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2023
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O n d e a n a ç ã o s e r e e nc o n t r a o amanhã
Director editorial: Egídio Plácido | Maputo, 30 de Novembro de 2023 |Ano XXI | nº 1080 mt Começa hoje
50,00

Em clara violação da Lei eleitoral

Governo marca eleições

para uma data ilegal
Nyusi pisca à esquerda e vira à direita

Ninguém deve
temer a polícia
Acidente em uma mina de platina na África do Sul

Há quatro moçambicanos feridos na tragédia

2| zambeze
Em anos eleitorais
Frelimo e seus membros
lucram em negócio com Estado
Um estudo realizado pelo Centro de Integridade Pública
(CIP) mostra que o Partido Frelimo e alguns dos seus mem-
bros estão a lucrar com negócios feitos com Estado, parti-
cularmente em anos eleitorais, alguns deles recorrendo ao
O
ajusto directo, portanto, sem recurso a concurso público.
estudo do
CIP revela
que a aquisi-
ção de bens e
serviços por
entidades públicas com recurso
a modalidades de contratação
menos transparentes, como o
ajuste directo e o concurso por
cotações, custa muito mais caro
ao erário público em anos eleito-
rais do que em anos sem eleições
chegando a um aumento anual
de 318 mil milhões de meticais,
em relação a anos sem eleições.
Parte dos ajusto directos indicado
no estado são feito com empresas
ligadas a Frelimo e, em outras
situações, com empresários liga-
dos directamente com o partido
no poder e revela alguns casos:
O negócio milionário da ANE
Um contrato de 609 milhões
para empresa detida por depu-
tado da Frelimo em Fevereiro
deste ano, a delegação provincial
da Administração Nacional de
Estradas (ANE), na província
de Sofala, adjudicou, por via do
ajuste-directo, uma empreitada
de reparação de emergência da
estrada N1 Nhamapaza/Caia,
orçada em 609 milhões de me-
ticais, a empresa Construções
Karina, Serviços e Consultoria,
Lda., detida por Mário da Cruz
Amaral, deputado da Frelimo
pelo círculo eleitoral de Sofa-
la. O referido deputado detém
25% das acções da empresa e
partilha a sociedade com Ka-
rina Rosa Matequera Amaral
(esposa), com 30% do capital
social, Adérito Matequera Júnior
(filho) Priscilla Amaral (filha)
e Wagner Amaral (filho), cada
um com 15% do capital social.
Segundo o CIP apurou, antes
da adjudicação, a ANE lançou
um concurso público (o concur-
so nº 47ª0003041-CP-23-2022)
para a contratação da empreita-
da para a realização das obras
de reparação da referida estrada.
Pelo menos 13 empresas, com
destaque para as renomadas
Soares da Costa Moçambique
e a JJR Construções, participa-
ram do concurso. Igualmente, a
empresa Concity Construções
Consultoria, Lda., que há 3 anos
realizou obras de manutenção no
mesmo troço, figurou entre os
concorrentes. No entanto, sem
revelar publicamente os moti-
vos, a ANE cancelou o concurso
público, a 09 de Novembro de
2022, e a empreitada foi adjudi-
cada directamente a Construções
Karina, Lda., uma das empre-
sas concorrentes. A anulação do
concurso público, neste caso,
mostra claramente que houve
uso deliberado da licitação di-
recta para favorecer uma em-
presa detida pela classe política.
O negócio milionário do STAE:
um contrato de 8.1 mil milhões
para empresa associada a
empresário da Frelimo
Em Julho de 2023, outro
ajuste-directo milionário foi
adjudicado pelo Secretaria-
do Técnico de Administração
Eleitoral (STAE) a uma em-
presa com ligações ao partido
Frelimo. Avaliado em 8 mil
milhões de meticais, o con-
trato do STAE para aquisi-
ção de Mobiles ID e material
gráfico para o recenseamen-
to eleitoral foi adjudicado
ao consórcio Artes Gráficas
Lda-Laxton. Segundo o CIP
apurou, uma das empresas do
consórcio, a Artes Gráficas,
Lda., é detida por alguns dos
sócios do Grupo Académica,
na sua maioria empresários
ligados ao partido Frelimo.
A Académica, Lda. tem
sido um fornecedor assíduo do
STAE nos processos eleitorais.
Em 2018, o STAE adjudicou
esta empresa, por via directa,
dois contratos avaliados em
550 milhões de meticais para
fornecimento de equipamen-
to eleitoral. O STAE justifi-
cou a contratação directa do
consórcio pelo facto de esta
ter supostamente “apresen-
tado uma solução tecnológi-
ca robusta para a realização
do recenseamento eleitoral”.
No entanto, quando se ana-
lisa a estrutura accionista das
empresas envolvidas, observa-
| destaques |
-se, claramente, tratar-se de
mais de um caso de favoreci-
mento a empresas associadas
à Frelimo. Além disso, a ad-
judicação milionária feita pelo
STAE não se traduziu num pro-
cesso de recenseamento acei-
tável, conforme mostraram os
inúmeros problemas técnicos
verificados durante o registo.
O ajuste-directo da CNE: um
negócio de 342. 5 milhões para
empresa associada a holding da
Frelimo
Em Agosto deste ano, a
Comissão Nacional de Elei-
ções (CNE) adjudicou, via
ajuste-directo, um contra-
to para fornecimento de 138
viaturas, orçado em 342. 5
milhões de meticais, à empre-
sa MHL, AUTO, SA, detida
pela Mozambique Holdin-
gs, Lda e controlada por José
Quatro moçambicanos feridos em
acidente numa mina na África do Sul
P
elo menos 4 mo-
çambicanos ficaram
feridos em um aci-
dente que fez pelo
11 mortos mineiros e 75 feridos
numa mina de platina na cida-
de de Rustenburg, na província
Noroeste da África do Sul. A in-
formação foi divulgada nesta ter-
ça-feira pela Impala Platinum, em-
presa responsável pela exploração
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
Parayanken, Deepak Joseph
Parayanken, Dolly Merita
José e Sheila Mary Phelan.
A Mozambique Holdings,
Lda tem ligações empresa-
riais com o partido Frelimo,
através da empresa Afrodrill,
Lda., da qual é accionista jun-
tamente com a SPI – Gestão
& Investimentos S.A.R.L, a
holding do partido no poder.
As viaturas são para uso
no transporte, distribuição e
alocação de material eleitoral
nos postos de votação e para
a recolha pósvotação, durante
as eleições deste e do próximo
ano. Segundo o Boletim CIP
Eleições, a justificação usada
pela CNE para recorrer ao ajus-
te-directo foi o atraso no lan-
çamento do concurso público.
De acordo com o calendá-
rio eleitoral de 2022, o concur-
so público para aquisição das
referidas viaturas deveria ter
O acidente aconteceu duran-
te o transporte de funcionários
do poço 11 à superfície, no final
do turno de segunda-feira, 27 de
Novembro de 2023. Segundo co-
municado da empresa divulgado
na rede social X, o transportador
começou a descer inesperadamen-
te às 16h54 antes de parar quan-
do seu contrapeso ficou preso.
Entre os 75 feridos, quatro são
sido lançado em Maio deste
ano. No entanto, num novo ca-
lendário aprovado este ano, não
constava o prazo para o lança-
mento do concurso público.
A CNE não apresentou ne-
nhuma justificação sobre as
razões que ditaram o atraso no
lançamento do concurso16. Es-
tes são apenas alguns dos vários
casos de ajustes-directos reali-
zados sem qualquer justificação
plausível num contexto eleito-
ral. O recurso injustificado ao
ajuste-directo para favorecer
determinada empresa é uma das
formas de corrupção na contra-
tação pública17. Os três exem-
plos mostram como a opção
pelo ajuste-directo visa, essen-
cialmente, beneficiar empresas
detidas por empresários asso-
ciados à Frelimo, o que preju-
dica o erário público, devido
aos elevados gastos. (CIP)
moçambicanos, informados pela
porta-voz da mineradora. “Não há
vítimas mortais de Moçambique.
Quatro pessoas morreram e estão
hospitalizadas, são moçambica-
nos”, afirmou Tumelo Nkisi à Lusa.
“A operação de resgate na
mina foi concluída e os 86 fun-
cionários foram localizados. Os
feridos foram transferidos e estão
receben- Continua pág. 03
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
Marromeu, Nacala, Gurué e Milange
Governo viola Lei Eleitoral e marca
repetição de eleições para 10 de Dezembro
O Conselho de Ministros marcou o dia 10 de Dezembro
como data para a repetição das eleições autárquicas nas vilas
de Marromeu, Nacala, Gurué e Milange. O Conselho de
Ministros aceitou a data proposta pela Comissão Nacional de
Eleições (CNE), embora seja claramente uma violação da lei
eleitoral.
A
lei estabelece
que as eleições
declaradas nu-
las devem ser
repetidas até ao
segundo domingo após a decisão
do Conselho Constitucional. A de-
cisão foi tomada na sexta-feira, 24
de Novembro, portanto o segundo
domingo seria 3 de Dezembro.
Isso teria permitido apenas
oito dias para organizar a repeti-
ção das eleições – a CNE e o go-
verno consideraram claramente
que este não era tempo suficiente
−. A CNE diz que deve contactar
a empresa Académica, que forne-
ce os kits de votação, incluindo
os boletins de voto, para disponi-
bilizar o material em tempo útil.
Até à data, não foi feita ne-
nhuma tentativa de demitir ou de
qualquer outra forma de punir os
funcionários eleitorais respon-
sáveis por fraudes e irregulari-
dades nos quatro municípios. As
quatro comissões distritais de
eleições ainda estão em funcio-
namento, assim como os ramos
do Secretariado Técnico de Ad-
ministração Eleitoral (STAE).
Também não há qualquer sinal
de recrutamento de novos mem-
bros das mesas de voto. Há sete
funcionários em cada assembleia
de voto. Quatro são escolhidos pelo
STAE, supostamente após um con-
curso público (mas é pouco prová-
vel que haja tempo para um con-
curso antes de 10 de Dezembro).
Os outros três são nomeados pelos
partidos políticos representados no
parlamento – o Partido Frelimo,
no poder, e as forças da oposição,
a Renamo e o Movimento Demo-
crático de Moçambique (MDM).
Assim, a menos que sejam
tomadas medidas correctivas mui-
to rapidamente, a repetição das
do tratamento em quatro
hospitais da região”, infor-
mou a empresa no comunicado.
Investigação é instalada
Todas as operações na explo-
ração mineira foram suspensas
nesta terça-feira, enquanto uma
investigação é instaurada para
esclarecer as causas do acidente.
Nico Muller, director-
-executivo da Impala Platinum,
eleições poderá ficar nas mãos
das mesmas pessoas responsáveis
pela fraude de 11 de Outubro.
O Conselho Constitucional
ordenou a repetição das elei-
ções porque a fraude em todas
ou algumas das assembleias de
voto tornou impossível deter-
minar quem tinha vencido nes-
tas quatro cidades nas eleições
realizadas em 11 de Outubro.
A pior situação registou-se em
Marromeu, na província de Sofala.
As fraudes eleitorais praticadas em
Marromeu tiveram tal influência
no exercício da vontade popular
nas urnas, que o Conselho Consti-
tucional declarou nula toda eleição.
Na cidade portuária de Na-
cala, as eleições devem ser re-
petidas em 18 assembleias de
voto onde, segundo dados do
Conselho Constitucional, estão
recenseados 12.893 eleitores. Em
Gurué, a eleição deve ser repe-
tida em 12 mesas de voto, onde
estão recenseados 8.647 eleitores.
Em Milange, apenas três
mesas de voto devem repetir as
eleições. 2.397 eleitores estão
cadastrados nessas assembleias.
Conselho Constitucional deve
explicar as suas decisões
O facto de não poder haver
recurso das decisões do Conselho
Constitucional não torna o Con-
selho infalível, alerta o consórcio
de órgãos de observação da so-
ciedade civil “Mais Integridade”.
Num comunicado em reacção à
proclamação pelo Conselho Cons-
titucional, na passada sexta-feira,
dos resultados finais das eleições
autárquicas realizadas no dia 11
de Outubro, o consórcio afirmou
que a sua decisão “deixa dúvidas
sobre a veracidade das eleições”.
expressou profundo pesar pela
tragédia, declarando: “Este é o
dia mais sombrio da história da
Implats, e nossos corações es-
tão tristes pelas vidas perdidas e
pelos indivíduos afectados por
este acidente devastador. A Im-
plats está a oferecendo apoio
às famílias e colegas dos mor-
tos no cumprimento do dever.”
O elevador envolvido no
acidente despenhou no subsolo
do poço 11 da Impala Platinum
| destaques |
Reconheceu que o Conse-
lho Constitucional declarou o
principal partido da oposição,
a Renamo, vencedor em quatro
municípios (Quelimane, Chiure,
Alto Molócuè e Vilankulo) que a
Comissão Nacional de Eleições
(CNE) tinha fraudulentamente
dado ao partido no poder, Freli-
mo, nos resultados preliminares.
Também devolveu à Rena-
mo muitos milhares de votos
que lhe tinham sido roubados.
Mas o Conselho Constitucio-
nal não explicou as suas decisões, o
Mais Integridade disse que o Con-
selho “não foi preciso sobre a ma-
temática que utilizou para garantir
que alguns municípios passassem
para as mãos da oposição, mas
outros que também apresentavam
sinais de irregularidades graves,
permanecessem com a Frelimo”.
O Conselho Constitucional
alterou os resultados anunciados
pela CNE, mas não explicou por-
quê. Os votos foram retirados da
Frelimo e entregues à Renamo, e
mesmo quando isto não resultou
numa mudança no controlo geral
do município, alterou o número
de assentos que cada partido de-
tinha nas assembleias municipais.
Em Maputo e na cidade vi-
zinha da Matola, dezenas de mi-
lhares de votos foram transferi-
dos da Frelimo para a Renamo,
embora a Frelimo mantivesse o
controlo em ambas as cidades.
Mas em vez de explicar deta-
Holdings Limited. A empresa
abriu um inquérito para investigar
as causas do incidente e suspen-
deu imediatamente todas as ope-
rações de mineração na região.
A Implats é uma das principais
produtoras mundiais de platina,
empregando mais de 66.000 pes-
soas na África do Sul, conforme o
relatório financeiro anual de 2023
divulgado em Junho. Além da
Impala Rustenburg, uma empresa
é proprietária de mais quatro mi-
lhadamente porque fez estas alte-
rações, o Conselho Constitucio-
nal disse simplesmente, em cada
caso, “os resultados decorreram
da reverificação dos dados de
acordo com a prova produzida”.
Não informou qual era essa
prova ou quais dados foram ve-
rificados novamente. Os editais
das assembleias de voto são a
única fonte de resultados elei-
torais. Mas o Conselho não in-
formou quais editais utilizou.
Os partidos da oposição sub-
meteram as suas próprias cópias
dos editais ao Conselho, mas este
não explicou se os utilizou. Grupos
de observação como o Mais Inte-
gridade realizaram a sua própria
contagem paralela dos resultados
(que mostrou que a Renamo tinha
vencido em Maputo e na Mato-
la), mas o Conselho não fez qual-
quer referência a estas contagens.
O consórcio admite que o
Conselho Constitucional tem o po-
der de alterar editais se, por exem-
plo, encontrar neles erros matemá-
ticos. Mas insistiu que o Conselho
deveria explicar estas decisões.
O Conselho Constitucional
ordenou a repetição das eleições
em todo o município de Mar-
romeu e num número signifi-
cativo de assembleias de voto
em Nacala, Gurué e Milange.
O Mais Integridade questionou
porque é que as eleições deveriam
ser repetidas em Marromeu, mas
não em Maputo ou na Matola “onde
nas no país, com operações tam-
bém no Zimbabué e no Canadá.
NUMSA presta homenagem aos
mineiros tombados
O Sindicato Nacional dos
Metalúrgicos da África do Sul
(NUMSA) transmitiu condolên-
cias às famílias dos 11 mineiros
que morreram tragicamente na
mina Impala Platinum. O porta-
-voz do sindicato, Phakamile
zambeze |3
também foram denunciadas gra-
ves irregularidades que poderiam
ter influenciado os resultados”?
A decisão do Conselho
Constitucional nada disse sobre
quaisquer medidas a serem to-
madas contra os órgãos da ad-
ministração eleitoral envolvidos
na fraude, particularmente em
Marromeu, onde a fraude ocorreu
repetidamente ao longo dos anos.
O Conselho parece satisfeito
em deixar esta questão nas mãos
do Ministério Público. O con-
sórcio concluiu que o Conselho
Constitucional “perdeu a oportu-
nidade de enviar uma mensagem
clara de que não tratará, nem to-
lerará, as graves irregularidades
e crimes ocorridos durante as
eleições autárquicas deste ano”.
Ao não tomar medidas “que
possam ferir certos interesses
político-partidários, particu-
larmente nas grandes cidades
como Maputo e Matola, o Con-
selho Constitucional absteve-se
do seu papel como pilar final
na salvaguarda do nosso Es-
tado democrático de direito”.
Embora tenha condenado
“nos termos mais veementes a for-
ma tendenciosa como o Conselho
Constitucional e a CNE agiram
nestas eleições”, o consórcio ins-
tou os partidos da oposição, parti-
cularmente a Renamo, “a canaliza-
rem os seus protestos num quadro
que garanta a manutenção da con-
córdia e da paz”. (AIM/redacção)
Hlubi-Majola, diz que os minei-
ros que morreram não eram ape-
nas números, mas também chefes
de família. “NUMSA levanta a
sua bandeira vermelha revolucio-
nária para lamentar a perda destes
trabalhadores. Não são apenas
números, são o sustento da famí-
lia e têm famílias que os amam
e dependem deles. Enviamos
nossas mais profundas condo-
lências às suas famílias e amigos
por esta trágica perda de vidas.”
4| zambeze
Filipe Nyusi: “Ninguém
deve ter medo da polícia”
Numa altura em que a Polícia da República de Moçam-
bique (PRM) tem estado debaixo de vários escandalos de
violação de direitos fundamentais, o Presidente da República
e comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS),
Filipe Nyusi, refere que os cidadãos não devem ter medo da
O
polícia porque a sua função é proteger pessoas e bens.
s recentes
aconteci-
mentos no
país, desde
a morte do
músico Azagaia até as manifes-
tações ligadas ao processo elei-
toral no país, mostraram uma
tendência repreensiva da polícia
moçambicana, que culminou
com mortes e ferimentos graves
de cidadãos indefesos. Além
disso, membros da polícia são
condenados em processos judi-
ciais, acusados de raptos e ou-
tros crimes hediondos no país.
Entretanto, ontem, falando
na abertura do XXXIII Conse-
lho Coordenador do Ministério
do Interior, que se realiza sob
o lema: “MINT: Consolidando
estratégias de desenvolvimen-
to institucional e de aprimo-
ramento da segurança interna
face aos desafios da criminali-
dade organizada, com enfoque
nos raptos, terrorismo, seu fi-
nanciamento e branqueamento
de capitais”, Filipe Nyusi su-
blinhou as funções da polícia,
tendo lembrado que deve haver
consciência de que é preciso
estar presente para poder pre-
venir o crime, por isso ninguém
deve ter medo da polícia se
estiver a agir correctamente.
“A polícia está para prote-
ger pessoas e bens. Como que
se protege pessoas e bens? É
estar perto das pessoas, estar
perto dos bens. Então, não te-
nha medo”, sublinhou, tendo
recordado que as competên-
cias da PRM estão previstas
na Constituição, que tam-
bém estabelece os direitos
fundamentais dos cidadãos.
“E tudo isso faz com o
respeito pela Constituição e
pela legalidade. Isso tem de
existir. A última mensagem
que queria dar é exactamente
nesse sentido, que não percam
o foco, respeitem a Constitui-
ção, respeitem as instituições,
respeitem as liberdades do ci-
dadão, mas é preciso estar pre-
sente, é preciso estar presente
para poder proteger”, disse.
Filipe Nyusi pediu ainda
que a PRM garanta o funcio-
namento normal das institui-
ções, mas alertou que o insulto
e a violência não se enquadram
nas liberdades dos cidadãos.
“Naturalmente que não
se aproveita uma coisa para
se chamar liberdade quando
você insulta ou bate numa pes-
soa. É preciso também, com
a vossa missão, contribuir
para o normal funcionamen-
to das instituições”, apelou.
Sem que nunca se referis-
| destaques |
se ao processo eleitoral ou à
intervenção policial, o chefe
de Estado apelou à PRM que
“Continue focada, nada de de-
sanimarem. É que uma força
externa sempre vai vos desani-
mar, externa no sentido negati-
vo. Fiquem focalizados, a sua
tarefa é muito clara. Vocês estão
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
para segurança interna de todas
as pessoas. De todas as pesso-
as, sem crença política, religio-
sa, raça, tribo. Não”, insistiu.
Renamo submete queixas-
crime contra comandante da
polícia
Entretanto, a Renamo
apresentou na segunda-feira
duas queixas-crime contra o
comandante da polícia e con-
tra o presidente da Televisão
de Moçambique, acusando-
-os de uso de força despro-
porcional e de manipulação
da opinião pública durante
as eleições, respectivamente.
“Nós estamos aqui para
submeter uma queixa-crime
contra o comandante-geral da
polícia, Bernardino Rafael,
por todos atropelos à lei, no-
meadamente a violação básica
de direitos humanos”, disse à
comunicação social Venâncio
Mondlane, candidato da Rena-
mo para a cidade de Maputo,
à porta da Procuradoria-Geral
da República, minutos depois
de submeter as queixas-crime.
No ofício, a Resistência
Nacional Moçambicana (Rena-
mo), principal partido de opo-
sição, acusa a polícia moçam-
bicana de violência excessiva
e desproporcional em algumas
escaramuças durante a cam-
panha eleitoral e nas marchas
que o partido organizou para
contestar os resultados das elei-
ções autárquicas de 11 de Ou-
tubro, episódios que, segundo
aquela força política, provo-
caram pelo menos um óbito.
Além do comandante-geral
da polícia, a Renamo subme-
teu uma outra queixa-crime
contra Élio Jonasse, presidente
da Televisão de Moçambique,
acusando o órgão estatal de ter
manipulado a opinião pública.
“A TVM foi anunciando re-
sultados parciais muito antes de
ter sido concluído o apuramento
intermédio nos distritos. Logo,
a TVM usou dados falsos. Pas-
sou informação manipulada e
adulterada para o povo moçam-
bicano. Aquilo é crime”, acres-
centou Venâncio Mondlane.
Além destas duas queixas, a
Renamo promete processar os
directores da Comissão Nacio-
nal de Eleições e do Secretaria-
do Técnico de Administração
Eleitoral, desde os distritos até
ao nível central, bem como os
próprios juízes do Conselho
Constitucional, acusando-os
de terem aprovado resultados
baseados em editais falsos.
“Os acórdãos do Conselho
Constitucional são irrecor-
ríveis, mas os juízes conse-
lheiros são responsabilizados
pelas suas decisões. O Uso de
documentos falsos para tomar
uma decisão pública é cri-
me”, acrescentou o político.
A Renamo promete ain-
da apresentar um recurso
extraordinário para anula-
ção do acórdão do CC que
validou o escrutínio, em-
bora admita que as deci-
sões do CC são inapeláveis.
“Os acórdãos do Conse-
lho Constitucional são irre-
corríveis se eles não colocam
em causa direitos fundamen-
tais. Mas quando os acordos
colocam em causa direitos
fundamentais, há outros que
devem prevalecer sobre este.
Esta é a base da fundamenta-
ção da Renamo para anulação
deste acórdão”, acrescentou.
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
D ouglas M adjila
ANTÓNIO A. CONCEIÇÃO
Acórdão de lixo revela
a Renamo um Partido
partido!
P política na Renamo
erdoai-me os possíveis ofendidos pela designação
categórica atribuída ao acórdão do Conselho
Constitucional, certamente que no meu analfabetismo
jurídico, talvez, nem sequer me apercebesse de
uma referência a certos dados que de um olhar
especialista foi possível verificar que nem designação possuem,
portanto, com esta deficiência, há sim que ouvir e admitir as
conclusões do activista Borges Nhambire, este acórdão deve ser
mesmo um lixo. Para além de Nhambire, o meu título empurra-
me para lembranças peculiares, o tempo em que o político e
académico Edson Macuáua desempenhava as funções de porta-
voz do seu partido e, nos seus também peculiares comentários,
nos variados encontros de embate televisivo com o também porta-
voz da Renamo, seu tio Fernando Mazanga, chegou a afirmar
tão categoricamente quanto Borges Nhambire, em relação ao
acórdão da Lúcia Ribeiro, que a Renamo é um Partido partido.
É sempre muito suspeito ou talvez muito comum que tais
palavras sejam proferidas por um membro da Frelimo em relação
à Renamo, isto é, o comentário de Edson Macuácua não passou
de uma alusão engraçada, porém, vindo de si talvez nem fosse
difícil, não havia, com certeza, razões para tentar encontrar
algum fundamento nestas falas, e nunca foram para além de
um mero ataque partidário daquele sortudo político. É oportuno
salientar que, nessa altura, de facto, a sorte e a ascensão política
circundavam Macuácua, e isso criava muitos debates em torno
da sua pessoa, fossem tais bons, maus ou justos, mas dentre
tantos importa também lembrar que há quem o considerava
um político estagiário, isso para justificar que não teriam de
maneira alguma as suas palavras contra a Renamo algum direito
de análise despida de cores e consideração merecida, este era
um político papagaio garantido alguns grãos da maçaroca,
mas mais uma vez o tempo nos prova o quão é precioso.
Diante dos impactos do acórdão de 24 de Novembro último,
emitido pelo Conselho Constitucional, um acórdão de lixo,
segundo Nhambire, parece que fazem todo sentido as palavras
de Macuácua, aliás os membros da Renamo demonstram-nos
isso hoje. A Frelimo, a ter orientado Lúcia Ribeiro a seu favor,
com certeza não imaginou que tal cajadada atingiria mais alvos,
um dentre estes lhe caiu de bónus, ou melhor, pela consequência
de partidos que a Renamo se revela. Pois, vejamos, se a Frelimo
pretendia apaziguar os ânimos que domavam a Renamo por ter de
ficar sem um município sequer, dando-a algumas autarquias, essa
mesma cajadada serviu para desfazer a Renamo em hasta pública,
separando seus pilares e ainda conseguiu um empate, aquilo que
nos últimos tempos dividia a Frelimo pela sucessão, divide agora
a Renamo por nada, o tribalismo ou regionalismo, sendo que
na Renamo esse facto é ainda pior, visto que nem existem alas
regionais ou tribais, a verdade é que cada indivíduo é uma perdiz
em defesa de si próprio, portanto, são tantas Renamos que não
perfazem nenhuma coesão, aliás, lembrar que Manuel de Araújo,
por exemplo, não concorda com Borges Nhambire e Venâncio
Mondlane concorda em pleno! Lamentavelmente, a Renamo é
uma anedota e o povo é que perde com essa forma de fazer política.
| opinião | zambeze |5
Editorial
Camuflagem
C
olocando um olhar desarmado facilmente é possível chegar
a uma conclusão. A esta altura, a Renamo é um partido
político dividido em dois eixos: a Renamo de Ossufo
Mamade, por um lado e, por outro, há uma outra Renamo
de Venâncio Mondlane e Manuel de Araújo, que, na
verdade, estes últimos são dois intrusos, que vão em contra-mão da Renamo
original, conformada em ser eterno maior partido da oposição no país.
O silêncio dos Renamistas, que deviam ser de primeira linha face aos
resultados eleitorais que foram validadas na última semana pelo Conselho
Constitucional, mostra um pouco do que em círculos de opinião pública dos
que pensa fora da caixa era expectável. Os gurus da Renamo não passam de
indivíduos que estão preocupados apenas em seu bem-estar. Basta que os
recursos económicos cheguem às suas contas, o resto não interessa mais.
Não resta muitas dúvidas de que as eleições autárquicas, pelo menos nas
cidades de Maputo e Matola, foram ganhas pela Renamo, mas a Frelimo,
com apoio dos seus órgãos de avanço, designadamente Comissão
nacional de Eleições (CNE), Secretariado técnico da administração
eleitoral (STAE) e a Polícia da República de Moçambique, adulterou.
Mesmo diante a evidências flagrantes os gurus da Renamo simplesmente
ficaram num silêncio ensurdecedor. Uma e outra vez apareceu o presidente
Ossufo Momade com discursos descontextualizados e fora de tempo a
tentar dar ideia de que a Renamo iria até as última para exigir a reposição
da verdade eleitoral, mas isso não passou de conversa para boi dormir.
Pelo contrário, Venâncio Mondlane foi a luta desde o primeiro minuto.
Carregou nas costas todo partido a nível da capital moçambicana, saindo
à rua com milhares de apoiantes para contestar as falcatruas eleitorais. Foi
graças a sua força e vontade que milhares de pessoas, mesmo aqueles que
não votaram na Perdiz perceberam no buraco em que o país estava metido.
Em Quelimane, Manuel de Araújo fez o mesmo e um pouco mais.
Foi as ruas com o seu eleitorado. Veio a capital do país pressionar os
embaixadores para tomarem alguma posição. Alias, até ao estrangeiro
foi buscar vozes para lutarem contra a roubalheira da Frelimo nas
eleições autárquicas. Felizmente, Araújo conseguiu recuperar o seu
lugar em Quelimane. E os Muchangas desta vida, por onde andam? Faz
tanto barulho na assembleia da Republica, mas quando são eleições…
nada! É a segunda vez que é roubado na Matola, mas ainda continua
confinado sem fazer nada de concreto para defender o voto que milhares
de pessoas depositaram em si e na Renamo na Matola. A única coisa
que conseguiu, estranhamente, foi apelar aos eleitores que fossem para
casa e deixarem de se manifestar. Estranho! Ou talvez não, deve estar
confortável com os balúrdios que recebe na Assembleia da República,
e quanto às aspirações dos eleitores não fazem nenhum sentido.
A pergunta cuja resposta vale um milhão de dólares é por que razão
o presidente da Renamo e outros graúdos da Renamo nunca se fizeram
às ruas para manifestar contra os resultados eleitorais? Não estará
confortável com os loiros que recebe da Frelimo? A revolução não é
feita nos gabinetes. A impressão que fica é que Venâncio Mondlane e
Manuel de Araújo são capim que cresce sozinho e deve ser arrancado.
6| zambeze | opinião | Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023

RANDULANI rosariogwambe@gmail.com

Os pais pecam, os filhos pagam, a sociedade se

corrompe e os pais não se redimem para salvar
a grande família (Concl.)

R
edimir-se é males contrários à civilização. acima de tudo ser sensível e da natureza pré-histórica, de difícil tránsito, convencemo-
o mais nobre Portanto, não se pode admirar tolerante com os problemas dos selvagem, aonde só têm direito nos que andamos, mas logo
sentimento e nem se deve obrigar as pessoas outros, porque todos nós, em à vida os fortes, os espertos, percebemos que regredimos.
sentido de ser a amarem, a se curvareme última instância,somosoutros, astutos e manhosos e todos os Quase cinquenta anos de
e estar de todo a venerarem os imerecidos, porque, se não fóssemos, resignados convictos, aqueles autodeterminação e ainda nos
aquele ser humano que se porque quem merece amor não se estaria hoje a que acreditam nos grandinhos debatemos com problemas de
esforça em alcançar os níveis e exaltação é sublimado por lamentarpor não reconhecer Deuses da terra, merecedores simples reconher e exaltar os
de civilização sem os quais todas as formas de louvores e exaltar este ou aquele. de veneras e hozanas e merecidos, isso é problama
todos esses seres humanos sem qualquer pressão. Como Há muito que se fez de fartura e faustuosidade. dos outros e não dos que estão
arriscam-se a serem esquecidos referi no artigo anterior, o errado, de incompreensível, A religião e todos os livros sendo acusados. Continuarmos
para sempre e nunca serem mundo sabe de tantos ídolos de condenável e repugnante sagrados são a grande fonte neste ciclo de falsidades, de
lembrados, serão como forjados, vendidos ao consumo em todo o processo de luta da humanidade, da civilização jogo de batota e esperteza, um
animais, selvagens, sobretudo, público e popular para e de cosntrução deste país e desta espécie, e a teoria dia perceberemos aquilo que
que só servem e interessam imortalização, mas, porque estado, mas, infelizmente, política clássica transborda aconteceu com figuras como a
quando vivos e quando o tempo é o maior e melhor ninguém se digna reconhecer saberes nobres desta mesma de Vladimir Lenine que, sei lá
tornados carne saborosa, e juiz, até os chifres do coelho e e redimir-se, todos preferem humanidade, todavia ao como, se apartou dos corações
depois nunca ninguém fala as asas do porco não tardaram fazer acreditar que o mal, que homem interessa viver da e das almas dos soviéticos
mais deles. Conhecemos em desapegar-se e cairam do a justiça injusta, que o hediondo sua própria lei e condenar as ou foi arrancado deles. Por
muitos personagens que vivem mesmo jeito que tombaram podem ser recorridos sempre comunidades, os países, as isso sejamos mais humanos,
nas memórias colectivas de também os falsos olho vivo e que estiver em causa uma regiões, os continentes e o respeitando-nos uns aos outrso
todos nós, no mundo, no o encubador da ténia armada. vontade pessoal, particular, mundo todo a intermináveis sem olharmos a quem, porque
continente, na região, no país, Como está dito acima, grupal e ideológica, mas isto problemas, ódios, rancores, só assim seremos respeitados,
na comunidade e na família; os nossos pecados sempre é um estágio muito afastado conflitos, guerras e ausência admirados e exaltados, uma
todos sabemos por que não nos nos perseguem até a quinta, da civilização, porque muitas do bem, da paz que faz falta a vez que um simples apelo
esquecemos deles e por que sexta, sétima, oitava, nona e vidas que poderiam ter sido todos, porque se tal não fosse para o respeito deste ou
sempre nos lembramos deles; décima gerações enquanto não úteis, no mínimo para as suas bom e agradável não oviríamos daquele nunca valerá em nada.
eles praticaram actos valerosos reconhecermos os nossos erros famílias, vizinhos, igrejas e os clamores que ouvimos. A Sejamos útei e prestativos
para os outros sem precondições e pecados e enquanto não nos comunidades, foram apagadas. paz do meu próximo é a minha uns para com os outros e nos
e sem contrpartidas, apenas redimir de todos esses fardos. A Aliás, em toda a teoria da vida, também, da mesma maneira abstenhamos de criar dor e
pelo imensurável sentimento civilização e ser civilizado não ninguém tem a prerrogativa de que a minha aflição é a aflição sofrimento uns para com os
do bem, de compaixão está na beleza das palavras, na tirar a vida ninguém, porque do meu próximo, porque não outros para definitivamente
e de amor ao próximo. De coerência discursiva, no luzir a vida nos foi dada a todos é possível alguém confortar- nos reconciliarmos com a
acordo com todas as teorias das vestes, na sumptuosidade de graça e a perderemos se com o dano do próximo nossa história e criarmos
conhecidas, todo aquele que dos palácios nem nos galardões pela mesma força que nos ou é engano profundo. o desenvolvimento que
pratica o bem incondicional, académico-forenses, técnico- deu. Toda a justificação que Portanto, vivemos nos já tarda e, se porventura
que renuncia a sua própria vida, profissionais, do exército, procura fundamentar o direito enganando todo este tempo há, cria dor, frustração
os seus interesses pessoais e clericaise tantos outros, a do homem matar outro homem e, por conseguinte, pagamos e incertezas para muitos
particulares em favor da vida civilização reside nos actos de não passa de um acto institivo o alto preço de toda esta que se vêem afundando
e dos interesses dos outros, ser humilde consigo próprio de natureza puramente animal, falsidade. Arrastamos a nossa cada dia mais por verem
esse aceitou a redenção, isto e sobretudo com os outros, que só o afasta cada vez mais herança colectiva por caminhos os outros galopando na
é, libertou-se de todos os com o ser sincero e propo, e da civilização e o aproxima assombrosos, terríveis e de fartura, no luxo e no prestígio.

zambezE
FICHA TÉCNICA

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Conselho de Administração Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá, egidioplacidocossa@gmail.com
Arminda Janfar Francisco Rodolfo, Douglas Madjila, Randulani Impressão: Sociedade do Notícias S.A
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
Almadina
O NIFÁQ (hipocrisia) II
H
oje em dia, o
mal de muitos é
precisamente o
de dizer que são
muçulmanos,
mas infelizmente os seus
actos envergonham até
mesmo os não-muçulmanos,
seja isto a nível individual,
colectivo, governamental, etc.
Há quem publicamente recita o
“Kalimah” (Testemunho de Fé),
mas não vive em conformidade
com as exigências desse
testemunho. Muitos, apesar
de reconhecerem o Criador
de tudo e de todos, não Lhe
obedecem. Pelo contrário
mentem, consomem bebidas
alcoólicas, cometem adultério,
não observam nem o Swalát,
nem o Jejum do Ramadhaan,
e nem o pagamento do Zakát.
Dizem acreditar no Profeta
(S.A.W.) mas não seguem os seus
ensinamentos. Dizem acreditar
no Qur ’án como Escritura
Divina, mas não creêm na
íntegra no que nele está escrito.
A hipocrisia não se restringe
aos assuntos religiosos, pois
faz-se presente também nas
outras vertentes da vida.
Há os que não sendo hipócritas
no aspecto religioso, são-no na
componente social, pois ordenam
aos outros o bem, mas não o
praticam. Dizem aos seus filhos
para não mentirem, mas eles
próprios mentem na sua frente.
Dizem condenar a corrupção,
mas eles próprios são corruptos.
Ordenam aos outros a serem
bondosos para com os pais, mas
eles próprios maltratam-nos.
Ordenam que outros ajudem os
necessitados, mas eles próprios
são tão sovinas que não dão
aos pobres um centavo sequer.
Na prática a hipocrisia tornou-
se parte do comportamento social
do Homem. Aliás, tornou-se uma
Comercial
ANUNCIE NO
ZAMBEZE
Sheikh Aminuddin Mohamad
cultura, já que infiltrada no
nosso quotidiano. Por todos os
lados, seja entre pai e filho, entre
cônjuges, entre aluno e professor,
entre patrão e empregado, entre
governante e governado, entre
organizações internacionais,
durante campanhas eleitorais
em eleições enfim, por todos
os lados só se vê hipocrisia.
Inacreditável, mas também
encontramos pelo Mundo
fora, altas figuras públicas e
até mesmo eminentes ãlimos
(teólogos) que não hesitam em
se desmarcar da justiça e da
verdade, não se abstêm de se
alinhar contra os oprimidos e
injustiçados, tudo apenas para
agradar alguns governos do dia,
pois para eles o mais importante
é ficar bem na fotografia.
E a contradição entre a acção
e a palavra é dos motivos
que provocam a ira divina.
Não obstante o nifáq prático
não tirar a pessoa do Islam, pode
trazer graves consequências
aos que o praticam, pois os
hipócritas são das piores pessoas
em qualquer sociedade, já que
não são, nem verdadeiros
amigos, nem inimigos aparentes.
Aproveitam-se da companhia
dos crentes e ao mesmo tempo
querem isentar-se da censura dos
descrentes, mas as suas acções
são piores que as dos descrentes.
A hipocrisia é tão detestada
por Deus ao ponto de Ele
dizer, conforme consta no
Qur’án, Cap. 4, Vers. 145, que:
“Os munáfiqs (hipócritas)
ocuparão o patamar mais baixo
do Djahannam (Inferno)”.
No início do Suratul Al-
Baqarah (Cap. 2) Deus fala-
nos dos descrentes e idólatras
em 4 (quatro) versículos,
mas já sobre os hipócritas
a sua menção estende-se
por 13 (treze) versículos!
| opinião |
O hipócrita tem por hábito
o alarde na maior parte das
suas acções. Consta no Qur’án,
Cap. 4, Vers. 142 – 143:
“Certamente, (pela sua
estupidez) os hipócritas pensam
que enganam a Deus, quando
Ele é que os engana; E quando
se levantam para o Swalát,
levantam-se com preguiça para
serem vistos pelas pessoas, e
não se recordam de Deus senão
pouco. Estão indecisos entre
os dois grupos (i.é, crentes
e descrentes); Não estão
inteiramente nem com estes,
nem com aqueles; E a quem
Deus desencaminha (por assim
o merecer) jamais encontrará
caminho (de salvação) para ele)”.
E consta na Bíblia: “Quando
orardes, não sejais como os
hipócritas, que gostam de rezar
de pé nas sinagogas e nos cantos
da rua, para serem vistos pelos
Homens.” (S. Mateus 6 - 5 - 6)
Um outro dos seus sinais é
serem oportunistas e querem
tirar proveito, estando sempre
à espera de prejudicar os
muçulmanos, e se algum bem
atinge estes, dizem: “Não
estávamos nós convosco”?
Mas se qualquer mal atinge os
muçulmanos, de imediato saltam
para o lado dos descrentes.
Para esconderem a sua
mentira, por tudo e por nada
juram, assim como consta no
Qur’na, Cap. 2, Veds. 204:
“E entre as pessoas, há quem
cuja conversa acerca da vida
mundana te impressiona e
(até) invoca Deus como
testemunha acerca do que há
no seu coração, quando é o
pior dos seus adversários.”
Eles são solidários
entre si, assim como consta
no Qur’án, Cap. 9, Vers. 67:
“Os hipócritas e as hipócritas
são (na descrença) iguais uns
Departamento Comercial
Contactos: (+258) 82 307 3450
847710584 ou 825924246
E-mail: zambeze.comercial@gmail.com
aos outros. Ordenam o mal,
proíbem o bem e mantêm
fechadas suas mãos (i.é., não
gastam no caminho de Deus);
Esqueceram-se de Deus, e então
(Ele também os abandonou) e se
esqueceu deles. Certamente, os
hipócritas é que são pecadores”.
Em qualquer sociedade
os hipócritas são as piores
pessoas, pois eles não são
verdadeiros amigos, e
nem inimigos aparentes.
Pessoas comuns acham
ingenuamente que os hipócritas
estão ocupados na reforma
da sociedade e na propagação
do Ilm (conhecimento),
quando na verdade a sua
acção se centra na propagação
do mal e da corrupção.
E é através dessas
conspirações que eles suscitam
dúvidas nos corações dos
crentes acerca dos princípios
do Isslam, assim como consta
no Qur’án, Cap. 2, Vers. 11 - 12.
“E quando lhes é dito: “não
promovais desordem na Terra”,
respondem: nós somos apenas
reformadores (i.é. promotores
da paz). Sabei que, certamente
eles é que são os desordeiros,
mas não se apercebem”.
E diz no Cap. 61, Vers. 8:
“Desejam com suas bocas
apagar a luz de Deus, mas Deus
fará completar sua luz, ainda
que os descrentes o detestem”.
E quem se deixa levar na sua
conversa acaba desviando-se.
Muita gente não se apercebe
do mal que eles transportam,
já que têm duas faces, lidando
com os muçulmanos com uma
face, enquanto com outra
lidam com os descrentes.
Têm duas línguas, enganando
os muçulmanos com uma,
enquanto com outra revelam os
seus ideais em sessões especiais.
A hipocrisia é uma doença
zambeze |7
interna tão perigosa, que a
pessoa não a sente, mesmo
estando afectada por ela. E
muitas vezes a pessoa afectada
deixa-se cair na ilusão de que
está a ser reformadora, quando
na verdade é corrupta, já que
vive à base da mentira e traição,
sempre na tentativa de em
simultâneo agradar aos crentes
e aos descrentes por forma a estar
bem com ambos, conforme consta
no Cap. 2, Vers. 9 do Qur’án:
“Pensam que estão a enganar
a Deus e aos crentes, embora
não enganam senão a si
próprios, e não se apercebem”.
E no mesmo capítulo,
no versículo 10, Deus
fala dos seus corações:
“Em seus corações há uma
doença (hipocrisia); E Deus
aumentou-lhes a doença; E para
eles há um castigo doloroso pelo
que mentiam (habitualmente)”.
Referindo-se-lhes Deus fala
no Qur’án no Cap. 2 Vers. 14
– 16 - 17 da seguinte forma:
“E quando encontram os
crentes dizem: “cremos”, mas
quando estão a sós perante
os seus shaitánes (i.é, líderes
descrentes) dizem: certamente
nós estamos convosco
(quando mostramos que
estamos com os muçulmanos);
nós só esta m o s g o z a n d o .
Esses são os que compraram
a perdição com a orientação,
mas não lucraram em seu
comércio e nem foram guiados”.
Seu exemplo assemelha-
se àquele que acendeu fogo,
mas quando se iluminou o
que havia à sua volta, Deus
apagou a sua luz e deixou-o
nas trevas, não podendo ver”.
É importante que cada um de
nós de forma constante faça uma
auto-análise para se aperceber
se tem dentro de si há alguma
das qualidades do hipócrita.
8| zambeze
C assamo L alá *
Insensibilidade com traumas
rodoviários no nosso país
D
evíamos todos
encarar a
sinistralidade
rodoviária
como uma
doença. Assim, reagiríamos da
mesma forma como se reage
na medicina. Na verdade, se
pensarmos bem, o fenómeno
dos acidentes nas nossas
estradas faz adoecer, mata ou
manifesta sintomas, tal como
uma qualquer doença humana.
Usando uma linguagem
da medicina podia
c o l o c a r d u a s p e rg u n t a s :
1ª – A sinistralidade rodoviária
é acidental ou é um fenómeno
de natureza epidémica?
É que ela se manifesta e se
espalha de forma contagiante
como qualquer epidemia.
2ª- As patologias de um trauma
rodoviário são ou não equiparáveis
ao trauma e stress em situação de
guerra? É que na sinistralidade
rodoviária, tal como na medicina
estudam-se as origens, os
sintomas ou sinais de riscos.
A saúde, se não cuidarmos
José Matlhombe
S obre o A mbiente R odoviário
dela de forma preventiva, podem
surgir sintomas de doença
que conduzem as pessoas aos
hospitais para depois serem
tratadas. Acontece, da mesma
forma, com a segurança
rodoviária. Se não tomarmos
medidas preventivas corremos o
risco de nos vermos envolvidos
em acidentes, surgindo doenças
provocadas pelos ferimentos
que nos podem conduzir até a
morte. Os acidentes rodoviários
provocam traumas físicos e
psicológicos, aos outros e a nós,
que nos podem acompanhar
ao longo da vida, provocando-
nos um mau estar incessante.
O que é que pretendo, ao fazer
este tipo de introdução ao tema
desta semana, socorrendo-me
aos exemplos da medicina?
Tenciono sensibilizar todos os
cidadãos, sem excepção, de que
temos de cuidar da insegurança
rodoviária com a mesma
importância que damos ànossa
saúde. Se não tomarmos medidas
de prevenção, como na medicina
se faz, quando se ministram
| opinião |
vacinas ou quando os médicos
mandam fazer um “checkup”
geral, estamos sujeitos a que,
quando menos se espera,vermo-
nos envolvidos em riscos e
traumas na nossa vida. Portanto,
devemos desenvolver a cultura
de realizar estudos, sobre riscos
e traumas rodoviários, usando
diversas áreas de especialização
técnica e científica, isto é, seja
das ciências sociais, criminais,
de saúde, de engenharia, entre
outros, relacionados com
o transporte e mobilidade
humanas. No nosso país, este
tipo de estudos é praticamente
nulo, só nos limitamos a fazer
inquéritos quando um acidente
catastrófico ocorre numa estrada.
Mesmo estes limitados estudos e
respectivos resultados, como já o
dissemos, são pouco revelados.
Até entre os especialistas, a
difusão é casuística. Tem sido
poresta razão que, de acidente
em acidente e de recomendações
em recomendações,nada
fazemos para tomar medidas
para estancar as causas dos
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
acidentes rodoviários. Deveria
ser no confronto dos resultados
dos estudos ou investigações
interdisciplinares dos acidentes, e
de outros fenómenos rodoviários,
que conseguiríamos encontrar
respostas adequadas e mais
abrangentes na luta contra esta
doença que paira no nosso
ambiente rodoviário. É tempo de
os nossos governantes, dirigentes
e sociedade civil, com ajuda
das rádios, das televisões e
dos debates públicos, fazerem
a difusão dos resultados dos
acidentes e de outros estudos
de modo a sensibilizar e
captar o interesse do público.
Continuo a não entender
porque razão só se promovem
debates públicos, por exemplo,
sobre tecnologias, sobre assuntos
agrários ou climatéricos, e não
se faz o mesmo com assuntos da
sinistralidade rodoviária. Temos,
de igual forma, de convidar
“palestrantes” nacionais e
estrangeiros, especialistas das
diversas matérias relacionadas
com a segurança rodoviária
para promover debates
públicos alargados e cruzados
abordando causas, morfologias
e impactos que a sinistralidade
rodoviária tem sobre a
sociedade moçambicana. É
desta forma que poderemos
vir a estar minimamente
preparados, entendendo melhor
os fenómenos rodoviários para
poder encontrar soluções de
trabalho interdisciplinar para se
agir no terreno em tempo útil.
Te n h o a n o ç ã o d e q u e
quando abordo estes temas da
segurança rodoviária, de forma
diversificada, na maior parte das
vezes em que o faço, devo estar
a pregar no deserto, mas tento
fazer a minha parte na esperança
de que, algum dia, outras pessoas
fiquem sensibilizadas com
estes assuntos da sinistralidade
rodoviária que têm a ver com
a saúde e segurança públicas.
Por: Cassamo Lalá –
DIRECTOR DA ESCOLA
DE CONDUÇÃO
INTERNACIONAL
Zoom
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
Realidade académica do V Simpósio de Gestão e Economia
RIAL: cara da lusofonia
a olhar para o mundo
A
Rede Internacional da Academia
Lusófona (RIAL) teve o seu parto
no dia 30 de Novembro corrente,
aquando da realização da Assembleia-
Geral, ora designada Conselho de
Representantes. O acto foi testemunhado em Maputo,
Moçambique, nas instalações da Universidade
Técnica Diogo Eugénio Guilande (UTDEG) e
significou a extinção da Comissão Instaladora liderada
pelos Doutores João Samartinho e Rodrigues Fazendo,
Reitor e Director-Geral do Instituto Politécnico
de Santarém e Instituto Superior de Formação,
| Suplemento |
Investigação e Ciência (ISFIC), respectivamente,
que durante os últimos dois anos esteve à frente dos
destinos desta agremiação académica. O Professor
Doutor João Moutão, Presidente do Instituto Superior
Politécnico de Santarém, foi indicado primeiro
presidente eleito da RIAL, tendo, no dia da tomada
de posse, e dando ênfase aos desígnios da Rede,
sublinhado (fica para a história) o seguinte:”Fernando
Pessoa, poeta luso, dizia que Portugal era a cara da
Europa a olhar para o mundo, assim, roubando este seu
sentido, podemos afirmar, sem evasivas, que a RIAL é
a cara da lusofonia a olhar para o mundo. Isto porque
zambeze |9
simboliza o en(ree)ncontro de povos de diferentes
continentes, possibilitando o enquadramento
académico científico, entrelaçando o princípio de que
juntos irão mais longe, pois, como diz a dra Arminda
Janfar do ISFIC, no seu discurso, nunca estamos
sozinhos, elemento que nos ajuda a fortalecer a nossa
relação, levando a ciência aos docentes, estudantes
e CTAs, e quem sabe estender os tentáculos para
além da economia e gestão, de modo que toda
esta sabedoria, humanismo, cultura, tolerância e
fraternidade possam, a partir desta REDE, continuar
e se transferir para as nossas comunidades”.
10 | zambeze |Suplemento| Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023

Comissão Instaladora na hora do desemprego

O
s Doutores João Samartinho e Rodri-
gues Fazenda, membros da comis-
são instaladora da Rede Internacio-
nal da Academia Lusófona (RIAL),
que esteve operacional durante os
últimos dois anos, passaram o testemunho à nova di-
recção eleita, acto acontecido em Assembleia-Geral
realizada no dia 20 de Novembro, nas instalações da
Universidade Diogo Eugénio Guilande, em Maputo,
Matola. Esta cerimónia singela marcou o início de uma
nova vida da congregação, com a indicação dos novos
corpos sociais. Na hora da entrega das pastas, e em
representação dos restantes membros da Rede, estes
foram unânimes em sublinhar a confiança que depo-
sitavam na nova equipa no seu mandato de dois anos.
Na ocasião, e em jeito de gozo (como lhe é caracte-
rístico), o Dr. Rodrigues Fazenda, director do ISFIC,
dizia que “chegou a hora do nosso desemprego”. Claro
que era apenas uma brincadeira de bom gosto, porque,
afinal, a REDE, ela de per si, actua em comunhão, pois
apesar de terminarem os mandatos, as obrigações, ac-
tos e procedimentos dos seus constituintes continuam.
Surgimento da RIAL
Tudo aconteceu no último dia do III Simpósio de
Economia e Gestão da Lusofonia 2022, que decorreu
no Instituto Politécnico de Santarém, de 15 a 17 de
Novembro, onde Reitores, Presidentes, Diretores-
-Gerais e Administradores das instituições de ensino
superior e centros de investigação já integrados na
rede manifestaram a intenção de serem membros
fundadores da Rede Internacional Académica da
Lusofonia (RIAL) com sede em Santarém, Por-
tugal. As entidades signatárias da Carta de Com-
promisso para a criação da Rede RIAL são oriun-
das de cinco países: Angola, Brasil, Cabo Verde,
Moçambique e Portugal, sendo vinte as institui-
ções de ensino superior / centros de investigação
integrantes. Estas instituições garantem um es-
paço de actuação intercontinental, multicultural,
colaborativo, inovador e criativo, de investigação
e desenvolvimento em múltiplos domínios cien-
tíficos da investigação, onde actuam milhares de
investigadores e centenas de milhares de alunos.
Rodrigues Fazenda, Director-Geral do ISFIC,
na altura, dizia que estabelecer a sede em Portugal
foi uma decisão acertada, “porque vai poder permi-
tir que por intermédio da sua localização possamos
concorrer, por exemplo, para conseguir fundos euro-
peus e internacionais, capazes de apoiar na investiga-
ção e na mobilidade pretendida, daí a importância da
sua criação no fomento da internacionalização, e no
apoio a diversos níveis no crescimento das instituições
membro, com ênfase na grande interacção entre os in-
vestigadores e as suas comunicações científicas, “no
sentido de passarmos a conhecer certas realidades”.

Testemunho em boas mãos

Na hora do desemprego, o Dr. Fazen-
da agradece todo o apoio dos membros
da RIAL durante a vigência da comissão
instaladora. “Foram momentos inolvidá-
veis, trabalhamos muito no sentido de
garantir que a RIAL fosse uma realidade
para aquilo que são os seus desígnios nas
áreas da investigação científica, mobili-
dade e outros projectos afins. Neste mo-
mento, e a título de exemplo, podemos
dizer que temos alguns docentes ango-
lanos de faculdades integrantes da Rede
em processo de formação online com
docentes do ISFIC. São estes marcos que
queremos que sejam seguidos e estamos
certos que a nova direcção vai dar azo
a estes propósitos, valorizando e inten-
sificando o intercâmbio na lusofonia”.
Refere que em termos de publi-
cações científicas “estamos ainda na
cauda, mas com a dinâmica da Rede
vamos passar a outros patamares”. Fa-
zenda salienta a ideia de que simpósio
após simpósio o entrosamento entre os
membros vai evoluindo, aponta o sur-
gimento das revistas científicas Kimpa-
vita e ALBA, assumindo que próximo
ano surgirão novas edições de outras
instituições. Aborda a formação quali-
tativa e quantitativa de investigadores,
realçando que “os resultados são por
demais palpáveis, e neste simpósio ti-
vemos um total de 135 comunicações,
sendo 80 de Moçambique, 40 de An-
gola, 7 de Portugal e outras tantas do
Brasil. Tenho a certeza que vamos cres-
cer juntos, e devo agradecer a amabili-
dade vivida por estes dias, valorizar a
seriedade e incentivar para que acelere
a investigação e publicação de artigos”.

Criamos bases para dar consistência ao legado

O Dr. João Samartinho, Pro-presi-
dente para área de internacionalização
e cooperação no Instituto de Santa-
rem, também um dos desempregados,
em nome da delegação, agradeceu a
presença de todos, saudou a UTDEG
pela recepção da Assembleia-Geral e
desejou sucessos para a nova vida da
RIAL, que, sintetizando, diz constituir
uma mais-valia na valorização cientí-
fica e na dinamização das relações na
rede lusófona. “Primeiro, como ex-
-membro da comissão instaladora, vai
o meu apreço pelo estímulo e incenti-
vos que nos foram sendo reservados
por todos os membros ao longo da
peleja de dois anos, que se consubs-
tanciavam na elaboração dos estatutos,
regulamentos, calendários, e na orga-
nização de todo o processo para que
nascesse a RIAL, e numa perspectiva
de futuro criando bases para que o le-
gado estivesse bem encaminhado”.
Com a dinâmica da REDE, Sa-
martinho evidencia a qualidade das
investigações científicas, destaca o
interesse de novos ingressos de ins-
titutos e universidades oriundas de
Angola, Moçambique, São Tomé e
Príncipe, Cabo Verde, Brasil e Por-
tugal, “e isto é bastante significativo
porque reforça a parceria e conjuga
horizontes da empregabilidade e do
empreendedorismo, solidificando o
mercado de trabalho, ensino de par-
cerias, identificando áreas em busca
de soluções, rezando a globalização”.
Finalizando, reafirma: “agrade-
cemos a gentileza com a qual nos
receberam. Somos bastante sentidos
por este amparo académico que se
enquadra no espírito e letra da RIAL,
queremos desde já reafirmar a nossa
total disponibilidade e vontade de co-
operar com a nova direcção, sabendo
que hoje as universidades são o princi-
pal garante da interacção com o tecido
económico e social, em articulação
com a estratégia de especialização
inteligente. O nosso muito obrigado!
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023 |Suplemento| zambeze | 11

Milhões de académicos, uma só

força, RIAL uniii...da, vamos vencer!

O
Professor Doutor
João Moutão, Pre-
sidente do Politéc-
nico de Santarém,
o novo Presidente
da RIAl, destacou a importância desta
REDE como sendo uma plataforma de
aproximação de instituições do ensino
superior da lusofonia. Realiza que a
RIAL é uma certeza para o amanhã, daí
que seja necessário consolidar os seus
órgãos sociais eleitos e assumir esta re-
alidade como espaço de partilha, onde
se cruzam instituições, fortalecendo os
seus colaboradores e construindo va-
riados projectos para sustentar a mobi-
lidade, um dos pressupostos da RIAL.
Distingue que o propósito deste
primeiro mandato está centrado em
construir um novo dia, que se circuns-
creve em valorizar esta rede todos os
momentos. Em jeito de remate, diz
que “Fernando Pessoa, poeta luso, di-
zia que Portugal era a cara da Europa
a olhar para o mundo, assim, rouban-
do este seu sentido, podemos afirmar,
sem evasivas, que a RIAL é a cara da
lusofonia a olhar para o mundo. Isto
porque, simboliza o en(ree)ncontro de
povos de diferentes continentes, pos-
sibilitando o enquadramento acadé-
mico científico, entrelaçando o prin-
cípio de que juntos irão mais longe,
pois, como diz a dra Arminda Janfar,
do ISFIC, no seu discurso, nunca es-
tamos sozinhos, elemento que nos
ajuda a fortalecer a nossa relação,
levando a ciência aos docentes, estu-
dantes e CTAs, e quem sabe estender
os tentáculos para além da economia
e gestão, de modo que toda esta sa-
bedoria, humanismo, cultura, tole-
rância e fraternidade possam, a partir
desta REDE, continuar e se trans-
ferir para as nossas comunidades”.
Avança que o plano de acção nes-
tes próximos dois anos de mandato
recai sobre a imperatividade de dar
continuidade ao trabalho desenvolvi-
do pela comissão instaladora, “que é,
sem sombra de dúvida, uma luz para
avançarmos, e sendo a RIAL uma
agremiação generalizada que envolve
a todos, a responsabilidade é de todos
em uníssono, suportados por este ins-
trumento valiosíssimo que é a língua
portuguesa, para acomodar as nossas
academias e as comunidades que ser-
vem, proporcionando um vasto con-
junto de oportunidades para a coopera-
ção e desenvolvimento de formações e
projectos de investigação conjuntos”.

Membros honorários Mesa dos Representantes

Dr. Rodrigues Fazenda Dra. Arminda Janfar (Presidente)

Prof.Dr. Brazão Mazula Conselho Fiscal
Dr. João samartinho Dr.Alfeu Vilanculos (Presidente)
Dr. Rogério Fernandes
Conselho Juridiscional
Dr. Antonio Chipanga (Presidente)

Secretário Executivo
Dr. João Samartinho

Tesoureiro
Dr. Rogério Fernandes
12 | zambeze
Cerimónia de Abertura do V Simpósio da Lusofonia
Aula de Sapiência proferida pelo
Professor Doutor Francisco Maússe
P
ermitam-me, em nome pessoal, louvar o
idioma de Luís de Camões, cujos tentá-
culos se estenderam às suas ex-provín-
cias de Portugal, que hoje se reconhe-
cem como irmãos e Estados unidos pela
língua portuguesa. São povos que viram seus genes dis-
persos pelas viagens das províncias e pelas províncias
de Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo
Verde para o Brasil ou Portugal e vice-versa, de forma
aleatória. Alguns destes genes viajaram para nunca vol-
tarem ao convívio com aqueles que lhes viram partir.
Era um imperativo forçado pela moda e alternativa
rumo à resiliência de um Estado português sólido, porém
geograficamente fragmentado. Este mosaico de genes
sem fronteiras comuns, ligados pelo idioma de Camões,
mostra-nos, hoje, que foi um bem que veio por mal, pois
envolveu sacrifício das ex-províncias portuguesas.
Os genes outrora partilhados são hoje a génese
do potencial intelectual da lusofonia. São os genes
viajantes, porém alguns já recombinados, que vol-
tam às suas origens ou que visitam. Permitam-me
dar as boas vindas, e como se tem dito, os bons fi-
lhos sempre voltam a casa, e este evento constitui a
prova do reconhecimento das origens e irmandade.
A geração presente transformou a dispersão de
genes de séculos passados em oportunidades para
enaltecer melhor a aplicação de avanços científicos,
investigação e inovação em prol do desenvolvimen-
to sustentável de forma compensatória. Trata-se de
um processo histórico por considerar, pelo que pede
uma salva de palmas pela união. Este evento tem o
seguinte lema: por um ensino superior integrado,
inovador e orientado para o desenvolvimento das
comunidades. Felicito a esta congregação pela op-
ção consensual do lema, pois está enquadrado na
visão e modalidades actuais de transmissão de co-
nhecimento global aos estudantes, como pacote dinâ-
mico, intelectual, físico, cultural, social e emocional.
| Suplemento|
É um espaço de comunicação académica, onde os
estudantes ganham novas habilidades e competên-
cias profissionais necessários para a vida do dia-a-dia.
Treinando estudantes neste modelo de ensi-
no superior vai sim transformar estudantes em
inovadores e donos do seu próprio destino, auto-
-sustentáveis. Contudo, para lograr mais efeitos ain-
da, para além dos pré-definidos, proponho que se
tenha em consideração outros aspectos a seguir:
1. A interacção constante entre o corpo docen-
te, estudantes e as comunidades donde surgirão
objectos de estudo e projectos baseados em pro-
blemas;
2. Criação de uma plataforma digital para
potenciar e garantir maior abrangência a esta edu-
cação sócioemocional e híbrida;
3.Capitalizar o uso de escassos recursos
materiais, humanos e financeiros disponíveis em
prol da pesquisa de ponta, abrindo assim espaço
que torne pedidos de fundos de investigação mais
racionais;
4. Transformar todos os desafios em oportu-
nidades onde pesquisadores seniores deixam seu
legado, ao mesmo tempo que capacitam e promo-
vem investigadores mais jovens como garante de
uma progressão científica;
5.Inclusão indiscriminada de capital humano
intelectualmente capaz para “explodir cientifica-
mente” e colocar a instituição que representa no
topo das atenções académicas e científicas.
6.Planificar os propósitos a alcançar através da
investigação colectiva com planos anuais, semes-
trais, e quinquenais.
A título de exemplo:
a Legado do Dr. Vital do Brasil e sua equipa de
pesquisa-Instituto Butabntan (soros antiofídicos)
pouco explorado (MOZ 9000 mortes por ano, Naja
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
Nigricolis, 35.000 milhões/ano mundialmente-
-OMS); Angola...mortes por ano; São Tomé e Prín-
cipe...mortes por ano, Portugal... mortes por ano.
b. Sem réplica em África
c. Pirâmides invertidas (comunidades locais
ignoradas)-ex. projecto de Camabatela (ignorou
avanços de biotech repro)- pressupostos incomple-
tos. Livro disponível.
d. Similaridade - Matadouro da Manhiça;
Exemplos de referência
Produção integrada (Açucareira de Xinavane)
- inclusão, estudo colectivo e projecções comu-
nitárias; cadeia de valor - ensino integrado para o
desenvolvimento das comunidades;
Colheita e crioconservação de células estami-
nais para combate a múltiplas doenças - Portugal,
laboratório sem réplica em África.
Caros investigadores
Trabalhos transversais correspondentes ao
lema. Priorizemos temas de pesquisa com rele-
vância, interesse para os planos estratégicos de de-
senvolvimento dos nossos países com cadeias de
valor acrescentado, atractivos e de actualidade.
Publicar os resultados de investigação para redu-
zir a duplicação de esforços na pesquisa economizan-
do assim o tempo e recursos (humanos e financeiros).
NB. O jornal da lusofonia poderá merecer o devi-
do respeito a nível regional e internacional não pela
expressão numérica dos artigos nele contidos, mas pe-
las qualidades originalidade de pesquisa e inovação.
Queosefeitosdesteeventosejammultiplicadoresrumo
a sustentabilidade das comunidades, pois as expectativas
dos nossos povos sobre este evento são imensuráveis.
Tenho a agradecer ao professor Cipriano e to-
dos que tornaram a minha apresentação possí-
vel, e agradecer a atenção de todos. Khanimambo!
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023 | Suplemento| zambeze | 13

A ciência da dança ou a dança da ciência...

14 | zambeze | Suplemento| Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023

Acordos de cooperação
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023 |Suplemento| zambeze | 15

Ciência nas estratégias de

desenvolvimento das sociedades
-Arminda Janfar, Administradora Geral do ISFIC na hora do encerramento

C
hegámos ao fim de
mais um Simpósio da
Lusofonia, desta vez
o 5º. Uma vez mais,
é com especial agra-
do que constato a importância deste
evento para a comunidade académi-
ca da lusofonia, tendo proporcionado
vários momentos de reflexão e deba-
te sobre as questões mais prementes
e os novos desafios dos académicos
através dos seus contributos, deside-
ratos seguros para o desenvolvimento
dos países e das sociedades no geral.
Porém, as minhas primeiras pala-
vras terão de ser necessariamente de
agradecimento, sem antes e como tem
sido hábito meu, agradecer a Deus
pelo dom da vida e pelo facto de es-
tarmos aqui todos cheios de saúde.
Começo por endereçar uma palavra
de apreço à RIAL, por nos ter dado a
honra de sermos anfitriões do V Sim-
pósio. Foi a segunda vez que tal acon-
tece no nosso país, e sem dúvidas foi
uma aposta ganha. Não posso deixar
de enaltecer o papel mobilizador que
a RIAL desenvolve em prol de trazer
mais membros para esta agremiação
académica. É um facto, e uma enor-
me valia para a academia da lusofonia.
1.Saúdo aos excelentes oradores
que aqui nos trouxeram a sua experi-
ência e conhecimento, ajudando-nos a
reflectir sobre a constante mutação da
realidade com que a ciência se depara,
e as várias ferramentas de que se tem
socorrido para se manter competitiva,
actualizada e conseguir dar respostas
às mais variadas exigências, sejam es-
tas legais, tecnológicas ou de mercado.
2. Um agradecimento aos mode-
radores, os quais muito contribuíram
para o sucesso do funcionamento
dos vários painéis.
3. Um agradecimento muito es-
pecial à Universidade Técnica Diogo
Guilande por acolher a efectivação
da Assembleia Geral da RIAL.
4. Uma saudação às delegações
da RIAL, quer presentes e não só,
que responderam com grande aceita-
ção a este desafio.
Agradecimentos a todos vós, par-
ticipantes nos trabalhos, cujo interes-
se e intervenções foram essenciais
para o sucesso deste evento.
5. Agradeço ainda a todas as
entidades, públicas e privadas, que
nos acompanharam, com particular
destaque para as universidades e
institutos nacionais e estrangeiros,
bem como aos seus estudantes que
seguiram a par e passo o desenrolar
do V. simpósio.
6. Termino saudando, em par-
ticular, os colaboradores e equipa
técnica do ISFIC e do ISMU, sem os
quais também nada disto teria sido
possível.
Caros presentes
Os debates deste simpósio vão ver
postos à disposição de todos, para que
cada um de nós possa fazer uma refle-
xão mais profunda sobre cada um dos
temas que estiveram aqui em deba-
te. A RIAL não deixará de fazer o seu
trabalho e apresentará estas importan-
tes conclusões aos Governos e demais
entidades, para que sirvam de apoio
ao diálogo que vamos prosseguir em
prol da defesa e importância do nos-
so sector na contribuição para defini-
ção das políticas públicas e sociais.
Quero reafirmar o empenho dos Ór-
gãos Sociais da RIAl no sentido de tudo
continuarem a fazer, como até hoje, para
afirmar a importância e defender, de for-
ma persistente, os interesses da ciência.
E quero também dizer-vos que, a partir
de hoje, como no passado, a aposta na co-
municação com os membros será sempre
uma prioridade da Direcção da RIAL.
Termina aqui o 5º simpósio, mas
não o nosso trabalho! Espero, sincera-
mente, que este 5º encontro tenha sido
mais um contributo para ajudar a re-
clamar ciência para todas e todos, no
sentido de alimentar o nosso sonho de
construir um mundo melhor, incarna-
do no desenvolvimento sustentável
das sociedades, e faço votos para que
no próximo ano estejamos no Brasil,
no VI simpósio, debatendo os pro-
gressos ocorridos. Durante a prepa-
ração deste evento, e especialmente
durante estes quatro dias, sentimos
que não estamos sozinhos nesta en-
cruzilhada académica, e acredito que
cada um de nós encontrou aqui uma
muleta com a qual continuará a tra-
balhar e a criar alianças, ajudando a
nossa paixão, a nossa ilusão e a nossa
vontade, não só de resistir, mas tam-
bém de avançar e ganhar mais terreno e
mais espaço na consolidação da ciência
como alicerce no desenho de estratégias
de desenvolvimento das sociedades.
Muito obrigado!

Diminuir fosso entre ciência e política

-Agripah Candeeiro, Director geral do ISMU, no adeus ao simpósio

A
gradecer este pequeno e
longo percurso, porque
no meio do desafio que
se nos apresentava, con-
seguimos caminhar até à
última linha, sabido que este percurso en-
volve muitas nuances técnicas, operações de
segurança e financeiras. Aprendemos muitas
lições para o futuro, e esta comunicação foi
possível porque, afinal, temos os mesmos
problemas que auguramos sejam resolvidos
através da ciência, sendo o maior desafio
a minimização do fosso entre a ciência e a
política, e acreditamos que a RIAL, dentro
do que são os seus horizontes, vai resolver
este imbróglio, a partir da altura em que fo-
rem observados os condicionalismos ine-
rentes à necessidade de financiamentos para
suportar pesquisas, e quero assumir desde
já que nós, no ISMU, na qualidade de mem-
bros da RIAL, vamos dedicar nossos esforços
trabalhando em conjunto nesta perspectiva.
Queremos endereçar nossas saudações a to-
dos os membros da REDE, saudar a comissão
instaladora pelo trabalho ora realizado, saudar
as congéneres de Angola, Brasil, Cabo Verde e
Portugal, e ao ISFIC vai uma palavra de apre-
ço por ter sido um parceiro incondicional e
útil na preparação e organização deste simpó-
sio, um aceno à comissão organizadora pela
sua entrega e esmero demonstrados ao longo
da jornada, quero também saudar aos colegas
de Manica, docentes, estudantes e CTA, e por
fim à UTDEG o nosso muito obrigado por aco-
modar a realização da nossa Assembleia-Ge-
ral. A todos, o nosso khanimambo, Natenda!
16 | zambeze
ISFIC e ISMU na berlinda
Comissão organizadora fez das tripas
coração e quando assim é... fantástico
F
oram sim-
plesmente
gigantes na
forma como
trataram da
organização do V simpó-
sio. Foram, por assim dizer,
iguais a si próprios, se não
fossem eles membros da
briosa comissão integran-
do criaturas do ISFIC e do
ISMU, duas instituições
que teimam em guindar-
-se no ensino superior.
Tratava-se, afinal, de
preparar com afinco e zelo
um marco académico cien-
tífico importante, virado
para o alicerce das bases
do ensino superior como
alavanca às políticas go-
vernamentais no desenvol-
vimento sustentável das
comunidades. No rol dos
nomes desta comissão não
encontramos Vitórias, Es-
peranças, Felizardos, nem
Faz-tudo, (cognomes de
vencedores por natureza),
mas havia lá nomes que
dão ao litro no momento,
tais como Jaqueline, Ana
Lúcia, Farai, Celso, Adélio,
Berta, Chihale, Delfia, Eli-
sa e outros tantos que cor- boas línguas já dizem que a ir ao Brasil emprestar os
porizaram este movimento este grupo será convidado seus dotes na preparação
gigante na preparação do
evento, e diga-se de passa-
gem que não tiveram mãos
a medir no seu desempenho
(tinham apenas mãos para
matabichar e almoçar à ma-
neira, porque nisto alguns
são bons garfos, kkkk).
A dra. Ana Lúcia era o
sorriso em pessoa ao cair
do pano da efeméride. Pu-
dera! Quando alguém di-
rige um grupo e colhe os
frutos desejados, por mais
modesto que seja, tem mo-
tivos suficientes para mexer
o seu esqueleto ao ritmo da
marrabenta (sei lá se foi isto
que ecoou na sala!). Faltou
a Jaqueline na dança, mas
há um passarinho que nos
disse ao ouvido que ela tam-
bém ficou radiante com o
rescaldo do trabalho da co-
missão. Estão de parabéns.
Todos. Mas todos mesmo.
E este sentimento ficou
bem vincado nos discur-
sos dos dois dirigentes das
duas instituições organiza-
doras nos seus discursos de
encerramento. As más ou
| Suplemento| Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
do VI simpósio. Hum, as
pessoas como mentem!!!
Notas soltas do Simpósio
1 3 6
.O Dr. Fazenda do . O dr. Egídio Cos- . Moutão, Armin-
ISFIC certamen- sa viu-se como da e Candeeiro.
te que dormiu que mestre-de-ceri- Ou nos enganamos
nem uma pedra durante o mónias. Eram solicitações redondamente, ou estamos,
fim-de-semana, a julgar pela atrás de solicitações, e era então, perante três bailarinos
sua entrega no decorrer do imperioso garantir que tudo mascarados de dirigentes de
simpósio. Era só vê-lo. Ora corresse bem. Safou-se que academias. O trio dançou
sentado, levantado, apressa- nem o raio, o mufana de que se farta, ao contrário da
4
do, quase que sem tempo para Katxai-Ntxai (Xai-Xai). dra. Suraya (é assim que se
degustar dos manjares que . A almoçarada da escreve mesmo!) que vonta-
as mesas apresentavam ao terça-feira não foi de de fugir da sala não lhe
2 7
pequeno e grande almoços. nada sugestiva, e faltou. Hum, Soraya páa!
. O dr. Chihale do não tinha sobremesa para .Outra do Fazenda
ISMU era ele tam- além dumas magras maçãs (com todo o res-
bém o cansaço em (coitadas), e isto não agra- peito). Dizia que
pessoa. Dizia-me em jeito dou as manas Janfar. Moral pelo facto de ter estado pre-
de desabafo o seguinte: se- da estória: nos dias seguin- sente nos anteriores simpó-
5
nhor Ângelo, vou me vin- tes houve sobremesa a farta! sios realizados em Portugal,
gar deste stress no jantar de . Há um autocar- Cabo Verde, e Angola, para
gala. Vou comer e beber re- ro (mini-bus) que além de ter provado varia-
laxado, tanto é que na brisa estragou a festa. das iguarias típicas, apren-
marítima que bate perto do Foi alocado para transpor- deu também muitas línguas.
local da jantarada (omito o tar o pessoal do ISFIC ao Em família, lá em casa lhe
nome do restaurante) não ISMU e ao salão de confe- corrigiram, sustentando que
se fica grosso. Estarei fir- rências Joaquim Chissano. o que ele aprendera de ver-
me, sem ressaca no dia do Assentos rotos, ferros no dade não foram línguas,
turismo académico. E quase interior, a nos aleijarem as mas sim idiomas. Moral da
acreditava nele, apesar de zonas onde as costas mu- cena: dia seguinte, o dr. Fa-
eu, ultimamente, não estar dam de nome. Um chaço zenda mandou um membro
a beber (dr. Chihale des- autêntico, e da próxima mais da família ir ao talho com-
culpa-me por contar isto!). cuidadinho, se faz favor! prar idioma de vaca. (kkkk)
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023 No leito do grande rio Onde o n e g ó c io se r e e nc o n t r a
zambeze | 17

Moza e Vodacom unem forças para

potenciar o empresariado nacional
O Moza Banco e a Vodacom assinaram, recentemente, em
Maputo, um Memorando de Entendimento, no qual o ban-
co e a empresa de telefonia móvel se predispõem a remover
as barreiras que condicionam o acesso ao financiamento por

T
parte das Pequenas e médias empresas nacionais (PME).
rata-se de um
memoran-
do que atra-
vés de uma
nova solução
bancária, desenhada especi-
ficamente para as Pequenas
e Medias Empresas nacio-
nais, o Moza banco passa a
financiar as PME da cadeia
de fornecedores da Vodacom.
O acordo firmado entre as
duas instituições vai garan-
tir que, quando necessário, o
Moza cubra as necessidades fi-
nanceiras do fornecedor da Vo-
dacom, permitindo que, mesmo
sem capital de investimento,
este empresário possa solici-
tar e ter liquidez para fornecer
bens e serviços a esta multi-
nacional de telefonia movel.
Assinaram o memorando o
Membro da Comissão Execu-
tiva do Moza, Jaime Joaquim,
e a Directora Financeira da
Vodacom, Beatrice Mabhe-
na, viabilizando assim a nova
solução denominada + PME.
Desta feita, as empresas
passam a participar dos concur-
sos da Vodacom sem o receio de
serem excluídos por falta de ca-
pacidade financeira para forne-
cer bens e serviços à Vodacom.
Na ocasião, Beatrice Ma-
bhena destacou a vontade da
Vodacom de reforçar o investi-
mento nas empresas nacionais,
referindo que “a Vodacom quer
estar cada vez mais conectado
a Moçambique, criando opor-
tunidades económicas para as
pequenas e médias empresas
que, tal como todos sabem,
enfrentam dificuldades sobre- parceiro incontornável para o capaz de concorrer ao mesmo o Moza acredita que a união de
tudo no acesso ao financiamen- Moza, com o qual o Banco pre- nível com as empresas interna- esforços em prol do empresa-
to. Acreditamos que o presente tende estreitar cada vez mais cionais. Enquanto Banco Mo- riado nacional é uma das mais
acordo vai contribuir significati- as relações, em benefício do çambicano, continuaremos a eficazes estratégias de garantir
vamente para o reforço da eco- tecido empresarial nacional. trabalhar incansavelmente para uma economia cada vez mais in-
nomia local e até potenciar mais “Temos o desejo mútuo de potenciar a economia do país, dependente, na qual os empre-
empregos para as pessoas.” garantir que uma percentagem investindo no empresariado lo- sários, desde os pequenos aos
Por sua vez, Jaime Joaquim cada vez mais significativa de cal”, sublinhou Jaime Joaquim. mais robustos Fazem Acontecer
destacou a Vodacom como um empresas moçambicanas seja Como Banco moçambicano, um futuro melhor para o país.

Pelo segundo ano consecutivo: LAM eleita presidente do Comité

Executivo da Associação das Companhias Aéreas Africanas

A
LAM – Li-
nhas Aéreas
de Moçambi-
que foi elei-
ta, pelo se-
gundo ano consecutivo, para
presidir o Comité Executivo
da AFRAA – Associação das
Companhias Aéreas Africanas.
A reeleição aconteceu no
decurso da 55ª Assembleia
Geral Anual da AFRAA, reali-
zada de 19 a 21 de Novembro
corrente, em Kampala, capi-
tal da República de Uganda.
Nesta assembleia, a LAM
esteve representada pelo seu
Director Geral, João Carlos Pó
Jorge, que destacou a relevân-
cia do estatuto alcançado pela
companhia, em representação
de Moçambique: “Este é um
reconhecimento de uma longa
e valiosa contribuição da LAM
para o crescimento e consoli-
dação da indústria da aviação
comercial no continente afri-
cano, o que prestigia a com-
panhia e sobretudo o País.”
Na sequência da presidência,
a LAM irá orientar, durante um
ano, os encontros relevantes da
AFRAA onde serão debatidos e
decididos aspectos estratégicos
da aviação comercial africana.
A 55ª Assembleia Geral da
AFRAA realizou-se sob lema
“avanços na transformação
da aviação para o desenvol-
vimento” e produziu reco-
mendações tendo em vista o
futuro da aviação em África.
As companhias e outros in-
tervenientes da aviação foram
instados a encontrar formas de
tornar possível o valor trans-
formacional do mercado único
africano de transporte aéreo
para as companhias africa-
nas; o alcance colaborativo e
eficaz do roteiro Net Zero da
aviação e as Iniciativas de ino-
vação em África para a avia-
ção sustentável no continente.
As sinergias para o desen-
volvimento do turismo intra-
-africano e das viagens aéreas e
as diversidades de género bem
como as acções de inclusão
para moldar o futuro da avia-
ção em África constituíram,
igualmente, recomendações
daquele evento internacional.
18 | zambeze |nacional| Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023

Na cidade de Chimoio

Líderes comunitários e secretários estão por detrás da

da venda ilegal de um terreno a múltiplas pessoas
Teresa Dolis na qualidade de
Kelly Mwenda secretária do bairro Nhamat-
sane, zona 7, a mesma mos-
A terra é um laço essencial que une comunidades, ofe-
trou a possibilidade de iniciar
recendo alicerces para construções, sonhos e promessas
imediatamente com o proces-
de um futuro próspero, no entanto, recentes revelações
so de tramitação do DUAT.
apontam para uma sombra que obscurece essa ligação vi-
“Os terrenos estão cheio
tal, revelando um esquema de atribuição múltipla de de-
aqui perto, aqui na zona não
clarações de pedido de Direito de Uso e Aproveitamen-
tem problema de terrenos, ate
to de Terra (DUAT), protagonizado por secretários de

E
bairros e líderes comunitários da cidade municipal de Chimoio.
sta acção de
alguma forma
não só pode
concorrer para
minar a con-
fiança aos gestores da coisa
pública, como também com-
prometer a segurança funda-
mental de se possuir uma terra
em Chimoio, uma vez que esta
acção possui impacto directo
sobre os cidadãos de Chimoio.
Uma investigação feitanos
bairros de Chimoio, revelações
emergiram, apontando para a
existência de um esquema de
venda de terrenos liderado por
cidadãos comuns, secretários
de bairros e lideres comuni-
tários que por sinal, são vin-
culados ao Conselho Munici-
pal, acções que concorrem e
desafiam os princípios éticos
e sobretudo a lei n° 19/97
de 1 de Outubro, que desta-
ca no seu artigo terceiro que:
“A terra é propriedade do
Estado e não pode ser ven-
dida ou, por qualquer forma
alienada, hipotecada ou pe-
nhorada”, lê-se na lei de terra.
A prática conhecida como
atribuição múltiplas de decla-
rações de pedido de Direito de
Uso e Aproveitamento de Terra
(DUAT), envolve a concessão
irregular de terras a múltiplos
compradores, com uma parce-
la dos lucros direcionada aos
secretários de bairros e lide-
res comunitários envolvidos.
A nossa investigação en-
volve dois casos, nos bair-
ros Heróis moçambicanos
envolvendo Diogo Mapun-
do e, outro em Nhamatsane,
envolvendo Alberto Pondja,
mais conhecido por Fumo.
tendo iniciado o processo de
solicitação do DUAT em 2008.
Actualmente a área é
ocupada por aproximadamen-
te seis ocupantes que estão a
conduzir as construções para
habitações, possuindo declara-
ções de transpasse de terreno
e outras de pedido de DUAT,
algumas das quais tivemos
acesso que possuem assina-
turas da secretaria da zona 7,
Teresa Dolis e do líder comu-
nitário, Martinho Jhone Rupia.
Pomdja relata que
utilizava o espaço para acti-
vidades agrícolas, destacando
a presença de árvores frutífe-
ras, no entanto as plantações
foram danificadas por actos
de vandalismo promovidos
por indivíduos que se intitu-
lam de herdeiros dos espaços.
“Essa situação vem aconte-
cendo há bastante tempo e nem
me deixam trabalhar no meu ter-
reno. Sou proibido de entrar no
meu próprio terreno por vanda-
lizadores que se intitulam como
herdeiros, mas eu estou la há
muito tempo, e só agora é que
apareceram a usurpar o espaço,
quando eu faço alguma coisa
eles destroem”, disse Pomdja.
Facto ao sucedido, Alberto
Pomdja afirma ter procurado re-
solver o problema às instâncias
policiais e ao próprio Conselho
Municipal de Chimoio, ao que
nunca teve resposta satisfatória.
“Esses indivíduos fazem
isso, amando do líder comuni-
tário e do secretário do bairro,
esses é que autorizam eles para
fazerem isso. E os vandaliza-
dores não têm documentação
nenhuma, mas eles têm força,
catana e machado e são mui-
tos. Fui muitas vezes a policia,
ao conselho municipal, já fui a
procuradoria, não tem solução
até agora”, acrescenta a fonte.
O investigador deslocou-se
ao bairro Nhamatsane, tendo-
-se dirigido à residência da
secretária daquele bairro, Te-
resa Dolis, na área denominada
zona 7, tendo se fazer passar
por um comprador de terrenos,
ao que a secretária mostrou dis-
ponibilidade imediata apresen-
tando diversas propostas com
preços que variam entre 60 a
80 mil meticais por terreno.
Além da disponibilidade
imediata de vender terrenos,
podemos ir para eu te mos-
trar. Qualquer coisa de terreno
pode falar comigo, esta a ver
este aqui, esta a bom preço,
preço inicial 80 mil”, revelou
Tereza Dolis em língua Cena.
Durante uma gravação
clandestina para obter mais in
formações, foram feitas diver-
sas perguntas sobre atribuição
múltiplas de terrenos naquela
zona, e ao ser questionada so-
bre o caso do Sr. Pomdja, Te-
resa Dolis afirmou com segu-
rança estar ciente desses casos,
pois é a chefe daquela zona.
Dolis revela que desconhe-
ce o caso do Sr. Pomdja “nós
não nos metemos em confusão,
aqui na minha zona os espa-
ços são atribuídos de forma
justa, por isso não tenho co-
nhecimento desse senhor, se
quiseres terreno, vamos te for-
necer sem confusão”, referiu.
Posteriormente, Teresa
Dolis efectuou uma chamada
telefónica para um individuo
chamado Neto Domingos,
possivelmente colaborador da
secretaria, este que nos con-
duziu a uma área com quase
dois hectares, com porções
de 30 por 20 metros quadra-

Caso do Bairro Nhamatsane

O caso do bairro Nha-
matsane tem a ver com Alberto
Pomdja, detentor do DUAT nú-
mero XCI/XCII, que abrange
uma área de 20.000.00 metros
quadrados, pois durante a nos-
sa entrevista, o mesmo alega
ocupar o espaço desde 1999,
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
dos a cada, prontos para se-
rem adquiridos mesmo sem
documentação que compro-
vam o mesmo ser proprietário.
“Preço inicial é 70 mil,
mas tem desconto, posso des-
cer ate 65 mil, bomnós co-
locamos os preços tendo em
conta a valor de 10% da secre-
taria”, disse Neto Domingos.
Domingos informou ao in-
vestigador que a área que esta a
venda possuía um suposto dono
com uma suposta documenta-
ção (DUAT) atribuída pelo Con-
selho Municipal de Chimoio.
“Estas a ver essas man-
gueiras, semeou-se porque vi-
via pessoas aqui, só que para
a gente sair, é devido guerra, e
meus pais foram mortos aqui,
foi em 1986 saíram três caixões
aqui. Então depois da guerra o
município atribuiu espaço a va-
rias pessoas, aqui foi atribuída
uma senhora, então tivemos
discussão e ela não suportou e
vendeu a área para outra pessoa
enquanto estamos dentro do
conflito com ela”, referiu Neto.
No entanto Neto Domingos
considera-se herdeiro daque-
la área, pois a documentação
pode ser tramitada de qual-
quer forma, “pepel ou DUAT
são as minhas mangueiras,
mas não se preocupe, quem
faz papel é homem, se trata
de qualquer jeito”, acrescenta.
Caso do bairro Heróis
moçambicanos
O incidente do bairro He-
róis moçambicanos em Chi-
moio, envolve um cidadão
chamado Diogo Mapundo, este
que adquiriu dois espaços de
30 por 20 metros quadrados
SAEN lança 8ª edição do programa de Mestrado
em Contabilidade, Fiscalidade e Finanças Públicas
O
Instituto Su-
perior de Al-
tos Estudos
e Negócios
(ISAEN),
uma unidade orgânica e estru-
turante da Universidade Po-
litécnica, lançou, sexta-feira,
24 de Novembro, em Mapu-
to, a 8ª edição do programa de
Mestrado em Contabilidade,
Fiscalidade e Finanças Públi-
cas, a iniciar próxima semana.
Trata-se de um programa
que vai contar com um grupo
de nove professores moçambi-
canos e cinco estrangeiros, dos
quais o professor catedrático Ar-
mando Jorge Lopes, e os restan-
tes docentes têm o grau de dou-
toramento com especialidade.
cada por meio de uma transa-
ção intermediada por um in-
dividuo chamado Malaquias.
O valor total foi de cin-
co mil meticais, sendo dois
mil e quinhentos meticais a
cada terreno, no entanto, anos
após a aquisição, o senhor
Malaquias, responsável pela
transação inicial, revendeu
os mesmos espaços a várias
pessoas, resultando na sua de-
tenção no distrito de Vanduzi.
“Em 2012 aquele rapaz, o
tal Malaquias volta a me fazer
confusão, eu estava a fazer o
muro, então ele entende e quer
ameaçar os pedreiros a dizer
que o espaço era dele e vendeu
para uma outra pessoa e come-
ça a fazer as suas construções.
Tempo depois, vende para mais
outra pessoa e coloca área dele
e pedras. Mas depois expliquei
a eles que o terreno era meu.
Dias depois veio partir o meu
muro de noite, depois tive que
colocar a queixa na polícia e
eles conheciam o jovem pe-
las suas falcatruas e prende-
ram”, explica Diogo Mapundo.
Durante a nossa entrevista,
Mapundo relata que após deten-
ção do Malaquias, assinou-se
uma declaração alegando que
Narciso Matos, magnífico
reitor da Universidade Poli-
técnica, explicou, na ocasião,
que a 8ª edição do Programa
de Mestrado em Contabilidade,
Fiscalidade e Finanças Públicas
é pluridisciplinar porque integra
várias áreas de administração
|nacional|
situação de venda do seu terre-
no, nunca voltaria a acontecer.
“Em 2021 está a aparecer
o jovem com DUAT datado de
2015, num espaço que ocupo
desde 2011 e que estou a viver
desde 2013. Lá no município
também tem la uma team dele
de bandidos, um deles é um
tal de Jossias. Fui notificado e
fui la me apresentar e disseram
que o espaço tem dono, e fi-
quei espantando, segundo a lei
de Terras me protege alguma
coisa, eu estou lá mais de dez
anos”, acrescentaMapundo.
A situação de Diogo Ma-
financeira e isso torna-se um
atractivo para os profissionais.
“Contamos com um pro-
fessor catedrático e um consi-
derável número dos estudantes
inscritos para este programa.
São pessoas que não saíram di-
rectamente da licenciatura para
pundo culminou com um pro-
cesso na procuradoria, facto que
culminou com a decisão de em-
bargar a obra, num espaço com
casa finalizada e que se habita
mais de 10 anos, como compro-
vam facturas de pagamento de
água e energia em nossa posse.
Edilidade suspende líderes
comunitários que se envolvem
em burla de terrenos
Conselho Municipal de
Chimoio diz ter conhecimento
do esquema de venda de terre-
nos e atribuição múltipla de de-
claração de pedido de DUAT,
actos protagonizados pelos
líderes comunitários e secretá-
rios dos bairros, o líder comuni-
tário do bairro Nhamatsane por
exemplo, Martinho Rupia,está
suspenso por esta prática,
como afirma o presidente des-
te município, João Ferreira.
“São muitos casos neste
bairro, e estão na procurado-
ria para a sua solução, por isso
por nossa parte, o que fizemos
numa primeira fase, foi sus-
o mestrado, mas que já têm uma
experiência prática de exercí-
cios desta actividade. Eles vêm
para consolidar e sistematizar
os seus conhecimentos neste
domínio”, disse Narciso Matos.
Aos mestrandos inscritos
para o referido programa, Nar-
zambeze | 19
pender o líder daquele bairro,
foi agora há pouco tempo, e
estamos a criar uma comissão
para estar a velar pelo bairro,
enquanto apuramos a veraci-
dade se o líder está envolvido
ou não”, disse João Ferreira.
João Ferreira lamenta a si-
tuação de cidadãos que estejam
a ocupar espaços sem estar le-
galizados, nesse caso, sem a
licença de construção, muito
menos o DUAT, o que facilita
aos indivíduos de mafé proce-
derem com esquemas de burla.
“Para você ter um DUAT,
uma licença de construção, têm
uns certos procedimentos que
tem que fazer, e quem assina
é o presidente do município.
Agora se há alguém que ocu-
pa um espaço e não trata os
documentos, ao fim dos dez
anos, não resta duvidas por
lei o terreno passa já a perten-
cer a ele”, acrescenta Ferreira.
O esquema de venda de
terrenos e atribuição múltiplas
de declarações de pedido de
DUATs não só contrariam a
lei de terra, como também cria
de certa forma, um descrédi-
to face ao conselho municipal
como um todo, uma vez que
os protagonistas são vincula-
dos a este organismo, por isso
urge denunciar e responsabi-
lizar os supostos burladores.
Esta reportagem resulta de
uma investigação jornalística
feita com o apoio do CIP, no
âmbito do programa de Com-
bate à corrupção financiando
pela União Europeia, através
da AECID. As conclusões e
opiniões nela expressas não
representam necessariamen-
te a opinião da União Euro-
peia, da AECID ou do CIP.
ciso Matos apelou para que ter-
minem o grau capacitados para
exprimir os seus conhecimen-
tos através de uma dissertação
e não através de um exame.
“O professor Armando
Jorge Lopes vai reforçar esta
base do estudante que é ter-
minar com uma dissertação e
nós estamos realmente mui-
to interessados que os nossos
mestrandos terminem o grau e
com um diploma de mestrado.
Esse diploma de mestrado só
pode ser adquirido mediante
à apresentação de uma dis-
sertação perante um júri que
aprove. Não basta frequentar
os módulos, é preciso depois
fazer a dissertação e defendê-
-la”, conclui Narciso Matos.
20 | zambeze |nacional| Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023

Na província de Maputo:

Abastecimento de água beneficia

mais 12 mil consumidores
crónica e contribuir para a re-
tenção da rapariga na escola.
“Torna-se cada vez mais evi-
dente que o acesso à água po-
tável significa mais saúde para
a nossa população, mais assi-
duidade e melhor rendimento
escolar para as nossas crianças,
maior produção e produtivi-
dade e melhoria da qualidade
de vida, de uma forma geral”.
Antes da conclusão dos
projectos, financiados pelo
Governo e parceiros de coope-
ração, no âmbito do Programa
de Abastecimento de Água e
Saneamento Rural (PRONA-
SAR) as populações recorriam
a poços não protegidos, riachos
intermitentes, fontes dispersas
(bombas manuais) para terem
acesso ao precioso líquido,
chegando, nalguns casos, a
consumirem água salubre sem
qualquer tipo de tratamento.
Por seu turno, o ministro
das Obras Públicas, Habitação
e Recursos Hídricos, Carlos
Mesquita, apelou à conser-
vação dos sistemas para que
o Governo possa direccio-
nar os recursos de que dis-
põe à construção de novas
infra-estruturas em zonas
onde ainda não existem.
“Os desafios são enormes.
O nosso compromisso é com
os Objectivos de Desenvol-
vimento Sustentável (ODS).
Até 2030, pretendemos al-
cançar que quase toda popu-
lação tenha água potável. No
próximo ano, temos muito
mais sistemas por inaugu-
rar em todo o país”, disse.
Num outro desenvolvi-
mento, o governante chamou
à atenção para a ocorrência
do fenómeno El Nino, tendo
instado à população a usar ra-
cionalmente o precioso líqui-
do, assim como a apostar na
captação e retenção da água
da chuva em reservatórios.
“O El Nino já se faz sentir
nesta época chuvosa, podendo
ser mais severo próximo ano.
Aqui na zona Sul, a previsão é
que haja pólos de seca. A situa-
ção vai ser complicada”, alertou.

Comercial

Um total de seis sistemas de abastecimento de água en-

ZAMBEZE
trou, segunda-feira, 27 de Novembro, em funcionamento na

Abertas assinaturas
província de Maputo, concretamente nos distritos de Matu-
tuine (Nsime e Bedjile), Moamba (Bandoia e Muzele) e Ma-
gude (Massango e Pontia). As infra-estruturas, construídas
de raiz, custaram cerca de 125 milhões de meticais, deven-
do beneficiar, numa primeira fase, cerca de 12 mil pesso-

para 2024
O
as, com a previsão de aumentar para 36 mil a longo prazo.
s sistemas de grama Quinquenal do Governo
Nsime, Mas- 2020-2024, que preconiza o
sango, Pon- incremento da taxa de cober-
tia e Bandoia tura dos serviços de abasteci-
possuem mento de água nas zonas rurais
sistemas de dessalinização, e urbanas, dos 62%, em 2020,

dado que a água é salubre e é
captada no subsolo, com re-
curso a bombas submersíveis
alimentadas por energia fo-
tovoltaica (painéis solares),
que incluem baterias de lítio.
Em todos os sistemas fo-
ram instaladas tubagens com
uma extensão que varia de 70
metros a 1.7 km. Foram, ain-
da, construídos quatro fonta-
nários, efectuadas, 50 ligações
domiciliárias e fornecidos
300 kits para novas ligações.
A cerimónia de inaugura-
ção dos sistemas teve lugar
na localidade de Pontia, Posto
Administrativo de Motaze, dis-
trito de Magude, e foi dirigida
pelo Presidente da Repúbli-
ca, Filipe Nyusi, que realçou
a importância do acto para o
alcance dos objectivos do Pro-
TABELA DE PREÇOS
para os 65% até finais de 2023.
“Os sistemas que hoje inau-
gurámos terão um impacto di-
recto na melhoria da qualidade
de vida da população dos distri-
tos abrangidos. Com os seis sis- período
temas, a província de Maputo
progride em termos de popula- trimestral semestral ANUal
ção com acesso à água potável
de 74% para 76% de cobertura.
É por essa razão que o Governo 2.300,00mt 2.900,00mt 4.450,00mt
continua a planificar e investir
em infra-estruturas visando a
melhoria e expansão do abaste-
cimento de água e saneamento
seguro para os locais onde as
populações ainda não bene- MAIS INFORMAÇÕES
ficiam”, frisou Filipe Nyusi.
Na ocasião, o estadista su- Cell: (+258) 82 30 73 450 | (+258) 84 56 23 544
blinhou que a entrada em fun-
cionamento destes sistemas vai Email: zambeze.comercial@gmail.com
concorrer para a redução de
doenças hídricas, desnutrição
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023 |desporto| zambeze | 21

Liga de Sofala protesta e Textáfrica repudia

considerando tentativa de desmerecer a conquista
Ainda corre muita tinta sobre a finalíssima da Poule da o sucesso e o feito alcançado.
Zona Centro, e nesta terça-feira (28 de Novembro) ganhou “É triste quando dirigen-
mais um episódio. A Liga Desportiva de Sofala submeteu um tes buscam criar agitações para
protesto ao Conselho de Disciplina da Federação Moçambi- desestabilizar, mas como GDR
cana de Futebol em contestação a utilização irregular de um Textáfrica, permanecemos vigi-
jogador por parte do Textáfrica do Chimoio na finalíssima lantes e dedicados ao nosso ca-
da Poule. Contudo, os “fabris” do planalto de Chimoio repu- minho. Vamos celebrar esta vitó-

A
diam e acusam a Liga de tentar “desmerecer” a conquista.
través de um
Comunicado
de Impren-
sa, a turma
de Sofala
informou que o protesto é de-
vido a utilização “fraudulen-
ta” do jogador Simão António
Francisco, por 45 minutos, na
partida da primeira mão da fina-
líssima que teve lugar no Cal-
deirão do Chiveve, na Beira.
Refere ainda que, o jogador
em causa foi-lhe atribuído “de
forma dolosa” o nome de Moisés
Mesa Mesa, com o cartão de regis-
to número 006964M99. Porém,
Simão António Francisco está
registado no sistema FIFA CON-
NECT como jogador do Costa
do Sol com cartão n⁰184X29.
Textáfrica diz que jogador esteve
emprestado ao Costa do Sol
Em resposta, numa nota de
repúdio, a turma do Textáfrica
orientada por Abdul Omar diz-se
surpreendida com a campanha
movida de forma a desmerecer
ria com a dignidade e a alegria
que ela merece”, lê-se na nota.
Face a acusação da utiliza-
ção irregular de um atleta, a di-
recção do clube esclarece que
o jogador esteve no Costa do
Sol por empréstimo na época
de 2022 e que as comparações
feitas são de atletas completa-
mente diferentes. No fim, ape-
lou aos adeptos, seguidores e
simpatizantes a permanecerem
“firmes, focados e atentos ao
horizonte”, pois o clube está
apurado para a próxima edição
do Moçambola. (LANCEMZ).

Hassane Júnior aos 23 anos diz-se pronto

para conduzir Brera no Moçambola
Liga Moçambicana de
Aos 23 anos, Hassane Júnior
Basquetebol masculina
inscreveu o seu nome na histó- arranca a 2 de Dezembro

ria do futebol moçambicano ao
tornar-se no treinador mais novo
a qualificar uma equipa ao Mo-
çambola, a principal competição
futebolística nacional. O timo-
neiro da também jovem equipa
do Brera Tchumene FC considera
esta qualificação fruto do traba-
lho árduo da Direcção do clube,
jogadores e da equipa técnica.
Analisando o jogo da segun-
da mão em que venceram ao Des-
portivo da Matola por uma bola a
zero, Hassane Júnior considerou
que “já vínhamos com noção de
que seria um jogo difícil porque
na primeira mão ganhamos com
certa margem de conforto o que
poderia fazer com que os jogado-
res relaxassem, sabíamos que o
Desportivo da Matola viria com
tido, fizeram uma boa primeira
parte e encontraram-nos no nos-
so reduto, mas o os campeões
também precisam saber sofrer.
Na segunda parte fizemos o um a
zero e poderíamos ter feito mais”.
Convidado a analisar esta
qualificação inédita ao Moçam-
bola, Júnior considerou que “ao
nível dos jogadores é muito im-
portante, pois fazem parte de uma
geração de selecções nacionais de
formação e merecem estar numa
montra que nem o Moçambola.
Ao nível pessoal fico feliz por a
Direcção do clube ter-me dado
esta oportunidade, sou um jovem
treinador e quiçá o mais novo com
23 anos a levar uma equipa ao Mo-
çambola, pelo que estou muito fe-
liz, pelo que tenho que agradecer
a Deus e as orações da minha mãe
certamente que deram efeito”.
Qualificação sem derrotas
O jovem treinador destaca
a prestação do Brera Tchume-
ne FC sob sua batuta afirmando
que “foram 11 jogos sob o meu
comando, com seis vitórias na
fase de grupos e duas na final,
acho eu ninguém merecia esta
qualificação mais do que nós,
lutamos e soubemos sofrer, sou-
bemos ser felizes nos momentos
felizes e tristes nos momentos
tristes e este é o resultado, es-
tamos no Moçambola 2024”.
Hassane Júnior tem o nível
B da CAF e é fruto das forma-
ções da Federação Moçambicana
A
Liga Moçam- gular será disputada no sistema
bicana de Bas- de todos contra todos, seguido
quetebol em dos cruzamentos, onde se de-
seniores mas- finirão as equipas que jogarão
culinos, tam- para as classificativas do 5º ao
bém designada Liga Mozal, vai 8º classificados e meias-finais.
decorrer entre os dias 2 e 21 de O apuramento dos 3º e 4º
Dezembro de 2023, envolvendo classificados será disputado no
as 8 equipas apuradas, que que sistema de play-off ‘s à me-
saíram da fase de qualificação lhor de 3 jogos e o apuramento
decorrida nos meses de Setembro para o 1º e 2º classificados será
e Outubro. Tratam-se das equipas disputado em sistema de play-
do Ferroviário da Beira (cam- -off’ s à melhor de 5 jogos.
peão em título), Costa do Sol, O vencedor da Liga Mozal
de Futebol, tendo abraçado a car-
Ferroviário de Maputo, Maxa- 2023 – Campeão Nacional de
reira de treinador depois de ter tido
quene, Ferroviário de Nampula, Basquetebol Seniores Masculi-
uma curta carreira como jogador do
A Politécnica, Sporting de Que- nos, será o representante de Mo-
Ferroviário de Maputo (iniciados e
limane e New Vision de Pemba. çambique na próxima Edição da
juvenis) e Black Bulls (juniores).
O sorteio da prova terá lugar “ BAL – Basketball África Lea-
“Cresci a ouvir que a segun-
a 1 de Dezembro. A Fase Re- gue” Edição 2024. (LANCEMZ)
da liga é a mais difícil e fizemos
com êxito, espero que a Direcção
tenha a mesma coragem que teve
ao nos colocar aqui para a subi-
da, nós estamos prontos, somos
ambiciosos a esse nível e vamos
trabalhar ainda mais e se for a
vontade da direcção estamos pron-
tos para assumir o Moçambola
em 2024”, disse Hassane Júnior.
Refira-se que Hassane Júnior
pertence aos quadros técnico da
Black Bulls onde ganhou vários tí-
tulos nos escalões de formação ao
nível da cidade de Maputo, sendo
que já desempenhou as funções
de treinador-adjunto da Selecção
Nacional Sub-15. (LANCEMZ)
22 | zambeze | cultura| Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023

Sessão de Lançamento Mozambique Fashion Week

Promove criações sustentáveis de jovens talentos

Mais de 100 estilistas nacionais e até 14 internacionais vão organizadora do Mozambique rado, mas sim um reflexo do que o Mozambique Fashion
fazer parte da 19ª edição do maior evento de moda do país, o Fashion Week, Vasco Rocha, nosso empreendedorismo, da Week contribuiu e continua a
Mozambique Fashion Week. O evento celebrado anualmen- destacou que “o Mozambique oportunidade, da educação e contribuir para o crescimento
te teve o seu lançamento oficial esta quarta-feira, exaltan- Fashion Week é uma jornada um verdadeiro testemunho da da indústria da moda em Mo-
do os pilares da criação sustentável, promoção de talentos, de transformação e paixão, este nossa inovação, transforma- çambique, gerando oportuni-

S
construção de marcas que projectam a moda moçambicana. evento transcende as barrei- ção, inclusão e diversidade”. dades únicas, inovadoras e sus-
ras da moda. Encontramos um Por sua vez, a representan- tentáveis para os fashionistas
ob o lema ‘Kin- O espaço foi dominado por
espaço que conta a história da te do Absa Bank Moçambique, e todo ecossistema da moda”.
gs and Queens: looks icónicos, criatividade, di-
nossa nação, uma história de main sponsor do evento, Tânia O Mozambique Fashion
o Trono é Teu’, ferenciação e resiliência na cons-
constante evolução e superação. Oliveira, referiu que “Cremos Week vai ter lugar nos
a sessão de lan- trução das colecções de moda.
Aqui, a moda não é apenas um que não há margem de dúvi- dias 04 a 10 de Dezem-
çamento exalou Na ocasião, o Director-
mero tecido habilmente costu- das para todos aqui presentes bro, no Porto de Maputo.
parte do que se espera para 2023. -Geral da DDB Moçambique,

BCI apoia intercâmbio internacional de Música

E
ncontra-se em
Maputo o con-
ceituado músico
e compositor
angolano, Ma-
tias Damásio, para dois concer-
tos, nas cidades de Maputo e Ma-
tola, aos quais se juntaram jovens
artistas moçambicanos, entre
os quais a cantora Júlia Duarte.
“A música é uma das mui-
tas expressões culturais que o
BCI acarinha desde há muito.
Pois acreditamos na importân-
cia da cultura como veículo para
a aproximação entre os povos”,
disse o Presidente da Comissão
Executiva do BCI, Francisco
Costa, na conferência de Impren-
sa de lançamento dos concertos,
realizada na 4ª feira (22), no au-
ditório do BCI. E acrescentou:
“o intercâmbio musical entre os
diferentes países, nomeadamen-
te Angola e Moçambique, é a
melhor forma de promover, mas
acima de tudo potenciar o surgi-
mento de novos talentos em Mo-
çambique”. Mais adiante convi-
dou o músico angolano a mostrar
o que melhor sabe fazer: “nestes
próximos dias, aqui em Moçam-
bique, queremos, como tu can-
tas, ver os corações explodirem
pela boca, e a nossa voz a ficar
rouca”, disse. E concluiu: “na
tua música ‘Como antes’, dizes
‘quero ser feliz contigo, quero
ser teu ombro amigo’, e hoje o
BCI quer ser aqui esse ombro
amigo que todos precisamos”.
“É sempre obviamente um
prazer voltar a Moçambique”,
replicou Damásio. “Costumo
dizer que Moçambique é a
minha segunda casa, a minha
segunda pátria”, disse, expli-
cando que “nós hoje canta-
mos em todos os cantos do
Mundo mas Moçambique tem vida”.Falou igualmente dos trou-se grata: “eu sou aquela muito grande partilhar o palco
uma particularidade: acom- músicos moçambicanos, em abençoada e privilegiada. Já com ele, desta vez na Matola.
panha a minha carreira desde particular da Júlia Duarte, de tive a oportunidade de estar Estaremos lá para fazer a fes-
o início”. E confessou: “Mo- quem nutre grande admiração. com o Matias Damásio, várias ta. Tenho a certeza que será um
çambique faz parte da minha Duarte, por seu turno, mos- vezes. É sempre um prazer daqueles fogos inapagáveis”.
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023 |comercial| zambeze | 23

Comercial
Renovação de
assinaturas
para 2023
F ranci s co R odo l fo
No mês de Dezembro/2023:
Patrões, paguem cedo aos
vossos trabalhadores
zz Evite filas nas compras
zz Se não há 13º mês, “avise” com antecedência (Estado e Privados)
E
stamos quase
na recta final,
o mês de De-
zembro está
aí à porta, por
isso, o Pedro, na nossa cava-
queira habitual esta Quarta-fei-
ra (29.11.23), beneficiando de
boa temperatura nesta “Cidade
das Acácias Vermelhas” (já a
florirem), o que como sempre
afirmamos - é “vaidade” para
o Dr. Eneias da Conceição
Comiche, mayor da Cidade
de Maputo, para exibir tudo
na Feira de Turismo de Mapu-
to – o FIKANI, aos turistas.
Esse FIKANI, que “or-
gulha” aos moçambicanos,
sobretudo a “Equipa” da Dra.
Etelvina Materula”, “manda
chuva” das “Brincadeiras e
“Turismo”, ali com toda pom-
ba e circunstância no Gigan-
tesco” CENTRO CULTU-
RAL Moçambique-China”.
Com uma temperatura de
29º Célsius estivemos des-
ta vez com o meu amigo, no
“Restaurante e Café das Acá-
cias”, com um panorama de
“vender” aos turistas a bela
paisagem, turistas nacionais
e internacionais, agora que
os estrangeiros têm facilida-
des de “vistos de entrada” …
- “Com que então o Aero-
porto “Filipe Jacinto Nyusi”,
de Chongoene (Xai-Xai) que
alguns consideravam “Elefan-
te Branco” a LAM (Linhas
Aéreas de Moçambique) – vai
criar condições para que os
z ambezE
O n d e a n a ç ã o s e r e e nc o n t r a
Av. Emília Daússe nº1100 l
M aputadas
homens que metemDIVISAS
em Moçambique – os MINEI-
ROS, virão cá de avião?...”
– era o Pedro ao ataque.
-Quando o autor era Direc-
tor Provincial dos Transportes
e Comunicações em Tete, já
no tempo do Director Provin-
cial dos Transportes e Comu-
nicações, Sitói, substituído por
Dr. António Pinto e mais tarde
Sebastião Paulino “guerrea-
ram” nos “Conselhos Coor-
denadores dos “Transtornos
e Comunicações” para que
Gaza tivesse um Aeroporto… -
explico a tomarmos café, com
a brisa que o KaMpfumu,
esse Distrito que é “vaidade-
zinha” da Dra.Maria Helena
Nhancale, devido à limpeza,
mas que ficou com muitos
“contentores de lixo” quei-
mados e vandalizados duran-
te as manifestações - dita de
pacíficas - como se nós todos
fossemos crianças ingénuas…
- “Se vierem via aérea,
os mineiros durante as férias
de Páscoa, virão mais vezes,
pois deixarão de sujeitar o
“castigo” de que actualmen-
te estão sujeitos, a frontei-
ra de: Ressano Garcia, até
Mandhlacazi, Chidenguele,
Bilene-Macia, Chókwè, Chon-
goene, Chilembene, etc…”
-Vai ser uma “paga”, por-
que pela “permanência” dos
Trabalhadores na Terra do
Rand, Moçambique, ganha
“dinheiro” – para não afir-
mar “MUITO DINHEIRO”,
Cell: 82 30 73 450 l zambeze.comercial@gmail.com l Maputo
email:saiajusce@gmail.com
por isso se a LAM, conseguir
“esta proeza” ficará para os
anais da nossa história, por-
que para nós, que crescemos
nos arrabaldes da Maxixe, os
mineiros nos anos cinquenta
e sessenta, vinham nos “Bar-
cos Costeiros” com as suas
bagagens, com enjoos durante
o trajecto Porto de Maputo/
Porto de Inhambane… - ex-
plico ao Pedro estupefacto…
- “Era realmente uma
façanha…”
-Chegado a Inhamba-
ne eram pagos pelo Tesou-
reiro, pai do Leonel Matias
(Ex ícone da RM – Rádio
Moçambique) e no Merca-
do compravam “mesas, ca-
deiras, camas e aparadores”,
que eram transportados de
barco à vela para a Inhamba-
ne/Maxixe e daí de autocarro
para as suas terras de origem:
Homoíne, Morrumbene, Jan-
gamo, Cumbana, Massinga,
Vilankulo, Inhassorro, etc…
- “Nesse tempo, não havia
transporte?...”
-A estrada, agora a EN1
(estada ainda nos papéis), só
mais tarde é que veio, mas
mesmo assim permanecen-
do o sofrimento do Batelão
da Pontinha de Xai-Xai para
outra margem, antes da mag-
nifica obra de arte da Ponte
de Xai-Xai, do Engenheiro
Edgar Cardoso. Ficava-se na
“bicha” para autocarro apa-
nhar o batelão puxado manu-
almente 1 a 2 dias - explico.
- “Qualquer dia vais sugerir
ao Eng.º Carlos Fragoso, para
escrever um livro de memórias
sobre as Estradas de Moçambi-
que…” – provoca-me o Pedro.
-Os homens não são eter-
nos e o pessoal envolvidos nas
infra-estruturas e seus dirigen-
tes trabalham com tamanha
pressão que isso de “História”
dos seus Sectores são relega-
dos para o plano secundário…
- “Tu dizias há tempos,
que quando há “Condecora-
ções” os Heróis da EDM (Ele-
tricidade de Moçambique”,
das “Estradas” dos “Trans-
portes e Comunicações”,
etc. não aparecem – porque
explicava que a “Comissão
Central” até tem poucas
“Sub-Comissões” destes im-
portantes Sectores e outros…”
– era o Pedro a pagar a conta,
mas com um novo ataque, a
“mania das Tesourarias…”
- É verdade:No mês de
Dezembro/2023: PATRÕES
paguem cedo aos vossos tra-
balhadores… - é um APELO
que lançamos, VEEMEN-
TEMENTE, como os nossos
Deputados da Assembleia
da República, GOSTAM de
se plagiar nos seus brilhante
discursos, para que eles NÃO
deixem para último dia o pa-
gamento dos vencimentos/sa-
lários, aos trabalhadores…
- “Tens sempre argumen-
tos” -
-Evite “bichas” nas com-
pras… - é outra nossa reco-
Comercial
Renovação de
assinaturas
para 2023
mendação. Se os “Patrões,
pode pagar a 24 de Dezembro
ou 31 de Dezembro/2023,
porque não efectuar o paga-
mento no dia15 ou dia 20 de
Dezembro, para que o traba-
lhador possa ir às lojas cedo?...
- “Vão dizer: Ah, mas depois
deixam de vir ao trabalho…”
- “Alguns trabalhado-
res já madalas ou com 20
anos na “casa” – o PA-
TRÃO AINDA desconfia?...”
Este NOSSO VEEMEN-
TE APELO, é para os PA-
TRÕES, Estado/Governo…
-Se não há 13º mês “avi-
se” com antecedência (Esta-
do e Privados) … - não façam
como nalgumas vezes: as
pessoas ou funcionários fize-
ram as compras, mas porque
os donos da MA$$A dizem
para não pagar, por causa do
“bicho” chamado: “TESOU-
RARIA” anuncia na última
Sessão do Conselho de Mi-
nistros: “Não há 13º mês…”
- “O ano passado o
murmúrio era: Mas esse
Dr. Max Tonela, não po-
dia ter dito antes?...”
Para nós, o ministro mo-
çambicano dos “Dinheiros”,
com novas tecnologias, já
não estão lá – muitos − os
que usavam máquinas de
FACIT para calcular, pois
os donos da MA$$A disse-
ram: “Tem 60 anos: FICA
EM CASA - REFORMA” …
E mais MAPUTADAS
teremos para semana…