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DIREITO CONSTITUCIONAL

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE


MINAS GERAIS

Prof.: Washington Leite


Washington Luis Ferreira Leite
Engenheiro Eletríco – UFRJ
Direito – Universidade Gama Filho (UGF)
Pós-graduação em Engenharia Economica – (UGF)
Pós-graduação em Direito Previdenciário – Unopar
Pós-graduação em Direito do Trabalho – Unopar
Pós-graduação em Direito Ambiental – Unopar
Pós-graduação em Engª de Segurança do Trabalho – Prominas
MBA do Agronegócio – USP/ESALQ
Contatos:
wleite2007@gmail.com
(21) 99789-4837
ASSUNTOS QUE DEVERÃO SER ABORDADOS NO 4º PERÍODO
1. Poder Judiciário.
2. Funções essenciais a justiça.
3. Controle de Constitucionalidade
• Conceito;
• Ação Direta de Inconstitucionalidade;
• Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão;
• Ação Declaratória de Constitucionalidade;
• Arguição de descumprimento de Preceito Fundamental
4. Ações Constitucionais.
• HC, HD, MS, MI, Ação Popular;
Bibliografia

1. SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 39. ed. São
Paulo: Malheiros, 2016.
2. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 41. ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2020..
3. MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 32. ed. São Paulo: Atlas, 2016.4.
4. LEITE, Washington Luis Ferreira Leite. Apostila de Direito Constitucional.
5. BARROSO. Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo:
conceitos fundamentais e a construção de um novo modelo. 9. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2020.
6. DOS SANTOS, Eduardo. Manual de Direito Constitucional. 2.. Ed. São Paulo:
JusPODIVM, 2022.
PODER JUDICIÁRIO
1 – CONCEITO
O Poder Judiciário é um dos três poderes clássicos
consagrado como poder autônomo e independente vital ao
Estado democrático de direito, pois sua função não consiste
simplesmente em administrar a justiça, mas na verdade a função
de preservar os princípios da legalidade e igualdade sem os quais
os demais não teriam efeitos.
2. CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE JURISDICIONAL.
• Secundariedade – cumprimento da lei deve ser voluntário,
contudo não sendo, havendo conflitos – tutela jurisdicional.
• Imparcialidade – atuação independente, autônoma, imparcial
e impessoal.
• Substitutividade – substitui a vontade individual das partes.
• Inércia – em regra, Poder Judiciário precisa ser provocado.
• Definitividade – após a coisa julgada e não cabendo ação
rescisória a decisão judicial firma-se como definitiva.
• Unidade – apesar de diferentes órgãos a jurisdição é uma.
3. ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
STF – Supremo Tribunal Federal
CNJ – Conselho Nacional de Justiça
STJ – Superior Tribunal de Justiça
TSE – Tribunal Superior Eleitoral
STM – Superior Tribunal Militar
TST – Tribunal Superior do Trabalho
TJ – Tribunal de Justiça
TRE – Tribunal Regional Eleitoral
TM – Tribunal Militar
JS – Juiz Singular
4 – FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS
A função típica do Poder Judiciário é a Jurisdicional, ou seja,
julgar aplicando a Lei a um caso concreto.
As funções atípicas: Administrativa e Legislativa.
• Natureza Administrativa.
a) Prover de acordo com a Constituição os cargos de Juiz de
Carreira na respectiva Jurisdição – Art. 96, I, c;
b) Conceder férias aos seus membros – Art. 96, I, f;
• Natureza Legislativa.
a) Edição de normas regimentais. Dispondo sobre
competência e o funcionamento dos respectivos órgãos.
5. JUSTIÇA COMUM E JUSTIÇA ESPECIAL.
• Justiça Especial – em razão de trabalhar com uma matéria
específica. São elas: Trabalho, Eleitoral e Militar.
Trata-se de Poder Judiciário da União.
• Justiça Comum – cuida das demais matérias. São elas Federal e
Estadual.
Juizados especiais compõem a justiça comum.
CONSIDERAÇÕES GERAIS

1. Estatuto da Magistratura.
• Iniciativa da Lei Complementar – STF
• Ingresso na Carreira – juiz substituto mediante concurso público,
exigindo-se do bacharel em direito mínimo de 3 anos de
atividade jurídica.
Inconstitucional lei determinado idade mínima e máxima para
ingresso na carreira.
• Promoção – entrância para entrância alternadamente por
antiguidade e merecimento.
Requisitos necessários para promoção do magistrado.
• obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
• a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício
na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte
da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais
requisitos quem aceite o lugar vago;
• aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos
critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da
jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos
oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento
• na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá
recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois
terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a
indicação;
• não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver
autos em seu poder além do prazo legal, não podendo
devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão
• Subsídio na magistratura - o subsídio dos Ministros dos
Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por
cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo
Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão
fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual,
conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária
nacional.
• Domicílio, remoção, permuta e disponibilidade.
• juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;
• o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse
público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
• a remoção a pedido de magistrados de comarca de igual entrância
atenderá, no que couber, ao disposto para promoção;
• a permuta de magistrados de comarca de igual entrância, quando for o
caso, e dentro do mesmo segmento de justiça, inclusive entre os juízes de
segundo grau, vinculados a diferentes tribunais, na esfera da justiça
estadual, federal ou do trabalho atenderá, no que couber, ao disposto para
promoção;
• Princípio da motivação e da publicidade das decisões judiciais.
Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação.
As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de
seus membros.
• Dos Órgãos Especiais.
Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores,
poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o
máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da
competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas
por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno.
REGRAS ATINENTES A ATIVIDADE JURISDICIONAL

1. Atividade jurisdicional será ininterrupta – não tem férias


coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau.
2. Servidores receberão delegação para prática de atos
administrativos e atos de mero expediente sem caráter
decisório.
3. Número de juízes será proporciona a demanda e a população.
4. Distribuição de processos será imediata.
GARANTIAS AOS MEMBROS DA MAGISTRATURA
• Vitaliciedade – consiste na garantia atribuída de só perder seus
cargos por sentença judicial transitada em jugado.
Como se adquire:
1. Primeiro grau – pois anos de exercício e ´pós participar dos
cursos oficiais do processo de vitaliciamento.
2. Tribunais – basta a posse no tribunal.
Obs.: Advogados do quinto constitucional – vitalícios a partir da
posse.
• Inamovibilidade – impossibilidade de remoção ou promoção
de ofício, salvo no caso da remoção, por interesse público e
pelo voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
CNJ.
• Irredutibilidade de subsídios – irredutibilidade jurídica
impedindo que os subsídios dos magistrados sejam reduzidos
em termos nominais ou numéricos.
Vedações aos Magistrados

• Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma


de magistério;
• Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
• Dedicar-se à atividade político-partidária;
• Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções
previstas em lei;
• Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL
Art.97 CF/88 - Reserva de Plenário.
Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo Órgão Especial poderão os tribunais de
declararem inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
poder público.
Exceção: Os órgãos fracionários dos tribunais não poderão
submeter ao plenário ou Órgão Especial a arguição de
inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento do STF
sobre a questão ou do próprio tribunal.
OUTROS TRIBUNAIS –
ART. 98 CF/88
A União e os Estados criarão de juizados especiais providos
por juízes togados, ou togados e leigos competentes para
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor
complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo.
Destas decisões cabe recurso a ser julgado por turmas de juízes
de 1º grau.
As Leis criadas foram:
. Estadual – Lei nº 9099/95;
. Federal – Lei nº 10259/01.
PRERROGATIVA DE FORO

Autoridade Crime Órgão Julgador


_____________________________________________________
Ministros do STF Comum STF
_____________________________________________________
Ministros do STF Responsabilidade Senado Federal
_____________________________________________________
Ministros do STJ, TST Comum e ambos STF

TSE e STM Responsabilidade


_____________________________________________________
Desembargadores dos Tjs, Comum e Ambos
TRFs, TRTs, e TREs. Responsabilidade STJ
____________________________________________________
Juízes Federais, Trabalho e Comum e Ambos

Juízes Militares da União. Responsabilidade TRF da Região


____________________________________________________

Juízes Federais, Trabalho e Eleitoral TRE da Região


Juízes Militares da União.
Juízes de direito dos Estados e Comum Ambos ao
Do Distrito Federal. Responsabilidade respectivo TJ
____________________________________________________
Juízes de direito dos Estados e Eleitoral TRE da Região
Do Distrito Federal.
QUINTO CONSTITUCIONAL

APLICAÇÃO
TRFs, TJ dos Estados e Distrito Federal, TST e TRTs.
REQUISITOS PARA NOMEAÇÃO.
1. Ministério Público:
• Mais de 10 anos de carreira.
2. Advogados:
• ´Notório saber jurídico
• Mais de 10 anos de efetiva atividade profissional.
PROCEDIMENTO.
1. Órgão de representação indica 6 membros;
2. Tribunal escolhe 3 membros da lista;
3. Chefe do Executivo escolhe um desses 3 membros e o
nomeia.
Observações:
• O tribunal pode rejeitar o nome de um e de até todos os
indicados na lista sêxtupla, motivadamente.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
1. COMPOSIÇÃO.
• O Supremo Tribunal Federal compõe-se de 11 membros,
divididos em duas turmas, com 5 membros de cada uma.
• O Presidente participa das sessões plenárias apenas.
• O Presidente da República, presentes os requisitos
constitucionais para investidura, escolhe livremente o
candidato, que será sabatinado pelo Senado Federal, devendo
ser aprovado por maioria absoluta de seus membros para
poder ser nomeado pelo Presidente da República.
2. REQUISITOS.
a) Idade: 35 a 70 anos;
b) Ser brasileiro nato;
c) Ser cidadão;
d) Notável saber jurídico e reputação ilibada.

Obs: Não exige ao membro do STF a obrigatoriedade do


bacharelado em ciências jurídicas.
3. COMPETÊNCIAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
• Originária – STF acionado diretamente e analisa em única instância.
• Recursal – STF acionado através de recursos e analisa em última
instância.
3.1. Competência Originária – processar e julgar:
• ADIN lei ou ato normativo federal;
• Infrações penais comuns – Presidente e vice Presidente, membros do
Congresso, seus próprios Ministros e PGR;
• Infrações penais comuns e crimes de reponsabilidade –Ministros de
Estado, Comandantes das Forças Armadas, salvo 52,I (crimes de
responsabilidades), membros dos Tribunais Superiores e Diplomatas.
QUEM JULGA OS CRIMES
Autoridade Comuns Responsabilidade
Ministros STJ, TST, TSE, STM STF STF
___________________________________________________________
Ministros do TCU STF STF
____________________________________________________________
Chefe de missão diplomática. STF STF
Ministros de Estado, Comandantes
Do Exército, Marinha e Aeronáutica
Obs.: Crime de responsabilidade conexo com o do Presidente Da Repúbica
competência para jugar é do Senado Federa.
• Habeas Corpus – pacientes autoridades anteriores;
• Habeas data – atos de PR, mesa da CD, SF, TCU, PGR e do
Próprio STF.
• Litígios entre estado estrangeiro ou organismo internacional e
a União , o estado, o Distrito Federal ou Território.
• Extradição solicitada por Estado estrangeiro;
• Conflitos de competência entre STJ e Tribunais Superiores e
quaisquer outros tribunais;
• Mandado de Injunção – omissão altas autoridades;
• Ações contra CNJ e contra CNMP.
HABEAS CORPUS

Quando for paciente:


• Presidente ou Vice-Presidente da República;
• Deputado Federal ou Senador da República;
• Ministros do STF, do STJ, do TST, do TSE e do STM;
• Procurador-Geral da República;
• Ministro de Estado e do TCU;
• Chefe de missão diplomática de caráter permanente;
• Comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
HABEAS DATA E MANDADO DE SEGURANÇA

Impetrados contra atos das seguintes autoridades:


• Presidente da República;
• Mesa da Câmara dos Deputados;
• Mesa do Senado Federal;
• Tribunal de Contas da União;
• Procurador-Geral da República;
• Supremo Tribuna Federal.
MANDADO DE INJUNÇÃO

Quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição:


• Do Presidente da República;
• Do Congresso Nacional;
• Das mesas da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
• Da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
• Do Tribunal de Contas da União;
• De um dos Tribunais Superiores;
• Do Supremo Tribuna Federal.
3.2. RECURSO ORDINÁRIO.
• Habeas Corpus, Mandado de Segurança, Habeas Data e
Mandado de Injunção decididos em ÚNICA INSTÂNCIA pelos
Tribunais Superiores, se denegatória a decisão.
• Crime político.
3.3. RECURSO EXTRAORDINÁRIO - causas decididas em ÚNICA
OU ÚLTIMA INSTÂNCIA, quando a decisão recorrida:
• . Contrariar dispositivo desta Constituição;
• . Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou Lei
Federal;
• . Julgar válida Lei ou Ato do Governo local contestado em
face desta Constituição;

Requisitos para impetração do Recurso Extraordinário.
• Decisão de única ou última instância.
• Prequestionamento – a inconstitucionalidade deverá já ter
sido suscitada anteriormente pelas partes e enfrentada pelas
instâncias inferiores. Na omissão do enfrentamento cabe
embargos de declaração e posterior RE.
• Repercussão Geral das questões constitucionais.
Repercussão Geral – haverá repercussão geral sempre que o
recurso impugnar acórdão que:
• Contrarie súmula ou jurisprudência dominante do STF;
• Tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei
federal pelo voto da maioria de seus membros ou do seu órgão
especial. (Art.97, CF/88)
• Reconhecida a repercussão geral pelo relator – suspende todos
os processos pendentes que versem sobre a questão em todo
território nacional.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.
1. COMPOSIÇÃO .
• 15 membros – mandato de 2 anos com uma recondução.
• Presidência – Presidente do STF.
Na ausência do Presidente assume o Vice-Presidente do STF.
Ministro do STJ – Corregedor do CNJ com principais atribuições:
• Receber reclamações e denúncias relativas aos magistrados e
serviços judiciais;
• Exercer funções executivas do CNJ, de inspeção e de correição
geral;
• Requisitar e designar magistrados delegando atribuições e
requisitar servidores de juízos e tribunais.
3. COMPETÊNCIA.
• Controle financeiro e administrativo do Poder Judiciário,
deveres funcionais dos juízes;
• Zelar pela autonomia do Poder Judiciário;
• Receber e conhecer das reclamações contra membros ou
órgãos do Poder Judiciário;
• Elaborar semestralmente estatística sobre processos e
sentenças prolatadas , por unidade da Federação.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
1. COMPOSIÇÃO.
O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo 33
ministros escolhidos pelo chefe do Poder Executivo, porém não
livremente, pois obrigatoriamente, deverão ser:
• 1/3 de Juízes dos TRFs.
• 1/3 de Desembargadores dos Tribunais de Justiça Estaduais.
• 1/3 de Advogados e membros do Ministério Público Federal,
Estaduais e Distrital, em partes iguais alternadamente.
2. COMPETÊNCIA DO STJ.
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito
Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os
desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados
e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer
das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for
tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais,
ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal
e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
diversos.
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e
garantia da autoridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e
judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um
Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre
as deste e da União
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou
autoridade federal, da administração direta ou indireta,
excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da
Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
exequatur às cartas rogatórias;
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou
pessoa residente ou domiciliada no País;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei
federal.
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
atribuído outro tribunal.
No recurso especial, o recorrente deve demonstrar a relevância
das questões de direito federal infraconstitucional discutidas no
caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão do recurso seja
examinada pelo Tribunal, o qual somente pode dele não
conhecer com base nesse motivo pela manifestação de 2/3 (dois
terços) dos membros do órgão competente para o julgamento.
Haverá a relevância nos seguintes casos:
I - ações penais;
II - ações de improbidade administrativa
III - ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos)
salários mínimos;
IV - ações que possam gerar inelegibilidade;
V - hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar
jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça;
VI - outras hipóteses previstas em lei.
JUSTIÇA DO TRABALHO

São órgãos da Justiça do Trabalho:


I - Tribunal Superior do Trabalho;
II - Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juízes do Trabalho.
TST – TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
• 27 (vinte e sete) Ministro;
• Mais de 35 (trinta e cinco) anos e menos de 70 (setenta)
anos;
• Nomeados pelo Presidente de República após aprovação
pela maioria absoluta do Senado Federal;
• Quinto Constitucional.
São órgãos do Tribunal Superior do Trabalho:
• I - Tribunal Pleno;
• II - Órgão Especial;
• III - Seção Especializada em Dissídios Coletivos;
• IV - Seção Especializada em Dissídios Individuais;
• V – Turmas.
TRTs – TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO
Composição:
• No mínimo, sete juízes;
• Nomeados pelo Presidente da República;
• Com mais de trinta e menos de setenta anos;
• Um quinto dentre advogados e membros do Ministério Público
do Trabalho.
JUÍZES DO TRABALHO
A Constituição Federal de 1988 traz como órgão da justiça do
trabalho os juízes do trabalho e não as Varas do Trabalho.
COMPETÊNCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO – ART.114 CF/88.
• As ações oriundas das relações de trabalho, abrangidos os
entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Municípios.
• Ação movida pelo empregado em face do empregador,
buscando indenização em virtude do acidente de trabalho.
• Ações envolvendo o exercício do direito de greve.
• Ações sobre representação sindical.
• MS, HD, HC matéria trabalhista.
• Ações envolvendo danos morais e patrimoniais.
• Ações envolvendo penalidades administrativas.
• Execução de ofício das contribuições sociais.
JUSTIÇA ELEITORAL
São órgãos da Justiça Eleitoral:
• Tribunal Superior Eleitoral – TSE;
• Tribunais Regionais Eleitorais – TREs
• Juízes Eleitorais;
• Juntas Eleitorais
Observações:
• Membros dos Tribunais e das Juntas – inamovíveis;
• Juízes – servirão por 2 anos nunca por mais de dois biênios
consecutivos.
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
Mínimo 7 membros:
• Eleição sendo 3 vindos do STF e 2 vindos do STJ;
• Nomeação pelo Presidente da República 2 advogados
indicados pelo STF.
TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS
Um TRE em cada Estado com a seguinte composição:
• Mediante eleição – 2 juízes dentre Desembargadores do TJ,
juízes dentre juízes de direito escolhidos pelo TJ e 1 juiz do TRF.
• Por nomeação pelo Presidente da Republica – 2 juízes dentre
uma lista de 6 advogados indicados pelo TJ.
JUIZES E JUNTAS ELEITORAIS
• Juízes da organização judiciária do próprio Estado.
JUSTIÇA MILITAR
São órgãos da Justiça Militar:
• Superior Tribunal Militar;
• Juízes Militares
Competência – processar e jugar os crimes militares previstos em
lei.
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
15 ministros nomeados pelo Presidente da República, sendo:
• 10 oficiais generais – 3 Marinha e Aeronáutica e Exército.
• 3 Advogados e 2 Juiz Militar e membro do MP Militar
• Todos após sabatina e aprovação do Senado Federal.
JUSTIÇA FEDERAL
São órgãos da Justiça Federal:
• Tribunais Regionais Federais;
• Juízes Federais
Tribunais Regionais Federais divididos em 6 Regiões:
1ª Região com sede em Brasília;
2ª região com sede no Rio de Janeiro
3ª Região com sede em São Paulo
4ª Região com sede em Porto Alegre
5ª região com sede em Recife
6ª região com sede em Belo Horizonte.
Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou
dos juízes federais da região;

c
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do
próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao
Tribunal;
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes
federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência
federal da área de sua jurisdição.
Compete aos juízes federais processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional
e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com
Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da
Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional,
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º
deste artigo
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem
econômico-financeira;
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência
ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos
não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
autoridade federal, excetuados os casos de competência dos
tribunais federal;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves,
ressalvada a competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e
de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à
naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas
Competência Territorial.
União autora - seção judiciária onde tiver domicílio a outra
parte.
União ré - seção judiciária em que for domiciliado o autor,
naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito
Federal.
A Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça
Federal em que forem parte instituição de previdência social e
segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual
quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara
federal.
JUSTIÇA ESTADUAL
• Competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de
Justiça.
• Lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a
Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de
direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio
Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em
que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
1. Conceito – e a verificação da compatibilidade material e
formal das normas com a Constituição Federal.
2. Fundamento do Controle de Constitucionalidade.
• Princípio da Supremacia Constitucional – superioridade das
normas constitucionais em relação as demais normas da
ordem jurídica.
• Princípio da Rigidez Constitucional – processo de reforma mais
rígido, com algumas limitações.
LIMITAÇÕES
Limitações Materiais – art.60, §4º da CF/88
Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente
a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
Limitações Circunstanciais – art.60, §1º CF/88
A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
Limitações Procedimentais – art.60, I, II, III e §§ 2°,3º e 5°.
A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades
da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membro
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada
se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo
número de ordem.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.
3. Tipos de Inconstitucionalidade.
• Material – conteúdo (essência) da norma viola preceitos da
Constituição;
• Formal – quando procedimento de elaboração da norma não
observa um dos atos do rito prescrito na Constituição;
• Total ou Parcial – norma pode ser integralmente inconstitucional
ou apenas parcialmente inconatitucional;
• Originária – quando o vício esta presente em norma editada
quando vigente a Constituição ofendida.
• Superveniente- quando a norma é editada de acordo com a
Constituição mas esta é alterada e a norma torna-se inválida
supervenientemente à sua criação pela alteração da
Constituição;
Obs.: resolução também pelo fenômeno da recepção ou não.
• Por Ação – elaboração de lei em desacordo coma Constituição;
• Por Omissão – norma da Constituição depende
regulamentação e o responsável fica inerte.
4. Tipos de Controle de Constitucionalidade.
4.1. Em relação ao órgão que vai exercer o controle:
• Político – Poder legislativo, Poder Executivo, Ministério Público,
Tribuna de Contas.
• Judiciário – somente que presta jurisdição.
4.2. Em relação ao momento:
• Preventivo – exercido durante a elaboração da norma (evitar);
• Repressivo – exercido sobre a norma pronta ( paralisar
eficácia).
Controle de Constitucionalidade Político.
Modos de Exercício.
1. Pelo Poder Legislativo.
a) Exercido pela CCJ – visa corrigir ou impedir a continuidade da tramitação
de um projeto de lei viciado.
b) Exercido pelo veto oposto ao projeto de lei pelo Presidente da República
por considerá-lo inconstitucional.
c) Atos normativos editado pelo Presidente da República sem a observância
dos limites constitucionais. ( Medida Provisória)
d) Exercido por Comissão Mista de Deputados Federais e Senadores.
e) exercido pelo Congresso Nacional quando aprova Emenda
Constitucional;
f) Exercido pelo Congresso Nacional quando revoga lei declarada
inconstitucional;
g) Exercido pelo Poder Legislativo quando, através das mesas de
suas casa propõe ao STF ADIN ou ADC .
2. Pelo Tribunal de Contas.
Quando aprecia e julga atos e contas de órgãos públicos ou
privados que tenham acesso a recursos públicos. Se a conta,
fundada em norma inconstitucional, no entendimento do TCU
pode declará-la não válida ou nula.
3. Pelo Poder Executivo.
a) Pelo veto oposto em um projeto de lei considerado
inconstitucional.
b) Quando deixa de aplicar uma norma por considerá-la
inconstitucional;
• c) quando decide propor ao STF ADIN ou ADC.
4. Pelo Ministério Público.
a) Deixar de aplicar uma norma por considerar que é
inconstitucional, como Poder Executivo;
b) Quando decide propor ao STF ADIN ou ADC;
c) Quando suscita a inconstitucionalidade das leis no sistema
difuso, como autor ou fiscal da lei.
Controle de Constitucionalidade Judicial.
1. Modo de Exercício – Poder judiciário.
2. Classificação.
2.1. Em relação ao órgão competente para julgar:
• Difuso – exercido por qualquer órgão do Poder judiciário.
• Concentrado – exercido apenas pelo STF.
2.2. Em relação ao modo de exercício:
• Principal – validade das normas - STF
• Incidental – conflito de interesses.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE VIA INCIDENTAL

1. LEGITIMIDADE.
Qualquer pessoa, no bojo de qualquer ação, perante qualquer
juízo. Autor, réu, terceiro interessado, membro do MP que atue
no processo, como custos legis ou o amicus curiae.
Pode ser realizado de ofício pelo julgador.
2. FORMA DE EXAME.
• Causa de Pedir;
• Questão prejudicial de mérito.
3. RESERVA DE PLENÁRIO.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou
dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público.
Situações que o órgão fracionário deve se posicionar quando a
discussão lhe é colocada para exame:
• Se entender que a norma invocada é válida prossegue o julgamento
do mérito da causa;
• Caso contrário, não pode declará-la. Remete ao órgão pleno ou
órgão especial para exame da inconstitucionalidade.
• Órgão Pleno ou Órgão Especial examina tão somente a
existência da inconstitucionalidade, lavrando o acórdão e
devolvendo ao órgão fracionário para julgamento do mérito;
• Se o órgão fracionário entender que a norma é inválida e essa
invalidade já tiver sido declarada pelo Pleno ou pelo Especial
daquele tribunal ou pelo pleno do STF em outra causa pode
aplicar o entendimento de qualquer dessas cortes e julgar a
causa.
• Juizados Especiais e sua Turmas Recursais – são órgãos
singulares e esses juízes julgam inconstitucionalidade, na forma
do juízo singular.
4. EFEITOS DA DECISÃO NA VIA DIFUSA.
4.1. Efeitos temporais – ex tunc, efeito declaratório retroativo à
data da edição do ato – nulo ab initio.
4.2. Efeitos no aspecto subjetivo – inter partes, não se
estendendo a terceiros que não componham a relação
processual.
Exceção: decisões proferidas pelo STF - efeitos erga omnes.
5. POSIÇÃO DO SENADO FEDERAL.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal;
(....) X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei
declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo
Tribunal Federal;
Corrente prevalente até 2017 – faculdade do Senado Federal
suspender ou não a norma. (ADI 3406)
Atualmente STF dispensa atuação do Senado Federal.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE POR VIA DIRETA.
1. Conceito.
É chamado de controle por via de ação direta porque as ações
são propostas diretamente para exame de constitucionalidade da
norma.
2. Características do Controle pela Via Direta.
• Abstrato – não considerada dentro de um caso concreto.
• Principal – é o pedido da causa.
• Direto – o que se quer é o exame da constitucionalidade.
• Objetivo – não discute direito subjetivo.
• Concentrado – apenas um órgão jurisdicional o exerce.
3. Espécies de ações da Via Direta.
• Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADIN
• Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADECON
• Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por Omissão.
• Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
4. . Legitimação para propor essas ações.
De acordo com o art.103 da CF e art.2º,I da Lei 9882/99 podem propor
as ações descritas no item anterior:
1. Presidente da República
2. Mesa do Senado Federal
3. Mesa da Câmara dos Deputados
4. Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa
5. Governador de Estado ou DF
6. Procurador Geral da República
7. Conselho Federal da OAB
8. Partido Político com representação no Congresso Nacional
9. Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito
nacional.
Obs.: Classe de legitimados, segundo o Supremo Tribunal Federal
• Legitimados universais
• Legitimados especiais
• Legitimados Universais -não se exige pertinência temática.
“Pertinência temática é a relação de adequação que deve existir
entre o ato normativo impugnado e os interesses defendidos
pelo legitimado”.
• Presidente da República;
• Mesa do Senado Federal;
• Mesa da Câmara dos Deputados;
• Procurador Geral da República;
• Conselho Federal da OAB;
• Partido Político com representação no Congresso Nacional
• Legitimados Especiais - é exigida pertinência temática.
• Mesa da Assembleia Legislativa;
• Mesa da Câmara Legislativa;
• Governador do Estado e do DF;
• Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito
nacional.
5. Capacidade Postulatória – necessidade de advogados.
• Partidos Políticos;
• Confederações Sindicais;
• Entidades de Classe.
6. Procurador Geral da República.
PGR tem dupla função. Pode ser autor da ação e funcionará em
todas as ações como fiscal da lei, conforme determina o art.103,
§1ºda CF.
7. Advogado Geral da União.
No controle de constitucionalidade abstrato, o AGU exerce função
atípica. Ele tem a missão de fazer a defesa da norma impugnada.
Atua com curador da presunção de constitucionalidade da norma.
É tarefa indeclinável.
O AGU não atuará na ADECON nem na ADIN por omissão.
Na ADPF poderá atuar se o objeto da ação for ato normativo e
seu julgamento puder resultar em declaração de
inconstitucionalidade.
8. Amicus Curiae.
O amicus curiae tem a função de levar ao conhecimento do STF
informações que a sociedade possui sobre a norma que está
sofrendo controle e suas repercussões práticas.
9. Procedimento para julgamento destas ações ( Lei 9868/99 e
9882/99).
• Não existe possibilidade de desistência do pedido;
• Não se admite litisconsórcio;
• Não cabe intervenção de terceiros;
• Não há dilação probatória, ou se, não há fase instrutória;
• Não cabe recurso da decisão final, exceto embargos de
declaração e reclamação;
• Não cabe ação rescisória;
• Para iniciar o julgamento da ação a lei exige que estejam
presentes, no mínimo, oito Ministros do STF
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
1. Conceito.
A ADIN é a ação típica de controle abstrato que tem por escopo a
defesa da ordem jurídica, mediante, na esfera federal, a apreciação
da constitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo, federal ou
estadual, em face das regras e princípios constantes expressa ou
implicitamente na Constituição.
2. Legitimidade ativa.
Listados anteriormente.
3. Legitimidade passiva.
No polo passivo desta relação jurídica estará a lei ou ato normativo
sob controle.
4. Medida Cautelar.
Cabe medida cautelar em ADIN, desde que presentes os
pressupostos do periculum in mora e do fumus boni iuris.
• A norma, apenas se a medida cautelar for concedida pode
ter sua eficácia suspensa erga omnes e ex nunc. Essa é regra mas
pode o STF excepcionalmente conceder-lhe eficácia ex tunc.
• A concessão de medida cautelar produz ainda o chamado
efeito repristinatório
5. Objeto.
5.1. São objetos de ADI:
• Espécies normativas primárias – art.57 da CF/88;
• Tratados e Convenções Internacionais;
• Leis orçamentárias;
• Lei do Distrito Federal no exercício de competência estadual;
• Decretos autônomos do Presidente da República;
• Decretos do Presidente da República que promulguem
Tratados e Convenções Internacionais.
• Regimento interno das casas do Poder Legislativo;
• Decretos presidenciais quando assumem feições autônomas;
• Atos normativos infralegais do poder público;
• Atos estatais de caráter derrogatório, por se tratarem de
resoluções administrativas normativas;
• Resolução do conselho Interministerial de Preços;
• Regimento interno do Tribunais;
• Resoluções do CNJ ou do CNMP;
• Resoluções ou deliberações administrativas de Tribunais.
5.2. Não são objetos de ADI:
• Normas Constitucionais Originárias;
• Leis ou atos normativos anteriores a CF/88;
• Leis ou atos normativos já revogados;
• Leis ou atos normativos revogados durante o trâmite da ADI;
• Leis declarada inconstitucionais pelo STF, de forma definitiva, com
efeitos erga omnes.
• Leis temporárias após sua vigência;
• Leis ou atos normativos municipais;
• Leis ou atos normativos do Distrito Federal no exercício de sua
competência municipal;
• Proposta de Emenda Constitucional;
• Projetos de lei;
• Súmulas de tribunais e Súmula Vinculante;
• Convenção Coletiva de Trabalho;
• Atos normativos privados (contratos).
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

1. Conceito.
A Ação Declaratória de Constitucionalidade visa diretamente a
obtenção da declaração de que o ato normativo seu objeto é
constitucional.
Tem a finalidade de afastar a insegurança jurídica gerada por
decisões judiciais contraditórias sobre um mesmo ato normativo.
Há a necessidade de demonstrar a existência da contradição entre
decisões sobre a norma a ser examinada pelo STF.
2. Objeto.
Discute-se na ADECON apenas a lei ou ato normativo federal,
diferente da ADIN onde se regula atos federais e estaduais.
3. Legitimidade ativa.
Os mesmos da ADIN.
4. Legitimação passiva.
Ocupa o polo passivo da relação jurídica a norma federal objeto
de controle.
5. Medida Cautelar.
Cabe medida cautelar na ADECON.
A medida cautelar na ADECON será concedida para o fim de
impedir que a insegurança jurídica prevaleça.
A eficácia da liminar perdura por 180 dias, prazo concedido para
o STF julgar a ADECON. Transcorrido esse prazo sem julgamento
a liminar perde a eficácia e todos os juízes voltam a julgar como
queiram os casos que dependam daquela norma.
Efeitos caso concedida – erga omnes e vinculante.
EFEITOS DA DECISÃO EM ADIN E ADECON

1. Formas de determinação dos efeitos.


•Em relação às pessoas
•Em relação ao tempo.
Em relação às pessoas, a decisão nessas duas ações produz efeitos erga
omnes e vinculante.
Em relação ao tempo os efeitos produzidos pela decisão do STF são:
•Ex tunc
•Ex nunc
•Prospectivos
Observação:
1. Ex tunc – esta é a regra. A lei declarada inconstitucional pelo STF
produz efeito ex tunc, isto é, a lei é inválida desde que foi
editada.
2. Ex nunc - STF ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social, poderá, por maioria de 2/3 de seus
membros restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que
ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado.
3. Prospectivo - O STF entendendo pertinente pode indicar um
outro momento, diferente do ex tunc e do ex nunc para
determinar a produção de efeitos da decisão. Ex.: ADIN 5090.
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL.
1. Conceito.
Ação concentrada de controle de constitucionalidade que tem
como finalidade evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da
Constituição, resultante de ato do Poder Público de qualquer dos
entes federados editados ou praticados antes ou após a
promulgação da CF/88, a ser impetrada perante o STF.
2. Espécies de ADPF.
• ADPF Autônoma – sem partir de qualquer caso concreto.
• ADPF Incidental – a partir de casos concretos de controle de
constitucionalidade difuso-incidental.
Observação:
Preceito fundamental venha a ser um conceito jurídico
indeterminado, mas há um consenso doutrinário no sentido de
que as normas que definem os Princípios Fundamentais (art.1º
ao 4º), Direitos e Garantias fundamentais típicos (art.5º ao
17)os princípios constitucionais sensíveis (art.34, VII) e aquelas
denominadas cláusulas pétreas (art. 60, §4º, I ao IV) seriam
preceitos fundamentai que, uma vez violados, ensejariam a
propositura da ADPF.
Observação:
A ADPF Incidental apesar surgir de casos concretos não se trata
de uma modalidade de controle difuso. Trata-se de uma ação
concentrada, pela via principal.
3. Legitimados.
3.1. Ativo - os mesmos para propor ADIN.
3.2. Passivo - Será indiciado o responsável pela violação do
preceito fundamental.
4. Objeto.
A ADPF pode ser proposta em face de:
• Qualquer ato do poder público, incluindo ato praticado por
entidade privada que prestem serviços públicos.
• Ato normativo federal, estadual ou municipal emanado de
qualquer dos Poderes constituídos;
• Ato normativo anterior à Constituição.
5. Medida Cautelar.
Cabe medida cautelar na ADPF e o Supremo Tribunal Federal pode
determinar a suspensão do julgamento das ações que estejam em
curso dependendo da sua decisão.
Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria
absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida
liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental.
§ 3º A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e
tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de
decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente
relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento de
preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada.
Efeitos produzidos pela liminar em ADPF:
1. ADPF autônoma – liminar suspende o ato do Poder Público que,
em tese, está lesando ou que pode vir a lesar preceito
fundamental da Constituição;
2. ADPF incidental – determina que juízes e tribunais suspendam o
andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais
objeto da arguição de preceito fundamental.
• Erga omnes e vinculante;
• Ex nunc.
AÇÕES CONSTITUCIONAIS
1. Conceito.
São ações de natureza constitucional que visam assegurar o
exercício, a implementação e a aplicação dos direitos
constitucionais.
2. Ações Constitucionais.
• Habeas corpus;
• Habeas data;
• Mandado de segurança individual e coletivo;
• Mandado de injunção individual e coletivo;
• Ação popular.
HABEAS CORPUS
1. Conceito.
Ação constitucional de natureza predominantemente penal
concedida em face de lesões ou ameaças de lesões ao direito de
liberdade de locomoção ocorridas em razão de ilegalidade ou abuso
de poder.
2. Natureza Jurídica.
É uma ação constitucional mandamental.
3. Finalidade.
Assegurar todos os direitos que se relacionam com a liberdade de
locomoção (liberdade de ir, vir e permanecer assim como saída do
território nacional.)
4. Terminologia.
Paciente – pessoa que sofre ou se acha ameaçada de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção.
Impetrante – é quem impetra com habeas corpus.
Autoridade coatora – agente responsável pela violência ou
coação ou ameaça de violência ou coação à liberdade de
locomoção.
5. Espécies de habeas corpus.
• Preventivo – evitar violência ou coação à liberdade de ir e vir
de alguém – salvo-conduto.
• Repressivo ou liberatório – fazer cessar a violência ou coação à
liberdade de ir e vir de alguém, visando por fim a constrição
ilegal ou abusiva ao direito de liberdade de locomoção.
• Suspensivo – suspender um mandato de prisão ilegal ou
abusivo ainda não cumprido.
• Profilático – serve para trancar a ação penal abusiva ou ilegal,
bem como o trancamento de procedimento investigatório
abusivo ou ilegal )inquéritos policiais).
Podem trancar a ação penal:
1. STJ: inocência do acusado, atipicidade da conduta, extinção da
punibilidade.
2. STF: atipicidade da conduta, extinção da punibilidade,
evidente ausência de justa causa.
• Coletivo – serve para garantir a liberdade quando bem jurídico
é o direito de ir e vir de um grupo determinado de pessoas.
6. Cabimento. Art.648 CPP – rol exemplificativo.
I – quando não houver justa causa; II – quando alguém estiver
preso por mais tempo do que determina a lei; III – quando quem
ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; IV –
quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; V –
quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em
que a lei a autoriza; VI – quando o processo for manifestamente
nulo; VII – quando extinta a punibilidade.
• Art. 142. As Forças Armadas (....)
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições
disciplinares militares.
STF admite habeas corpus contra punições disciplinares militares
para analisar os pressupostos de legalidade:
a) Quanto a existência de hierarquia correta;
b) Se há poder disciplinar que legitima punição;
c) Se a pena é susceptível de ser aplicada disciplinarmente ao
transgressor.
7. Legitimidade.
7.1. Legitimidade Ativa – para propositura da ação é universal,
não sendo necessário sequer advogado. Pode ser impetrado:
• Qualquer pessoa física, nacional ou estrangeira em seu favor
ou de outrem, independente de capacidade civil e/ou política;
• Pessoas jurídicas em favor de terceiros (pessoas físicas);
• Ministério Público em favor de terceiros;
• Juiz ou tribunal de ofício – sendo competente para julgar o
próprio.
Habeas Corpus Coletivo.
• Ministério Público;
• Organização Sindical, entidade de classe ou associação em
funcionamento há pelo menos 1 ano;
• Partido político com representação no Congresso Nacional;
• Defensoria Pública.
7.2. Legitimidade Passiva.
• Autoridade pública em regra;
• Excepcionalmente o particular pessoa física ou pessoa jurídica.
8. Competência.
Critérios:
• Prerrogativa de foro – STF, STJ, TRF.
• Hierarquia jurisdicional – autoridade judiciária como coator a
competência será do [órgão jurisdicional imediatamente
superior.
• Competência territorial – juiz ou tribunal dentro dos limites da
sua jurisdição.
9. Sistema Recursal.
Recursos contra decisões de juízo de 1º grau:
• RSE – recurso em sentido estrito (art.581, X CPP);
• Recurso ex officio (art.574,I CPP)
• Reexame necessário ( Súmula 344 STF)
Recursos contra decisões de Turma Recursal.
• Recurso Extraordinário para STF
Recursos contra decisões de TJ e TRF
• Recurso Especial e Recurso Extraordinário para STJ e STF
respectivamente.
Recursos contra decisões de Tribunais Superiores.
• Recurso extraordinário para STF.
10. Efeitos da concessão da ordem de habeas corpus.
• Preventivo – resulta expedição de salvo-conduto, isto é, uma
ordem para cessar a ameaça de violência ou coação a
liberdade de locomoção.
• Repressivo – expedição de alvará de soltura para por em
liberdade.
• Suspensivo – suspende o mandato de prisão ilegal ou abusivo
ainda não cumprido;
• Profilático – expedição de uma ordem de trancamento da ação
penal ou do inquérito policial ou de qualquer outro
procedimento investigatório abusivo.
HABEAS DATA

1. Conceito.
Ação constitucional de natureza cível concedida para assegurar o
conhecimento, retificação ou anotação de informações relativas à
pessoa do impetrante, contantes de registro ou banco de dados de
entidades governamentais ou de caráter público.
2. Natureza Jurídica.
É uma ação constitucional mandamental.
3. Cabimento.
Constituição Federal 1988 – art.5º, LXXII
Lei 9.507/97- art.7º
Cabimento agregado.
• Para assegurar o conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante, contantes de registro ou banco de
dados de entidades governamentais ou de caráter público.
• Para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo judicial ou administrativo.
• Para anotação nos assentamentos do interessado, de
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas
justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
Observação:
Habeas data é cabível contra:
• Bancos de dados governamentais – banco de dados públicos,
de órgãos de Administração Pública Direta ou Indireta de todos
os Poderes;
• Banco de dados privados de caráter público – todo registro ou
banco de dados privado que contenha informações que sejam
ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam
de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou
depositária das informações. Ex.: SERASA ou do SPC.
• Com a recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais
de 10 dias sem decisão;
• Com recusa em fazer-se a anotação ou explicação sobre o
dado exato ou do decurso de mais de 15 dias sem decisão;
• Com recusa de fazer-se a retificação ou do decurso de mais de
15 dias sem decisão.
4. Legitimidade.
4.1. Legitimidade Ativa.
• Pessoa física brasileiro ou estrangeiro;
• Pessoa jurídica
• Órgãos públicos despersonalizados.
Legitimidade ativa do Habeas Data tem caráter personalíssimo, salvo
nas causas de legitimidade ad causam dos herdeiros legítimos e
cônjuge.
4.2. Legitimidade Passiva.
Pessoa jurídica de direito público ou pessoa jurídica de direito privado
onde se encontra o registro ou banco de dados, bem como qualquer
entidade privada que possua registro ou banco de dados privados que
contenha informações que possa ser transmitida a terceiros.
5. Competência.
Determinadas pela CF/88.
5.1. Competência Originária.
• STF – art.102,I,d e art.102,I, r
• STJ – art.105,I,b
• TRF – art.108,I,c
• Juiz Federal – art.109,VIII
• TJ – art.125, §1º.
• Justiça Eleitoral – art.121, §4º,V
• Justiça do Trabalho – art.114, IV
5.2. Competência Recursal.
• STF – Recurso Ordinário quando denegado pelos Tribunais
Superiores o habeas data decidido em única instância –
art.102,II,c CF/88.
• STF - Recurso Extraordinário, o habeas data decidido em única
ou última instância – art.102,III CF/88
• STJ – Recurso Especial, o habeas data decidido em única ou
última instância pelos TRFs ou pelos TJs – art.105, III CF/88
• TRF – Apelação – habeas data de decisão proferida por Juiz
federal – art.108,II CF/88.
• TJ - Apelação – habeas data de decisão proferida por Juiz de
Direito.
6. Efeitos da decisão.
Julgando procedente o pedido o juiz ou Tribunal marcará data e
horário para que o coator:
• Apresente ao impetrante as informações a seu, constantes de
registros ou banco de dados;
• Apresente em juízo a prova da retificação ou anotação feita
nos assentamentos do impetrante.
MANDADO DE SEGURANÇA
1. Conceito.
Ação constitucional de natureza cível que busca proteger direito líquido
e certo lesionado ou ameaçado de lesão, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, em razão de ilegalidade ou abuso de poder
cometido por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições públicas.
2. Cabimento.
• Ato de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições públicas;
• Ilegalidade ou abuso de poder;
• Lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo;
• Subsidiariedade ao habeas corpus e ao habeas data.
3. Espécies.
3.1. Qto. a finalidade.
• Repressivo – interromper uma lesão ao direito líquido e certo;
• Preventivo – evitar que ocorra lesão ao direito líquido e certo.
3.2 Qto. a titularidade do direito líquido e certo.
• Individual;
• Coletivo.
4. Direito líquido e certo.
É aquele direito que o impetrante é capaz de provar de pronto,
logo na inicial, e, portanto, direito que não exige dilação probatória,
pois o autor da ação junta todas as provas em sua petição.
5. Legitimidade.
5.1. Legitimidade Ativa.
• Qualquer pessoa física nacional ou estrangeira;
• Pessoa jurídica nacional ou estrangeira, privada ou pública.
• Universalidade de bens como espólio e a massa falida;
• Órgãos públicos despersonalizados com capacidade processual
como MP.
5.2. Legitimidade Passiva.
• Autoridade coatora.
6. Prazo decadencial.
Direito de requerer Mandado de Segurança extinguir-se-á decorridos
120 dias , contados da ciência, pelo interessado do ato impugnado.
7. Liminar.
É cabível o pedido de liminar e a concessão da liminar é direito
subjetivo do autor, ou seja preenchidos os requisitos o magistrado é
obrigado a conceder.(art.7º, III da Lei 12.016/2009)
8. Efeitos da decisão.
Em relação à coisa julgada no Mandado de Segurança temos
basicamente três situações:
• Decisão aprecia o mérito e concede a ordem em favor do
impetrante, produzindo coisa julgada material em seu favor;
• Decisão aprecia o mérito e denega a ordem, produzindo coisa
julgada material em desfavor do impetrante e impedindo que
seja proposto outro Mandado de Segurança ou mesmo outra
ação judicial;
• Decisão denegatória não aprecia o mérito, não produzindo
coisa julgada material podendo o impetrante propor outro
Mandado de Segurança ou mesmo outra ação judicial.
9. Sistema Recursal.
• Se o Mandado de Segurança for impetrado originariamente no
primeiro grau de jurisdição da sentença denegando ou
concedendo o MS cabe Apelação.
• Se o Mandado de Segurança for impetrado originariamente
perante Tribunal e o relator vier a indeferi-lo de plano cabe
Agravo Regimental.
• Cabe ainda os Recursos Ordinário e Especial junto ao STJ e
Recurso Ordinário e Extraordinário junto ao STF.
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

1. Conceito.
Ação constitucional de natureza cível que busca proteger direito líquido
e certo de natureza transindividual lesionado ou ameaçado de lesão,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, em razão de
ilegalidade ou abuso de poder cometido por autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições públicas.
2. Finalidades.
• Evitar proliferação de demandas idênticas;
• Facilitar acesso a justiça;
• Fortalecer as entidades de classe.
3. Objeto de proteção.
Direito líquido e certo transindividual:
• Direitos Difusos – direitos de natureza indivisível, de que sejam
titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de
fato.
• Direitos Coletivos – direitos de natureza indivisível de que seja
titular grupo, categoria ou classe de pessoas, ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base.
• Direitos Individuais Homogêneos – direitos decorrentes de
origem comum e da atividade ou situação específica da
totalidade ou parte doas associados ou membros do impetrante.
4. Cabimento.
Mesmos requisitos do Mandado de Segurança Individual, salvo
que a lesão esta ligada a direitos transindividuais.
5. Legitimidade.
5.1. Legitimidade Ativa.
• Partido político com representação no Congresso Nacional;
• Organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados.
5.2. Legitimidade Passiva.
• Autoridade coatora.
6. Decisão e efeitos.
• No Mandado de Segurança Coletivo, os efeitos da decisão
abrangem todos os associados que se encontrem na situação
descrita na Inicial, independentemente se entraram na
associação antes ou após a impetração da ação.
• O mandado de Segurança Coletivo não induz litispendência
para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não
beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a
desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 dias a
contar da ciência comprovada da impetração da segurança
coletiva, sendo essa posição discutível na doutrina.
MANDADO DE INJUNÇÃO

1. Conceito.
Ação constitucional de natureza cível que busca viabilizar o
exercício de direitos e liberdade constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania, que se encontrem inviabilizados por falta de norma
regulamentadora de norma constitucional.
2. Finalidades.
• Viabilizar e concretizar o exercício dos direitos constitucionais;
• Combater a inércia dos poderes públicos em regulamentar
normas consagradoras de direitos constitucionais.
3. Espécies.
3.1. Quanto a omissão.
• Mandado de Injunção Total – busca viabilizar o exercício do
direito quando da falta da norma regulamentadora.;
• Mandado de Injunção Parcial – existe a norma mas ela é
insuficiente.
3.2. Quanto a titularidade do direito.
• Mandado de Injunção Individual – busca concretizar direito
individual;
• Mandado de Injunção Coletivo – busca concretizar direito
transindividual.
4. Requisitos de cabimento.
• Normas constitucionais que necessitam de regulamentação
para produzir efeitos;
• Falta de norma regulamentadora da norma constitucional ou
norma regulamentadora insuficiente;
• Inviabilização do direito, liberdade ou prerrogativa
constitucional.
5. Legitimidade.
5.1. Legitimidade Ativa.
Pessoas naturais ou jurídica, no Mandado Injunção Individual,
que se afirmarem titulares dos direitos, das liberdades e das
prerrogativas constitucionais.
No Mandado de Injunção Coletivo temos Ministério Público,
Partido Político, Organização Sindical, Entidade de Classe,
Associação e Defensoria Pública.
5.2.Legitimidade Passiva.
• Poder, Entidade, Órgão ou Autoridade Pública com atribuição
para editar a norma regulamentadora.
6. Decisão e Efeitos.
Teses do STF:
1. Tese não concretista – judiciário deve reconhecer a mora do
responsável pela edição da norma recomendando-lhe que supra a
mora, sem contudo concretizar o direito constitucional do autor –
decisão natureza declaratória.
2. Tese Concretista – judiciário deve concretizar o direito
constitucional do autor até a superveniência da norma
regulamentadora – decisão natureza constitutiva.
2.1. Tese Concretista Individual.
Além de reconhecer a mora e notificar o responsável pela omissão o
Judiciário irá implementar o direito constitucional apenas interpartes.
2.2. Tese Concretista Geral.
Além de reconhecer a mora do poder público em regulamentar a
norma constitucional, notificando-o, o Judiciário irá implementar
o direito constitucional de forma geral e abstrata, isto é, efeito
erga omnes, mesmo para aqueles que não buscaram a tutela
judicial.
2.3. Fundamentação dos efeitos.
art.9º, § 1º da Lei nº 13.300/2016.
AÇÃO POPULAR

1. Conceito.
Ação constitucional de natureza cível, atribuída a qualquer
cidadão, que visa anular atos lesivos ao patrimônio público,
econômico, financeiro, ambiental, histórico, cultural etc. em
razão de ilegalidade ou imoralidade administrativa.
2. Requisitos de Cabimento.
2.1. Requisito Subjetivo – cidadão em dia com seus direitos
políticos.
2.2. Requisitos Objetivos – lesão ou ameaça de lesão ao
patrimônio público por ilegalidade ou imoralidade.
3. Hipóteses de atos lesivos ao Patrimônio Público.
• Incompetência – atos não se inclui nas atribuições legais do
agente que o praticou;
• Vício de forma – irregularidade de formalidades indispensáveis
à existência do fato;
• Inexistência dos motivos – se verifica quando a matéria de fato
ou de matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o
ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada
ao resultado obtido;
• Desvio de finalidade – agente pratica o ato visando fim diverso
daquele previsto.
4. Legitimidade.
4.1. Legitimidade Ativa.
• Cidadão – brasileiro que possui capacidade eleitoral ativa.
• Casos especiais – português equiparado, MP atuando como
custos legis, menores relativamente incapazes com capacidade
eleitoral ativa (não precisam de assistência para propor ação
popular)
4.2. Legitimidade Passiva.
• Pessoas públicas de direito público ou privado da AP Direta e
Indireta;
• Entidade de que o Estado participe;
• Autoridades, funcionários ou administradores que tenham
autorizado, aprovado ou praticado o ato impugnado;
• Beneficiários diretos do ato lesivo.
5. Competência.
5.1. Regra.
• Juízo de primeiro grau da Justiça Federal ou Estadual.
5.2.Exceções – competência do STF.
• Ação Popular contra ato do CNL e do CNMP;
• Ação Popular contra ato do presidente da República;
• Conflitos entre a União e os Estado e Distrito Federal e as
respectivas entidades da Administração Pública Indireta;
• Ação popular em que todos os membros da magistratura sejam
interessado direta ou indiretamente.
6. Prazo para impetração.
• 5 anos a contar da realização do ato impugnado.
7. Atuação do Ministério Público.
O MP não é legitimado ativo para impetrar Ação Popular, mas ele será
parte na ação atuando como custos constitucionais.
• Vedado, em qualquer hipótese assumir a defesa do ato jmpugnado
ou dos seus autores;
• Se autor desistir ou der motivo à absolvição da instância o MP dentro
do prazo de 90 dias da última publicação poderá promover o
prosseguimento da ação;
• Caso decorridos 60 dias da publicação da sentença condenatória sem
a promoção da execução o MP promoverá nos 30 dias seguintes;
• Das sentenças e decisões perdas contra o autor da ação e
suscetíveis de recursos, o MP poderá recorrer;
• O membro do MP tem legitimidade para propor Ação
Rescisória em face da decisão da Ação Popular.
8. Decisão e Efeitos.
• Abrangência erga omnes.
• Declaração de nulidade do ato impugnado (caso de ato nulo)ou
o anulará (caso de ato anulável);
• Condenação dos responsáveis pelo dano, bem como seus
beneficiários diretos e indiretos ao pagamento de perdas e
danos, custas e demais despesas judiciais e extra judiciais,
além dos honorários de sucumbência.

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