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COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO (CPI)

- Comissões especiais e temporárias criadas para a apuração de fato concreto,


determinado e de interesse público.

- É direito público subjetivo das minorias, ou seja, basta 1/3 dos membros


da CD (171) e do SF (27), em conjunto (mista = CPMI) ou separadamente.

 STF entende que é direito constitucional das minorias, não podendo ficar submetido


ao pleno (ADI 3619, em 01.08.2006).

Obs. No caso de comissão parlamentar mista de inquérito, CPMI, o requerimento


deverá ser de um terço dos membros de AMBAS as Casas Legislativas.

- A CPI não tem como função julgar os fatos apurados, devendo encaminhar suas
conclusões ao Tribunal de Contas ou ao MP.

- As CPI’s tem poderes próprios das autoridades judiciais, entretanto, quando


estiverem envolvidos direitos e garantias individuas e coletivos, deve a CPI obter a
medida desejada por via judicial (É a chamada Reserva Jurisdicional).

- É obrigatório indicar o FATO DETERMINADO que levou a sua criação.

- Terá prazo CERTO para a realização dos trabalhos (a CPI é TEMPORÁRIA).

-A CD, em seu Regimento Interno, estabelece o prazo de 120 dias para a conclusão de


seus trabalhos, podendo ser prorrogado por mais 60 dias por deliberação do
plenário da Casa.

- O SF determina que a CPI se extingue pela conclusão da tarefa, pelo término do seu


prazo ou ainda pelo término da sessão legislativa ordinária (SLO).

- ATENÇÃO: o prazo até pode ser prorrogado, mas não pode ultrapassar a legislatura.

- ATENÇÃO: pode ser criada CPI tanto na CD quanto no SF sobre a mesma matéria.

- A CPI tem as mesmas prerrogativas que o Judiciário, porém, não julga,


apenas investiga (função típica fiscalizadora).

- A produção do relatório final, se for o caso, será encaminhado ao Ministério Público,


para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

- ATENÇÃO: não é assegurado ao depoente o direito ao contraditório na fase de


investigação parlamentar, uma vez que tem caráter meramente inquisitório, ou seja,
de reunião de provas para futura acusação pelo MP, porém, ele poderá ser assistido
por seu advogado.
O modelo constitucional de criação das CPI’s deve ser observado pelos estados
membros?SIM. A criação das CPI’s nos Estados, por força do pacto federativo, deve
observar compulsoriamente o modelo federal.

O que a CPI não pode fazer:

 condenar;
 determinar medida cautelar, como prisões, indisponibilidade de bens, arresto,
sequestro;
 determinar interceptação telefônica e quebra de sigilo de correspondência;
 impedir que o cidadão deixe o território nacional e determinar apreensão de
passaporte;;
 expedir mandado de busca e apreensão domiciliar; e
 impedir a presença de advogado do depoente na reunião (advogado pode: ter
acesso a documentos da CPI; falar para esclarecer equívoco ou dúvida; opor a
ato arbitrário ou abusivo; ter manifestações analisadas pela CPI até para
impugnar prova ilícita).

Fonte: Agência Câmara de Notícias

O que a CPI pode fazer:

 convocar ministro de Estado;


 tomar depoimento de autoridade federal, estadual ou municipal;
 ouvir suspeitos (que têm direito ao silêncio para não se autoincriminar) e
testemunhas (que têm o compromisso de dizer a verdade e são obrigadas a
comparecer);
 ir a qualquer ponto do território nacional para investigações e audiências
públicas;
 prender em flagrante delito;
 requisitar informações e documentos de repartições públicas e autárquicas;
 requisitar funcionários de qualquer poder para ajudar nas investigações,
inclusive policiais;
 pedir perícias, exames e vistorias, inclusive busca e apreensão (vetada em
domicílio);
 determinar ao Tribunal de Contas da União (TCU) a realização de inspeções e
auditorias; e
 quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados (inclusive telefônico, ou seja, extrato
de conta e não escuta ou grampo).

Aprendendo o jogo do CESPE!!!

COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO:

1) O que são as CPIs ?


(CESPE/CNJ/2013) As comissões parlamentares de inquérito, que são
comissões temporárias destinadas a investigar fato certo e determinado, possuem
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.(CERTO)

2) Insere-se na função Fiscalizatória do Poder Legislativo:

(CESPE/SEFAZ-AL/2020) A atuação das COMISSÕES PARLAMENTARES DE


INQUÉRITO insere-se no âmbito da função fiscalizatória do Poder Legislativo,
considerada função típica desse poder. (CERTO)

3) Exercício do controle EXTERNO:

(CESPE/PGE-AM/2016) As comissões parlamentares de inquérito são instrumentos


de controle externodestinados a investigar fato determinado em prazo determinado,
mas desprovidos de poder condenatório.(CERTO)

4) Desprovidas de poder condenatório:

(CESPE/PF/2021) Embora as comissões parlamentares de inquérito estejam, como


uma modalidade de controle legislativo, aptas a investigar fatos determinados em
prazos determinados, elas são desprovidas de poder condenatório.(CERTO)

5) Criadas em conjunto ou separadamente:

(CESPE/MPU/2018) As CPI podem ser criadas pela Câmara dos Deputados e


pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, e detêm poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais.(CERTO)

6) Decorre do Bicameralismo brasileiro:

(CESPE/CD/2014) A prerrogativa identicamente conferida a ambas as casas legislativas


do Congresso Nacional para a criação de CPI é uma das
manifestações do bicameralismo igual, adotado pela CF.(CERTO)

7) Poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, mas NÃO são todos:

(CESPE/CD/2014) Apesar de a CF atribuir às comissões parlamentares de inquérito


(CPIs) poderes de investigação próprios das autoridades judiciárias, o Poder
Judiciário tem entendido que NEM todos os poderes dessa natureza são atributos das
CPIs.(CERTO)

8) REQUISITOS para criação das CPIs:

 (1/3) Membros da casa Legislativa;


 Fato determinado;
 Prazo certo.
(CESPE/DPE-DF/2013) Uma CPI poderá ser instalada mediante requerimento de um
terço dos membros da Câmara dos Deputados, NÃO se exigindo que o requerimento
seja submetido a deliberação plenária da Casa.(CERTO)

(CESPE/TRE-BA/2017) Para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI),


é indispensável o apontamento de fato determinado a ser investigado.(CERTO)

(CESPE/MPE-PI/2012) Embora a comissão parlamentar de inquérito seja instituída


por prazo certo, a prorrogação é admitida, se NÃO se ultrapassar a legislatura em
que foi instalada.(CERTO)

9) Conclusões:

(CESPE/TJ-CE/2018) Concluídos os trabalhos, a CPI poderá encaminhar o seu relatório


circunstanciado à autoridade policial.(CERTO)

(CESPE/CD/2012) A promoção da responsabilidade civil ou criminal por infrações


constantes das conclusões dos trabalhos de CPI compete ao Ministério Público ou
à Advocacia-Geral da União, e NÃO à própria comissão.(CERTO)

“Sonhe. Acredite. Construa.”

OBSERVAÇÕES:

A reserva de jurisdição consiste no impedimento de outros órgãos


exercerem atividades pertencentes ao núcleo essencial da
função jurisdicional, sendo corolário do princípio da separação dos
poderes, um dos pilares do Estado Democrático de Direito.

Embora, segundo a CF/88, as CPI’s possuam poderes de investigação próprios das


autoridades judiciais  existe a reserva de jurisdição, ou seja, atos que somente o Poder
Judiciário pode determinar. Vejam que a CF/88 não foi muito técnica e leva o candidato
a confundir, mas vamos entendendo aos poucos como funciona.

Quando pensarmos em CPI’s, precisamos lembrar de alguns princípios que as


norteiam e, a partir disso, não decorar, mas entender o que compete e o que não
compete às CPI’s, tendo em conta, além disso, a reserva de jurisdição.

 Princípio da Inviolabilidade do Domicílio


 Princípio da Simetria
 Princípio Federativo
 Princípio da Separação dos Poderes
Assim, não podem ser adotadas pelas CPI’s, por exemplo, as medidas
de interceptação das comunicações telefônicas e indisponibilidade de bens do
investigado, pois são medidas que dependem de determinação judicial.

Por outro lado, pode ser determinada a quebra dos sigilos fiscal, bancário e
telefônico do investigado pelas CPI’s.

As CPI’s podem determinar a busca e apreensão de documentos, desde que não


implique violação do domicílio das pessoas (Princípio da Inviolabilidade do
Domicílio).

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