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IMUNIDADES:

Imunidade diplomáticas:

Essas imunidades são fundadas no respeito e consideração ao Estado que


representam e na necessidade de cercar sua atividade de garantias para o perfeito
desempenho da missão diplomática.

Por força da Convenção de Viena (ano de 196l – sobre relações diplomáticas)


e (ano de 1963 – sobre relações consulares). Os Chefes de Estado e os
representantes de governos estrangeiros estão excluídos da jurisdição criminal dos
países em que exercem suas funções.

Esta imunidade refere-se a qualquer delito e se estende a todos os agentes


diplomáticos (embaixadores, secretários da embaixada, ao pessoal técnico e
administrativo das representações, aos componentes da família e aos funcionários
das organizações internacionais (ONU, OEA, etc..), quando em serviço. No caso de
morte desses privilegiados a imunidade continua até o tempo necessário a
transferência da família para o país de origem.

Estão excluídos destas imunidades, os empregados particulares dos agentes


diplomáticos, a não ser que o Estado acreditante (que dá crédito, poderes) os
reconheça. Admite-se a renúncia à garantia da imunidade. Esta matéria é de
competência do Estado acreditante e não do agente diplomático.

As sedes diplomáticas (embaixadas, sedes de organismos internacionais,


etc..) são consideradas extensão do território estrangeiro, mas, são invioláveis, não
podendo, deste modo, ser objeto de busca e apreensão, penhora ou qualquer outra
medida constritiva.

Imunidades parlamentares:

São prerrogativas que asseguram os membros do Congresso para que


possam atuar com liberdade e independência.

São duas as imunidades:

1 – Material – absoluta (penal)

2 – Processual – formal

a) Garantia contra a instauração de processo;


b) Direito de não ser preso – salvo em flagrante delito;
c) Direito de foro privilegiado (ser julgado pelo STF)
d) Imunidades para servir como testemunhas.

1 – MATERIAL (Necessário para a preservação do Estado democrático de direito).


Aos Deputados e Senadores são invioláveis civil e penalmente em quaisquer
manifestações proferidas no exercício ou desempenho de suas funções (escrita ou
falada):

a) Deve ocorrer no exercício da função, dentro ou fora da Casa respectiva;


b) A imunidade visa tutelar o livre exercício da atividade parlamentar;
c) A Emenda Constitucional nº. 35 ampliou a imunidade para as questões de
direito civil, não mais podendo ser processado por perdas e danos, materiais
e morais;
d) Deve existir o nexo funcional a manifestação tida como ofensiva do
parlamentar;
e) Tem que estar no exercício do mandado;
f) Não deve o parlamentar abusar da prerrogativa (palanques, discursos etc.)
pode a conduta caracterizar o decoro parlamentar;
g) Suplente não tem direito a imunidade, pois não está no exercício da função;
h) Co-réu não tem direito a imunidade – Súmula do STF nº. 245;
i) A imunidade é irrenunciável;
j) A imunidade não acompanha o parlamentar que esteja ocupando outro cargo
da administração pública. Ex. Ministro do Trabalho. A súmula nº. 04 do STF
foi cancelada;
k) Natureza jurídica da imunidade: Exclui a própria tipicidade (Capez e Luiz Flávio
Gomes).

2 – PROCESSUAL:

Antes da Emenda Constitucional nº. 35/01, a imunidade processual impede o


STF de processar o parlamentar. Havia necessidade de autorização da Casa
(licença prévia da respectiva Casa). Depois de oferecida a denúncia, o STF,
encaminhava o pedido de licença à Câmara dos Deputados ou Senado Federal
pleiteando autorização para a instauração do processo – Condição de
prosseguibilidade.

Nova redação – Artigo 53 §3º da Constituição Federal:

a) Recebida a denúncia contra o Deputado ou Senador por crime ocorrido após


a diplomação pela Justiça Eleitoral, o STF, dará ciência a Casa respectiva da
instauração do processo;
b) O partido político nela representado e pelo voto “secreto” da maioria de seus
membros poderá até a decisão final, sustar o andamento da ação;
c) A mesa diretora da Casa terá 45 dias para apreciar o pedido de sustação;
d) A sustação do processo suspende a prescrição enquanto durar o mandato;
e) O controle legislativo para os parlamentares deixou de ser prévio para ser
posterior. O crime praticado pelo Presidente da República manteve a
autorização prévia;
f) Os prefeitos só possuem o foro por prerrogativa de função, ou seja, não
possuem imunidade, assim como os Governadores e o próprio Presidente da
República;
g) Terminada a investigação criminal o Procurador Geral da República deverá se
manifestar em 15 dias se o parlamentar estiver solto, ou 5 dias se estiver
preso;

Crimes cometidos antes da diplomação:

a) O processo terá o curso normal pelo juiz natural (STF ou TJ);


b) O Tribunal competente não precisa comunicar o Parlamento, pois não
ocorre a sustação da ação;

Crimes cometidos após a diplomação:

a) O STF da ciência a Casa respectiva que poderá sustar o andamento da


ação;
b) O privilégio não alcança os co-autores (Súmula nº. 245 do STF).

Imunidade prisional: (artigo 53 §2º da C.F)

Com a diplomação pela Justiça Eleitoral os membros do Congresso não


poderão ser presos, salvo a prisão em flagrante pela prática de crime inafiançável;

Os autos são remetidos em 24 horas à Casa respectiva para que através do


voto (aberto e não secreto) da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

Não pode ser preso pelas medidas cautelares (prisão temporária, preventiva,
em decorrência de pronúncia ou sentença de primeiro grau ou mesmo decorrente de
acórdão de segunda instância e prisão civil por alimentos.

Prerrogativa de função:

Entre as imunidades relativas, em seu sentido amplo, estão as referentes ao


foro por prerrogativa de função, consistentes no direito de determinadas pessoas
de serem julgadas, em virtude dos cargos ou funções que exercem, pelos Órgãos
Superiores da Jurisdição. O tratamento especial não é a pessoa, mas ao cargo ou
função que exerce, de especial relevância para o Estado.

O Presidente da República, não goza de imunidade absoluta, apenas foro por


prerrogativa da função, após licença da Câmara dos Deputados pelo voto de dois
terços de seus membros, poderá ser processado perante o STF, nos crimes
comuns, e no Senado, pelos crimes de responsabilidade.

Cabe ainda, ao STF (Supremo Tribunal Federal) julgar originariamente o Vice-


Presidente e o Procurador-Geral da República, por crimes comuns, e, nos crimes
comuns e de responsabilidade, os membros dos Tribunais Superiores, do Tribunal
de Contas da União, os Chefes de missão diplomática de caráter permanente e os
Ministros de Estado, exceto os praticados em conexão com o Presidente da
República.
Ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) incumbe o julgamento dos
Governadores, mediante prévia licença da Assembléia Legislativa, nos crimes
comuns, e, nos crimes comuns e de responsabilidade, dos Desembargadores,
membros de Tribunais Federais, Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho e os
membros do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais.

Aos Tribunais Regionais Federais, compete o julgamento dos juízes federais


e membros do Ministério Público Federal.

Aos Tribunais de Justiça, compete o julgamento dos prefeitos, dos juízes e


dos membros do Ministério Público local.

A competência por prerrogativa de função concedida pela Constituição


Federal prevalece sobre a competência do Júri, quanto aos crimes dolosos contra a
vida. Contudo, quando a imunidade for concedida por outra norma jurídica, federal
ou estadual, ela não prevalecerá sobre a competência do Júri.

Imunidade para servir de testemunha:

- O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha.


- O agente consular são obrigados a depor, exceto sobre fatos relacionados com o
exercício de suas funções.
Os deputados e senadores não são obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas
que lhes confiaram ou deles receberam informações. No mais, estão obrigados a
depor. Esta prerrogativa estende-se aos deputados estaduais

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