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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS - CURSO DE DIREITO


DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL
ALUNO: WARLEY HENRIQUE SILVA DOS SANTOS

ATIVIDADE PARA 18/10/2023 entregar em sala de aulas: 20/10/23

1) O prefeito municipal de Dourados, em data de 10 de fevereiro de 2022, propõe na Câmara


Municipal local, um projeto de lei ordinária/complementar que institui um tributo municipal
denominado “taxa de coleta de resíduos sólidos”. O projeto é reconhecidamente inconstitucional.
Considere as afirmações e responda, justificando:

I – no caso, como o projeto é de autoria do prefeito, o controle preventivo só pode ser exercido pela
Comissão de Constituição e Justiça do legislativo local;
R: Não. O controle preventivo da constitucionalidade de um projeto de lei pode ser exercido por
diferentes órgãos e não se limita à Comissão de Constituição e Justiça do legislativo local. O controle
preventivo pode ser realizado por diversos atores, incluindo o Poder Executivo, que pode vetar o
projeto se considerar que ele é inconstitucional. Além disso, o Poder Judiciário também pode atuar na
revisão da constitucionalidade do projeto, se questionado por partes interessadas ou por meio de ações
diretas de inconstitucionalidade.

II – o controle de constitucionalidade pode ser preventivo e/ou repressivo;


R: Sim. O controle de constitucionalidade pode ser tanto preventivo quanto repressivo. O controle
preventivo ocorre antes da promulgação da lei, ou seja, quando se verifica a constitucionalidade de
um projeto de lei durante o processo legislativo. O controle repressivo, por sua vez, ocorre após a
promulgação da lei, quando se questiona a sua constitucionalidade perante o Poder Judiciário.

III – o prefeito pode vetar o projeto, no todo ou em parte.


R: Sim. O prefeito tem o poder de veto em relação a projetos de lei aprovados pelo legislativo
municipal. Esse veto pode ser total, quando o prefeito rejeita integralmente o projeto, ou parcial,
quando o prefeito veta apenas parte do projeto. No entanto, é importante observar que o veto do prefeito
pode ser derrubado pelo legislativo se houver maioria qualificada (geralmente dois terços dos votos
dos vereadores) a favor da manutenção do projeto. Portanto, o prefeito pode exercer o poder de veto
em relação a projetos de lei, incluindo aqueles que considere inconstitucionais.

2) O Governador do Estado de Mato Grosso do Sul elabora o que chama de plano de emergência paraa
paz no campo como garantia da governabilidade e da cidadania. Dentre outras medidas, a norma prevê
a desapropriação, por interesse social, para fins de reforma agrária, os imóveis rurais que não estejam
cumprindo sua função social, independentemente de prévia e justa indenização. Analise as afirmações
abaixo:

I - as medidas acima admitem somente o controle difuso;


R: Não. O controle de constitucionalidade pode ser tanto difuso quanto concentrado. O controle difuso
permite que qualquer juiz ou tribunal, ao analisar um caso concreto, declare a inconstitucionalidade de
uma norma, mas essa decisão não tem efeito vinculante sobre os demais casos. No controle
concentrado, apenas determinados órgãos, como o Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do Brasil,
têm competência para julgar a constitucionalidade de uma lei em tese, e a decisão é vinculante para
todos.
II - a lei é inconstitucional, seja no aspecto material, seja no formal;
R: Se a lei permite a desapropriação sem prévia e justa indenização, isso pode levantar questões de
inconstitucionalidade no aspecto material (violando direitos fundamentais) e formal (não seguindo os
procedimentos adequados para alterações na Constituição ou na legislação pertinente).

III - como se trata de lei estadual, o STF não tem competência para conhecer e julgar originariamente,
na via abstrata, a inconstitucionalidade desta lei;
R: Sim. Em princípio, o STF não tem competência originária para julgar a inconstitucionalidade de leis
estaduais na via abstrata. No entanto, é importante notar que o STF pode ser acionado em casos de
relevância nacional ou interesse geral, nos quais a controvérsia envolva matéria de alta indagação
constitucional.

IV - como se trata de lei estadual, somente o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul tem
competência para conhecer e julgar originariamente, na via abstrata, a inconstitucionalidade desta lei.
R: Não. Em geral, a competência para julgar a inconstitucionalidade de leis estaduais na via abstrata
é do Tribunal de Justiça do respectivo estado. No entanto, se houver alegação de que a lei estadual
viola a Constituição Federal, essa questão pode ser levada ao STF, que tem competência para decidir
sobre a constitucionalidade de leis estaduais em relação à Constituição Federal. Portanto, a
competência do STF não se limita apenas aos casos de relevância nacional ou interesse geral quando
se trata de inconstitucionalidade de leis estaduais em relação à Constituição Federal.

3) Em que situação específica somente o Tribunal de Justiça é competente para conhecer e julgar
originariamente, na via concentrada, ADI em face de lei Estadual? Justifique.
R: O Tribunal de Justiça (TJ) é competente para conhecer e julgar originariamente, na via concentrada,
uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) em face de uma lei estadual em uma situação
específica: quando a controvérsia se refere unicamente à Constituição Estadual. Isso significa que se
a ação questionar a constitucionalidade de uma lei estadual com base exclusivamente na Constituição
Estadual, o TJ do respectivo estado terá competência para julgar o caso.

4) Se uma lei municipal violar somente a Constituição Federal, será competente para conhecer e julgar
originariamente uma ADI: O STF; o TJ; ambos; ou nenhum deles? Justifique.
R: Quando uma lei municipal viola somente a Constituição Federal, a competência para conhecer e
julgar originariamente uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é do Supremo Tribunal Federal
(STF). Nesse cenário específico em que uma lei municipal viola apenas a Constituição Federal,
somente o STF é competente para conhecer e julgar originariamente a ADI. O TJ não tem jurisdição
sobre questões de inconstitucionalidade que não envolvem a Constituição Estadual.

5) O Supremo Tribunal Federal nega provimento a recurso extraordinário, confirmando decisão do


órgão jurisdicional regional de São Paulo que acolheu arguição de inconstitucionalidade, manejada
em sede de controle difuso, de uma Lei Complementar Federal que instituiu um novo imposto federale
que foi executada sem observância ao princípio da anterioridade. O STF, ato contínuo, considerando
que a Constituição não lhe conferiu competência para tanto, determina ao Senado para que, nos termos
do artigo 52, X, da CF, suspenda os efeitos da referida lei. O STF atuou corretamente?
R: O STF agiu corretamente ao determinar ao Senado que suspenda os efeitos da lei com base no artigo
52, X, da Constituição Federal. Isso está de acordo com o dispositivo constitucional que confere ao
Senado a competência para suspender a execução de uma lei declarada inconstitucional por decisão
definitiva do STF, independentemente de o controle ter sido realizado de forma difusa ou concentrada.
6) Quanto ao controle difuso de constitucionalidade, analise as seguintes questões:

I - pode ser proposto por qualquer pessoa, valendo a decisão somente para o caso concreto;
R: Sim. No controle difuso de constitucionalidade, qualquer pessoa, parte do processo ou terceiros
interessados, pode suscitar a questão de constitucionalidade de uma lei ou ato normativo. A decisão
nesse tipo de controle tem efeito inter partes, ou seja, vale apenas para as partes envolvidas no caso
concreto.

II - a primeira Constituição a prevê-lo foi a de 1934;


R: Sim. O controle difuso de constitucionalidade foi introduzido na Constituição Brasileira de 1934.

III – em se tratando de lei Federal, a competência para conhecer e julgar a ação é privativa do Supremo
Tribunal Federal;
R: Não. No controle difuso de constitucionalidade, a competência para conhecer e julgar a ação não é
privativa do Supremo Tribunal Federal. Ela pode ser exercida por qualquer juiz ou tribunal, não se
limitando ao STF.

IV - o Juiz monocrático tem competência para conhecer e julgar a ação;


R: Sim. No controle difuso de constitucionalidade, um juiz singular, ou seja, um juiz de primeira
instância, tem competência para conhecer e julgar a ação, desde que a questão de constitucionalidade
seja suscitada no processo em sua jurisdição.

V - pode ser exercido apenas repressivamente.


R: Não. O controle difuso de constitucionalidade pode ser exercido tanto preventivamente (antes da
violação) quanto repressivamente (após a violação). Ele ocorre repressivamente quando a questão de
constitucionalidade é levantada durante o julgamento de um caso concreto.

VI - no controle difuso, o julgador somente pode proclamar a inconstitucionalidade de uma lei se uma
das partes litigantes ou o Ministério Público expressamente o requererem.
R: Sim. No controle difuso, o julgador só pode proclamar a inconstitucionalidade de uma lei se houver
requerimento expresso de uma das partes litigantes no processo ou do Ministério Público.

VII - se o STF, apreciando um Mandado de Segurança, proclama a inconstitucionalidade de lei, essa


decisão, por si, somente produzirá efeitos para as partes envolvidas no processo.
R: Não. Quando o Supremo Tribunal Federal (STF) proclama a inconstitucionalidade de uma lei em
um caso concreto, essa decisão tem efeitos erga omnes, ou seja, vincula todos, não apenas as partes
envolvidas no processo. No entanto, essa vinculação é limitada ao caso concreto em questão.

VIII - o controle preventivo de constitucionalidade é exercido no sistema constitucional brasileiro,


em que hipóteses?
Controle preventivo de constitucionalidade de emendas à Constituição, realizado pelo Congresso
Nacional durante o processo legislativo de aprovação de emendas à Constituição e controle preventivo
de constitucionalidade de tratados internacionais, que é feito pelo Poder Executivo antes da ratificação
dos tratados.
7) Suponha que um Fiscal do INSS, investigando uma empresa – empresa G – encontre violações a
três leis distintas (Leis X, Y e Z), cada qual ensejando uma multa diferente, com base em cada uma
dessas leis. Uma semana antes de o Fiscal autuar a empresa, porém, o STF julga três processos
relativamente a cada uma das referidas leis. A primeira ação, uma ação declaratória de
constitucionalidade contra a Lei X, foi julgada, no mérito, improcedente. Na Segunda ação, uma
arguição de descumprimento de preceito fundamental, a Lei Y foi julgada inconstitucional. Na terceira
ação, um recurso extraordinário envolvendo outra autarquia Federal e uma outra empresa, diferente
da empresa G, a Lei Z foi tida como inconstitucional.

A partir desses dados, assinale a opção correta:

a) O Fiscal está impedido de autuar a empresa G com base em qualquer das leis X, Y ou Z.
b) Se o Fiscal autuar a empresa G com base na Lei Z, a mesma empresa poderá pedir, diretamente no
STF, a nulidade do ato.
(X) c) As decisões quanto às leis X e Y vinculam também o INSS, mas não a decisão tomada
quanto àLei Z.
c) O Fiscal somente poderá autuar a empresa G com base na lei Y.
d) O Fiscal é livre para autuar a empresa com base em qualquer das leis X, Y ou Z, uma vez que o
INSS não foi parte em nenhuma dessas ações, não estando alcançado pelos efeitos dessas decisões do
STF.

8) Suponha que a Constituição de determinado Estado-membro tenha assegurado a estudantes o


direito à meia-passagem nos transportes coletivos urbanos rodoviários municipais. Nessa situação, de
acordo com o entendimento do STF, a previsão é constitucional, pois o ente estadual atuou no âmbito
de sua competência, dando tratamento equânime aos estudantes em toda a sua esfera de atuação.
R: Errado. De acordo com o art. 30 da CF, a competência é do município por ser transporte
intramunicipal (de interesse local)

9) Uma lei autorizando o Executivo a construir um hospital dispõe em seu artigo 10: “esta lei entrará
em vigor 90 dias a partir de sua publicação”. Suponha que o Governador, entendendo muito longo o
prazo para a vigência, resolva propor um projeto alterando parte do citado dispositivo, suprimindo
da futura lei somente o prazo de 90 dias, de modo que o artigo 10 daquela lei passou a vigorar com a
seguinte redação: “esta lei entrará em vigor a partir de sua publicação”. Explique se o chefe do
Executivo está constitucionalmente autorizado a propor a supressão apenas de parte de um projeto
de Lei (no caso, um dos artigos)?
R: O chefe do Executivo, no âmbito do sistema de separação de poderes, não tem o poder
constitucional de propor a supressão de apenas parte de um projeto de lei após a sua aprovação pelo
Legislativo, especialmente se essa supressão alterar o sentido e o alcance da lei. A Constituição
estabelece que a competência para criar, emendar e revogar leis cabe ao Poder Legislativo, que exerce
esse papel de forma independente. Se o chefe do Executivo deseja que a lei entre em vigor
imediatamente após a sua publicação, ele deve propor ao Legislativo a revogação ou emenda do artigo
10 da lei original, mas esse processo deve seguir os trâmites legislativos normais, incluindo a
aprovação pelo Legislativo, para que a alteração seja legal e constitucional.
10) O chefe do executivo municipal recebe um projeto de lei da câmara dos vereadores. Ao analisar
citado projeto verifica que somente o último dispositivo (artigo 13) merecia ser vetado. Tinha a
seguinte redação: “esta lei vigorará 120 dias após sua publicação”. Por entender muito longo o prazo
previsto para a vigência, e que esta demora implicaria em prejuízo ao interesse público, o chefe do
executivo resolve vetar na íntegra somente este artigo 13, com o fundamento acima mencionado
(afronta ao interesse público). Responda se o chefe do Executivo está constitucionalmente autorizadoa
vetar apenas parte de um projeto de Lei (no caso, um dos artigos).
R: O chefe do Executivo está constitucionalmente autorizado a vetar apenas o artigo 13 do projeto de
lei com base nas razões mencionadas (prejuiízo ao interesse público), desde que siga o procedimento
estabelecido pela Constituição e pela legislação local para exercer esse poder de veto.

11) Um determinado Estado-membro editou lei estabelecendo disciplina uniforme para a data de
vencimento das mensalidades das instituições de ensino sediadas no seu território. Examinada a
questão à luz da partilha de competência entre os entes federativos, é correto afirmar que:

a) a matéria legislada tem por objeto prestação de serviço educacional, devendo ser considerada como
de interesse típico municipal.
b) por versar o conteúdo da lei sobre educação, a competência do Estado-membro é concorrente com
a da União.
c) somente competirá aos Estados-membros legislar sobre o assunto quando se tratar de mensalidades
cobradas por instituições particulares de Ensino Médio.
(X) d) mensalidade escolar versa sobre direito obrigacional, portanto, de natureza contratual, logo
cabe àUnião legislar sobre o assunto.

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