Você está na página 1de 94

DIREITO CONSTITUCIONAL

Direito Material para Exame de Ordem

Prof. Diego Cerqueira


PODER JUDICIÁRIO

Prof. Diego Cerqueira


Noções Preliminares

q Função típica: exercício da jurisdição, solucionando conflitos


e “dizendo o Direito” diante de casos concretos. (sistema
inglês de jurisdição).

q Sistema Inglês de jurisdição: apenas o Poder Judiciário faz


coisa julgada material, isto é, decide casos concretos com
definitividade. Princípio da inafastabilidade de jurisdição, “a
lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito” (art. 5º, XXXV, CRFB/88).

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Noções Preliminares

q Função atípica de legislar: se manifesta, por exemplo,


quando os Tribunais editam os seus Regimentos Internos
(normas primárias).

q Função atípica de administrar: ocorre quando um Tribunal


realiza uma licitação, celebra um contrato administrativo ou,
ainda, realiza um concurso público.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Garantias Institucionais do
Judiciário
q Previsão constitucional de que constitui crime de
responsabilidade do Presidente da República os atos que
atentam contra o livre exercício do Poder Judiciário (art. 85,
II, CF);

q Vedação de que medida provisória ou lei delegada discipline


as garantias dos magistrados (art. 62, § 1º, I, “c” e art. 68, §
1º, I, CF);

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Garantias Institucionais do
Judiciário

q Autonomia organizacional e administrativa (art. 96, CF);

q Autonomia financeira (art. 99, CF).

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Garantias Funcionais do
Judiciário

q Vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida


após dois anos de exercício, dependendo a perda do
cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o
juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Garantias Funcionais do
Judiciário

q inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na


forma do art. 93, VIII;

q irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts.


37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Vedações aos Magistrados

Art 95.
(...)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Vedações aos Magistrados

Art 95.
(...)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do
cargo por aposentadoria ou exoneração.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Reserva de Plenário

Art. 97. CRFB/88


Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou
dos membros do respectivo órgão especial poderão os
tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Reserva de Plenário

Art. 948 do NCPC. Arguida, em controle difuso, a


inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder
público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes,
submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o
conhecimento do processo.
Art. 949. Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal
ou ao seu órgão especial, onde houver.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Reserva de Plenário

Art. 949, NCPC


(...)
”Parágrafo único. Os órgãos fracionários
dos tribunais não submeterão ao plenário
ou ao órgão especial a arguição de
inconstitucionalidade quando já houver
pronunciamento destes ou do plenário do
Supremo Tribunal Federal sobre a
questão”.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Súmula Vinculante no 10 STF
”Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não
declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou
em parte”.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
CNJ

q O CNJ trata-se de órgão de controle interno. Ele não exerce


jurisdição, embora integre a estrutura do pode judiciário.
q Atribuições exclusivamente administrativas, sendo o órgão
responsável pelo controle administrativo, financeiro e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
q Missão: aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário
brasileiro, contribuindo para prestação jurisdicional com
maior eficiência e transparência.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Constitucionalidade CNJ

q ADI nº 3.367/DF (AMB): entendia que a criação do CNJ


violava a separação de poderes e o pacto federativo;

q O STF decidiu que a criação do CNJ foi plenamente legítima,


sendo constitucional sua criação por meio da EC nº 45/2004.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Constitucionalidade CNJ

q O CNJ não atinge o autogoverno do Judiciário, já que o


controle é administrativo e não viola as competências
privativas dos tribunais (art. 96, CRFB);
q O PJ é nacional e unitário. Assim, é possível que o CNJ
controle a atuação da Justiça Estadual e sem violação ao
pacto federativo.
q STF: considera inconstitucional a criação, por Constituição
Estadual, de órgão de controle administrativo do Judiciário
do qual participem representantes de outros Poderes ou
entidades (Súmula 649).
Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Composição CNJ

q 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos,


admitida uma recondução (art. 103-B, CRFB/88);
q Será presidido pelo Presidente do STF e, nas suas ausências
e impedimentos, pelo Vice-Presidente do STF;
q Ministro do STJ: exercerá a função de Ministro-Corregedor e
ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competência

Art. 103-B, § 4º: Compete ao Conselho o controle da atuação


administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe,
além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo
Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento
do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competência

q As competências do CNJ não são exaustivas; é possível que


o Estatuto da Magistratura crie novas atribuições;

q A competência não alcança o STF e seus próprios Ministros.


O STF é o órgão de cúpula do Poder Judiciário e, portanto,
não se sujeita ao CNJ.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competência

q Atribuição ao CNJ do poder de expedir atos regulamentares;

ü Doutrina: entende-se que esse órgão poderá editar


també normas primárias acerca das matérias de sua
competência. As Resoluções do CNJ são inclusive
dotadas dos atributos da generalidade, abstração e
impessoalidade, o que nos permite afirmar que
consistem em atos normativos primários (STF).

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competência

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou


mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário,
podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da
lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da
União;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competência

q O CNJ pode apreciar, de ofício ou mediante provocação,


a legalidade dos atos administrativos. Ex: apreciar a
legalidade de um contrato celebrado por um Tribunal ou,
ainda, a legalidade do ato de concessão de aposentadoria a
um servidor do Poder Judiciário.
q Cuidado: o CNJ não poderá examinar os efeitos de ato
de conteúdo jurisdicional emanado do Poder Judiciário.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competência

q Ao apreciar a legalidade dos atos administrativos


praticados por membros ou órgãos do PJ, o CNJ poderá
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
adotem providências necessárias.
q O papel é de apenas examinar a legalidade de atos
administrativos, sendo-lhe vedado examinar a
constitucionalidade.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competência

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou


órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e
de registro que atuem por delegação do poder público ou
oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares
em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (EC nº
103, de 2019)

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competência

q Competência correicional e disciplinar: A atividade


correicional se manifesta para receber e conhecer das
reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário.
Por outro lado, a disciplinar fica caracterizada no avocar
processos disciplinares em curso e aplicar sanções a
magistrados (remoção, disponibilidade ou aposentadoria
compulsória).

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competência

IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a


administração pública ou de abuso de autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há
menos de um ano;
(...)

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
COMPETÊNCIAS DO STF

Prof. Diego Cerqueira


Supremo Tribunal Federal

q É o órgão de cúpula da organização judiciária brasileira,


exercendo, simultaneamente, as funções de Corte
Constitucional e de órgão máximo do Poder Judiciário.

q Atua como tribunal de última instância ou como instância


originária para certas causas não constitucionais (Ex:
julgamento de Deputados e Senadores)

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Supremo Tribunal Federal
Originárias

São aquelas ações ajuizadas diretamente no STF, sem passar por nenhuma
outra instância do Poder Judiciário.

Recursais
São aquelas ações que chegam ao STF em razão de recurso apresentado
perante decisão de outro órgão do Poder Judiciário. Dois tipos de
recursos chegam ao STF: i) recurso ordinário e; ii) recurso extraordinário.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências Originárias

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências Originárias

q O STF tem competência para realizar o controle


concentrado-abstrato de constitucionalidade.

q A Corte Suprema processa e julga a ADI, a ADO, a ADC e


a ADPF.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências Originárias

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o


Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus
próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de
responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o
disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores,
os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências Originárias
Autoridade Crime Comum Crime de Responsabilidade

Presidente da República STF Senado


Vice-Presidente da República STF Senado
Deputados Federais e Senadores STF* -
Ministros do STF STF Senado
Procurador-Geral da República STF Senado
Ministros de Estado STF STF (se o crime for conexo com o do
Presidente, será o Senado)
Comandantes do Exército, Marinha e STF STF (se o crime for conexo com o do
Aeronáutica Presidente, será o Senado)
Ministros dos Tribunais Superiores (STJ, TST, STF STF
TSE e STM)
Ministros do TCU STF STF
Chefes de missão diplomática STF STF

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências Originárias

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo


internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Território;

ü As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e


Município ou pessoa domiciliada e residente no País será da
competência dos juízes federais (art. 109, II).

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências Originárias

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a


União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros,
inclusive as respectivas entidades da administração
indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
l) a reclamação para a preservação de sua competência
e garantia da autoridade de suas decisões;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências Originárias

qO STF tem competência para processar e julgar a


reclamação constitucional. Trata-se de instrumento de
garantia da jurisdição constitucional.

qVisa garantir a obediência às decisões do STF em sede de


controle concentrado de constitucionalidade, bem como às
Súmulas Vinculantes emanadas da Corte.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências Originárias

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de


inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
regulamentadora for atribuição do Presidente da República,
do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas
Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos
Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal
Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o
Conselho Nacional do Ministério Público;
Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências Recursais

q Recurso Ordinário Constitucional

q Recurso Extraordinário

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
•Objeto imediato recursal é a •Garantir a supremacia da
proteção do direito subjetivo do Constituição e validade das leis;
recorrente. satisfação de direito objetivo.
•Argumentação de forma livre, •Não há possibilidade de inovação
permitindo a discussão das na tese jurídica, de apresentação
matérias de fato e de direito. de fatos ou provas novas. Recursos
•Não existência de fundamentação de fundamentação objetiva
vinculada, de prequestionamento. •Há prequestionamento da matéria.

Ordinários Excepcionais

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC e o seu cabimento

q Natureza: recurso constitucional, analisado pelas Cortes de


Superposição (STF e STJ) (art. 102, II e 105, II, CRFB/88)

q Plano Infraconstitucional: (art. 1.027 e 1.028 do NCPC)

q Cabimento: apresentado em face de sentença denegatória;


peça privativa do impetrante.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC para o STF

Art. 102. CRFB/88


Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda
da Constituição, cabendo-lhe:
(…)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o
mandado de injunção decididos em única instância pelos
Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC para o STF

q 1ª condição: ROC em face de acórdão.

a) Remédios Constitucionais: HC, HD, MS e MI.


b) Competência originária de Tribunal Superior. Instância única.
c) Decisão denegatória.

Ex1: MS → ato coator de Ministro de Estado →


competência originária do STJ → Negar a segurança
→ caberá recurso ordinário constitucional para o STF.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC para o STF

q 2ª condição: ROC em face de sentença.

a) Crimes políticos.
b) Competência originária de Juízes Federais (art.
109, IV).
c) Decisão de 1º grau da Justiça Federal.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC STF
Em face de Acórdão HC, MS, HD e MI, decisão
denegatória em única instância de
Tribunal Superior.
Em face de Sentença Crimes políticos, competência
Juízes federais

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Recurso Extraordinário

q Recurso de natureza excepcional (com previsão na CRFB/88)

q Objetivo: garantir a supremacia da Constituição.

q Recurso de fundamentação objetiva, vinculada.


ü Prequestionamento da matéria.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Aspectos Gerais

q Instrumento processual apto a verificar se uma decisão


judicial está ou não compatível com a CF/88.

q Bloco do controle difuso de constitucionalidade.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento

Art. 102, III, CRFB/88


(...)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas
em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento
Art. 102, III, CRFB/88
(...)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas
em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
(...)
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento

q 1ª condição: (Situações de Controvérsia Constitucional)

ü Permissivo genérico de admissibilidade do RE. (alínea


frágil).
ü Para o STF é demonstrar objetivamente qual é o
parâmetro constitucional. Qual o dispositivo
constitucional que está sendo violado? (qual o artigo
exatamente)

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento
q 2ª condição:

q Quando há a declaração incidental de inconstitucionalidade


no chamado controle difuso sobre tratado ou lei federal.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento
q 3ª condição:

ü Julgamento válido de lei ou ato de governo local em


face da Constituição.
ü “Lei local”: são as leis do E, DF e M.
ü “Atos de governo local”: são os atos administrativos
dos E, DF e M exarados pelo Poder Público, seja no
âmbito do Executivo, Legislativo ou Judiciário.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento
q 4ª condição:

q Será cabível RE para o STF quando a “decisão recorrida


julgar válida lei local contestada em face de lei federal”.

q Antes ela era objeto de Recurso Especial-REsp, mas com a


reforma do Poder Judiciário ECº. 45/2004, ela passou ser
atacada por Recurso Extraordinário.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento

q Ato julgado válido de governo local em face de lei federal a


hipótese é de RECURSO ESPECIAL. Muito cuidado!

q O cabimento do RE será para “lei local for considerada válida


perante lei federal

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento

q Decisão recorrida prolatada em última ou única instância: A


decisão recorrida não precisa ter emanado de um Tribunal,
podendo ser emanada de um juízo singular.

q No RE não há essa reserva de origem. Cabe RE em juizado,


por exemplo (Súmula 640 STF). Entretanto, a condição
basilar para a admissibilidade do RE é que não deve caber
recurso ordinário algum. (Súmula 281 STF)

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Requisitos de
Admissibilidade

q Prequestionamento: a matéria constitucional já deve ter sido


discutida pelo órgão que prolatou a decisão recorrida. Não
há inovação na tese jurídica. (Súmulas 279 e 282 do STF)
q Esgotamento da vias recursais ordinárias:

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Requisitos de
Admissibilidade

q Repercussão geral: exigência de repercussão das questões


constitucionais envolvidas, de relevo econômico, político e
social, e que interfere no ordenamento jurídico. “Efeito
transcendente da lide”.(§3º do art. 102, CFRB/88 + art.
1.035 do CPC).

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Requisitos de Admissibilidade

q O STF somente poderá recusar a repercussão geral pela


manifestação de 2/3 dos seus membros.
q Aceita a repercussão geral, todos os recursos que estiverem
tramitando nos Tribunais de origem passam a aguardar a
decisão da Corte sobre o tema.
q Realizado o julgamento, a decisão do STF deverá ser
aplicada pelos próprios tribunais de origem.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
COMPETÊNCIAS DO STJ

Prof. Diego Cerqueira


Aspectos preliminares

q O STJ é considerado o “guardião” da unidade do direito


federal, buscando uniformizar a interpretação da legislação
federal.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências originárias

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do
Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os
desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem
perante tribunais;
Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências originárias
AUTORIDADE CRIME COMUM CRIME DE RESPONSABILIDADE

GOVERNADOR STJ Tribunal Especial (composto de 5


(cinco) membros do Poder Legislativo
Estadual e de 5 (cinco) desembargadores
do TJ
DESEMBARGADORES DOS TJ`S STJ STJ
MEMBROS DOS TCE`S STJ STJ

MEMBROS DOS TRF`S, TRE`S E TRT`S STJ STJ

MEMBROS DOS TCM`S STJ STJ

MEMBROS DO MPU QUE OFICIEM STJ STJ


PERANTE TRIBUNAIS

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências originárias

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


(...)
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências originárias

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


(...)
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer
das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator
for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências originárias

q Ministros de Estado e Comandantes do Exército, Marinha e


Aeronáutica:
ü quando forem autoridades coatoras, a
competência será do STJ;
ü quando forem pacientes, a competência será
do STF (art. 102, I, “d”).

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências originárias

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma


regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou
autoridade federal, da administração direta ou indireta,
excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da
Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
exequatur às cartas rogatórias;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Competências recursais

q Recurso Ordinário Constitucional

q Recurso Especial

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC para o STJ

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC para o STJ

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


II - julgar, em recurso ordinário:
(...)
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou
pessoa residente ou domiciliada no País;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC diante de HC
q Condição:

ü Decisão denegatória em Habeas Corpus


ü Impetrado perante TRF ou TJ
ü Competência originária ou última instância
(competência recursal, por exemplo, subindo em
apelação criminal)

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC diante de HC
q Condição:

ü ROC em face de acórdão.


ü Ex: Habeas corpus contra ato de juiz federal será
impetrado no Tribunal Regional Federal (art. 108, I,
d). Se o TRF não conceder o habeas corpus, caberá
recurso ordinário ao STJ.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC diante de MS

q Condição:
üDecisão denegatória
üCompetência originária perante TRF ou TJ
üROC em face de acórdão
üEx: MS contra ato de TRF será impetrado no
próprio TRF (art. 108, I, c). Se o TRF denegar a
segurança, caberá ROC. O 2º grau de
jurisdição será no STJ (art. 105, II, b, CF).

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC diante de Conflito
Internacional
q Condição:
ü Causas entre Estado estrangeiro ou organismo
internacional X Município ou pessoa domiciliada ou
residente no País
ü Competência originária de Juízes Federais (art. 109,
II)
ü ROC em face de sentença (Decisão de 1º grau da
Justiça Federal).

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
ROC STJ
Em face de HC, decisão denegatória, perante TRF ou TJ, em
Acórdão competência originária ou última instância
MS, decisão denegatória, competência originária
perante TRF ou TJ.
Em face de Conflito internacional Estado estrangeiro/Organismo
Sentença Internacional X Município (ou pessoa domiciliada ou
residente no País), competência juízes federais

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Recurso Especial

q “Guardião” do direito objetivo federal.

q Objetivo: uniformizar a interpretação da legislação federal.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única
ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei
federal;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única
ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
a decisão recorrida:
(...)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
atribuído outro tribunal.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Requisitos

q Prequestionamento: questões devem ter sido apreciadas no


Tribunal de origem. A pretensão de simples reexame de
prova não enseja recurso especial (Súmula 07 STJ)

q Só cabe REsp se a decisão vier de Tribunal (TJ ou TRF).


Decisões de Turmas dos Juizados especiais não podem ser
objeto de REsp (súmula 203 STJ)

q Controvérsia envolve o direito federal.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento

q 1ª condição:

q Quando a decisão recorrida “Contrariar tratado ou lei federal,


ou negar-lhes vigência”.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento

q 2ª Condição: “Quando a decisão julgar válido ato de governo


local contestado em face de lei federal;

ü Ato julgado válido de governo local em face de lei federal a


hipótese é de RECURSO ESPECIAL. Muito cuidado!
ü *O cabimento do RE será para “lei local for considerada
válida perante lei federal

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento

q 3ª condição: “quando a decisão recorrida der a lei federal


interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal”
ü A divergência é entre Tribunais distintos: “A divergência entre
julgado do mesmo Tribunal não enseja recurso especial”
(Súmula 13 do STJ).
ü A interpretação deve ser em face de lei federal: “Não se
conhece do recurso especial pela divergência, quando a
orientação do tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão
recorrida” (Súmula 83 do STJ)
Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Cabimento

ü A divergência é entre Tribunais distintos: “A divergência entre


julgado do mesmo Tribunal não enseja recurso especial”
(Súmula 13 do STJ).
ü A interpretação deve ser em face de lei federal: “Não se
conhece do recurso especial pela divergência, quando a
orientação do tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão
recorrida” (Súmula 83 do STJ)

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Federalização Direitos Humanos

art. 109, § 5º, CF/88


“nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte,
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal.”

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Federalização Direitos Humanos

q A finalidade é assegurar o cumprimento de obrigações


decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos
dos quais o Brasil seja parte;
q Chamada de federalização de graves violações de direitos
humanos;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Federalização Direitos Humanos

q É possível o deslocamento de processo ou inquérito do


âmbito estadual para o âmbito federal;

q O titular da ação é o Procurador-Geral da República, que a


apresentará no STJ.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
COMPETÊNCIAS DA
JUSTIÇA FEDERAL

Prof. Diego Cerqueira


TRF

q É possível o deslocamento de processo ou inquérito do


âmbito estadual para o âmbito federal;

q O titular da ação é o Procurador-Geral da República, que a


apresentará no STJ.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
TRF

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:


I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e
de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus
ou dos juízes federais da região;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
TRF

c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato


do próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz
federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados
ao Tribunal;
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes
federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência
federal da área de sua jurisdição.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Juízes federais

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras,
rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente
no País;

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Juízes federais

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com


Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e
da Justiça Eleitoral;
(...)

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
Juízes federais

(...)
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra
ato de autoridade federal, excetuados os casos de
competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves,
ressalvada a competência da Justiça Militar;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.

Direito Constitucional
Prof. Diego Cerqueira
OBRIGADO!!!!!
Instagram: @profdiegocerqueira

Prof. Diego Cerqueira

Você também pode gostar