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Jurisprudência – CPI

1. O STF já decidiu que é constitucional a previsão regimental da Câmara


dos Deputados que limita em 5 o número de CPIs que podem ser
simultaneamente instauradas na Casa

2. O prazo de funcionamento das comissões investigativas deve ser


previsto no requerimento de criação (fixação de um prazo certo.) e pode
ser prorrogado sucessivamente até um limite intransponível: que é o final
da legislatura. Terminou a legislatura, se encerram todas as comissões
temporárias (e CPIs é uma comissão temporária).

3. É suficiente que 1/3 dos membros da Casa se interesse em apurar o fato


determinado e apresente o requerimento.

4. O dispositivo é considerado pelo STF como norma de observância


obrigatória para as demais esferas da federação (por aplicação do princípio
da simetria), não pode o regimento interno da Assembleia Legislativa de
um Estado da federação exigir que um quarto requisito seja observado (em
especial, quando ele afronta o direito que as minorias possuem de
investigar).

EX: A Assembleia Legislativa do Estado X que estabelecia, como requisito


à criação de CPI, a aprovação do respectivo requerimento em Plenário,
pela maioria dos membros. Ou seja: o regimento interno determinava que
depois que o requerimento fosse apresentado por, pelo menos, 1/3 dos
membros da Assembleia Legislativa, ele deveria ser confirmado pela
maioria absoluta dos membros da Casa. (É INCONSTITUCIPONAL)

5. Limites à atuação das CPIs


=> medidas acautelatórias: essas medidas fazem parte dos poderes
outorgados com exclusividade aos membros do Judiciário; por isso as CPIs
NÃO PODERÃO DECRETAR o sequestro, o arresto, a hipoteca, a
indisponibilidade de bens, tampouco proibir que o investigado se afaste
de uma comarca ou do país.
=> Direito ao silêncio: Ficar em silêncio é privilégio constitucionalmente
assegurado e consequência direta do direito a não autoincriminação, que
prevê que ninguém será obrigado a produzir prova contra si mesmo
=> direito ao silêncio é extensiva, a todo e qualquer indivíduo
submetido a procedimento persecutório, sendo indiferente a condição de
preso ou solto.

6. 2ª Turma do STF assegurou ao investigado:


(i) o direito de decidir se vai ou não comparecer perante a comissão;
(ii) caso queira comparecer ao ato, ele ainda possui:
(a) o direito ao silêncio
(b) o direito à assistência por advogado durante o ato;
(c) o direito de não ser submetido ao compromisso de dizer a verdade ou
de subscrever termos com esse conteúdo; e
d) o direito de não sofrer constrangimentos físicos ou morais no exercício
dos direitos anteriores.

7. Segundo nossa Corte, se o indivíduo foi intimado como testemunha, mas


ele, em tese, está envolvido nos fatos que a comissão pretende apurar, é
inadequado tanto o compromisso de dizer a verdade quanto a
obrigatoriedade de expor ideias sobre o tema, SALVO se o convocado
assim desejar. Destarte, apesar de a convocação do sujeito ter sido feita na
condição de testemunha pela CPI, ele deverá comparecer contando com
prerrogativas próprias da condição de investigado.
8. A esposa de um investigado é obrigada a comparecer à uma CPI, mas,
pode não assinar o termo de compromisso de dizer toda a verdade. Ou
seja, pode mentir sem ser presa. Mas isso não lhe dá o direito de ficar
calada, respondendo a todas as “perguntas que lhe forem formuladas

9. As comissões estão autorizadas a decretar algumas medidas:


(1) A busca e a apreensão não domiciliar
(2) A quebra de sigilos: bancário, fiscal e de dados (inclusive os
telefônicos)
- A quebra do sigilo bancário
- A quebra do sigilo telefônico (a quebra do sigilo telefônico não tem
nada que ver com aquebra do sigilo das comunicações telefônicas,
isto é, com a interceptação telefônica.)
- A quebra do sigilo fiscal
(3) Requisição de diligências
(4) Oitiva de indiciados, testemunhas e autoridades: Presidente da
República e seu Vice, os Ministros do STF, por exemplo, não poderão
ser convocados
10. Intimação do indígena para prestar depoimento como testemunha fora
do seu habitat importa em constrangimento à sua liberdade de
locomoção. (Pode fazê-lo na própria área indígena, em dia e hora
previamente agendados, com representantes da FUNAI e de antropólogo
conhecedor das particularidades daquela comunidade.

11.A vigilância dos atos praticados pelas Comissões Parlamentares criadas


em âmbito nacional (na CD ou no SF) é de responsabilidade do STF.
11.1. cabe ao STF processar e julgar eventuais habeas corpus e mandados
de segurança contra atos das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal.

12. é possível exercer o direito de petição perante as CPIs, exigindo a


expedição de certidão sobre fatos já relatados e formalizados em
documentos;
13. a autoridade coatora no MS é o Presidente da CPI há, porém,
precedente na Corte em que se conheceu do MS em que a própria
comissão foi apontada como autoridade coatora;
14. por outro lado, há precedente em que o STF recusou a indicação da
Mesa do Senado Federal como autoridade coatora, argumentando a Corte
que a Mesa Diretora da Casa Legislativa não é a responsável pela realização
ou determinação dos atos da comissão;
15. serão consideradas prejudicadas as ações de mandado de segurança
ou de habeas corpus quando, impetradas contra ato de comissão de
inquérito, esta vier a se extinguir, em decorrência da conclusão de seus
trabalhos investigatórios;
16. Há o cabimento de HC preventivo e MS preventivo

17. As CPIs possuem permissão legal para encaminhar relatório


circunstanciado não só ao Ministério Público e à AGU, mas, também, a
outros órgãos públicos, podendo veicular, inclusive, documentação que
possibilite a instauração de inquérito policial em face de pessoas
envolvidas nos fatos apurados

18. O STF entende que o Parquet (MP) é possuidor de ampla autonomia


para atuar como entender correto, não existindo qualquer obrigação para
o MP de cumprir os atos recomendados pelo relatório resultante da
investigação parlamentar
19. o encaminhamento do relatório para que o Ministério Público ou as
Corregedorias competentes promovam a responsabilidade civil, criminal
ou administrativa, não constitui indiciamento.

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