafiançável.
4º) Na hipótese de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos no prazo de
vinte e quatro horas à Assembleia Legislativa, para que esta, pelo voto nominal da
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
5º) Recebida a denúncia contra Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
Tribunal de Justiça dará ciência à Assembleia Legislativa, que, por iniciativa de partido
político nela representado e pelo voto nominal da maioria de seus membros, poderá, até
a decisão final, sustar o andamento da ação.
6º) O pedido de sustação será apreciado pela Assembleia Legislativa no prazo
improrrogável de quarenta e cinco dias contados do seu recebimento pela Mesa.
7º) A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
8º) O Deputado não será obrigado a testemunhar sobre informação recebida ou prestada
em razão do exercício do mandato, nem sobre pessoa que a ele confiou ou dele recebeu
informação.
9º) O Deputado sem filiação partidária não poderá candidatar-se a eleição para cargos
da Mesa da Assembleia nem ser designado membro de comissão.
10º) A Assembleia Legislativa é quem tem competência para decidir sobre a sustação de
ação judicial contra Deputado Estadual, e deliberará a respeito por iniciativa de
PARTIDO POLÍTICO com representação na ALMG.
11º) O pedido de sustação será apreciado pela Assembleia Legislativa no prazo
improrrogável de quarenta e cinco dias.
12º) Recebido o pedido de sustação, o ofício será numerado, publicado e despachado à
Comissão de Constituição e Justiça, que, no prazo de vinte dias, emitirá parecer
preliminar sobre a possibilidade de se deliberar sobre o pedido de sustação do
andamento da ação.
13º) Recebido o pedido de sustação, o ofício será numerado, publicado e despachado à
Comissão de Constituição e Justiça, que, no prazo de vinte dias, emitirá parecer
preliminar sobre a possibilidade de se deliberar sobre o pedido de sustação do
andamento da ação.
O parecer pode ser emitido no sentido de que:
A ALMG pode deliberar sobre a sustação do andamento da ação.
A ALMG não pode deliberar sobre a sustação do andamento da ação.
Caso, a Comissão de Constituição e Justiça conclua pela impossibilidade de
deliberação sobre a sustação do andamento da ação, a consequência é que o processo
judicial continuará no seu tramite normal.
Sim, de decisão da Comissão de Constituição e Justiça que concluir pela
impossibilidade de deliberação sobre a sustação do andamento da ação caberá recurso
ao Plenário.
Caso a Comissão de Constituição e Justiça conclua pela possibilidade de deliberação
sobre a sustação do andamento da ação, o processo será encaminhado à Comissão de
Ética e Decoro Parlamentar para parecer.
A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, no prazo de dez dias, emitirá parecer, que
concluirá pela apresentação de projeto de resolução que aprova ou rejeita o pedido de
sustação do andamento da ação.
Esgotado o prazo da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar sem emissão de parecer,
o Presidente da Assembleia incluirá a matéria na ordem do dia e para ela designará
relator.
O projeto de resolução, que objetiva a sustação do andamento de ação judicial contra
Deputado Estadual, será aprovado se obtiver o voto favorável da maioria dos membros
da Assembleia Legislativa.
A Mesa da Assembleia comunicará ao tribunal competente a decisão do Plenário.
A Mesa da Assembleia comunicará ao tribunal competente a decisão do Plenário.
Decoro Parlamentar:
Assim, temos que o Deputado que descumprir os deveres decorrentes do mandato ou
praticar ato que afete a dignidade da investidura estará sujeito a processo e penalidades
por quebra de decoro parlamentar.
A quebra de decoro enseja as seguintes penalidades: 1º) Censura; 2º) impedimento
temporário do exercício do mandato, não excedente a trinta dias; 3º) perda do mandato.
Considera-se atentatório ao decoro parlamentar o uso, em discurso ou proposição, de
expressões que configurem violação dos direitos constitucionais.
É incompatível com o decoro parlamentar: 1º) o abuso das prerrogativas
constitucionais; 2º) a percepção de vantagens indevidas; 3º) a prática de irregularidades
graves no desempenho do mandato ou de encargos dele decorrentes; 4º) a prática de
ofensa à imagem da instituição, à honra ou à dignidade de seus membros.
Penalidade de Censura:
A censura será verbal ou escrita.
A censura verbal é aplicada, em reunião, pelo Presidente da Assembleia ou pelo de
comissão ao Deputado que: A) Deixar de observar, salvo motivo justificado, os
deveres decorrentes do mandato ou os preceitos do Regimento Interno da ALMG; B)
Perturbar a ordem ou praticar atos que infrinjam as regras de boa conduta no recinto da
Assembleia Legislativa ou em suas demais dependências.
A censura escrita será imposta pela Mesa da Assembleia ao Deputado que: 1º)
Reincidir nas hipóteses de censura verbal; 2º) Usar, em discurso ou proposição,
expressões atentatórias ao decoro parlamentar; 3º) Praticar ofensas físicas ou morais em
dependências da Assembleia Legislativa ou desacatar, por atos ou palavras, outro
Deputado, a Mesa da Assembleia ou comissão e respectivas Presidências ou o Plenário.
Penalidade Impedimento Temporário do Exercício do Mandato:
Considera-se incurso na sanção de impedimento temporário do exercício do
mandato o Deputado que: 1º) Reincidir nas hipóteses de censura escrita; 2º) Praticar
transgressão grave ou reiterada aos preceitos do Regimento Interno da ALMG; 3º)
Revelar conteúdo de debate ou deliberação que, por decisão do Plenário ou de
comissão, deva permanecer sigiloso; 4º) Revelar informação ou conteúdo de documento
oficial de caráter sigiloso de que tenha tido conhecimento.
Nos casos de penalidade de impedimento temporário de exercício do mandato, a
penalidade será aplicada pelo Plenário, em votação nominal e por maioria simples,
assegurada ao infrator ampla defesa.
OBS: O Deputado acusado da prática de ato que ofenda a sua honorabilidade poderá
requerer ao Presidente da Assembleia que mande apurar a veracidade da arguição e, não
provada a procedência, imponha ao Deputado ofensor a penalidade regimental cabível.
Penalidade de Perda do Mandato:
Aplicável somente para casos de grande gravidade, em deliberação do Plenário da
ALMG.
Vedações dos Parlamentares:
Os Deputados e Senadores não poderão:
Desde a expedição do diploma: 1º) Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas
uniformes; 2º) Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os
de que sejam demissíveis ad nutum, com pessoa jurídica de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço
público.
Desde a posse: A) Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer
função remunerada; B) Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum,
com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviço público; C) Patrocinar causa em
que seja interessada pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público; D) Ser
titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

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