A Revolução Industrial: A partir da década de 1780 verifica-se na
Europa um grande crescimento do número de fábricas. A
revolução Industrial é o processo no qual as máquinas passaram a
ser utilizadas em larga escala na produção de mercadorias. Esse
movimento trouxe sérias conseqüências para a economia, a
política e a sociedade do século XVIII. O modo de viver e pensar
dos homens se alterou de maneira muito acelerada.
O pioneirismo inglês: A Revolução Industrial nasceu na Inglaterra
e se espalhou pela Europa. Durante os séculos anteriores a
burguesia comercial inglesa acumulou capital através do
comércio colonial, tráfico de escravos, pirataria entre outras
atividades mercantis. Mesmo enriquecidos os burgueses não
tinham total controle sobre a produção manufatureira e dependiam
do ritmo da produção que era, em geral, feita nas residências dos
mestres artesãos.
Politicamente o Parlamento Inglês já estava organizado no sentido
de apoiar os anseios da burguesia desde o século XVII. As leis
sancionadas pelo Estado levavam em consideração a proteção
dos interesses burgueses em detrimento das concepções feudais e
absolutistas. As obras públicas, por exemplo, eram pensadas em
função das solicitações de comerciantes e industriais: estradas de
ferro, canais de navegação para escoamento da produção. A
chamada acumulação primitiva de capital possibilitou o
investimento na construção de fábricas e na implementação das
máquinas à vapor que também surgiram nesse período. As
máquinas aceleravam a produção e permitiam que o industrial
tivesse todo o controle sobre a produção. Os artesãos perderam
seu mercado devido à forte concorrência e foram obrigados a
trabalhar nas fábricas que necessitavam de mão-de-obra.
O trabalho nas fábricas era desumano. Homens, mulheres e
crianças trabalhavam até 16hs por dia com poucos minutos de
intervalo. As instalações das fábricas eram úmidas, mal iluminadas
e sujas. A produção era contínua e pela primeira vez passaram a
existir turnos de trabalho noturno. Não havia legislação trabalhista
e os acidentes eram frequentes. A moradia dos trabalhadores era
conseqüentemente precária. Vivia nas cidades, próximo das
fábricas em cortiços. Os salários eram muito baixos graças ao
crescente número de desempregados que formavam um exército
de reserva. Esse contingente de desempregados nas cidades era
proveniente da migração dos camponeses que foram expulsos do
campo devido processo de cercamento dos campos ou
enclosures, para criação de ovelhas cuja lã alimentava a
produção industrial.
Reação operária: O Movimento operário do século XIX:
Movimento Ludista: A primeira reação dos trabalhadores será a
destruição das máquinas. Alguns operários vão atribuir às
máquinas a culpa das suas mazelas. Grupos de trabalhadores
formaram bandos para invadir e destruir as indústrias.
A quebra de máquinas gerou desemprego, mas em alguns casos
forçou os industriais a atender aos interesses de seus
trabalhadores. Mesmo assim, as máquinas eram novamente
substituídas por outras e em geral os Ludistas foram fortemente
reprimidos muitos foram presos e enforcados.
Formação de sindicatos: Percebendo que o grande inimigo não era
as máquinas e sim seus donos, os proletários se uniram formando
os primeiros sindicatos e fizeram as primeiras greves, que foram
reprimidas violentamente. Logo que as greves foram
desencadeadas os sindicatos foram proibidos.
O cartismo: Os proletários necessitavam de um modo para
reivindicar seus interesses já que o voto era censitário. Para isso
eles precisavam que a lei fosse mudada. Alguns homens
escreveram a Carta do Povo contendo as reivindicações do
proletariado. Essa carta recebeu milhares de assinaturas e foi
entregue ao parlamento em 1848. No primeiro momento o
movimento foi reprimido e não tiveram seus interesses atendidos.
Porém, eles conseguiram organizar os trabalhadores e em 1867 foi
dado o direito ao voto à pequena burguesia e a alguns operários
especializados.
O nascimento do Pensamento Liberal: O primeiro grande
pensador do liberalismo econômico foi Adam Smith. Para ele a
riqueza de um país era produzida pelo trabalho dos homens.
Com isso ele considerava que o estado não deveria intervir na
economia, era adepto da livre concorrência, pois o que
garantiria o enriquecimento era a liberdade econômica, ou seja,
ele condenava a existência de tarifas protecionistas. Para ele,
inclusive as colônias deveriam ter liberdade comercial.
Exercícios:
1 – “Quando um estrangeiro passa pelas massas humanas que
se acumularam ao redor das tecelagens e estamparias... não
pode deixar de contemplar essas ‘colméias abarrotadas’ sem
uma sensação de ansiedade e apreensão que beira o desalento.
A população, tal como o sistema em que ela pertence, é nova,
mas cresce a cada momento com mais força e extensão. Ela é
um agregado de massas que nossas concepções revestem com
termos que exprime algo de prodigioso e terrível... como a lenta e
gradual formação das ondas de um oceano que deverá, em
algum momento futuro, mas não distante carregar todos os
elementos da sociedade em sua superfície, e arrastá-los só Deus
sabe para onde. Há energia vigorosa nessas massas... A
população manufatureira não é nova apenas em sua formação: é
nova também em seus hábitos de pensamento e ação, que se
formaram, pelas circunstâncias de sua condição, com pouca
instrução, e orientação externa ainda menor...” (Cooke Taylor, Notes
of a tour in a manufacturing Districts of Lancashire (1842), citado em E. P.
Thompson, a formação da classe operária inglesa, v.II, Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1987)
a) Explique duas mudanças produzidas pela Revolução
Industrial na sociedade inglesa do século XIX.
b) Caracterize as condições de trabalho da classe operária
inglesa na primeira metade do século XIX
c) Apresente 3 formas de resistências e ou tentativas de
organização do proletariado inglês durante o século XIX
2 - A Primeira Revolução Industrial, iniciada em fins do
século XVIII, provocou várias transformações na
sociedade européia, tais como:
a) intensificação das intervenções estatais na
economia – surgimento do operariado – fortalecimento
do controle político das metrópoles sobre suas colônias
b) difusão dos princípios revolucionários liberais – produção em
grande escala direcionada para o mercado internacional –
melhoria das condições de vida e trabalho no meio urbano
c) transferência do centro econômico das áreas rurais para as
urbanas – afirmação do poder econômico da burguesia –
consolidação do capitalismo como sistema dominante
d) crise do antigo regime monárquico e absolutista –
consolidação da propriedade privada dos meios de produção –
redução dos conflitos armados entre as nações européias
3 - Acerca da Revolução Industrial é FALSO afirmar:
a)       Iniciou na Inglaterra no final do século XVIII, e no seguinte,
espalhou-se por outros países de Europa continental, EUA e
Japão.
b)       Não alterou as relações sociais da época já que a
produção restringiu-se apenas aos pequenos centros urbanos
que existiam.
c)       Os avanços tecnológicos e a produção mecanizada foram
decisivos para o processo de enriquecimento dos países
industrializados.
d)       Em flagrante contraste com a riqueza dos capitalistas, o
operariado era submetido a jornadas de trabalho pesadas,
salários aviltantes e condições insalubres de trabalho.
e)       Os trabalhadores eram severamente vigiados pelos
capatazes, submetidos a um ritmo frenético de trabalho e não
tinham direito à greve nem às garantias sociais.