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2023
Sai

O n d e a n a ç ã o s e r e e nc o n t r a o amanhã
Director editorial: Egídio Plácido | Maputo, 07 de Dezembro de 2023 |Ano XXI | nº 1081
mt Começa hoje
50,00

Nacionalidade custa 40 mil meticais

País
vendido
a saldos
Repetição de eleições em Nacala

Renamo em alvoroço político

Subvenção de 33,25 milhões de dólares

BAD muscula iluminação

em Moçambique
2| zambeze | destaques | Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023

Alemanha lava as mãos

Dívidas dos “Madgermanes” foram

anuladas pelo Estado de Moçambique
É oficial, Alemanha não vai dar mais nenhum tostão aos
“Madgermanes”. Em visita a Maputo, a ministra de Estado
alemão afasta a possibilidade de apoiar na resolução de dife-
rendos relacionados às indemnizações dos antigos trabalha-

E
dores da extinta RDA, os “madgermanes”.

m visita oficial mos acordados entre os dois

a Maputo, a
vice-ministra
e Secretária
de Estado no
Ministério Federal das Rela-
ções Exteriores da Alemanha,
Katja Keul, rejeitou a possi-
bilidade de o Governo alemão
oferecer suporte na resolução
de disputas sobre indemniza-
ções para antigos trabalhadores
da extinta República Demo-
crática Alemã (RDA), conhe-
cidos como “madgermanes”.
Keul afirmou que a Alema-
nha não reconhece qualquer dí-
vida pendente em relação a es-
ses trabalhadores, destacando
que “essas dívidas foram anu-
ladas pelo Estado de Moçam-
bique na época, de forma que,
da parte da Alemanha, os com-
promissos foram cumpridos”.
A ministra explicou que to-
dos os pagamentos anteriores
a Moçambique, relacionados
aos “madgermanes”, estavam
em conformidade com os ter-
países. No entanto, salientou
que há questões em aberto re-
lacionadas às reformas desses
trabalhadores, consideradas
complexas devido aos limites
de idade para aposentadoria na
Alemanha, fixados em 67 anos,
idade que nenhum dos trabalha-
dores atingiu até o momento.
Keul observou que os mo-
çambicanos que retornaram
da RDA não cumpriram o
período regular de contribui-
ções para a segurança social Katja Keul planeja visitar bém projectos civis de estabili- tos em que apoiamos cidades
na Alemanha, acrescentando: as províncias do norte de Mo- zação para apoiar a presença do moçambicanas na protecção
“É preciso ter pago durante, çambique, com destaque para estado e a coesão da sociedade”. costeira. E nos empenhamos
pelo menos, 5 anos, e mui- Cabo Delgado, onde se reunirá Além disso, foi anunciado também em apoiar medidas de
tos trabalhadores contratados com as forças militares locais. que Alemanha e Moçambique adaptação às mudanças climá-
possivelmente não estiveram Embora sem divulgar valores concordaram em adoptar me- ticas dos nossos parceiros e dis-
por cinco anos na Alemanha”. específicos, a ministra men- didas conjuntas nos próximos ponibilizamos meios para tal”.
Apesar da recusa em apoiar cionou que o governo alemão anos para enfrentar os desafios A Alemanha e Moçambique
indemnizações, a Alemanha pretende disponibilizar finan- das mudanças climáticas, forta- mantêm uma extensa história
anunciou sua intenção de for- ciamento para auxiliar Moçam- lecendo a cooperação bilateral de cooperação bilateral em di-
necer apoio social, com foco bique na resposta ao terrorismo. em questões ambientais e pro- versos domínios, com destaque
na reunificação de crianças “Participamos. não apenas movendo a sustentabilidade. para questões relacionadas à go-
nascidas na Alemanha com financeiramente, nas missões “Apoiamos a resiliência vernança, gestão de fundos pú-
seus pais e no estabelecimento militares, na SADC e na missão tanto a nível nacional como blicos, formação profissional,
de vínculos com suas origens. ruandesa, mas apoiamos tam- internacional. Temos projec- entre outros. (DW/redacção)

Moçambique: Banco Africano de Desenvolvimento concede

33 milhões de dólares para melhorar a rede eléctrica perto das
fronteiras com o Malawi, Zâmbia e Zimbabwe

O
Conselho de
Administra-
ção do Gru-
po Banco
Africano de
Desenvolvimento, reunido em
Abidjan a 5 de Dezembro de
2023, aprovou uma subvenção
de 33,25 milhões de dólares a
Moçambique para implementar o
projecto da linha de transporte de
electricidade Songo-Matambo.
A subvenção provém do Ins-
trumento de Apoio à Transição,
um instrumento financeiro do
Banco especificamente destinado
a Estados em fase de transição. O
objectivo do projecto é aumentar
a fiabilidade e a segurança do
abastecimento eléctrico de Mo-
çambique e promover a integra-
ção regional da rede eléctrica e
do comércio de energia eléctrica.
“Este projecto insere-se num
esforço mais amplo de moder-
nização da rede para permitir a
instalação e venda de capacidade
de produção suplementar e, desta
forma, contribuir para a afirmação
de Moçambique como um polo
energético emergente na região.
Este projecto irá melhorar a qua-
lidade do abastecimento nas regi-
ões centro e norte, onde se con-
centra a maior parte da população
de Moçambique, contribuindo
assim para o desenvolvimento do
país. O projecto também facilitará
a implementação de interligações
regionais prioritárias, tais como
Moçambique-Malawi e Moçam-
bique-Zâmbia”, disse César Mba
Abogo, representante residente
do Banco Africano de Desen-
volvimento em Moçambique.
O projecto prevê a constru-
ção de uma linha de transporte de
alta tensão em circuito simples de
118 quilómetros, 400 quilovolts
(kV), do Songo a Matambo. A
linha atravessará o local onde
será construída a futura subes-
tação de Cataxa para integrar a
central hidroelétrica de Mphan-
da Nkuwa. Utilizará torres aé-
reas autoportantes em malha de
aço com uma configuração de
condutores horizontais e uma
capacidade de transporte de ener-
gia de 2.300 megawatts (MW).
O projecto prevê a ampliação
da subestação de Songo para es-
tender o barramento de 220 kV,
instalar um novo transformador
de mudança de fase de 600 MVA
220/220 kV para regular os fluxos
da rede e um transformador ele-
vatório de 3x200 MVA 220/400
(300) kV. O projeto também irá
renovar o actual transformador de
3x200 MVA 220/400 (300) kV.
Serão igualmente efectuados
trabalhos de grande envergadura
na subestação de Matambo, que
será ampliada. Assim, será cons-
truído um novo alimentador de
400 kV para a nova extensão de
400 kV de Matambo, para inte-
grar a linha de 400 kV do Songo.
A zona beneficiária do pro-
jecto é a província de Tete, que
se situa no Corredor de Desen-
volvimento do Vale do Zambeze,
na zona fronteiriça com o Ma-
lawi, a Zâmbia e o Zimbabué.
Esta província compreende 15
distritos: Angónia, Changara,
Chiúta, Chifunde, Cahora Bassa,
Dôa, Marara, Marávia, Macanga,
Moatize, Mutarara, Mágoè, Tsan-
gano, Zumbo e a cidade de Tete.
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023 | destaques | zambeze |3

Repetição de eleição em risco em Nacala-Porto

Ambiente de cortar à faca na Renamo

Rápida (refere-se à Unidade de
Intervenção Rápida). Nós que-
remos que assim seja, quem
sabe se a gente tenha também
nossa arma. Por favor, no dia
10 não queremos ver mulher,
nem homem nessas duas esco-
las, Cristo é vida e aqui Mur-
rupelane. Por favor, vocês que
estão próximos dessas duas
escolas devem mudar o mais
rápido possível da zona, por-
que dia 10 vai-se transformar
em Maringue (referência a
história base da Renamo, na
província de Sofala, durante
a guerra dos 16 anos). A nos-
sa paciência já acabou, vamos
mostrar o nosso lado mau”.
Trata-se de uma mensagem
que transmite a ideia de que na-
quelas escolas poderá ocorrer ex-
trema violência. Há indicações de
que os simpatizantes da Renamo
poderão pernoitar no local para
impedir a repetição da votação.
A três dias de repetição de eleição (10 de Dezembro), alizada ontem, terça-feira, nos no dia 10 de Dezembro. Ago- Por isso, esperam considerável
em algumas mesas de voto, no município de Nacala-Porto, arredores da EPC de Murupela- ra dizemos o seguinte, minhas contingente policial armado e
vive-se momento de tenção, com tendência de escalada de ne, onde irá decorrer a votação, senhoras, meus senhores, vocês com muito gás lacrimogéneo.
violência envolvendo membros da Renamo. Tal como escreve os simpatizantes da Renamo que estão próximos dessa zona Entretanto, a Comissão
o Boletim sobre processo político em Moçambique, do Centro pedem aos que residem nas (das escolas onde haverá repeti- Nacional de Eleições ga-
de Integridade Pública (CIP) as relações entre a perdiz em imediações da escola para que ção das eleições) dizemos para rantiu que começava ontem,
na quarta-feira a fazer a su-

A
Nacala e a liderança a nível central estão estremadas.
Renamo, em
Nacala-Porto,
já decidiu
que não ha-
verá eleições
e pede que os vizinhos da es-
cola onde haverá repetição da
votação se retirem no dia 10.
A decisão contraria a orien-
tação da Renamo a nível cen-
tral. Por causa desse desenten-
dimento, o delegado distrital da
Renamo em Nacala-Porto e o
seu respectivo cabeça-de-lista,
Raul Novinte, encontram-se
em Maputo para negociar “a
paz interna”. Ossufo Moma-
de é acusado de ter negocia-
do as eleições com a Frelimo.
Todas as cartas enviadas a
partir de Maputo para Nacala-
-Porto ou foram ignoradas,
pelas bases, ou então as suas
respostas “são ríspidas”, con-
fidenciou-nos uma fonte da
Renamo em Nacala-Porto. As
bases da Renamo exigem a re-
petição da eleição em todas as
mesas de voto ao nível da au-
tarquia e argumentam que não
faz sentido Ossufo Momade
reconhecer publicamente que
as eleições foram fraudulentas
para, agora, aceitar que a Rena-
mo vá à repetição da eleição de
Nacala em apenas algumas me-
sas. Se for para se ir à repetição
abandonem as suas residências mudarem, porque no dia 10 não
porque haverá muita violência. vai servir, gás lacrimogéneo já pervisão das condições para
da eleição, as bases da Renamo “Há informação que po- foi preparado em grande quan- a repetição das eleições em
em Nacala-Porto exigem que lícias irão actuar nesse dia... tidade para ser usado nesse dia. quatro autarquias do país.
Ossufo apareça publicamente Vamos todos saírem daqui. Nós achávamos que a Frelimo “A Comissão Nacional
a contrariar o seu anterior pro- A nossa paciência já esgo- era um partido civilizado, mas de Eleições vai fazer a su-
nunciamento público, ou seja, tou, isto vai virar Marin- não é. Os brancos dizem quem pervisão, a partir de ama-
reconhecer que não houve frau- gue” (referência à base cen- avisa amigo é. Aqui já tem pos- nhã”, disse Paulo Cuinica.
de e a vitória da Frelimo foi jus- tral da Renamo em Sofala). to de energia, mas tudo vai água Cuinica avançou que “o
ta. E, acrescentam, Ossufo deve Transcrevemos, de seguida, baixo. Já fomos informados que Secretariado Técnico de Ad-
também ordenar que os mem- na íntegra o discurso dos sim- todas estas casas (imediações ministração Eleitoral está
bros e simpatizantes da Rena- patizantes da Renamo: “Nós das duas escolas) têm acordo no terreno a tratar dos pre-
mo parem de marchar e deve não queríamos mostrar o nosso com a Polícia da República de parativos”, para a repetição
“evocar motivo para a sua nova coração (lado mau), estávamos Moçambique para a implanta- do escrutínio, ordenada pelo
ordem” e mudança do discurso. calados, mas vamos mostrar ção da Polícia de Intervenção Conselho Constitucional.
“Nós estamos a marchar
desde o anúncio dos resul-
tados, porque nós não reco-
nhecemos os resultados e ele
(Ossufo Momade) ordenou
manifestações contra a fraude
em todos os municípios. Ago-
ra não pode aparecer a dizer
que devemos ir à repetição
das eleições em algumas me-
sas numa eleição fraudulen-
ta”, revelou uma das fontes.
A Renamo, a nível Central,
emitiu uma orientação, com o
número 143, onde determina
o que os seus membros devem
fazer no dia da repetição das
eleições. A orientação foi en-
viada aos delegados distritais
do partido em Marromeu, Mi-
lange, Guruè e Nacala-Porto,
mas nesta última autarquia a
orientação não será seguida.
Num vídeo de manifestação re-
4| zambeze | destaques | Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023

CIP denuncia esquemas de venda de nacionalidade

moçambicana a partir de 40 mil meticais
tuguesa e não conheça razoa-
velmente o país, os integrantes
da rede encaminham-no para
os Serviços de Identificação
Civil onde está afecto um fun-
cionário também integrante da
rede. Este funcionário facilita
a emissão do BI sem demasia-
dos questionamentos, de modo
a evitar que o estrangeiro seja
identificado. Após a emissão
do BI, os integrantes da rede
asseguram que o estrangei-
ro tenha passaporte nacional
e qualquer outro documento.
Passados 45 dias, o processo é
concluído e o estrangeiro tor-
na-se legalmente cidadão mo-
çambicano, pelo menos em ter-
mos de documentos autênticos.
A investigação do CIP, que,
como referido, consistiu em en-
trevistar pessoas envolvidas no
esquema de atribuição da nacio-
nalidade e verificação de docu-
mentos referentes à atribuição
de nacionalidade, permitiu apu-
rar que dos 27 processos anali-
sados, três são de atribuição de
Os dados relatados são muito preocupantes e envolve visto que o valor é depois redis- passaporte nacionalidade de forma que se
funcionários de topo. Uma investigação do CIP (Centro de tribuído por uma ampla rede de suspeita seja fraudulenta. Estes
A aquisição de nacionalida-
Integridade Pública) desvenda esquema que funciona a partir intervenientes, alguns baseados são os casos dos empresários
de moçambicana por naturali-
da Conservatória dos Registos Centrais em Maputo e envolve na Conservatória de Nampula turcos Devrin Sahutoglu com
zação implica que o estrangeiro
outras instituições relevantes do Estado. São necessários pelo e outros baseados em Maputo, Bilhete de Identidade Núme-
resida habitualmente no país,
menos 40 mil meticais e cerca de dois meses para adquirir onde o processo é concluído. ro 110108027076Q e passa-
há pelo menos 10 anos, e im-
uma nacionalidade moçambicana de forma fraudulenta na Para entrar na rede de venda porte moçambicano número
plica o cumprimento de deter-
capital do país, ou pelo menos alguns documentos autênticos de nacionalidade, pesquisado- AB0893822,Hakan Aleattin
minados requisitos como, por
que comprovam que se é cidadão moçambicano. No entanto, res do CIP simularam ser inter- Yalçin, com Bilhete de Identi-
exemplo, o domínio da língua
o valor pode variar em função do número de envolvidos no mediários de um cliente estran- dade Número 110100092490C
portuguesa. Mesmo preenchen-
esquema. Em alguns casos, adquirir uma nacionalidade che- geiro que pretendia adquirir e passaporte moçambicano
do todos os requisitos legais,
ga a custar o dobro ou o triplo desse valor. Uma parte maior nacionalidade. O valor cobrado com o número n.º AB1198809
muitos estrangeiros levam mais
do valor é repartida entre os integrantes da rede responsáveis para a aquisição de naciona- e Semseddin Gaznevi, com
de uma década para conseguir

O
pela negociação.
utra parte é
usada para
subornar
funcionários
da Conser-
vatória dos Registos Centrais e
da Direcção de Identificação Ci-
vil, com vista à emissão da cer-
tidão narrativa, agilizar a assi-
natura de documentos, emissão
de Bilhete de Identidade, entre
outros expedientes. A venda
de nacionalidade envolve uma
rede de funcionários públicos
afectos à Conservatória dos
Registos Centrais, uma entida-
de sob alçada do Ministério da
Justiça, Assuntos Constitucio-
nais e Religiosos, e intermedi-
ários sem ligação com o apare-
lho de Estado, incluindo alguns
juristas ou advogados da praça.
Durante a investigação,
pesquisadores do CIP [disfar-
çados de intermediários de um
estrangeiro que pretendia ad-
quirir cidadania moçambicana]
interagiram com funcionários
públicos integrantes da rede de
venda de nacionalidade e ou-
viram, na primeira pessoa, os
detalhes do esquema. Segundo
explicaram os integrantes da
rede, na maioria dos casos os
clientes (cidadãos estrangeiros)
preferem pagar somas avulta-
das para adquirir nacionalidade
a ter que pagar regularmen-
te a taxa de 35 mil meticais
pela renovação do Documen-
to de Identificação de Resi-
dentes Estrangeiros (DIRE).
O valor da compra da na-
cionalidade não é fixo. Varia se
a operação da compra de nacio-
nalidade é realizada a partir de
uma província fora de Maputo,
porque isso implica envolvi-
mento de mais intervenien-
tes no processo. Durante uma
pesquisa preliminar, feita pelo
CIP em Nampula, constatou-se
que a aquisição de cidadania
moçambicana é relativamente
mais cara naquela província,
uma média de 150 mil meticais,
lidade foi de 40 mil meticais.
Este montante seria repartido
por três integrantes da rede,
que participaram das negocia-
ções, e outros funcionários que
poderiam intervir ao longo do
processo. Mas, este valor serve
apenas para a emissão da cer-
tidão de atribuição da naciona-
lidade moçambicana. Depois,
o beneficiário desta certidão
terá de pagar mais subornos
para que os serviços de identi-
ficação civil lhe emitam um Bi-
lhete de Identidade, ignorando
o facto de que a certidão que
usa como base é falsificada.
Segundo os integrantes da
rede, o valor está muito abai-
xo do que se cobra no mer-
cado por serviços similares.
Quando os pesquisadores do
CIP tentaram negociar a re-
dução do valor, os integran-
tes da rede disseram que não
era possível porque o mes-
mo “já veio com descontos”.
Necessários 45 dias e um
Bilhete de Identidade núme-
a nacionalidade moçambicana.
ro110109015100A e passapor-
Mas, no mercado parale-
te número AB0460744. A se-
lo o processo leva menos de
guir apresentam-se detalhes de
dois meses. Só são necessários
cada um dos casos arrolados.
45 dias e um passaporte para
que o cidadão estrangeiro ad-
quira nacionalidade moçam- Devrin Sahutoglu
bicana de forma fraudulenta.
Devrin Sahutoglu é em-
O processo começa com a
presário de nacionalidade ori-
emissão de uma certidão nar-
ginária turca. É sócio de vá-
rativa completa por parte da
rias empresas registadas em
Conservatória dos Registos
Moçambique. São os casos da
Centrais. Esta etapa dura, no
Blocos Catembe, Limitada,
máximo, 10 dias. Uma vez
VQ Corner, Limitada, Devcon,
emitida a certidão, inicia a
Limitada, Zara Imobiliária,
tramitação do Bilhete de Iden-
Limitada, 7 Grupo Turquarry,
tidade (BI). A tramitação do
Limitada, Devsha, Limitada,
BI para um estrangeiro é um
Alda Betão, Limitada, Turquar-
processo sensível. Primeiro,
ry, Limitada e TLM, Limitada.
porque é a etapa crucial para
Conforme o assento de
obtenção do passaporte; segun-
atribuição de nacionalidade,
do, devido ao risco de o mesmo
que consta do processo do
ser identificado como alguém
empresário Devrin Sahutoglu,
que não preenche os requisi-
este adquiriu a nacionalidade
tos legais para a atribuição da
moçambicana no ano de 2013.
nacionalidade moçambicana.
Porém, documentos consul-
Assim, para minimizar estes
tados mostram que em 2013,
riscos, caso o cliente não saiba
o cidadão em causa não tinha
falar fluentemente a língua por-
nenhum visto de entrada no
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023
território nacional. A primei-
ra empresa aberta por este foi
constituída em 2014, sociedade
denominada TLM, Limitada.
Analisado o processo de
atribuição de nacionalidade,
foram constatadas algumas in-
consistências nos documentos
que constavam do seu proces-
so. Constam do processo os
seguintes documentos: Assen-
to de nascimento n.º 72/2013;
Assento de atribuição de na-
cionalidade n.º 95/2013; Cópia
do Boletim da República N.º
6, I Série de 09 de Fevereiro.
Assento de nascimento n.º
72/2013;
Nos termos do Código
de Registo Civil (alínea g) do
artigo 64, o assento de nasci-
mento é um acto lavrado por
transcrição quando referente a
factos ocorridos e lavrados no
estrangeiro perante as autorida-
des locais e relativos ao estado
civil das pessoas. No caso em
concreto, os cidadãos estran-
geiros que pretendam adquirir
nacionalidade moçambicana
devem solicitar o assento de
nascimento no seu país de ori-
gem, devendo ser traduzido
na língua oficial por um tra-
dutor oficial ajuramentado. O
assento de nascimento deverá,
por sua vez, ser submetido ao
Ministério dos Negócios Es-
trangeiros e Cooperação (MI-
NEC) para a emissão do visto.
No processo analisado, não foi
emitido o visto do MINEC.
Assento de atribuição de
nacionalidade n.º 95/2013;
Analisado o assento de
atribuição de nacionalidade,
segundo o qual o senhor De-
vrin Sahutoglu, adquiriu na-
cionalidade moçambicana, nos
termos do artigo 26 da CRM
(nacionalidade por casamento),
verificou-se uma contradição
com o BR que atribui nacio-
nalidade nos termos do arti-
go 27, que é o caso em que o
despacho ministerial e a publi-
cação no BR são obrigatórios.
No processo não consta
a certidão de casamento, ou
documentos do cônjuge, para
confirmar a atribuição por casa-
mento. O assento de atribuição
devia fazer referência ao núme-
ro do despacho Ministerial que
atribui nacionalidade, pois só
depois do despacho do ministro
é que se emite o assento de atri-
buição de nacionalidade. Porém
não existe nenhum despacho.
Os selos que constam do docu-
mento também parecem falsos.
Boletim da República n.º 6,
I Série de 09 de Fevereiro de
2013
Segundo o artigo 14 da
Lei de Nacionalidade, cabe a
publicação em BR do diplo-
ma ministerial que atribui a
nacionalidade aos casos de
aquisição da nacionalidade
nos termos do artigo 27 e nos
casos de reaquisição da nacio-
nalidade (artigo 32 da CRM).
O que significa que aquele que
pretenda obter a concessão da
nacionalidade moçambicana
deve requerer ao Ministro do
Interior para efeitos de atribui-
ção por meio de um despacho
que deve ser publicado em BR.
No caso do senhor Devrin
Sahutoglu, sucede que o BR
em causa, (n.º 6, I Série de 09
de Fevereiro de 2013) que lhe
atribui nacionalidade, é nota-
velmente falso. O BR verda-
deiro com o número de série
indicado é referente a um des-
pacho presidencial identifica-
do por n.°1/2013, do mês de
Janeiro. Segundo a Imprensa
Nacional, em Fevereiro de
2013 não foi publicado nenhum
BR sobre quaisquer matérias.
Existe um verdadeiro BR ma-
nipulado para atribuir nacio-
nalidade ao cidadão Devrin
Sahutoglu é referente ao ano
de 2011, de N.°6, I Série, de
09 de Fevereiro, e constam os
mesmos nomes do BR que atri-
bui nacionalidade ao cidadão
Devrin Sahutoglu. Este diplo-
ma atribui nacionalidade a 07
cidadãos e não consta o nome
do Devrin. (ver Anexo II). O
BR que a Imprensa Nacional
não reconhece possui um ca-
rimbo que se acredita que seja
falso tal como o próprio BR.
Ainda sobre o processo
atribuição de nacionalidade de
Devrin Sahutoglu, regista-se a
| destaques|
falta dos seguintes documen-
tos: a certidão de nascimen-
to original, emitida pelo país
de origem, traduzida por um
tradutor oficial ajuramenta-
do e com o visto do MINEC;
a certidão de registo crimi-
nal, igualmente traduzida; o
comprovativo de pagamento
do IRPS; o comprovativo de
residencial habitual em Mo-
çambique e a declaração de
idoneidade do país de origem.
Segundo a informação mi-
gratória, consultada em 2013,
o senhor Devrin Sahutoglu não
possuía mais de 10 anos a resi-
dir em território nacional. Ain-
da mais, depois de ter sido atri-
buído a nacionalidade, em 2013
como consta, apenas em 2019 é
que decidiu obter o seu Bilhe-
te de Identidade, o que leva a
crer que em 2019 foi o ano em
que o mesmo conseguiu obter
a nacionalidade moçambicana.
Segundo consta, o pro-
cesso da atribuição de nacio-
nalidade a Devrin Sahutoglu
foi assinado e tramitado pela
conservadora Anabela Junquei-
ra e a confirmação de autenti-
cidade da certidão, solicitada
pela DIC para efeitos de emis-
são do bilhete de identidade,
foi dada pela conservadora
e Notária Superior de nome
Arlinda de Lurdes Nhaquila.
Hakan Aleattin Yalçin
O segundo cidadão natu-
ralizado na base de um esque-
ma suspeito é o empresário
Hakan Aleattin Yalçin, de na-
cionalidade originária turca e
que posteriormente adquiriu a
nacionalidade britânica. Ago-
ra em Moçambique obteve a
nacionalidade moçambicana.
Hakan Yalçin é sócio da escola
Willow International School.
Tem participações em emopre-
sas do ramo imobiliário. É di-
rector geral das empresas Deco
Construction, Lda, Paraíso de
Férias, Lda, (empresas que re-
alizaram negócio com cidadãos
envolvidos nas dívidas ocultas
através do projecto Deco Assos
e Deco Residence) Deco Stone,
Lda, Black Sea, Lda, empresas
do mesmo grupo. Gere também
a ATLAS, apesar de não ser ofi-
cial. No processo da atribuição
de nacionalidade a Hakan Ale-
attin Yalçin, que foi consultado
durante a realização da presen-
te investigação e constatou-se a
falta do despacho de atribuição
de nacionalidade, assinado pelo
ministro do Interior e publica-
do em Boletim da República
e do assento de atribuição de
nacionalidade. E, uma das mais
graves constatações é que o ci-
dadão não preenche o requisito
fixado na alínea a) do número 1
do artigo 27 da CRM. Não tem
um mínimo de 10 anos a residir
em Moçambique. Segundo in-
formações obtidas nos Serviços
Nacionais de Migração, Hakan
teve o primeiro visto de entra-
da em Moçambique no ano de
2017. Tem ainda em falta o visto
do MINEC no assento de nasci-
mento, a certidão de registo cri-
minal, traduzida e autenticada,
e a declaração de idoneidade.
Na análise do processo,
nota-se que pode ter ocorrido
a falsificação de vários docu-
mentos, dentre os quais a cer-
tidão de nascimento, a certidão
de atribuição de nacionalida-
de e os carimbos, ou selos, e
assinaturas da Conservatória
zambeze |5
dos Registos Centrais. Tal
como no caso do senhor De-
vrin Sahutoglu, a Conservador
responsável pela assinatura da
certidão de atribuição de na-
cionalidade a Hakan Yalcin é a
mesma Dra. Anabela Junquei-
ra e no pedido da emissão de
Bilhete de Identidade, assinou
a carta de confirmação de au-
tenticidade da certidão, a con-
servadora e notária superior
Arlinda de Lurdes Nhaquila.
Semseddin Gaznevi
É sócio das empresas
Deco Construction, Lda, Deco
Stone, Lda, Paraiso de Férias
Lda. Também possui a nacio-
nalidade moçambicana. Do
processo consultado, no âm-
bito da presente investigação,
constatou-se que a certidão
de nascimento apresentada
aparenta ser falsa. Não exis-
te despacho de atribuição de
nacionalidade moçambicana
publicado em Boletim da Re-
pública. Entretanto, possui BI
e Passaporte moçambicano
com o número n.º AB1198809.
Mais uma vez, a conserva-
dora responsável pela assina-
tura da certidão de atribuição
da nacionalidade é a mesma
dra. Anabela Junqueira e a
conservadora e notária supe-
riorArlinda de Lurdes Nha-
quila assinou a carta de con-
firmação da autenticidade da
certidão, quando solicitada pela
DIC para efeitos de emissão do
Bilhete de Identidade. Parece
evidente que os processos de
naturalização dos três cidadãos
turcos foram manipulados nos
esquemas existentes na Conser-
vatória dos Registos Centrais.
6| zambeze | opinião | Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023

RANDULANI rosariogwambe@gmail.com

Os vendedores de honra no meu país

vendem até a honra dos outros

Q
u a n d o que foi falado, anunciado e por aí, e ninguém é capaz de o Satanás no Deserto, em estudando, acumulando
crianças, proclamado como resultado saber para onde elas vão; elas Jerusalém e na Montanha diplomas e vestindo roupas
ouvíamos final da eleição. É tudo tão não sabem que a culpa é eles (Mateus 4; Lucas 4-5; e de doutos quando se
sempre estranho como pescar um terem estudado muito a ponto João 1: 15-51). Em nome da comporta como indingentes
os velhos, antílope no mar, aliás,é de perderem o sntido de ser de verdade, Sadraque, Mesaque desta terra que reviram tudo
mesmo sem interesse, mas a excentricamente espetacular um homem com integridade. e Abede Nego aceitaram ser e sem vergonha. A nossa
nossa memória gravava, por como a parábola de Jesus O outro até respondeu a atirados à fornalha ardente, sociedade está revirada, está
isso nos lembramos até hoje Cristo em Mateus 7: 9-10 seus pares, Bispos, que nunca mas o fogo não os consumiu, de qualquer maneira; um
que: “se estudares muito vais “qual de entre vós é o homem traiu e nunca mentiu;é normal, da mesma forma que o partido grande e histórico
enlouquecer”; naquela altura que, se porventura o filho ouvimos isto de ladrõnzinhos Daniel não foi devorado está qualquerizado e é vaiado
não percebíamos o alcance lhe pedir pão, lhe dará de patos; mas este é um pelos leões famintos, porque por aí sem dó, instituições
desta expressão, mas, de pedra? Ou, se lhe pedir um posiciomento denotativo de só a verdade salva. Se um que um dia foram respeitadas
algum tempo a esta parte, peixe, lhe dará uma cobra?”. quem as opiniões dos outros Bispo aprece ou se mostra hoje são vulgarizadas, tudo
o verdadeiro significado Os munícipes sabem o não fazem qualuqer sentido; e medroso e céptico em alinhar por conta da sabedoria
desta frase assomou até ao que foram fazer às urnas, é assim como funciona o litro com a verdade, o que resta transcendetal de duas pessoas
cocoruto das nossas cabeças. a que formação partidária a mais da sabedoria. Quem já em nós,o rebanho desses que aceitaram ser levadas
Estudarmuito pode não depositaram confiança, razão foi ouvido por um vagueador bispos e pastores todos para serem tentadas, mesmo
significar absolutamente por que ouvimos, desde o de ruas, um chabichão sem que andam dando ouvidos sabendo que são fracas.
nada e, até certo ponto, ser primeiro momento e em igual que faz o que quer às vozes do Deserto, da E já apareceram alguns
difícil encontrar uma linha todo o canto do país e fora fazer sem ouvir nem ver o Montanha e da Cidade Santa? solidários tentando salvar
de fronteira entre um ilustre deledesconforto, lamentações que lhe circunda? Não traiu? Não há como a sociedade as imagens queimadas da
estudado e um notável lacinantes, repúdio veemente Não mentiu? Com toda esta consentir com tamanha CNE e do CC, um exercício
vagabundo que, apesar de e protestos nas ruas, esquinas nossa educação, com todo monstruosidade; se o Bispo inútil porque o dano está
todas as manias de andar e nas redes sociais contra este nosso crescimento e da CNE com o seu colégio consumado. Jesus salvou-
sozinho, carregado de touxas todo um comportamento maturidade, ainda precisamos e a Veneranda Presidente do se a si mesmo, mostrando
no deambular pelas ruas e indecente de quem, dele, de discutir conceitos de CC e sua equipa permitiram coragem, firmiza e fé na
avanidas, facilmente é tentado não se esperava tal atitude. mentir e trair? Em artigos mostrar a todo um país o verdade que defendia, e
a revirar os contentores de Por isso, estudar muito faz passados, versando sobre quanto não serve ser sábio e venceu e se tornou até
lixo para apanhar aquilo que alguém elouquecer mesmo, o Bispo da CNE, eu dizia o quanto é valeroso ter uma hoje a luz verdadeira, da
perpetua a sua condição, pior quando se éadulto, que os religiosos ou nos voz do alto, sustentada pelos salvação e da vida. Não foi
de esfomeado, necessitado idoso, chefe de família, sábio, mentem, convencidos que condicionais Se... se fores a sorte do Bispo da CNE
e eterno vulnerável. referêcia, aí a situação se torna somos tolos, ou têm a plena isto, então faça isto... o que a e da Veneranda Presidente
O intróito éa propósito preocupante e grave, porque certeza da inexistência do nós reta fazer? Infelizmente, do CC com os seus pares,
do desfecho do processo se sabe que o tratamento e juizo final e do inferno que é o que sevê, aqueles que que não apenas alienaram
eleitoral autárquico, com a cura são mera miragem. andam a propalar. Como deviam fazer de tudo para a sua própria Honra como
os posicionamentos dos Quem acha poder sarar a um Bispo, servo e temente garantir a harmonia, a coesão também venderam a Honra
órgãos eleitorais a todos os actual situação do presidente a Deus todo poderoso, não e a paz nacionais, minimizam de todos nós, porque não
níveis. Depois do que foi da CNE? Quem acha poder pôde escapulir-se do diabo o poder supremo que muito é a CNE e o CC, nem é
dado a observaraos vários emendar a actual situação da e do pecado quando viu que exercício fizeram para tê- Bispo e a Veneranda Juiza
intervenientes neste mesmo Presidente do CC? Nem se lhe interceptava? Jesus, que lo: o saber e a verdade; que não foram sérios com o
processo e à socieade em ouse pensar em correctivos é a luz que capacita e oriente ficando em nósa dúvida: processo eleitoral autárquico,
geral, nunca cabeça de porque essas excelências todos os cristãos, desafiou valerá a penas ser sábio? todos nós, moçambicanos,
ninguém esperava ouvir o estão perdidas e vagueando sem receios nem medos Porque se gasta tanto tempo não somos sérios.

zambezE
FICHA TÉCNICA

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FICHA TÉCNICA

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Registado sob o nº 016/GABINFO-DE/2002 Grafismo: NOVOmedia, SARL

Director editorial: Egídio Plácido | Cell: 82 592 4246
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D i r e c ç ã o, Re d a c ç ã o M a q u e t i z a ç ã o e A d m i n i s t r a ç ã o : Redacção: Ângelo Munguambe e Egídio Plácido Expansão:
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Conselho de Administração Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá, egidioplacidocossa@gmail.com
Arminda Janfar Francisco Rodolfo, Douglas Madjila, Randulani Impressão: Sociedade do Notícias S.A
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023
Almadina
Receita para se viver sossegado
U
m crente
verdadeiro
está sempre
convicto de
que tanto a
sua vida como a sua morte
estão nas mãos de Deus, e que
o bem e o mal que o atingem
também vêm da parte d’Ele,
pelo que quando lhe acontece
alguma coisa boa ele fica
agradecido ao seu Senhor,
da mesma forma que quando
é atingido por algum mal ou
alguma aflição, conforma-se
demonstrando paciência.
Quando o crente se desleixa,
deixando que esta crença
esmoreça, acaba ficando
aflito quando é atingido
por algum infortúnio,
esquecendo-se de Deus
nos momentos de alegria.
Nota-se hoje em dia, que
as pessoas na generalidade
ficam muito aflitas
quando são atingidas por
doenças graves. Não há
dúvidas que essas doenças,
mesmo sendo graves, não
são tão graves como nós
pensamos e as tomamos.
Infelizmente não tememos
o que devíamos temer,
temendo pelo contrário aquilo
que não devíamos temer.
A ira de Deus é algo que
deve ser temido, mas não
nos preocupamos com isso,
mas sim com a doença que na
realidade não é algo que deva
ser temido. Temos muito
medo da doença, podendo
dizer por outras palavras, que
temos mais medo da doença
Comercial
ANUNCIE NO
ZAMBEZE
Sheikh Aminuddin Mohamad
do que temos de Deus, a
Quem devíamos temer mais.
Temos mais medo das
pessoas, das autoridades
m u n d a n a s , d o que de
Deus, quando logicamente
devíamos temer mais a Deus
do que às pessoas ou às
autoridades terrestres, pois
as pessoas ou as autoridades
mundanas são humanas
como nós, pelo que não
devem ser temidas, mas
sim respeitadas. Connosco
é tudo ao contrário, pois se
temêssemos a Deus como
tememos as autoridades
mundanas poderíamos
enfim, considerar isso como
um grau de temor “ela por
ela”, mas o pior é que não
há nenhuma semelhança
no temor às duas figuras.
Pelo contrário, o temor
à autoridade mundana é
superior ao temor à Deus.
Respeitamos as leis
das autoridades terrestres
quando estamos perante
elas (por exemplo, as
posturas camarárias, as
leis de trânsito, etc.,) mas
Deus que está sempre
connosco, a ver-nos a
todo o momento, nunca
respeitamos as Suas Leis.
Talvez isso se deva à
ignorância, sendo por isso
mesmo que a doença, não
sendo algo a ser temido,
tememo-la demasiado. E
muitos argumentam que
é porque a doença pode
causar a morte, argumento
este deveras fraco, pois
| opinião |
muitos morrem sem
necessariamente estarem
doentes. Quantos por esse
mundo fora não morrem
de congestão, ou durante o
sono, ou devido ao ataque
de algum animal feroz,
ou mordedura de algum
insecto venenoso? Outros
morrem repentinamente,
sentados ou caminhando,
ou na sequência de algum
acidente, sem quaisquer
causas aparentes, levando
a que as pessoas estranhem
e comecem a procurar as
causas da morte decorrentes
desse tipo de situações,
ora porque se deveu a um
enfarte, ora a uma paragem
cardíaca, nem sempre sendo
correctas tais justificações.
Muitas dessas pessoas
são as que não acreditam
na vontade e Deus e só têm
fé nas causas, mas muitas
vezes Deus demonstrou
que tais causas são alheias
às mortes, havendo
disso muitos exemplos.
Mesmo olhando apenas
para as causas, temos que
aceitar a efectividade da
vontade de Deus nisso,
como sendo o principal
factor causador, pois se
uma causa é motivada por
outra, e outra por outra,
e assim sucessivamente,
então quem terá dado
origem à primeira causa?
A algum ponto isso irá
parar, e esse ponto é Deus!
Define -se o ateísmo
como a não crença em
Departamento Comercial
Contactos: (+258) 82 307 3450
847710584 ou 825924246
E-mail: zambeze.comercial@gmail.com
Deus. Porém, acreditar em
Deus e não tomá-Lo por
Causador de tudo, também
é uma forma de ateísmo
aliás, este até pode ser
pior que o primeiro. É
como acreditar num rei
cosmético e paralítico sem
poderes. A causa não pode
estar separada do causador!
Então, esse tipo de gente
acredita verbalmente
em Deus, mas num deus
impotente, sem poderes, e
só descobrimos a existência
desse tipo de gente no
momento das calamidades e
aflições, pois a sua reacção
é idêntica à dos ateus.
Deus diz no Qur ’án,
Cap. 52, Vers. 22-23:
“Nenhuma desgraça
(calamidade) ocorre
na Terra, nem em vós
mesmos, sem que esteja
inscrita em um livro (do
destino), antes mesmo de
Nós a criarmos. Por certo,
isso é fácil para Deus.
(Assim é) para que não
vos aflijais por causa
daquilo que perdestes,
nem rejubileis para além
da medida com o que
Ele vos concedeu. Deus
não gosta dos arrogantes,
nem dos gabarolas”.
Estes versículos
demonstram claramente
que a crença no destino só
traz sossego e tranquilidade
para o crente, tanto aqui
neste mundo como no Outro
Mundo. O crente não deve
ficar aflito por causa daquilo
zambeze |7
que perdeu. Deve sim,
pensar que o que aconteceu
é o que estava inscrito no
destino, e assim encarar
isso com certa normalidade,
paciência e gratidão. Os
que não pensam dessa
maneira vivem aflitos ao
longo de toda a sua vida, e
em muitos casos até podem
chegar a cometer suicídio.
Portanto, um crente que
acredita no destino deve
demonstrá-lo de forma
prática através do seu
comportamento, pois não
basta apenas dizer que
acredita no destino, mas
nos momentos difíceis,
nos momentos de teste,
comporta-se como um ateu.
Quem acredita no destino
nunca está aflito, e mesmo
se nalgum momento se
apresentar aflito, essa
sua pequena aflição é
superficial, tal como
quando um médico lanceta
o corpo do seu filho para o
operar, sentirá a dor, mas
não ficará aflito. Poderá
aparentemente lamentar,
mas no íntimo estará
satisfeito, sabendo que
isso é algo bom e benéfico.
E quem não acredita
no destino pré-fixado de
Deus, viverá aflito e triste
tanto aqui neste mundo,
como no Outro Mundo.
Portanto, a única via
para vivermos sossegados
e tranquilos aqui neste
mundo, é acreditarmos no
destino pré-fixado de Deus.
8| zambeze
C assamo L alá *
Temos uma legislação rodoviária
que demora a evoluir
O
Código da
Estrada é a
legislação
rodoviária
principal
entre os outros instrumentos
legislativos existentes que
o complementam. A sua
abrangência em termos
normativos seria ainda maior
se fosse complementado pelo
respectivo Regulamento.
Tudo faz parecer, embora
pessoalmente não comungue
com convicção desta
opinião, que o Estado não
tem capacidade humana no
que se refere a técnicos ou
especialistas na matéria para
preparar e publicar o referido
Regulamento do Código
da Estrada, sendo por esta
razão que este regulamento
é aguardado desde o ano de
2011, ano da publicação do
Código da Estrada vigente.
Há uma dificuldade em se
conseguir compreender como
é que passados 12 anos o
José Matlhombe
S obre o A mbiente R odoviário
nosso país ainda não dispõe
do mencionado regulamento.
A mim não me parece
que haja falta de pessoal
especializado para executar
esta tarefa. Acredito mais na
hipótese de que os nossos
dirigentes é que não sabem
exigir o cumprimento deste
trabalho porque se a execução
tivesse sido determinada a
“obra” já teria sido concluída
e publicada. A inexistência do
Regulamento faz com que
muito do que está prescrito nos
diversos artigos do Código da
Estrada não seja aplicado por
não estar regulamentadaa
sua implementação. Estou
também em crer que o
facto de ainda não termos o
regulamento tem a ver com
a falta de determinação e
de vontade dos que têm o
poder de decisão. Presumo
tambémque tem influência
nesta inércia, a constatação
de que os nossos dirigentes,
por não terem formação neste
| opinião |
âmbito ou não trabalharem
directamente com a legislação
rodoviária, eventualmente
não tenham a verdadeira
noção da falta que faz este
regulamento para orientar
e disciplinar os usuários
das nossas vias públicas.
Não vejo o porquê de ainda
não termos o Regulamento
do Código da Estrada
pelas seguintes razões:
- Muitos conteúdos dos
artigos do antigo Código
da Estrada não foram
modificados no actual código,
e portanto, a respectiva
regulamentação também
podia ser aproveitada;
- Da mesma forma como se
decidiu adoptar, praticamente
na íntegra, o Código da
Estrada português, também
se devia ter adoptado o
seu regulamento, apenas
fazendo ajustes pontuais;
- Como a preparação
de qualquer legislação
rodoviária não deve ser feita
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023
apenas pelos funcionários
do INATRO, devendo
contar ou recorrer-se ao
contributo de outras entidades
ou individualidades com
conhecimentos e experiências
comprovadas na matéria,
isto facilitaria a execução
deste referido regulamento;
- Moçambique já aderiu
ao Acordo Tripartido que
envolve os países das
comunidades dos países
africanos (SADC, COMESA
e EAC), comprometendo-
se a uniformizar a maior
parte das legislações
rodoviárias e complementares.
Portanto, há onde ir buscar
trabalho já realizado para
o referido regulamento.
Hoje em dia, já não temos de
inventar a roda porque ela já
está universalmente a rodar há
bastante tempo. O que temos
de fazer é ir buscarexperiências
e conhecimentos já
existentes adaptando-os às
especificidades do nosso
ambiente rodoviário que,
em certos casos, tem as suas
particularidades. É nestas
adaptações que podemos
enriquecer as nossas legislações
bem como os complementares
regulamentos, colocando-
os até numa posição de
vanguarda. Haja apenas
vontade e determinação.
Não podemos ficar bastante
tempo parados sem actualizar
a legislação rodoviária por
ela ser dinâmica, quer por
efeito do avanço da tecnologia
neste âmbito, e quer por
efeito de novos fenómenos
rodoviários que vão surgindo
e que precisam de ser
contemplados com respectiva
legislação. Há um ditado que
diz que “parar é morrer” e
é o que se está a constatar
nas nossas estradas com as
mortes que se vão registando.
Por: Cassamo Lalá –
DIRECTOR DA ESCOLA
DE CONDUÇÃO
INTERNACIONAL
Zoom
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023
D ouglas M adjila
ANTÓNIO
Género A. CONCEIÇÃO
Baseado em
Virtudes: Uma sugestão
de positivismo
É O
impressionante como a humanidade se esgrime
em atenções para a negatividade, o homem − não
essencialmente pela sua característica natural
mas pela social − tem demonstrado muito mais
amor pelo lado negativo da coisa. Essa postura é sem dúvida
uma ingenuidade ou então fraqueza do ser humano, visto que,
é na tentativa de fazer o melhor que o homem acaba caindo
nesse erro, ou seja, em busca do que provavelmente são as
soluções para acabar com a negatividade que eventualmente
o assola, o homem acaba esgrimindo muitos esforços
tratando de tal negatividade até que esta se torne a agenda
crucial do seu quotidiano, porém, diga-se, é com as melhores
intenções que este se ocupa no tal debate negativo mas, é
importante que se preste mais atenção nalgumas das nossas
acções pois é o impacto delas que define o nosso dia-a-dia.
Discutir diariamente a negatividade, significa admitir
também manter-se nela, isto é, viver a negatividade. Não
estamos com isso a sugerir que se fuja dos problemas
ou então que estes sejam ignorados, de forma alguma,
este ponto de vista sugere que a resolução dos problemas
seja estrategicamente positiva, ou seja, que por um
lado, os problemas sejam antecipados promovendo
o positivismo para opor uma possível negatividade
e por outro lado, porque muitos dos problemas são
imprevistos, dado a existência do problema, que se procure
resolve-lo promovendo o positivismo que lho opõe.
A violência baseada no género é o exemplo mais concreto
nesta altura e, até chega a ser vergonhoso quando um
indivíduo supostamente sábio, formado ou informado não
tem dados ou elementos sobre os constituintes desse tema,
isto é, é a negatividade imperando sobre a humanidade, é o
auge do espectro negativo se evidenciando sobre quem busca
o positivo. Isto convoca-nos a compreender a importância da
versão positiva sobre a negatividade que nos é imposta, ora
vejamos, se a violência baseada no género é o nosso dilema,
não devem importar os seus efeitos também negativos
pois, estes tornam-se robustos a cada vez que recebem
alguma atenção, ainda que em busca da sua extinção.
Devemos sim, antes de propalar tal negatividade, pensar na
estratégia que vá mudar a situação de negatividade imposta
para um estado positivo e mais, a ser complicado de se
resolver imediatamente, que perdure então na popularidade a
estratégia de resolução sobre o problema em causa, mas não o
próprio problema. Portanto, ao invés de discutir-se a violência
baseada no género, – que só vai crescendo a cada dia,
adolescentes e crianças vão tendo mais domínio desta violência
− deve-se discutir o género baseado em virtudes, onde se vai
propalar o que deve ser feito e não que não deve ser feito.
| opinião | zambeze |9
Editorial
O país a venda!
s alarmes soaram há muito tempo, mas ninguém quis
ou ninguém quer ouvir. A venda da nacionalidade
moçambicana no mercado negro, a moda mercado Estrela
Vermelha, denunciado por uma investigação levada a cabo
pelo Centro de Integridade Pública (CIP), não é de hoje. Tem barba branca
e só não há reacção de quem de direito porque é fonte de enriquecimento
sem causa de alguns funcionários públicos bem posicionados, tanto
na administração Pública, assim como na Administração da Justiça.
Ser moçambicano deve ser, se calhar, a tarefa mais fácil, desde
que tenham alguns trocados nos bolsos. Sim, trocados, não precisa
ser tanto como se pode imaginar. Basta conhecer ao concreto os
“boladeiros”, e não precisa de fazer mais nada. Os casos denunciados
pelo CIP ganham importância significativa por envolver graúdos,
pessoas cheias de dinheiro, e também outros esquemas que
contribuem para cometimento de fraudes e fuga de capitais, até
financiamento ao terrorismo não pode ser colocado fora da equação.
Mas há todos outros que ficam por fora. Há muitos cidadãos, sobretudo
provenientes da região dos grandes Lagos, que adquirem a nacionalidade
moçambicana a baixo preso. Basta subornar os funcionários da Direcção
de Identificação civil, que sem nenhum remorso atribuem o Bilhete de
Identidade Moçambicano, e com nacionalidade originária. Ou seja,
concorrem com pé de igualdade com qualquer outro moçambicano,
sendo até possível serem eleitos a presidentes da República.
Infelizmente, somos verdadeiros campeões do nada. Vendemos
ao desbarato aquilo que custou 10 anos de luta armada. Vendemos
sem pejo o que de melhor temos e que devia orgulhar a todos,
mas, infelizmente, para satisfazer a nossa gula pelo fácil e
cede pelo enriquecimento fácil, nada mais tem importância.
Há alguns anos, não muito distantes, fomos blindados por falsificação
de identidade no mundo do futebol em Moçambique. Estamos
recordados do caso que envolveu o Desportivo de Maputo e Macuácua
FC de Manjacaze. Houve alguma consequência para os perpetradores
da falsificação de documentos? A resposta é taxativamente NÃO!
São tantos cidadãos de origem Nigeriana que à nossa cara exibem BIs
de Moçambique. Chegam a Moçambique descalços, abrem contentores
de venda de produtos alimentares ou peças “piratas” de viaturas e
meia volta já têm BI de Moçambique. É moçambicano também!
Infelizmente, como país, batemos fundo. Como sociedade, estamos
em crise, tal como disse o antigo estadista moçambicano, Armando
Emílio Guebuza. Precisamos de reformular a nossa moçambicanidade
e voltamos a ganhar o espírito de amor pela Pátria, que custou sangue
para a sua reconquista. Seria interessante e importante que desde já
as denuncias feitas sejam levadas muito a sério. Em países “normais”
haveria imediatamente consequências, não apenas penais, mas
sobretudo consequências políticas. Mas vai se passar como se nada
tivesse acontecido. Tudo vai parecer normal e depois nos queixamos da
criminalidade. É fácil, afinal de contas somos um país das bananas, em
que qualquer um entra e sai, e até vira moçambicano num piscar de olhos.
Tenhamos orgulho e amor à Pátria!
10 | zambeze |opinião| Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023

F ran c i s c o R o d o lf o M aputadas

No mês de Dezembro/2023:

Patrões, paguem cedo aos vossos trabalhadores

zz Evite filas nas compras
zz Se não há 13º mês, “avise” com antecedência (Estado e Privados)

E
stamos quase na
recta final, o mês
de Dezembro está
aí à porta, por isso,
o Pedro, na nossa
cavaqueira habitual esta Quarta-
feira (29.11.23), beneficiando de
boa temperatura nesta “Cidade
das Acácias Vermelhas” (já a
florirem), o que como sempre
afirmamos - é “vaidade” para o
Dr. Eneias da Conceição Comiche,
mayor da Cidade de Maputo, para
exibir tudo na Feira de Turismo de
Maputo – o FIKANI, aos turistas.
Esse FIKANI, que “orgulha”
aos moçambicanos, sobretudo
a “Equipa” da Dra. Etelvina
Materula”, “manda chuva” das
“Brincadeiras e “Turismo”, ali
com toda pomba e circunstância
no Gigantesco” CENTRO
CULTURAL Moçambique-China”.
de que actualmente estão sujeitos,
a fronteira de: Ressano Garcia,
até Mandhlacazi, Chidenguele,
Bilene-Macia, Chókwè,
Chongoene, Chilembene, etc…”
-Vai ser uma “paga”, porque pela
“permanência” dos Trabalhadores
na Terra do Rand, Moçambique,
ganha “dinheiro” – para não afirmar
“MUITO DINHEIRO”, por isso se
a LAM, conseguir “esta proeza”
ficará para os anais da nossa história,
porque para nós, que crescemos
nos arrabaldes da Maxixe, os
mineiros nos anos cinquenta e
sessenta, vinham nos “Barcos
Costeiros” com as suas bagagens,
com enjoos durante o trajecto Porto
de Maputo/Porto de Inhambane…
- explico ao Pedro estupefacto…
- “Era realmente uma façanha…”
-Chegado a Inhambane eram
pagos pelo Tesoureiro, pai do
outros…” – era o Pedro a pagar a
conta, mas com um novo ataque,
a “mania das Tesourarias…”
- É verdade:No mês de
Dezembro/2023: PATRÕES paguem
cedo aos vossos trabalhadores…
- é um APELO que lançamos,
VEEMENTEMENTE, como os
nossos Deputados da Assembleia da
República, GOSTAM de se plagiar
nos seus brilhante discursos, para
que eles NÃO deixem para último
dia o pagamento dos vencimentos/
salários, aos trabalhadores…
- “Tens sempre argumentos” -
-Evite “bichas” nas compras…
- é outra nossa recomendação.
Se os “Patrões, pode pagar
Comercial
a 24 de Dezembro ou 31 de
Dezembro/2023, porque não
efectuar o pagamento no dia15 ou
dia 20 de Dezembro, para que o
trabalhador possa ir às lojas cedo?...
- “Vão dizer: Ah, mas depois
deixam de vir ao trabalho…”
- “Alguns trabalhadores
já madalas ou com 20 anos na
“casa” – o PATRÃO AINDA
desconfia?...” Este NOSSO
VEEMENTE APELO, é para os
PATRÕES, Estado/Governo…
-Se não há 13º mês “avise” com
antecedência (Estado e Privados) …
- não façam como nalgumas vezes:
as pessoas ou funcionários fizeram
as compras, mas porque os donos
da MA$$A dizem para não pagar,
por causa do “bicho” chamado:
“TESOURARIA” anuncia na
última Sessão do Conselho de
Ministros: “Não há 13º mês…”
- “O ano passado o murmúrio
era: Mas esse Dr. Max Tonela,
não podia ter dito antes?...”
Para nós, o ministro
moçambicano dos “Dinheiros”,
com novas tecnologias, já
não estão lá – muitos − os que
usavam máquinas de FACIT para
calcular, pois os donos da MA$$A
disseram: “Tem 60 anos: FICA
EM CASA - REFORMA” …
E m a i s M A P U TA D A S
teremos para semana…

Com uma temperatura de 29º
Célsius estivemos desta vez com
o meu amigo, no “Restaurante
e Café das Acácias”, com um
panorama de “vender” aos turistas
a bela paisagem, turistas nacionais
e internacionais, agora que os
ZAMBEZE
Leonel Matias (Ex ícone da RM –
Rádio Moçambique) e no Mercado
compravam “mesas, cadeiras,
camas e aparadores”, que eram
transportados de barco à vela para
a Inhambane/Maxixe e daí de
autocarro para as suas terras de

estrangeiros têm facilidades
de “vistos de entrada” …
- “Com que então o Aeroporto
“Filipe Jacinto Nyusi”, de
Ch o n g o e n e ( X a i- Xa i ) que
Abertas assinaturas
origem: Homoíne, Morrumbene,
Jangamo, Cumbana, Massinga,
Vilankulo, Inhassorro, etc…
- “Nesse tempo, não
havia transporte?...”

alguns consideravam “Elefante
Branco” a LAM (Linhas Aéreas
de Moçambique) – vai criar
condições para que os homens que
metemDIVISAS em Moçambique
– os MINEIROS, virão cá de
avião?...” – era o Pedro ao ataque.
-Quando o autor era Director
para 2024
-A estrada, agora a EN1 (estada
ainda nos papéis), só mais tarde
é que veio, mas mesmo assim
permanecendo o sofrimento do
Batelão da Pontinha de Xai-Xai
para outra margem, antes da
magnifica obra de arte da Ponte
de Xai-Xai, do Engenheiro Edgar

Provincial dos Transportes e
Comunicações em Tete, já no
tempo do Director Provincial dos
Transportes e Comunicações, Sitói,
substituído por Dr. António Pinto
e mais tarde Sebastião Paulino
“guerrearam” nos “Conselhos
Coordenadores dos “Transtornos
e Comunicações” para que Gaza
tivesse um Aeroporto… - explico
a tomarmos café, com a brisa
que o KaMpfumu, esse Distrito
que é “vaidadezinha” da Dra.
Maria Helena Nhancale, devido
à limpeza, mas que ficou com
muitos “contentores de lixo”
queimados e vandalizados
durante as manifestações - dita
de pacíficas - como se nós todos
fossemos crianças ingénuas…
- “Se vierem via aérea, os
mineiros durante as férias de
Páscoa, virão mais vezes, pois
deixarão de sujeitar o “castigo”
TABELA DE PREÇOS
Cardoso. Ficava-se na “bicha” para
autocarro apanhar o batelão puxado
manualmente 1 a 2 dias - explico.
- “Qualquer dia vais sugerir ao
Eng.º Carlos Fragoso, para escrever
um livro de memórias sobre as período
Estradas de Moçambique…”
– provoca-me o Pedro.
-Os homens não são eternos e trimestral semestral ANUal
o pessoal envolvidos nas infra-
estruturas e seus dirigentes
trabalham com tamanha 2.300,00mt 2.900,00mt 4.450,00mt
pressão que isso de “História”
dos seus Sectores são relegados
para o plano secundário…
- “Tu dizias há tempos, que
quando há “Condecorações” os
Heróis da EDM (Eletricidade de MAIS INFORMAÇÕES
Moçambique”, das “Estradas” dos
“Transportes e Comunicações”, etc. Cell: (+258) 82 30 73 450 | (+258) 84 56 23 544
não aparecem – porque explicava
que a “Comissão Central” até Email: zambeze.comercial@gmail.com
tem poucas “Sub-Comissões”
destes importantes Sectores e
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023 |Nacional| zambeze | 11

Ministra da Justiça defende a capitalização

do patriotismo no seio da imprensa nacional
A ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religio-
sos, Helena, Kida, participou, esta quinta-feira, em Maputo,
da cerimónia de Premiação do Concurso de Jornalismo do
Moza banco - segunda edição. Na ocasião, a dirigente enalte-
ceu o Moza Banco por apoiar a imprensa nacional, incenti-
vando a produção de conteúdos jornalísticos de credibilidade

A
e qualidade.

os jornalistas, esta edição e encorajo a todos

Helena Kida
apelou para
a necessida-
de de incu-
tirem e capitalizarem o sentido
de patriotismo para que possam
transmitir também aos escribas
mais novos o conhecimento e as
“habilidades de saber ser e estar”.
“Essa postura, certamen-
te, inspirará maior confiança,
credibilidade e maior seguran-
ça à sociedade e ao cidadão ao
receber a informação pelos ór-
gãos da comunicação social,
incluindo no relacionamento
com outras instituições, crian-
do um ambiente propício no
desenvolvimento sustentável
do país”, defendeu a Ministra.
E porque se tratava de uma
cerimónia de celebração e coroa-
ção dos melhores trabalhos elabo-
rados na imprensa escrita, Rádio
e Televisão, a governante congra-
tulou aos vencedores e ao Moza
Banco, por ter decidido premiar a
excelência no jornalismo nacional.
“Reitero as minhas felicita-
ções aos vencedores do Premio
Jornalismo Moza Banco para
que concorreram a manterem-se
firmes, no cumprimento da nobre
missão em prol da protecção da
sociedade. Em nome do Gover-
no e no meu próprio, congratulo
o Moza Banco e a toda classe
jornalística pela dedicação, co-
ragem, espírito de sacrifício em
prol do povo moçambicano”.
Asseverou Helena Mateus Kida.
Durante o evento, o Secretá-
rio-geral do Sindicato Nacional
de Jornalistas, Faruco Sadique,
congratulou o Moza pela escolha
do tema do concurso, referindo-
-se ao caracter amplo da abor-
dagem proposta pelo Banco.
“O Moza, Banco que Faz
Acontecer, poderia perfeitamente
ter lançado um prémio de jorna-
lismo virado a temas relacionados
com as inúmeras actividades que
desenvolve em Moçambique.
Mas, despido de egocentrismos,
esta instituição financeira optou
por abrir o concurso a um vasto
leque de temas, consubstanciados
na perspectiva ‘moçambicanos
que contam: exemplo de resili-
ência e desenvolvimento para o
país’, o que, de alguma forma, dá
espaço à criatividade dos jorna-
listas, os destinatários da inicia-
tiva”. Destacou Faruco Sadique.
Falando em nome do Moza
Banco, o Membro da Comis-
são Executiva, Sérgio Ribeiro,
começou por agradecer aos 44
jornalistas que se candidata-
ram ao concurso, para de se-
guida reconhecer o impacto e
a relevância de toda a classe.
“Cada reportagem, cada en-
trevista, cada peça jornalística
é um retracto incontornável do
dia-a-dia da nossa sociedade.
São esses profissionais dedi-
cados que desempenham um
papel crucial na moldagem da
consciência pública, desafian-
do-nos a pensar, a sentir e a
agir”, asseverou Sérgio Ribeiro.
Venceram o concurso de
jornalismo do Moza Banco,
Osvaldo Madede, jornalista da
Televisão de Moçambique, em
Gaza, com a reportagem sobre
“exemplos de sucesso juvenil na
agricultura”, Alexandre Manhiça,
da Rádio Moçambique em Ma-
puto, com a peça sobre a “estória
de resiliência de uma mulher cega
que venceu na vida” e Raul Sen-
da do jornal Savana (em Maputo)
com o artigo sobre o “testemunho
dos heróis anónimos”, abordando
os desafios de cidadãos comuns
que são verdadeiros heróis não
conhecidos. Os três conquista-
ram o primeiro lugar das cate-
gorias de Televisão, Rádio e Im-
prensa Escrita, respectivamente.
O segundo lugar, nas três
categorias, nomeadamente Te-
levisão, Rádio e Press, foram
conquistados pelos jornalistas
Julieta Zucula, da STV, Ho-
rácio Romão, da Rádio Mo-
çambique, e Matias Guente,
do Canal de Moçambique.
Já o terceiro lugar foi con-
quistado, na categoria de Te-
levisão, por Cornélio Rosa, da
TVM. Em Rádio o prémio foi
atribuído ao jornalista Rogério
Madede, da Rádio Moçam-
bique e na imprensa escrita o
prémio coube ao jornalista Dal-
ton Sitoe, do Jornal Notícias.
Através deste concurso, o
Moza Banco, reafirma o compro-
misso de continuar a potenciar um
jornalismo de qualidade que bus-
ca incessantemente, a verdade.

Grécia contribui na construção da carpintaria e marcenaria

no centro de formação profissional de Pemba

O
Governo gre-
go, através
do Consula-
do Honorá-
rio Geral da
Grécia em Moçambique, doou
65.000€ a favor da Secretaria de
Estado da Juventude e Emprego
(SEJE). O donativo destinou se à
construção de uma carpintaria e
marcenaria do Centro de Forma-
ção Profissional de Pemba, inau-
gurado a 28 de Novembro de 2023.
A Província de Cabo Delga-
do viveu momentos difíceis pela
insurreição de grupos terroristas
e por massacres brutais com mais
de 5.000 mortos, que resultaram
na deslocação de cerca de um mi-
lhão de pessoas. Estes problemas
provocaram a suspensão por for-
ça maior dos Projecto LNG Área
1, tendo impactado negativamen-
te na esperança económica, não
só da região, mas do país. A re-
gião sofre também há muito tem-
po de desemprego crónico, bem
como, enfraquecimento do sector
privado e níveis altos de pobreza.
Nesse âmbito, a Grécia ade-
riu a esta iniciativa para ajudar a
província de Cabo Delgado con-
siderando que a população nesta
região é famosa pelas suas técni-
cas tradicionais de escultura de
madeira, bem como, o norte de
Moçambique dispõe de recursos
madeireiros abundantes como
madeiras preciosas (pau-preto
africano, ébano, mogno) e espé-
cies de crescimento rápido (pi-
nheiro, eucalipto). Em breve, os
formandos aprenderão a trabalhar
a madeira, a marcenaria, o fabri-
co de mobiliário e o artesanato.
Para além de transmitir va-
liosas competências no local
de trabalho, o Centro oferecerá
oportunidades de um novo fu-
turo, uma vez que os produtos
da madeira abrem perspectivas
de promoção turística através
da venda de artigos artesanais,
gerando emprego sustentável e
potenciais exportações. Para o
Cônsul Geral da Grécia em Mo-
çambique, Dr. Gerry Marketos, o
Centro insere-se no ciclo econó-
mico de: matéria-prima, tradição,
competências, que resultam no
produto acabado. À medida que
estes produtos encontram novos
mercados, surgem oportunidades
de emprego, completando o ciclo.
A criação de oportunidades
de emprego é a força motriz da
mudança social e inspirará um
sentido renovado de objectivo e
de capacitação da comunidade.
Também reiterou que o Governo
Grego continuará a dedicar esfor-
ços significativos para oferecer o
suporte necessário para o desen-
volvimento económico e social,
incluindo o apoio militar que ac-
tualmente decorre para capacitar
as Forças Especiais de Defesa de
Moçambique através da Missão
de Formação em Moçambique
da União Europeia EUTM-MOZ.
12 | zambeze | centrais| Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023

Dez anos sem Madiba!

O
mundo comemorou, terça-feira, dia 5 de Em 1943, concluiu o bacha- Em 1944, junto com Walter ropeu instituiu leis que susten-
Dezembro, a passagem do décimo ano após relado em Artes pela Universi- Sisulo e Oliver Tambo, Man- taram o regime de “apartheid”
a morte de Nelson Mandela, destacado dade da África do Sul. Conti- dela fundou a “Liga Jovem do (separação), que foi instalado
lutador pelas causas do Homem negro na nuou os estudos de Direito, por Congresso Nacional Africano em 1948 pelo Partido Nacional.
África do Sul durante a vigência do Apar- correspondência, na universi- (CNA)”, que se tornou o prin- O regime proibia o casa-
theid, legislação que segregava os negros no país. Condenado dade de Fort Hare. (Mais tarde cipal instrumento de repre- mento inter-racial, obrigava
em 1964 à prisão perpetua foi libertado em 1990 depois de receberia o título de “Doutor sentação política dos negros. o registro da raça na certidão,
grande pressão internacional. Recebeu o “Prémio Nobel da Honoris Causa”, na tentativa Entre as heranças deixadas brancos e negros viviam em
Paz”, em Dezembro de 1993, por sua luta contra o regime de de compensar a sua expulsão). pelos colonizadores europeus áreas separadas nas escolas,
segregação racial. na África, o mais brutal foi o ra- hospitais, praças, etc., onde
cismo da África do Sul. Apoia- eram estabelecidos em locais
A luta de Mandela contra as leis
dos nas ideias de superioridade distintos para as duas raças.
Infância e juventude do regente do povo Thembu. de Apartheid
racial do branco, o homem eu- A segregação racial, a fal-
Ao terminar sua formação
Nelson Mandela nasceu em
elementar, Mandela entrou na
Mzevo, África do Sul, no dia 18
escola preparatória, Clarkebury
de Julho de 1918. Foi um dos
Boarding Institute, um colégio
treze filhos de Nkosi Mandela.
exclusivo para negros, onde es-
chefe do povo Thembu com
tudou a cultura ocidental. Em
sua terceira mulher, Noqaphi
seguida, ingressou no Colégio
Nosekeni. Descendente de uma
Healdtown, onde era interno.
família de nobreza tribal, da
Em 1939, Mandela in-
etnia Xhosa, e membro do clã
gressou no curso de Direi-
Madiba. recebeu o nome de Ro-
to, na Universidade de Fort
lihiahia Dalibhunga Mandela.
Hare, a primeira Universi-
Em 1925 ingressou na es-
dade da África do Sul a mi-
cola primária, quando passou
nistrar cursos para negros.
a ser chamado pela professora
Por se envolver em pro-
com o nome de Nelson, em ho-
testos, junto com o movi-
menagem ao Almirante Nelson,
mento estudantil, contra a
seguindo um costume de dar
falta de democracia racial na
nomes ingleses a todas as crian-
instituição, ele foi obrigado
ças que frequentavam a escola.
a abandonar o curso. Mudou-
Com nove anos de ida-
-se para Joanesburgo, onde se
de, após a morte do seu pai,
deparou com o regime de ter-
Mandela foi levado para a vila
ror imposto à maioria negra.
real onde ficou aos cuidados
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023
ta de direitos políticos e ci-
vis e o confinamento dos ne-
gros em regiões determinadas
pelo governo branco provo-
cou uma série de massacres
e mortes da população negra.
Muitos homens e mu-
lheres da comunidade negra
sul-africana dedicaram suas
vidas a essa grande causa:
o fim do apartheid. Nelson
Mandela foi um dos mais no-
táveis líderes do movimen-
to negro da África do Sul.
Prisão de Mandela
Em 1956, Mandela foi pre-
so pela primeira vez, acusado
de conspiração. Em 1960, di-
versos líderes negros foram
perseguidos, presos, tortura-
dos, assassinados ou condena-
dos. Entre eles estava Mandela,
que em 1964 foi condenado à
prisão perpétua. Ficou 27 anos
no cárcere na Ilha de Robben.
Na década de 80, inten-
sificou-se a condenação in-
ternacional ao apartheid que
culminou com um plebiscito
que terminou com a aprova-
ção do fim do regime. No dia
11 de fevereiro de 1990, de-
pois de 26 anos, o presiden-
te da África do Sul Frederik
de Klerk, libertou Mandela.
Ao sair da prisão, Mande-
la faz um discurso chamando
o país para a reconciliação:
“Eu lutei contra a domina-
ção branca e lutei contra a domi-
nação negra. Eu tenho prezado
pelo ideal de uma sociedade de-
mocrática e livre, na qual todas
as pessoas possam viver jun-
tas em harmonia e com iguais
oportunidades. É um ideal pelo
qual eu espero viver e que eu
espero alcançar. Mas caso seja
necessário, é um ideal pelo qual
eu estou pronto para morrer”.
Prémio Nobel da Paz
Em 1993, Nelson Mande-
la e o presidente assinam uma
nova Constituição sul-africa-
| centrais|
na, pondo fim a mais de 300
anos de dominação política
da minoria branca, preparan-
do a África do Sul para um
regime de democracia mul-
tirracial. Nesse mesmo ano,
recebem o Prémio Nobel da
Paz, pela luta em busca dos di-
reitos civis e humanos no país.
Presidente da África do Sul
Após longas negociações,
Mandela conseguiu a realização
das eleições multirraciais em
Abril de 1994. Seu partido saiu
vitorioso, e Mandela foi eleito o
primeiro presidente democrático
da África do Sul, em um clima
de violência e revanchismo.
Finalmente, seu governo
conquistou a maioria no parla-
mento e acabou com o longo
período de opressão aprovando
zambeze | 13
importantes leis em favor dos ne-
gros. Em 1995, seu governo esta-
beleceu a Comissão de Verdade
e Reconciliação, para analisar as
violações de direitos humanos
cometidas durante o apartheid.
Foram esclarecidos os
episódios de violência come-
tidos pelos agentes do apar-
theid com o objetivo de expor
a dor causada e buscar uma
reparação sem revanchismos.
Mandela, que governou até
1999, armou a população com o
sentimento da conciliação nacio-
nal até eleger o seu sucessor. Em
2006, foi premiado pela Amnis-
tia Internacional, por sua luta
em favor dos direitos humanos.
Família
Em 1944, Mandela casou-
-se com a enfermeira Eve-
lyn Mase, com quem teve
duas filhas e dois filhos. Em
1958 o casal se separou e
nesse mesmo ano, casou-
-se com a militante antiapar-
theid, Winnie Madikizela,
com quem teve duas filhas.
Em 1992 o casal se separou.
Em 1998, casou-se com
Graça Machel. Em 1999, quan-
do deixou a presidência, Man-
dela foi morar com Graça em
seu pequeno vilarejo de Qunu
onde criou uma fundação em
defesa dos direitos humanos.
Nelson Mandela faleceu
em Joanesburgo, África do Sul,
no dia 5 de Dezembro de 2013.
Seu enterro foi realizado nu-
mdomingo 15, em Qunu − loca-
lidade onde passou a infância.
14 | zambeze | nacional| Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023

“Testa lá” alcançou 400 mil

pessoas na cidade de Maputo
A campanha “Testa lá”, lançada pelo Ministério da Saúde
(MISAU), a 18 de Agosto do corrente ano, visando massificar
a prevenção e controlo dos níveis de infecção pelo Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV), no seio da população mo-
çambicana, já alcançou cerca de 400 mil pessoas, na cidade

E
de Maputo.

stes dados o aumento de novas infecções.

foram reve-
lados no de-
curso de uma
palestra, re-
alizada, recentemente, pela
Tmcel-Moçambique Telecom,
em parceria com o MISAU e a
Fundação para o Desenvolvi-
mento da Comunidade (FDC),
por ocasião do Dia Mundial da
Luta Contra o HIV-Sida, que
se assinala a 1 de Dezembro.
Na ocasião, Marlene Perei-
ra, da Direcção de Saúde da Ci-
dade de Maputo, disse que, com
a campanha “Testa lá” preten-
de-se alcançar as pessoas atra-
vés da testagem voluntária: “o
principal objectivo do progra-
ma é consciencializar a todos
para testar para que, os casos
positivos, possam dar início ao
processo através da Terapia An-
ti-retroviral (TARV) e, acima
de tudo, para evitar a estigma-
tização das pessoas que vivem
com o HIV-Sida, assim como
Segundo Marlene Pereira,
os dados do Gabinete Parla-
mentar de Prevenção e Com-
bate ao HIV-Sida (GPPC-HIV
e SIDA), referente aos meses
de Abril e Outubro de 2022,
indicam que mais de dois mi-
lhões de pessoas vivem com o
HIV-Sida, em Moçambique.
Este facto torna o País como
o segundo com maior núme-
ro de infectados pelo vírus e
terceiro com maior carga de
novas infecções no mundo.
Por sua vez, Orlando Vuma,
chefe do Departamento de
Marketing da Tmcel, expli-
cou que o objectivo da pales-
tra é dotar os trabalhadores da pendendo dos resultados a se- tica do HIV-Sida”, concluiu. gos anos e ambos têm unido
empresa de noções sobre os rem alcançados poderá ser re- Importa referir que a ci- sinergias e esforços na área
novos métodos de prevenção plicada. Entretanto, está mais dade de Maputo tem, actu- da saúde, levando a cabo vá-
de HIV-Sida, os métodos de do que provado que quanto almente, cerca de 170 mil rias acções de comunicação
tratamento disponíveis e ainda mais forem massificados os pacientes activos em Tera- e sensibilização sobre saú-
sobre os grupos vulneráveis à pontos de testagem e infor- pia Anti-retroviral (TARV). de pública, através do uso
contaminação pelo HIV-Sida. mação, a consciencialização De realçar, igualmente, da plataforma tecnológica da
“A campanha ‘Testa lá’ vai aumentar, minimizando- que a parceria entre a Tmcel operadora, acções estas que já
ainda está na fase piloto e de- -se, desde modo, a problemá- e o MISAU perdura há lon- estão a surtir efeitos positivos.

Donaldo Salvador visita Fábrica da Coca-Cola na Matola

Prestigiado patinador inspira estilo de vida saudável

O
renomado
patinador
moçambica-
no Donaldo
Salvador
visitou a Coca-Cola Sabco
(Mocambique) SA (CCSM),
uma subsidiária da Coca-Cola
Beverages Africa (CCBA),
para falar com os colaborado-
res da empresa sobre saúde,
bem-estar e desenvolvimento
de carreira. Donaldo Salvador
é conhecido por correr a ma-
ratona de patinagem em linha
“Do Rovuma ao Maputo”,
que consiste em percorrer o
país de Norte a Sul de patins.
O atleta é também conheci-
do pelo seu compromisso com
causas sociais. No encontro,
partilhou a sua visão sobre a
importância da actividade fí-
sica, alimentação equilibrada
e promoção de um estilo de
vida saudável. Também discu-
tiu estratégias para equilibrar
a vida profissional e pessoal.
A experiência do patina-
dor como atleta e defensor de
um estilo de vida activo trou-
xe uma perspectiva única e
inspiradora para os presentes.
Além disso, a visita in-
cluiu sessões interactivas de
perguntas e respostas, dando
aos funcionários do CCSM a
oportunidade de partilhar as
suas próprias experiências.
De acordo com Neyde
Pires, directora de Relações
Públicas, Comunicação e
Sustentabilidade (PACS) do
CCBA em Moçambique, “a
sessão teve como objectivo
reafirmar o compromisso da
empresa com o bem-estar dos
colaboradores, reconhecen-
do a importância de criar um
ambiente de trabalho que pro-
mova a saúde física e mental”.
“Foi maravilhoso poder trazer
um atleta que patrocinamos
para conhecer os nossos fun-
cionários. A empresa agra-
dece ao Donaldo Salvador
por dedicar o seu tempo e
expertise para inspirar e mo-
tivar a equipa a adoptar prá-
ticas saudáveis no dia a dia”,
disse a mesma responsável.
Donaldo Salvador é na-
tural da cidade de Quelima-
ne, província da Zambézia,
e é licenciado em Educação
Física. Começou a andar de
patins aos 15 anos, influen-
ciado por um vizinho que
tinha um par de patins e de-
cidiu dividir o equipamento
com ele. Em 2005, assistiu
ao Campeonato do Mundo
de Hóquei em Patins, onde
Moçambique venceu o Gru-
po B e a partir daí teve a
certeza de que também ele
poderia conquistar o mundo
fazendo parte do grupo de
campeões e orgulhar-se dos
seus caminhos vencedores.
O atleta acredita que o
desporto é uma ciência e
deve ser estudado em to-
dos os aspectos. “Além de
realizar sonhos, estimular a
inteligência e a saúde, a pa-
tinagem é libertadora. Aci-
ma de tudo, patinar é ser hu-
mano”, afirmou o patinador.
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023 |nacional| zambeze | 15

Orçamento do Estado continua deficitário

A Proposta do Plano Económico e Social e Orçamento e aumento da inflação nas princi-
do Estado moçambicano para 2024 (PESOE-2024) prevê pais economias mundiais, assim
realizar uma receita total de 383,5 mil milhões de meticais como das tensões geopolíticas.”
(dólar equivale a cerca de 64 meticais), correspondente a 25 Disse que a proposta do PE-
por cento do Produto Interno Bruto (PIB), e uma despesa SOE-2024 foi elaborada tendo
de 542,7 mil milhões de meticais, correspondente a 35,3 por em conta a prevalência da paz,

S
cento do PIB.
egundo o pri-
meiro-ministro,
Adriano Ma-
leiane, o orça-
mento vai gerar
um défice fiscal de 159,2 mil
milhões de meticais, correspon-
dente a 10,4 por cento do PIB.
Maleiane disse que a despesa
total que obedece a estrutura do
Programa do Governo 2020-2024
destaca a alocação de “212,1 mil
milhões de Meticais, correspon-
dente a 39,1 por cento da despesa
total, para a primeira prioridade
referente ao desenvolvimento do
capital humano e justiça social.”
Um total de 188 mil milhões
de meticais, 34,6 por cento da
despesa total, vai para a segunda
prioridade que visa impulsionar
o crescimento económico, pro-
dutividade e geração de emprego.
Para a terceira prioridade re-
lativa ao fortalecimento da gestão
sustentável dos recursos naturais e
do ambiente, o governo prevê alo-
car 38,2 mil milhões de meticais,
sete por cento da despesa total.
Relativamente aos três pi-
lares que visam assegurar o
reforço da democracia e pre-
servação da unidade nacional,
promoção da boa governação e
descentralização, assim como o
reforço da cooperação interna-
cional, a despesa prevista é de
104,4 mil milhões de meticais,
19,2 por cento da despesa total.
Falando hoje, em Maputo, em
sessão plenária da Assembleia da
República (AR), o parlamento
moçambicano, no primeiro de
um total de dois dias de debate
do PESOE-2024, o primeiro-
-ministro disse estarem previs-
tas fontes de financiamento do
“deficit” orçamental no valor
159,2 mil milhões de meticais.
Trata-se de donativos na
ordem de 5,4 por cento do
PIB; créditos internos, três por
cento do PIB; e créditos ex-
ternos, 1,9 por cento do PIB.
A proposta do PESOE de
2024, último instrumento macro-
económico de operacionalização
do programa do governo 2020-
2024 tem como objectivo tornar
a economia nacional mais diver-
sificada e competitiva, dinami-
zando os sectores produtivos com
potencial para elevar a geração de
renda e criação de mais oportuni-
dades de emprego, sobretudo para
jovens, e, desta forma, melho-
rar o bem-estar e a qualidade de
vida das famílias moçambicanas.
O primeiro-ministro disse que
o programa do governo 2020-
2024 tem vindo a ser implemen-
tado num contexto desafiante que
foi marcado por vários entraves.
A nível interno, Maleiane ci-
tou o efeito de calamidades na-
turais, das quais destacou cheias,
ciclones e inundações, assim
como acções terroristas em al-
guns distritos do norte da provín-
cia nortenha de Cabo Delgado e
da pandemia da COVID-19; e,
a nível externo, medidas restri-
tivas na circulação de pessoas
e bens, adoptadas a nível inter-
nacional para conter a propaga-
ção da COVID-19, bem como a
guerra na Ucrânia, o que está a
perturbar a economia mundial e,
consequentemente, criar incer-
tezas no mercado internacional.
Estes choques internos e ex-
ternos impactaram negativamente
no desempenho da nossa econo-
mia, tendo, por isso, sido regista-
da, em 2020, uma desaceleração
da economia em 1,3 por cento”,
explicou o Primeiro-Ministro.
Para inverter o cenário, segun-
do Maleiane, o governo tem vindo
a adoptar e a implementar várias
acções e medidas de curto, médio
e longos prazos que “estão a con-
correr para recuperação e resiliên-
cia da nossa economia, não obs-
tante a prevalência de incertezas
relacionadas com a desaceleração
estabilidade e segurança nos
distritos do norte da província
de Cabo Delgado antes afecta-
dos pelas acções terroristas, bem
como o desempenho positivo
da economia moçambicana.
A par disso, a elaboração
da proposta do PESOE-2024,
acrescentou, teve em conta a
previsão de manutenção dos
preços das principais merca-
dorias a nível internacional.
“É tendo em conta esta
conjuntura interna e externa
que nos propomos a alcançar,
em 2024, objectivos macroe-
conómicos para alcançar uma
taxa de crescimento do PIB
de 5,5 por cento, impulsio-
nado pelos sectores da agri-
cultura, indústria extractiva,
transportes, comércio, turis-
mo, de entre outros”, referiu.
O executivo prevê manter
a taxa de inflação média anu-
al em cerca de sete por cento;
e constituir reservas interna-
cionais líquidas para cobrir três
meses de importações de bens e
serviços não factoriais excluin-
do os megaprojectos. (AIM)

Sensibilização sobre Resistência Antimicrobiana dadãos para que não usem os me-
dicamentos para administrar ani-

Feira de Saúde e palestra enceram

mais, sem o acompanhamento dos
técnicos veterinários e da agricul-
tura, com vista a evitar a má ad-
ministração e, consequentemente,

comemorações da ANARME
a resistência dos mesmos”, frisou.
Por seu turno, Saquibibi Val-

A
s comemora-
ções mundiais
de sensibili-
zação sobre
Resistência
Antimicrobiana (RAM) no con-
texto da Saúde Única, que vinha
decorrendo sob o lema “Juntos
prevenindo a Resistência aos An-
timicrobianos”, enceraram com
a realização da feira de saúde e
palestra no mercado grossista do
Zimpeto, na cidade de Maputo,
juntando diferentes intervenien-
tes para disseminar boas práticas,
com vista a preservação da saúde
humana, animal e do ambiente.
Na ocasião, Lígia Tembe, admi-
nistradora executiva operacional
para área técnica científica da
ANARME, que orientou a ceri-
mónia, descreveu a feira como
um momento crucial que juntou
actores que trabalham em prol
da saúde humana, animal e am-
biental, pela mesma causa de
sensibilização à população sobre
a necessidade do uso racional
dos medicamentos, para que não
causem resistência no processo
da sua administração, em dife-
rentes contextos da sua aplicação.
“Este é um momento espe-
cial, em que estamos todos a re-
flectir e a disseminar mensagens
positivas para a nossa população
sobre como devemos usar os an-
timicrobianos no dia-a-dia, para
as nossas famílias evitarem a
contaminação do meio ambien-
te”, disse Lígia Tembe convi-
dando aos presentes e população
em geral a aderirem aos serviços
médicos, com a orientação de
profissionais de saúde, sempre
que for necessário, com vista ao
uso racional de medicamentos.
A governante disse que todos
os intervenientes, sejam as ins-
tituições do governo, do sector
privado, organizações não-go-
vernamentais e particulares que
trabalham na área farmacêutica e
ou que administram antimicrobia-
nos, devem estar, cada vez mais,
coordenados, no combate à resis-
tência antimicrobiana, que consti-
tui um problema de saúde global,
com consequências alarmantes
no mundo, segundo dados da
Organização Mundial de Saúde.
Para Margarida Mussimbite,
da direcção nacional de sanidade
agro-pecuária e biossegurança no
Ministério da Agricultura e De-
senvolvimento Rural (MADER),
a sensibilização da população
sobre o uso racional de antimicro-
bianos na administração de ani-
mais e cultivo de plantas é muito
crucial para a promoção de saúde
pública. “Apelamos a todos os ci-
gy Ibraimo, Médica Veterinária
do Departamento de Licencia-
mento Sanitário de Instalações
de Aquacultura no Ministério do
Mar, Águas Interiores e Pescas
(MMAIP), disse que a dissemina-
ção de mensagens-chave sobre o
uso racional dos antimicrobianos
é essencial para a população. “To-
dos os problemas que possam ser
negligenciados na toma de medi-
camentos em humanos e animais
podem culminar com contamina-
ção das águas e o meio ambiente,
prejudicando a produção pesquei-
ra, que é também importante para
a nossa alimentação”, sublinhou.
Refira-se que a Feira de
Saúde que marcou o encerra-
mento da Semana Mundial de
sensibilização contra Resistên-
cia Antimicrobiana contou com
vários intervenientes e ofereceu
diferentes serviços, com desta-
que para o controlo de glicemia,
medição da pressão arterial, do-
ação de sangue e medição de
temperatura, entre outros. JM
 No leito do grande rio Onde o n e g ó c io se r e e nc o n t r a

“Os empresários devem investir no Capital Social

quando criam as suas empresas” – Octávio Mutemba
O Moza Banco participou, recentemente, da Primeira
Edição do Fórum de Investimento Moçambique - União
Europeia, Global Gateway, uma conferência que discutiu
as oportunidades de investimento para o país, sobretu-
do no tocante a canalização de capitais externos para o
Desenvolvimento de Moçambique. Representado pelo seu
Director de Institucionais e Protocolos, Octávio Mutem-
ba, o Banco discutiu os mecanismos de financiamento às
Pequenas e Médias Empresas, destacando a pertinência do

D
Capital Social para se começar um negócio.

e acordo de crédito, sociedades de in-

com Oc-
távio Mu-
temba, os
Bancos pro-
curam financiar empresas com
projectos que demonstrem
viabilidade financeira e cujos
sócios ou gestores transmitam
confiança e idoneidade, rela-
tivamente aos seus negócios.
“Antes de recorrer a um fi-
nanciamento, os sócios de de-
terminada Startup devem ter
a consciência da necessidade
de realizar um capital social
ajustado ao início das suas ac-
tividades até ao estágio de ge-
ração de lucros. A realização
do capital social adequado nas
empresas é uma fonte impor-
tante de conquista da confian-
ça por parte das instituições
vestimento e demais agentes
de financiamento para apoia-
rem com maior segurança na
fase posterior de expansão dos
negócios dessas mesmas Star-
tups”, esclareceu Octávio Mu-
temba, referindo que os ban-
cos não podem ignorar esses
detalhes porque também estão
preocupados com o retorno
dos empréstimos concedidos.
“A constituição de um
histórico de médio prazo por
parte das micro e pequenas
empresas na geração de re-
ceitas mediante investimen-
to de capital injectado pelos
sócios para a cobertura das
despesas de incubação do
negócio, locação de espaço,
salários, pagamento aos di-
versos prestadores de bens e
serviços é crucial para a fa-
cilitação do acesso ao finan-
ciamento das micro e peque-
nas empresas”, acrescentou.
O Director de Institu-
cionais e Protocolos reve-
lou ainda que as taxas de
juro praticadas em Moçam-
bique fazem com que os
Bancos sejam ainda mais
cautelosos na cedência do fi-
nanciamento, uma vez que
elas contribuem significativa-
mente na avaliação da rentabi-
lidade do negócio do crédito.
Participaram do painel
de debate representantes de
outros bancos e instituições
financeiras que descreveram
o cenário económico nacio-
nal, apontando os problemas
e as possíveis saídas para a
melhoria do ambiente de ne-
gócio, promoção do inves-
timento, financiamento às
empresas, e várias outras te-
máticas de interesse nacional.
O Fórum de Investimento
Moçambique - União Euro-
peia, Global Gateway, com
a duração de dois dias, foi
realizado em Maputo, sob o
mote: “Juntos vamos criar
oportunidade de Negócio”.
Para o Moza Banco, é de
capital importância discu-
tir temas de interesse social,
com destaque para os que se
referenciam a temática do fi-
nanciamento às Pequenas e
Médias Empresas, por acre-
ditar que estas são o principal
vector de desenvolvimento do
país, pela capacidade de poten-
ciarem as economias locais.

Visando um consumo responsável de bebidas alcoólicas tes, cada projecto possui ideias
inovadoras que agregam valo-

HEINEKEN Moçambique distingue jovens

res para sociedade, através da
mudança de comportamento.
Acreditamos que o maior pré-

através do Programa Kwalé a Ideia

mio é o da consciencialização”.
Natacha Tchemane, presi-

E
ncerrou, a 30 de
Novembro de
2023, a segunda
edição do progra-
ma Kwalé a Ideia,
promovido pela HEINEKEN
Moçambique, em parceria com a
Associação Internacional de Estu-
dantes de Ciências Económicas e
Sociais (AIESEC), com objectivo
de reunir com jovens, para refletir
sobre a responsabilidade no con-
sumo de bebidas alcoólicas, tendo
em conta que esta é a faixa etária
mais consome bebidas alcoólicas.
Lançada no dia 5 de Julho
do corrente ano, a edição contou
com participantes subdivididos
em duas turmas. Durante o pa-
cote formativo, os estudantes
estiveram expostos à conteúdos
tais como: gestão de projectos,
ministrados em forma de dina-
micas, conversar e interações.
“Kwalé a Ideia é uma platafor-
ma da HEINEKEN em Moçam-
bique dedicada a reflexão sobre o
consumo responsável e equilibra-
do de bebidas alcoólicas, através
de conversas francas e significati-
vas sobre a vida, visando doptar a
juventude de conhecimento e en-
tendimento dos próprios limites e
dilemas em torno do álcool”, disse
Filipa Neves, Directora de Marke-
ting da HEINEKEN Moçambique.
Filipa Neves enfatizou a im-
portância do diálogo com a ju-
ventude para uma mudança de
comportamento na sociedade.
“Tivemos a oportunidade de pro-
mover conversas francas e signifi-
cativas sobre a vida, visando dotar
a juventude de conhecimento e
entendimento dos próprios limi-
tes e dilemas em torno do álcool.
Através de workshops, palestras
e outras actividades, consegui-
mos abordar de forma aberta e
honesta as questões relacionadas
ao consumo de bebidas alcoóli-
cas, buscando sempre promover
uma atitude mais consciente e
responsável”, disse a executiva.
Para além do conteúdo for-
mativo, os participantes foram
desafiados a criarem um projecto
sem fins lucrativos, para ajudar a
desenvolver a sua comunidade,
que estivesse relacionado aos
temas dos Objectivos do De-
senvolvimento Sustentável.
“Estamos encantados com
a criatividade dos participan-
dente da AIESEC, afirmou que
a associação que dirige é uma
janela de oportunidade para
transformação da juventude,
principalmente na vertente pro-
fissional, através do intercâm-
bio e actividades desafiadoras.
“O consumo irresponsável
de bebidas alcoolicas é tam-
bém um problema que afecta
muitos jovens profissionais,
e para nós é uma oportunida-
de de reflexão e busca de um
caminho para uma atitude po-
sitiva”, disse Cleide Caetano,
analista de Responsabilidade
Social, Eventos e Patrocínios
da HEINEKEN Moçambique
A segunda edição teve três
grupos de trabalho vencedores,
que apresentaram ideias susten-
táveis para empregabilidade de
jovens e tiveram como prémios
valores monetários, 75,000.00,
50,000.00 e 25,000.00MT.(Karin-
gana – Agência de Comunicação)
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023 No leito do grande rio Onde o n e g ó c io se r e e nc o n t r a
zambeze | 17

Cada vez mais empresas aderem à iniciativa

Tempus Global Group apresenta em Moçambique

resultados da 3ª edição da Pesquisa Nacional de Benefícios
e Gestão do Capital Humano
A Tempus Global Group apresentou, no dia 28 de No-
vembro, os resultados da 3ª edição da Pesquisa Nacional
de Benefícios e Gestão do Capital Humano. A iniciativa é
patrocinada pela Hollard Seguros e pela Sanlam, com a

A
parceria da CCIFM e CTA.

o todo foram partilharam experiências sobre “A

avaliadas 200
organizações
do ponto de
vista dos Re-
cursos Humanos (RH), tendo-se
assinalado uma maior abrangên-
cia nos sectores privado, público
e ONGs, e Agências de Coope-
ração. A iniciativa tem vindo a
captar, cada vez mais, o interesse
das empresas e organizações mo-
çambicanas, tendo-se registado,
nesta edição, um aumento de 10%
relativamente ao ano anterior.
O estudo, quantitativo e gratui-
to, concentra-se nos cinco pilares
da Proposta de Valor ao Trabalha-
dor (Employee Value Proposition),
nomeadamente: Compensação &
Benefícios, Carreira, Ambiente
de Trabalho e Cultura. Nesta edi-
ção, foi também adicionado, pela
primeira vez, o pilar “Equilíbrio
entre Vida Profissional e Pessoal”.
O evento de apresentação
decorreu no Radisson Blu Hotel,
em Maputo, e contou com a par-
ticipação de mais de 100 líderes
de Recursos Humanos. Durante a
sessão, alguns profissionais de RH
cultura organizacional como in-
fluenciador no equilíbrio entre a
vida pessoal e profissional”. Um
tema, cada vez mais, importante
num mundo laboral em mudança.
Acreditando no impacto posi-
tivo que dados fundamentados po-
dem ter na tomada de decisão das
empresas, a Tempus Global Group
pretende, assim, ajudara moldar
o mercado através de informação
importante e privilegiada que irá
beneficiar a actuação das organiza-
ções nas suas dinâmicas internas.
Nesta edição, a diver-
sidade na área de actuação
registou maior representati-
vidade nas seguintes áreas:
1. Sector privado
• Serviços (Consultoria,
Jurídico, Conteúdo local, etc.) -
24%,
• Sector Extractivo (Mi-
neração, Petróleo e Gás) - 12%,
• Sectores (Automotivo,
Transporte e Logística) - 11%;
• Seguradoras e segmen-
to de Transformação, Manufac-
tura, Engenharia e Construção
Civil - 10% para cada uma das
áreas.
• Banca - 9%
• Restantes segmen-
tos como Hotelaria, FMCG,
Restauração, Telecomunicações,
Saúde, Educação e Agricultura
apresentam uma menor repre-
sentatividade.
2. Nas Organizações
Não Governamentais há maior
representatividade para ONGs
que actuam nas seguintes áreas:
• Sociedade Civil e
Comunidades - 40%;
• Saúde (foco múltiplo,
saúde materna infantil, reprodu-
tiva) – 32%
• As restantes áreas de
actuação como Não Saúde (edu-
cação, desenvolvimento agrário)
e Saúde com foco em HIV, com
a restante representatividade.
Os resultados mostram
um aumento de 5% nas pes-
quisas de satisfação de colabo-
radores em 2023, reflectindo
o crescente entendimento das
organizações sobre a impor-
tância de ouvir as suas equipas.
Depois do seguro de saúde,
os benefícios mais importan-
tes continuam a ser o 13º salá-
rio, seguro de vida e aumento
da importância de subsídio
de formação, transporte e ali-
mentação. Alguns benefícios,
como o seguro de vida, aumen-
taram 4% em relação a 2022.
Ao participarem nesta Pes-
quisa Nacional, empresas e orga-
nizações têm inúmeras vantagens
como acesso ao relatório geral do
estudo, benchmarking e a oportu-
nidade de participarem no Elite
Employer 2024, um programa
para certificar as melhores organi-
zações em Moçambique. As orga-
nizações podem também integrar
o Tempus Club, uma incubadora
que apoia o desenvolvimento es-
tratégico com iniciativas como
o Consórcio para Organizações
Não Governamentais, Elite Em-
ployer, seminários de Recursos
Humanos (HR4HR) e programas
de Preparação para a Reforma.
Em breve, a Tempus Glo-
bal Group anunciará os partici-
pantes do Elite Employer 2024,
no mercado moçambicano.

BCI reitera compromisso de apoio à mulher

D
esafios da
inclusão fi-
nanceira,
empodera-
mento da
mulher, entre outros assuntos
foram, na quinta-feira (30), de-
batidos no auditório do BCI, no
quadro de um evento promovi-
do pela FDC e seus parceiros.
No encontro foram passados
em revista os progressos e desa-
fios para a inclusão financeira
das mulheres, após a primeira
Conferência Anual das Mu-
lheres na Economia, realizada
em Junho. Procedeu-se a um
diagnóstico sobre o ambiente
económico, tendo sido elenca-
dos os factores dinamizadores
e inibidores da participação e
autonomia financeira das mu-
lheres e jovens. Foram ainda
abordados os requisitos indis-
pensáveis para um fluxo formal,
normal e decente com vista à
promoção de investimentos
emancipadores para a mulher.
Ana Zara Fateally, directora
central de Marketing do BCI,
reiterou o posicionamento do
Banco no apoio à mulher, apon-
tando um conjunto de progra-
mas e soluções que, ao longo
dos anos, o BCI tem desenvolvi-
do, assim como iniciativas que
visam “não somente debater o
tema da mulher, o reconheci-
mento e importância do seu pa-
pel no desenvolvimento social
e económico de Moçambique,
mas ainda promovê-la, melho-
rando a sua competitividade e
dotando-a de condições adequa-
das para o exercício da sua fun-
ção e da sua actividade profissio-
nal”. Apontou o Programa BCI
Mulher Empreendedora, uma
iniciativa do Banco, que privile-
giou a formação de técnicas de
gestão, com o objectivo de au-
mentar as capacidades e compe-
tências das Mulheres Empresá-
rias, tornando-as mais eficientes
no seu trabalho, facilitando-lhes
o acesso aos instrumentos finan-
ceiros disponíveis no mundo do
negócio. “Hoje, o BCI tem um
posicionamento claro no que
respeita ao reconhecimento do
papel e importância estratégica
da Mulher em todos os sectores
e níveis de actividade econó-
mica em Moçambique”, disse.
18 | zambeze
Empresas africanas lideradas por jovens
recebem 800 mil dólares na Conferência
das Partes (COP28) para soluções climáticas
Oito empresas africanas dinâmicas lideradas por jovens
saíram vencedoras do desafio YouthAdapt 2023. Cada em-
T
presa receberá um financiamento de até 100 mil dólares.
ambém recebe-
rão orientação e
formação abran-
gentes como
parte de um
programa acelerador de 12 me-
ses. Desde o seu lançamento em
2021, a iniciativa YouthADAPT
(https://apo-opa.co/49ZU0zH)
forneceu mais de 5 milhões
de dólares a 33 jovens empre-
sários de 19 nações africanas.
Organizado conjuntamente
pelo Grupo Banco Africano de
Desenvolvimento (https://www.
AfDB.org/pt) e pelo Centro Glo-
bal de Adaptação (https://GCA.
org), apoiado pelo Fundo Afri-
cano para as Alterações Climá-
ticas (https://ACCF.AfDB.org),
o YouthADAPT é um concurso
anual para jovens empresários
que lideram micro, pequenas e
médias empresas em África com
soluções inovadoras de adap-
tação às alterações climáticas.
Este ano, a tónica foi colo-
cada nas empresas detidas por
mulheres que são pioneiras em
tecnologias da Quarta Revo-
lução Industrial (4IR), como a
inteligência artificial, a análise
de grandes volumes de dados, a
realidade virtual, a robótica, a In-
ternet das Coisas, a computação
quântica, o fabrico aditivo, a ‘blo-
ckchain’ e a tecnologia sem fios
de quinta geração para a adap-
tação às alterações climáticas.
Falando na cerimónia realiza-
da à margem da COP28 no Du-
bai, o Presidente do Banco Afri-
cano de Desenvolvimento, Dr.
Akinwumi Adesina, sublinhou
a importância de aproveitar as
ideias e a criatividade dos jovens
para melhorar os meios de subsis-
tência e a prosperidade nacional.
Adesina afirmou: “As inicia-
tivas Empregos para a Juventude
em África e Competências para a
Empregabilidade, do Banco, são
um testemunho do nosso com-
promisso de criar 25 milhões de
empregos para a nossa juventude,
garantindo que 250 milhões de
pessoas encontrem o seu cami-
nho para o mercado de trabalho.
A iniciativa Youth ADAPT é uma
promessa de investir na juventu-
de e moldar um futuro próspero.”
O Professor Patrick Verkooi-
jen, Diretor Executivo do Centro
Global para a Adaptação, subli-
nhou a necessidade de fomentar
o talento dos jovens africanos.
“Os jovens têm a chave para des-
bloquear o potencial económico
de África. Através de iniciativas
como os prémios YouthADAPT,
oferecemos oportunidades de
formação e emprego para reter
os talentos africanos em casa.”
Durante um painel de discus-
são, Cheryl Urban, Vice-Ministra
Adjunta do Canadá para a África
subsaariana, falou sobre o papel
fundamental que as instituições
financeiras de desenvolvimento
podem desempenhar. “O pro-
grama YouthADAPT do Banco
Africano de Desenvolvimento
fornece apoio crucial para a ex-
pansão de empresas e inovações
climáticas lideradas por jovens
em África. O Canadá orgulha-se
de contribuir para esta iniciativa.”
A Dra. Beth Dunford, Vice-
-Presidente do Banco Africa-
no de Desenvolvimento para a
Agricultura e Desenvolvimento
Humano e Social, sublinhou a
importância de apoiar os empre-
sários que lutam contra as altera-
ções climáticas. Também subli-
nhou a necessidade de eliminar
os obstáculos ao financiamento,
em especial para as mulheres.
O Enviado da União Afri-
cana para a Juventude, Chido
Cleopatra Mpemba, sublinhou
a necessidade de promover me-
canismos eficazes de partilha
de informações entre regiões.
Lucy Wangari, uma das ga-
lardoadas deste ano da Onion
Doctor, uma empresa especiali-
zada na monitorização do cresci-
mento da cebola, afirmou que o
prémio a motivaria a fazer mais.
“Serve como um motor signi-
ficativo para aumentar a escala
da (nossa) solução inovadora
para aumentar a produção local
de cebola em 20% e transfor-
mar a cadeia de valor da cebola
numa fonte de emprego lucrati-
va para os agricultores nas terras
áridas e semiáridas do Quénia.”
Os anteriores vencedores
partilharam as suas experiências
sobre a forma como a subvenção
ajudou os seus empreendimentos.
Fela Akinse, CEO da Salubata –
uma empresa que converte resí-
duos de plástico em calçado aces-
sível – sublinhou a forma como
a subvenção está a impulsionar a
|economia|
expansão do seu negócio e a ino-
vação de tecnologias limpas, aju-
dando-os a gerar impacto global.
As empresas vencedoras, li-
deradas por mulheres de toda a
África, centram-se em sectores
afectados pelas alterações cli-
máticas: agricultura, eficiência
energética, gestão do risco de
catástrofes, recursos hídricos e
conservação da biodiversidade.
Lista completa dos vencedores:
• Deborah Nzarubara,
ETS Grencom, República De-
mocrática do Congo: Tirando
partido dos grandes volumes
de dados, a ETS Grencom for-
nece dados meteorológicos em
tempo real, reforçando a pro-
dutividade agrícola e apoiando
as abelhas polinizadoras para
práticas agrícolas sustentáveis.
• Mirriam Chapi, Chapi
Core Tech (https://ChapiCore-
Tech.com), Zâmbia: Através da
aplicação EaseOn Track, a Cha-
pi Core Tech capacitou mais de
5.000 agricultoras, facilitando a
adoção de energia limpa e me-
lhorando a produção agrícola.
• Eddah Wanjiru, Arini-
fu Technologies (https://Arinifu.
com), Quénia: A inovação Smart
Brooder & Kuku Smart utiliza a
tecnologia da Internet das Coi-
sas, oferecendo soluções para
aves de capoeira e conhecimen-
tos operacionais, beneficiando a
comunidade agrícola do Quénia.
• Fatoumata Diaby, Jeu-
ne Agro-Innovatour (https://
Jaimmali.org), Mali: O software
E-Compost da Jeune Agro-Inno-
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023
vatour transforma o jacinto-de-
-água invasivo em composto de
primeira qualidade, defendendo
práticas agrícolas sustentáveis.
• Beth Koigi, Majik Wa-
ter Technologies (https://Ma-
jikWater.co), Quénia: A Majik
Water Technologies é pioneira
na recolha de água atmosférica,
FIKANI 2023: Moçambique
representa 5% nos movimentos
turísticos da África Austral
D
urante a IX Fei-
ra Internacio-
nal de Turismo,
que decorre em
Maputo, o Governo apresentou
pela segunda vez a estratégia
MICE (Metings, Incentivos,
Conferências e Eventos), des-
tacando a necessidade de forta-
lecer os investimentos no sector
do turismo. Apesar do cenário
global movimentar aproxima-
damente 23 milhões no âmbi-
to turístico, a África registou
apenas 8 milhões de meticais.
Ao longo de 5 anos, foram or-
ganizados 13.255 eventos de
investimento globalmente, en-
quanto a África contabilizou
415 eventos no ramo turístico.
Esse descompasso reflecte
directamente na contribuição
para o Produto Interno Bruto
(PIB) da África Austral. Em-
bora os eventos globais corres-
pondam a 330 milhões, Mo-
çambique representa apenas
5% desse valor em seu PIB.
fornecendo recursos hídricos
vitais a comunidades agrícolas
atingidas pela seca no Quénia.
• Lucy Wangari, Onion
Doctor Limited (https://Onion-
Doctor.co.ke), Quénia: Utili-
zando a Internet das Coisas e
a aprendizagem automática,
a Onion Doctor Limited mo-
nitoriza as culturas de cebo-
la, otimizando a sustentabi-
lidade e a rentabilidade para
os agricultores quenianos.
• Daniella Ushindi Vi-
ruvuswagha, ETS Chemchem
Agro (https://ChemchemAgro.
com), RDC: A sua aplicação
ApiConnect utiliza a aprendi-
zagem automática para a colo-
cação estratégica de colmeias,
aumentando significativamente
a produção de mel na Repú-
blica Democrática do Congo.
• Stephanie Meltus,
Green Eden Farms (https://
GreenEden.com.ng), Nigéria: A
Green Eden Farms utiliza a tec-
nologia Scaregrow para oferecer
informações em tempo real, au-
mentando a produtividade e a re-
siliência na agricultura nigeriana.
Diante dessa disparidade, a
estratégia MICE surge como
uma iniciativa crucial para im-
pulsionar, expandir e revitali-
zar o sector do turismo no país.
A implementação efectiva
da estratégia MICE é conside-
rada um passo fundamental para
atrair mais eventos, conferên-
cias e investimentos, não apenas
para impulsionar o turismo, mas
também para contribuir para o
crescimento económico susten-
tável de Moçambique. O país
busca firmemente se posicionar
como um destino privilegiado
para eventos internacionais, re-
conhecendo o potencial do sec-
tor MICE como catalisador para
o desenvolvimento económico.
Os analistas destacam que a
diversificação dos esforços no
turismo por meio da estratégia
MICE não só aumentará a visi-
bilidade de Moçambique como
destino de eventos, mas tam-
bém fomentará oportunidades
de negó- Continua pág. 19
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023 |economia| zambeze | 19

Profissionalizar e capitalizar microfinanceiras

para criar sistema financeiro mais inclusivo
zz Propõe direcção da AMOMIF em Assembleia-Geral
“Profissionalizar, modernizar e capitalizar as institui- a nova direcção eleita foi refor-
ções microfinanceiras são actividades indispensáveis para se çada, contando agora com uma
criar um sistema financeiro mais inclusivo. Promover e rea- vice-presidente, Isabel Lubrino,
lizar estas actividades são as linhas mestras do nosso pla- e quatro vogais: Bernardo Tem-
no de acção para o novo mandato”, declarou o economista be, Enoque Changamo, Virgínia
António Souto, reeleito no dia 30 de Novembro último, em Maquechemo e Sérgio Macamo.
Assembleia-Geral da Associação Moçambicana de Opera- Em apoio a estas activida-
dores de Microfinanças (AMOMIF), para mais um man- des, a AMOMIF, em parce-

O
dato à frente da direcção desta agremiação socioeconómica.
relatório de
actividades
realizadas
destacou a (i)
continuidade
do programa de subvenções aos
membros para a instalação de
software de gestão de carteiras
financeiras, (ii) realização de pro-
gramas de treinamento em maté-
rias de manuseamento de ferra-
mentas de gestão a membros das
províncias de Zambézia, Sofala e
Inhambane; (iii) com base na in-
formação recolhida num inquérito
de pesquisa das necessidades de
formação dos membros, a AMO-
MIF iniciou a realização de vários
cursos de Gestão de Crédito para
as instituições de microfinanças,
tendo o primeiro sido realizado
em três dias com presença física
em Maputo e outros de forma vir-
tual, abrangendo participantes de
ria com a Gapi-Sociedade de
Investimentos, vai participar
e lobby com vista a reforçar o
numa plataforma de comunica-
potencial das microfinanças na
ção focada no tema “Finanças
melhoria da inclusão financeira.
para o Desenvolvimento” cujo
Neste âmbito, a associação está
lançamento está previsto para o
a participar no comité directi-
O plano de actividades para impacto na inclusão financeira dia 13 de Dezembro próximo.
vo de vários projectos focados
2024 apresentado pela nova di- e, em particular, no empodera- No passado recente, bem
na promoção de serviços finan-
recção prioriza actividades como mento da mulher; (v) reforço da como para a implementação das
ceiros a empresas rurais, bem
i) disseminação de melhores capacidade de gestão das institui- actividades previstas no plano
como na assistência a actividades
práticas para que a organização e ções com particular enfoque na de 2024, esta agremiação tem
de formalização da economia,
seus membros alcancem padrões melhoria da sua resiliência face a recebido assistência financeira
por via da educação financeira.
de desempenho cada vez mais choques económicos e financei- do Fundo Internacional para o
Das preocupações expressas
elevados; ii) incentivos de apoio ros conjunturais; (vi) actividades Desenvolvimento da Agricul-
pelas instituições microfinan-
à implementação de ferramen- de advocacia envolvendo assis- tura (IFAD) através do projec-
ceiras e relativamente às quais
tas de gestão e uma gestão mais tência jurídico-regulatória para to REFP. No encerramento da
a direcção da associação deve-
eficaz dos recursos disponíveis; implementação dos normativos Assembleia-Geral, a direcção da
rá priorizar, nos próximos qua-
iii) apoio aos operadores de mi- da autoridade reguladora, assim associação saudou este apoio.
tro anos do seu novo mandato,
crofinanças para se adequarem como a divulgação de informação Esta foi a segunda Assem-
destaca-se a necessidade de um
ao novo quadro regulatório es- de apoio à implementação da es- bleia Geral da AMOMIF no
melhor enquadramento legal dos
tabelecido pela autoridade regu- tratégia governamental de inclu- corrente ano e contou com a par-
diferentes tipos de operadores por
ladora; (iv) fóruns regionais de são financeira e finanças rurais. ticipação em presença física ou
parte do regulador. Outra prio-
microfinanças com vista a identi- Face aos desafios acresci- virtual de um total de 30 membros
ridade é a necessidade de se im-
ficar e implementar serviços com dos assumidos pela associação, dos 56 inscritos na associação.
plementar um fundo de refinan-
ciamento estruturado em moldes

Novo rating coloca Fidelidade entre as

quase todas as províncias do País.
Além destas actividades de
âmbito interno, a direcção da
AMOMIF tem desenvolvido uma
intensa actividade de advocacia
cios e parcerias internacio-
nais. A expectativa é que o
país se torne um polo atractivo
para congressos, conferências
e incentivos, contribuindo
não apenas para o sector tu-
rístico, mas também para
a economia na totalidade.
Ao posicionar a estratégia
que permita a estas instituições
conceder créditos e assistência
aos clientes no sector de micro-
empresas, assegurando o seu
crescimento e sustentabilidade.
MICE como uma peça-chave
na promoção do turismo in-
ternacional em Moçambique,
o país almeja não apenas su-
perar as actuais lacunas, mas
também consolidar sua presen-
ça como um destino dinâmico
e vibrante para os eventos mais
relevantes do cenário global.
seguradoras mais sustentáveis do mundo
A Fidelidade – Grupo a que
pertence a Fidelidade Ímpar – foi
considerada a segunda melhor
seguradora da Europa e a quarta
melhor do mundo em termos de
sustentabilidade. Esta classifica-
ção foi atribuída pela Mornings-
tar Sustainalytics, uma empresa
de referência internacional que
produz um ranking global de sus-
tentabilidade há mais de 30 anos.
Ao todo foram avaliadas 301
seguradoras, sendo que o anún-
cio desta classificação foi feito
durante a COP28, que se realiza
no Dubai. A seguradora líder em
Portugal recebeu um Rating de
11,7, valor que a coloca na segun-
da posição no ranking das melho-
res seguradoras europeias e em
quarto lugar no ranking mundial.
Um motivo de orgulho tam-
bém para Moçambique que tem
no mercado uma das melhores
seguradoras do mundo, garan-
tindo aos moçambicanos ele-
vados níveis de qualidade e o
forte compromisso com um fu-
turo mais sustentável para o país.
Carlos Leitão, Presidente da
Comissão Executiva da Fideli-
dade Ímpar, considera a classifi-
cação atribuída pela Morningstar
Sustainalytics de “grande impor-
tância também para Moçambi-
que”, onde a Fidelidade Ímpar
segue as mesmas orientações do
Grupo, apostando igualmente
numa “estratégia de compromis-
so com o desenvolvimento sus-
tentável e de responsabilidade
com as comunidades, de forma
a criar impacto positivo no país”.
O rating ESG agora atribuído
pela Morningstar Sustainalytics
consolida a estratégia implemen-
tada pela Fidelidade, que procura
activamente ter um impacto positi-
vo na sociedade, sendo um agente
económico responsável e proac-
tivo na transição ecológica, e um
agente de mudança exemplar, que
está ao lado dos seus colaborado-
res, parceiros e clientes neste cami-
nho em prol da sustentabilidade.
A Morningstar Sustainalytics
é uma empresa de referência inter-
nacional que produz um ranking
global de sustentabilidade há
mais de 30 anos e fornece inves-
tigação, classificações e dados
analíticos de alta qualidade sobre
ambiente, sociedade e governa-
ção (ESG) a investidores insti-
tucionais e empresas na área do
ambiente, social e governação em
todos os sectores de actividade.
Como reconhecimento pela
sua política de sustentabilidade, a
Fidelidade está a participar, pela
primeira vez, na 28ª Conferência
das Partes da Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre Al-
terações Climáticas (COP28),
que se realiza até 12 de Dezem-
bro, na Expo City, no Dubai.
20 | zambeze |desporto| Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023

Para 2024

Thando prepara plantel dispensando jogadores

A época desportiva 2023 já findou e em 2024 muita coisa vai mudar na Thando Fc.
neio de abertura sem perder
nem empatar, e o campeona-
to com uma derrota, apenas.

Capitão Mabui e Olho de Águia

Muito se fala de Mabui,
mas muitos também não o
conhecem, mas o agradecem
por ter descoberto um gran-
de talento de futebol. Hoje,
muito se discute quem for-
mou o Geny Catamo, joga-
dor do Sporting de Portugal.
Esse é um caso de discus-
são, pois, para formar, hou-
ve alguém que o descobriu
e mostrou o caminho certo,
ditando-lhe os primeiros pas-
sos que devia seguir, depois
apareceram outros e continu-
aram com os ensinamentos.
Estamos a falar do capitão
Mabui, antigo jogador do Clu-
be de Desportos do Maxaquene
e actual treinador dos escalões
de formação daquele clube.
Depois de capitão Ma-
bui, como é carinhosamente
tratado, pendurar as chutei-
ras, a direcção do Maxaque-
Para a próxima época desportiva, Thando Fc vai refres- ne convidou-o para ocupar a
car a sua equipa com mudanças profundas, partindo do sector área de formação, onde, com o
defensivo, meio campo e no ataque, ou seja, haverá surpresas seu Olho de Águia, descobriu
em todos os sectores, para que a equipa esteja bem fortificada Geny Catamo e o trouxe para
e volte a fazer história, tal como fez este ano. Novos jogadores Maxaquene, onde aprendeu o

G
estão a ser contratados, embora seus nomes ainda são segredo.
lamuor, do dispõe”, disse a finalizar.
dono e capi- A nossa reportagem quis
tão da equi- saber daquele dirigente quais
pa, afiançou- os jogadores abrangidos pelas
-nos que “as dispensas, mas Glamour não
contratações de novos jogado- quis adiantar os nomes dos jo-
res que vão representar a sua gadores a serem dispensados,
equipa em 2024 iniciaram ainda deixando para outra altura, mas
no decorrer do campeonato fin- não deixou de agradecer a todos
do, mas alguns também serão os jogadores pela sua participa-
dispensados”, disse com segu- ção, mesmo os que não chega-
rança, para depois acrescer que ram até ao fim do campeonato.
“as dispensas são para refres- Segundo informações da
car a equipa, e neste momento Thando Fc, para fechar o ano,
estamos a fazer a selecção de o clube e a direcção daquela
novos jogadores, pois, como equipa e a Comissão Organi-
podemos ver, a equipa não ter- zadora de Futebol do bairro de
minou o ano como iniciou por- Hulene acordaram em organi-
que houve jogadores que desis- zar um torneio quadrangular
tiram pelo caminho, e isso fez entre Thando, campeã da edi-
com que nos reinventássemos ção 2023, e a selecção do bairro
até chegar ao fim e ganharmos de Hulene, a ser disputado nos
o campeonato com uma dife- dias 24 e 31 de Dezembro, em
rença de cinco pontos em rela- celebração ao dia da família e
ção ao segundo classificado”, de fim-de-ano, respectivamen-
disse Glamour com orgulho. te, e no fim será atribuído ao
Para Glamour, “a ideia é vencedor, uma taça e medalhas.
jogar para ganhar, e ganhar Segundo Glamour, um dos
tudo, tal como aconteceu nes- organizadores do torneio e
ta edição, e para alcançar esse dono da Thando, “estes dois jo-
objectivo precisamos de refor- gos serão para alguns dos nos-
çar e fortificar a equipa com sos jogadores, a última vez que
novos valores que o merca- representarão o seu clube, pois
serão dispensados por motivos
de organização interna e da pre-
paração para o embate de 2024.
Salientar que Thando foi
formada em 2023 e ganhou
tudo, ou seja, venceu o tor-
ABC do futebol federado nos
escalões iniciais. Geny não
decepcionou ao mister Mabui
e ganhou taças, até que outros
clubes o viram e o levaram para
mais longe. Só esquece quem
não viveu. Que o diga a Lurdes
Mutola em relação ao seu des-
cobridor, Stélio Craveirinha.
Mabui ainda joga, mas não
nos clubes de Moçambola, mas
sim nos veteranos, e este ano,
2023, levantou por duas vezes
as taças referentes ao torneio
de abertura e do próprio cam-
peonato de futebol do bairro
de Hulene, como um dos ca-
pitães da equipa. Aliás, Mabui
recebeu, também, um troféu
das mãos de Glamour, dono
do clube onde joga, Thando,
como jogador mais dedica-
do e disciplinado da equipa.
Mabui demonstra, mais uma
vez, que é grande um jogador e
continuará a sê-lo para o bem
do desporto nacional, na des-
coberta de talentos como na for-
mação de jogadores de futebol.
A secção desportiva do Jor-
nal Zambeze deseja uma melhor
quadra festiva e prosperidade
para 2024 ao mister Mabui, e
ao seu Maxaquene e Thando.
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023 | cultura| zambeze | 21

10ª Temporada do Xiquiti chega

ao fim com concerto memorável

A terceira série de concertos da décima Temporada de Mú- “Tsunela Papai” e “Nkosikazi”.
sica Clássica Xiquitsi - 2023, encerrou sábado, 2 de Dezembro, O último músico da noite
no Centro Cultural Franco-Moçambicano. O concerto que foi Ubakka, que levou os es-
marcou o fim das festividades dos 10 anos do Xiquitsi foi uma pectadores a cantar e dançar
noite memorável por várias razões: Juntou, no mesmo palco, com muita euforia, as músicas
músicos solistas convidados de diferentes gerações e variados “Khoma”, “Wene”, “Chime-
estilos musicais, que foram acompanhados pelo Coro e Orques- le” e “Minha Ostentação”. Foi
tra Xiquitsi. Participaram ainda no concerto, como elementos um momento de verdadeira
integrantes da orquestra, quatro alunos provenientes do pro- festa em que o jovem artista
jecto Cantate, das províncias de Nampula e Cabo Delgado. A e Kika Materula, no calor da
surpresa da noite foi ter contado com a direcção do concer- música, fizeram passos im-
to pela fundadora do Xiquitsi, Kika Materula. A noite iniciou provisados de dança e foram
com o jovem músico de Pemba, Aido Boydrizzy, seguido do efusivamente ovacionados.
renomado músico Ali Faque, de Nampula. Com os emblemá- As actuações dos músicos
ticos temas “Niquirikita” e “Kinachukuru”, Ali Faque encan- foram intercaladas com clássi-
tou o público com arranjos bem conseguidos pelos alunos do cos de John Williams e de Josh
Xiquitsi. Antes da subida ao palco de Ali Faque, os xiquit- Groban. O público diversifica-
sianos interpretaram “Tsama la” em homenagem ao Edilson do esteve envolvido desde o
convidada. A direcção orques-
tral esteve a cargo de Estêvão
Chissano. A Directora-Executi-
va da Kulungwana, Henny Ma-
tos, disse, na sua intervenção,
que o Concerto de Fim de Ano
foi a demonstração da evolução
dos alunos do Xiquitsi, não só
como instrumentistas e canto-
res mas também a sua capacida-
de de fazer arranjos orquestrais
para os músicos convidados.
Henny Matos enfatizou
que os 10 anos do Xiquitsi são
resultado de muito trabalho e
investimento nos jovens alu-
nos do projecto, o que só foi
possível com apoio generoso e
Novembro, no Centro Cultural
Franco-Moçambicano; no dia
1 de Dezembro, foi a “Noite de
Família”, na Igreja Santo An-
tónio da Polana; e, por fim, o
Concerto do Fim de Ano, este
sábado, 2 Dezembro, no Centro
Cultural Franco-Moçambicano.
Músicos
Direcção Orquestral – Kika
Materala e Estevão Chissano,
Direcção Coral – Mariana Sou-
sa e Hermida Sucena Nela.
Músicos convidados
Aido Boydrizzi, Ali Faque,
Lourena Nhate, Aniano Tamele
e Ubakka

L
da Conceição, aluno do Xiquitsi que perdeu a vida em 2018. primeiro ao último momento consistente dos patrocinadores.
do concerto, aplaudindo entu- A terceira série da décima Orquestra e Coro Xioquitsi
ourena Nha- das ao som de instrumentos
siasticamente os artistas num Temporada do Xiquitsi ini- Arranjos Orquestrais: Pier-
te entrou em clássicos numa combinação
concerto que foi preparado ciou com Concerto para Pais re Timbe, Charles Chitlango,
palco com perfeita de ritmos tradicio-
sob direcção coral de Hermin- e Filhos, no Centro Cultural Francisco Fumo, Humberto
“Niwawena” nais moçambicanos. Aniano
da Sucena Nela (antes aluna, Moçambique-China, no dia Tandane Júnior, – Estevão
e “Na bonga”, Tamele fez o público vibrar
hoje professora do Xiquitsi) e 25 de Novembro; seguiu-se a Chissano, Hilario Vasco Ma-
músicas de sucesso executa- ao cantar, “Vulavula nkata”,
Mariana de Sousa, professora “Noite Clássica”, no dia 30 de nhiça;
22 | zambeze
Standard Bank Acácia Jazz Festival:
Bob James superou expectativas
O tecladista e produtor musical norte-americano Bob
James superou a expectativa do público amante do jazz ao
protagonizar uma actuação impactante e arrasar na quin-
ta edição do Standard Bank Acácia Jazz Festival, ocorri-
I
da, na noite de sexta-feira, 1 de Dezembro, em Maputo.
ntegrado numa ban-
da constituída por
mais três músicos,
nomeadamente o sa-
xofonista Dave Mc-
Murray, o baixista canadiano
Michael Palazzolo e o jovem
baterista James Adkins, Bob Ja-
mes apresentou canções do novo
álbum que foi nomeado para
um Grammy, incluindo alguns
temas do álbum intitulado Jazz
Hands, numa soberba actuação.
Para a alegria do público, a
figura de cartaz da quinta edi-
ção do Standard Bank Acácia
Jazz Festival incluiu, no seu re-
pertório, a composição Maputo,
levando as emoções da plateia
ao rubro. Trata-se de um tema
de sucesso de Marcus Miller,
cuja composição foi inspirada na
capital moçambicana. No final,
quando Bob James retirava-se do
palco, o público pediu e ele vol-
tou, proporcionando mais uma
das suas electrizantes músicas.
De seguida, coube a vez ao
guitarrista Jimmy Dludlu assu-
mir as rédeas no majestoso salão
multiuso do Centro Internacional
Mapiko na lista de património cultural imaterial da UNESCO
M
apiko foi de-
clarado para a
lista de patri-
mónio cultu-
ral imaterial com necessidade de
salvaguarda urgente. A indicação
foi feita esta terça-feira, 5 de De-
zembro, na 18ª sessão do Comité
Intergovernamental para a Sal-
vaguarda do Património Cultural
Imaterial, evento que decorre de
04 a 9 de Dezembro corrente, em
Kasane, República do Botswana.
Moçambique submeteu
à UNESCO a candidatura do
Mapiko, em Março de 2022,
dança originalmente designa-
da IN’NGOMA YA MAPIKO,
com o objectivo de mitigar com
urgência o risco de extinção,
devido aos ataques terroristas
que afectam os distritos prati-
cantes, e o risco ambiental, com
a incidência para ocorrência de
ciclones. Outra intenção é sen-
sibilizar os jovens para a impor-
tância da identidade maconde
no respeito pelo ser humano.
de Conferências Joaquim Chis-
sano. O guitarrista interagiu de
forma deslumbrante com o pú-
blico bastante participativo. A
interacção conheceu os momen-
tos mais impressionantes quando
Jimmy abandonava o palco para
se juntar à plateia, como tem
sido hábito nas suas actuações.
Mas foi a jovem cantora
Onésia Muholove a quem re-
caiu a responsabilidade de abrir
o concerto e não decepcionou,
embalando o público com a sua
frequência vocal única. A jo-
vem promessa do jazz moçam-
bicano esmerou-se, arrancando,
com isso, por diversas vezes,
aplausos da plateia, com a sua
excelente colocação de voz,
numa noite que passou para
a história cultural da capital.
Na ocasião, o administrador
delegado do Standard Bank,
Bernardo Aparício, considerou
que o evento constitui uma opor-
tunidade fantástica para juntar os
músicos do jazz moçambicano
e os melhores do jazz mundial.
“Hoje tivemos a Onésia e
o Jimmy. O Bob James já ga-
O princípio que norteou esta
candidatura é a autenticidade,
inclusão e peculiar relevância
histórica, estética e artística
para a humanidade. Uma de-
legação chefiada pela Ministra
da Cultura e Turismo, Eldevi-
na Materula, está no Botswa-
| cultura|
nhou dois Grammys, três no-
meações e tocou nas melhores
casas de jazz do mundo. Vale
a pena organizar este tipo de
eventos. O público aderiu. Este
público conhece o jazz e apre-
cia a música. Isto motiva-nos
a continuar a apoiar a cultura e
a trazer mais músicos de reno-
me internacional”, enfatizou.
Abordado momentos após
assistir ao festival, Brequias Tete
na a participar na 18ª sessão
do Comité Intergovernamen-
tal para a Salvaguarda do Pa-
trimónio Cultural Imaterial.
No seu discurso após a
inscrição do Mapiko, Eldevina
Materula disse que Moçambi-
que submeteu a candidatura
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023
disse que a presente edição foi
bem organizada e iniciou à hora
marcada: “A entrada das pessoas
foi ordeira e o espectáculo em
si foi fantástico. A actuação de
Bob James, apesar de já possuir
uma idade avançada, foi muito
boa, digna de realce e já espe-
rava isso dele. Depois do seu
grupo interpretar a música Ma-
puto ia-se retirar, mas acabamos
por apelar para que continuas-
por entender que a memó-
ria do povo está incorporada
no património cultural. Ao
proteger a dança, garante-
-se a valorização do legado
histórico, cultural e artístico
dos ancestrais, mas também
os avanços, as conquistas e
se e ele assim o fez”, indicou.
Para a espectadora Rute Ma-
chaieie, o Standard Bank Acácia
Jazz Festival é uma iniciativa
boa e prima pela sua impecável
organização: “Gostei do am-
biente. Pude encontrar-me com
algumas pessoas que não via há
muito tempo. Adorei a actuação
do Bob James, mas confesso
que foi para ver Jimmy Dlu-
dlu que eu cá vim”, concluiu.
os valores contemporâneos
vão perdurar e serão trans-
mitidos às gerações futuras.
“Esperamos que este reco-
nhecimento venha a reforçar
a coesão social e territorial
entre os diferentes povos que
constituem o mosaico étnico
de Cabo Delgado, se não de
Moçambique e do mundo”.
A candidatura do Mapi-
ko foi realizada pelo Minis-
tério da Cultura e Turismo.
O Mapiko ocorre original-
mente no planalto Makonde,
constituído pelos distritos de
Mueda, Nangade e Muidumbe,
na Província de Cabo Delgado,
no norte de Moçambique. A
dança Mapiko faz parte de um
ciclo de eventos associados
aos ritos de iniciação Makon-
de – Likumbi. É uma apote-
ose onde bailarinos, músicos,
instrumentistas e o público se
reúnem para celebrar os ritos de
iniciação, o funeral (de um mem-
bro do grupo) ou entretenimento.
Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023 |comercial| zambeze | 23
 z ambezE
Comercial Comercial

Renovação de Renovação de
assinaturas assinaturas
para 2023 O n d e a n a ç ã o s e r e e nc o n t r a para 2023
Av. Emília Daússe nº1100 l Cell: 82 30 73 450 l zambeze.comercial@gmail.com l Maputo

Ver, ouvir... e não calar

Ângelo Munguambe Homenagem ao Ângelo de Oliveira