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AULA 4.

GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DOS


PARLAMENTARES

→ GARANTIAS CONSTITICIONAIS DOS PARLAMENTARES

- são garantias da própria instituição;

→ INVIOLABILIDADE (art. 53)

- os deputados e senadores são invioláveis pelas opiniões, palavras e votos que


proferirem, desde que o façam no exercício do mandato;

- há uma exclusão do crime – que é aquele decorrente do pronunciamento dos


congressistas; a imunidade se dá quanto às opiniões, palavras e votos;

- aplica-se essa inviolabilidade ainda que as opiniões, palavras e votos sejam


manifestados fora das funções ligadas aos deveres parlamentares, mas desde
que guardem relação com a atividade parlamentar;

- a inviolabilidade é conhecida como imunidade material, uma vez que exclui


o crime;

- engloba tanto o campo civil como penal e diz respeito a quaisquer opiniões;

- não se discute o aspecto formal, uma vez que não há crime;

- a inviolabilidade não protege o parlamentar de processo político por perda de


mandato, fundamentado em abuso da prerrogativa da imunidade material. A
perda do mandato será decidida pelo plenário da casa a que pertença, por voto
secreto e maioria absoluta, a partir de provocação da Mesa respectiva ou de
partido político nela representado, nos termos do art. 55, parágrafo 2;

- o parlamentar não pode renunciar a proteção da imunidade;

- o congressista licenciado de seu mandato (exercendo ministro do estado)


perde a proteção da imunidade, tendo o STF cancelado a sua Súmula 4 em
sentido contrário;

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- impede tanto os processos judiciais, criminais ou civis, quando o próprio
inquérito policial;

- o STF decidiu que os depoimentos prestados por congressistas perante CPI


estão protegidos pela imunidade material;

- o STF entende que o suplente, em sua posição de substituto eventual de


membro do Congresso Nacional, não goza – enquanto permanecer nessa
condição – das prerrogativas constitucionais deferidas ao titular do mandato
legislativo, tanto quanto não se lhe estendem as incompatibilidade, que,
previstas na Constituição, incidem, sobre aqueles que estão no desempenho
do oficio parlamentar;

- as imunidades dos deputados ou senadores subsistirão durante o estado de


sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros
da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso
Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida;

→ PRERROGATIVA PROCESSUAL/ IMUNIDADE FORMAL

- aqui não há exclusão do ilícito.

- trata-se da regulamentação da prisão e do processo em curso contra o


congressista; - nessa situação os autos devem ser remetidos em 24 horas à
respectiva Casa parlamentar, para que delibere, em maioria dos membros,
acerca da prisão efetuada, podendo mantê-la ou não;

- art. 53, 2: “desde a expedição do diploma, os membros do Congresso


Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
Neste caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria dos seus membros, resolva sobre a
prisão”;

- a comunicação é feita pelo Delegado responsável;

- essa garantia beneficia o parlamentar desde a expedição do diploma;

- os parlamentares não podem ser presos civilmente (prisão alimentícia,


depositário infiel), nem criminalmente, ainda em flagrante delito;

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- não cabe no caso de prisões processuais (prisão temporária, prisão
preventiva, prisão por pronúncia, prisão por sentença condenatória recorrível);

- só há prisão por crime inafiançável: tráfico de drogas, terrorismo, tortura e


crimes hediondos;

- essa proteção não impede que o parlamentar possa ser preso após a decisão
final condenatória proferida pelo STF. A garantia jurídico- institucional da
imunidade parlamentar formal não obsta, observado o devido processo legal, a
execução de penas privativas de liberdade definitivamente impostas aos
parlamentares;

- recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após


a diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de
partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação;

- A POSSIBILIDADE DE SUSTAÇÃO DE PROCESSO JUDICIAL É


RESTRITA AO PROCESSO CRIMINAL, JÁ QUE PROCESSOS CIVIS OU
TRABALHISTAS OCORRERÃO NORMALMENTE;

- a imunidade não é automática;

- para a suspensão do processo é necessária a manifestação expressa da Casa


respectiva;

- a Casa deliberará não acerca do pedido, mas sim da paralisação do processo


já em trâmite normal;

- a Casa não poderá determinar, em nenhuma hipótese, a suspensão do


inquérito policial contra um de seus membros;

- trata-se de um julgamento pelos pares, da conveniência ou não do processo;

- findo o mandato o processo volta a correr normalmente, perante o juiz ou


tribunal competente, bem como o prazo prescricional;

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- no caso de concurso de agentes o STF tem permitido a separação de
processos, de fora a permitir a tramitação de um independentemente do outro.
Somente o processo contra o parlamentar poderá ser sustado pela Casa;

- cessado o exercício do mandato também cessa o privilégio de foro,


retornando o processo para o foro competente;

- os crimes eleitorais também são processados e julgados pelo STF;

- quebra de sigilo de parlamentar só pode ser ordenada pelo STF;

- O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo


improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela Mesa Diretora;” (art. 53, 4)

- o mero decurso do prazo não implica na suspensão do processo que necessita


de manifestação expressa;

- a sustação do processo suspende a prescrição enquanto durar o mandato; (art.


54, 5)

- o STF entende que a licença de membro do Congresso Nacional, cujo


processo criminal estava sustado perante essa Corte, temo efeito de fazer
voltar a correr o prazo prescricional;

- a imunidade diz respeito apenas ao processo penal;

→ FORO PRIVILEGIADO

- Os congressistas desfrutam de foro privilegiado, qual seja, o Supremo


Tribunal Federal;

- o STF entende que o foro criminal especial é benefício do exercente da


função parlamentar, não da pessoa, pelo que cessado o exercício do mandato,
cessa o privilégio de foro, retornando os autos para o juízo competente;
(APQO 315, de 25/08/99);

- o foro especial só ocorre quando os parlamentares são réus e não na condição


e autores;

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- o licenciamento do exercício de mandato de deputado federal para assumir
cargo de secretário de estado não afasta a prerrogativa de foro parlamentar
(INQ 1145, 28/04/03);

- art. 53, 6: “Os deputados e senadores não serão obrigados a testemunhar


sobre informações recebidas ou prestadas em razão do mandato, nem sobre as
pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações:”

- Os parlamentares jamais poderão ser obrigados a conduzir-se para prestar


testemunho em juízo. São apenas convidados a prestar seu testemunho. Eles
não estão sujeitos a testemunhar sobre informações recebidas em razão do
exercício do mandato;

- se o membro do Congresso teve contato com a informação em situação não


relativa ao mandato, poderá vir a ser obrigado a testemunhar, tendo a
prerrogativa de fixar o local, dia e hora, desde que razoáveis;

- art. 53, 7: “ a incorporação às forças armadas de deputados e senadores,


embora militares e ainda que em tempo de guerra dependerá de prévia licença
da Casa respectiva”;

- o parlamentar, em princípio, encontra-se imune à obrigação a todos imposta,


de cumprir o serviço militar obrigatório;

- se quiser prestar serviço militar, terá que renunciar ao mandato;

→ VEDAÇÕES DIRIGIDAS AOS PARLAMENTARES

- os parlamentares não podem (art.55):

- I) desde a expedição do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa


jurídica de Direito Público, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o
contrato obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, função
ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas
entidades constantes do item anterior;

-II) desde a posse: 1) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa


que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de Direito

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Público, ou nela exercer função remunerada; 2) ocupar cargo ou função de que
sejam demissíveis ad nutum, nas entidades a que se referem o item I, a; 3)
patrocinar causas nas quais seja interessada qualquer das entidades a que se
refere o item I, a: 4) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público
eletivo;

→ PERDERÁ O MANDATO O DEPUTADO E SENADOR

- I que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo art.54;

- II cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

- III que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta
autorizada;

- IV que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

- V quando decretar a Justiça eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

- VI que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado;

- é incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no


regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do
Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas;

- nos casos dos incisos I, II e III do art. 55 a perda do mandato será decidida
pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e
maioria absoluta, mediante provocação da respectiva mesa ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa;

- nos casos previstos nos incisos III e V, a perda será declarada pela Mesa da
Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus
membros ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.

- a renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à


perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as
deliberações finais de que tratam os parágrafos 2 e 3;

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- NÃO PERDERÁ O MANDATO O DEPUTADO OU SENADOR

- investido no cargo de ministro de estado, governador de território, secretário


de estado, do Distrito Federal, de território, de prefeitura de capital ou chefe
de missão diplomático temporário;

- licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa;

- o suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções


previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias;

- ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se


faltarem mais de quinze meses para o término do mandato;

- na hipótese do art. 56, inc. I o Deputado ou senador poderá optar pela


remuneração do mandato;

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