Com a construção da ponte Maputo-Katenbe, a empresa
Maputo-sul, fez o reassentamento do bairro Malanga:
- Analise de todo o processo realizado nomeadamente:
O projecto da Ponte Maputo-Katembe vai afectar nos dois lados um total de 1030 infra- estruturas, entre casas e estabelecimentos comerciais.
Os primeiros apartamentos destinados ao reassentamento dos afectados pelo projecto da
Ponte Maputo-Catembe, nomeadamente dos bairros da Malanga, Chamankulo e Luís Cabral, devem estar concluídos a partir de Abril do próximo ano. Esta informação foi prestada fim-de-semana em Maputo pelo Presidente do Conselho de Administração da Empresa de Desenvolvimento de Maputo Sul, Paulo Fumane, durante a primeira reunião de consulta pública aos afectados pelo empreendimento. Os afectados foram em princípio acolhidos em dois bairros do Distrito Municipal Ka- Tembe, nomeadamente Nkassane, para apartamentos em construção vertical (prédios até quarto andares), para os que preferirem receber casas, e Chamissava, para aqueles que optarem pela auto-construção. Segundo soubemos, passa também pela melhoria das condições de vida dos reassentados, ao contrário do actual cenário naqueles bairros. Na Ka-tembe irão viver em áreas urbanizadas, com boas condições de saneamento do meio, para além de espaços públicos para diferentes fins, incluindo comércio, saúde e desporto. Durante a consulta pública realizada no sábado na Escola Primária Completa de Lhanguene-Piloto, foi constatado que muitas das famílias ainda não tomaram decisão em definitivo sobre a modalidade de compensação, se preferem casas ou dinheiro para serem elas a construírem as respectivas casas na ka-tembe ou num outro ponto. Durante o Projecto depois de todos os esclarecimentos sobre o processo do projecto, um dos afectados ( Eduardo Macondza), disse haver algum receio por parte da população por não estar familiarizada com a vida em prédios, tendo em conta as condições em que vivem actualmente. Enquanto isso, embora não se oponha à transferência, Teresa Makotso entende que o ideal seria que os afectados recebessem dinheiro para serem eles a construir as suas habitações numa zona à sua escolha. Por seu turno, Eduardo Chongo exigiu a apresentação de um calendário de execução de actividades para que a população afectada consegue-se organizar a sua vida, porque, nas suas palavras, fala-se desta empreitada desde 2012 e até no sábado ninguém sabia de concreto o que iria acontecer. Para além disso, Jorge Chongo, aparentemente ligado a uma organização da sociedade civil, propõe que, atendendo às condições de vida da população afectada, seria bom que a Empresa de Desenvolvimento de Maputo Sul fizesse diligências para educar os beneficiários sobre as especificidades da vida num prédio. Entretanto, respondendo a preocupações apresentadas quer à Maputo Sul e representantes do Ministério da Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), quer às estruturas administrativas dos bairros afectados, que coincidem na proposta de compensação em espécie (casas) e não em dinheiro, por causa dos riscos que esta última modalidade compreende, Isabel Senda, directora nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial no MICOA, disse que “é preciso ter muita atenção com o dinheiro. Temos experiências pelo país de pessoas que receberam dinheiro mas que nunca mais conseguiram construir as casas, porque na vida há muitas coisas que precisam de dinheiro, para não falar de assaltos”, e esclareceu que muitas das famílias que recebem dinheiro como compensação é por terem cedido as suas casas a empresas do sector privado. - Numero de famílias reassentadas e bairro em que foram reassentadas O projecto de construção da ponte que vai ligar a cidade de Maputo e KaTembe prevê a transferência de 1200 agregados, dos quais 900 residem nos bairros da Malanga e Luís Cabral e os restantes do outro lado da baía de Maputo. Até ao momento parte das 372 famílias do bairro da Malanga já foram transferidas para Tenga, tendo recebido talhões com dimensões de 20/40. Segundo o PCA da Maputo Sul, as primeiras famílias a ocupar o centro estão a receber apoio da Maputo Sul no abastecimento de água, enquanto aguardam pela conclusão da abertura de uma fontenária. Segundo o semanário da edição de domingo paasado, até ao momento foram deslocadas 45 famílias, todas residentes na KaTembe, sendo que as novas infra-estruturas serão implantadas nos bairros Inkassane e Chamissava. Trata-se de agregados cujas residências, machambas, entre outros bens, encontram-se em locais que já foram solicitados pelo empreiteiro da obra para dar seguimento aos trabalhos. O reassentamento decorre em função das solicitações de libertação da área de trabalho por parte do construtor, a China Road and Bridge Corporation (CRBC), segundo o semanário, que cita a Empresa de Desenvolvimento de Maputo-Sul, entidade pública responsável pelo projecto. Paralelamente aos reassentamentos já em curso, a Maputo-Sul está actualmente a avaliar e a auscultar os residentes ao longo das ligações entre Ka-Tembe e Bela Vista bem como em direcção a Boane. Os dados avançados pela publicação indicam que só no troço KaTembe-Bela Vista poderão ser afectadas cerca de 50 famílias e as autoridades mostram-se pouco preocupadas, porque a maior parte dos agregados possui enormes porções de terra e alguns destes não poderão perder as suas residências. Mesmo assim, prevê-se que haja algumas dificuldades no distrito de Boane, onde existem grandes infra-estruturas nas bermas da estrada. E de acordo com todo o processo de pesquisa os dados que obtive sobre o numero de famílias reassentadas De acordo com a Empresa de Desenvolvimento de Maputo Sul, EP (Maputo Sul), a construção da ponte implicou o reassentamento de899 famílias residentes nos bairros da Malanga, Luís Cabral e Gwachane. A partir de Outubro de 2016, as populações foram reinstaladas em três áreas diferentes: 364 em Tenga (distrito de Moamba), 194 em Mahubo (distrito de Boane) e 341 em Catembe (distrito de Maputo), tendo sido estabelecido um acordo sobre os valores das indemnizações. As áreas de destino haviam sido reservadas pelo Governo de Moçambique, mas não dispunham de infra-estruturas urbanas. A Maputo Sul, que desempenhou um papel executivo nesse processo, definiu os valores da compensação em função do tamanho dos terrenos e das características da habitação da família reassentada, tendo prometido a construção de infra-estruturas para estabelecimento de serviços urbanos em torno das áreas de destino (Kiambo, 2017). Em 2016, foi apresentada a proposta final de compensação no valor de 400 mil meticais, acrescidos de um terreno para construção residencial nas zonas de destino (Kiambo, 2017:18).As fontes da Maputo Sul referem que as compensações estão compreendidas entre 200.000 to 2.200.000 meticais (Maputo