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HOSPITAL LONDRINA

(Hospital Abandonado de Cambé)

– Vidros quebrados, portas e janelas danificadas, goteiras, mato alto, paredes pichadas e
entulhos espalhados por toda parte. O antigo Hospital Londrina, construído em Cambé, se
deteriora a cada dia. O imóvel possui mais de 10 mil metros quadrados e permanece com
destino incerto desde o final de 1997, quando os atendimentos foram interrompidos. O
imóvel fica próximo ao viaduto do entrocamento das rodovias BR-369 e PR-445. Nas
instalações antes utilizadas pelos pacientes e pela equipe médica, há usuários de drogas,
cachorros, adolescentes em busca de aventura e até praticantes de airsoft e de paintball,
jogos que simulam ações militares em que os grupos utilizam armas não letais. As marcas
nas paredes de eventos realizados no local degradam ainda mais o espaço. Já o
estacionamento é ocupado por auto escolas que aproveitam as vagas amplas para ensinar
a prática de baliza.
De acordo com o prefeito de Cambé, as instalações do Hospital Londrina pertencem a
dois grupos de empresas que administram o patrimônio da GoldenCross, então
responsável pela gestão do espaço. "As únicas informações obtidas pela prefeitura dão
conta de que aquele local está com vários passivos trabalhistas e previdenciários e que
essa questão está na Justiça do Rio de Janeiro. Por conta disso, a avaliação que nós
temos é que o valor das dívidas supera o valor do patrimônio", revelou sem
mencionar o montante devido.
Logo após o encerramento das atividades, a Prefeitura de Cambé demonstrou interesse
em reativar o espaço. "O governo do Estado poderia ter aproveitado para implantar um
hospital regional, mas não houve interesse. Agora nós também não temos mais interesse
no local. Está muito depredado", destacou o Prefeito. Conforme o prefeito de Cambé, a
unidade básica de saúde 24 horas deve deixar o espaço em breve. "Na época, foi feito um
acordo para que a empresa pudesse ceder parte das instalações ao
município e, em troca, a prefeitura isentou a empresa do pagamento do IPTU. Agora nós
vamos construir uma nova unidade 24 horas no Conjunto Morumbi com recursos do próprio
município. Toda a estrutura da unidade será levada para lá", ressaltou. Com a
desocupação do imóvel, a prefeitura pretende adotar novas medidas.
No entanto, o Prefeito preferiu não adiantar quais providências serão tomadas. Enquanto
isso, boa parte do antigo hospital segue abandonada. "Na unidade básica de saúde, a
gente possui vigilantes. Para você constituir um esquema de vigilância em todo o imóvel
ficaria muito caro. A estrutura é muito grande", argumentou. A reportagem da Folha tentou
contato com representantes de uma das empresas responsáveis pelo imóvel, mas não
obteve retorno.

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