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Imunidades e Prerrogativas

• A- IMUNIDADES FORMAIS:
• PRISÃO. Art. 86, §3º ( Regra é não haver prisão, pode apenas em caso de Sentença condenatória
criminal)
• PROCESSO. Art. 86, caput.( Juízo de admissibilidade, câmara dos deputados 2/3 dos membros, 342,
deputados)
• B- PRERROGATIVA DE FORO FUNCIONAL. Art. 86, caput.
• CRIME COMUM – (STF, fará juízo de admissibilidade)
• CRIME DE RESPONSABILIDADE- Não são tipos penais, e sim infrações políticas administrativas.
Súmula Vinculante 46, diz que apenas lei federal pode dispor sobre crimes de responsabilidade)
• C. O “IMPEACHMENT”. Art. 52, parágrafo único. (Senado Julga)
• ADPF 378. Após o Juízo de admissibilidade da CD, terá o Juizo de admissibilidade do Senado por
maioria simples.( No momento de admissibilidade pelo senado passa a ser tribunal político de
julgamento.)
• Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que
atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
• I - a existência da União;
• II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público
e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
• III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
• IV - a segurança interna do País;
• V - a probidade na administração;
• VI - a lei orçamentária;
• VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
• Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento.
• Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara
dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas
infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
• § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
• I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo
Supremo Tribunal Federal;
• II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado
Federal.
• § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver
concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo.
• § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da
República não estará sujeito a prisão.
• § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado
por atos estranhos ao exercício de suas funções.
• Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por
dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e
o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;”
• “Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o
Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade,
bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com
aqueles;”
• Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à
perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de
função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
• A lei de crimes de Responsabilidade (1.079/50, art.68) permite o
fracionamento da pena. (caso de Dilma)

• D. CLÁUSULA DE IRRESPONSABILIDADE PENAL RELATIVA. Art.


86, §4º
• Art. 86, § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não
pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
• OBS: cláusula exclusiva do Presidente, não se aplica Governadores e
prefeitos.
• Dessa forma, ele só poderá ser responsabilizado (e entenda-se a responsabilização
pela prática de infração penal comum — ilícitos penais) por atos praticados em
razão do exercício de suas funções (in officio ou propter officium).
• Assim, as infrações penais praticadas antes do início do mandato ou durante
a sua vigência, porém sem qualquer relação com a função presidencial (ou
seja, não praticadas in officio ou propter officium), não poderão ser objeto da
persecutio criminis, que ficará, provisoriamente, inibida, acarretando, logicamente,
a suspensão do curso da prescrição. Trata-se da irresponsabilidade penal relativa,
pois a imunidade só abrange ilícitos penais praticados antes do mandato, ou
durante, sem relação funcional.
• No caso de crime comum, a perda do cargo dar-se-á por via reflexa, em
decorrência da suspensão temporária dos direitos políticos, enquanto durarem os
efeitos da sentença criminal condenatória, transitada em julgado.
processo de impeachment
• Câmara dos Deputados
• A acusação poderá ser formalizada por qualquer cidadão no pleno gozo de
seus direitos políticos, devendo a denúncia estar assinada com firma
reconhecida e acompanhada dos documentos que a comprovem, ou da
declaração de impossibilidade de apresentá-los, com a indicação do local
onde possam ser encontrados, além de, se for o caso, rol das testemunhas,
em número de, no mínimo, cinco.
• Conforme entendeu o STF, antes da apreciação pelo Plenário da Câmara dos
Deputados (art. 52,1, da CF/88), de acordo com o art. 19 da Lei n. 1.079/50,
assegura-se ao Presidente da Câmara dos Deputados a competência
para proceder a "... exame liminar da idoneidade da denúncia
popular[...]”.
• Esse exame liminar independe de defesa prévia, não havendo violação à
garantia da ampla defesa e aos compromissos internacionais assumidos pelo
Brasil em tema de direito de defesa.
• Em seguida, será constituída uma comissão especial para emissão de
parecer, não sendo possível a apresentação de candidaturas ou chapas
avulsas para sua formação.
• A votação para formação da comissão especial somente pode se dar por
voto aberto, tendo em vista os princípios democrático, representativo e
republicano.
• Do recebimento da denúncia será notificado o denunciado para manifestar-
se, querendo, no prazo de 10 sessões.
• Elaborado e votado o parecer da comissão especial (voto aberto),
independentemente do seu conteúdo, a denúncia será apreciada pelo
Plenário da Câmara, que poderá autorizar ou não a instauração de processo
de impeachment contra o Presidente da República. Essa autorização depende
do quórum constitucional qualificado de 2/3 de seus membros (art. 51,1, da
CF/88).
• Compete à Câmara dos Deputados autorizar a instauração de
processo (art. 51, I, da CF/1988). A Câmara exerce, assim, um
juízo eminentemente político sobre os fatos narrados, que
constitui condição para o prosseguimento da denúncia.

• Em sendo atingido o número mínimo de votos, qual seja,


atualmente, 342 (2/3 dos 513 Deputados Federais), a autorização
tomará a forma de resolução e seguirá para o Senado Federal.
Senado Federal
• O procedimento no Senado Federal é trifásico. Conforme decidiu o STF,
”diante da ausência de regras específicas acerca dessas etapas iniciais do rito
no Senado, deve-se seguir a mesma solução jurídica encontrada pelo STF no
caso Collor, qual seja, a aplicação das regras da Lei n. 1.079/1950 relativas a
denúncias por crime de responsabilidade contra Ministros do STF ou contra
o PGR (também processados e julgados exclusivamente pelo Senado)”
(ADPF 378).
1- JUÍZO DE ACUSAÇÃO {Judieium
accusationis: maioria simples e voto aberto do
Pleno)
• Será constituída uma comissão especial no Senado Federal para elaboração
de parecer. Independentemente de seu conteúdo, haverá discussão e
votação nominal do parecer, pelo Plenário do Senado Federal, por voto
aberto, em um só turno e por maioria simples (Lei n. 1.079/50, art. 47, 15
parte).
• Se o Plenário do Senado não admitir a denúncia, dar-se-á a extinção anômala
do processo, com o consequente arquivamento dos autos (art. 48 da Lei n.
1.079/50). Por outro lado, aprovado o parecer, reputar-se-á passível de
deliberação a denúncia popular oferecida (art. 47 da Lei n. 1.079/50).
• Nesse momento o processo está formalmente instaurado no Senado Federal,
passando a ser presidido pelo Presidente do STF, conforme determina o art.
52, parágrafo único, da CF.
• De acordo com o art. 86, § l.°, II, o Presidente da República ficará suspenso
de suas funções pelo prazo de até 180 dias. Trata-se de suspensão cautelar,
automática e temporária. Se decorrido esse prazo e o julgamento não
estiver concluído, cessará imediatamente o afastamento, sem prejuízo do
regular prosseguimento do processo.
• De acordo com o art. 15 da Lei n. 1.079/50, “a denúncia só poderá ser
recebida enquanto o denunciado não tiver, por qualquer motivo,
deixado definitivamente o cargo”. O ex-Presidente Fernando Collor de
Mello impetrou mandado de segurança alegando que a renúncia ao cargo
extinguiria o processo de impeachment. O STF, julgando o aludido MS 21.689-
1, por maioria de votos, decidiu que a renúncia ao cargo não extingue o
processo quando já iniciado.
2- JUÍZO DE PRONÚNCIA (maioria simples
e voto aberto)
• Passa a haver ampla instrução probatória para, ao final, o Plenário do
Senado Federal, depois de colhidas as provas, discutir e votar o parecer da
comissão especial (em um só turno, por voto aberto e maioria simples).
• Se o Senado entender que não procede a acusação, o processo será arquivado
(art. 55 da Lei n. 1.079/50). Se, por outro lado, o Senado aprovar o parecer,
considerar-se-á procedente a acusação (art. 44, 2.a parte, da Lei n. 1.079/50),
passando para a última fase de julgamento.
3- JUDICIUM CAUSAE (fase de julgamento:
2/3 e voto aberto)
• O julgamento do Presidente da República deverá ser realizado pelo Plenário
do Senado Federal, por voto aberto, só sendo admitida a condenação se
atingido o quórum constitucional de 2/3 dos 81 Senadores, ou seja, o
número mínimo de 54, que responderão SIM ou NÃO à seguinte pergunta
formulada pelo Presidente do STF:
• “Cometeu o acusado os crimes que lhe são imputados, e deve ser ele
condenado à perda do seu cargo e à inabilitação temporária, por oito
anos, para o desempenho de qualquer outra função pública, eletiva ou
de nomeação?” (CF, art. 52, parágrafo único; Lei n. 1.079/50, art. 68).
• No caso de condenação, as sanções impostas no processo de
impeachment serão veiculadas por resolução do Senado Federal (art.
52,1, CF/88), nos termos da sentença lavrada nos autos da denúncia, que,
assinada pelo Presidente do STF (que preside o procedimento) e pelos
Senadores (que funcionam como juizes), passará a fazer parte integrante da
referida resolução (como exemplo, cf. Res. n. 101/92 — Collor de Mello — e
Res n. 35/2016 — Dilma Rousseff).

• Havendo condenação pela prática do crime de responsabilidade, deverá ser


aplicada a pena de perda do cargo com inabilitação por 8 anos para o
exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis (art. 52, parágrafo único, CF/88). Na hipótese de absolvição,
naturalmente, não fará sentido impor a pena de inabilitação, que pressupõe a
prática do crime.
1ª fase (câmara dos deputados): oferecimento da denúncia por
qualquer cidadão

Indeferimento ou recebimento da denúncia pelo presidente da


câmara dos deputados

Indeferimento:
arquivamento Recebimento:
(cabe recurso ao Denúncia é lida no expediente da sessão
plenário) seguinte

Notificação para o denunciado se


manifestar (prazo: 10 sessões)

Apresentada a manifestação ou findo o


prazo, comissão especial emite parecer
(prazo 5 sessões)
Parecer é submetido a votação nominal no plenário

Inadmitida a instauração do processo, Admitida a instauração por 2/3 dos membros da casa.
denúncia é arquivada Decisão é comunicada ao presidente do senado ( prazo: 2
sessões)

2ª Fase (Senado Federal):


Juízo de admissibilidade acerca da instauração do processo proferido pela maioria
simples dos membros do senado

Inadmissibilidade: Admissibilidade: instauração do processo, sob a


arquivamento Presidência do Presidente do STF (suspensão imediata do
PR por até 180 dias)

Votação nominal dos senadores

Absolvição: PR retorna ao exercício de Condenação (2/3 dos membros do senado):


suas funções perda do cargo e inabilitação, por 8 anos, para
o exercício de função pública
Caso Dilma Rousseff: inovação
inconstitucional. Fatiamento da votação e das
penas
• No dia 30.08.2016, o Senador Humberto Costa (líder da bancada do Partido dos
Trabalhadores) apresentou, nos termos do Requerimento n. 636/2016 e tendo por
fundamento o art. 312, II e parágrafo único, do RJSF. destaque (de autoria de líderes
partidários e outros) da expressão “ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de
qualquer função pública pelo prazo de oito anos", para que fosse apreciada em separado.
• o Min. Lewandowski, então Presidente do STF e, portanto, nos termos do art. 52, parágrafo
único, da CF/88, Presidente do processo de impeachment, baseando-se na Nota
Informativa n. 2.660/2016, da Consultoria Legislativa do Senado Federal, acolheu o
destaque e determinou a votação de modo fatiado, passando os parlamentares a responder às
seguintes indagações (votação realizada em 31.08.2016):
• “Cometeu a acusada os crimes de responsabilidade correspondentes à
tomada de empréstimos junto à instituição financeira controlada pela União e
à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhe são
imputados, devendo ser condenada à perda do seu cargo?” SIM: 61, NÃO:
20, ABST: 0;
• □ “ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função
pública pelo prazo de oito anos”' (votação da expressão destacada): SIM: 42,
NÃO: 36, ABST: 3.
Crimes comuns
• Da mesma forma como ocorre nos crimes de responsabilidade, também
haverá um controle político de admissibilidade, a ser realizado pela
Câmara dos Deputados, que autorizará ou não o recebimento da
denúncia ou queixa-crime pelo STF, através do voto de 2/3 de seus
membros (art. 86, caput).
• Pois bem, admitida a acusação contra o Presidente da República, por 2/3 da
Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o STF
(crime comum).
• A denúncia, nos casos de ação penal pública, será ofertada pelo Procurador-
Geral da República. Em caso de não ter formado a sua Opinio delicti,
deverá requerer o arquivamento do inquérito policial. Nos casos de crime de
ação privada, haverá necessidade de oferta da queixa-crime pelo ofendido, ou
de quem por lei detenha tal competência.
• A expressão “crime comum”, segundo posicionamento do STF, abrange
“todas as modalidades de infrações penais, estendendo-se aos delitos
eleitorais, alcançando até mesmo os crimes contra a vida e as próprias
contravenções penais”.
• Recebida a denúncia ou queixa-crime, o Presidente da República
ficará suspenso de suas funções por 180 dias, sendo que, decorrido tal
prazo sem o julgamento, voltará a exercê-las, devendo o processo continuar
até decisão final (art. 86, § l.°, I, CF/88).
Executivo Estadual e Municipal
• Imunidades quanto a prisão e o processo exclusivas para o presidente da República.
• Prerrogativa de Foro funcional:
• Crimes comuns: Governadores pelo STJ, art. 105, I, a e Prefeitos pelo TJ- art.29, X.
• OBS: Em junho de 2018 o STJ seguindo entendimento do STF, entendeu que deve
julgar crimes que ocorreram antes ou após a diplomação, mas com relação as
funções.
• Prefeitos: Súmula 702 STF- Se praticar Crime Federal, será julgado pelo TRF, e se
praticar crime eleitoral, pelo TRE, e nos demais crimes pelo TJ.
• Crimes de Responsabilidade- Lei 1079/50, art. 78, §3º:
• Art. 78. O Governador será julgado nos crimes de responsabilidade, pela forma que
determinar a Constituição do Estado e não poderá ser condenado, senão à perda
do cargo, com inabilitação até cinco anos, para o exercício de qualquer função
pública, sem prejuízo da ação da justiça comum.
• § 3º Nos Estados, onde as Constituições não determinarem o processo nos crimes de
responsabilidade dos Governadores, aplicar-se-á o disposto nesta lei, devendo, porém,
o julgamento ser proferido por um tribunal composto de cinco membros do
Legislativo e de cinco desembargadores, sob a presidência do Presidente do
Tribunal de Justiça local, que terá direito de voto no caso de empate. A escolha
desse Tribunal será feita - a dos membros do legislativo, mediante eleição pela
Assembléia: a dos desembargadores, mediante sorteio.
• OBS: Não há juízo de admissibilidade, nos Estados e Municípios desde 2017.

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