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DIREITO CONSTITUCIONAL

Willian Afonso
Direito Constitucional – Professor Willian Afonso

PODER JUDICIÁRIO

INTRODUÇÃO

O poder Judiciário tem por atividade fim dirimir conflitos de interesses, em busca de pacificação social.
A sua função principal (típica/precípua), portanto, é a jurisdicional, ou seja, de aplicar o direito a situações concretas.
O Poder Judiciário é inerte, só agindo após ser provocado.
O Judiciário, de forma atípica, também exerce funções administrativas (licitações, concursos públicos, etc.) e legislativas
(quanto, por exemplo, elabora seu regimento interno).

SISTEMA INGLÊS DE JURISDIÇÃO


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No sistema da unicidade da jurisdição ou sistema inglês, somente as decisões de um órgão têm aptidão para fazer coisa
julgada. É o adotado pela CR/88.

ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO


Segundo consta do art. 92 da CF/88, são órgãos do Poder Judiciário:
✓ I - o Supremo Tribunal Federal (STF);
✓ I-A o Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
✓ II - o Superior Tribunal de Justiça (STJ);
✓ III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
✓ IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
✓ V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
✓ VI - os Tribunais e Juízes Militares;
✓ VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

Tal estrutura pode ser verificada por meio do seguinte organograma:

Imagem retirada da apostila do Professor Ridson Lucas.

❖ O STF, o CNJ e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal (Brasília).


❖ STF e Tribunais Superiores, por sua vez, possuem jurisdição em todo o território nacional.
❖ O CNJ não possui jurisdição. É um órgão de controle interno do Poder Judiciário, já que inserido pela
Constituição na sua estrutura.

ESTATUTO DA MAGISTRATURA
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Segundo expresso na CF/88, Lei Complementar, de iniciativa do STF, disporá sobre o estatuto da magistratura. O ponto
é objeto recorrente de questões de concurso, com as bancas tentando confundir os candidatos em relação à espécie legislativa
(cita, por exemplo, lei ou regimento interno) e a competência para a iniciativa de lei (citam, por exemplo, o STJ ou o Presidente
da República.

Decore, portanto, que O ESTATUTO DA MAGISTRATURA:


1. É uma Lei Complementar;
2. É de iniciativa do STF.

❖ Do ingresso na cargo de Juiz: 82


✓ mediante concurso público de provas e títulos;
✓ participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases;
✓ exige-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica;
✓ cargo inicial será o de juiz substituto;
✓ obedecendo-se, nas nomeações, a ordem de classificação.

❖ Da Promoção
Antes de estudarmos os critérios estabelecidos pela CF/88 para definir a forma de promoção de magistrados,
importante que tenhamos uma noção de como funciona a organização da justiça, em especial no 1º grau de jurisdição.
Nesses termos, importante sabermos que “comarca”, termo que diz respeito ao território em que o magistrado exerce
sua competência, pode abranger um ou mais municípios, a depender de alguns fatores.
Além disso, cada comarca, é bom que se diga, pode ser composta por apenas um juiz ou por vários juízes, apresentar
uma ou mais varas e ser classificadas como de primeira ou segunda entrância, existindo, ainda, a comarca de entrância
especial.
A comarca de primeira entrância é de menor tamanho, a comarca de segunda entrância de tamanho intermediário e a
de entrância especial aquela de maior amplitude.
Quando um juiz ingressa no Poder Judiciário (por meio de concurso público), são lotados nas Varas de primeira
instância, e a partir de então podem ir progredindo na carreira (sendo promovidos, de entrância para entrância), até que
alcancem a entrância especial.
Segundo estabelecido na Constituição Federal:

✓ a promoção de entrância para entrância obedece, alternadamente, os critérios de

1. antiguidade e;
2. merecimento

A primeira vaga é preenchida por antiguidade, de modo que, a segunda que surgir será preenchida por merecimento,
assim ocorrendo de forma sucessiva, atendidas as seguintes normas:

✓ é obrigatória a promoção do juiz que figure na lista de merecimento:


▪ 3 vezes consecutivas ou,
▪ 5 alternadas;

✓ a promoção por merecimento pressupõe:


▪ 2 anos de exercício na respectiva entrância;
▪ integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem
aceite o lugar vago;
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Exemplo: Se em uma comarca existem 100 magistrados, o que for promovido por merecimento, além de estar em
exercício há mais de 2 anos na entrância, deverá estar entre os 20 juízes mais antigos (primeira quinta parte da lista de
antiguidade).

✓ aferição do merecimento conforme:


▪ o desempenho;
▪ critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição, e
▪ pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;

✓ na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois
terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-
se a indicação;
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✓ não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo
devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;

ATENÇÃO: O acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única
entrância, de forma que para o magistrado chegar ao Tribunal de 2ª instância, ele precisará estar na entrância especial ou na única, no caso de
não haver outras.

❖ Dos Subsídios
Os subsídios recebidos pelos magistrados devem ser escalonados:

✓ Os subsídios dos ministros dos Tribunais Superiores devem corresponder a 95% do subsídio mensal fixado para os
Ministros do STF;

ATENÇÃO: não é no máximo de 95%. É exatamente 95%.

✓ O subsídio dos demais magistrados não pode exceder 95% daquele fixado para os Ministros dos Tribunais Superiores.

✓ De uma classe para a outra, a diferença de subsídio não será maior que 10% nem inferior a 5%.

❖ Das Regras Previdenciárias


A aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40 da CF/88, ou seja,
as regras são as mesmas aplicadas aos servidores públicos.

❖ Outros Aspectos Relevantes

➢ Juiz deve residir na comarca, salvo autorização do Tribunal.

➢ todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente
a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação;

➢ As decisões administrativas serão motivadas e em sessões públicas; as disciplinares em face de magistrado devem ser
tomadas sempre por maioria absoluta.

➢ Órgão especial: tribunais com mais de 25 membros podem criar órgão especial, que terá de 11 a 25 membros, para
exercer funções delegadas do plenário (administrativas e judiciais). Uma metade de seus membros será escolhida por
antiguidade e a outra por eleição pelo pleno.

➢ A atividade do Judiciário é ininterrupta. Não pode haver férias coletivas no Tribunal. Nos dias em que não houver
expediente forense normal, funcionam juízes em plantão permanente.
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➢ O número de juízes será proporcional:


▪ à demanda e,
▪ à população.

➢ Os juízes podem delegar aos servidores atos em caráter decisório:


▪ atos de administração
▪ de mero expediente.

➢ A distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.

DO QUINTO CONSTITUCIONAL
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Como forma de garantir uma composição heterogênea dos Tribunais do país, a Constituição Federal estabeleceu o que
se chama de “quinto constitucional”, que garante que entre os magistrados existiram também pessoas advindas do Ministério
Público e da Advocacia.
Nesses termos, um quinto dos TRFs, TRTs, TJs (também TJDFT) e TST será ocupado por:

1. Advogados com mais 10 anos de advocacia, que tenham:


▪ notório saber jurídico e,
▪ reputação ilibada
2. membros do MP com mais de 10 anos de carreira.
Processo de escolha: órgão da classe encaminha lista sêxtupla para o Tribunal; Tribunal a transforma em lista tríplice;
chefe do executivo, dependendo se o Tribunal for Estadual ou Federal (governador ou presidente) escolhe 1.
OAB 6 TJ 3 GOV 1
MP TRF PRES

Atenção: O STJ NÃO ESTÁ INSERIDO NA REGRA DO QUINTO CONSTITUCIONAL.

GARANTIAS DO PODER JUDICIÁRIO

As garantias institucionais têm por escopo preservar a independência funcional do Judiciário. Assim é que não
constituem privilégios ou benefícios, mas sim prerrogativas garantidoras, repise-se, da independência de atuação do Poder.
Garantias institucionais
Protegem a instituição do PJ como um todo. São de duas espécies:
Autonomia administrativa (arts. 96 e 99)
O PJ pode se organizar e se administrar. Nesses moldes, os Tribunais podem:

✓ Eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das
garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais e administrativos;
✓ Organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da
atividade correicional respectiva;
✓ prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
✓ propor a criação de novas varas judiciárias;
✓ prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto
os de confiança assim definidos em lei;
✓ conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente
vinculados;

Além disso, podem propor ao Poder Legislativo:


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✓ a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;


✓ a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados,
bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
✓ a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
✓ a alteração da organização e da divisão judiciárias;

Autonomia financeira (art. 99)


Significa a capacidade que tem o Poder Judiciário de elaborar sua própria proposta orçamentária: faz a proposta e a
encaminha para o chefe do executivo respectivo, que a encaixará no orçamento geral do ente para o ano seguinte e encaminha
o projeto ao poder legislativo. O executivo também pode fazer cortes nessa proposta.
Cuidado: somente o chefe do Executivo inicia projetos de leis orçamentárias (arts. 84, XXIII, e 165): LOA, LDO e o PPA.
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Se o PJ não encaminhar sua proposta orçamentária (para o ano seguinte) dentro do prazo da CR/88, o executivo
encaminhará os valores aprovados na lei orçamentária vigente.
Aprovado o orçamento, o valor será repassado ao Judiciário em duodécimos.
Garantias funcionais
Protegem as funções exercidas pelos membros do PJ. São três:
Vitaliciedade
A vitaliciedade, no primeiro grau, somente é adquirida após dois anos de exercício do cargo.
✓ Após, o magistrado não perde o cargo, salvo por decisão judicial transitada em julgado.
✓ Antes da vitaliciedade, o juiz pode perder o cargo por decisão administrativa da maioria absoluta do tribunal ao qual é
vinculado, garantida a ampla defesa.

ATENÇÃO: magistrados que ingressam nos tribunais por meio do “quinto constitucional” adquirem vitaliciedade no momento
da posse, não precisando cumprir estágio probatório.
ATENÇÃO: Apenas membros do PJ, do MP e os conselheiros (TCE) e ministros (TCU) dos Tribunais de Contas possuem
vitaliciedade.

Inamovibilidade
Os juízes não podem ser removidos compulsoriamente; não se admite, de regra, a remoção do magistrado sem seu
consentimento. A garantia, segundo entendimento do STF, abarca também juízes substitutos.
❖ Exceções:
✓ remoção compulsória por interesse público, pelo voto da maioria absoluta do tribunal ao qual é vinculado ou do CNJ,
assegurada ampla defesa. (art. 93, VIII)
✓ Determinação do CNJ, como forma de sanção administrativa, assegurada ampla defesa (art. 103-B, § 4º, III).

Irredutibilidade de subsídios
Destaque-se que a irredutibilidade refere-se ao valor nominal (previsto na lei).
ATENÇÃO: assim como promotores e defensores públicos, magistrados têm também independência funcional, que significa que
não respondem hierarquicamente no desempenho de suas atividades funcionais, agindo, nesse caso, de acordo com o livre
convencimento motivado.

VEDAÇÕES
Além da independência do magistrado, visam garantir sua imparcialidade. São elas:
✓ Impedimento de exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função pública, salvo uma de magistério;
✓ Impedimento de receber custas ou participações em processos.
✓ Impedimento de receber contribuições ou auxílios, ressalvadas as exceções previstas em lei;
✓ Impedimento de exercer atividade político-partidária.
✓ Quarentena (EC45/2004): impedimento de exercer advocacia no juízo ou tribunal do qual se ausentou antes de
decorridos 3 anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
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RESERVA DE PLENÁRIO
O Poder Judiciário, dentro do sistema de freios e contrapesos, é o responsável pela declaração da inconstitucionalidade
de normas do ordenamento jurídico pátrio.
No ponto, a CF/88 fixa a chamada reserva de plenário (art. 97, CF), segundo a qual somente pelo voto da maioria
absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo do Poder Público.
Sobre o tema, importante conhecer a Súmula Vinculante nº 10 do STF:
✓ Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em
parte.
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EXERCÍCIOS (CESPE)

1. Entre as funções típicas do Poder Judiciário inclui-se a edição de normas regimentais que disponham sobre a competência
e o funcionamento de seus órgãos jurisdicionais e administrativos

2. Constitui função típica do Poder Judiciário a função jurisdicional.

3. A promoção da ação civil pública para a proteção do meio ambiente e o controle externo da atividade policial são funções
institucionais do Poder Judiciário.

4. O Poder Judiciário municipal é representado pelo juiz de direito em exercício na comarca.

5. Não integram o poder judiciário os membros do Ministério Público que oficiam perante o TRE/AL.

6. O Tribunal Marítimo não integra o Poder Judiciário da União.

7. Não existe Poder Judiciário municipal.

8. Os órgãos do Poder Judiciário incluem o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

9. São órgãos do Poder Judiciário, entre outros, o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Contas da União.

10. Lei complementar, de iniciativa do Conselho Nacional de Justiça, disporá sobre o Estatuto da Magistratura.

11. O Estatuto da Magistratura é matéria reservada a lei complementar de iniciativa do Supremo Tribunal Federal (STF),
observados os princípios dispostos na CF.

12. O estatuto da magistratura deve ser regulado por lei complementar, cuja proposição é de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal.

13. O STF e o STJ possuem jurisdição em todo o território nacional.

14. São órgãos do Poder Judiciário, entre outros, a Defensoria Pública da União e a dos estados.

15. O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores são órgãos do Poder Judiciário,
com jurisdição em todo o território nacional e sede na Capital Federal.

16. O Conselho Nacional de Justiça e o TCU são órgãos internos do Poder Judiciário, porém não possuem jurisdição, sendo
apenas órgãos administrativos de fiscalização externa dos demais órgãos.
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17. Apesar de competir ao Conselho Nacional de Justiça o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário
e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, o texto constitucional não reconhece esse órgão como integrante
do Poder Judiciário.

18. Os tribunais regionais federais, os tribunais de justiça dos estados e do Distrito Federal e os tribunais regionais do
trabalho podem funcionar descentralizadamente, constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

19. A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho funcionará junto ao TST, cabendo-lhe,
entre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira.

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20. Além dos juízes oriundos dos tribunais regionais federais e dos desembargadores advindos dos tribunais de justiça,
comporão o STJ, na proporção de um quinto de suas vagas, advogados e membros do Ministério Público com mais de dez
anos de atividade efetiva e mais de dez anos de carreira, respectivamente.

21. O ingresso na carreira da magistratura ocorrerá mediante concurso público de provas e títulos, sem a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil.

22. O ingresso na carreira da magistratura ocorre mediante concurso público de provas, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade advocatícia.

23. Não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-
los ao cartório sem o devido despacho ou decisão.

24. Mesmo que um juiz de direito tenha figurado por três vezes alternadas na lista de promoção por merecimento para o
tribunal de justiça e seja também o mais antigo da carreira, a sua promoção pode ser rejeitada pelo voto fundamentado
de dois terços dos desembargadores, desde que observados outros requisitos.

25. A remuneração dos ministros dos tribunais superiores deve corresponder a 95% do subsídio mensal fixado para os
ministros do STF, e os subsídios dos demais magistrados devem ser fixados em lei e escalonados, em níveis federal e
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra
ser superior a 10% ou inferior a 5%, nem exceder a 95% do subsídio mensal dos ministros dos tribunais superiores.

26. A CF prevê expressamente que o subsídio dos parlamentares federais e do presidente da República seja igual ao dos
ministros do STF, previsão essa que atende ao princípio da moralidade.

27. A Constituição Federal, após o advento da Emenda Constitucional n.o 45/2004, vedou as férias coletivas nos juízos e
tribunais de segundo grau, o que não se estende aos tribunais superiores.

28. A Constituição autoriza que servidores da justiça possam receber delegação para a prática de certos atos de competência
dos juízes, como atos de administração ou de mero expediente.

29. Os servidores do judiciário não poderão receber delegação para a prática de atos de mero expediente, ainda que sem
caráter decisório.

30. De acordo com a CF, os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e todas as decisões administrativas
dos tribunais ocorrerão em sessões públicas.

31. As decisões dos órgãos do Poder Judiciário devem ser fundamentadas e públicas, ressalvadas as decisões administrativas
em matéria disciplinar.

32. A regra do quinto constitucional aplica-se ao Superior Tribunal de Justiça, ao Tribunal Superior do Trabalho, aos tribunais
regionais federais, aos tribunais dos estados e do DF e territórios e aos tribunais regionais do trabalho.

33. Não poderá ser promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal.
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34. Os juízes, assim como os servidores públicos civis em geral, gozam da garantia da inamovibilidade.

35. De acordo com o STF, a garantia da inamovibilidade não alcança juízes substitutos, ainda que assegurados pelo instituto
da vitaliciedade.

36. O juiz de primeiro grau adquire a garantia da vitaliciedade a partir de sua posse no cargo.

37. O cargo de juiz é vitalício, razão por que seu ocupante somente o perderá por decisão judicial transitada em julgado.

38. A CF assegura aos magistrados a prerrogativa da vitaliciedade. Assim, no caso de um juiz de primeiro grau, a vitaliciedade
é adquirida após três anos de exercício.
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39. A CF conferiu autonomia institucional ao Poder Judiciário, que recebeu, entre outras, garantias de autonomia
orgânicoadministrativa, financeira e funcional, além de ter salvaguardada a independência dos órgãos judiciários.

40. O Poder Judiciário goza de autonomia administrativa, razão por que auto-organiza seus serviços, mas não detém
autonomia financeira.

41. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira, devendo os tribunais elaborar suas propostas
orçamentárias, dentro dos limites estipulados, conjuntamente com os demais Poderes, na lei de diretrizes orçamentárias.

42. O encaminhamento, ao Poder Legislativo, das propostas orçamentárias do Supremo Tribunal Federal e dos demais
tribunais superiores cabe ao presidente desse tribunal, com a aprovação dos respectivos tribunais.

43. De acordo com a CF, a atividade político-partidária não é vedada aos juízes, que poderão exercê-la mediante autorização
prévia do tribunal a que se vinculem.

44. Insere-se na esfera das competências privativas do Poder Executivo da União e dos estados a iniciativa de, a requerimento
do tribunal interessado, propor ao Poder Legislativo respectivo a alteração da organização e da divisão judiciárias.

45. O juiz não poderá exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

46. A regra constitucional que proíbe o magistrado de exercer a advocacia no juízo ou no tribunal do qual se tenha afastado,
antes de decorrido o período de três anos, contados do afastamento do cargo, aplica-se tanto ao Poder Judiciário estadual
quanto ao federal de qualquer instância, incluindo-se o STF, o STJ e os demais tribunais superiores.

47. A regra segundo a qual os juízes não podem, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo, exercer a advocacia
no juízo ou no tribunal do qual tenham se afastado aplica-se tanto ao afastamento por aposentadoria quanto ao por
exoneração.

48. Não é permitido aos juízes dedicar-se à atividade político-partidária, salvo se licenciados.

49. Consoante o principio da liberdade de manifestação de pensamento, é permitido a juiz de direito dedicar-se à atividade
político-partidária.

50. A Constituição Federal, visando, principalmente, evitar o arbítrio e o desrespeito aos direitos fundamentais do homem,
previu a existência dos poderes do Estado e do Ministério Público, independentes e harmônicos entre si, repartindo entre
eles as funções estatais e prevendo prerrogativas e imunidades para que bem pudessem exercê-las, bem como criando
mecanismos de controle recíprocos, sempre como garantia da perpetuidade do estado democrático de direito.

Alexandre de Moraes. Direito constitucional. São Paulo: Atlas, 11.ª ed., 2002 (com adaptações).
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Tendo o texto acima como referência, julgue os seguintes itens, a respeito da organização dos poderes.

A garantia de prerrogativas a membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, tais como o foro privilegiado, não
conflita com o princípio constitucional da igualdade.

51. Os emolumentos e as custas judiciais são destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades
específicas da justiça.

52. A cláusula de reserva de plenário determina que somente pelo voto da maioria absoluta dos membros do tribunal ou do
respectivo órgão especial pode ser declarada a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público.

53. A inconstitucionalidade de uma lei pode ser declarada por um tribunal reunido em maioria simples ou por comissão criada 89
nesse tribunal para julgar o caso.

54. A Constituição Federal (CF) determina a criação, por iniciativa dos tribunais de todo o país, de ouvidorias de justiça com
competência para receber reclamações e denúncias de qualquer pessoa interessada, desde que dirigida contra órgãos ou
serviços auxiliares do Poder Judiciário, excluídos os juízes individualmente considerados.

55. Leis e expedientes administrativos tendentes a intimidar o exercício dos juízes infringem o instituto das garantias judiciais
e direitos fundamentais dos cidadãos, especialmente o direito à tutela judicial e ao processo e julgamento por um tribunal
independente e imparcial.

56. Compete aos juízes federais processar e julgar os crimes políticos e compete ao Supremo Tribunal Federal julgar o recurso
ordinário contra as sentenças advindas do julgamento desses crimes.

57. Somente o Supremo Tribunal Federal, de ofício ou mediante provocação, tem competência para a edição, a revisão e o
cancelamento de súmula vinculante.

58. O Poder Judiciário pode estender a determinada categoria de servidores públicos vantagem concedida a outra categoria
por lei, com base no princípio da isonomia.

59. Entre as importantes funções atribuídas ao CNJ, órgão máximo do Poder Judiciário, está a de processar e julgar os
ministros do STJ nos crimes de responsabilidade.

60. O ministro do STJ que for designado para exercer a função de corregedor do CNJ ficará afastado de suas funções no
tribunal, em virtude de sua dedicação exclusiva ao conselho nesse período.

61; No caso de não haver na comarca vara da justiça do trabalho nem a comarca estar abrangida por sua jurisdição, eventuais
ações trabalhistas dos empregados contra o empregador poderão ser processadas e julgadas por um juiz de direito
investido por lei da jurisdição trabalhista, cabendo recurso para o respectivo tribunal regional do trabalho.

62. O Superior Tribunal de Justiça tem competência para processar e julgar originariamente mandado de segurança contra
seus próprios atos.

GABARITO

1-e; 2-c; 3-e; 4-e; 5-c; 6-c; 7-c; 8-c; 9-e; 10-e; 11-c; 12-c; 13-c; 14-e; 15-e; 16-e; 17-e; 18-c; 19-c; 20-e; 21-e; 22-e; 23-c; 24-
c; 25-e (é subsídio, não remuneração); 26-e; 27-c; 28-c; 29-e; 30-c; 31-e; 32-e; 33-c; 34-e; 35-e; 36-e; 37-e; 38-e; 39-c; 40-
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e; 41-c; 42-e; 43-e; 44-e; 45-c; 46-c; 47-c; 48-e; 49-e; 50-c; 51-c; 52-c; 53-e; 54-e; 55-c; 56-c; 57-c; 58-e; 59-e; 60-e; 61-c;
62-c.

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