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br
Portaria determina
recadastramento das
armas de fogo no país
em 60 dias A5
Produção migra para o
México para ficar mais
perto dos EUA A9
Destaques
Catena-X exclui Brasil
As montadoras, fabricantes de autopeças e
prestadores de serviços da Alemanha que
formaram a Catena-X — joint venture entre
VW, BMW, Mercedes, Basf, Henkel, SAP,
Schaeffer, Siemens, T-Systems e ZF para coo-
peração tecnológica — encaminharam do-
cumento ao Cade informando a dissolução
da operação, em razão das restrições impos-
tas pelo órgão. Não ficou claro, no entanto,
se a parceria prossegue em outros países. B4
DHL vai investir R$ 800 milhões
Sob novo comando desde a virada do
ano, a operação brasileira da DHL Sup-
ply Chain, braço de armazenagem e
distribuição da alemã DHL, planeja in-
vestir R$ 800 milhões na construção de
armazéns próprios, tecnologia e eletri-
ficação da frota de veículos até o fim de
2025. A primeira unidade a ser cons-
truída será um “hub” às margens da via
Anhanguera, em Jundiaí (SP). B5
Relecitação de aeroportos
O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio
França, disse ontem que espera relicitar o
Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na
região metropolitana de Natal, em até 15
dias. O terminal está em processo de devolu-
ção pela Inframerica, mesma concessionária
do aeroporto de Brasília. Segundo França, o
governo ainda estuda uma saída jurídica
para manter os atuais concessionários do
Galeão e de Viracopos. B4
São Martinho no etanol de milho
A usina de etanol de milho da São Marti-
nho, em Quirinópolis (GO), está em fase
de testes e deve começar a operar em
meados deste mês, disse Fábio Venturelli,
CEO da companhia, durante evento orga-
nizado pela XP. A Usina Boa Vista já pro-
duz o biocombustível a partir da cana e,
com o uso do cereal, agrega mais 220 mi-
lhões de litros à sua capacidade. Os inves-
timentos da São Martinho no novo proje-
to chegam a R$ 740 milhões. B9
Etanol importado volta ser taxado
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) de-
cidiu não prorrogar a isenção do Imposto de
Importação para compras de etanol de paí-
ses de fora do Mercosul. A taxa de 18% — que
foi zerada em março do ano passado como
tentativa de baratear os combustíveis — vol-
tou a ser aplicada ontem no percentual de
16%. Segundo o Ministério da Agricultura, o
país está prestes a iniciar nova safra de cana
e pode atender a demanda. B9
GM investe US$ 650 mi em lítio
A General Motors vai investir US$ 650
milhões em uma mina de lítio nos EUA,
o maior investimento feito até hoje por
uma montadora para garantir o supri-
mento da matéria-prima, usada em ba-
terias de veículos elétricos. A mina Tha-
cker Pass, da Lithium Americas, no Esta-
do de Nevada, começará a operar no se-
gundo semestre de 2026. O aporte ini-
cial será de US$ 320 milhões, em troca
de 10% do negócio. Página B3
Ideias
Maílson da Nóbrega
De um arcabouço fiscal crível depen-
dem o desempenho da economia e o
êxito do governo. A10
Antara Haldar
A resistência à globalização não é cognitiva,
mas afetiva, e nasce de uma raiva com a sen-
sação de ter sido “deixado para trás”. A11
Indicadores
Ibovespa 1/fev/23 -1,20 % R$ 29,1 bi
Selic (meta)
Selic (taxa efetiva)
Dólar comercial (BC)
Dólar comercial (mercado)
1/fev/23
1/fev/23
1/fev/23
1/fev/23
13,75% ao ano
13,65% ao ano
5,0715/5,0721
5,0598/5,0604
Dólar turismo (mercado) 1/fev/23 5,1029/5,2829
Euro comercial (BC) 1/fev/23 5,5366/5,5392
Euro comercial (mercado) 1/fev/23 5,5557/5,5563
Euro turismo (mercado) 1/fev/23 5,5995/5,7795
Itaú capta R$ 2 bi
para apoiar o
empreendedorismo
feminino, diz Luciana
Nicola C6
INÊS249
LiraePachecosãoreeleitosnoCongresso
Raphael Di Cunto, Marcelo Ribeiro, João
Valadares, Vandson Lima, Caetano
Tonet, Renan Truffi e Fernando Exman
De Brasília
Rodrigo Pacheco (PSD-MG) venceu
ontem a disputa para a presidência do
Senado e permanecerá por mais dois
anos na função. O presidente da Câmara
dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL),
também foi reeleito e ficará até janeiro
de 2025 na presidência da Casa.
Pacheco recebeu 49 votos para sua re-
condução, entre os 81 senadores. Seu opo-
nente, o senador Rogério Marinho (PL-
Petrobras
perde no Carf
R$ 5,7 bilhões
Beatriz Olivon
De Brasília
A Petrobras perdeu ontem no Con-
selho Administrativo de Recursos Fis-
cais (Carf) dois julgamentos sobre tri-
butação de lucros no exterior que en-
volvem R$ 5,7 bilhões. Os processos fo-
ram os primeiros analisados após a
mudança do regimento interno do ór-
gão pelo Ministério da Fazenda, por
meio de medida provisória, com a vol-
ta do polêmico “voto de qualidade”.
Nesse caso, quando há empate,
quem decide o resultado é o represen-
tante da Fazenda. A companhia infor-
ROSINEI COUTINHO/SCO/STF
mou que vai recorrer ao Judiciário pa-
ra questionar a decisão do Carf.
Além da Petrobras, Klabin e Fratelli
Vita Bebidas também tiveram decisões
desfavoráveis no conselho em temas
relevantes para muitos outros contri-
buintes na quarta-feira. Página E1
Oi prepara nova
recuperação
judicial
Rodrigo Carro
Rio
A Oi pediu à Justiça proteção contra
credores em caráter preparatório para
uma 2 a recuperação judicial. A medida é
a mesma usada pela Americanas, que em
janeiro obteve uma blindagem de 30
dias contra cobranças. A recuperação da
Oi durou quase sete anos e foi encerrada
em 2022. A empresa tem R$ 29 bilhões
em dívidas financeiras. Página A2
Embargo da UE a
diesel russo deve
afetar o Brasil
Gabriela Ruddy
Do Rio
O perfil das importações brasileiras de
diesel deve mudar com as novas sanções
da União Europeia à Rússia, que incluem
SILVIA ZAMBONI/VALOR
embargo a derivados de petróleo, a par-
tir de domingo. A menor disponibilida-
de do combustível no mercado interna-
cional, fruto da restrição, deve fazer com
que os EUA, principal fornecedor do pro-
duto ao Brasil, prefiram vender para a
Europa, que pode pagar mais. Página A4
Pequenas importações e cripto superam US$ 20 bi
Marta Watanabe
De São Paulo
Importações de pequeno valor via co-
mércio eletrônico e o investimento em
criptomoedas somaram US$ 20,64 bi-
lhões no ano passado, ante US$ 11,67 bi-
Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | Ano 23 | Número 5682 | R$ 5,00
RN), teve 32 votos. Eduardo Girão (Pode-
mos-CE) retirou a candidatura em apoio a
Marinho, mas não impediu a reeleição. O
resultado representou uma vitória para o
governo Lula e um revés para seu anteces-
sor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No entanto, o número de votos obtido
por Marinho mostra que haverá força sig-
nificativa contrária ao governo no Senado,
que supera um terço dos votos da Casa —
suficiente para a abertura de CPIs, que
precisam de 27 apoios, por exemplo.
Lula e Bolsonaro entraram com força
nas articulações por seus candidatos. O
presidente enviou vários de seus ministros
Concerto pela democracia
A presidente do STF, ministra Rosa Weber, discursa durante a abertura do ano judiciário, ladeada pelos presidentes da República e do Congresso.
“Que os inimigos da liberdade saibam que o regime democrático permanece inabalado, intangível à ignorância crassa da força bruta”. Página A8
BC não vê ambiente para juro cair
Alex Ribeiro e Larissa Garcia
De São Paulo e Brasília
O Banco Central manteve a taxa bási-
ca de juros em 13,75% ao ano na primei-
ra reunião desde a posse do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Com tom mais
duro em relação ao risco fiscal, disse que
avalia se manter essa taxa por mais tem-
po “que no cenário de referência” será
‘Open banking’ ainda engatinha
“Open banking” completa dois anos e, apesar de avanços, ainda não atingiu o objetivo de ampliar
e baratear o crédito. “Estamos só no começo”, diz Luana Soratto, da ABFintechs. Página C8
lhões em 2021. No saldo líquido entre ex-
portações e importações, os criptoativos
deram origem a um déficit de US$ 7,37
bilhões e as operações de pequeno valor,
a um saldo negativo de US$ 8,13 bilhões.
Com isso, o superávit comercial apurado
pela Secex, de US$ 61,76 bilhões, cai para
ao Senado para abrir as portas de suas Pas-
tas e mostrar que o governo quer atender
as demandas dos parlamentares. Já Bolso-
naro colocou a mulher, Michelle Bolsona-
ro, para atuar presencialmente na articula-
ção política pró-Marinho. Ela foi ao Senado
horas antes da votação. O ex-presidente
permanece nos EUA, mas fez ligações a se-
nadores para pedir voto ao aliado.
No discurso da vitória, Pacheco vincu-
lou o resultado à rejeição do Senado a
posturas golpistas que estimularam ata-
ques aos prédios dos Três Poderes. “Acon-
tecimentos como em 8 de janeiro de 2023
não podem, e não vão, se repetir”, disse.
suficiente para levar a inflação à meta.
Dessaforma,indicaquesustentaráosju-
ros em 13,75% por período maior do que o
previsto pelo mercado, que esperava corte
a partir de setembro. Além disso, divulgou
cenário alternativo, em que a Selic ficaria
estável por todo o “horizonte relevante”.
Para o Copom, a conjuntura, “particu-
larmente incerta no âmbito fiscal e com
expectativas de inflação se distanciando
US$ 44,39 bilhões após o ajuste feito pelo
Banco Central, para cálculo do balanço de
pagamentos. A autoridade monetária con-
sidera como importações e exportações de
pequeno valor o comércio via encomendas
internacionais e operações por meio de fa-
cilitadora de pagamentos. Página A12
ArthurLira foi reeleito com464 votos,de
um total de 513 deputados, 90% do plená-
rio, num bloco formado por 14 dos 16 par-
tidos e federações da Casa. O apoio obtido
por ele foi recorde desde a redemocratiza-
ção, em 1985. Ao longo da campanha, Lira
trabalhou para demover todos os adversá-
rios internos. A aliança construída por ele
dará a seus aliados praticamente todos os
postos de comando da Câmara.
O deputado prometeu dar celeridade
à reforma tributária, pediu a pacificação
do país e disse que atuará para punir
aqueles que tentaram um golpe contra a
democracia em janeiro. Páginas A6 e A7
da meta em horizontes mais longos”, de-
manda maior atenção. O comitê diz que
fará o necessário para cumprir as metas, o
que pode significar até elevar os juros.
O alerta ocorre em meio a dúvidas so-
bre o arcabouço fiscal e críticas de Lula ao
nível das metas de inflação. Página C1
• BCdosEUAdesaceleraritmodeapertoeso-
be juros em 0,25 ponto percentual. Página C1
Bancos esperam
empréstimo
de R$ 2 bilhões
à Americanas
Fernanda Guimarães e Adriana Mattos
De São Paulo
Os bancos credores da Americanas te-
riam recebido a sinalização, no início da
semana, de que o empréstimo extracon-
cursal à empresa, por meio da modali-
dade “debtor-in-possession” (DIP), che-
gará a R$ 2 bilhões. Do total, R$ 1 bilhão
deve vir dos acionistas de referência, Jor-
ge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel
Telles, como apontado em fato relevante
da varejista. O Valor apurou que a outra
metade viria do mercado.
A entrada de recursos para garantir a
operação no curto prazo, após o caixa de
R$ 8 bilhões ser drenado com a crise, já ha-
via sido sinalizada pela empresa desde o
fim da semana passada. O DIP é feito em
ambiente de recuperação judicial. A con-
trapartida é que esses credores passam à
frente dos demais na fila para receber o va-
lor devido. Para que o financiamento possa
ser destravado, o juiz da recuperação e os
credores precisam concordar. O custo será
de cerca de 128% do CDI, o mesmo de antes
da recuperação judicial. Página B7
A2 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Brasil
NME,recessãoepolarização:
'consequênciasvêmdepois'
Cristiano Romero
Q
uando as
manifestações de
2013 tomaram as
ruas de São Paulo e,
nas semanas
seguintes, das maiores capitais,
o alvo dos protestos não era a
gestão da presidente Dilma
Rousseff. Embora o governo já
tivesse, digamos, “contratado” a
longa crise que se abateu sobre
a economia no primeiro
trimestre do ano seguinte, a
sensação geral ainda não era de
desconforto ou medo com o
que viria.
A taxa de desemprego,
naquela ocasião, chegou ao
menor nível da série histórica
apurada pelo IBGE e o Produto
Interno Bruto (PIB) mostrava
alguma recuperação em relação
ao ano anterior. É verdade que o
aumento da atividade em 2013
decorreu da constatação da
equipe econômica de que a
Nova Matriz Econômica (NME)
fracassara e que, portanto,
considerando-se a manutenção
do projeto de poder do PT, só
restava ao governo sucumbir ao
populismo fiscal.
É evidente que não foram
somente os equívocos
cometidos pelo governo que
jogaram o Brasil na Grande
Recessão (2014-2016). Em
2012, a China, principal destino
de nossas exportações agrícolas
e de matérias-primas, começou
a moderar sua taxa de
crescimento, que havia uma
década vinha expandindo-se
acima de 10% ao ano. Sem
dispor do dinamismo
estrutural da economia
americana, a Europa ainda
lidava com os efeitos
devastadores da crise mundial
de 2008.
Ausência de 'mea
culpa' de Lula pesa
na desconfiança
Não se tratava mais de um
cenário de disrupção em escala
global, mas, certamente, de
uma novidade com a qual os
mercados precisariam lidar dali
em diante: a economia chinesa,
a segunda maior do mundo e
principal responsável, na
primeira década deste século,
pelo "boom" de commodities
que tanto beneficiou países
como o Brasil, ancoraria seu
modelo de desenvolvimento,
baseado até então em
exportações, no mercado
interno; o resultado foi a
moderação do crescimento nos
anos seguintes.
Diante disso, o que fez o
governo brasileiro? “Brigou
com a notícia”, como costuma
dizer meu colega Sergio Leo
quando vê “coleguinha”
fazendo esforço monumental
para não enxergar o óbvio.
Naquele momento, fatores fora
do controle do país
pressionaram para baixo o
crescimento das economias. O
ritmo acelerado dos anos
anteriores criou desequilíbrios
tanto no front inflacionário
quanto na área fiscal, uma vez
que, desde 2008, o governo
decidira abrir os cofres para
estimular as empresas a
investirem, a qualquer custo.
O Brasil, graças à disciplina
fiscal e monetária empenhada
no primeiro mandato do
presidente Lula (2003-2006),
saiu rapidamente da crise
financeira global de 2008. No
auge daquela turbulência,
economistas do PT e ligados ao
partido decretaram o “fim” do
capitalismo como o
conhecemos, por isso, caberia
ao país seguir outro caminho,
se quisesse continuar
crescendo. A crise foi usada
como argumento para, nos
últimos dois anos do segundo
mandato de Lula (2006-2010),
abrir-se o cofre do Tesouro
Nacional e, assim, promover,
talvez, o maior volume de
transferência de renda, via
subsídio creditício e direto, a
grandes empresas nacionais e
multinacionais, todas com
acesso fácil aos mercados de
capitais aqui e alhures.
Em consequência da sanha do
governo em incentivar as
companhias a investir no
aumento da capacidade de
produção, em 2010 o PIB
brasileiro avançou 7,5%, a maior
taxa em 24 anos. A popularidade
de Lula bateu recorde (85%),
Dilma derrotou José Serra (PSDB)
na disputa presidencial e a
inflação deu uma esticada no fim
daquele ano. Um dado chamou a
atenção dos analistas que não
brigam com a notícia: a
Formação Bruta de Capital Fixo
(FBCF), que reflete a taxa de
investimento das empresas em
máquinas, equipamentos e
construção civil, estagnou em
meados de 2010. E por que isso
aconteceu?
Não há crescimento
sustentável sem elevação de
investimentos. Os presidentes
Lula e Dilma achavam que, para
haver investimento, basta o
próprio governo oferecer
crédito barato aos baldes e
subsidiado (cobrando-se taxa
de juros bem inferior às do
mercado). Dilma foi bem mais
longe com essa crença. Como a
oferta farta de dinheiro barato
que começou a ser oferecida a
partir de 2008 não resultava em
mais crescimento, a presidente
decidiu mexer nos
“termômetros”: obrigou o
Banco Central a cortar a taxa
básica de juros na marra,
forçou-o também, com a ajuda
do Ministério da Fazenda, a
desvalorizar o real para
aumentar a competitividade
das empresas que produzem
aqui e, depois, quando nada
disso deu certo e o efeito foi o
oposto do esperado, chamou os
consumidores, via subsídio,
para acudi-la — a palavra é esta
porque, desde o início, o
objetivo era fazer a economia
crescer porque, na sua visão,
sem isso ela não seria reeleita
em 2014.
Se Dilma tivesse consultado
seu mais novo "amigo de
infância" em 2011 — o
ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso —, ele teria
lhe dado conselho magistral
baseado em sua experiência.
Entre abrir o Tesouro e dar
dinheiro de graça a grandes
empresas, com a crença de que
investiriam a rodo e seríamos
felizes para sempre, ele diria a
ela que optasse por cuidar da
inflação, que se assanhou
durante todo o seu mandato.
Em 1998, o PIB do país cresceu
apenas 0,34%. É, mas a inflação
foi a menor da história (1,65%).
E, desse jeito, FHC derrotou Lula
pela segunda vez no primeiro
turno da eleição.
No Brasil, inflação baixa
ainda é mais importante para a
maioria das pessoas do que ter
um emprego formal. Por quê?
Porque metade da força de
trabalho atua na informalidade
e mais de 100 milhões de
pessoas têm como renda um
salário mínimo. Se tem uma
faixa de população que tem
horror à inflação são os
beneficiários de programas de
transferência de renda e os
pobres.
Bem, como nada deu certo,
Dilma recorreu a mais alguns
expedientes que nos levaram,
sem a influência de fatores
externos, à Grande Recessão, ao
renascimento da extrema direita
e à agudização da polarização
política no país. Já passou da hora
de os petistas entenderem que
"as consequências vêm depois".
(Esta série continua na próxima
semana)
Cristiano Romero é colunista e escreve
às quintas-feiras
E-mail cristiano.romero@valor.com.br
Inflação da indústria fecha o ano
em 3,13% e é a menor desde 2016
Alessandra Saraiva
Do Rio
A inflação “porta de fábrica”,
sem impostos e fretes, apurada pe-
lo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) em seu Índice
de Preços ao Produtor (IPP) regis-
trou, em 2022, a menor taxa anual
em sete anos. Nesta quarta, 1 o, o
instituto anunciou queda de 1,29%
no IPP de dezembro, mais forte do
que a de novembro (-0,52%) e que
ajudou o índice a fechar o ano pas-
sado com alta de apenas 3,13%.
Além de muito inferior à de
2021 (28,45%), foi a menor taxa
desde 2016 (1,71%). O menor rit-
mo de crescimento global no ano
passado, bem como o câmbio no
segundo semestre de 2022, contri-
buiu para o resultado, de acordo
com Felipe Câmara, pesquisador
do IBGE. Isso porque os dois aspec-
tos ajudam a diminuir preço de in-
sumos industriais, no Brasil.
O menor ritmo de inflação na
indústria foi apurado pelo IBGE
em diferentes aspectos do indica-
dor. Em dezembro do ano passa-
do, 15 das 24 atividades acompa-
nhadas pelo IPP tiveram queda de
preços — em dezembro de 2021,
foram 17 com variação positiva.
Houve também recuos nos dois
componentes do IPP. Os preços na
indústria de transformação caí-
ram 1% em dezembro e os da in-
Desaceleração da economia derruba confiança empresarial
Rafael Rosas
Do Rio
A economia brasileira vive
uma desaceleração que no mo-
mento é a maior influência para o
comportamento da confiança
dos empresários do país. Esta é a
conclusão ao se analisar o resulta-
do de janeiro do Índice de Con-
fiança Empresarial (ICE), anun-
ciado ontem pelo Instituto Brasi-
leiro de Economia da Fundação
Getulio Vargas (FGV Ibre). No mês
passado, o índice caiu 2,1 pontos,
para 88,6 pontos, o que represen-
tou o menor patamar desde os
85,9 pontos de março de 2021.
O superintendente de estatísti-
cas do FGV Ibre, Aloisio Campelo
Jr., frisa que a piora do ICE em ja-
neiro teve influência direta do Ín-
dice de Situação Atual (ISA) e res-
Últimas notícias Empresas
Oi pede à Justiça nova proteção contra credores
Rodrigo Carro
Do Rio
A Oi entrou nesta quarta-feira
(1º) na Justiça do Rio de Janeiro
com pedido de proteção contra
credores em caráter preparatório
para uma segunda recuperação
judicial. A medida processual é a
mesma utilizada pela America-
nas, que em 13 de janeiro obteve
proteção de 30 dias contra a co-
brança de dívidas por parte dos
seus credores. O primeiro proces-
so de recuperação judicial da Oi
durou quase sete anos e foi en-
cerrado em dezembro do ano
passado. O movimento em dire-
ção a uma nova recuperação ju-
dicial foi antecipado pelo Valor
em 5 de janeiro.
“Apesar do inquestionável su-
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
Airbus B6 BNDES A5
Alocc Gestão Patrimonial C2 Bradesco B6, C3
Alvean B9 Bradespar B1
Amazon B5 BRCG A12
Ambev B7 BRF B8
Americanas B6, B7 BTG B7
Assaí C8 Catena-X B4
Astra Space B6 China Real Estate
ATEK Companies A9 Information Corp A9
AtlasIntel A5 Compass B1
Aura Minerals B1 Copersucar B9
AVG Capital C2 Cosan B1
Avivar Alimentos B8 Credit Suisse B1, B7
Bait B3 CSN C8
Banco Alfa C2 Decolar B2
Banco do Brasil C8 Deloitte B6
Basf B4 DHL Supply Chain B5
Beyond Meat B8 Eletrobras B1
BlackRock C1 EQI Asset C2
BMJ A12 EQT B6
BMW B4 Esh Capital B3
Inflação na indústria desacelera
Preços “porta de fábrica” * têm menor resultado desde 2016 - em %
30
25
20
15
9,64
10
4,15
5 3,13
1,71
0
2016 2017 2018
Fonte: IBGE
dústria extrativa recuaram 7,2% no
mês. Com isso, os preços da indús-
tria da transformação encerraram
2022 com alta de 3,70%, e os da in-
dústria extrativa, em deflação de
7,9%. Em 2021, as taxas de inflação
anuais foram mais fortes, respecti-
vamente de 29,2% e de 13,8%.
O IPP também mostrou recuos
de preços na maioria das catego-
rias de uso industriais, em de-
zembro. Houve quedas em bens
intermediários (2,08%), bens de
consumo duráveis (-0,16%) e
bens de consumo semiduráveis e
não duráveis (-0,48%).
Somente bens de capital apre-
sentou alta, de 0,85%. Esse setor
acabou mostrando, no ano, a mais
forte inflação entre as grandes ca-
tegorias , com aumento anual de
salta que, dentro do Índice de Ex-
pectativas (IE), a percepção sobre a
situação econômica dentro de seis
meses parou de recuar em novem-
bro e desde então teve pequena
melhora, enquanto a percepção
sobre a situação no curto prazo
(dentro de três meses) piorou.
Nesse sentido, explica o eco-
nomista, a confiança do empre-
sário brasileiro parece aderir ao
movimento de desaceleração ob-
servado no começo de 2023.
“A confiança segue ligada à eco-
nomia real. Há uma desaceleração
em curso, e os empresários pare-
cem perceber que essa desacelera-
ção deve prosseguir no horizonte
mais curto, pelo menos no primei-
ro trimestre”, afirma Campelo, que
acrescenta que o otimismo em re-
lação aos próximos seis meses ain-
da é baixo. “Parece que a piora do
cesso da primeira recuperação ju-
dicial, que, por meio da mudança
de seu plano estratégico de atua-
ção, com novo foco de operações
voltado a serviços de fibra ótica e
incluindo a transferência para ou-
tros investidores de parte de seus
negócios, permitiu a redução
substancial de seu endividamento
total, a estrutura de capital da
companhia continua insustentá-
vel. São, aproximadamente, R$ 29
bilhões apenas em dívidas finan-
ceiras”, argumentam os advoga-
dos da operadora.
A Oi vinha negociando a rees-
truturação de sua dívida, mas não
conseguiu chegar a um acordo fi-
nal com seus principais credores
financeiros. Conforme destaca em
seu pedido à Justiça, a operadora
tinha a obrigação de pagar, em
Exploration B6
EY B6
Facebook B6
Factset B6
Fertipar B9
Fitch C1
Ford B3
Frigoestrela B8
Frigon B8
Frigorífico Astra B8
Frigorífico Silva B8
Frisa B8
Gafisa B3
Ganfeng Lithium B3
GM B3
GWI B3
Henkel B4
Hisense A9
Inframerica B4
Inter A12
Itaú Unibanco A11, C6, C8
28,45
19,38
5,19
2019 2020 2021 2022
11,92%. O IBGE, em 2022, apurou
altas de 0,90% em preços de bens
de intermediários; de 6,95% em
bens de consumo duráveis; e de
4,84% em bens de consumo semi-
duráveis e não duráveis.
O setor de refino de petróleo e
biocombustíveis foi a principal in-
fluência tanto para resultado men-
sal quanto para taxa anual do IPP.
Em dezembro, esses preços caíram
5,46%, e finalizaram o ano com alta
de 11,06% — 58,62 pontos percen-
tuais (p.p.) inferior a de 2021. Os
produtos dessa área tiveram im-
pacto, respectivamente, de -0,68
p.p, na taxa mensal do indicador; e
de 1,23 p,p. na taxa anual.
O pesquisador explicou que se-
tores relacionados a commodities,
como de refino — que leva em con-
ICE é baseada no curto prazo.”
Em janeiro, o ISA recuou 4,3
pontos em relação a dezembro,
para 90,3 pontos, enquanto o IE
caiu 1,9 pontos, para 86 pontos,
no menor patamar desde os 85,2
pontos de março de 2021. O ISA é
o menor desde os 88,1 pontos de
fevereiro de 2022.
“A desaceleração orgânica da
economia tem mais relevância
[no atual resultado do ICE]”, pon-
tua Campelo.
Ele ressalta, no entanto, que o
resultado do ISA de janeiro tem
forte influência do comércio. O
ICE compila os resultados de
quatro pesquisas de confiança
realizadas pelo FGV Ibre com os
setores de serviços, comércio, in-
dústria e construção. No mês
passado, o ICE do comércio regis-
trou 82,8 pontos, bem pior que
curtíssimo espaço de tempo, cen-
tenas de milhões de reais relativos
obrigações financeiras.
“O não pagamento de mais de
R$ 600 milhões que vencem em
5.2.2023, dentre os quais mais de
US$ 82 milhões devidos a título
de juros para os bondholders
[detentores de bônus], acarreta-
ria o vencimento antecipado da
quase totalidade da dívida finan-
ceira acima apontada, por conta
das cláusulas de vencimentos an-
tecipado e cruzado previstas em
seus contratos financeiros”, es-
clarecem os advogados da Oi no
texto protocolado na Justiça.
No pedido, a Oi se comprome-
te a continuar cumprindo, nor-
malmente, todas as suas obriga-
ções, dentre elas as trabalhistas,
tributárias, comerciais, com for-
Janssen B2 Moove B1
JBS B8 Mosaic B9
Johnson & Johnson B2 Multiplan C8
Kaspersky C6 Nepanoa A9
Klavi C8 Ollin Plastics A9
KPMG B7 Ollo B2
Kroll B6 Opportunity C1
Lar Cooperativa Petrobras A4, A7, B1
Agroindustrial B9 Petróleos Mexicanos A9
Lithium America B3 Rocket Lab B6
Localiza C8 S&P Global Commodity
Lojas Renner C8 Insights A4
MacroSector A12 Sabesp A5
Marfrig B8 Safras & Mercado B8
Mattel A9 Samarco B1
McDonald’s B8 Santander B6
Mercedes-Benz B4 São Martinho B9
Meta B6 SAP B4
Mitsui B1 Schaeffler B4
Modern Logistics B2 Siemens B4
Momentus B6 SkyQuest B8
ta cotação do petróleo — nortea-
ram trajetória do IPP. “Em escala
global tivemos expectativa de cres-
cimento mais lento [da economia
em 2022]. Percebemos, no ano
passado, política de arrocho mo-
netário em vários países. As com-
modities reagiram em queda.”
Outro exemplo de recuo expres-
sivo, de setor relacionado a com-
modity (nesse caso, o minério de
ferro), foi o dos preços de metalur-
gia, que caíram 1,30% em dezem-
bro, fechando o ano passado com
alta de 12%. As duas taxas, a mensal
e a anual, foram as menores da sé-
rie histórica do setor, no IPP.
A cotação do dólar também di-
minuiu. Isso também ajuda a re-
duzir preços de insumos impor-
tados, usados na indústria.
Ao ser questionado se, com in-
flação menor em custos indus-
triais, os preços dos produtos fi-
nais também poderiam diminuir
de ritmo, o técnico foi cauteloso.
Ele lembrou que, “no Brasil e em
qualquer outro lugar”, a formação
de preço de produto é algo com-
plexo. Desde a prateleira até o con-
sumidor no varejo, notou, passa
por gerenciamento de estoque de
imagem, de “trader” até vendedor
final. A dúvida é como essas forças
vão se organizar para provocar re-
passe ou não de variação negativa,
no preço do produto final que é
comprado pelos brasileiros, disse.
os 89,5 pontos do setor de servi-
ços, o segundo mais baixo.
Ao se analisar a situação atual, a
diferença aumenta, com o ISA do
comércio em 79,9 pontos, 13,2
pontos abaixo dos 93,1 pontos da
indústria, o segundo pior do mês.
“O comércio tem se mostrado
muito volátil. E a percepção do co-
mércio sugere que o comerciário
seja muito sensível, tem muitos
atores, muitas empresas peque-
nas, mais sensíveis”, diz Campelo.
O economista alerta ainda para
a forte queda da confiança dos ser-
viços, único dos quatro setores que
chegou a superar em algum mo-
mento o nível pré-pandemia de
confiança. Em janeiro, a confiança
dos serviços caiu 2,7 pontos, para
89,5 pontos, com destaque para o
recuo de 4,6 pontos para as expec-
tativas, para 85,5 pontos.
necedores e suas controladas. A
finalidade da tutela de urgência
cautelar requerida pela Oi é “pro-
teger os ativos da companhia e
assegurar a manutenção de suas
operações até o deferimento do
processamento de sua recupera-
ção judicial.”
A Oi deu entrada em seu pedi-
do de recuperação judicial em 20
de junho de 2016, após fracassa-
rem as negociações com credores
para reestruturar sua dívida, que
somava R$ 65,38 bilhões. A redu-
ção da dívida para os patamares
atuais foi alcançada, em grande
parte, com a venda de ativos da
companhia. Para requerer recu-
peração judicial, segundo a lei, é
necessário que a empresa não te-
nha, há menos de cinco anos, ob-
tido recuperação judicial.
Smart Fit B6
SpaceX B6
Starbucks B8
Stellantis B3
StoneX A4, B9
T-Systems B4
Tesco B8
Tesla B3
TS Lombard C1
TTO BMA B1
UBS BB B1
UpCon B3
Vale B1, C8
VerdeMed B4
Virgin Orbit B6
Visa C6
Volkswagen B4
Votorantim B1
Wide B2
XP B7, B9, C2, C3
Yara B9
ZF B4

Vista aérea da Rocinha, na
Zona Sul do Rio, uma das
maiores comunidades do Brasil
Rapel e redes aéreas são usados para levar
água e esgoto tratados à população
Aegea investe em soluções para diferentes desafios geográficos do Brasil, que vão
de comunidades no Rio de Janeiro às palafitas em Manaus
P ara universalizar os
ser viços de sanea-
mento no Brasil até 2033,
como prevê o novo marco
legal do setor aprovado
em 2020, será preciso
investir R$ 893,3 bilhões.
O cálculo é da Associação
e Sindicato Nacional das
Concessionárias Privadas
de Serviços Públicos de
Água e Esgoto (Abcon
Sindcon). Esse esforço já
está acontecendo: a mesma
entidadeestimaquejáforam
investidos R$ 55 bilhões
em obras de implementa-
ção de serviços de água e
esgoto, com 30 milhões de
pessoas beneficiadas.
Essa transformação do
saneamento básico nacio-
nal busca mudar a realidade
dos 35 milhões de brasileiros
sem acesso a água tratada e
dos 95 milhões sem trata-
mento de esgoto. O retorno
socioeconômico é calculado
pelo Instituto Trata Brasil
em R$ 1,4 trilhão até 2040. O
valorlevaemconsideraçãoo
fato de que o acesso a sane-
amento provoca impactos
positivos em cadeia, envol-
vendo desde a valorização
dos imóveis até a diminui-
ção de casos de doenças
que reduzem o acesso
ao estudo e a produtivi-
dade profissional.
Mas avançar com o sane-
amento básico em um país
de tamanho continental,
com geografia e realidade
social diversas, não é tarefa
simples. É preciso inovar
e buscar soluções para
todo tipo de território, das
comunidades ribeirinhas
do Amazonas ao topo dos
morros cariocas. Nesse
sentido, a Aegea, empresa
líder no setor privado de
saneamento no país, traba-
lhadeformaconsistentepara
encontrar soluções locais
para problemas históricos.
“A Aegea atua em 13 esta-
dos, atendendo mais de 21
milhões de pessoas, em
cidadesdediferentesportes,
com populações que variam
de três mil a 6,8 milhões de
habitantes, sempre respei-
tando as pessoas, o meio
ambiente e desenvolvendo
iniciativas que promovam
Nas comunidades da Rocinha
e dos Guararapes, está sendo
preciso utilizar cordas, cintos
de segurança, mosquetões
e capacetes para instalar
tubulações e levar o esgoto
para o lugar correto
vidas mais dignas e saudá-
veis”, afirma Édison Carlos,
presidente do Instituto
Aegea. “Compreendemos
e respeitamos os diversos
Brasisevamosalém,gerando
prosperidadecompartilhada
nos locais onde atuamos.”
DESAFIO DOS MORROS
Na Cidade Maravilhosa, por
exemplo, existem mais de
500 comunidades, muitas
delas instaladas em morros.
Para vencer os desafios de
atuar em vielas, becos estrei-
tos, terrenos íngremes, a
Águas do Rio, concessioná-
ria do Grupo Aegea, buscou
soluções até para atuar nas
tubulações instaladas nas
encostas. A concessionária
qualificou funcionários capa-
zesdeutilizartécnicasderapel
e escalada. Em locais como a
Rocinha ou o Guararapes, na
Zona Sul carioca, os profis-
sionais utilizam cordas,
cintosdesegurança,mosque-
tões e capacetes para recu-
perar e ampliar as redes de
águaeesgoto.
NocasodaRocinha,20mil
litros estavam sendo despe-
jados pela encosta do morro,
diretamente na Estrada
da Gávea. E os moradores
conviviamcomocheiroruim
“Compreendemos
e respeitamos os
diversos Brasis e
vamos além, gerando
prosperidade
compartilhada nos
locais onde atuamos”
ÉDISON CARLOS
presidente do Instituto Aegea
CONTEÚDO PATROCINADO POR
eemcondiçõesinadequadas
de saúde pública por conta
do entupimento de uma
manilha. Já na comunidade
dos Guararapes, o esgoto
escorria pela rocha e ia parar
no Rio Carioca, cujo nome
já mostra a sua importância
para o Rio de Janeiro. Nesse
caso, foram instalados 130
metros de rede de captação
para retirar os dejetos do rio
e levar para a rede coletora.
Já na Região dos Lagos, a
cerca de duas horas da capi-
tal, o abastecimento regu-
lar foi conquistado com o
trabalho da concessionária
Prolagos, que implantou
quase três mil quilômetros
de adutoras e redes de
distribuição de água, além
de triplicar a capacidade de
produçãodaestaçãodetrata-
mento de água, que fica a 70
quilômetros do ponto mais
distante de abastecimento.
O resultado foi o fortaleci-
mento da projeção turística
de cidades como Armação
dosBúzioseArraialdoCabo.
Os investimentos fizeram
com que a cobertura do
serviço saltasse de 30% para
Em Manaus, a Aegea também
teve que adaptar o trabalho
para levar água e esgoto
tratados às palafitas
98% da população dos cinco
municípios atendidos pela
concessionária, área que
compreende ainda Cabo
Frio, Iguaba Grande e São
Pedro da Aldeia.
Além disso, a concessio-
nária encarou o desafio de
contribuir para a recupera-
ção da Lagoa de Araruama,
maior laguna hipersalina
do mundo. Com o aumento
da oferta de água, aumen-
tou a produção de esgoto, e
o ecossistema, que recebe
a drenagem das cidades,
praticamente morreu. Foi
preciso então implementar
o modelo de esgotamento
sanitário e coleta em tempo
seco, que recebe as contri-
buições que chegam pelas
manilhas da rede pluvial,
levando o esgoto para trata-
mento. A Prolagos ainda
implantou cinturão coletor
no entorno para blindar a
laguna e construiu seis esta-
çõesdetratamento,evitando
que milhares de litros de
esgoto caiam in natura para
o corpo hídrico. Agora, a
lagoa vem registrando altos
índices de balneabilidade,
Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
DIVULGAÇÃO/ÁGUAS DO RIO
volta de cavalos-marinhos e
recordes de pescado, contri-
buindo, ainda mais, para o
fortalecimentodoturismona
RegiãodosLagos.
ADAPTAÇÃO PARA
PALAFITAS
De todas as capitais brasilei-
ras, Manaus foi a que mais
ampliou a oferta de água
tratada no país. Para alcan-
çar esse feito, foi necessá-
rio implementar soluções
para fornecer água em áreas
vulneráveiscomo,porexem-
plo, as regiões de palafitas. A
saída encontrada pela Águas
de Manaus, concessionária
quefazpartedoGrupoAegea,
foi construir um sistema
adaptado à geografia dessas
regiões. São as redes aéreas,
com tubulações aparentes e
que não ficam apoiadas no
chão.Elaspermitiramalcan-
çar130milpessoas,resultado
da construção de mais de 150
quilômetrosderedesdeágua
ajustadasparaessarealidade.
Usando a mesma técnica,
aÁguasdeManauscomeçou
a implantar, em setembro,
uma estrutura para coletar
DIVULGAÇÃO/ÁGUAS DE MANAUS
PRODUZIDO POR
| Valor | A3
GETTY IMAGES
e tratar o esgoto gerado em
áreas de palafitas. Na região
conhecida como Beco
Nonato,localizadanobairro
daCachoeirinha,naZonaSul
de Manaus, a empresa traba-
lha em um projeto inédito
no país, que pretende recu-
perarambientalmenteaárea.
A intervenção consiste na
instalação de 350 metros de
tubulação e uma elevatória
(sistema de bombeamento)
que vai levar o esgoto da
região para a Estação de
Tratamento Educandos
(ETE), que fica a três quilô-
metros do Beco Nonato.
Na ETE, que é uma das
mais modernas do Norte do
país, o esgoto coletado no
Beco Nonato passará por
todos os processos de trata-
mento e desinfecção, e só
então será devolvido para o
Rio Negro. A obra no Beco
Nonato vai beneficiar mais
de 900 pessoas.
E mais: todas as pessoas
que passam a ter acesso a
água e coleta de esgoto em
áreas vulneráveis da capi-
tal do Amazonas são inclu-
ídas na Tarifa Manauara,
programa desenvolvido em
parceria com a Prefeitura
de Manaus que garante 50%
de desconto nas faturas.
Hoje, Manaus já conta com
mais de 110 mil famílias
beneficiadas no programa.
“Estamosencontrandosolu-
ções para garantir o acesso
ao saneamento básico para
todos, adaptando infraes-
trutura e tarifa social para
que a população vulnerável
também seja beneficiada
com água potável, coleta
de esgoto, melhorando
sua qualidade de vida em
geral”, avalia o diretor-pre-
sidentedaÁguasdeManaus,
Diego Dal Magro.
“O trabalho da Aegea é
levar saneamento a locali-
dades dentro de sua atuação
com geografia e realidade
social tão diversas”, avalia
Édison Carlos. “A compa-
nhia compreende e respeita
os diversos Brasis, para
conseguir levar os serviços
de água e esgoto às popu-
lações mais vulneráveis,
se adaptando a todo tipo
de território.”
GLAB.GLOBO.COM
A4 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Brasil
Combustíveis Embargos europeus passam a incluir produtos refinados no domingo Prates debate
Sanções à Rússia mudam mapa de fundo de
equalização
fornecedores de diesel ao Brasil com Haddad
Matheus Schuch
Gabriela Ruddy terior são destinados principal- De Brasília
Do Rio mente para o Norte, Nordeste e Os dez maiores vendedores de diesel para o Brasil
Centro-Oeste. “Com as sanções na Importações atendem regiões que não são abastecidas por refinarias nacionais O presidente da Petrobras,
O perfil das importações brasi- Europa, mais volumes da Rússia 2022 2021 Jean Paul Prates, e o ministro da
leiras de diesel pode mudar com a poderão desembarcar no Brasil Valor (US$ milhões) Em toneladas Fazenda, Fernando Haddad, dis-
entrada em vigor de novas sanções dependendo da remodelação glo- cutiram nesta quarta-feira, 1 o, as
da União Europeia à Rússia, que bal e do nível de desconto no diesel 8.025.559 7.669.650 propostas já apresentadas sobre
Estados Unidos
3.485.558 6.033.711
vão incluir embargos a derivados russo”, acrescenta Felipe Perez, di- os combustíveis, entre elas a cria-
de petróleo a partir de domingo retor da consultoria S&P Global 2.247.424 2.106.727 ção de um fundo para reduzir o
Índia
1.296.720 2.298.336
(5). A menor disponibilidade de Commodity Insights. Por outro la- impacto da volatilidade dos deri-
diesel no mercado internacional, do, podem existir maiores dificul- 1.932.792 1.889.064 vados do petróleo, do gás de co-
Emirados Árabes Unidos
718.911 1.195.149
fruto das restrições, deve levar paí- dades de compras brasileiras de zinha e do gás natural.
679.120 678.784
ses importadores, como o Brasil, a derivados russos como conse- Arábia Saudita Ao deixar a reunião no gabine-
350.213 624.342
diversificarem a sua base de forne- quência das sanções, uma vez que te do ministro, Prates evitou dar
298.127 288.030
cedores. Arábia Saudita e Emirados as medidas impactam operações Holanda detalhes sobre a conversa, em
228.598 401.834
Árabes podem ser alternativas a de financiamento e o fechamento respeito ao período de silêncio
159.315 157.719
fornecedores tradicionais como os de seguros para trazer essas cargas Kuwait que antecede a divulgação dos
11.896 19.583
Estados Unidos. As sanções podem ao Brasil. “O mercado está se orga- resultados do quatro trimestre
128.283 134.335
fazer com que os EUA, principal su- nizando para entender qual vai ser Togo 280.271 446.474
de 2022. Ele confirmou, no en-
pridor de diesel para o Brasil, prefi- o real impacto das sanções euro- tanto, que o mecanismo de
94.551 101.904
ram vender mais para a Europa, peias”, diz Cordeiro, da Stonex. Rússia 16.946 24.901 amortecimento de preços foi dis-
que pode pagar mais pelas cargas. Ao todo, o Brasil importou, no cutido com Haddad.
88.841 68.525
A demanda por diesel no Brasil ano passado, 13,4 milhões de to- Omã 117.947 166.728 A criação de um mecanismo
em 2023 ainda é incerta, mas a ten- neladas de diesel, alta de 10,5% na 0 5.000.000 10.000.000 0 5.000.000 10.000.000 para frear os preços dos combus-
dência é que os importadores con- comparação anual, segundo a Se- tíveis já era defendida por Prates
tinuem a buscar diversificação de cretaria de Comércio Exterior (Se- Fonte: Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.
no Senado. No ano passado, um
supridores: “Com o embargo, po- cex) do Ministério do Desenvolvi- projeto sobre o tema relatado
de haver menor disponibilidade mento, Indústria e Comércio Exte- por diversificar as fontes, depois no Brasil depois que a Rússia pas- De acordo com analistas, a com- por ele foi aprovado, mas ainda
de diesel no mercado internacio- rior (Mdic). Historicamente, a que a relação entre oferta e de- sou a sofrer sanções dos Estados pra do diesel russo para abasteci- precisa do aval da Câmara. A me-
nal e o Brasil pode ter que partir maior parte do combustível im- manda ficou mais apertada no Unidos e União Europeia. A chega- mento brasileiro ocorreu sobretu- dida gera controvérsias entre es-
em busca de novos fornecedores”, portado pelo Brasil vem dos Esta- mercado internacional, efeito da da das cargas de diesel russo ao ter- do por empresas pequenas, e não pecialistas, por envolver alto cus-
diz Bruno Cordeiro, analista de pe- dos Unidos, o que se manteve em guerra da Ucrânia, que completa ritório brasileiro ocorreu princi- pelas grandes distribuidoras, que to para os cofres públicos.
tróleo e gás da consultoria StoneX. 2022 quando empresas america- um ano neste mês. palmente em outubro, segundo são responsáveis pelos maiores vo- O governo busca alternativas
O consultor afirma que a diver- nas forneceram 7,7 milhões de to- O suprimento global de diesel especialistas. O período que coin- lumes. A Agência Nacional do Pe- para evitar um aumento brusco
sificação de supridores de deriva- neladas de diesel ao Brasil. Depois sofre com a combinação de alguns cide com as eleições presidenciais. tróleo (ANP) emitiu ao todo 484 li- dos combustíveis a partir do mês
dos é positiva para a segurança do dos Estados Unidos vieram a Índia fatores. Um é a retomada da de- O aumento das compras da Rús- cenças para importações de com- que vem, quando a medida pro-
abastecimento brasileiro em cená- e os Emirados Árabes Unidos. manda depois das restrições ado- sia substituiu a queda nos volumes bustíveis da Rússia em 2022, mas o visória que prorrogou a desone-
rio em que a oferta no mundo está Em 2022 o Brasil quadrupli- tadas na pandemia. Nos últimos do Reino Unido, Alemanha e Bélgi- principal produto refinado impor- ração de PIS/Cofins perderá vali-
apertada desde o ano passado. “O cou as importações de diesel da meses, cresceu a diferença entre as ca. Além disso, países que supri- tado foram misturas betuminosas. dade. Até agora, há nos bastido-
Brasil está recorrendo aos países Rússia. Apesar desse aumento, a cotações do petróleo cru e do die- ram o Brasil em 2021 deixaram de A ANP não informa quais empre- res tendência de não prorroga-
que têm conseguido exportar participação russa no suprimen- sel, conhecida pela expressão em participar em 2022, casos de Malá- sas com licenças aprovadas de fato ção da medida, cuja validade ter-
mais”, diz. O governo do presiden- to brasileiro de diesel segue pe- inglês “crack spread”, uma medida sia, China, Itália e Japão. realizaram as operações. mina no fim deste mês.
te Luiz Inácio Lula da Silva tem in- quena e correspondeu, no ano do lucro das refinarias. “Esse valor A Petrobras afirma que compra Perez, da S&P Global Commodi- Os tributos foram cortados no
teresse em encontrar formas de re- passado, a 0,8% do total do pro- [o crack spread] está elevado desde diesel dos “principais países expor- ty Insights, diz que a maioria das ano passado pelo governo Bolso-
duzir o preço dos combustíveis aos duto internalizado no país, de o início da guerra pela preocupa- tadores”, como Estados Unidos, Ín- grandes importadoras brasileiras naro, às vésperas da eleição presi-
consumidores finais, tema que acordo com a Secex. Em 2021, fo- ção com o papel da Rússia no mer- dia e Emirados Árabes Unidos. Em prefere evitar lidar com o combus- dencial, para conter o preço dos
também foi prioridade da admi- ram 24,9 mil toneladas de diesel cado. Vai ser difícil ver isso voltar 2022, até setembro, a estatal impor- tível russo por causa da sensibili- combustíveis — em alta na época—
nistração Bolsonaro. comprado da Rússia, volume que aos patamares de antes da guerra”, tou em média 114 mil barris por dia dade das sanções europeias e ame- e domar a inflação. O governo
Em média, 25% do diesel consu- chegou a 101,9 mil toneladas em afirma o analista da StoneX. (barris/dia) de diesel, volume pouco ricanas. “No entanto, não há ne- também estabeleceu o essenciali-
mido no Brasil é importado, pois 2022, segundo a Secex. No ano passado, o ex-presidente menor do que em igual período no nhuma restrição em vigor, no mo- dade de combustíveis, energia e te-
as refinarias nacionais conseguem O crescimento da importação Jair Bolsonaro disse que tinha in- ano anterior, quando foi de 118 mil mento, por parte das autoridades lecomunicações, o que levou os Es-
atender apenas 75% da demanda Russa, em 2022, foi, na visão de es- tenção de aumentar as compras de barris/dia. Os dados anuais ainda brasileiras e reguladores para a im- tados a baixar os alíquotas de ICMS
do país. Os volumes vindos do ex- pecialistas, uma busca do Brasil diesel russo para reduzir os preços não foram divulgados. portação de diesel russo”, afirma. sobre esses produtos e serviços.

Atividade econômica Atualize suas contas

Indicadores agregados Variação dos indicadores no período
jan/23 dez/22 nov/22 out/22 set/22 ago/22 jul/22 jun/22 mai/22 abr/22 Em % Em R$
Indústria* Mês TR (1) Poupança (2) Poupança (3) TBF (1) Selic (4) TJLP TLP FGTS (5) CUB/SP UPC Salário mínimo
jul/21 0,0000 0,5000 0,2446 0,3798 0,36 0,4111 0,2952 0,2466 0,96 23,54 1.100,00
Produção física industrial (IBGE - %)
ago/21 0,0000 0,5000 0,2446 0,4248 0,43 0,4111 0,2992 0,2466 0,53 23,54 1.100,00
Total - - -0,1 0,3 -0,7 -0,6 0,5 -0,4 0,3 0,1
set/21 0,0000 0,5000 0,3012 0,4221 0,44 0,3978 0,3234 0,2466 0,70 23,54 1.100,00
Indústria de transformação - - 0,1 0,0 -1,3 -0,3 0,3 -0,3 1,0 0,0
out/21 0,0000 0,5000 0,3575 0,5046 0,49 0,4473 0,3483 0,2466 0,00 23,54 1.100,00
Indústrias extrativas - - -1,5 0,5 1,7 -3,2 2,1 2,5 -5,8 0,3
nov/21 0,0000 0,5000 0,4412 0,5927 0,59 0,4329 0,3771 0,2466 0,24 23,54 1.100,00
Bens de capital - - 0,8 -4,0 -0,4 5,7 -3,2 -1,6 6,4 -7,2
dez/21 0,0488 0,5490 0,4902 0,7191 0,77 0,4473 0,4026 0,2955 0,22 23,54 1.100,00
Bens intermediários - - 0,4 0,8 -1,0 -1,5 1,9 -0,7 -0,9 0,6
Bens de consumo - - -0,1 0,3 -0,9 -1,1 0,9 0,0 0,4 2,6
jan/22 0,0605 0,5608 0,5608 0,7609 0,73 0,5096 0,4146 0,3073 0,35 23,55 1.212,00
Faturamento real (CNI - %) - - 1,4 0,6 -0,8 1,1 0,9 1,4 0,8 -0,3 fev/22 0,0000 0,5000 0,5000 0,7272 0,76 0,4601 0,4249 0,2466 0,18 23,55 1.212,00
Horas trabalhadas na produção (CNI - %) - - 0,1 -1,5 -1,0 2,2 0,0 1,1 0,4 -2,3 mar/22 0,0971 0,5976 0,5976 0,8678 0,93 0,5096 0,4265 0,3440 0,25 23,55 1.212,00
Comércio abr/22 0,0555 0,5558 0,5558 0,8159 0,83 0,5513 0,4416 0,3023 0,71 23,59 1.212,00
Receita nominal de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) *(2) - - -0,3 0,1 0,1 -0,3 -1,6 0,5 -0,2 -0,1
mai/22 0,1663 0,6671 0,6671 0,9776 1,03 0,5697 0,4424 0,4133 4,13 23,59 1.212,00
Volume de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) *(2) - - -0,6 0,3 1,1 0,2 -0,2 -1,9 0,2 0,5 jun/22 0,1484 0,6491 0,6491 0,9496 1,02 0,5513 0,4472 0,3954 2,22 23,59 1.212,00
Consultas ao usecheque (ACSP - %) (1) ** - - - 28,2 23,6 61,4 97,2 114,1 424,1 44,2 jul/22 0,1631 0,6639 0,6639 0,9844 1,03 0,5851 0,4456 0,4101 0,73 23,67 1.212,00
Consultas ao sistema de proteção ao crédito (ACSP - %) (1) ** - - - -14,7 -17,0 -11,1 -5,6 7,8 127,2 -29,0 ago/22 0,2409 0,7421 0,7421 1,0929 1,17 0,5851 0,4630 0,4881 -0,01 23,67 1.212,00
Mercado de trabalho set/22 0,1805 0,6814 0,6814 1,0020 1,07 0,5662 0,4670 0,4276 -0,06 23,67 1.212,00
out/22 0,1494 0,6501 0,6501 0,9506 1,02 0,6005 0,4702 0,3964 0,04 23,81 1.212,00
Taxa de desocupação (Pnad/IBGE - em %) - - 8,1 8,3 8,7 8,9 9,1 9,3 9,8 10,5
nov/22 0,1507 0,6515 0,6515 0,9519 1,02 0,5811 0,4614 0,3977 0,15 23,81 1.212,00
Indicador Coincidente de Desemprego - (FGV/IBRE) (3)* - - - - - - - - - -
dez/22 0,2072 0,7082 0,7082 1,0489 1,12 0,6005 0,4670 0,4543 0,17 23,81 1.212,00
Emprego industrial (CNI - %)* - - 0,1 0,2 -0,2 -0,2 0,5 0,6 0,1 -0,2
jan/23 0,2081 0,7091 0,7091 1,0398 1,12 0,6142 0,4812 0,4552 -0,06 23,93 1.302,00
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE) (3)* - 1,6 -6,7 -4,0 1,5 1,2 -0,8 1,0 1,4 4,5
fev/23 - - - - 0,92 0,5546 0,4931 - - 23,93 1.302,00
Balança comercial (US$ milhões)
2023 0,21 0,71 0,71 1,04 2,05 1,17 0,98 0,46 -0,06 0,50 7,43
Exportações 23.137 26.645 27.636 26.868 28.627 30.781 29.846 32.744 29.649 28.963 Em 12 meses * 1,78 8,06 8,06 12,02 13,01 7,09 5,65 4,83 8,67 1,61 7,43
Importações 20.420 21.869 21.475 23.471 24.918 26.669 24.487 23.852 24.685 20.743 2022 1,63 7,90 7,90 11,71 12,39 6,88 5,51 4,68 9,12 1,15 10,18
Saldo 2.716 4.776 6.162 3.397 3.709 4.112 5.359 8.892 4.964 8.220
Fontes: Banco Central, CEF, Sinduscon e Ministério da Fazenda. Elaboração: Valor Data * Até o último mês de referência
Fontes: IBGE, CNI, FGV, FIRJAN, ACSP, SECEX/MDIC. Elaboração: Valor Data (1) Na capital SP. (2) Nova série com índice base 2014 = 100. (3) Var. em pts. * Metodologia com ajuste sazonal. (1) Taxa do período iniciado no 1º dia do mês. (2) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos até 03/05/12 (3) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos a partir de
** Variação em 12 meses. 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para fevereiro projetada. (5) Crédito no dia 10 do mês seguinte (TR + Juros de 3% ao ano)

Produção e investimento Inflação Dívida e necessidades de financiamento

Variação no período Variação no período (em %) Valores em R$ bilhões - no setor público
Indicadores 3º Tri/22 2º Tri/22 2022 (1) 2021 2020 2019 Dívida líquida do setor público dez/22 nov/22 dez/21
Acumulado em Número índice
PIB (R$ bilhões) * 2.544 2.472 9.641 8.899 7.610 7.389 Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
PIB (US$ bilhões) ** 477 488 1.801 1.609 1.448 1.873 jan/23 dez/22 2023 2022 12 meses jan/23 dez/22 dez/22 jan/22
Dívida líquida total 5.658,0 57,52 5.578,2 57,05 4.966,9 55,82
Taxa de Variação Real (%) 0,4 1,0 3,0 5,0 -3,3 1,2 IBGE
(-) Ajuste patrimonial + privatização 4,8 0,05 4,8 0,05 8,6 0,10
Agropecuária -0,9 0,1 -1,3 0,3 4,2 0,4 IPCA - 0,62 - 5,79 5,79 - 6.474,09 6.474,09 6.153,09
(-) Ajuste metodológico s/ dívida* -752,7 -7,65 -761,7 -7,79 -987,2 -11,09
Indústria 0,8 1,7 0,8 4,8 -3,0 -0,7 INPC - 0,69 - 5,93 5,93 - 6.706,15 6.706,15 6.373,00
Dívida fiscal líquida 6.405,9 65,13 6.335,1 64,79 5.945,5 66,81
Serviços 1,1 1,3 4,4 5,2 -3,7 1,5 IPCA-15 0,55 0,52 0,55 5,90 5,87 6.381,55 6.346,64 6.346,64 6.027,75
Formação Bruta de Capital Fixo (%) 2,8 3,8 0,8 16,5 -1,7 4,0 IPCA-E - 0,52 - 5,90 5,90 - 6.346,64 6.346,64 6.027,75 Divisão entre dívida interna e externa
Investimento (% do PIB) 19,6 18,3 18,8 18,9 16,6 15,5 Dívida interna líquida 6.338,6 64,44 6.318,8 64,62 5.898,3 66,28
FGV
Fontes: IBGE e Banco Central. Elaboração: Valor Data Dívida externa líquida -680,6 -6,92 -740,5 -7,57 -931,4 -10,47
IGP-DI - 0,31 - 5,03 5,03 - 1.143,23 1.143,23 1.110,40
* Valores correntes. ** Banco Central. (1) 3º trim de 2022, nos últimos 12 meses
Núcleo do IPC-DI - 0,29 - 6,16 6,16 - - - - Divisão entre as esferas do governo
IPA-DI - 0,32 - 4,70 4,70 - 1.375,86 1.375,86 1.347,79 Governo Federal e Banco Central 4.738,4 48,17 4.677,3 47,84 4.029,7 45,28
IPA-Agro - -0,31 - 3,38 3,38 - 2.013,57 2.013,57 1.998,95 Governos Estaduais 819,9 8,34 808,2 8,27 810,0 9,10
Contrib. previdenciária* IR na fonte IPA-Ind. - 0,58 - 5,24 5,24 - 1.137,41 1.137,41 1.108,25 Governos Municipais 44,8 0,46 37,7 0,39 70,5 0,79
Empregados e avulsos** Faixas de contribuição IPC-DI - 0,35 - 4,28 4,28 - 708,49 708,49 682,69 Empresas Estatais 54,9 0,56 55,0 0,56 56,7 0,64
INCC-DI - 0,09 - 9,28 9,28 - 1.051,63 1.051,63 969,18
Salário de Base de calculo Aliquota Parcela a deduzir Necessidades de financiamento do setor público dez/22 nov/22 dez/21
IGP-M 0,21 0,45 0,21 5,45 3,79 1.163,47 1.161,01 1.161,01 1.121,00
em R$ em % IR - em R$ Fluxos acumulados em 12 meses Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
contribuições em R$ Alíquotas em % (1) IPA-M 0,10 0,47 0,10 5,27 3,00 1.414,81 1.413,36 1.413,36 1.373,60
Até 1.302,00 7,50 Até 1.903,98 - - IPC-M 0,61 0,44 0,61 4,30 4,49 697,07 692,88 692,88 667,13 Total nominal 460,4 4,68 443,9 4,54 383,7 4,31
De 1.302,01 até 2.571,29 9,00 De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 INCC-M 0,32 0,27 0,32 9,40 9,05 1.054,56 1.051,25 1.051,25 967,00 Governo Federal** 431,0 4,38 419,4 4,29 428,3 4,81
De 2.571,30 até 3.856,94 12,00 De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 354,80 IGP-10 0,05 0,36 0,05 6,08 4,27 1.186,13 1.185,56 1.185,56 1.137,59 Banco Central 17,3 0,18 20,9 0,21 14,9 0,17
De 3.856,95 até 7.507,49 14,00 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 IPA-10 -0,06 0,31 -0,06 6,08 3,66 1.453,44 1.454,37 1.454,37 1.402,08 Governo regional 13,6 0,14 3,5 0,04 -61,8 -0,69
Empregador doméstico 8,00 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 IPC-10 0,47 0,58 0,47 4,40 4,47 700,19 696,93 696,93 670,22 Total primário -126,0 -1,28 -137,9 -1,41 -64,7 -0,73
Fonte: Previdência Social. Elaboração: Valor Data *Competên- INCC-10 0,14 0,36 0,14 9,55 9,16 1.040,09 1.038,60 1.038,60 952,80 Governo Federal -316,7 -3,22 -322,9 -3,30 -212,1 -2,38
Fonte: Secretaria da Receita Federal
cia jan/23. **Inclusive empregado doméstico. (1) Para fins de Elaboração: Valor Data Banco Central 0,5 0,00 0,3 0,00 0,6 0,01
FIPE
recolhimento ao INSS Obs. Desconto por dependente: R$ 189,59 Governo regional -64,9 -0,66 -70,7 -0,72 -97,7 -1,10
IPC - 0,54 - 7,32 7,32 - 654,64 654,64 614,52
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data * Interna e externa.** Inclui INSS. Obs.: Sem Petrobras e Eletrobras.
DIEESE
ICV* - - - - 3,07 - - - -
Principais receitas tributárias Obs.: IPCA-E no 4º trimestre = 1,21%, IGP-M 2ª prévia jan/23 = 0,35% e IPC-FIPE = 3ª quadrissemana jan/23 = 0,69%
Valores em R$ bilhões Fontes: FGV, IBGE, FIPE e DIEESE. Elaboração: Valor Data *Índice em 2020 até fevereiro Resultado fiscal do governo central
Valores em R$ bilhões a preços de dezembro*
Discriminação Janeiro-dezembro Var. dezembro Var.
Discriminação Janeiro-dezembro Var. dezembro Var.
2022 2021 % 2022 2021 % Imposto de Renda Pessoa Física 2022 2021 % 2022 2021 %
Receita Federal
Imposto de renda total 710,0 561,3 26,49 66,6 53,6 24,29
Pagamento das quotas - 2022 Receita total 2.352,3 2.144,2 9,71 217,5 223,8 -2,83
Receita Adm. Pela RFB** 1.414,7 1.328,4 6,49 119,4 121,6 -1,78
Imposto de renda pessoa física 57,8 56,3 2,59 3,8 4,5 -14,28 Arrecadaçao Líquida para o RGPS 544,1 511,8 6,31 69,5 67,3 3,36
Imposto de renda pessoa jurídica 315,1 248,1 27,01 17,2 17,0 1,65 No prazo legal
Receitas Não Adm. Pela RFB 393,6 304,2 29,39 28,6 35,1 -18,52
Imposto de renda retido na fonte 337,1 256,9 31,24 45,5 32,2 41,59 Quota Vencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
Transferências a Estados e Municípios 464,8 392,3 18,47 45,3 40,4 11,95
Imposto sobre produtos industrializados 64,9 74,9 -13,38 5,3 7,3 -26,80 (Campo 7 do DARF) (Campo 9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
Receita líquida total 1.887,5 1.751,9 7,74 172,2 183,4 -6,09
Imposto sobre operações financeiras 58,6 48,7 20,38 5,2 5,6 -7,60 1ª ou única 31/05/2022 - Campo 7 Despesa Total 1.830,4 1.792,0 2,14 167,8 168,7 -0,57
Imposto de importação 59,2 62,0 -4,56 4,7 5,4 -13,14 2ª 30/06/2022 1,00% Benefícios Precidenciários 809,5 789,2 2,58 62,9 58,8 6,98
Cide-combustíveis 1,4 2,0 -28,40 0,0 0,3 -99,57 3ª 29/07/2022 2,02% + Pessoal e Encargos Sociais 343,4 365,6 -6,08 36,3 37,3 -2,57
Contribuição para Finsocial (Cofins) 312,9 286,5 9,21 26,4 28,6 -7,68 4ª 31/08/2022 Valor da declaração 3,05% Campo 8 Outras Despesas Obrigatórias 300,9 340,5 -11,63 24,6 22,8 7,53
CSLL 164,9 125,1 31,78 9,2 8,8 4,61 5ª 30/09/2022 4,22% Despesas Poder Exec. Sujeitas à Prog. Financeira 376,6 296,7 26,92 44,0 49,8 -11,68
PIS/Pasep 87,1 79,9 8,98 7,4 7,7 -4,83 Resul. Primário do Gov. Central (1) 57,1 -40,2 - 4,4 14,6 -69,74
6ª 31/10/2022 5,29% +
Outras receitas 759,5 638,3 18,99 85,4 76,6 11,47 Discriminação dez/22 nov/22 dez/21
7ª 30/11/2022 6,31% Campo 9
Total 2.218,5 1.878,7 18,08 210,2 193,9 8,40 Valor Var. % Valor Var. % Valor Var. %
8ª 30/12/2022 7,33%
nov/22 out/22 nov/21
Pagamento com atraso Ajustes metodológicos -0,3 189,96 -0,1 -47,09 -0,5 4,39
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* Discrepância estatística 2,0 - -1,7 989,60 0,6 -
Multa (campo 08) - sobre o valor do campo 7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia após o vencimento até
ICMS - Brasil 54,8 -0,01 54,8 -6,67 59,8 2,03 Result. Primário do Gov. Central (2) 6,2 - -16,6 - 14,7 292,12
o limite de 20%; Juros (campo 09) - aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumulada mensalmente, calculados a partir
dez/22 nov/22 dez/21 de junho/22 até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento; Total (campo 10) - informar a soma dos Juros Noniminais -51,2 20,94 -42,3 27,17 -53,8 36,27
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* valores dos campos 7, 8 e 9. Fonte: Receita Federal do Brasil. Elaboração: Valor Data. Result. Nominal do Gov. Central -45,0 -23,63 -58,9 2.076,10 -39,1 9,36
INSS 69,5 63,81 42,4 -7,24 63,6 59,10 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data
Fonte: Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda. Elaboração: Valor Data * sobre o mês anterior Mais informações: valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br * Deflator: IPCA ** Somando Incentivos fiscais (1) Acima da linha. (2) Abaixo da linha

Brasil
Crise humanitária Segundo pesquisa, 76% querem retirada de garimpeiros
81% defendem atendimento
emergencial a Yanomami
Ricardo Mendonça
De São Paulo
Pesquisa da consultoria AtlasIn-
tel divulgada nesta quarta-feira,
1 o, dá uma dimensão de como cri-
se humanitária da população indí-
gena Yanomami sensibilizou o
país. Segundo o levantamento,
81% dos brasileiros são favoráveis a
uma política de atendimento
emergencial às comunidades afe-
tadas por degradação ambiental. E
76% defendem a retirada de ga-
rimpeiros das terras indígenas e
outras reservas.
Acuada pelo garimpo ilegal, a
população indígena Yanomami,
em Roraima, sofre com desnutri-
ção aguda, malária e doenças res-
piratórias, entre outras doenças.
Os resultados da pesquisa são
apresentados no relatório “Dinâ-
micas políticas do final do pri-
meiro mês do governo Lula”, um
estudo que investiga as opiniões
de brasileiros a respeito dos prin-
cipais temas da agenda política.
A pesquisa revela assunto de
interesse do governo do presi-
dente Luiz Inácio Lula da Silva
com boa aderência junto a popu-
lação e outros malvistos.
Operação antigarimpo tem obstáculos
Murillo Camarotto, Fabio Murakawa
e Fernando Exman
De Brasília
Apesar da determinação do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva para que o garimpo ilegal
seja retirado do território Yano-
mami, a operação deve enfrentar
uma série de percalços até sair do
papel. O ministro da Defesa, José
Múcio, desembarca na próxima
quarta-feira em Roraima com a
missão de elaborar um plano pa-
ra cumprir as ordens de Lula.
O ministro vai visitar Boa Vista
e a comunidade Surucucu ao lado
dos comandantes do Exército, da
Marinha e da Aeronáutica, além
do chefe do Estado-Maior das
Forças Armadas, que é o respon-
sável por coordenar de ações que
envolvam as três armas. O objeti-
vo da viagem, segundo apurou o
Valor, é fazer um diagnóstico.
A impressão de momento é que
a retirada é bem mais complexa do
que pode parecer. Está em jogo,
por exemplo, o respaldo popular
ao garimpo, responsável por fatia
importante da economia do Esta-
do. As manifestações da nova ban-
Portaria fixa prazo de 60 dias para registro de armas
Juliano Basile e Edna Simão
Brasília
Portaria do Ministério da Justiça
e Segurança Pública publicada
nesta quarta, 1 o, no “Diário Ofi-
cial” da União (DOU) estabeleceu o
prazo de 60 dias para cadastra-
mento no Sistema Nacional de Ar-
mas (Sinarm) de todas as armas de
uso permitido e restrito após a edi-
ção do Decreto n o 9.785, de 7 de
maio de 2019. Este decreto publi-
cado na gestão de Jair Bolsonaro
possibilitou maior acesso a armas
de fogo por parte da população.
Curtas
Porto de Santos
O governador de São Paulo, Tar-
císio Freitas (Republicanos), afir-
mou nesta quarta-feira, 1 o, que o
Porto de Santos “dá para ser priva-
tizado este ano”, já que o projeto já
foi aprovado pela área técnica do
Tribunal de Contas da União
(TCU). Tarcísio já discutiu o tema
com o presidente Lula e o ministro
da Casa Civil, Rui Costa. Segundo o
governador, o presidente afirmou
que, “em princípio”, é contra a pri-
vatização, mas que está “pronto
para receber argumentos” e que
pode mudar de opinião “se o pro-
jeto é bom”. O governador quer
agora agendar uma conversa com
o ministro Márcio França, de Por-
No grupo de temas com recep-
tividade positiva, estão a apura-
ção da Advocacia-Geral da União
(AGU) sobre a lisura dos gastos
do cartão corporativo usados pe-
lo então presidente Jair Bolsona-
ro (70% são favoráveis a isso), a
reforma tributária (65% a favor) e
a criação de um teto para a dívida
pública (53%).
Na ponta oposta, as medidas
de interesse do governo com
mais oposição do que concor-
dância são o restabelecimento
das relações diplomáticas com a
Venezuela (29% a favor e 55%
contra), o uso do BNDES para
empréstimos a países vizinhos
(17% a favor e 67% contra) e a
criação de uma moeda comum
com a Argentina (16% a 60%).
Privatização é um assunto fora
da órbita de interesse do governo
Lula, que venceu a eleição dizen-
do que não iria vender estatais.
Mas tornou-se uma política com
mais aceitação do que oposição.
No caso do Porto de Santos, cu-
ja venda é de interesse do gover-
nador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas (Republicanos), 40% são
favoráveis ante 32% contrários.
Em relação à Sabesp, a companhia
cada de Roraima no Congresso,
empossada ontem, também serão
levadas em consideração.
Somente após um diagnóstico
mais preciso é que o Ministério
da Defesa poderá definir ações
concretas para tirar os garimpei-
ros das terras Yanomami. Por en-
quanto, ficou definida apenas
uma ação da Aeronáutica para
ampliação do controle do espaço
aéreo do território indígena.
O objetivo é ter um gerencia-
mento mais intensivo do tráfego
aéreo na região, sobrevoada fre-
quentemente por aeronaves per-
tencentes aos garimpeiros e até
mesmo a traficantes de drogas.
Batizada de “Escudo Yanomami”,
a operação instalou radares e di-
vidiu a região em três zonas de
identificação de defesa aérea.
Múcio tem dito a interlocutores
que a retirada dos garimpeiros é
uma tarefa interministerial. Antes
dele, já foram ao território Yano-
mami os ministros Wellington
Dias (Desenvolvimento Social) e
Flávio Dino (Justiça e Segurança
Pública), além de Lula, que conver-
sou com indígenas em Boa Vista.
Na última segunda-feira, Lula
Segundo portaria, assinada pe-
lo ministro Flávio Dino, em caso
de não cadastramento, o proprie-
tário está sujeito à apreensão da
arma por infração administrati-
va, sem prejuízo de apuração de
responsabilidade pelo cometi-
mento dos ilícitos. A obrigatorie-
dade do cadastro não se aplica às
armas já cadastradas no Sinarm.
O cadastro no sistema deverá
ser feito em meio eletrônico dis-
ponibilizado pela Polícia Federal
e deverá conter informações co-
mo a identificação da arma e do
proprietário (nome, inscrição no
tos e Aeroportos, para defender a
privatização do porto. Tarcísio de-
fende que a privatização se dê em
bloco, e não em concessões fatia-
das . “O que tem mais valor lá é seu
poder de tomar decisão”, argu-
mentou. Segundo Tarcísio, a priva-
tização em bloco é o que viabiliza
os investimentos. Ele defende que
a medida deve gerar R$ 20 bilhões
de investimentos. “Não adianta
nada a empresa ter R$ 1,7 bilhão
no caixa e não ter como investir”,
defendeu. Tarcísio sustentou que a
privatização pode gerar mais em-
pregos com a criação de mais ber-
ços para atracação de cruzeiros, a
ampliação de área para contêiners
e investimento sem mobilidade.
de saneamento paulista, o placar
é de 38% a 30% pró-privatização.
A AtlasIntel perguntou ainda
se Bolsonaro deve ser responsa-
bilizado pela invasão ao Con-
gresso e às sedes dos outros Po-
deres no 8 de janeiro. Coerente
com o clima de polarização que
marcou a eleição, o resultado foi
um empate: 46% favoráveis ante
46% contrários.
Em outro capítulo, a empresa
pediu para que os respondentes
informassem quais são os três
principais problemas do país.
Citada por 59,4%, corrupção
foi a campeã desse ranking, se-
guida por “criminalidade e tráfi-
co de drogas”, com 50,1%, e “eco-
nomia, inflação”, 32,8%.
O conjunto “pobreza, desem-
prego e desigualdade social”,
apresentado assim no estudo, foi
mencionado por 28,3% como um
dos maiores problemas do país.
Com 15,8%, o item “degradação
do meio ambiente e aquecimen-
to global” ficou ligeiramente à
frente de “saúde” (15%).
Três semanas depois da inten-
tona golpista do 8 de janeiro, o
item “extremismo e polarização
política” foi citado como o prin-
prometeu diante do chanceler ale-
mão, Olaf Scholz, que atuará para
acabar com o garimpo em terras
indígenas. Nesse mesmo dia, ele
firmou um decreto determinando
uma zona de exclusão aérea sobre
a região e determinando priorida-
des logísticas e de inteligência pa-
ra enfrentar a crise humanitária
pela qual passam os indígenas.
“Vamos parar com a brinca-
deira, não vai ter mais garimpo.
Pode escrever, o governo brasi-
leiro vai acabar com o garimpo
em qualquer terra indígena”,
disse. “Vamos tomar todas as ati-
tudes para tirar os garimpeiros e
cuidar dos yanomami.”
Mas, apesar da determinação
do presidente, o destino da ativi-
dade garimpeira em Roraima é
motivo de divisões dentro do pró-
prio governo. Um grupo, mais
pragmático, acredita que será ne-
cessária uma ação governamen-
tal para que os mais de 70 mil ga-
rimpeiros que se estima estejam
no território Yanomami tenham
alguma outra forma de sustento.
Esses auxiliares também acredi-
tam que, com um Congresso mais
bolsonarista, existe a possibilida-
CPF ou CNPJ, endereço de resi-
dência e do acervo). A portaria
informa que o cadastro não se
confunde com a comprovação de
requisitos como para obtenção
de posse ou porte de arma.
As armas de uso restrito que
forem cadastradas em sistema
informatizado devem ser tam-
bém apresentadas pelo proprie-
tário mediante prévio agenda-
mento junto às delegacias da PF,
acompanhada de comprovação
do respectivo registro no Sigma.
Já as armas de uso restrito
pertencentes a colecionadores,
Embaixada em Caracas
O Ministério das Relações Exte-
riores informou ontem que a em-
baixada do Brasil na Venezuela já
foi reaberta e está em funciona-
mento. A reabertura foi determi-
nada pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e marca a retomada
das relações diplomáticas entre
os dois países, rompida pelo go-
verno anterior. Enviado a Caracas
para viabilizar a reabertura, o
embaixador Flávio Helmold Ma-
cieira disse que os serviços consu-
lares estão sendo retomados aos
poucos, diante das necessidades
de "remontagem" da embaixada.
De acordo com ele, será retoma-
do o atendimento aos cerca de 25
cipal problema por 11,9%.
Na medição sobre confiança
nas instituições, a consultoria
apurou o que parece ser um sinal
de declínio da imagem das For-
ças Armadas, que há anos dispu-
ta a liderança desse tipo de lista.
Em primeiro lugar, como insti-
tuição campeã em credibilidade,
aparece a Igreja Católica, citada
como confiável por 54%.
Na sequência estão Polícia Fe-
deral, Banco Central e Polícia Ci-
vil, mencionados como confiá-
veis por 52%, 48% e 47%, respecti-
vamente. Governo estadual e Po-
lícia Militar empatam com 46%.
As igrejas evangélicas alcança-
ram 44%, ligeiramente à frente
dos 42% para governo federal e
Supremo Tribunal Federal.
Com 41%, o item “Exército e
Forças Armadas” obteve percen-
tual superior apenas ao do Con-
gresso Nacional, 24%.
A AtlasIntel recolheu 1.200
respostas entre 27 e 30 de janeiro
por meio do sistema Recruta-
mento Digital Aleatório, que reú-
ne opiniões de pessoas por meio
digital até alcançar a amostra
pretendida. A margem de erro é
de dois pontos.
de de ser discutida e aprovada al-
guma forma de regulamentação
do garimpo em terras indígenas.
Os garimpeiros formam, além
disso, uma base importante para o
governador, Antonio Denarium,
de Roraima — Estado com cerca de
500 mil habitantes. E, consequen-
temente, para os parlamentares
eleitos no Estado, um dos mais
bolsonaristas do país. Em 2020, o
então presidente Jair Bolsonaro
chegou a enviar um projeto de lei
ao Congresso que propõe regras
para a mineração, exploração de
hidrocarbonetos e geração de
energia nesses territórios.
De outro lado, ministros e auxi-
liares de Lula ligados ao PT defen-
dem o endurecimento das políti-
cas para combater o garimpo. Nos
bastidores da viagem a Buenos Ai-
res, na semana passada, uma fonte
muito próxima do presidente dis-
se em conversa informal com jor-
nalistas que as imagens dos indí-
genas esquálidos e famintos mos-
trada configuram genocídio —
praticado de forma deliberada pa-
ra eliminar os Yanomami e liberar
seu território para atividades eco-
nômicas na Amazônia.
atiradores e caçadores deverão
estar acompanhadas de guia de
tráfego expedida pelo Comando
do Exército.
Durante o período do cadas-
tramento, conforme portaria, os
proprietários que não mais dese-
jarem manter a propriedade de
armas poderão entregá-las em
um dos postos de coleta da cam-
panha do desarmamento, deven-
do o interessado consultar os lo-
cais de entrega e expedir a res-
pectiva autorização de transpor-
te do armamento por meio de
acesso ao portal gov.br.
mil brasileiros que vivem na Ve-
nezuela. “O atendimento à co-
munidade será uma prioridade”,
afirmou ele, ao mencionar o lon-
go período sem serviços consula-
res para os cidadãos brasileiros.
Na semana passada, em mais um
gesto em direção ao restabeleci-
mento das relações diplomáticas
entre Brasil e Venezuela, inter-
rompidas durante o governo do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),
o Itamaraty concedeu o agré-
ment para Manuel Vicente Vadell
Aquino como novo embaixador
da Venezuela no Brasil. O agré-
ment representa a aceitação for-
mal do governo do país onde o
diplomata irá servir.
Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
CNC E MINISTÉRIO DO TURISMO
REAFIRMAM PARCERIA EM APOIO
AO DESENVOLVIMENTO DO SETOR
A
Confederação Nacio-
nal do Comércio de
Bens, Serviços e Tu-
rismo (CNC) e o Ministério
do Turismo reafirmaram
a parceria pelo desen-
volvimento do turismo
brasileiro. A renovação do
trabalho em conjunto foi
firmada, em 25 de janeiro,
na reunião entre a ministra
Daniela Carneiro e a equipe
técnica da Confederação,
realizada no Ministério do
Turismo, em Brasília.
O apoio mútuo entre a CNC
e o Ministério do Turismo
será oficializado no dia 14
de março, por meio de um
Acordo de Cooperação
SESC APOIA PESQUISA DE
HARVARD SOBRE POLÍTICAS DE
DOAÇÃO DE ALIMENTOS
O
Sesc recebeu em janeiro
pesquisadores da Food
Law and Policy Clinic
of Harvard Law School
(FLPC), que atuam junto
com a Global FoodBanking
Network (GFN) na ela-
boração do Atlas Global
de Políticas de Doação de
Alimentos.
O projeto tem como ob-
jetivo mapear legislações
alimentares ao redor do
mundo e compartilhar boas
práticas de cada país. O
Sesc ofereceu suporte na
proposição e coordenação
de agenda de entrevistas,
identificando, convidando
e recepcionando acadêmi-
cos, doadores, instituições
sociais e bancos de alimen-
Meta do projeto é mapear legislações alimentares ao redor do mundo
MATO GROSSO GANHA NOVA
UNIDADE DO SENAC EM REGIÃO
DE RÁPIDO CRESCIMENTO
O
Senac em Mato Gros-
so vai inaugurar, no
dia 8 de fevereiro, a
sua nova unidade de edu-
cação profissional no mu-
nicípio de Sinop, reunindo
empresários e autoridades
da região. Com alta deman-
da de cursos profissiona-
lizantes, Sinop é a quarta
maior cidade do Estado em
número de habitantes e no
ranking de participação no
Produto Interno Bruto de
Mato Grosso.
Localizada na área central
do município, a unidade
tem três pavimentos em
uma área de 687 m². A es-
Localizado em Sinop, prédio abriga modernas instalações educacionais
TRABALHO A FAVOR DO BRASIL
Acesse o site afavordobrasil.cnc.org.br e conheça as ações que o Sistema
Comércio vem realizando para ajudar o país a superar a crise.
www.portaldocomercio.org.br.
| Valor | A5
Técnica (ACT) que será
assinado pelo presidente da
CNC, José Roberto Tadros,
e pela ministra Daniela
Carneiro.
Esta cooperação técnica
pretende desenvolver ações
e estratégias de mercado
para elaborar um sistema
nacional integrado de da-
dos; criar a rede brasileira
de cidades criativas, com
a implementação do hub
digital, entre outras ações;
e estabelecer destinos turís-
ticos inteligentes, visando à
transformação dos locais de
visitação para uma melhor
experiência.
tos para contribuir para o
projeto.
Em coordenação com os
Departamentos Regionais
de São Paulo e Rio de
Janeiro, também promo-
veu visitas a centros de
operação do Mesa Brasil
Sesc, onde a comitiva pôde
conhecer e entender alguns
dos modelos de funciona-
mento do programa, tais
como a operação de banco
de alimentos, a colheita
urbana e o projeto Mesa no
Campo.
O resultado desse projeto
será o lançamento de um
Guia Jurídico e um Guia de
Recomendações Políticas
para o Brasil, bem como a
inclusão do País noAtlas.
Divulgação/Sesc
trutura é formada por qua-
tro salas polivalentes para
a oferta de diversos cursos
do portfólio da instituição;
salas de tecnologia, saúde e
beleza; espaço multimeios
para pesquisas dos alunos e
de orientação pedagógica,
além de ambientes admi-
nistrativos.
Com plena capacidade de
funcionamento, poderá
atender 444 alunos por dia
em 18 turmas e terá poten-
cial para atender uma po-
pulação estimada em 480
mil cidadãos que vivem
em Sinop e nos municípios
vizinhos.
Divulgação/Senac
A6 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Política
Instituiçõesimportam,
indivíduosidem
Cláudio Gonçalves
Couto
A
eleição para as
duas Casas do
Congresso, neste
início de
legislatura,
mobilizou a atenção pública
como poucas vezes visto antes
na nossa história democrática —
principalmente no caso da
disputa para o Senado.
Decerto, a presidência das
duas casas é importante para
governos em virtude do poder
de agenda detido por quem as
chefia. No caso da Câmara, isso é
particularmente relevante
porque todas as propostas
legislativas do Executivo iniciam
sua tramitação por ela. Assim, se
quem dirige a Casa é antagonista
do chefe do Executivo, pode
impor obstáculos significativos à
apreciação de sua pauta.
Ademais, como hoje se sabe
bem, o comandante da Câmara
detém um poder especial:
permitir o avanço ou engavetar
pedidos de impeachment
contra o presidente da
República. Segundo o jurista
Rafael Maffei, autor do livro
“Como remover um presidente:
teoria, história e prática do
impeachment no Brasil”, tal
poder discricionário decorre de
uma prática, não da letra fria da
lei. Contudo, importou para o
impedimento de Dilma Rousseff
e para que hibernassem todas as
ações contra Jair Bolsonaro.
A atuação recente de
presidentes das duas Casas do
Congresso ganhou destaque
devido às conjunturas políticas
incendiárias vividas pelo país.
Com Eduardo Cunha, exímio
manejador do regimento, o
destaque adveio não só do grande
apoio que amealhou na Câmara e
de proverbial habilidade política,
mas principalmente de seu estilo
predatório. Além do seguimento
dado ao impeachment de Dilma
(retaliação contra o apoio do PT a
investigações sobre si na
Comissão de Ética), foi
responsável por uma
“pauta-bomba” capaz de infligir
danos não só ao governo, mas ao
próprio país. A predação lhe
custou caro: acabou afastado da
presidência pelo STF e mandado
para o xilindró.
Lideranças são
cruciais para as
instituições
Durante o governo Bolsonaro,
novamente a presidência da
Câmara ganhou importância —
mais por demérito do chefe do
Executivo do que por
brilhantismo dos comandantes
da casa. Bolsonaro abdicou da
condição de líder e articulador de
uma coalizão congressual,
deixando para lideranças
legislativas tal papel. Isso foi
verbalizado diversas vezes
quando, após enviar propostas ao
legislativo, Bolsonaro afirmava
não ser mais problema seu, pois a
bola estaria com o Congresso.
No primeiro biênio foi Rodrigo
Maia quem desempenhou o papel
de líder de uma coalizão
legislativa; no segundo (após
acordo de Bolsonaro com o
Centrão) foi Arthur Lira a
despenhar tal função. Embora o
primeiro fosse um desafeto do
presidente e o segundo um
aliado, ambos ocuparam o vácuo
de poder deixado pela abdicação
presidencial de capitanear o
presidencialismo de coalizão. Isso
deu origem a um “governo
congressual”, confundido com
uma espécie de
“parlamentarismo branco”.
Com o reforço advindo do
orçamento secreto (ele próprio
produto do esvaziamento do
poder do presidente da
República) Lira não só ocupou o
espaço deixado pelo chefe de
governo, mas se empoderou,
tornando-se chefe inconteste da
Câmara dos Deputados. Por essa
razão e também graças ao
aprendizado advindo do trauma
causado por Eduardo Cunha, Lula
e seu partido optaram por não o
enfrentar, compondo-se com ele.
Apesar dessa centralidade da
presidência da Câmara, foi o
comando do Senado que ganhou
mais visibilidade na disputa deste
ano. A razão disso também está na
Praça dos Três Poderes,
vilipendiada por vândalos
bolsonaristas. Não diz respeito,
porém, ao Executivo, mas ao
Judiciário. Se é na Câmara que se
iniciam pedidos de impeachment
do chefe do Executivo, é no
Senado que podem ocorrer
impedimentos de ministros do
Supremo Tribunal Federal. E era
isso, principalmente, o que estava
em jogo.
Em seu discurso antes da
votação, Rogério Marinho deixou
claro que seu maior inimigo
institucional — como de todo
bolsonarismo — é o órgão de
cúpula do Poder Judiciário. Além
de freios postos às invectivas
inconstitucionais do governo
Bolsonaro (como durante a
pandemia, no conflito com
governos subnacionais), o STF
tem sido o principal bastião de
resistência ao ataque bolsonarista
à democracia, seja na
disseminação de desinformação
de caráter golpista, seja no ataque
direto às instituições do Estado de
direito — como se viu na
intentona de 8 de janeiro. Por isso,
o solapamento dos freios e
contrapesos judiciais é fator
crucial no projeto autoritário
bolsonaresco, de que Marinho é
operador.
Causa espécie, contudo, que o
rival do bolsonarismo nesse caso
tenha sido justamente Rodrigo
Pacheco, político invertebrado,
sempre se amoldando às
conveniências do momento e
colaboracionista frequente do
bolsonarismo — como na
tentativa de impedir a instalação
da CPI da Pandemia no Senado.
Porém, diante da ameaça
representada por um
bolsonarista autêntico (embora
de fala suave), Pacheco se tornou
a única alternativa viável aos que
se preocupavam com os riscos
para a democracia. E, de fato,
desde o segundo turno da eleição
presidencial o presidente do
Senado se comportou de forma
condizente com a democracia,
defendendo o resultado das
urnas e se postando contra
ataques autoritários perpetrados
pelo bolsonarismo.
Esse enredo deixa clara a
importância da atuação das
lideranças institucionais na
defesa do regime democrático,
pois as instituições não são
autômatos que operam a
despeito das decisões das
pessoas que as compõem e,
especialmente, de suas
lideranças organizacionais. A
despeito de erros, omissões ou
até mesmo excessos, a atuação
de Alexandre de Moraes e
Rodrigo Maia foi crucial na
contenção das invectivas
autoritárias do bolsonarismo.
Até mesmo Pacheco, de forma
menos incisiva, teve momentos
positivos nessa resistência à
fronda autoritária.
Por outro lado, a
cumplicidade de Augusto Aras,
um procurador-geral da
República que atuou como
lugar-tenente do bolsonarismo,
e o perigo representado por
Kassio Nunes Marques e André
Mendonça no STF (os 20% de
Bolsonaro na corte, como ele
próprio disse) mostram como a
contraofensiva de outros
integrantes do sistema de
justiça foi fundamental para
preservar o regime democrático.
Instituições importam,
indivíduos também.
Cláudio Gonçalves Couto é cientista
político, professor da FGV-SP e colunista
convidado do “Valor”. Maria Cristina
Fernandes volta a escrever na próxima
semana
E-mail claudio.couto@fgv.br
Pacheco: “Acontecimentos como em 8 de janeiro de 2023 não podem, e não vão, se repetir. O discurso de ódio, o discurso golpista deve ser combatido”
Comapoiodogoverno,Pachecoé
reeleito,masoposiçãoserásignificativa
Vandson Lima, Caetano Tonet e
Renan Truffi
De Brasília
Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
permanecerá por mais dois anos
como presidente do Senado Fe-
deral. Ele recebeu 49 votos, entre
os 81 senadores, em favor da sua
recondução. Seu oponente, o se-
nador Rogério Marinho (PL-RN),
obteve 32 votos.
Eduardo Girão (Podemos-CE)
retirou a candidatura para
apoiar Marinho, mas não impe-
diu a reeleição de Pacheco. O re-
sultado representa uma vitória
para o governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
um revés para seu antecessor, o
ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL). O número de apoios a Mari-
nho, contudo, mostra que haverá
uma significativa força contrária
ao governo atuando no Senado,
que supera um terço dos votos da
Casa — o suficiente, por exemplo,
para requisitar a abertura de Co-
missões Parlamentares de Inqué-
rito (CPI), que necessitam de, no
mínimo, 27 apoios.
Lula e Bolsonaro entraram
com força nas articulações por
seus candidatos. Lula enviou vá-
rios de seus ministros ao Senado
para abrir as portas de suas pas-
tas e mostrar que o governo quer
atender as demandas dos parla-
mentares. Além dos quatro mi-
nistros que, por terem sido elei-
tos senadores na última eleição,
obrigatoriamente teriam de to-
mar posse, e do ministro da Agri-
cultura Carlos Fávaro (PSD-MT),
que está no meio de mandato, e
outros como Simone Tebet (Pla-
nejamento), Waldez Góes (Inte-
gração), Juscelino Filho (Comu-
nicações) e Alexandre Padilha
(Relações Institucionais) circula-
Lula não terá vida fácil no Senado
Análise
Fernando Exman
De Brasília
Seis mil quilômetros separam
Brasília e Kissimmee, cidade locali-
zada na Flórida, Estados Unidos, on-
de o ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) expatriou-se após ser derrotado
no pleito de outubro. Mas a distân-
cia eleitoral entre a frente ampla li-
derada pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) e o bolsonarismo
permanece muito menor.
A eleição para a presidência ao
Senado demonstrou ao governo
que, embora o chefe do Poder
Executivo e as instituições repu-
blicanas tenham saído fortaleci-
dos da tentativa de golpe do dia 8
de janeiro, o bolsonarismo conti-
nua bem articulado. E não dará
vida fácil ao Executivo na Casa.
Lula venceu Bolsonaro em outu-
bro, no segundo turno, com 50,9%
dos votos válidos contra 49,1%. Foi
diplomado e tomou posse, mas
uma espécie de terceiro turno
ocorreu nesta quarta-feira no Se-
nado. Após ver a candidatura bol-
sonarista ganhar corpo, o Palácio
ram no Salão Azul. “É um gover-
no aberto ao diálogo e que quer
conversar, sempre aberto ao
Congresso”, disse Fávaro.
Já Bolsonaro colocou a esposa,
a ex-primeira dama Michelle Bol-
sonaro, para atuar presencial-
mente na articulação política
pró-Marinho. Ela foi ao Senado
horas antes da votação. O ex-pre-
sidente permanece nos Estados
Unidos, deu entrada em um pedi-
do de visto de turista que lhe per-
mita ficar mais seis meses no país
e nos últimos dias fez ligações a
senadores para pedir voto para
Marinho. Em um evento em Or-
lando, na noite de terça-feira, ele
afirmou que o pleito no Senado
era “importantíssimo” e que uma
eventual vitória de seu candidato
representaria “a volta à normali-
dade, uma certa pacificação”.
Em seu discurso da vitória, Pa-
checo vinculou o resultado a
uma rejeição do Senado a postu-
ras golpistas que estimularam os
ataques aos prédios dos três Po-
deres em 8 de janeiro. “Aconteci-
mentos como em 8 de janeiro de
2023 não podem, e não vão, se re-
petir. O discurso de ódio, o dis-
curso mentiroso, o discurso gol-
pista deve ser desestimulado,
desmentido e combatido. O reca-
do que o Senado Federal dá ao
Brasil agora é que manteremos a
defesa intransigente da demo-
cracia”, apontou. Assim que a vo-
tação no plenário acabou, o pre-
sidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), telefonou para Pacheco. A
ponte foi feita pelo líder do go-
verno no Congresso, Randolfe
Rodrigues (Rede-AP). “Presiden-
te Pacheco disse que o Congresso
está à disposição para trabalhar
junto do governo, pelo bem do
Brasil”, afirmou Randolfe.
Antes da votação, os candida-
do Planalto precisou entrar em
campo para, junto com os demais
partidos aliados, assegurar a vitó-
ria de Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
contra Rogério Marinho (PL-RN).
Antes da disputa, aliados de
Pacheco diziam acreditar que o
atual presidente do Senado obte-
ria pelo menos entre 50 e 55 vo-
tos. Conseguiu 49 contra 32,
mais do que os 41 necessários.
Mas o resultado deve soar como
alerta ao governo: 49 é justamen-
te a quantidade de votos necessá-
rios para a aprovação de uma
proposta de emenda constitucio-
nal (PEC) na Casa. Ou seja, há
pouca margem de segurança.
Em outra frente, a oposição so-
mou mais dos que os 27 votos ne-
cessários para requerer a instala-
ção de comissões parlamentares
de inquérito (CPIs).
A eleição para a presidência do
Senado também escancarou que a
liderança do bolsonarismo não se-
rá conduzida mais apenas pelo
próprio ex-presidente, seus filhos
e ex-ministros: a ex-primeira dama
Michelle Bolsonaro foi pessoal-
mente ao Parlamento para fazer
campanha em favor de Marinho.
tos discursaram na tribuna.
Em uma fala voltada a anga-
riar votos de bolsonaristas e in-
dependentes, Rodrigo Pacheco
defendeu que seja aberta uma
discussão para o estabelecimen-
to de mandatos para ministros
de tribunais superiores, incluin-
do o Supremo Tribunal Federal
(STF). A mudança, defendeu Pa-
checo, é uma “discussão possível,
sadia e não caracteriza revan-
chismo e retaliação”, para a qual
os próprios ministros poderiam
ser chamados a opinar. Nos bas-
tidores, o Valor apurou que Pa-
checo tem argumentado que até
ministros do STF seriam favorá-
veis à fixação de um mandato de
8 a 12 anos.
No momento em que foi mais
aplaudido, Pacheco disse que é
preciso agir contra a desinforma-
ção em favor da democracia, em
uma crítica velada a bolsonaris-
tas acusados de espalhar “fake
news”. “Tivemos responsabilida-
de necessária a quem se senta na-
quela cadeira [de presidente],
que não pode se render à dema-
gogia, não pode se render ao po-
pulismo, que não pode se escra-
vizar pela manipulação das redes
sociais, e por vezes, da mídia, em
relação a determinados temas. É
preciso ter coragem para ser pre-
sidente do Senado e enfrentar os
desafios que isso representa”.
Já Marinho defendeu sua esco-
lha como forma de evitar que Pa-
checo e Davi Alcolumbre (União-
AP) se perpetuem no poder do
Congresso por oito anos — já con-
tabilizando um eventual retorno
de Alcolumbre em 2025. Além dis-
so, Marinho tentou sensibilizar os
colegas dizendo que o Senado pre-
cisava enfrentar “excessos” e “arbí-
trios” que estariam sendo cometi-
dos em nome da Constituição.
No PL, fala-se na possibilidade de
ela ser candidata em 2026, caso o
marido se torne inelegível.
Na Câmara, a base aliada inicia a
atual legislatura ainda mais longe
de atingir o quórum constitucio-
nal, ou seja, um piso de 308 depu-
tados. Mas foi determinante para a
folgada reeleição de Arthur Lira
(PP-AL). A adesão dos governistas à
candidatura de Lira facilitará o
diálogo do Planalto com a cúpula
da Câmara, onde a oposição será li-
derada por Eduardo Bolsonaro
(PL-SP), filho do ex-presidente.
Na Câmara, aliás, a bancada bol-
sonarista mostrou disposição de
fazer barulho, ao vaiar o discurso
do deputado Chico Alencar
(Psol-RJ), candidato derrotado na
disputa, que condenava os atos an-
tidemocráticos do dia 8 de janeiro.
Era, felizmente, uma minoria. E
que na sequência logo sofreu um
revés ao ouvir forte discurso de Lira
em defesa da democracia.
Após ser reeleito, o presidente
da Câmara disse que era hora de
“desinflamar o Brasil” e afirmou
que nenhum regime irá prosperar
fora da democracia. Em seguida,
destacou que quem atentar contra
CRISTIANO MARIZ/O GLOBO
Nesta quinta-feira, o Senado
volta a se reunir, agora para defi-
nir os outros cargos da mesa-di-
retora. Pelo acerto mais recente,
o MDB continuará na primeira
vice-presidência, com Veneziano
Vital do Rêgo (PB). O União Brasil
indicará a segunda vice-presi-
dência, e a senadora Professora
Dorinha (TO) é a mais cotada.
Rogério Carvalho (PT-SE) ficará
com a primeira-secretaria, posto
cobiçado por deter um grande
número de cargos em comissão, a
serem ocupados por indicados
do partido. A divisão das comis-
sões será feita posteriormente, e
Pacheco terá de superar a contra-
riedade de vários senadores à
continuidade de Davi Alcolum-
bre (União-AP) na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ).
Em relação à pauta do Senado,
o primeiro desafio de Pacheco se-
rá resolver se haverá a instalação
de uma CPI para tratar dos atos
golpistas. De início, os governis-
tas eram favoráveis à ideia, mas
Lula determinou que os aliados
“sigam em frente”, priorizando
as reformas defendidas pelo go-
verno. O ministro da Justiça, se-
nador Flávio Dino (PSB-MA), diz
que a CPI atrapalharia o plano do
Palácio do Planalto de conseguir
a aprovação da reforma tributá-
ria. “A CPI é uma prerrogativa do
Congresso, mas considero que é
uma dispersão de energia em
torno do principal. A minha po-
sição é a mesma que o presidente
Lula defende”, explicou.
Pacheco também deu preferên-
cia a discussões pela reforma. “Va-
mos negociar com o governo fede-
ral, estabelecer uma agenda e um
formato. Teremos toda a boa von-
tade. Mas reforma tributária e arca-
bouço fiscal são primordiais”. (Co-
laborou Diogo Max, de São Paulo)
o estado democrático de direito
sofrerá o rigor da lei. “Para aqueles
que depredaram, vandalizaram e
envergonharam o povo brasileiro
haverá o rigor da lei”, afirmou.
Pacheco já vinha na mesma li-
nha. “Acontecimentos como em
8 de janeiro de 2023 não podem,
e não vão, se repetir. O discurso
de ódio, o discurso mentiroso, o
discurso golpista deve ser deses-
timulado, desmentido e comba-
tido. O recado que o Senado Fe-
deral dá ao Brasil agora é que
manteremos a defesa intransi-
gente da democracia”, sublinhou
o senador, após a vitória.
Foi uma importante sinaliza-
ção a Lula, que horas antes já ha-
via feito um aceno estratégico ao
Congresso. Ao discursar durante
a abertura do ano judiciário, no
Supremo Tribunal Federal (STF),
o chefe do Executivo fez uma de-
fesa do exercício da política e, em
tom de desabafo, pediu que nun-
ca mais se duvidasse da política.
Neste ponto, na valorização da
política e na condenação de atos
antidemocráticos, a frente ampla
e o bolsonarismo estão, sim, a lé-
guas de distância.
 Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | Valor | A7

Política
Congresso Presidente da Câmara pede pacificação e diz que atuará para tentar impedir judicialização

Lira é reeleito na Câmara com apoio recorde

Raphael Di Cunto, Marcelo
Ribeiro e João Valadares
De Brasília
Com apoio recorde desde a re-
democratização, o presidente da
Câmara dos Deputados, Arthur Li-
ra (PP-AL), foi reeleito nessa quar-
ta-feira no primeiro turno com o
voto de 464 dos 513 deputados,
90% do plenário, e um bloco for-
mado por 14 dos 16 partidos e fe-
derações da Casa. “Hoje é muito
mais do que o reinício da reabertu-
ra dos trabalhos, mas a prova que
Brasil é uma democracia madura”,
afirmou. Ele prometeu dar celeri-
dade à reforma tributária, pediu a
pacificação do país e disse que
atuará para punir aqueles que ten-
taram um golpe contra a democra-
cia ao vandalizar a sede dos três Po-
deres em janeiro.
No discurso após ser reeleito, Li-
ra antecipou um dos pontos que
atuará neste mandato, que durará
até janeiro de 2025: impedir que
decisões monocráticas do Judiciá-
rio suspendam leis aprovadas pela
maioria do Congresso. “Não dá
mais para que as decisões tomadas
nessa Casa sejam constantemente
judicializadas e aceitas sem sus-
tentação legal”, afirmou. Defendeu
o Executivo e Judiciário firmes,
mas “cada um no seu quadrado”.
“Não dá mais para usurpar prerro-
gativas, interferir em decisões am-
plamente debatidas, votadas e
aprovadas”, reforçou.
Lira criticou ainda o “populis-
mo fiscal”, mas disse que os 513
deputados discutirão juntos for-
mas de melhorar a vida dos brasi-
leiros. “Vi no sertão de Alagoas
mulheres e homens cozinhando
com lenha devido ao preço ex-
cessivo do gás. Também testemu-
nhei em palestras na Faria Lima a
defesa da atual política de preços
Lira: presidente reeleito promete punição a golpistas; três deputados que tomaram posse ontem são investigados por suposta participação nos atos de 8 de janeiro
da Petrobras. Esse é o Brasil conti-
nental, diverso, mas que precisa-
mos encontrar convergências e
soluções que atendam a todos.”
O presidente da Câmara pro-
meteu agir para punir todos
aqueles que participaram dos
atos golpistas que depredaram o
Congresso há menos de um mês,
num protesto contra a vitória do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT). “Esta Casa não acolhe-
rá, defenderá ou referendará ne-
nhum ato, discurso ou manifes-
tação que atente contra a demo-
cracia. Quem assim atuar, terá a
repulsa deste Parlamento, a rejei-
ção do povo brasileiro e os rigo-
res da lei”, garantiu. Dos eleitos,
pelo menos três deputados são
investigados por suposta partici-
pação nos atos de janeiro.
Apesar do discurso de Lira, um
dos candidatos à presidência da
Câmara, o deputado Chico Alen-
car (Psol-RJ), foi vaiado por depu-
tados bolsonaristas quando se
disse “um pouco frustrado” ao
ver os demais candidatos ignora-
rem a tentativa de golpe de 8 de
janeiro nos discursos. Parte dos
parlamentares de direita reagiu
aos gritos de “Lula ladrão” e a es-
querda rebateu com o coro de
“sem anistia”. “Quem vaia está
defendendo a tentativa de golpe.
É triste isso, ter dentro do Parla-
mento quem trama contra a de-
mocracia”, disse Alencar.
O deputado do PP ainda ata-
cou, sem citar nominalmente, a
Operação Lava-Jato, que o colo-
CRISTIANO MARIZ/O GLOBO
cou no banco dos réus no passa-
do. Disse que não compactua
com mal feitos e que aqueles que
cometerem erros devem pagar
por eles, mas que houve um pro-
cesso de “criminalização da polí-
tica” que abalou as instituições.
“Transformaram denúncias, que
deveriam ser apuradas sob o
manto da lei, em verdadeiras
execuções públicas. Empresas fo-
ram destruídas, empregos foram
ceifados, reputações jogadas na
lata do lixo”, afirmou.
O apoio obtido por Lira foi re-
corde desde a redemocratização,
em 1985. Os 464 votos superaram
os 434 obtidos pelos ex-presiden-
tes Ibsen Pinheiro (MDB-RS) em
1991 e João Paulo Cunha (PT-SP)
em 2003. Ao longo da campanha,
Lira trabalhou para demover to-
dos os adversários internos. Ape-
nas Alencar, com 21 votos, e Mar-
cel van Hattem (Novo-RS), com
19 votos, resolveram desafiá-lo
com discursos antagônicos — o
do Novo, contra a aliança do PT, e
o do Psol, contra o fortalecimento
do Centrão. Cinco deputados vo-
taram em branco. No total, foram
registrados 509 votos.
A aliança construída pelo par-
lamentar dará aos seus aliados
praticamente todos os postos de
comando da Casa. A Mesa Direto-
ra será composta por seis aliados,
eleitos pela sua chapa. O vice-pre-
sidente será o deputado Marcos
Pereira (SP), presidente do Repu-
blicanos, e o primeiro-secretário
será o deputado Luciano Bivar
(PE), presidente do União Brasil.
A única disputa que ocorreu no
plenário foi no PL, pela segunda-
vice-presidência, mas o candida-
to oficial do partido, Sóstenes Ca-
valcante (RJ), venceu por ampla
margem, 385 votos a 94.
O acordo costurado levou até a
entendimento entre o PT de Lula e
o PL do ex-presidente Jair Bolsona-
ro. Ambos o apoiaram e aceitaram
acordo de revezamento pela prin-
cipal comissão da Câmara, a de
Constituição e Justiça (CCJ), por on-
de passam todas as propostas de
emenda constitucional (PEC) e
projetos. Pelo acerto, o deputado
Rui Falcão (PT-SP) será o presidente
em 2023 e o PL indicará quem co-
mandará o colegiado no próximo
ano. União e MDB exercerão a pre-
sidência da CCJ em 2025 e 2026.

Briga pela relatoria da CMO

será primeiro desafio
De Brasília
Após ser reconduzido com
tranquilidade e votação recorde,
o presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), terá que lidar nas
próximas semanas com a disputa
entre dois partidos aliados pela
relatoria da comissão mista do
Orçamento (CMO). PL e União
Brasil pleiteiam a responsabili-
dade de relatar o Orçamento de
2024, o primeiro elaborado sob o
governo do presidente Luiz Iná-
cio Lula da Silva (PT).
Em caráter reservado, aliados
do alagoano afirmam que o im-
passe deve se desdobrar por mais
algumas semanas apesar de o
parlamentar do PP já ter convo-
cado uma reunião para a terça-
Zema pede apoio de deputados em
MG na busca por equilíbrio fiscal
Cibelle Bouças
De Belo Horizonte
O governador de Minas Gerais,
Romeu Zema (Novo), enfrentou
em sua primeira gestão uma série
de derrotas na Assembleia Legisla-
tiva. Mas pode ter diálogo mais fá-
cil em seu segundo mandato. Na
solenidade de posse dos deputa-
dos estaduais, nessa quarta-feira,
tanto Zema como o novo presi-
dente da Assembleia, deputado Ta-
deu Martins Leite (MDB), sinaliza-
ram ter interesse em manter o diá-
logo entre Executivo e Legislativo.
No primeiro mandato, 30 pro-
postas do governo Zema nem se-
quer foram apreciadas pelo ple-
nário. O governo ainda pretende
avançar na aprovação de proje-
tos como a adesão ao Regime de
Recuperação Fiscal (RRF) e a pri-
vatização de estatais. No fim da
gestão passada, o ex-presidente
da Assembleia, Agostinho Patrus
(PSD), arquivou as propostas não
apreciadas. Agora, o governo
precisará pedir o desarquiva-
mento das propostas ou enviar
feira da semana que vem para
tratar de distribuição dos cole-
giados entre os partidos.
Um interlocutor mais pessi-
mista avalia que é possível que se
chegue a uma solução para as de-
mais comissões e que os desfe-
chos das negociações para a CMO
se estendam por mais tempo. “Is-
so pode durar até abril”.
Eleito para a segunda vice-pre-
sidência da Casa, o deputado
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) tem
defendido que o PL tem a prerro-
gativa por assumir a relatoria da
CMO por ser o maior partido do
maior bloco da Câmara.
O otimismo de que vencerão a
batalha com o União faz com que
o partido de Valdemar Costa Ne-
to já tenha até o nome de quem
novos projetos de lei para que se-
jam apreciados pelos deputados.
“O desafio do Estado é manter
o desempenho positivo à frente
da gestão das políticas públicas e
alcançar o equilíbrio fiscal, le-
vando a patamar de maior de-
senvolvimento socioeconômico
e ambiental sustentável. Isso só
será possível com o apoio dos
parlamentares”, afirmou Zema.
O governador destacou que hou-
ve melhoria nas finanças do Esta-
do, mas Minas ainda tem dívidas
da ordem de R$ 140 bilhões.
Para o segundo mandato, Zema
convenceu o Novo a fazer alianças
com outros partidos para garantir
uma base maior na Assembleia, o
que facilitaria a aprovação de pro-
jetos encaminhados pelo governo.
Com isso, conseguiu ampliar a sua
base na Assembleia de três deputa-
dos na gestão passada para 32 na
atual gestão, de um total de 77 par-
lamentares. Mas não teve sucesso
na indicação de um nome para
presidir o parlamento mineiro. O
nome mais recente era do deputa-
do Antonio Carlos Arantes (PL).
ocupará o posto: o deputado Luiz
Carlos Motta (PL-SP).
O União Brasil, porém, alega
que o acordo com Lira garante a
vaga para o partido comandado
por Luciano Bivar, já que a legen-
da foi a primeira a apoiar a re-
IVO ZARZUR
condução do alagoano oficial- 26/11/1932 A 28/01/2023
mente. Haveria, de acordo com
fontes do União, um revezamen-
to nos anos seguintes.
A função é importantíssima na É COM GRANDE PESAR QUE
elaboração do Orçamento, por
participar de todas as negocia-
ções do governo.
A EZTEC SE DESPEDE DE
O impasse deve se arrastar até
a instalação da CMO, que será IVO ZARZUR, IRMÃO DO NOSSO
presidida por um senador do
maior bloco partidário, com- FUNDADOR, ERNESTO ZARZUR,
posto por MDB, PSD e União.
(MR e RDC) E GRANDE EMPRESÁRIO A QUEM
ADMIRAMOS PROFUNDAMENTE
E LAMENTAMOS SUA PARTIDA.
Empresário do setor têxtil, trabalhou por décadas no
Lanifício Pirituba.
A Assembleia elegeu por unani-
midade o deputado Tadeu Martins
Leite (MDB), nome indicado ini- Caminhou para o ramo de incorporação com os irmãos
cialmente pelos partidos de oposi-
ção. Tadeuzinho, como é mais co- e na área imobiliária se destacou com loteamentos na
nhecido, disse que vai buscar uma Zarzur Urbanismo.
relação de diálogo e de constru-
ção. “Gosto de conversar muito, de
entender. Essa é a Casa do Diálogo. Com uma trajetória exemplar na família e nos negócios,
Aqui o que não faltará é diálogo”,
afirmou o deputado. Tadeuzinho deixa um legado permanente para as próximas gerações.
acrescentou que a relação da As-
sembleia com Zema será diferente.
“O que aconteceu no último man-
dato, na última gestão, passou. Te-
mos que agora pensar para frente e
dialogar muito com o governo do
Estado”, disse o deputado.
Tadeuzinho afirmou que os
projetos enviados pelo governo
Zema e pelos deputados serão
discutidos na Assembleia sem
restrições. “O que me cabe é tra- Missa de 7º dia do seu falecimento a ser realizada
mitar na Casa, nas comissões e em 03/02/23, às 13h
depois pautar no plenário”, afir-
mou o deputado. Tadeuzinho Igreja Nossa Senhora do Brasil
tem 36 anos, é deputado desde Praça Nossa Senhora do Brasil - Jd. América
2011 e o presidente mais jovem
da Assembleia de Minas Gerais
desde a redemocratização.
A8 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Política
Poderes STF abre ano Judiciário e inaugura espaço para lembrar atentados golpistas
Ao lado de Lula, Rosa Weber faz
defesa contundente da democracia
Luísa Martins, Isadora Peron e
Fabio Murakawa
De Brasília
O Supremo Tribunal Federal
(STF) abriu o ano Judiciário de
2023 nessa quarta-feira (1 o ) com
a inauguração de um espaço de
memória para relembrar os ata-
ques golpistas de 8 de janeiro,
quando o prédio foi invadido e
depredado por apoiadores radi-
cais do ex-presidente Jair Bolso-
naro. Em seus discursos na sessão
solene, os chefes dos Três Poderes
destacaram a resiliência da Justi-
ça e o esforço conjunto para com-
bater os atos antidemocráticos.
A presidente do Supremo, mi-
nistra Rosa Weber, classificou os
atentados como uma “invasão
criminosa” feita “por uma turba
insana, movida pelo ódio e pela
irracionalidade”. Ela afirmou
que, apesar da massiva destrui-
ção da estrutura do prédio e dos
objetos históricos expostos em
seu anterior, a simbologia da
Corte na defesa da democracia “é
absolutamente intangível à ig-
norância crassa da força bruta”.
Sob aplausos, a ministra de-
fendeu a devida responsabiliza-
ção de todos os que conceberam,
praticaram, insuflaram ou finan-
ciaram os atos antidemocráticos.
Até o momento, mais de mil pes-
soas estão presas, das quais 525
já foram denunciadas.
“Para os que, consumidos pela
fogueira da irracionalidade, do-
minados pelo fundamentalismo
de sua triste visão de mundo, dis-
torcem maliciosamente o con-
ceito de liberdade, digo nova-
mente: é inútil. Mesmo que dese-
jassem destruir mil vezes o Su-
premo, mil e uma vezes recons-
truiríamos seu prédio, como fize-
mos agora, sem interromper um
só instante o exercício da jurisdi-
ção”, disse ela, em um dos trechos
mais contundentes de sua fala.
“Que os inimigos da liberdade
saibam que, no solo sagrado des-
te tribunal, o regime democráti-
co permanentemente cultuado
permanece inabalado. Frustrado
restou o real objetivo dos que as-
saltaram as instituições. O ultraje
só poderia resultar no enalteci-
mento da dignidade da Justiça.”
Em um aceno nominal ao pre-
sidente Luiz Inácio Lula da Silva e
ao presidente do Senado, Rodri-
go Pacheco (PSD-MG), presentes
Para PGR, comandante da PM deve continuar preso
Isadora Peron e Luísa Martins
De Brasília
A Procuradoria-Geral da Repú-
blica (PGR) defendeu, em manifes-
tação enviada ao Supremo Tribu-
nal Federal (STF), que o ex-coman-
dante-geral da Polícia Militar do
Distrito Federal Fábio Augusto
Vieira continue preso. Ele foi deti-
do por determinação do ministro
Alexandre de Moraes, depois dos
atentados do dia 8 de janeiro.
Para a PGR, “não houve nenhu-
ma modificação da situação de
fato ou de direito” desde a deci-
são do relator e, por isso, a prisão
preventiva deve ser mantida. O
parecer é assinado pelo coorde-
nador do Grupo Estratégico de
Combate aos Atos Antidemocrá-
ticos, subprocurador Carlos Fre-
derico Santos.
Leite e Tarcísio criticam política econômica de Lula
André Guilherme Vieira
De São Paulo
Os governadores de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos),
e do Rio Grande do Sul, Eduardo
Leite (PSDB), criticaram a política
econômica do governo federal
nessa quarta-feira (1 o ), durante
participação em conferência reali-
zada por um banco, em São Paulo.
Leite, que assume a presidência
nacional do PSDB nesta quinta-
Lula na abertura do ano Judiciário: “Naquele dia 8 de janeiro, a violência e ódio mostraram sua face mais absurda: o terror”
à cerimônia, Rosa também disse
que os ataques reforçaram a har-
monia entre os Poderes.
Lula também discursou na ce-
rimônia. Disse que a “descrença
na política pelo povo brasileiro”
desaguou nos ataques golpistas
— “indignação que vou levar pa-
ra o resto da vida”, completou.
“Naquele dia 8 de janeiro, a
violência e ódio mostraram sua
face mais absurda: o terror. Não
foi um episódio nascido por ge-
ração espontânea, mas cultivado
em sucessivas investidas contra o
direito e a Constituição, com o
objetivo de sustentar um projeto
autoritário de poder”, afirmou.
Para Lula, a receita para sustentar
a longevidade da democracia é, es-
sencialmente, aceitar o resultado
das urnas, seja no Executivo ou no
Legislativo. “Temos que respeitar e
só mudar quatro anos depois, quan-
do tiver uma próxima eleição.”
Lula exaltou o papel do STF e
A defesa havia alegado que o
ex-comandante não participou
do planejamento e da organiza-
ção da operação de segurança
para 8 de janeiro. Agora, cabe a
Moraes decidir sobre o caso.
Para a PGR, porém, não parece
ser crível que Vieira “desconhe-
cesse a gravidade dos atos que se
avizinhavam”, tanto que ele foi
pessoalmente à Esplanada dos
Ministérios acompanhar a su-
posta manifestação dos apoiado-
res do ex-presidente Jair Bolso-
naro (PL) naquele domingo.
“O que se tem, até esse mo-
mento, é uma hipótese criminal
que autoriza a custódia cautelar
do requerente, porque, ainda
que haja necessidade de delimi-
tação de outras responsabilida-
des e alguns contornos fáticos,
há evidências de que o requeren-
feira (2) e busca protagonismo na
oposição ao governo Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), disse que o pe-
tista transmite uma “mensagem
ambígua” na questão fiscal. Para
o governador gaúcho, a gestão
Lula emite sinais similares ao go-
verno da ex-presidente Dilma
Rousseff (PT), destituída do cargo
por impeachment em 2016.
“Lula será Lula 1, Lula 2 ou será
Dilma?”, indagou, referindo-se aos
dois primeiros governos do petis-
do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) — repetidamente atacados
por Bolsonaro ao longo do man-
dato — “na defesa da sociedade
brasileira contra o arbítrio”.
Segundo o petista, a popula-
ção não quer conflitos entre as
instituições. “Nossos reais inimi-
gos são outros: a fome, a desi-
gualdade, a falta de oportunida-
des, o extremismo e a violência
política, a destruição ambiental e
a crise climática.”
Na sua vez de falar, Pacheco
também salientou que o dia 8 de
janeiro “não será esquecido”. Ele
disse que a democracia “sai ainda
mais forte após o episódio” e que
as consequências aos responsá-
veis serão severas. Apontou, ain-
da, que não faz coro às ameaças
de subversão: “Qualquer gesto
que vise à desarmonia entre os
Poderes viola a Constituição”.
Pacheco destacou que as atri-
buições distintas de cada Poder
te sabia, podia e devia ter agido”,
afirmou o órgão.
Em outro trecho do documen-
to, o subprocurador disse que o
ex-comandante poderia e deve-
ria ter acionado o efetivo neces-
sário para conter a ação crimino-
sa que resultou na invasão do Pa-
lácio do Planalto, Congresso Na-
cional e STF.
A manifestação da PGR tam-
bém fez referência a um relatório
de inteligência de 6 de janeiro
que apontou para a existência de
risco de “tomada de poder” com
a invasão do Congresso. O docu-
mento foi enviado ao então se-
cretário de Segurança Pública do
Distrito Federal, Anderson Tor-
res, que também está preso.
Para o órgão, o que já foi apura-
do deixa claro que a situação era
de “total conhecimento dos ór-
ta. Em entrevista coletiva, Leite ex-
plicou a comparação. “Houve uma
aposta no governo Dilma de gasto
público aumentado como fator
anticíclico dentro de um ambiente
de crise econômica, que vinha lá
do segundo governo Lula, que
comprometeu a saúde fiscal do go-
verno, que gerou impacto inflacio-
nário e aumento de juros”.
Leite relacionou o que conside-
ra um ambiente de incerteza do
governo Lula, no aspecto fiscal, ao
FELLIPE SAMPAIO/SCO/STF
representam um dos alicerces da
democracia. “E a convivência
harmoniosa entre eles represen-
ta seu esteio. Temos obrigação
constitucional de convivermos
em harmonia”, destacou.
Já o procurador-geral da Repú-
blica, Augusto Aras, adotou um
outro tom em seu discurso. Ele
aproveitou a oportunidade para
rebater as alegações de que sua
gestão, durante o governo Bolso-
naro, teria sido inerte em relação
aos atos antidemocráticos, o que
culminou nos ataques do dia 8.
Ele admitiu que o Ministério
Público atuou de forma “discre-
ta” e que prefere adotar postura
preventiva. “Mas, se for necessá-
rio reprimir os atentados, nós o
faremos”, disse, elencando as de-
núncias já oferecidas até agora.
Em tom poético, Aras iniciou o
discurso declarando: “Democra-
cia, eu te amo, eu te amo, eu te
amo”. No encerramento, criticou
gãos de cúpula da PM”. “Dadas as
públicas convocações para os atos
que resultaram nos delitos investi-
gados, era esperado que o coman-
dante-geral tomasse a frente e a
iniciativa para verificar se todas as
providências haviam sido adota-
das para o completo cumprimento
da missão da Polícia Militar que,
no caso, consistia, entre outras coi-
sas, em não permitir acesso de pes-
soas e veículos à Praça dos Três Po-
deres”, disse o subprocurador.
A PGR, no entanto, apontou
que, como o suspeito está preso, é
preciso urgência na investigação.
O órgão pediu que Moraes deter-
mine que a Polícia Federal apre-
sente, em um prazo de 15 dias, um
relatório parcial das investigações.
Por meio de nota à imprensa,
a defesa de Vieira afirmou que
recebeu com surpresa a manifes-
que definiu como “falta de retros-
pecto político” do ministro da Fa-
zenda, Fernando Haddad.
“Isso gera dúvidas. É legítimo
que Haddad seja ministro, mas se
impõe a ele algo que, se fosse al-
guém com retrospecto, não seria
tão demandado”, disse.
Já Tarcísio, que teve o ex-presi-
dente Jair Bolsonaro (PL) como
avalista de sua candidatura, disse
que faltam ao governo federal “cla-
reza fiscal” e demostração de com-
a atuação jurisdicional baseada
em “eclipses da legalidade” — o
que foi compreendido como um
recado ao ministro Alexandre de
Moraes, do STF.
“Os fins não justificam os
meios. A invocação de fins no-
bres, como a defesa do regime
democrático, não sana os vícios
da ação estatal que se afaste do
cumprimento da ordem jurídi-
co-constitucional”, afirmou.
Houve espaço, ainda, para
uma citação elogiosa de Aras ao
ex-senador Demóstenes Torres,
que foi cassado e hoje advoga pa-
ra o ex-secretário de Segurança
do Distrito Federal Anderson
Torres, preso após os ataques.
Após a solenidade, cerca de mil
servidores e colaboradores do Su-
premo, além dos próprios minis-
tros, deram um “abraço” no prédio
da Corte. Indicados por Bolsonaro,
Nunes Marques e André Mendon-
ça participaram do ato simbólico.
“Dos escombros se faz a espe-
rança”, disse Rosa, agradecendo
aos servidores pelo esforço para
reconstruir o plenário em três se-
manas, a tempo do retorno dos
trabalhos nessa quarta-feira. “O
Supremo sai fortalecido.”
Na entrada do plenário, foi
instalada uma exposição de ob-
jetos históricos destruídos pelos
vândalos. Entre os itens, estão
um exemplar da Constituição Fe-
deral, furtado do acervo do gabi-
nete da presidência e queimado
pelos manifestantes, e estilhaços
de um espelho do século 19, que
compunha a antiga sede da Cor-
te no Rio de Janeiro.
Também estão expostas pe-
dras portuguesas removidas do
piso da Praça dos Três Poderes e
bolas de vidro usadas para que-
brar vidraças e esculturas. “Os
itens foram encontrados em
grande quantidade dentro do
palácio”, diz a placa informativa
que acompanha as peças.
Ao caminhar pelo local, Rosa
apontou para o busto de Rui Bar-
bosa, figura responsável pela
criação da Corte. A escultura
também foi depredada. “Está
com a cicatriz na fronte, para
mostrar que a barbárie ocorre,
mas ela não vence a Justiça”, ob-
servou a ministra. A exposição,
segundo ela, é importante para
que os visitantes, inclusive os das
próximas gerações, “tenham a
consciência do que aconteceu.”
tação proferida pela PGR e que
caberá ao STF a correta interpre-
tação dos fatos. “Aguardava-se
fidelidade aos fatos e correção
teórica. A atribuição de valor ao
fato relevante para o direito não
aceita ilações que se apartem
dos fatos de domínio público e
previamente documentados no
processo”, disse.
Para os advogados João Paulo
Boaventura e Thiago Turbay, “a
presunção aparente de ter havi-
do responsabilidade por omis-
são não resiste aos fatos, que
constituem inegavelmente prova
ao contrário”.
Eles apontaram ainda que ca-
berá ao Supremo “a correta inter-
pretação dos fatos, o necessário
aprumo jurídico e o resgate da
confiança cívica e institucional
na democracia”.
promisso com a solvência — fator
que pode dificultar a atração de in-
vestimento, de acordo com ele.
“Não é só minha preocupação,
nem do governo de São Paulo.
Acho que é a preocupação do in-
vestidor como um todo”, disse.
“Porque não houve uma mensa-
gem clara de qual é a nossa baliza
fiscal, a gente não tem um novo
parâmetro fiscal”, afirmou.
Tarcísio também associou a
aprovação da proposta de emenda
Moraes diz ser
impossível
acordo com
terroristas
De Brasília
O presidente do Tribunal Su-
perior Eleitoral (TSE), ministro
Alexandre de Moraes, afirmou
que o país não poderá adotar a
“ignóbil política de apazigua-
mento” depois dos atentados de
8 de janeiro, pois “não é possível
fazer acordo com criminosos,
terroristas e golpistas”.
Sem citar o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), Moraes afirmou
que todos os envolvidos na inva-
são das sedes dos três Poderes se-
rão responsabilizados, inclusive
as autoridades que incentivaram
ou se omitiram diante da escala-
da de violência.
“Absolutamente todos os en-
volvidos serão responsabilizados
civil, política e criminalmente pe-
los atos atentatórios à democra-
cia, ao Estado de Direito e às insti-
tuições, inclusive pela dolosa co-
nivência por ação ou omissão mo-
tivada pela ideologia, dinheiro,
fraqueza, covardia, ignorância,
má-fé ou mau-caratismo”, disse
Moraes, ao abrir os trabalhos do
TSE nessa quarta-feira (1 o).
Segundo ele, “os desprezíveis
ataques terroristas à democracia
e às instituições republicanas se-
rão responsabilizados, assim co-
mo os financiadores, instigado-
res e os anteriores e atuais agen-
tes públicos coniventes e crimi-
nosos, que continuam na ilícita
conduta da prática de atos anti-
democráticos”.
O ministro defendeu que o
comportamento ilegal e crimino-
so desses vândalos não pode ser
confundido com livre manifesta-
ção de expressão, pois se revestia
de “caráter terrorista”. Para ele,
“houve omissão, conivência e par-
ticipação dolosa de autoridades
públicas para propagar o descum-
primento e desrespeito ao resulta-
do das eleições de 2022”.
O presidente do TSE disse ain-
da que essa escalada de atos cri-
minosos resultou na invasão dos
prédios dos três Poderes e que is-
so “só poderia ocorrer com a
anuência, e até participação efe-
tiva, das autoridades competen-
tes pela segurança pública e inte-
ligência”.
Moraes defendeu que a orga-
nização das supostas manifesta-
ções para o dia 8 de janeiro, por
parte de bolsonaristas que esta-
vam acampados em frente ao
quartel-general do Exército em
Brasília, era um “fato notório e
sabido” e que a omissão das auto-
ridades, além de potencialmente
criminosa, é” estarrecedora”,
pois os atos de terrorismo se re-
velaram uma “verdadeira tragé-
dia anunciada”.
“Absolutamente nada pode jus-
tificar a existência de acampamen-
tos cheios de criminosos, com ar-
mas, patrocinados por financiado-
res e com a complacência de auto-
ridades civis e militares. Absoluta-
mente nada pode justificar a omis-
são e a conivência covarde de di-
versas autoridades com crimino-
sos que, previamente, anunciaram
que praticariam atos violentos
contra os Poderes”, defendeu.
Segundo ele, as investigações
da Polícia Federal (PF) e as mais
de 500 denúncias já oferecidas
pela Procuradoria-Geral da Repú-
blica (PGR) demonstram a exis-
tência de uma verdadeira organi-
zação criminosa, que atua com o
objetivo de desestabilizar as insti-
tuições, principalmente as que
podem se contrapor a atos ilegais
e inconstitucionais. (IP e LM)
à Constituição (PEC) da Transição
pelo Congresso, em 21 de dezem-
bro, a um eventual cenário de per-
da de investimentos privados.
“Houve a aprovação da PEC de
R$ 205 bilhões e elevação brutal
dos juros de longo prazo em mui-
to pouco tempo”, disse. “Uma re-
tração do Capex [investimentos
em bens de capital], então isso dá
uma mensagem para o investidor
[de que o governo] está em com-
passo de espera”, afirmou.

Internacional
América do Norte Mas desconfiança política e falta de energia dificultam
Produção migra para México,
para ficar mais perto dos EUA
Anthony Harrup e Juan Montes
Dow Jones Newswires
Empresas de todas as partes do
mundo estão transferindo a pro-
dução e equipamentos para o
México em busca de um centro
de produção mais próximo dos
EUA como parte de uma mudan-
ça mais ampla que está ocorren-
do no comércio global.
Algumas empresas estão saindo
da Ásia, enquanto outras investem
milhões de dólares para aumentar
a produção de bens que são expor-
tados livres de tarifas para os EUA.
Economistas e executivos afir-
mam que rupturas nas cadeias de
suprimentos, lockdowns na China
por causa da covid-19, aumento
dos fretes e as incertezas geopolíti-
cas causadas pela invasão da Ucrâ-
nia pela Rússia estão alimentando
a tendência de “nearshoring” (en-
curtar a cadeia de produção).
Em Tijuana, um dos maiores po-
los exportadores de televisores e
outros aparelhos eletrônicos do
mundo, os parques industriais es-
tão operando quase a plena capa-
cidade, segundo executivos. E em
Ciudad Juárez, do outro lado da
fronteira com El Paso, no Texas, re-
crutadores estão contratando tra-
balhadores para empresas que es-
tão chegando ao país ou amplian-
do suas operações.
Segundo investidores, a econo-
mia do México, baseada na manu-
fatura, tem como um de seus atra-
tivos os acordos de livre comércio
— incluindo o Acordo EUA-Méxi-
co-Canadá — e a proximidade do
mercado americano. A escassez de
Remessas para o México somam o recorde de US$ 58 bi
Roberto Lameirinhas
De São Paulo
As remessas dos mexicanos no
exterior para suas famílias no Mé-
xico foram recordes em 2022, re-
presentando 4,1% do PIB do país.
O valor de US$ 58,5 bilhões é mais
que o dobro da receita estimada
com as exportações de petróleo,
informou ontem o Banxico, o
banco central mexicano.
O volume do envio é 13,4% supe-
rior ao de 2021, mas o ritmo desa-
celerou em relação ao do ano ante-
rior — quando as remessas cresce-
ram 27,1% sobre as de 2020.
“Só nos últimos três meses do
ano passado, as remessas em dólar
atingiram os maiores patamares
históricos em termos trimestrais,
mensais e anuais”, disse Alberto
Ramos, economista-chefe para a
América Latina do Goldman Sachs.
“Só em dezembro, as remessas che-
garam a US$ 5,36 bilhões, ou 5,2%
Curtas
Nova arma para Kiev
O próximo pacote de ajuda mi-
litar dos EUA para a Ucrânia deve
incluir pela primeira vez bombas
inteligentes de longo alcance, se-
gundo pessoas a par do assunto. A
nova arma inteligente é uma bom-
ba de cerca de 113 kg amarrada a
um foguete que pode ser dispara-
do do solo. Os EUA prometeram
fornecer à Ucrânia mais de US$ 27
bilhões em ajuda militar.
Pacote verde da UE
A União Europeia disse que €
250 bilhões estão “imediatamente
disponíveis” para os Estados
membros oferecerem créditos fis-
cais e subsídios para indústrias
verdes. “O dinheiro [na forma de
‘empréstimos flexíveis’] está dis-
JORDAN PETTITT/PA VIA AP
ponível agora. Por favor, invista
agora”, disse Ursula von der Leyen,
presidente da Comissão Europeia.
O financiamento faz parte de um
pacote mais amplo para combater
subsídios e créditos fiscais anun-
ciados pelos EUA em agosto.
Maxidesvalorização
O Líbano anunciou ontem que
vai promover uma desvalorização
de 90% de sua moeda em relação
ao dólar a fim de obter um em-
préstimo de US$ 3 bilhões do FMI.
mão de obra nos EUA também fa-
vorece a produção no México.
“Conseguir contratar pessoas
suficientes para as nossas unida-
des nos EUA para apoiar nosso
crescimento foi um verdadeiro de-
safio. Tínhamos um grande inte-
resse em abrir uma fábrica no Mé-
xico”, disse Sam Rosen, presidente
da Ollin Plastics, unidade de mol-
dagem de plásticos da ATEK Com-
panies, de Minnnesota.
A Ollin Plastics investiu cerca de
US$ 10 milhões para instalar uma
fábrica no polo industrial de Mon-
terrey, onde começou a produzir
“coolers” para o mercado america-
no no ano passado. Ela pretende
crescer no local e fabricar outros
produtos de plástico.
A Mattel, fabricante das bonecas
Barbie e dos Mega Bloks, ampliou
sua unidade em Monterrey, tor-
nando-a a maior do mundo, com
um investimento de US$ 47 mi-
lhões entre 2020 e 2022.
A fabricante de brinquedos
mais que dobrou sua força de tra-
balho para 3,5 mil na unidade, co-
mo parte de uma reestruturação
da cadeia global de suprimentos
para aumentar a produção e a pro-
dutividade, com acesso imediato
aos EUA, o maior mercado de brin-
quedos do mundo, segundo Ro-
berto Isaias, diretor da cadeia de
suprimentos da Mattel. A compa-
nhia exporta brinquedos do Méxi-
co para quase 30 países.
O governo Joe Biden está enco-
rajando a produção regional como
parte de seus planos para fortale-
cer as cadeias de suprimentos e a
produção industrial dos EUA. Na
Remessas para o México
Em bilhões de US$
60
58,5
50
40
30,3
30
22,4
20
2012 2017
Fonte: Banxico. Elaboração: Valor Data
maior do que em dezembro de
2021”, afirmou, lembrando que o
peso mexicano se valorizou 7,2%
em relação ao dólar neste período.
O relatório do Banxico mostra
que a remessa média por imigran-
tes foi de US$ 391 durante o ano.
Com a redução dos estímulos à
economia dos EUA — pelos quais
Britânicos fazem maior greve em dez anos
Trabalhadores britânicos realizaram
ontem a greve mais extensa em uma
década, que paralisou o transporte
urbano, escolas, universidades e
museus — entre outros serviços
públicos — em várias cidades do
Reino Unido. “Cerca de 85% das
escolas da Inglaterra e de Gales estão
fechadas”, informou o Sindicato
Cúpula dos Líderes da América do
Norte, realizada na Cidade do Mé-
xico em janeiro, EUA, México e Ca-
nadá concordaram em fortalecer
as cadeias de suprimentos regio-
nais e promover investimentos em
setores como os de semiconduto-
res e baterias para carros elétricos.
Após uma queda para US$ 28,2
bilhões em 2020, durante a pande-
mia, os investimentos estrangeiros
diretos (IED) no México aumenta-
ram para US$ 31,4 bilhões em
2021 e alcançaram US$ 32,1 bi-
lhões nos primeiros nove meses de
2022 — maior número para o pe-
ríodo desde 2013. Desse total, US$
11,6 bilhões foram para infraes-
trutura, similar aos níveis de 2021.
O governo mexicano diz que
mais de 400 empresas estão inte-
ressadas em transferir a produ-
ção da Ásia para o México.
O entusiasmo existe mesmo
com o presidente Andrés Manuel
López Obrador irritando alguns
investidores estrangeiros com seus
esforços para retomar o controle
sobre a geração de energia no Mé-
xico. As empresas de energia es-
trangeiras travam batalhas legais
com o governo sobre mudanças
nas leis de eletricidade e hidrocar-
bonetos, que dão prioridade às es-
tatais Comisión Federal de Electri-
cidad e Petróleos Mexicanos.
“Há um forte argumento de que
o nearshoring seria ainda mais for-
te se não enfrentasse a resistência
do governo de López Obrador”,
disse Ryan Berg, diretor do Progra-
ma das Américas do think tank
americano Center for Strategic
and International Studies.
Washington distribuiu auxílios às
famílias mais afetadas pela pande-
mia de covid-19 — e o relativo res-
friamento do mercado de trabalho
americano nos últimos meses, os
economistas previam uma redu-
ção dos envios de dólares para o
México. Mas, como observou o BB-
VA Research em nota a seus clien-
tes, os números divulgados ontem
mostram que as remessas se mos-
traram resilientes e cresceram em
dezembro pelo 31 o mês seguido.
“Para 2023, espera-se que as
2022
remessas sigam crescendo, mas
em um ritmo menos acelerado,
devido a um possível cenário de
crescimento econômico mun-
dial mais lento”, disse o BBVA.
No caso específico dos EUA —
onde trabalha a imensa maioria
dos mexicanos que emigraram
—, o crescimento econômico nes-
te ano ainda deve sofrer efeitos
da desaceleração imposta pelas
taxas de juros do Federal Reserve
Nacional da Educação, embora esse
número tenha sido contestado pelo
governo do premiê Rishi Sunak.
Centrais sindicais que congregam
quase meio milhão de associados
aderiram à greve, que ganhou força
depois de Sunak ter anunciado que
não concederia aumentos de salários
para o funcionalismo público no atual
Com a demanda por espaço in-
dustrial aumentando, a infraestru-
tura elétrica insuficiente limita a
velocidade com que os fabricantes
podem se mudar para o México,
diz Alberto Villanueva, diretor-ge-
rente da Nepanoa de Chicago, que
faz gerenciamento de projetos e
consultoria para empresas dos
EUA interessadas em se estabele-
cer e crescer no México.
Mesmo assim, ao longo da
fronteira com os EUA, a deman-
da por espaços industriais está
superando a oferta. No Estado
da Baixa Califórnia, há apenas
2% do espaço em parques indus-
triais disponível, segundo Ro-
mán Caso, presidente-executivo
da Co-Production International
de San Diego, que oferece espa-
ço industrial, serviços de logísti-
ca e administração para empre-
sas exportadoras no México.
A fabricante chinesa de pro-
dutos eletrônicos e eletrodo-
mésticos Hisense, uma das
maiores fabricantes de televiso-
res de tela plana do mundo,
comprou uma fábrica de produ-
ção de aparelhos de TV em Rosa-
rito, na Baixa Califórnia, em
2015. Mais tarde, ela incorporou
fornecedores e processos adicio-
nais, aumentando a produção e
tornando o México mais do que
apenas um local de montagem.
A Hisense disse que está desen-
volvendo um parque industrial em
Monterrey, investindo US$ 260 mi-
lhões na produção de refrigerado-
res, máquinas de lavar, aparelhos
de ar-condicionado e utensílios de
cozinha para o mercado dos EUA.
(Fed, o banco central america-
no). E uma inflação ainda alta de-
ve reduzir o volume dos envios.
“As remessas exerceram um pa-
pel fundamental durante a pior fa-
se da pandemia de covid-19, quan-
do o governo de Andrés Manuel
López Obrador se mostrou pouco
disposto a oferecer auxílios para as
famílias mais afetadas pela parali-
sação das atividades econômicas”,
afirmou o pesquisador de ciências
políticas da Universidade Autôno-
ma do México Pablo Arellana. “Elas
ajudaram a sustentar o crescimen-
to da economia mexicana em 2021
em 4,7% e, em 2022, teve papel im-
portante para manter o cresci-
mento em 3%”, disse Arellana.
“Os fluxos robustos de remessas
dos trabalhadores vêm apoiando o
consumo no México, principal-
mente para as famílias de baixa
renda, que são as maiores recepto-
ras dessas transferências”, afirmou
Ramos, do Goldman Sachs.
ano fiscal para aliviar pressões
inflacionárias. “Seguiremos com
nossas medidas responsáveis para
pagar seus trabalhadores de forma
justa, mas sem sobrecarregar o
contribuinte”, disse o porta-voz do
governo, Max Blain. Na foto, grupo de
trabalhadores de educação marcham
no centro de Londres.
Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Principais economias
passam por queda no
mercado imobiliário
Prashant Gopal, Swati Pandey
e Tracy Withers
Bloomberg
A instabilidade dos mercados
imobiliários em grande parte do
mundo representa mais um risco
para a economia mundial, com ju-
ros altos que corroem as finanças
das famílias e ameaçam piorar a
desvalorização dos imóveis.
Relatórios divulgados nesta se-
mana mostram que a crise dos
imóveis residenciais nos EUA che-
gou a seu quinto mês, as vendas
de imóveis residenciais na China
continuaram a cair e o declínio de
preços persiste na Austrália e na
Nova Zelândia. No Reino Unido,
os preços estão em sua pior se-
quência de perdas desde 2008.
A queda no valor dos imóveis re-
sidenciais ameaça minar a con-
fiança do consumidor e pesar nos
gastos das famílias, que foram um
dos raros pontos positivos para a
economia mundial no ano passa-
do. O investimento também pode
sofrer um impacto à medida que
as empreiteiras reduzem projetos
como reação à queda dos preços, à
redução da demanda e aos custos
mais altos para tomada de crédito.
Nas últimas três crises imobiliá-
rias, os preços dos imóveis residen-
ciais ajustados pela inflação retro-
cederam em cerca de metade de
seus ganhos anteriores, segundo a
Oxford Economics. Os preços subi-
ram cerca de 40% em todo o mun-
do desde 2012 e a consultoria disse
em um relatório em outubro que,
no pior cenário, a fraqueza do
mercado imobiliário pode derru-
bar o crescimento econômico glo-
bal para perto de zero neste ano.
Nos EUA, a alta das taxas do cré-
dito imobiliário no ano passado
esfriou o mercado e levou à pior
queda anual nas vendas de imó-
veis residenciais usados em mais
de dez anos. Isso pressionou os
preços, em especial em algumas
partes do país, como São Francisco,
onde já eram pouco acessíveis.
Essa tensão deve continuar en-
quanto durar a campanha do Fe-
deral Reserve (Fed, o banco central
americano) para combater a infla-
ção. Ontem, a autoridade monetá-
ria elevou sua taxa de juro básica
em 0,25 ponto percentual, para
uma faixa entre 4,5% a 4,75%.
Na China, segunda maior eco-
nomia do mundo, a desaceleração
imobiliária mostra poucos sinais
de diminuir, mesmo com a am-
pliação dos esforços de Pequim pa-
ra reanimar o setor. Em janeiro, as
vendas de imóveis residenciais no-
vos despencaram 32,5% em termos
anuais, segundo dados divulgados
na terça-feira pela China Real Esta-
te Information Corp.
Nos últimos meses, as autorida-
des tomaram medidas para facili-
tar o financiamento para incorpo-
radoras com dificuldades finan-
ceiras, ao reverterem uma campa-
nha de desalavancagem que de-
sencadeou uma onda de inadim-
plências e atrapalhou o crescimen-
to econômico do país.
Queda da inflação eleva
otimismo na Europa
Agências internacionais
A inflação continuou em queda
na Europa neste início do ano,
dando algum alívio aos consumi-
dores, e melhorando as perspecti-
vas econômicas para a região.
O índice de preços ao consumi-
dor para os 20 países que usam o
euro atingiu 8,5% ao ano em janei-
ro, informou ontem a agência eu-
ropeia de estatísticas. O número de
janeiro ficou bem abaixo da alta de
9,2% ao ano registrada em dezem-
bro e marcou o terceiro mês segui-
do de desaceleração, graças ao re-
cuo dos preços de energia.
As notícias positivas sobre a in-
flação chegam um dia depois em
que foi confirmado que a econo-
mia da zona do euro evitou por
pouco uma recessão no último tri-
mestre de 2022. Dados divulgados
na terça-feira mostraram que a
economia da zona do euro cresceu
| Valor | A9
As autoridades locais também
intensificaram as iniciativas para
estimular a compra de imóveis re-
sidenciais, como cortar taxas de
crédito imobiliário e reduzir as
exigências para o pagamento da
entrada. Mas para Kristy Hung,
analista da Bloomberg Intelligen-
ce, é pouco provável que essas me-
didas estimulem as vendas antes
de meados do ano.
A perspectiva de continuidade
de fraqueza no mercado imobiliá-
rio da China é um obstáculo po-
tencial na avaliação do banco No-
mura sobre as perspectivas de cres-
cimento deste ano, que melhorou
nos demais aspectos, segundo re-
latório desta semana. O banco cita
a narrativa oficial de que “a casa é
para morar e não para especular” e
a queda dos preços como freios à
demanda especulativa.
No Reino Unido, mais de uma
década de constante crescimento
deu lugar à mais longa queda nos
preços das moradias desde a crise
financeira mundial de 2008.
A Nationwide Building Society
informou que o valor médio dos
imóveis residenciais cai há cinco
meses seguidos. Um salto nas taxas
do crédito imobiliário e a mais gra-
ve crise de custo de vida em uma
geração espremem o poder de
compra e põem o custo das pro-
priedades fora de alcance para um
número maior de pessoas.
“A situação geral de acessibili-
dade de preços parece continuar
desafiadora no curto prazo”, dis-
se Robert Gardner, economista-
chefe da Nationwide.
O empréstimo imobiliário mé-
dio com taxa fixa de dois anos sal-
tou para 6,65% em outubro, a
maior alta dos últimos 14 anos, de-
pois que o mercado de crédito
imobiliário foi abalado pelos pla-
nos orçamentários definidos por
Liz Truss durante seu breve perío-
do como premiê. As taxas para to-
mada de crédito imobiliário caí-
ram desse pico para algo bem
abaixo de 6%, mas os compradores
de imóveis residenciais e as famí-
lias que renegociam suas transa-
ções ainda enfrentam pagamentos
mensais dolorosamente altos.
O setor imobiliário tem esfriado
até em Cingapura, que se mostrou
mais resiliente do que muitos ou-
tros mercados. Segundo dados di-
vulgados na semana passada, os
preços dos imóveis residenciais su-
biram apenas 0,4% no quarto tri-
mestre de 2022, o ritmo mais fraco
em mais de dois anos. As vendas
em dezembro caíram para seu me-
nor nível em quase 14 anos.
Um sinal positivo vem de
Hong Kong, que vislumbra uma
recuperação do setor com a rea-
bertura da fronteira com a China
continental. As vendas de imó-
veis residenciais novos na cidade
podem disparar para mais de
50% neste ano, impulsionadas
pela demanda reprimida de
compradores do continente, de
acordo com a Bloomberg Intelli-
gence. (Colaboraram Emma
Dong, Shawna Kwan e Tom Rees)
0,1% nos últimos três meses de
2022, trazendo o crescimento ge-
ral da região no ano passado para
3,5%. John Leiper, da Titan Asset
Management, chamou isso de
“uma conquista e tanto”.
Porém, a medida conhecida co-
mo núcleo da inflação, que exclui
os preços voláteis de alimentos e
energia, se manteve na máxima
histórica de 5,2%, com os preços
dos bens manufaturados subindo
em um ritmo mais rápido. Esse nú-
mero alimenta as preocupações
do Banco Central Europeu (BCE)
persistente pressão salarial e novas
rodadas de aumentos de preços.
A maioria dos economistas es-
pera que a taxa de inflação conti-
nue caindo gradualmente nos
próximos meses, mas não com ra-
pidez suficiente para persuadir o
BCE de que seu trabalho de domar
a inflação esteja concluído após
quatro aumentos desde julho.
A10 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Opinião
UNSPLASH

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
PRESIDENTE: João Roberto Marinho
VICE-PRESIDENTES: José Roberto Marinho - Roberto Irineu Marinho

é uma publicação da Editora Globo S/A

DIRETOR GERAL: Frederic Zoghaib Kachar

DIRETORA DE REDAÇÃO: Maria Fernanda Delmas

Princípios editoriais do Grupo Globo: http://glo.bo/pri_edit

Recuo da inflação não é

seguro e BCs elevam juros
O
s principais bancos centrais do do mercado de trabalho, que acrescentou 247
mundo desenvolvido e mil postos mensais nos últimos três meses. Para
emergente, com exceções, estão Powell, não haverá volta da inflação para a meta
diante das mesmas dúvidas e de 2% sem um melhor equilíbrio entre oferta e
dilemas clássicos. O aperto demanda de mão de obra.
monetário rápido já executado foi suficiente Perguntado, Powell reconheceu que não há
para domar a inflação e levá-la de voltas às uma espiral de preços e salários exatamente
metas? Em caso afirmativo, está perto a hora porque houve aumento dos juros, pois se a
de parar com os aumentos de juros e iniciar tendência se instalasse o Fed estaria diante de
sua reversão? As respostas variam, mas não uma grande encrenca. Por outro lado,
muito. O Federal Reserve americano elevou descarta encerrar sua tarefa no meio do
ontem a taxa básica para o intervalo entre caminho. “É muito difícil gerenciar os riscos
4,5% e 4,75%, reduzindo o ritmo para 0,25 de fazer menos do que se deveria diante da
ponto percentual, mas prometeu seguir com inflação”, afirmou, indicando que, da mesma
os aumentos até inflexão decisiva da inflação. forma, o Fed não tem a menor intenção de
O Banco Central Europeu deverá hoje decidir “overtightening”. Ele insistiu que ainda
por mais 0,5 ponto de ajuste, elevando a taxa faltam mais evidências substanciais de que a
a 2,5% e sinalizando replicar a dose na inflação tomou o rumo de volta para 2% e que
reunião subsequente. Na mesma toada segue “não há espaço para complacência”.
o Banco da Inglaterra.
Apesar de reduzir o ritmo de aperto, dado o
A queda dos preços da energia
amorteceram a variação dos preços nos dois Sem o componente do controle de despesas será difícil
“largo terreno percorrido”, não existem
condições ainda de pensar em afrouxamento
lados do Atlântico — mais na Europa que nos
EUA. Na zona do euro, após atingir 10,6% em
manter arcabouço fiscal crível. Por Maílson da Nóbrega

Por um teto de gastos

da política monetária. Durante entrevista, ele outubro, o índice de preços ao consumidor
insinuou que os juros não se moverão para caiu para 8,5% em janeiro. A inflação da
baixo este ano. Os diagnósticos do Fed energia em doze meses recuou de 25,5% em
diferem do dos mercados — que prevê mais dezembro para 17,2% em janeiro, uma queda

reformulado
uma alta do juro, uma pausa e depois início significativa não correspondida por boa
do ciclo de queda — , assinalou. Na parte dos sub-índices de preços. A variação
perspectiva de Powell, os juros subirão até dos alimentos foi de 14,1% e a dos bens
aonde for necessário, e ele não espera que a exceto energia, de 6,9%. O PIB da união
economia entre em recessão, mas sim em um monetária encerrou 2022 com crescimento

P
período de expansão baixa e contida. A de 3,5%, surpreendente diante do quase ela emenda constitucio- 1993 e 2007. Tal saída esgotou-se provocada por incertezas, por
inflação, que já começou a cair, não declinará consenso anterior de que uma recessão seria nal 126, de 2022, até 31 com a rejeição da sociedade ao sentenças judiciais ou por cala-
rapidamente ao longo do ano — ele acredita inevitável no bloco, e suplantando a de agosto o governo de- aumento de tributos, refletida na midades. É por isso, como ainda
que o PCE pode girar em torno dos 3,5% ou expansão da economia americana, de 2,1%. verá encaminhar proje- rejeição da continuidade da assinala Marcos Mendes, que re-
um pouco menos em 2023. Fatores de preocupação, no entanto, não to de lei complementar para ins- CPMF. Veio então o aumento da gras de despesa prevalecem “em
tituir um regime fiscal sustentá- dívida. Segundo Marcos Mendes, três quartos das economias avan-
O diagnóstico do Fed, cuja decisão por deixaram o horizonte. O desemprego
vel que garanta estabilidade ma- “em pouco mais de dois anos, en- çadas, segundo o FMI”.
prosseguir com os aumentos foi unânime, é permaneceu em janeiro em 6,6%, menor taxa
croeconômica e condições para o tre dezembro de 2013 e maio de Discute-se também a reinsti-
que o processo de desinflação começou desde que o índice começou a ser calculado crescimento. Aprovada a lei, se 2016, a dívida bruta saltou 16 tuição de metas para o superávit
claramente no setor de bens, o que é bom, em 1995. O núcleo da inflação não se mexeu extinguirá o teto de gastos. O pontos percentuais”. primário. A experiência demons-
está a caminho no setor imobiliário, porém no último bimestre e ficou estacionado em efeito poderá ser o oposto do O Brasil tornou-se um dos mais trou que tais metas foram cum-
sequer teve início no núcleo de serviços que 5,2%, ainda distante de 2% e muito elevado, pretendido. endividados países emergentes. pridas essencialmente por au-
excluem imóveis. Enquanto os dois primeiros especialmente considerando-se que a O PT nunca apoiou o teto de Medida pela metodologia do FMI, mento das receitas e não por re-
segmentos perfazem 40% do índice de medida expurga itens voláteis, como energia gastos. Sempre o interpretou co- a mais adotada, a relação entre a dução das despesas. Em ambos
preços, o último engloba de 55% a 60%. “É e alimentos. A inflação de serviços começou a mo um estorvo à expansão da dívida e o PIB atingiu cerca de os casos, seria possível conter ou
muito prematuro declarar vitória”, disse o recuar discretamente, passando de 4,4% para economia. Seria um “austericí- 90%, semelhante às da Líbia e do reduzir o ritmo de crescimento
presidente do Fed. 4,2%. Com tudo isso, não resta dúvida de que dio”. Desde sua fundação, o par- Egito. Desde os anos 1990, a des- da dívida, mas controlar despe-
tido acredita que aumentos de pesa cresceu em média 6% ao ano, sas costuma ser mais favorável ao
O comunicado do banco apontou que o o BCE terá mais trabalho pela frente e não
gastos públicos sempre promo- enquanto o PIB se expandia ao crescimento do que expandir a
consumo se retraiu diante do impacto dos deve abandonar a rota até pelo menos que a
vem o desenvolvimento. “Gasto é ritmo de 2,5% ao ano. Caminhá- arrecadação tributária, princi-
juros, o mercado imobiliário está se taxa básica chegue a 3%, como esperam os vida”, disse Dilma Rousseff. O te- vamos para uma crise de dívida palmente quando temos um sis-
enfraquecendo pelo mesmo motivo, assim investidores. Resumo: a batalha contra a to é “uma ideia estúpida”, afir- que legaria inflação descontrola- tema de recolhimento já muito
como os investimentos fixos das empresas. O inflação não está ganha e os BCs estão mou Lula. Na primeira reunião da, juros mais altos, desemprego complexo e custoso.
ponto diferente no ciclo econômico é a pujança dispostos a aumentar mais os juros. do novo ministério, ele proibiu o e redução do potencial de cresci- A equipe do Ministério da Fa-
uso da palavra “gasto”, que deve- mento. Os pobres pagariam a zenda estaria considerando uma
ria ser substituída por “investi- parte maior da conta. meta de despesa na composição
Editor-executivo Marcos de Moura e Souza Editor de S.A. Correspondente internacional mento”, conceito esquisito que do arcabouço fiscal. A ideia é cor-
reiterou em entrevista recente. reta, mas três dificuldades se ante-
de Opinião
José Roberto Campos
(marcos.souza@valor.com.br)
Maria Cristina Fernandes
Nelson Niero
(nelson.niero@valor.com.br)
Assis Moreira (Genebra)
(assis.moreira@valor.com.br) O teto de gastos foi uma me-
Controlar despesas põem à sua aceitação e viabilidade:
(jose.campos@valor.com.br) (mcristina.fernandes@valor.com.br) Editora de Carreiras Correspondentes nacionais
dida sensata. Restaurou a con- costuma ser mais 1- ela não teria a força de manda-
Editores-executivos Marli Olmos Cibelle Bouças (Belo Horizonte)
Catherine Vieira (marli.olmos@valor.com.br)
Stela Campos
(stela.campos@valor.com.br)
(cibelle.boucas@valor.com.br) fiança, que havia sido abalada favorável ao mento constitucional do teto de
(catherine.vieira@valor.com.br) Mônica Scaramuzzo Editor de Cultura
Marina Falcão (Recife) pela desastrosa expansão fiscal crescimento do que gastos; 2- poderia ser descumprida
Fernando Torres (monica.scaramuzzo@valor.com.br) (marina.falcao@valor.com.br)
de governos petistas. Permitiu com uma simples medida provisó-
(fernando.torres@valor.com.br)
Editor de Brasil
Hilton Hida
(hilton.hida@valor.com.br) reduzir a taxa básica de juros, a aumentar a arrecadação ria que teria tudo para ser aprova-
Robinson Borges
Eduardo Belo
(robinson.borges@valor.com.br) Editor de Legislação & Tributos
VALOR INVESTE Selic, ao nível mais baixo da his- da pelo Congresso, o qual desde
(eduardo.belo@valor.com.br) Arthur Carlos Rosa
Sergio Lamucci
Editor de Política
Editora tória (2%), o que teve efeito O teto objetivava conter a de- priscas eras professa uma cultura
(sergio.lamucci@valor.com.br) (arthur.rosa@valor.com.br)
César Felício Editor de Arte/Fotografia
Daniele Camba
transformativo, particularmente manda por gastos típica do siste- pró-gasto público; 3- mais difícil
Zinia Baeta (daniele.camba@valor.com.br)
(zinia.baeta@valor.com.br)
(cesar.felicio@valor.com.br)
Silas Botelho Neto no financiamento da habitação. ma político e da sociedade. Visa- ainda seria convencer Lula a recuar
Sucursal de Brasília
Editor de Internacional
(silas.botelho@valor.com.br) Infelizmente, o aumento de gas- va-se a instituir uma regra com de suas reiteradas posições contrá-
Humberto Saccomandi PIPELINE
Fernando Exman
(humberto.saccomandi@valor.com.br)
Editora Valor Online
Editora
tos com a pandemia — correta- força política para se opor à cul- rias ao teto de gastos e à sua supos-
(fernando.exman@valor.com.br)
Sucursal do Rio Editora de Tendências
Paula Cleto
Maria Luíza Filgueiras mente excluídos do teto —, ao tura da acomodação, que havia ta estupidez.
(paula.cleto@valor.com.br)
Francisco Góes & Consumo e Tecnologia (maria.filgueiras@valor.com.br) lado do impacto inflacionário desmoralizado a regra de ouro, o O mais adequado parece ser a
Editora Valor PRO
(francisco.goes@valor.com.br) Cynthia Malta
Roberta Costa
da covid-19 na cadeia mundial superávit primário e até mesmo a preservação de um teto de gas-
(cynthia.malta@valor.com.br)
Repórteres Especiais
roberta.costa@valor.com.br COLUNA DE ECONOMIA de suprimentos e da guerra na lei de responsabilidade fiscal. tos, a ser redefinido aproveitan-
Adriana Mattos Editor de Indústria
(adriana.mattos@valor.com.br) e Infraestrutura
Coordenador Valor Data E POLÍTICA Ucrânia trouxeram de volta a Se- Buscava-se interromper o cresci- do a experiência dos últimos
Cristiano Romero
Alex Ribeiro (Brasília) Ivo Ribeiro (ivo.ribeiro@valor.com.br)
William Volpato
(cristiano.romero@valor.com.br)
lic elevada, hoje de 13,75%. mento sistemático da despesa, seis anos. Há boas propostas, co-
(william.volpato@valor.com.br)
(alex.ribeiro@valor.com.br) Editor de Agronegócios O teto foi uma resposta à aco- enquanto se estimularia as elites mo a de dois de nossos melhores
Daniela Chiaretti Editores de Projetos Especiais
Fernando Lopes
Célia Rosemblum
modação ao crescimento inin- do Estado e da sociedade civil a especialistas na área, Fabio
(daniela.chiaretti@valor.com.br) (fernando.lopes@valor.com.br) VALOR INTERNATIONAL
Fernanda Guimarães (celia.rosemblum@valor.com.br) Editor
terrupto da despesa federal, uma redefinir prioridades, o que não Giambiagi e Manoel Pires, do
Editora de Finanças
(fernanda.guimaraes@valor.com.br) Talita Moreira Tania Nogueira Alvares Samuel Rodrigues consequência da irresponsabili- aconteceu. A marcha batida da Ibre, mas não será fácil. O minis-
João Rosa (joao.rosa@valor.com.br) (talita.moreira@valor.com.br) (tania.nogueira@valor.com.br) (samuel.rodrigues@valor.com.br) dade fiscal da Constituição de dívida continuou, moderada tro Fernando Haddad tem-se es-
Valor PRO / Diretor de Negócios Digitais Tarcísio J. Beceveli Jr. (tarcisio.junior@valor.com.br) 1988 e dos aumentos do valor aqui e ali por surpresas favorá- forçado em mostrar compromis-
Para assinar o serviço em tempo real Valor PRO: falecom@valor.com.br ou 0800-003-1232 real do salário-mínimo (170% veis, mas temporárias, no com- so com a responsabilidade fiscal
Filiado ao IVC (Instituto Verificador de Comunicação) e à ANJ (Associação Nacional de Jornais) nos governos do PSDB e do PT). portamento da receita. e com o controle da dívida. Seu
Valor Econômico Av. 9 de Julho, 5229 – Jardim Paulista – CEP 01407-907 – São Paulo - SP – Telefone 0 xx 11 3767 1000 Tudo isso contribuiu para a ex- O teto de gastos, diz-se, seria recente pacote fiscal é compatí-
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plosão dos gastos previdenciá- substituído por um arcabouço vel com essa posição, ainda que
Legal SP 0 xx 3767 1323
Redação 0 xx 11 3767 1000. Endereço eletrônico www.valor.com.br rios, que passaram de 4% do PIB fiscal crível capaz de evitar a ex- não inclua medidas estruturais
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ciários, dos salários e de outras que o governo tem baixo ou ne- controle dos gastos será muito
Para assinaturas corporativas e-mail: corporate@valor.com.br despesas da União. Essa “ajuda” nhum controle sobre esse indica- difícil cumpri-la.
Aviso: o assinante que quiser a suspensão da entrega de seu jornal deve fazer esse pedidoà central de atendimento com 48 horas desapareceu com o Plano Real, dor. Isso porque a dívida poderá
de antecedência dando lugar à elevação da carga crescer por aumento da Selic Maílson da Nóbrega foi ministro da
Preço de nova assinatura anual (impresso + digital) para as regiões Sul e Sudeste: R$ 1.618,80 ou R$ 134,90 mensais. tributária federal, que saltou de diante de um aumento da infla- Fazenda e é sócio da Tendências
Demais localidades, consultar o Atendimento ao Assinante. Tel: 0800 7018888. Carga tributária aproximada: 3,65% 16,6% do PIB para 21,7% entre ção, por desvalorização cambial Consultoria.

Opinião
Incertezas da política monetária
Mario Mesquita
O políticaspúblicas”.
Brasil convive, há vá-
rios trimestres, com in-
certeza sobre o arca-
bouço de política fis-
cal, dado o aparente consenso,
na classe política, de que seria
preciso, no mínimo, flexibilizar
bastante o regime baseado no
chamado Teto de Gastos, adota-
do em 2016. O mesmo não ocor-
ria, até pouco tempo atrás, com a
política monetária.
O arcabouço de política mone-
tária, adotado em 1999, baseado
em metas numéricas para a infla-
ção (cheia) e um intervalo de tole-
rância, sobreviveu bem a crises do-
mésticas, bem como duas crises in-
ternacionais muito relevantes, em
2008 e 2020. Mais recentemente,
houve um importante reforço ins-
titucional, com a autonomia de ju-
re, e não apenas de fato, do banco
central. Mesmo assim, as expecta-
tivas de inflação para os próximos
anos vêm subindo, e não apenas
em horizontes mais curtos.
A elevação das expectativas no
curto prazo tende a refletir cho-
ques, cujos efeitos se dissipam ao
longo do tempo. Elevação de ex-
pectativas em horizontes mais lon-
gos é mais preocupante, porque
evidencia alguma erosão da credi-
bilidade do regime — a regra de
bolso, dos banqueiros centrais, pa-
ra medir ancoragem, é monitorar
Há temor de que a globalização esteja em retirada pela primeira vez desde 1945. Por Antara Haldar
Homem de Davos tem problema com gente
U
ma das mais icônicas
imagens de nosso tem-
po mostra um urso po-
lar abandonado e à de-
riva num bloco de gelo. Poucas
outras imagens captam a reali-
dade das alterações climáticas
de forma tão visceral. E agora,
ironicamente, o homem de Da-
vos se encontra numa posição
metafórica semelhante. Seu ha-
bitat natural, o mundo hiperglo-
balizado do último meio século,
está encolhendo, e ele foi de es-
quiar nos Alpes Suíços a patinar
no gelo fino.
Sem dúvida, a globalização — a
integração das economias nacio-
nais e regionais por meio do co-
mércio e investimento entre fron-
teiras — é muito anterior ao ho-
mem de Davos. Mas esse processo
não tem sido contínuo. Uma on-
da anterior de globalização teve
um fim abrupto no início da dé-
cada de 1900, com a ascensão do
nacionalismo e do protecionis-
mo, culminando na Grande De-
pressão e no fascismo. No entan-
to, desde o fim da Segunda Guer-
ra Mundial, e especialmente após
a Guerra Fria, a ordem internacio-
nal tem sido deliberadamente
orientada para a globalização li-
derada pelos americanos, com as
Instituições de Bretton Woods (o
Fundo Monetário Internacional,
o Banco Mundial e a Organização
Mundial do Comércio) fornecen-
do a arquitetura básica.
Concebido pelo Fórum Econô-
mico Mundial em 1971 (mas ba-
tizado somente em 2004), o ho-
mem de Davos se tornou o avatar
deste processo. Todos os anos,
desde então, o FEM tem organi-
zado seu principal encontro nos
Alpes Suíços para exaltar as virtu-
des do livre comércio e da libera-
lização do mercado de capitais
como instrumentos de garantia
da paz e da prosperidade.
Agora, porém, muitos temem
que a globalização esteja baten-
do em retirada pela primeira vez
desde 1945. Os Estados Unidos e a
China estão passando por um “di-
vórcio” de grande escala. E a as-
censão dos movimentos populis-
tas nas economias avançadas —
sintetizados pelo trumpismo e
como se comportam as expectati-
vas, em relação à meta, no horizon-
te dois anos à frente.
A incipiente desancoragem de
expectativas reflete o debate so-
bre o futuro da trajetória de me-
tas para a inflação, atualmente
em 3,25% para 2023, e 3,0% para
2024 e 2025. A reunião do Conse-
lho Monetário Nacional (CMN)
de junho deverá fixar uma meta
para 2026, podendo também al-
terar as metas já estabelecidas.
Vamos examinar aqui argumen-
tos pela elevação das metas.
Um argumento, recorrente, é
que os problemas fiscais brasilei-
ros seriam de tal monta que metas
mais ambiciosas de inflação se-
riam inatingíveis, ou seriam dis-
funcionais. Como a inflação atua
como a alíquota de um imposto
regressivo, taxas mais elevadas im-
plicam que as camadas de renda
mais baixa da população, que não
possuem acesso a instrumentos de
indexação, acabariam pagando o
custo dos problemas fiscais. A saí-
da inflacionária para o problema
fiscal não parece desejável, ainda
mais em um país com a desigual-
dade e os problemas sociais que
nos caracterizam.
Outro argumento, bem simplis-
ta, é que inflação de 3,0% seria mui-
to atípica, algo muito raro e, por-
tanto, exótico, na experiência bra-
sileira. A inflação ficou abaixo de
3% em 1998 e 2017, e muito próxi-
ma em 2006. Mais importante, e
óbvio, a inflação raramente ficou
em 3% desde a adoção do real, ape-
nas cerca de 10% do tempo, porque
esse nunca foi o objetivo da políti-
ca monetária — é difícil ter infla-
ção baixa se a meta é alta.
Um terceiro ponto, é que a in-
flação global teria se deslocado
para cima, de modo que seria
mais difícil reduzir a inflação no
A ordem de Bretton
Woods repousa na mais
fina fundação política:
multinacionais, algumas
organizações
internacionais famosas
por sua falta de
responsabilidade perante
o público. Ninguém tem
qualquer relação direta
com pessoas comuns ou
comunidades
Brasil, porque o componente im-
portado atrapalharia. É verdade
que a inflação global subiu em
2021 e 2022. No ano passado tive-
mos, segundo dados compilados
pelo FMI, taxas de inflação de 6,4%
nos EUA, 10,2% na Alemanha e
2,7% na China. Ocorre que os eco-
nomistas do Fundo projetam ta-
xas de inflação de 2,4%, 5,4% e
1,8% para esses países em 2023,
2,2%, 2,9% e 1,9% em 2024, e 2,0%,
2,3% e 2% em 2025. Os analistas de
mercado e dos bancos centrais em
geral têm visões semelhantes.
Em suma, a inflação global ele-
vada tem sido sim um problema
para a nossa autoridade monetá-
ria nos últimos anos, mas, a julgar
pelas projeções dos economistas
do FMI, esse problema tende a ser
eliminado nos próximos com os
choques de 2021/2022 se dissipan-
do e com a política monetária con-
tracionista adotada pelos respecti-
vos bancos centrais. É possível que
os economistas do Fundo, dos
bancos e gestoras de ativos, e ban-
cos centrais estejam errados, e que
a inflação mundial se consolide
em um patamar persistentemente
mais elevado, mas parece arrisca-
do, no momento, assumir esse erro
coletivo como cenário básico, e
usá-lo como premissa para deci-
sões de política econômica.
Um outro argumento é que me-
tas mais elevadas permitiriam ao
banco central praticar taxas de ju-
ros mais baixas, estimulando, as-
sim, a atividade econômica. Eco-
nomistas do Itaú Unibanco exami-
naram essa hipótese detalhada-
mente (Meta mais alta, inflação
mais alta, Itaú MacroVision), e ca-
be resumir aqui sua análise.
Uma primeira consideração é
histórica. O que diz a experiência
brasileira com metas de inflação
mais altas, e, mais recentemente,
pelo Brexit — colocou os naciona-
listas de direita do Norte Global
na mesma página da esquerda
anticolonialista do Sul Global.
Ambos suspeitam profundamen-
te de acordos econômicos multi-
nacionais, vistos como algo que
enfraquece a soberania nacional.
Com esse contexto, os partici-
pantes de Davos passaram a reu-
nião deste ano preocupados com
questões de taxonomia (“Reglo-
balização ou Desglobalização?”),
enquanto a The Economist saiu
com uma matéria de capa sobre
as novas ameaças à globalização
que emanam de seu outrora
campeão, os EUA.
Mas a mudança que estamos
testemunhando é muito mais do
que cadeias de abastecimento e
semicondutores. Mais funda-
mentalmente, o que o sociólogo
econômico Karl Polanyi chamou
de “desincrustação” dos sistemas
econômicos dos sociais parece
estar atingindo seus limites.
Em termos estritamente econô-
micos, o argumento pró-globali-
zação sempre vai ser convincente:
a lógica da vantagem comparativa
determina que, se os países apro-
veitarem suas próprias forças —
sua combinação única de dotações
de recursos, geografia, capital hu-
mano etc. — e depois fizerem ne-
gócio com o resto do mundo, to-
com sua redução. De fato, a histó-
ria mostra pouca correlação: en-
tre 2003 e 2016 a meta de infla-
ção foi mantida em 4,5%, com ju-
ros nominais em média de 12,2%
e, mais importante, taxa de juros
real média de 6,7%. Entre 2017 e
2022, com meta de inflação em
queda, os juros nominais ficaram
em média em 7,1%, e o juro real
médio foi de 2,8%. Diversos ou-
tros fatores impactaram o nível
do juro real nesses dois períodos,
mas o ponto é exatamente esse:
reduzir/subir a meta não neces-
sariamente aumenta/reduz o ju-
ro real médio da economia.
A consequência
mais óbvia de uma
meta de inflação mais
alta é uma taxa de
inflação mais alta
Os economistas do Itaú Uni-
banco consideraram dois cenários
em suas simulações. No primeiro,
vale a hipótese, bem otimista, que
a elevação da meta não abala a
credibilidade do regime, de forma
que as expectativas de inflação só
aumentam no exato incremento
da meta de inflação. Nesse caso,
supondo um aumento da meta de
100 p.b., a inflação subiria cerca
de 100 p.b. em oito trimestres,
com a taxa Selic parada.
A taxa de juros oscila entre es-
tabilidade e alta de 80 p.b. no ho-
rizonte de 8 trimestres. A trajetó-
ria de juros nominal fica estável
na estratégia de elevar a inflação
para meta no horizonte de 8 tri-
mestres. Com juros nominais su-
bindo menos do que a inflação, a
taxa de juros real cai. Após esse
período de convergência o juro
nominal sobe 100 p.b., em linha
dos vão acabar com mais no agre-
gado. Estudos econômicos mos-
tram que quase todos os países do
mundo vêm enriquecendo como
resultado da globalização. Global-
mente, a pobreza e a desigualdade
(ao menos entre países) têm dimi-
nuído de modo acentuado.
Mas os agentes econômicos são
pessoas reais com traços psicológi-
cos “pegajosos”. Eles têm identida-
des pessoais e sociais, além de valo-
res profundamente arraigados.
Eles não são “mercadorias” ou me-
ros fatores de produção que gravi-
tam como átomos em direção a
seu uso mais produtivo. Sejam eles
trabalhadores afastados de seus
empregos por causa da terceiriza-
ção ou agricultores incapazes de
vender seus produtos devido a
acordos internacionais, eles têm
objeções compreensíveis à dinâ-
mica de “corrida rumo ao fundo
do poço” da globalização.
A resistência popular à globali-
zação não é cognitiva, mas afeti-
va, e nasce de uma raiva com a
sensação de ser “deixado para
trás” ou “varrido”. Segundo a Pew
Research, uma sensação de per-
tencimento (ou não pertenci-
mento) a uma “comunidade” é o
fator-chave que determina se o
sentimento das pessoas em rela-
ção à globalização é positivo (ou
negativo). A globalização está ho-
Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
com a revisão da meta, e o juro
real volta ao patamar inicial —
qualquer estímulo seria, portan-
to, apenas temporário.
Se a política monetária seguir o
comportamento usual da autori-
dade monetária (a chamada Re-
gra de Taylor do modelo do BCB),
a taxa de juros nominal subiria 80
p.b. em 8 trimestres, levando a
uma convergência da inflação
mais lenta para a nova meta.
Um cenário mais plausível,
também examinado pelo citado
trabalho, é que as expectativas de
inflação aumentem mais do que
simplesmente o incremento da
meta. A simulação considera o
aumento de 100 p.b. na meta de
inflação adiante, mas com desan-
coragem de expectativas da mes-
ma magnitude. Nesse caso, a in-
flação subiria 200 p.b., caso a Se-
lic seja mantida constante, e ju-
ros 160-200 p.b. para fazer a in-
flação convergir para a meta. O
impacto na inflação em 4 trimes-
tres é altista em125 p.b., com im-
pacto de +200 p.b. na inflação do
ano seguinte. A inflação, portan-
to, sobe mais do que a revisão da
meta 8 trimestres à frente. A polí-
tica monetária responde à desan-
coragem das expectativas, para
manter a inflação na nova meta.
Em suma, a consequência mais
óbvia de uma meta de inflação
mais alta é uma taxa de inflação
mais alta, com impacto sobre to-
das as variáveis nominais — o im-
pacto sobre a taxa de juros reais é
incerto e de natureza temporária.
Poderíamos ter um estímulo de
curto prazo, mas isso ao custo de
uma inflação permanentemente
mais elevada. Não parece uma
iniciativa muito promissora.
Mario Mesquita é economista-chefe do
Itaú Unibanco
je esbarrando no muro da identi-
dade, que as instituições domi-
nantes têm falhado em reconfi-
gurar ou mesmo em reconhecer.
Embora sua influência seja pro-
funda, a ordem de Bretton Woods
repousa na mais fina fundação po-
lítica possível. Ela é constituída por
empresas multinacionais, um pu-
nhado de organizações internacio-
nais famosas por sua falta de res-
ponsabilidade perante o público, e
por um emaranhado de acordos
comerciais extraordinariamente
complexos e altamente técnicos.
Ninguém tem qualquer relação di-
recta com as pessoas comuns ou
com as suas comunidades.
Sem surpresas, o consenso sobre
a globalização começou a definhar
com a reação contra as conversas
comerciais de cima para baixo e os
mecanismos punitivos e proces-
suais da OMC. Estes mecanismos
contrastam fortemente com o mo-
vimento climático de base. O mo-
vimento climático nos lembra que,
se quisermos colher os benefícios
econômicos de uma economia
globalizada, precisamos de uma
governança global genuína.
Como eu tenho argumentado
em outras ocasiões, esta visão da
governança global é menos utópi-
ca do que parece. Os desafios que a
globalização enfrenta refletem a
verdadeira natureza dos mercados
e das economias como fenômenos
fundamentalmente sociais. Numa
época de “policrise” e “permacri-
se”, para tomar emprestado o dia-
leto do homem de Davos, precisa-
mos mudar o paradigma da globa-
lização para nos concentrarmos
não só em bens, capitais e serviços,
mas também em pessoas.
Em última análise, é impossível
sustentar os mercados globais sem
uma governança global baseada
num consenso moral amplamente
partilhado. Se o homem de Davos
quiser evitar se tornar completa-
mente obsoleto, terá de adquirir
algumas habilidades sociais. (Tra-
dução de Fabrício Calado Moreira)
Antara Haldar é professora associada
de estudos jurídicos empíricos na
Universidade de Cambridge. Direitos
Autorais: Project Syndicate, 2023.
www.project-syndicate.org
| Valor | A11
Frase do dia
“Seeleito,quero
estabelecercom
oExecutivonão
umarelaçãode
subordinação,
masdeumpacto
paraavançarnas
De Arthur Lira (PP-AL), reeleito
ontem presidente da Câmara
Cartas de
Leitores
Professores
Que tal criar um Conselho Nacio-
nal do Ministério da Educação
(CNME)? Será que os governos Fe-
deral e estaduais têm noção da
quantidade de provas e trabalhos
que os professores de escolas pú-
blicas estaduais e municipais le-
vam para casa todos os dias? Esta
carga dos professores devia ser re-
munerada, assim como o "benefí-
cio" criado para o MPF com a ale-
gação de excesso de trabalho.
Além de tudo, a remuneração dos
professores é infinitamente me-
nor que a destes magistrados, que
só chegaram onde estão por terem
passado pelas mãos de professores
da Educação Infantil, Ensino Fun-
damental e Ensino Médio.
Tania Tavares
taniatma@hotmail.com
Ataques
As ocorrências sobre os ataques
pessoais recentes contra persona-
lidades praticados por bolsonaris-
tas (como nos casos do advogado
de Lula, Cristiano Zanin, e do mi-
nistro da Justiça e Segurança Pú-
blica, Flávio Dino), deveriam utili-
zar da celeridade no rito proces-
sual, procurando responsabilizar
os acusados com a maior rapidez e
evitando que prolifere essa moda-
lidade de crime.
Jorge de Jesus Longato
longatojorge@gmail.com
Revolta francesa
Os povos do mundo, interconecta-
dos em tempo real, mobilizam-se
pelas redes sociais e tomam as
ruas. Não precisam mais de discur-
sos grandiloquentes de pretensos
salvadores da pátria. Assim o de-
monstram os franceses, ao defla-
grar uma greve geral, bloquear
três refinarias e uma central nu-
clear (Valor, 1/2, A11). A motiva-
ção parece ser um pretexto emula-
tivo (aumento da idade para a
aposentadoria de 62 para 64
anos), mas a verdade está numa
profunda frustração dos franceses
no campo do trabalho.
O sentimento de não realiza-
ção pessoal com atividades la-
borais criativas deprime o culto
cidadão francês, a ponto de ser
significativo o número de suicí-
dios por razões profissionais.
Daí sua propensão para deixar o
trabalho o mais cedo possível; e
a explicação pela revolta social
motivada por meros dois anos a
mais no direito ao jubilamento
previdenciário, que significa li-
berdade e felicidade pessoal, mí-
nima que seja.
Amadeu Garrido de Paula
amadeugarridoadv@uol.com.br
Bolsonaro
As ideias do ex-presidente Bolso-
naro persuadem não pela razoa-
bilidade, mas precisamente pela
estupidez. Não tendo amor pela
nação, espírito de estadista ou
coragem moral, jamais reconhe-
ceu civilizadamente sua derrota
nas urnas, saiu vergonhosamen-
te do país, jamais condenou os
ataques às sedes dos poderes
constitucionais e incita novos
ataques. O histrionismo inacre-
ditável do bolsonarismo é a
maior força do lulo-petismo
Luciano de Oliveira e Silva
Luciano.os@adv.oabsp.org.br
Correspondências para
Av. 9 de Julho, 5229 - Jardim
Paulista - CEP 01407-907 - São
Paulo - SP, ou para
cartas@valor.com.br, com nome,
endereço e telefone. Os textos
poderão ser editados.
A12 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Especial
Rafaela Vitória: importações de baixo valor podem ter R$ 1,5 bi mensais este ano, e criptoativos, US$ 600 milhões por mês
Comércio exterior Operações de US$ 20,6 bi elevam ajuste do BC na balança Importações de pequeno valor avançam
Cripto e importação de baixo
valor dispararam em 2022
Marta Watanabe
De São Paulo
O investimento em criptomoe-
das e as importações por plata-
formas internacionais on-line fi-
zeram maior diferença na balan-
ça comercial de 2022 levantada
pelo Banco Central (BC) para
compor o balanço de pagamen-
tos. As chamadas importações de
pequeno valor somaram
US$ 13,14 bilhões no ano passa-
do, mais que o dobro dos
US$ 5,67 bilhões de 2021. Soma-
das às compras externas de crip-
toativos, essas importações che-
garam a US$ 20,64 bilhões e tive-
ram peso maior no ajuste que o
BC faz aos números da balança
comercial apurada pela Secreta-
ria de Comércio Exterior (Se-
cex/Mdic). Em 2021 essas duas
importações levantadas pelo BC
somaram US$ 11,67 bilhões.
No saldo líquido entre expor-
tações e importações do ao passa-
do, os criptoativos deram origem
a um déficit de US$ 7,37 bilhões, e
as operações de pequeno valor, a
um saldo negativo de US$ 8,13 bi-
lhões. Somados, foram US$ 15,5
bilhões, valor equivalente a quase
90% do ajuste total de US$ 17,4 bi-
lhões feito pelo BC.
Com isso, o superávit comer-
cial apurado pela Secex em 2022,
de US$ 61,76 bilhões, recorde na
série histórica da secretaria, caiu
para US$ 44,39 bilhões após a
conciliação feita pela autoridade
monetária. Pela série do BC, após
a conciliação, o saldo comercial é
o maior desde 2018 e considera-
do significativo por economistas,
Balança termina janeiro com superávit de US$ 2,7 bi
Matheus Schuch, Estevão Taiar e
Marta Watanabe
De Brasília e São Paulo
A balança comercial de janeiro
teve superávit de US$ 2,7 bilhões,
resultado bem melhor que o défi-
cit de US$ 58 milhões registrado
em igual mês de 2022. A expectati-
va da Secretaria de Comércio Exte-
rior (Secex/Mdic), que divulga os
dados da balança, é que haja cres-
cimento de superávit comercial
em 2023 em relação ao ano passa-
do, quando houve recorde.
Os especialistas destacam que
janeiro é um mês atípico para o co-
mércio exterior e por isso não dita
tendências. As projeções ainda di-
vergem entre si em relação ao sal-
do comercial do ano, com estima-
tivas que vão de US$ 50 bilhões a
US$ 71 bilhões, mas os resultados
esperados são considerados “ex-
pressivos”, com contribuição im-
portante para o setor externo. No
ano passado o superávit comercial
da Secex foi de US$ 61,8 bilhões.
Segundo divulgação desta quar-
ta da Secex, as exportações soma-
ram US$ 23,1 bilhões em janeiro,
alta de 11,7% em relação a janeiro
do ano passado, medida pela mé-
dia por dia útil. Já as importações
mas ficou abaixo dos US$ 57,33
bilhões de 2017. A autoridade
monetária considera como im-
portações e exportações de pe-
queno valor o comércio via enco-
mendas internacionais ou as
operações por meio de facilita-
dora de pagamentos.
Em 2021 houve um ajuste
maior do BC. Naquele ano a Se-
cex apurou superávit comercial
de US$ 61,41 bilhões. O déficit de
ajuste do Banco Central foi de
US$ 25,04 bilhões, o que resultou
em um superávit de US$ 36,36 bi-
lhões. A estrutura da diferença de
saldo do BC em 2021, porém, foi
diversa. Em 2021 a maior parte
do déficit de ajuste veio do saldo
de operações do Repetro, regime
aduaneiro destinado à compra e
venda de equipamentos para ex-
ploração de petróleo.
O déficit comercial registrado
pelo BC resultante dos embar-
ques e desembarques do Repetro
caiu de US$ 14,34 bilhões em
2021 para US$ 582 milhões no
ano passado.
As importações do Repetro fo-
ram, desde 2018, o principal fa-
tor do déficit de ajuste do BC.
Até 2017, o ajuste do Banco Cen-
tral ao saldo apurado pela Secex
costumava ser de superávit. Ou
seja, o saldo apurado pelo BC
aumentava o resultado aponta-
do pela Secex.
A alteração das condições de
benefício fiscal para o setor de
exploração de petróleo em 2017
resultou em operações para for-
malizar aquisições anteriores de
equipamentos no Repetro, com
importações fictas. Ou seja, im-
alcançaram US$ 20,4 bilhões, que-
da de 1,7%, em igual critério.
O Ministério do Desenvolvi-
mento, Indústria, Comércio e Ser-
viços (Mdic) espera crescimento
do saldo comercial neste ano, fruto
de projeção de exportações no
mesmo patamar e de queda de im-
portações em relação a 2022. O go-
verno ainda não divulgou estima-
tivas para 2023. Para o diretor de
Inteligência e Estatística de Co-
mércio Exterior, Herlon Brandão,
Balança comercial
Principais resultados - em US$ bilhões
Valor Jan/23
28
23,1
21
14
7 0
0 -5
Exportação
US$ 2,7 bilhões foi o superávit comercial em janeiro de 2023. Em igual mês do ano passado houve déficit de US$ 58,7 milhões
US$ 43,6 bilhões foi a corrente de comércio em janeiro de 2023. Em janeiro de 2022 foi de US$ 39,6 bilhões
Fonte: Secex/Mdic. *Variação em valor por dia útil. *Variação do índices de preço e volume sem ponderação por dia útil
ANA PAULA PAIVA/VALOR LEO PINHEIRO/VALOR
Lívio Ribeiro: “Operações de pequeno valor refletem um fenômeno de consumo estimulado com a digitalização”
Saldos e ajustes da balança do Banco Central - em US$ bilhões
Superávits da balança do BC
70
60 57,33
50
44,54 43,37 44,39
40 36,36
32,37
30 26,55
20
10
portações sem movimentação fí- US$ 1,4 bilhão ou US$ 1,5 bilhão ao 0
sica, mas com transferência de mês enquanto as de criptoativos 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
propriedade entre não residente pode ficar em torno de US$ 500
e residentes no país, o que gera milhões a US$ 600 milhões men- 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
contabilização do BC. A expecta- sais. Isso, aponta, levaria o BC a um
Saldo balança Secex/Mdic 40,20 56,04 46,57 35,20 50,39 61,41 61,76
tiva, porém, é que os efeitos des- ajuste próximo de US$ 15 bilhões
Saldo ajuste do Banco Central 4,34 1,29 -3,19 -8,65 -18,02 -25,04 -17,37
sa formalização diminuam no para o saldo da balança comercial
Saldo de bens enviados/ -0,51 0,00 0,04 -0,01 -0,02 0,07 0,04
médio prazo. apurado pela Secex.
recebidos do exterior*
O ajuste feito pelo BC no ano Rafaela frisa que o banco não
Saldo bens mudando de 5,71 2,75 0,16 -2,58 -11,79 -14,34 -0,58
passado converge para um cená- tem projeção formal para o saldo
propriedade Repetro**
rio que tende a ser mais estrutu- comercial do Banco Central, mas
Saldo bens mudando de -0,32 -0,36 -0,89 -0,66 -0,51 -1,46 -1,42
ral, diz o economista Livio Ribei- avalia que o superávit apurado pe-
ro, sócio da BRCG e pesquisador la autoridade monetária se mante- propriedade outras operações**
do Instituto Brasileiro de Econo- rá “significativo” em 2023 e nos Saldo exportação e importação 0,00 -0,07 -0,98 -3,02 -3,29 -5,95 -7,37
mia da Fundação Getulio Vargas próximos anos. A estimativa do de criptoativos***
(FGV Ibre). “Temos resíduos de banco para o superávit comercial Saldo exportação e importação -0,65 -1,13 -1,61 -2,43 -2,43 -3,43 -8,13
Repetro que devem ir para perto pelo critério Secex para este ano es- de pequeno valor****
de zero com o passar do tempo, tá mais próximo de US$ 65 bilhões, Saldo operações sob 0,11 0,10 0,09 0,04 0,02 0,06 0,09
mas temos mudanças mais estru- com viés de alta, diz. Caso se reali- merchanting*****
turais que vêm principalmente ze, será um novo recorde para a ba- Fonte: BC
*Bens enviados ao exterior para processamento / retornando ao exterior após processamento, sem mudança de propriedade
no comércio de marketplace e de lança levantada pela Secex. **Bens mudando de propriedade de residente para não residente (ou vice-versa), sem cruzar a fronteira
***Mudança de propriedade de residente para não residente (ou vice-versa)
criptos”, diz Ribeiro. Para ele, isso Entre os fatores que se monito- ****Considera encomendas internacionais e operações por meio de facilitadora de pagamentos
deve levar a uma diferença entre ra neste momento, diz Rafaela, *****Inclui bens exportados (exportações positivas) e importados (exportações negativas) sob merchanting (residente no Brasil
adquire bem de proprietário no país A e revende para residente do país B, sem que o bem ingresse ou deixe o território
a balança da Secex e a do BC para estão o desempenho da exporta- nacional).
algo da ordem entre US$ 10 bi- ção de produtos agrícolas, em ra-
lhões e US$ 12 bilhões ao ano. zão da expectativa favorável para ção de fronteiras físicas. A possi- e ex-secretário de Comércio Exte-
Rafaela Vitória, economista- a safra de grãos, e também a recu- bilidade de comprar e receber rior, o dinamismo das exportações
chefe do Inter, avalia que as im- peração da economia doméstica um produto de baixo valor do importações de pequeno valor
portações de criptomoedas e de da China, o que pode elevar o vo- outro lado do mundo, num pra- merecem atenção. “O Brasil parti-
encomendas de pequeno valor se lume demandado de minério de zo que não seja dilatado demais, cipa das cadeias globais de peque-
mantenham em patamar expres- ferros e outros itens, como celu- mudou a forma de consumir. Es- no valor, mas é preciso mais incen-
sivo em 2023, mas com acomo- lose e petróleo. se processo de mudança do fenô- tivos para que o exportador apro-
dação em relação ao ano passa- “As importações de pequeno meno de consumo não é uma ex- veite mais isso”, defende. Para ele, a
do, sem o mesmo ritmo de cresci- valor e de criptomoedas não ne- clusividade brasileira.” diferença entre os valores embar-
mento de 2021 para 2022. Ela cessariamente se tornarão mais O aumento das exportações de cados e desembarcados registra-
lembra que o efeito do aperto importantes com o tempo, mas pequeno valor sugere que tam- dos pelo BC como de pequeno va-
monetário na demanda domésti- são uma nova realidade dos mo- bém há demanda maior por pro- lor reflete parte das dificuldades
ca deve afetar também as impor- vimentos entre residentes e não dutos brasileiros nesse tipo de de quem exporta, mas são os pe-
tações de pequeno valor. Além residentes que compõem o ba- comércio. Embora em nível me- quenos negócios que sentem mais
disso, lembra, há discussões so- lanço de pagamentos”, diz Ribei- nor, o valor dos embarques de o peso da burocracia.
bre uma tributação maior dessas ro. “Há dez anos esses movimen- pequeno valor também mais que “Não adianta querer restringir
compras externas. tos não existiam. As operações de dobrou, saindo de US$ 2,24 bi- as importações. É preciso estimu-
Para ela, as importações de pe- pequeno valor refletem um fenô- lhões em 2021 para US$ 5,01 bi- lar as exportações de pequeno va-
queno valor podem ter neste ano meno de consumo estimulado lhões no ano passado. lor para equilibrar esse número e
valores recorrentes perto de com a digitalização e com a redu- Para Welber Barral, sócio da BMJ o efeito disso no ajuste do BC.”
os sinais de desaceleração da eco- da”, disse. “Por outro lado, a impor- grãos, por exemplo, e certa redu- embarques. O volume de importa-
nomia mundial e a queda em pre- tação deve sofrer mais o efeito da ção da atividade econômica.” Para ção pode aumentar um pouco,
ços de commodities serão sentidos queda de preço de commodities, ele, o superávit comercial deste avalia, já que a economia brasileira
no Brasil em graus diferentes. principalmente combustíveis. En- ano deve ficar próximo a US$ 50 bi- vai crescer, embora com desacele-
“Isso certamente afeta a deman- tão, é provável que tenhamos im- lhões, um resultado “importante”, ração. Silveira estima alta de 1,3%
da por produtos brasileiros, prin- portação menor neste ano e como que deve ser influenciado por uma no PIB do país neste ano.
cipalmente na questão de preço, resultado devemos ter crescimen- acomodação de preços de com- A MacroSector espera US$ 350
visto que os produtos brasileiros to do saldo comercial”. modities, em razão da desacelara- bilhões em exportações e US$ 300
têm baixa necessidade de renda. Welber Barral, sócio da BMJ, diz ção da economia mundial. O que bilhões em importações, com su-
Então, mesmo com queda de ren- que a sazonalidade do mês de ja- pode reduzir esse saldo, diz Barral, perávit de US$ 50 bilhões em
da mundial, os produtos respon- neiro torna comum déficits ou su- seria uma reação maior que a espe- 2023. Trata-se de um superávit
dem pouco por serem bens essen- perávits baixos. “É um período atí- rada da demanda doméstica no se- “bastante expressivo” com boa
ciais, alimentos em grande medi- pico, com pouca exportação de gundo semestre, o que aceleraria contribuição para o setor exter-
as importações. Por enquanto, o no, o que deve garantir, diz, rela-
que está no radar, diz ele, é um tiva tranquilidade, apesar das in-
crescimento baixo da economia certezas no cenário doméstico re-
doméstica, com alta de PIB entre lacionadas à definição do arca-
1% e 1,2% neste ano. bouço fiscal e ao ajuste das contas
Variação Jan23/Jan22* Fabio Silveira, sócio da Macro- públicas do governo federal.
Exportação Importação Sector, espera resultado parecido Com uma avaliação diferente,
15
na balança. Ele destaca que as tro- José Augusto de Castro, presiden-
11,7
20,4 9,5
cas internacionais caminham para te da Associação de Comércio Ex-
10
uma relativa normalização dos flu- terior do Brasil (AEB), espera que
5,6 5 xos de comércio em 2023, com em 2023 o superávit comercial
5
maior assimilação relativa dos alcance US$ 71,9 bilhões. Na sua
efeitos da pandemia e da guerra projeção, as exportações e im-
entre Rússia e Ucrânia. Para ele, as portações devem cair em relação
-1,7 -1,6
exportações brasileiras podem ao ano passado, mas o superávit
Importação Valor Preço Volume avançar em 2023 em relação ao deve aumentar. Isso porque ele
ano passado, mas com queda de estima que as compras externas
preços médios nas commodities. devem cair mais que os embar-
Os preços médios das importações ques. É preciso esperar os resulta-
também devem cair, estima Silvei- dos dos próximos meses para ve-
ra, mas em ritmo menor que os dos rificar as novas tendências, diz.

Empresas
Destaques
Preço do imóvel sobe
O índice FipeZap+ de venda resi-
dencial de imóveis terminou ja-
neiro com alta de 0,3%, mesmo
crescimento encontrado no mês
anterior. A evolução do índice fi-
cou abaixo da inflação para o
mês, medida pelo IPCA-15, que
atingiu 0,55%, mas acima do
IGP-M do período, de 0,21%. Das
50 cidades que compõem o índi-
ce, 43 tiveram aumento de preço,
incluindo 15 das 16 capitais pes-
quisadas — apenas Vitória (ES)
registrou redução no valor mé-
dio de venda dos imóveis resi-
denciais. O preço médio cobrado
pelo metro quadrado no país foi
de R$ 8.339 em janeiro. Apesar
da queda no indicador, Vitória
teve o maior valor médio entre as
capitais, de R$ 10.444, seguida
por São Paulo, com R$ 10.226.
Entre as 50 cidades, o maior pre-
ço médio foi de R$ 11.534, em
Balneário Camboriú. No acumu-
lado de 12 meses até janeiro, o
índice FipeZap+ aponta alta de
5,91% no valor de venda dos
imóveis residenciais, ante 6,16%
no período anterior.
Novo PDV na Eletrobras
O presidente da Eletrobras, Wil-
son Ferreira Júnior, afirmou nes-
ta quarta-feira (1) que a compa-
nhia pode enxugar o quadro de
funcionários com um segundo
plano de demissão voluntária
(PDV), que visaria cortar cerca
de 20% dos custos da empresa,
que tem hoje 10,5 mil funcioná-
rios. Paralelamente, a empresa
de energia recém-privatizada
abriu processos de contratação
de outra 1 mil pessoas. Nosso
primeiro foco é ter como objeti-
vo de curto prazo ser não só
maior, mas ter menor custo. Va-
mos ter de reduzir ao redor de
20% mais ou menos”, disse. As
declarações foram dadas a uma
plateia de investidores durante
evento realizado pelo banco
Credit Suisse em São Paulo.
Celulose no 1 o trimestre
Os preços da celulose de fibra
curta e fibra longa vão recuar ao
longo do primeiro trimestre, an-
tes de se estabilizarem mais per-
to do fim do primeiro semestre,
apontam em relatório analistas
do UBS BB, a partir de conferên-
cia com a consultoria TTO BMA.
“Os especialistas projetam cor-
reção contínua nos preços da ce-
lulose no curto prazo em meio à
crescente sobreoferta a partir de
novas capacidades, antes que al-
guma demanda chinesa para re-
composição de estoques (que
depende de uma significativa
correção dos preços) estabili-
zá-los até o fim do primeiro se-
mestre”, escreveram os analistas
Cadu Schmidt, Andreas Bokke-
nheuser, Cleve Rueckert, An-
drew Jones e Shawn Cai.
Petrobras reduz enxofre
A Petrobras vai parar de comer-
cializar o óleo combustível com
teor máximo de 2% de enxofre,
conhecido como OCA1, infor-
mou a companhia em comuni-
cado. Até o fim de março, a esta-
tal vai oferecer ao mercado, ex-
clusivamente, o OCB1, produto
com teor máximo de 1% de en-
xofre. De acordo com a Petro-
bras, a medida vai auxiliar os
clientes do segmento industrial
na redução de emissões de gases
de efeito estufa. Os óleos com-
bustíveis são produzidos a partir
de uma mistura de correntes
oriundas do processamento de
petróleo nas refinarias. A Petro-
bras vende o produto às distri-
buidoras, que revendem a gran-
des indústrias para o aqueci-
mento de fornos e a geração de
vapor em caldeiras.
Índice
Carreira B2
Indústria B3 e B4
Serviços&Tecnologia B5, B6 e B7
Movimento falimentar B6
Tendências&Consumo B7
Agronegócios B8 e B9
Governança Grupo do empresário Rubens Ometto adquiriu 4,9% da mineradora e pode ir a 6,5%
Cosan articula indicação de nome
para cadeira no conselho da Vale
Fernanda Guimarães e
Mônica Scaramuzzo
De São Paulo
Poucos meses depois de a Co-
san adquirir uma fatia de 4,9% na
Vale, o conglomerado do empre-
sário Rubens Ometto Silveira
Mello já está se articulando para
escolher quem será o represen-
tante da companhia na minera-
dora brasileira. Luís Henrique
Guimarães, CEO da Cosan, está li-
derando essas discussões e seu
nome também é apontado como
o homem de confiança de Omet-
to no novo conselho de adminis-
tração da Vale, que será definido
no fim de abril, apurou o Valor.
Fontes a par do assunto afir-
maram que a Cosan não descarta
dar apoio a nomes independen-
tes alinhados com outros acio-
nistas da mineradora para o cole-
giado. No entanto, essa é uma hi-
pótese considerada a menos pro-
vável no momento, uma vez que
o conglomerado de Ometto é co-
nhecido por ter nomes de con-
fiança do próprio grupo na ges-
tão de suas empresas e em com-
panhias das quais é sócio.
O assunto está sendo acompa-
nhado de perto pelos investido-
res, já que as indicações poderão
dar a pista de como poderá ser a
interferência de Rubens Ometto
na gigante de minério de ferro e
metais. Ao anunciar a operação
em outubro do ano passado, a gi-
gante de infraestrutura, energia e
líder em açúcar e etanol obteve o
sinal verde do Conselho Adminis-
trativo de Defesa Econômica (Ca-
de) para aumentar sua participa-
ção para 6,5% na mineradora.
No mercado financeiro, Luís
Henrique Guimarães não é só
apontado como representante
da Cosan na Vale, mas também
como um nome de peso que po-
derá levar investidores estran-
geiros para o negócio e aumen-
tar a participação da Cosan na
mineradora brasileira.
Fontes afirmam que o conglo-
merado de Rubens Ometto tem
planos para de exercer ainda
mais influência na gigante brasi-
leira não apenas no conselho de
administração do grupo, mas na
gestão executiva da companhia
em um futuro próximo.
O Conselho de Administração
da Vale possui 13 membros, que
são indicados por um Comitê in-
dependente de nomeação. Atual-
mente, o colegiado é presidido
por José Luciano Duarte Penido,
que por 12 anos esteve no co-
mando da Samarco e a seguir tra-
balho no grupo Votorantim.
A Vale, que possui o seu capital
pulverizado desde 2020, ainda
tem como seus principais acio-
nistas o fundo de pensão dos fun-
cionários do Banco do Brasil (Pre-
vi), o Bradesco (por meio da Bra-
despar) e a trading japonesa Mit-
sui, que faziam parte do extinto
acordo de acionistas da compa-
nhia. A gigante de mineração está
reestruturando seus negócios e
ainda enfrenta uma crise de ima-
gem após a tragédia ambiental
em Brumadinho (MG), que ma-
tou 270 pessoas há quatro anos.
A entrada da Cosan na Vale,
que está entre os maiores acio-
nistas de referência da minera-
dora, é vista como um dos prin-
cipais movimentos societários
na gigante brasileira. Outro pas-
so relevante nesse sentido foi a
venda da participação do Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) na
companhia, feito em duas tran-
ches — uma em fevereiro de
2020 e, um ano depois, zerando
a posição na companhia.
A entrada da Cosan na Vale foi
bem recebida pelos investidores
da mineradora no ano passado,
que aguardam como será a inter-
Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | B1
Andreas Blazoudakis
atua há 12 anos no
mercado como CEO
interino, tendência
em alta B3
LEO PINHEIRO/VALOR
ferência da empresa no dia a dia
da companhia. Até então, grupo
de Ometto estava presente em
gás natural, com a Compass; em
lubrificantes, com a Moove; em
logística ferroviária e portuária,
com a Rumo; e em energias reno-
váveis, com a Raízen — também é
uma empresa listada em bolsa.
A dúvida dos analistas, no en-
tanto, é quais sinergias a partici-
pação na Vale traria à Cosan. O
grupo de Rubens Ometto tem
planos ambiciosos para o setor
de mineração. O empresário está
animado com o investimento do
grupo na gigante do minério —
Ometto participou do Vale Day,
realizado em Nova York no fim
do ano passado e tem falado a in-
terlocutores que vê a companhia
com bons projetos estratégicos,
sobretudo de atrair investidores
para a área de metais básicos.
Não é a primeira vez que
Ometto tenta fazer investimento
na Vale. Em 2018, o grupo man-
teve conversas com a Previ para
comprar uma participação na
Litel, uma holding dos fundos.
As conversas não avançaram à
época, mas o conglomerado Luís Henrique Guimarães, CEO da Cosan, está à frente das articulações e seu nome é também cotado para conselheiro
passou a estudar alternativas pa-
ra se tornar investidor direto na cer uma agenda de interações com tativas relacionadas à composição Corporativa.”
mineradora. os principais investidores institu- do Conselho de Administração e às Por sua vez, a Cosan não quis
Em agosto de 2021, a Cosan cionais da empresa sobre as expec- melhores práticas de Governança comentar o assunto.
deu seu primeiro passo para en-
trar na exploração, produção e
escoamento de minério de ferro,
com a compra de 49% do porto
de São Luís, no Maranhão (termi-
nal então controlado por um IBS Energy cria Conselho Consultivo
grupo chinês), e o memorando
de entendimentos para formar como estratégia de expansão
uma joint venture com o empre-
sário Paulo Brito, fundador da
Expectativa é oferecer segurança energética em larga escala
Aura Minerals, e dono de uma re- e triplicar o valor da companhia nos próximos cinco anos
serva de minério de ferro ao sul
de Carajás para ser um “player in-
tegrado de minério de ferro”. Com o olhar atento sobre as boas práticas de governança e
Com início de operação previs- sustentabilidade, e alcance das metas ESG, o Grupo IBS Energy,
to para 2025, o primeiro projeto responsável por soluções e comercialização de energia, apresenta o seu
mineral a ser explorado pela Conselho Consultivo, responsável por auxiliar a estratégia de negócios
joint venture está localizado pró-
da companhia e contribuir com seu plano de expansão.
ximo a Paraupebas (PA), na re-
gião de Carajás, conectado ao Fazem parte do Conselho Consultivo do Grupo IBS Energy os Srs:
porto pela estrada férrea de Cara-
jás, que é operada pela Vale.
Esse é o “pulo do gato” que
pode trazer a sinergia entre os
negócios da Cosan e da Vale, de AFONSO GUIMARÃES
acordo com outra fonte. Sócio-Diretor da NASA Consultoria e
Segundo fontes, Ometto viu especialista no setor de energia
como positivo o anúncio da re-
estruturação da diretoria da Vale
no fim do ano passado e o anún-
DENIS ALVES
cio de que a mineradora está
CEO da Grunner Tecnologia Agrícola e
buscando investidores para seu especialista em cana-de açúcar
negócio de metais básicos.
A mineradora recebeu ofertas
não vinculantes de potenciais só-
cios e trabalha para separar o ne- FREDERICO BOURROUL
gócio — responsável pela produ- Especialista em Mercado
ção de níquel e cobre — do res- Financeiro
tante da companhia, cuja princi-
pal atividade é o minério de fer-
ro. A nova empresa que vai sur-
gir, ainda sem nome e sede defi- PEDRO STEFANINI
nidos, terá governança e gestão Ex Vice-Presidente da Bracell Group e
independentes. Em entrevista ao especialista no setor de celulose
Valor no fim do ano passado, o
presidente da Vale, Eduardo Bar-
tolomeo, afirmou que essa é a
oportunidade do grupo de criar As ações de governança corporativa promovidas pelos executivos
valor aos acionistas.
Procurada sobre a movimen-
possibilitarão a captação de novos recursos e o aperfeiçoamento de sua
tação da Cosan para indicar um oferta de serviços. Com uma carteira de clientes composta por mais de
novo conselheiro na companhia, 150 empresas de diferentes setores e contratos de longo prazo, a
a Vale informou que em 2022 companhia oferece serviços customizados e soluções estruturadas em
instalou um Comitê de Nomea- comercialização e geração de energia. Em maio de 2022, o Grupo IBS
ção com o objetivo de assessorar
Energy completou 20 anos de atuação no mercado, acumulando cerca
o processo de eleição do seu co-
legiado, que será realizada na de R$ 1 bilhão em ativos, e agora se prepara para investir no mercado de
Assembleia Geral Ordinária de biomassa de origem vegetal, com usinas que geram energia a partir do
28 de abril de 2023. “Compete insumo e uma comercializadora com atuação em todo território nacional.
ao Comitê, entre outras atribui-
ções, a de identificar, selecionar
e recomendar potenciais candi- Energia para mudar,
datos (as) a membros do Conse- Energia para crescer!
lho, cujos nomes serão avaliados
pelo colegiado”, afirmou.
Segundo a Vale, essa avaliação
ocorrerá 45 dias antes da AGO. ibs-energy.com.br
“Entre as atribuições do coordena-
dor do Comitê está a de estabele-
B2 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Empresas | Carreira
Temporário Modelo é buscado por
startups e companhias menores
Cresce busca
por CEOs que
topam atuar
por demanda
Jacilio Saraiva
Para o Valor, de São Paulo
O mercado global de “talent as
a service”, expressão em inglês
que pode ser traduzida para
“oferta de profissionais sob de-
manda”, deve saltar dos atuais
US$ 387 milhões para US$ 1,1 bi-
lhão até 2032, com um cresci-
mento anual (CAGR) de 11,7% no
período. Os números, divulgados
pelo grupo de pesquisas Future
Market Insights, serão impulsio-
nados por fatores como o avanço
da adoção de sistemas corporati-
vos na “nuvem”, o que facilitaria
o trabalho de qualquer lugar; e
um maior interesse dos RHs por
novas alternativas para encon-
trar currículos graduados.
O desafio agora, segundo con-
sultorias brasileiras especializa-
das na oferta de executivos C-le-
vel, é convencer os acionistas que
os CEOs também podem ser es-
colhidos para períodos determi-
nados de trabalho, por projetos,
sem a necessidade de terem feito
carreira na organização.
“A forma como produzimos
está em transição, com a pande-
mia como divisora de águas nas
relações de trabalho”, analisa Ka-
rina Rehavia, fundadora e CEO
da Ollo, que faz a curadoria de ta-
lentos. “[Com os novos modelos
de expediente adotados a partir
do distanciamento social] as em-
presas estão repensando desde
como e onde seus executivos
atuam, até os formatos de con-
tratação, em meio a uma compe-
tição acirrada por talentos.”
O que levar em conta ao contratar um presidente temporário
De São Paulo
Antes de contratar um CEO
temporário, as empresas devem
definir os principais objetivos
dessa movimentação e analisar
as possibilidades do candidato
de atingir as metas desejadas, di-
zem especialistas de recursos hu-
manos ouvidos pelo Valor.
O nível de prontidão que o
executivo convidado deve ter
precisa ser muito maior do que o
de um talento ‘permanente’, já
que o contrato tem tempo deter-
minado e uma ligação com o
crescimento do negócio, orienta
Como não eliminar um diferencial competitivo
Rumo certo
Claudio Garcia
U
ma das grandes
dificuldades na
sucessão de
executivos é lidar
com o fato de que o
que faz sentido para o
momento da empresa é
usualmente bem diferente do
que o sucedido acredita ou
quer. Em empresas familiares,
sobretudo quando o fundador
ainda está na gestão, o processo
sucessório pode ser um
Rehavia lançou uma unidade
de C-level “as a service” em julho
de 2022 e, até dezembro, recebeu
oito chamados para CEOs e vice-
presidentes provisórios, uma
média de 1,3 contratação ao mês.
Do total das demandas, pelo me-
nos 80% vieram de startups re-
centemente investidas.
A procura por CEOs temporá-
rios tem sido impulsionada, se-
gundo a executiva, por uma pos-
sível recessão econômica e tam-
bém pelo recuo dos cheques dos
fundos de venture capital para
as empresas de tecnologia. “Isso
faz com que mais companhias
hoje adotem medidas de pre-
caução, envolvendo cortes de
gastos e reorganizações em suas
estruturas”. Pensando estrategi-
camente, os dirigentes que
atuam “por serviços” trazem
pontos de vistas diferentes aos
empreendimentos, seguindo
uma lógica similar às das con-
sultorias, afirma Rehavia.
Atenta a essa necessidade, a
Ollo cadastrou 35 profissionais
aptos para atuar como CEOs, di-
retores de operações (COOs) e de
marketing (CMOs). Os currículos
chegam à plataforma via cadas-
tro no site da companhia ou são
indicados por outros executivos.
Antes de entrarem no portfólio,
passam por etapas como análise
de experiências, entrevistas e co-
leta de referências no mercado. A
Ollo é remunerada no início da
escolha dos talentos, com a co-
brança de uma taxa de “set up” e
uma “success fee” equivalente a
um salário do líder contratado.
Ricardo Haag, sócio da Wide,
consultoria de recrutamento e
seleção de lideranças. “É preciso
deixar claro o que é esperado da
colaboração dele e elaborar um
plano de trabalho que vai servir
de base para um bom desempe-
nho” resume.
Na hora da escolha do candi-
dato, deve-se checar, de perto, a
existência de habilidades como
flexibilidade, rápida adaptação,
capacidade de gestão e de imple-
mentação de projetos. “Entregas
realizadas são um diferencial crí-
tico nos currículos”, diz.
Haag diz que nem toda firma
pesadelo. Não é incomum
vários “sucessores” falharem até
que algum se estabeleça,
muitas vezes com um perfil
distante do que seria o mais
adequado para a companhia no
longo prazo. Na perspectiva
(inconsciente, na maior parte
das vezes) de quem será
sucedido, é difícil aceitar que
existem alternativas ao que se
acredita ser “o melhor”.
Obviamente, essa dificuldade
não é exclusiva de executivos,
apesar de existir vasta evidência
do quanto o poder a amplifica.
Em geral, somos bem melhores
em indicar qual a mudança que
esperamos dos outros do que
enxergar as que deveríamos
considerar em nós mesmos. Essa
característica se reflete em
diferentes âmbitos: por exemplo,
em transformações
organizacionais lentas ou em
relevantes necessidades sociais
que avançam em ritmos aquém
do que precisamos, como nos
casos das agendas climática e de
Andreas Blazoudakis atua há 12 anos no mercado como CEO interino. Nesse tempo, já comandou cinco operações, com contratos de 100 dias a um ano
Dependendo do tempo de con-
trato, a média salarial vai de R$ 20
mil a R$ 40 mil mensais, acrescen-
ta Rehavia. A admissão por perío-
dos permite que as organizações
contem com quadros mais expe-
rientes e por uma fração do que
gastariam se eles fossem contra-
tados “fixos”, diz. “Entre as carac-
terísticas mais importantes para
um CEO operar nesse modelo es-
tão a flexibilidade e a capacidade
de rápida adaptação”, destaca a
executiva, que já concluiu “aloca-
ções” de talentos para atuarem
por um até seis meses.
“Esse tipo de desafio, com me-
tas agressivas de crescimento,
com um prazo certo e ajustado
para ‘performar’, sempre me mo-
tivou”, justifica o executivo An-
dreas Blazoudakis, 56 anos,
quando questionado por que re-
solveu vestir a camisa de CEO in-
terino. Considerado um dos mais
experientes do ramo, está há 12
anos no mercado sob demanda:
comandou cinco operações, com
contratos de 100 dias a um ano.
precisa de um comando provisó-
rio. É mais indicado para opera-
ções em fase inicial, que buscam
chefias para um arranque de su-
cesso; que necessitam de um
agente de transformação a fim
de tocar um projeto estratégico
ou por conta da ausência mo-
mentânea do CEO permanente.
“Uma das vantagens de um diri-
gente efêmero é contar com a im-
parcialidade de alguém sem con-
tato com o ‘enredo’ da compa-
nhia e que pode oferecer uma vi-
são neutra dos planos adotados.”
Tatiana Iwai, professora de
comportamento organizacional
diversidade e inclusão. Como
bons coaches aprenderam ao
longo da profissão, as maiores
oportunidades de
desenvolvimento estão na
direção oposta do que
acreditamos.
A ciência explica: adotar
caminhos diferentes nos
induz a focar mais nas
possibilidades de perdas do
que nos potenciais ganhos.
Além disso, esses mecanismos
inconscientes convergem com
outros bem conhecidos de
ciências cognitivas. No intuito
de proteger as nossas
convicções, é comum
procurarmos apenas
informações que as reforçam.
Também somos excelentes em
manipular nossas lógicas e
narrativas na direção dos
nossos objetivos ou motivações.
Ainda mais: reforçamos ou
atualizamos nossas crenças
com base nessas narrativas e
descredenciamos evidências
que as questionam.
O histórico corporativo de Bla-
zoudakis é um dos principais
chamarizes para os contratantes,
segundo fontes ouvidas pelo Va-
lor. Ele participou da fase de cria-
ção de 18 startups, inclusive dois
unicórnios ou negócios avalia-
dos em mais de US$ 1 bilhão
(Movile e iFood), e de um dos
aplicativos infantis mais vendi-
dos em lojas de apps, o Playkids.
“Gosto da fase inicial de dis-
rupção [dos projetos]. Depois
que crescem, estou pronto para
entregá-los para outra pessoa”,
diz o profissional que, antes de
bater ponto por temporadas, foi
CEO da Yavox, de soluções para
transmissão de dados via celular
entre 2000 e 2009 — quando a
companhia se fundiu com a
Compera nTime, fornecedora de
serviços para operadoras, para
formar o grupo Movile, hoje do-
no do iFood.
Há menos de um mês, Blazou-
dakis iniciou um nova jornada,
prevista para durar um ano e ain-
da sob sigilo, que mistura recur-
e liderança no Insper, diz que um
presidente “de passagem” pode
permitir às empresas um acesso
mais ágil a expertises diferentes
daquelas do time fixo de gestão.
“Poderá complementar ou suprir
as lacunas das diretorias em de-
terminadas agendas”, ensina.
André Freire, sócio-diretor da
consultoria especializada em ca-
pital humano Exec, ressalta que
os conselhos também optam por
um CEO interino em períodos de
transição de controladores, em
casos de “turnarounds” (reestru-
turações de negócios) e em recu-
peração judicial, principalmen-
Imagine, então, quando
encontramos um parceiro que
acelera toda essa dinâmica.
Como muitos dos leitores já
sabem, esse tem sido o papel
das mídias sociais nos últimos
15 anos. Elas não facilitam
apenas nossas interações
com aqueles que corroboram
com as nossas visões de mundo,
como também utilizam
das tecnologias de dados
mais sofisticadas para
colocar na nossa frente
exatamente o que queremos
ver e ouvir.
A rápida expansão dessa
realidade tem elevado o status
do tema — comportamento
coletivo -— por parte de
governos e instituições para
uma Disciplina de Crise. Assim
como em Ciências do Clima
(aquecimento global), Biologia
de Conservação (segurança
alimentar) ou Medicina
(pandemias), o
comportamento coletivo
demandará esforços
sos de open finance a uma das
novidades da área de tecnologia,
a ferramenta de inteligência arti-
ficial ChatGPT. O executivo lidera
diretamente 50 funcionários e se
reporta apenas aos acionistas. A
minha missão é reposicionar a
empresa no mercado de finanças
e sair de mil para um milhão de
usuários em 180 dias, afirma.
Para Luciana Carvalho, cofun-
dadora e COO da Chiefs.Group,
plataforma de trabalho sob de-
manda para executivos C-level,
perfis como o de Blazoudakis se-
rão cada vez mais disputados pe-
las organizações. Todo acionista,
independentemente do porte da
companhia, entende que dife-
rentes momentos de negócios
exigem habilidades diferentes de
liderança, diz. “Em muitos casos,
não têm recurso financeiro para
garantir um funcionário que po-
de auxiliá-los nos desafios que
atravessam. É aí que entra esse
novo tipo de contratação.”
A Chiefs.Group tem mais de
mil executivos cadastrados, sen-
te, quando o contratado tem ex-
periência nesses cenários.
Freire afirma que o executivo
talhado para missões transitó-
rias. geralmente, tem um perfil
pragmático. “É rápido, sabe fazer
as perguntas corretas e tomar de-
cisões difíceis”, diz. “Não se ape-
ga ao projeto em curso, sabendo
que ele tem começo, meio e fim.”
Karina Rehavia, fundadora e
CEO da Ollo, de curadoria de ta-
lentos, afirma que os contratan-
tes relatam mudanças positivas
após a passagem dos líderes. Co-
mo as empresas contam com os
executivos somente quando ne-
multidisciplinares para
prevenir catástrofes sociais,
como o nosso recente
atentado à democracia,
os registrados genocídios
de minorias ou, ainda, a
rejeição de políticas
públicas (vide vacina).
Não podemos ignorar que
essa realidade também tem
repercussão direta em
organizações. Ela amplia, por
exemplo, o impacto de sistemas
de gestão não atualizados que
promovem e incentivam
afinidade cultural, eliminando
o diferencial competitivo que
poderia vir da diversidade.
Interagir com o diferente será
mais necessário do que nunca
em um mundo de múltiplas
crises e de transformações cada
vez mais frequentes — uma
capacidade que estamos
perdendo, a princípio,
deliberadamente.
Claudio Garcia é professor adjunto de
gestão global na Universidade de Nova York
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR
do 75% do gênero masculino e
23% prontos para assumir as ta-
refas de um CEO. O tempo médio
de experiência do grupo sênior é
de 22 anos de carreira, com 13
em mesas do C-level. A maioria
ou 20,4% se dedicaram a grandes
companhias e 17% passaram por
multinacionais.
Carvalho diz que as opções de
currículos “cinco estrelas” subi-
ram quase 300%, de 2021 para
2022, enquanto o número de
contratos para o cargo máximo,
no mesmo período, avançou
25,6%. Os principais clientes são
startups (62,5%), além de peque-
nas (16,5%), médias (16,5%) e
grandes companhias (4,5%).
“É importante que o candidato
a CEO tenha pelo menos dez anos
de experiência, um mínimo de
dois anos em posição de diretor
em empresas de médio ou gran-
de porte, além de janela em ges-
tão de equipes e liderança com-
provada em projetos transfor-
madores, detalha Carvalho, há
mais de 15 anos na área de RH.
cessário, sem que façam parte do
organograma definitivo, dizem
que as estruturas ficaram mais
ágeis e inovadoras após a adoção
do formato, garante.
Alexandre Manisck, 48, que
atua como C-level “as a service”
desde o ano passado, está condu-
zindo dois projetos simultâneos
de curta duração. “As compa-
nhias sempre têm algum proble-
ma para resolver ou, muitas ve-
zes, precisam de um olhar profis-
sional ‘de fora’”, explica. “O nosso
papel é dar a direção e enxergar
os desafios por um novo prisma,
com honestidade e empatia.” (JS)
Vaivém
Stela Campos
Janssen
Amanda Spina está assumindo a
presidência da Janssen, farmacêuti-
ca da Johnson & Johnson, no Brasil.
Ela iniciou a carreira na Young & Ru-
bicam. Nos últimos 12 anos, traba-
lhou na Abbott, onde há dois anos
respondia como general manager.
Modern Logistics
Mario Fernandes da Costa é o no-
vo presidente da Modern Logistics.
Ele atuou por 16 anos na DHL Logís-
tica como VP de finanças e CFO. Foi
também da PwC, Wal-Mart e Makro.
Decolar
Monica Alexandra Silva é a no-
va VP global de jurídico e com-
pliance na Decolar.
E-mail: vaivem@valor.com.br
valor.com.br
Acompanhe a movimentação de
executivos também no site
www.valor.com.br/carreira
 Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | Valor | B3

Empresas | Indústria
Construção Executiva formada pela incorporadora,
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR

Sheyla Resende assume em momento conturbado

Continuidade da
gestão é aposta da
nova CEO da Gafisa
Ana Luiza Tieghi
De São Paulo
Em meio a uma acirrada dis-
puta societária entre o grupo
controlador, do empresário Nel-
son Tanure, e o minoritário Vla-
dimir Timerman, sócio da gesto-
ra Esh Capital, a Gafisa trocou de
comando nesta semana, somen-
te cinco meses após a última in-
dicação de um presidente. A so-
lução encontrada nesse contexto
foi buscar dentro de casa um no-
me. A nova diretora-presidente
da Gafisa, a engenheira civil
Sheyla Resende, assumiu na se-
gunda-feira (30), é a primeira
mulher no cargo e fez toda a sua
carreira na incorporadora.
Assumir o cargo em um mo-
mento em que a empresa ganha
o noticiário mais por questões
societárias do que operacionais
não assusta a executiva. Resende
conta que acompanhou de perto
a gestão dos dois últimos direto-
res-presidentes da incorporado-
ra, Guilherme Benevides e Henri-
que Blecher, participando das
agendas da companhia e promo-
vendo a integração das empre-
sas. “O fato de ter ficado lado a la-
do com os dois últimos líderes
me possibilitou assumir essa
função”, afirma. As duas gestões
ocorreram em um intervalo de
pouco mais de um ano e meio.
Benevides era fundador e presi-
dente da Upcon, construtora com-
prada pela Gafisa em 2020, e se tor-
nou presidente em junho de 2021.
Já Blecher havia assumido o cargo
em setembro do ano passado e
passou cinco meses na função. Ad-
vogado, também era fundador e
presidente de uma incorporadora
adquirida pela Gafisa, a carioca
Bait. O negócio ocorreu em 2022.
Segundo Resende, já era espe-
rado que Blecher ficasse no cargo
até que a integração da Bait à Ga-
fisa terminasse. “Ele tinha uma
função bem definida entre nós,
de concluir a aquisição e a inte-
gração”, diz a nova presidente.
“Esse processo se concluiu mais
rápido do que imaginávamos, foi
natural, e ele seguiu com os pro-
jetos dele”, afirma. Procurado,
Blecher não se pronunciou sobre
a saída da empresa.
Outro egresso da Bait, o dire-
tor-financeiro Gustavo Nunes
também deixou a companhia.
Seu cargo segue vago. Os executi-
vos Renata Yamada e Luis Ortiz,
que estão na Gafisa há três e onze
anos, foram nomeados no dia 30
para a vice-presidência de gestão
e jurídico e vice-presidência de
negócios. Ortiz também é diretor
de relações com investidores.
Com Resende, formam um comi-
tê que, junto com a área financei-
ra, toma as decisões do setor en-
quanto um novo executivo não é
apontado. Segundo a presidente,
isso ocorrerá em breve.
Segundo um profissional do
mercado, no entanto, a troca de
gestão em meio a essa disputa
emite um sinal ruim sobre a
companhia. “A empresa passa a
ter problemas maiores do que a
operação, que já está conturba-
da”, afirma. Ele cita a queima de
caixa, que foi de R$ 382,4 mi-
lhões no terceiro trimestre, últi-
mo dado disponível, e a alta ala-
vancagem como pontos fracos. A
dívida líquida da Gafisa estava
em R$ 1,4 bilhão em setembro,
89% maior do que no mesmo pe-
ríodo de 2021. Novos dados se-
rão divulgados em março. O pro-
fissional lembra, porém, que a
companhia teve bons resultados
operacionais. A Gafisa elevou as
vendas líquidas em 53% em 2022,
ante o ano anterior.
A seu favor, a empresa tem ain-
da uma marca forte, que vai com-
pletar 70 anos em 2024. Contudo,
os problemas internos podem afe-
tar a credibilidade com o consumi-
dor, ainda mais o de alta renda.
“Você daria um cheque de milhões
para a Gafisa, para receber um pro-
jeto em três anos? É difícil, se a pes-
soa tiver um pouco de informa-
ção”, questiona o profissional.
Os problemas societários pare-
cem longe de uma solução. Nesta
quarta-feira (1), o Valor noticiou
que o conselho de administração
da Gafisa, incluindo Tanure, en-
trou com uma notícia-crime con-
tra Timerman. Os conselheiros
acusam o fundador da Esh de “inú-
meras manifestações criminosas e
contra a honra”. Desde dezembro
os dois grupos trocam acusações.
A nova diretora-presidente da Gafisa, Sheyla Resende, tem quase 14 anos de casa e começou a carreira como trainee
A Esh Capital diz que Tanure tem
participação oculta na Gafisa e que
a diretoria foi conivente com a si-
tuação, tendo agido contra os inte-
resses da incorporadora e dos acio-
nistas. A gestora havia proposto,
entre outras medidas, a destitui-
ção do conselho da Gafisa e a reali-
zação de outra eleição. As pautas
foram rejeitadas em assembleia
geral extraordinária (AGE) ocorri-
da em 9 de janeiro. Uma nova AGE
foi convocada para o dia 10.
Yamada afirma que a troca de
gestão não teve relação com a dis-
puta acionária. Já Resende destaca
que conhece muito bem a compa-
nhia. Ela ingressou no programa
de trainee em 2010, o que “deu
muito embasamento” para sua
atuação na empresa, por permitir
a rotação por diversas áreas do ne-
gócio. “Sempre quis trabalhar em
empresa grande, mas não tinha a
dimensão do tamanho da Gafisa.”
Após o programa de treina-
mento, ela foi contratada como
engenheira, no Rio, e ficou seis
anos na cidade, até ser transferida
para São Paulo. Participou de cin-
co obras nesses anos, nas duas ca-
pitais. Em 2019, quando a com-
panhia terminava de passar por
mais uma conturbada mudança
societária, com a saída da gestora
GWI e a entrada de Tanure para o
conselho da companhia, foi con-
vidada para ser gerente de gestão
e qualidade. Seguiu depois para
os cargos de diretora e vice-presi-
dente de gestão e RH, que ocupa-
va até o início deste ano.
De acordo com Resende, não
deve haver “mudança estrutu-
rante” na gestão, em comparação
com o período de Blecher. O fato
dos três executivos já serem do
quadro da empresa deve ajudar
na continuidade. “Queremos se-
guir no alto padrão e no desen-
volvimento das pessoas que es-
tão dentro da casa”. Também ha-
verá foco em gestão financeira e
na redução dos custos, e preocu-
pação em manter ágeis as toma-
das de decisão, algo que a empre-
sa incorporou dos negócios ad-
quiridos nos últimos anos.
Ortiz ressalta que a empresa
atingiu R$ 1 bilhão em vendas
brutas, recorde dos últimos cin-
co anos. Segundo ele, os últimos
lançamentos tiveram “ótimo de-
sempenho” e há liquidez tam-
bém do estoque. A Gafisa lançou
seis projetos em 2022.
A empresa ainda está finalizan-
do seu planejamento estratégico
para 2023, mas, para Ortiz, há con-
dições de superar os R$ 312,8 mi-
lhões lançados em 2022, resultado
50% menor do que no ano ante-
rior. A companhia tem hoje 20
canteiros ativos e pode chegar a 30
até o final do ano, diz Resende.

GM faz maior investimento de uma montadora em lítio

Estratégia
Harry Dempsey e Claire Bushey
Financial Times, de Londres e
Chicago
A General Motors investirá
US$ 650 milhões em uma mina
de lítio nos Estados Unidos, o
maior investimento feito até ho-
je por uma montadora para ga-
rantir o suprimento das maté-
rias-primas usadas em baterias
de veículos elétricos.
A empresa americana entrará
com um investimento inicial de
US$ 320 milhões até meados de
2023 em troca do direito exclusi-
meço de janeiro. A General Mo-
tors ainda não mexeu nos preços,
embora informe estar monito-
rando o mercado. “Neste mo-
mento, estamos com os preços
que devemos ter”, disse Barra.
A GM reduzirá US$ 2 bilhões em
custos ao longo dos próximos dois
anos, por meio da contenção nas
contratações e da redução natural
no número de postos de trabalho,
segundo diretor de finanças da
montadora, Paul Jacobson, acres-
centando que não há previsão de
demissões. A demanda dos consu-
midores pelos carros e picapes da
montadora continua firme, mas a
empresa quer ter “cautela”, em vis-
geot, têm oferecido pré-financia- ção para o clima do presidente Lithium Americas], achamos que metais para baterias. “Acho que a
mento a produtores de lítio e co- Joe Biden, inclui créditos tributá- podemos reduzir nosso risco.” porteira será aberta”, disse Evans.
balto ou feito investimento dire- rios para os consumidores de veí- Somando os US$ 650 milhões A segunda parte do investimen-
tos nessas empresas. Este novo culos elétricos cujos materiais da GM, créditos do governo ameri- to se dará depois que a Thacker
investimento da GM, no entanto, das baterias forem obtidos nos cano e o caixa existente no balan- Pass, da Lithium Americas, for se-
representa uma escalada signifi- EUA ou em países parceiros em ço, a Lithium Americas tem fundos parada das operações da empresa
cativa na disputa para garantir o acordos de livre comércio. para arcar com os US$ 2,3 bilhões na Argentina. Analistas conside-
suprimento dos metais das bate- Jacobson disse que embora a do projeto da mina de Thacker ram o desmembramento crucial
rias e evidencia a integração cada empresa pretenda “deixar a mine- Pass, segundo o executivo-chefe da para que a Lithium Americas possa
vez maior entre as indústrias au- ração para os especialistas”, sua ne- mineradora, Jonathan Evans. receber fundos do governo dos
tomotiva e de mineração. cessidade dos materiais já a expôs Ele prevê que outras montado- EUA, já que a mineradora pertence
A Lei de Redução da Inflação aos riscos do setor relacionados a ras assinarão negócios similares em parte à Ganfeng Lithium, uma
dos EUA, principal regulamenta- esses recursos. “Ao aliar-nos com [a para garantir o fornecimento de grande produtora chinesa de lítio.
IRB-Brasil Resseguros S.A. IRB-Brasil Resseguros S.A.
CNPJ: 33.376.989/0001-91 CNPJ: 33.376.989/0001-91
NIRE: 333.0030917-9
NIRE: 333.0030917-9

vo à primeira fase de produção ta da possível desaceleração da Companhia Aberta

de lítio na mina Thacker Pass, da
Lithium America, no Estado de
Nevada, e de quase 10% das ações
da mineradora. Posteriormente,
investirá mais US$ 330 milhões.
“É uma transação histórica, e
certamente não será o último
anúncio importante relacionado
à cadeia de suprimentos da GM”,
disse a executiva-chefe da mon-
tadora, Marry Barra, na terça-fei-
ra (31), quando a companhia
anunciou o balanço do quarto
trimestre, com bons resultados.
O anúncio chega enquanto a
GM se prepara para ampliar sua li-
nha de veículos elétricos, com a
aceleração da produção do Cadil-
lac Lyriq e do GMC Hummer neste
ano e o lançamento de versões elé-
tricas da Equinox, da Blazer e da pi-
cape Silverado. A empresa preten-
de produzir 400 mil veículos elétri-
cos na primeira metade de 2024.
As fabricantes de veículos elé-
tricos começam a entrar em uma
guerra de preços, o que aumenta
a importância de manter os cus-
tos de produção dos veículos sob
controle. Na segunda-feira, a
Ford reduziu os preços de seu
Mustang Mach-E, depois de uma
iniciativa similar da Tesla no co-
economia dos EUA.
Na terça-feira, a empresa divul-
gou previsão de lucro antes dos
impostos e juros em 2023 entre
US$ 10,5 bilhões e US$ 12,5 bi-
lhões, após ter anunciado lucro
ajustado recorde pelo mesmo cri-
tério em 2022, de US$ 14,5 bilhões.
A mina Thacker Pass, da Lithium
Americas, deverá começar a operar
no segundo semestre de 2026 e
produzirá lítio suficiente para 1
milhão de veículos elétricos por
ano. Apesar de estar entre os países
mais ricos em lítio no mundo, os
EUA têm apenas uma mina opera-
cional, também localizada em Ne-
vada. A Thacker Pass encontra a
oposição de grupos ambientalis-
tas, e um tribunal federal de pri-
meira instância deverá decidir seu
destino nos próximos meses.
A garantia de suprimento de lí-
tio passou a ser umas das princi-
pais preocupações das montado-
ras para a produção futura de veí-
culos elétricos. O preço do metal
subiu cerca de dez vezes, influen-
ciado pela escassez na produção e
dificuldades das mineradoras para
ampliar as operações a tempo.
Ford, General Motors e Stellan-
tis, dona das marcas Jeep e Peu-
Extrato da Ata da 309ª Reunião Extraordinária do Conselho de Administração
Data, Hora e Local: Aos 16 dias do mês de novembro de 2022, às 18 horas, reuniu-se, extraor-
dinariamente, por videoconferência, o Conselho de Administração do IRB-Brasil Resseguros S.A.
(“IRB Brasil RE” ou “Companhia”) com a participação dos Conselheiros: Antônio Cássio dos Santos,
na qualidade de Presidente do Conselho de Administração, Antonio Francisco de Lima Neto, Ellen
Gracie Northfleet, Ivan Gonçalves Passos, Henrique José Fernandes Luz, Hugo Daniel Castillo Irigo-
yen e Marcos Pessôa de Queiroz Falcão. Na qualidade de secretária, Daniela Tavares, Gerente de
Suporte aos Órgãos de Governança. Convocação: Dispensada a convocação face à presença da
totalidade dos membros do Conselho de Administração, nos termos do artigo 22, parágrafo quarto,
do Estatuto Social da Companhia. Assuntos para Discussão/Deliberação: 1. Renúncia do Dire-
tor-Presidente da Companhia: O Conselho registra, na presente data, ter tomado conhecimento da
renúncia do Sr. Raphael de Carvalho, ao cargo de Diretor-Presidente do IRB Brasil RE, para o qual
foi eleito na 284ª Reunião Extraordinária do Conselho de Administração, realizada em 17 de setem-
bro de 2021. Na oportunidade, o Conselho consignou seu agradecimento ao Sr. Raphael de Carvalho
por sua colaboração e pelo trabalho realizado durante o tempo em que exerceu o cargo de Diretor-
-Presidente da Companhia e, interinamente, o cargo de Diretor Vice-Presidente de Subscrição. 2.
Eleição do Novo Diretor-Presidente da Companhia: Inicialmente, o Conselho registrou que, para
este item 2 da pauta, não haverá a presença do Conselheiro Marcos Pessôa de Queiroz Falcão, em
função de conflito com relação ao assunto, em consonância com o artigo 22, o parágrafo 14º, do
Estatuto Social da Companhia. Diante do item 1, supra, e considerando todo o debate realizado na
308ª Reunião Extraordinária do Colegiado, realizada em 15.11.2022, o Conselho de Administração,
em consonância com o disposto nos artigos 23, inciso XXXIX, 24, parágrafo primeiro, e 25, inciso I,
do Estatuto Social da Companhia, por unanimidade, elegeu o Sr. Marcos Pessôa de Queiroz Fal-
cão, abaixo qualificado, ao cargo de Diretor-Presidente da Companhia e, interinamente, de Diretor
Vice-Presidente de Subscrição, para complemento do mandato unificado da Diretoria Estatutária
até 02.07.2023, em substituição ao Sr. Raphael Afonso Godinho de Carvalho, o qual apresentou
renúncia na presente data. O novo Diretor-Presidente tomará posse dos referidos cargos na presente
data, com mandatos pelo prazo remanescente da Diretoria Estatutária da Companhia, acumulando
tais cargos com a posição de membro do Conselho de Administração até a data de eleição de seu
substituto para o referido órgão colegiado. Diante da deliberação acima, a Diretoria Estatutária da
Companhia passará a ter a seguinte composição, a partir da data de assinatura do respectivo Termo
de Posse pelo novo Diretor-Presidente e Diretor Vice-Presidente de Subscrição Interino: - Marcos
Pessôa de Queiroz Falcão, brasileiro, divorciado, economista, portador da carteira de identidade n°
4.740.688-9, expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o n° 914.007.167-72, residente e domicilia-
do na Cidade e Estado de São Paulo, com endereço na Rua Hungria n° 1240, 5° andar, Conjunto 51,
Jardim Europa, CEP n° 01.455-000, na qualidade de Diretor-Presidente e Diretor Vice-Presidente de
Subscrição Interino; - Wilson Toneto, brasileiro, casado, contador, portador da carteira de identidade
nº 13.110.917, expedida pela SSP/SP, inscrito no CPF sob o nº 043.399.058-95, residente e domi-
ciliado na Rua Arandu nº 222, apto 231, Bloco A, Brooklin, São Paulo - SP, CEP n° 04.562.030, na
qualidade de Diretor Vice-Presidente Técnico e de Operações; - Willy Otto Jordan Neto, brasileiro,
divorciado, economista, portador da carteira de identidade nº 09578730-5, expedida pelo IFP-RJ,
inscrito no CPF sob o nº 025.989.347-17, residente e domiciliado em São Paulo/SP, na Alameda
Franca, 660, apto 02 - Jardim Paulista, CEP n°01.422-002, na qualidade de Diretor Vice-Presidente
Financeiro e de Relações com Investidores e - Carlos André Guerra Barreiros, brasileiro, divorcia-
do, advogado, portador da carteira de identidade nº 55.625.648-7, expedida pela SSP/SP, inscrito no
CPF sob o nº 832.349.187-91, residente e domiciliado na Rua Said Aiach n° 191, apto. 123, Paraíso,
São Paulo - SP, CEP n° 04003-020, na qualidade de Diretor Vice-Presidente de Riscos, Conformida-
de e Jurídico. Os referidos membros da Diretoria Estatutária da Companhia atendem às exigências
previstas nos artigos 147 e 149 da Lei nº 6.404/1976 e nos arts. 43 e 44 da Resolução CNSP nº
422/2021. 3. Designação dos Diretores Estatutários Responsáveis Perante a SUSEP: Diante da
nova composição acima mencionada, o Conselho de Administração, por unanimidade, aprovou a se-
guinte designação dos Diretores Estatutários responsáveis perante a SUSEP, por área de atividade,
na observância dos normativos abaixo citados, a partir da data de assinatura do respectivo Termo
de Posse pelo novo Diretor-Presidente da Companhia: (i) Circular SUSEP n° 234, de 28.08.2003
- art. 1º: I) Responsável pelas relações com a SUSEP: Sr. Marcos Pessôa de Queiroz Falcão; II)
Responsável técnico: Sr. Wilson Toneto; III) Responsável administrativo-financeiro: Sr. Willy Otto
Jordan Neto; e IV) Responsável pelo combate à lavagem de dinheiro (também requerido pela Lei nº
9.613, de 03.03.1998 e Circular SUSEP n° 612/20): Sr. Carlos André Guerra Barreiros; (ii) Circular
SUSEP n° 590, de 29.07.2019 - art. 2º: Responsável pelo combate a fraudes: Sr. Carlos André
Guerra Barreiros; (iii) Circular SUSEP n° 249, de 20.02.2004 - art. 3º e Resolução CNSP n° 416,
de 20.07.2021 - art. 9°: Responsável pelos controles internos: Sr. Carlos André Guerra Barreiros;
(iv) Resolução CNSP n° 432, de 12.11.2021 - art. 3º, Inciso III: Responsável pela contabilidade: Sr.
Willy Otto Jordan Neto; (v) Resolução CNSP n° 432, de 12.11.2021 - art. 3º, Inciso II: Responsável
técnico: Sr. Wilson Toneto; (vi) Resolução CNSP n° 143, de 27.12.2005 - art. 2º: Responsável pelas
apólices e endossos: Sr. Marcos Pessôa de Queiroz Falcão; e (vii) Resolução CNSP n° 383, de
20.03.2020 - art. 13: Responsável pelo SRO: Sr. Marcos Pessôa de Queiroz Falcão. Atesto que o
texto citado acima foi extraído da Ata lavrada na 309ª Reunião Extraordinária do Conselho de Admi-
nistração do IRB-Brasil Resseguros S.A., realizada no dia 16 de novembro de 2022. Rio de Janeiro,
16 de novembro de 2022. Daniela Baptista Tosta Campelo Tavares - Secretária. Ata registrada na
Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro sob o nº 00005198831 em 05/12/2022. Jorge Paulo
Magdaleno Filho - Secretário Geral da JUCERJA.
Companhia Aberta
Ata da 313ª Reunião Extraordinária do Conselho de Administração
Data, Hora e Local: Aos 18 dias do mês de janeiro de 2023, às 13 horas, reuniu-se, extraordina-
riamente, por videoconferência, o Conselho de Administração do IRB-Brasil Resseguros S.A. (“IRB
Brasil RE” ou “Companhia”) com a participação dos Conselheiros: Antônio Cássio dos Santos, na
qualidade de Presidente do Conselho de Administração, Antonio Francisco de Lima Neto, Ellen Gra-
cie Northfleet, Ivan Gonçalves Passos, Henrique José Fernandes Luz e Israel Aron Zylberman. Na
qualidade de secretária, Daniela Tavares, Gerente de Suporte aos Órgãos de Governança. Ausente
por se declarar conflitado Hugo Daniel Castillo Irigoyen. Convocação: Dispensada a convocação
face à presença da totalidade dos membros do Conselho de Administração, nos termos do artigo
22, parágrafo quarto, do Estatuto Social da Companhia. Assuntos para Discussão/Deliberação: 1.
Eleição do Diretor Vice-Presidente de Subscrição da Companhia: O Conselho de Administração,
em consonância com o disposto nos artigos 23, inciso XXXIX, 24, parágrafo primeiro, e 25, inciso II,
do Estatuto Social da Companhia, por unanimidade, elegeu o Sr. Hugo Daniel Castillo Irigoyen,
abaixo qualificado, ao cargo de Diretor Vice-Presidente de Subscrição, que estava sendo ocupado
interinamente pelo Diretor Presidente da Companhia, para complemento do mandato unificado da
Diretoria Estatutária até 02.07.2023. O Diretor Vice-Presidente de Subscrição tomará posse do re-
ferido cargo na presente data, com mandato pelo prazo remanescente da Diretoria Estatutária da
Companhia. Diante da deliberação acima, a Diretoria Estatutária da Companhia passará a ter a
seguinte composição, a partir da data de assinatura do respectivo Termo de Posse pelo novo Diretor
Vice-Presidente de Subscrição: - Marcos Pessôa de Queiroz Falcão, brasileiro, divorciado, econo-
mista, portador da carteira de identidade n° 4.740.688-9, expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob
o n° 914.007.167-72, na qualidade de Diretor-Presidente; - Wilson Toneto, brasileiro, casado, con-
tador, portador da carteira de identidade nº 13.110.917, expedida pela SSP/SP, inscrito no CPF sob
o nº 043.399.058-95, na qualidade de Diretor Vice-Presidente Técnico e de Operações; - Willy Otto
Jordan Neto, brasileiro, divorciado, economista, portador da carteira de identidade nº 09578730-5,
expedida pelo IFP-RJ, inscrito no CPF sob o nº 025.989.347-17, na qualidade de Diretor Vice-Pre-
sidente Financeiro e de Relações com Investidores; - Carlos André Guerra Barreiros, brasileiro,
divorciado, advogado, portador da carteira de identidade nº 55.625.648-7, expedida pela SSP/SP,
inscrito no CPF sob o nº 832.349.187-91, na qualidade de Diretor Vice-Presidente de Riscos, Con-
formidade e Jurídico; - Hugo Daniel Castillo Irigoyen, brasileiro, divorciado, engenheiro, portador
da carteira de identidade n° 2005594979 SSP/RS e inscrito no CPF sob o n° 193.921.410-68, na
qualidade de Diretor Vice-Presidente de Subscrição, e - Thaís Ricarte Peters, brasileira, divorciada,
economista, portadora da carteira de identidade nº 2427500, expedida pelo SSP/DF, inscrita no CPF/
MF sob o nº 715.348.651-87, na qualidade de Diretora sem designação específica. Os referidos
membros da Diretoria Estatutária da Companhia atendem às exigências previstas nos artigos 147 e
149 da Lei nº 6.404/1976 e nos arts. 43 e 44 da Resolução CNSP nº 422/2021, bem como possuem
como endereço comercial comum a Avenida Marechal Câmara n° 171, 5° andar, Bairro Castelo,
Rio de Janeiro - RJ, CEP n° 20.020-901. 2. Designação dos Diretores Estatutários Responsá-
veis perante a SUSEP: Diante da nova composição acima mencionada, o Conselho de Adminis-
tração, por unanimidade, aprovou a seguinte designação dos Diretores Estatutários responsáveis
perante a SUSEP, por área de atividade, na observância dos normativos abaixo citados, a partir da
presente data: (i) Circular SUSEP n° 234, de 28.08.2003 - art. 1º: I) Responsável pelas relações
com a SUSEP: Sr. Carlos André Guerra Barreiros; II) Responsável técnico: Sr. Wilson Toneto; III)
Responsável administrativo-financeiro: Sr. Willy Otto Jordan Neto; e IV) Responsável pelo combate
à lavagem de dinheiro (também requerido pela Lei nº 9.613, de 03.03.1998 e Circular SUSEP n°
612/20): Sr. Carlos André Guerra Barreiros; (ii) Circular SUSEP n° 590, de 29.07.2019 - art. 2º:
Responsável pelo combate a fraudes: Sr. Carlos André Guerra Barreiros; (iii) Circular SUSEP n°
249, de 20.02.2004 - art. 3º e Resolução CNSP n° 416, de 20.07.2021 - art. 9°: Responsável pelos
controles internos: Sr. Carlos André Guerra Barreiros; (iv) Resolução CNSP n° 432, de 12.11.2021
- art. 3º, Inciso III: Responsável pela contabilidade: Sr. Willy Otto Jordan Neto; (v) Resolução CNSP
n° 432, de 12.11.2021 - art. 3º, Inciso II: Responsável técnico: Sr. Wilson Toneto; (vi) Resolução
CNSP n° 143, de 27.12.2005 - art. 2º: Responsável pelas apólices e endossos: Sr. Hugo Daniel
Castillo Irigoyen; e (vii) Resolução CNSP n° 383, de 20.03.2020 - art. 13: Responsável pelo SRO:
Sr. Hugo Daniel Castillo Irigoyen. 3. Renúncia de Membro Titular do Conselho de Administração
da Companhia: Considerando as deliberações supra e tendo presente sua recente eleição como
Diretor Vice-Presidente de Subscrição da Companhia, o Conselho de Administração registrou ter to-
mado conhecimento da renúncia do Sr. Hugo Daniel Castillo Irigoyen ao cargo de Membro Titular do
Conselho de Administração, na data de hoje, ficando registrado também a sua consequente renúncia
dos cargos de Coordenador e Membro do Comitê de Pessoas, Nomeação e Remuneração, para os
quais foi designado por este Conselho em 24.02.2022 e 05.03.2021, respectivamente, bem como de
membro do Comitê de Política de Subscrição e Acompanhamento de Sinistros Vultosos, para o qual
foi designado por este Conselho em 04.07.2020. A Companhia agradece ao Sr. Daniel Castillo pelo
profissionalismo e dedicação durante o período em que atuou como Membro Titular do Conselho de
Administração e Membro Conselheiro dos referidos Comitês de Assessoramento. Encerramento:
Por unanimidade dos votos dos presentes, foi autorizada a lavratura da presente ata em forma de
sumário. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, lavrando-se a presente ata, a qual foi
lida, achada conforme e assinada pelos conselheiros presentes. Rio de Janeiro, 18 de janeiro de
2023. Antônio Cássio dos Santos - Presidente, Antonio Francisco de Lima Neto - Conselheiro,
Ellen Gracie Northfleet - Conselheira, Henrique José Fernandes Luz - Conselheiro, Ivan Gonçal-
ves Passos - Conselheiro, Israel Aron Zylberman - Conselheiro. Ata registrada na Junta Comercial
do Estado do Rio de Janeiro sob o nº 00005291991 em 31/01/2023. Jorge Paulo Magdaleno Filho
- Secretário Geral da JUCERJA.
B4 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Empresas | Indústria
Concessão Ativo em São Gonçalo
CADU ROLIM/FOTOARENA/FOLHAPRESS

do Amarante foi devolvido à União

Aeroporto no
RN deve ser
relicitado em
até 15 dias
Raphael Di Cunto e
Murillo Camarotto
De Brasília
O ministro dos Portos e Aero-
portos, Márcio França, disse nes-
ta quarta-feira (1) que espera re-
licitar o Aeroporto de São Gonça-
lo do Amarante, na região metro-
politana de Natal, em até 15 dias.
Um roadshow para a busca de in-
vestidores interessados em assu-
mir o terminal, segundo ele, será
iniciado na próxima semana.
O aeroporto está em processo
de devolução pela Inframerica —
mesma concessionária que ad-
ministra atualmente o Aeropor-
to de Brasília. A devolução foi so-
licitada há mais de dois anos,
mas a nova licitação só foi apro-
vada na semana passada pelo Tri-
bunal de Contas da União (TCU).
Sobre os outros dois aeropor-
tos em processo de devolução,
Viracopos (SP) e Galeão (RJ), o
ministro disse que os atuais ope-
radores gostariam de “desistir
da desistência”, mas que não há
atualmente previsão legal para
esse tipo de operação.
“As empresas querem voltar
atrás, o problema é que não esta-
mos encontrando, juridicamen-
te, a renúncia da renúncia”, con-
tou França. “Não se tem essa fór-
mula”, disse o ministro, antes de
sugerir que o governo poderá
tentar encontrar uma solução.
A definição dos valores de in-
O aeroporto em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Natal, está em processo de devolução pela Inframerica e será licitado novamente
denização que serão pagos às
empresas que devolvem as con-
cessões é o grande entrave para
o avanço das relicitações. No ca-
so de Viracopos, por exemplo, a
discussão sobre as cifras bilioná-
rias está sendo travada em um
processo de arbitragem.
O ministro também chamou a
atenção para a possibilidade de
queda na qualidade do serviço
prestado pelas empresas que ma-
nifestaram o desejo de devolver
as concessões de aeroportos. Se-
gundo ele, se isso acontecer o go-
verno poderá acionar a Infraero,
que assumiria o aeroporto antes
do novo leilão ser realizado.
Conforme revelado pelo Valor,
o TCU deve destravar a análise de
relicitação de Viracopos. O julga-
mento estava previsto para acon-
tecer na quarta-feira , mas foi reti-
rado da pauta do tribunal. Ainda
assim, o ministro Vital do Rêgo,
relator, considerou a hipótese de
“solução amigável” para perma-
nência da atual operadora.
De acordo com ele, em “obser-
vância do interesse público”, po-
deria ser verificada a possibilida-
de de “uma solução amigável e
consensual” entre poder conce-
dente e a operadora para desfa-
zer o termo aditivo e manter Vi-
racopos sob a gestão atual.
França também confirmou
ontem o nome de Juliano Alcân-
tara Norman para o comando da
Secretaria de Aeroportos do mi-
nistério. Norman é o atual dire-
tor-presidente da Agência Nacio-
nal de Aviação Civil (Anac).
Segundo o ministro, a forma-
lização da indicação ainda de-
pende da desvinculação de Nor-
man na Anac. Especialista em
Regulação da Aviação Civil, ele é
diretor da agência desde 2016.
Norman retorna ao cargo de
secretário de Aeroportos, que
ele já ocupou entre 2011 e 2013,
no governo da ex-presidente
Dilma Rousseff (PT). Também foi
secretário de Navegação Aérea
Civil, entre 2013 e 2016.
França também já anunciou os
nomes do secretário-executivo
da pasta, que será Roberto Gus-
mão, e do novo secretário de Por-
tos, Fabrizio Pierdomênico. Gus-
mão comandava o Porto de Sua-
pe, em Pernambuco, e Pierdomê-
nico vem do Porto de Santos.

Cannabis medicinal pode chegar em breve ao SUS de SP

Farmacêuticas
Stella Fontes
De São Paulo
Se os prazos estabelecidos na
lei 17.618/2023, que instituiu a
política estadual de fornecimen-
to gratuito de medicamentos à
base de canabidiol em São Pau-
lo, forem observados, a rede pú-
blica de saúde no Estado pode
começar, em breve, a prescrever
e distribuir tais produtos.
Sancionada na terça-feira pelo
governador Tarcísio de Freitas
(Republicanos), a medida foi co-
memorada pela classe médica,
associações e empresas do setor,
seja por ampliar o acesso a esse
tipo de terapia, seja por ampliar a
educação médica e levar infor-
mação sobre a cannabis para fins
terapêuticos aos profissionais da
rede pública de saúde. Mas ela
ainda depende de regulamenta-
ção, cujas discussões tendem a
ser complexas sobretudo se con-
siderado o histórico recente do
debate sobre cannabis no país.
Considerada pouco restritiva,
a lei prevê que a Secretaria de
Saúde conduzirá esses trabalhos
e, em 30 dias, será criada uma co-
missão de trabalho — constituí-
da por representantes de dife-
rentes setores — que vai definir
quais patologias serão tratadas,
os produtos que serão distribuí-
dos e as formas de fornecimento.
Cumprida essa etapa, em 90
dias o programa estaria em vi-
gor. “É um marco importante.
Mostra que se chegou a um
amadurecimento da discussão,
que sai do proibicionismo e vai
para patologias e indicações”,
diz a médica Paula Dall’Stella,
uma das pioneiras na prescrição
de cannabis medicinal no Brasil
e pesquisadora do Hospital Sí-
rio-Libanês sobre o assunto.
“Essa lei vem de encontro a
uma problemática intensa e real
no Brasil, que é o acesso. Há bons
produtos [de cannabis] para en-
fermidades crônicas”, afirma
Dall’Stella. “Também é importan-
te para a educação médica, é uma
virada de chave”, acrescenta.
Tanto a especialista quanto in-
dústria e associações concordam
que essa etapa de regulamentação
será essencial para garantir que o
acesso a tratamentos à base de
cannabis medicinal seja democra-
tizado de fato. Hoje, pouco mais
de 20 produtos têm autorização
da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) para venda nas
farmácias, e uma dezena já é efeti-
vamente comercializada, mas a
preços ainda elevados.
“É uma ótima notícia para o
setor de cannabis medicinal,
mas sobretudo para pessoas de
baixa renda que precisam de te-
rapia com canabinoides”, diz
Tarso Araújo, diretor-executivo
da BRCANN, entidade que reúne
empresas do setor no país. Em
São Paulo, o fornecimento des-
ses tratamentos pelo Estado ain-
da se dá apenas pela via judicial.
De acordo com Araújo, a regu-
lamentação terá de responder a
algumas perguntas essenciais, em
particular se a política estadual
vai contemplar medicamentos à
base de cannabis ou produtos, em
linha com a resolução (RDC) 327
da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Há uma diferença técni-
ca entre medicamento e produto,
o que reduziria drasticamente a
oferta na rede pública.
“O uso de cannabis para fins te-
rapêuticos ainda é muito estigma-
tizado. Mas essa iniciativa pode
inspirar outros Estados e o gover-
no federal se der certo”, pondera o
executivo. Além disso, acrescenta,
do ponto de vista simbólico, a lei
paulista legitima a importância
das terapias com cannabis.
Na avaliação do fundador e
presidente da VerdeMed, José Ba-
cellar, a decisão do governo pau-
lista indica, claramente, que há
reconhecimento de que essa é
uma terapia importante e tem
um viés político — afinal, o atual
governador de São Paulo foi mi-
nistro do ex-presidente Jair Bol-
sonaro, cuja gestão foi veemente-
mente contrária ao uso de canna-
bis para fins terapêuticos no país.
“Essa discussão precisa avançar
também na esfera federal. O PL
399/2015, que é um marco da
cannabis medicinal no país,
avançou no Congresso mesmo
coma oposição do governo. Mas é
preciso estar preparado para a
tropa de choque conservadora”,
alerta o executivo, referindo-se ao
debate que será instaurado com a
regulamentação da lei paulista.
Com sede em Toronto, no Cana-
dá, a VerdeMed já oferece alguns
de seus produtos em grandes re-
des de drogarias brasileiras.

Catena-X diz que Cade impediu operação global do grupo

Concorrência Defesa Econômica (Cade) de ter concorrenciais, exigiu condições pelo Cade, que não foram nego- “Quando se trata de uma fusão As montadoras argumentam
inviabilizado uma operação de para a operação ser aprovada e ciadas previamente. Permitido com pontos de venda físicos, é re- que, apesar de discordarem das
Guilherme Pimenta e alcance internacional, voltada nega irregularidades. em lei, o uso desse mecanismo é lativamente simples. Em se tra- preocupações concorrenciais
Beatriz Olivon para ações de ESG, sob o argu- Trata-se de uma joint-venture raro no órgão. tando de um negócio com troca apontadas previamente pelo Cade,
De Brasília mento de que o órgão brasileiro global entre Volkswagen, BMW, Apesar de as empresas terem de informações, relativas a peças já haviam estruturado um conjun-
determinou a aplicação de obri- Mercedes-Benz, Basf, Henkel, informado ao órgão que desisti- e aplicativos que poderão ser to de medidas de compliance que
Um grupo de montadoras da gações “inexequíveis, inconsti- SAP, Schaeffler, Siemens, T-Sys- ram da plataforma, chamou vendidos no Brasil, isso seria difi- afastariam riscos concorrenciais e
Alemanha e empresas fornece- tucionais e ilegais” ao negócio tems e ZF, que criariam uma or- atenção de membros da autar- cílimo”, comentou uma fonte. apontam que elas haviam sido
doras de peças e serviços acusam que teriam impossibilitado o ganização para cooperação tec- quia, na quarta-feira (1), que elas A peça das empresas aponta acertadas com o conselheiro-rela-
o Conselho Administrativo de projeto. O Cade viu problemas nológica e de inovação, denomi- estão anunciando que a operação que o voto do conselheiro-rela- tor. “A despeito de as medidas aci-
nada Catena-X. O caso já havia si- foi consumada ao redor do mun- tor, Gustavo Augusto, impôs ma não terem sido alteradas, a últi-
do aprovado no Chile, Coreia do do, decidindo excluir o Brasil do obrigações “sem a devida discus- ma proposta informal foi inespe-
Sul, Polônia, Ucrânia, Alemanha negócio após a decisão do Cade. são com as [empresas] e resultan- radamente rejeitada”, dizem.
Bradesco Seguros S.A. – CNPJ no 33.055.146/0444-84 e Comissão Europeia, restando Ainda assim, o Valor apurou que, do em condições praticamente O conselheiro exigiu, entre ou-
Torna Publico o Recebimento da Licença Ambiental Simplificada - LAS, no 41
apenas a chancela brasileira. As após as notícias, o Cade decidiu impossíveis de serem implemen- tras obrigações, que um monitor
SOL/DLA, junto a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
empresas defendiam que o pro- que vai analisar o assunto na ses- tadas e/ou que violam dispositi- independente deveria manter
Ambiental - SEMA/RO, para atividade de Sociedade Seguradora de Seguros
jeto serviria para tornar a expe- são da próxima semana e tende a vos constitucionais ou legais”. contato ativo com o Cade a res-
Vida, na Avenida 7 de setembro, 711, 2o andar, Centro, Porto Velho, RO.
riência do cliente mais segura, declarar a operação reprovada O caso foi julgado no fim de peito da plataforma, efetuar rela-
além de auxiliar no processo de caso as montadoras não recuem dezembro. O Tribunal, por una- tórios de novos sistemas. Além
PREGÃO ELETRÔNICO BINACIONAL descarbonização, possibilitando até o próximo sábado, prazo final nimidade, seguiu o voto do con- disso, toda empresa com fatura-
EF 2299-22 a troca de informações. para aderirem ao acordo. selheiro e determinou a aplica- mento acima de R$ 75 milhões
Na petição endereçada ao Ca- Se declarada reprovada, há um ção das obrigações. O conselhei- no Brasil que aderisse à platafor-
Objeto: serviços de obras civis na área industrial da Usina Hidroelétrica de ITAIPU. de nesta semana, as companhias entendimento interno de que ela ro apontou que as propostas ma deveria contar com autoriza-
Condição de participação: empresa legalmente estabelecida no Brasil ou no informam que estão desistindo não poderia ser concretizada em apresentadas pelas empresas se ção prévia do órgão brasileiro.
Paraguai.
da operação e apontam que, ao nenhum lugar do mundo e, por- mostraram insuficientes e, as- O Cade defendeu a decisão de
Caderno de bases e condições: disponível nos sites
https://compras.itaipu.gov.br ou contrário de todos os outros paí- tanto, o órgão deve abrir proces- sim, caberia ao Tribunal decidir dezembro e informou que foi cole-
https://compras.itaipu.gov.py. ses do mundo que a analisaram, so contra as empresas e seus exe- unilateralmente os remédios. giada, “cujo objetivo é promover
Recebimento das propostas: até as 9h (horário de Brasília) de 15 de fevereiro de o Brasil foi o único que exigiu cutivos pela prática de gun jum- “Nesse caso, poderão se compro- condições para uma efetiva com-
2023.
“remédios unilaterais”, conside- ping — quando um negócio é meter a adotar os remédios ora petição entre as empresas, de mo-
Daniele Tassi Simioni Gemael Samuel Valiente Claverol rados por elas impossíveis de se- concretizado sem o aval do Cade. designados, hipótese na qual a do a resguardar o ambiente con-
Superintendente de Compras Superintendente-adjunto de Compras rem adotados. Na prática, isso Membros do órgão dizem nos operação poderá ser consuma- correncial no mercado brasileiro”.
significa que as empresas só po- bastidores que, dado o modelo da; ou rejeitar os referidos remé- A Mercedes Benz informou que
SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO deriam concretizar a Catena-X de negócio, seria difícil excluir o dios, hipótese na qual a opera- por uma questão geográfica, o Bra-
E DA PREVIDÊNCIA – SEAP se adotassem as regras impostas Brasil totalmente da operação. ção será reprovada”, pontuou. sil não faz parte do projeto.
DEPARTAMENTO DE LOGISTICA PARA
CONTRATAÇÕES PÚBLICAS - DECON
DEVOLUÇÃO DE PRAZO
PREGÃO ELETRÔNICO Nº 1327/2022 - SRP
PROTOCOLO Nº 18.752.353-2
OBJETO: Futura e eventual aquisição de FARDAMENTO – CAMISA TÁTICA, GANDOLA TÁTICA E CALÇA.
INTERESSADO: PMPR/SESP.
AUTORIZADO pelo Exmo. Sr. Secretário de Estado da Administração e da Previdência, em 08
de novembro de 2022.
ABERTURA: 16 de fevereiro de 2023 às 09:00 hrs.
LOCAL da DISPUTA e EDITAL: www.licitacoes-e.com.br
Informações Complementares: www.administracao.pr.gov.br/Compras
e www.transparencia.pr.gov.br.
 Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | Valor | B5

Empresas | Serviços&Tecnologia
Logística Companhia também terá verba para carros elétricos e tecnologia
SILVIA ZAMBONI/VALOR

DHLinvesteR$800milhões
emredeprópriadearmazéns
Daniela Braun
De São Paulo
Sob novo comando desde a vi-
rada do ano, a operação brasilei-
ra da DHL Supply Chain, braço de
armazenagem e distribuição da
alemã DHL, planeja investir
R$ 800 milhões na construção de
armazéns próprios, na eletrifica-
ção de sua frota de veículos e em
tecnologia, incluindo automa-
ção e robôs, até o final de 2025.
“Ter o próprio espaço traz uma
relação custo-benefício mais
competitiva, com um edifício
mais eficiente, do ponto de vista
operacional e sustentável, em
uma localização estratégica”, diz
Plínio Pereira, presidente da em-
presa desde 1º de janeiro.
A estratégia também é uma
forma de fazer frente a outras gi-
gantes do setor como as america-
nas FedEx Logistics e UPS, con-
correntes globais que também
atuam no Brasil.
A onda de demissões em multi-
nacionais nos Estados Unidos e na
Europa chegou ao setor de logísti-
ca. Nesta quarta-feira a matriz da
FedEx anunciou o corte de 10% das
equipes de diretores e executivos.
Mas o presidente da subsidiária
brasileira da DHL Supply Chain,
atualmente com 17 mil colabora-
dores locais, diz que a empresa se-
gue contratando por aqui. “O qua-
dro de funcionários aumentou
bastante nos últimos cinco anos,
quando tínhamos metade da equi-
pe no Brasil”, afirmou.
A primeira operação construída
do zero pela DHL Supply Chain se-
rá um hub logístico localizado em
um terreno de 300 mil metros qua-
drados às margens da rodovia
Anhanguera em Jundiaí (SP),
anunciou a empresa em novem-
bro. O espaço, que será inaugura-
do em 2025, terá dois armazéns
com um total de 137 mil m2 de
área construída.
Segundo Pereira, a empresa tem
interesse em erguer mais espaços
de armazenagem. “Estamos ava-
liando oportunidades em Minas
Gerais, Espírito Santo, Santa Cata-
rina e Goiânia”, disse.
Atualmente, a DHL administra
1.300 metros quadrados de arma-
zenagem em espaços alugados e
operações de clientes. Faz parte do
plano ampliar esta área para 1.500
metros quadrados neste ano.
“Investir em uma operação imo-
biliária própria é algo novo para
nós”, diz o executivo. Segundo esti-
mativa da empresa, os ativos imo-
biliários associados à cadeia logís-
tica representam até 50% do inves-
timento total em instalações de ar-
mazenagem e distribuição.
Com 15 anos de casa, Pereira
assumiu o comando da DHL Sup-
ply Chain no lugar de Maurício
Barros, que assumiu o cargo de
vice-presidente sênior global da
companhia, após cinco anos pre-
sidindo a operação local.
Atualmente, a companhia
atende a 200 empresas no Brasil
com foco nos segmentos auto-
motivo, de bens de consumo, tec-
nologia, saúde, energia e manu-
fatura e químico, bem como va-
rejo on-line e lojas físicas.
Segundo Pereira, reduzir cus-
tos sempre foi um desafio para os
clientes de serviços logísticos.
“Agora as indústrias vêm passan-
do pelo desafio do posiciona-
mento de estoque que se reflete
diretamente na equação de cus-
to, qualidade e tempo de atendi-
mento”, observa.
Ainda neste primeiro semes- Plínio Pereira, da DHL Supply Chain: ‘Relação custo-benefício mais competitiva’
tre, a empresa pretende lançar
um serviço de logística completa tricos representam cerca de 20% apresentou uma receita global
para vendas on-line. “Muitos ni- da frota própria. de R$ 132,9 bilhões (24 bilhões
chos ainda apresentam grandes Assim como as construções de de euros), alta de 20% sobre o re-
possibilidades, sem contar o po- armazéns sustentáveis, a expan- sultado apresentado um ano an-
tencial sinérgico de consolida- são da frota elétrica da DHL faz tes. No mesmo período, o lucro
ção nas entregas e pontos avan- parte da meta de redução de líquido de R$ 7,2 bilhões (1,3 bi-
çados de armazenagem”, diz o emissões de carbono da empresa lhão de euros) avançou 14,5%.
presidente da empresa. em 50% até 2030. Em novembro, a empresa ele-
O investimento programado A DHL Supply Chain é uma das vou sua projeção de lucro antes
para os próximos dois anos ain- seis empresas do conglomerado de juros e tributos (Ebit, na sigla
da contempla o aumento da fro- alemão de serviços postais e en- em inglês) para o ano fiscal de
ta atual de 80 veículos elétricos tregas expressas Deutsche Post 2022 de R$ 44,3 bilhões (8 bi-
para cerca de 120 ao longo deste DHL Group. No terceiro trimes- lhões de euros) para R$ 46,5 bi-
ano. Atualmente, os veículos elé- tre fiscal de 2022, o grupo DHL lhões (8,4 bilhões de euros).

Amazon é notificada por falta de segurança em depósitos nos EUA

Comércio on-line
Dow Jones Newswires, de Nova York
A Administração de Segurança
e Saúde Ocupacional do Depar-
tamento de Trabalho dos Estados
Unidos disse nesta quarta-feira
que notificou a varejista Amazon
por violações de segurança em
três de seus depósitos, após ins-
peções em instalações em Auro-
ra, Colorado, Nampa, Idaho e
Castleton, locais na Flórida, Illi-
nois e Nova York.
Além das três citações em janei-
ro, a agência em dezembro citou
vários depósitos da Amazon por
não relatar adequadamente as le-
sões sofridas por seus emprega-
dos. A Amazon enfrenta uma mul-
ta de US$ 46.875.
A agência disse que descobriu
que a Amazon expôs os trabalha-
dores a um alto risco de lesões e
distúrbios musculares nas instala-
ções devido ao ritmo acelerado em
que os trabalhadores devem lidar
com pacotes e longas horas neces-
sárias para concluir as tarefas.
“Os métodos operacionais da
Amazon estão criando condições e
processos de trabalho perigosos,
levando a sérios ferimentos aos
trabalhadores”, disse o secretário
assistente de segurança e saúde
ocupacional, Doug Parker, em no-
ta. A agência disse que continua
sua investigação sobre a segurança
das instalações da Amazon.
Kelly Nantel, porta-voz da Ama-
zon, disse em um comunicado que
a empresa leva a sério a segurança
e a saúde de seus funcionários e
não acredita que as alegações do
governo reflitam a realidade da se-
gurança nas instalações.
A Amazon disse que investiu na
redução de lesões, inclusive por
meio de rotações de trabalho, gru-
pos de alongamento e ambientes
de engenharia para reduzir o po-
tencial de lesões musculares. A em-
presa disse que reduziu as taxas de
lesões em suas instalações em qua-
se 15% entre 2019 e 2021.
A empresa também mudou seu
modelo para introduzir mais auto-
mação nas instalações. No final do
ano passado, revelou uma coleção
de novos robôs que incluía um
com um braço que combina inteli-
gência artificial avançada e uma
variedade de garras, e poderia um
dia substituir certos empregos na
Amazon.

A Strategy& - consultoria estratégica da PwC - e o jornal Valor Econômico

convidam sua empresa a participar da 9ª edição do Valor Inovação Brasil, a mais
importante premiação sobre o tema voltada às grandes organizações do país.

A pesquisa apontará as empresas mais inovadoras setorialmente, além de apresentar

o ranking das 150 com as melhores práticas de inovação no Brasil.

ACESSE E INSCREVA SUA EMPRESA

ATÉ 28 DE FEVEREIRO.

Realização: Apoio:
B6 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Empresas | Serviços&Tecnologia
Crise Justiça autoriza Bradesco a compartilhar com a
CVM eventuais provas produzidas contra a varejista
Americanas sofre
busca e apreensão
de e-mails no Rio
Rodrigo Carro, Álvaro Campos e
Fernanda Guimarães
Do Rio e de São Paulo
O esforço jurídico de bancos
credores no sentido de produzir
provas antecipadas contra a Ame-
ricanas resultou em uma diligên-
cia no Rio de Janeiro, nesta quarta-
feira, para busca e apreensão de e-
mails trocados por funcionários
nos últimos dez anos. Também on-
tem, a Justiça de São Paulo — aten-
dendo a um pedido da Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) —
autorizou o Bradesco a comparti-
lhar com o regulador do mercado
de capitais brasileiro eventuais
provas que possam ser produzidas
no processo de busca e apreensão
de documentos na varejista.
Em processos distintos, Brades-
co e Santander solicitaram à Justi-
ça a produção antecipada de pro-
vas contra a Americanas. A dili-
gência desta quarta-feira atendeu
a um pedido do Santander. Na se-
mana passada, o juiz Paulo Rogé-
rio Santos Pinheiro, da 43ª Vara
Cível, do Tribunal de Justiça do Es-
tado de São Paulo (TJ-SP), atendeu
ao requerimento do banco para
“busca e apreensão, por oficial de
justiça com acompanhamento de
perito em informática, de docu-
mentos eletrônicos, consistentes
nas mensagens de caixas de ‘e-
mails’ institucionais dos diretores,
membros do conselho de admi-
nistração, do conselho fiscal e do
comitê de auditoria da America-
nas S/A, atuais e que ocuparam o
cargo nos últimos dez anos”. Pro-
curado, o Santander optou por
não comentar o tema.
Segundo apurou o Valor, a di-
ligência foi realizada na tarde de
ontem, num prédio da America-
nas localizado na Rua Sacadura
Cabral, que cruza os bairros da
Gamboa e da Saúde, na região
central do Rio de Janeiro.
Nomeada na semana passada,
Patricia Punder comunicou on-
tem à Justiça sua renúncia como
perita forense no caso da Ameri-
canas “devido à falta de acordo
entre as partes em relação aos
Lucro da Meta
cai 55% no 4º tri
Redes sociais
Victoria Netto
De São Paulo
A Meta Platforms, dona do Face-
book, WhatsApp e Instagram re-
gistou lucro líquido de US$ 4,65 bi-
lhões no quarto trimestre de 2022,
o que representa uma queda de
55% em relação ao reportado um
ano antes. A expectativa de Wall
Street era de um lucro de US$ 6 bi-
lhões no quarto trimestre.
O lucro diluído por ação caiu
52%, de US$ 3,67 nos últimos três
de 2021 para US$ 1,76 em 2022.
A receita da ‘Big Tech’ totalizou
US$ 32,16 bilhões no quarto tri-
mestre, com redução de 4% em re-
lação a igual intervalo de 2021. O
resultado ficou acima do esperado
por analistas consultados pela
FactSet, que esperavam receita de
quase US$ 31,6 bilhões, segundo a
“Dow Jones Newswires”.
No acumulado dos 12 meses de
2022, a empresa reportou lucro lí-
quido de US$ 23,2 bilhões, com
baixa de 41% em relação ao lucro
registrado em 2021. A receita total
do ano de 2022, por sua vez, caiu
1%, para US$ 116,6 bilhões.
A Meta anunciou também um
programa de recompra de ações
no valor de US$ 40 bilhões. A notí-
cia elevou o valor das ações da em-
presa em 18,6% na Nasdaq (NY),
honorários relacionados com os
serviços a serem providos” no
processo judicial. A informação
consta de um e-mail enviado pe-
la perita à juiza Andréa Galhardo
Palma, da 2ª Vara Empresarial
Regional de Competência Em-
presarial e de Conflitos Relacio-
nados à Arbitragem de São Pau-
lo. Na semana passada, atenden-
do a um pedido do Bradesco, Pal-
ma também autorizou a busca e
apreensão de e-mails trocados
nos últimos dez anos por direto-
res, conselheiros e outros funcio-
nários da Americanas.
Punder chegou a manifestar à
Justiça que aceitava o encargo
para atuar como perita investi-
gativa e apresentou proposta
provisória de honorários no va-
lor de R$ 23,5 milhões. Em en-
trevista ao Valor, a perita foren-
se afirmou que não desistiu da
atribuição apenas por uma
questão de remuneração.
Perita nomeada renuncia
ao perceber
“movimentação política
e ambiente tóxico” que
poderiam gerar pressões
“Não é só uma questão de di-
nheiro”, sustentou Punder. “Per-
cebi [nas conversas com executi-
vos do ramo de auditoria e com-
pliance] que há toda uma movi-
mentação política, um ambiente
tóxico que poderia hipotetica-
mente gerar pressões no futuro”,
argumenta. Punder faz questão
de frisar que não sofreu qualquer
pressão, mas que a falta de “um
grande parceiro” [do ramo de au-
ditoria] para apoiá-la nas futuras
perícias pesou na sua decisão.
Em 26 de janeiro, na mesma
decisão em que nomeou Punder,
a magistrada Andréa Palma indi-
cou a EY para acompanhar a dili-
gência e, posteriormente, condu-
zir a produção das provas peri-
ciais, incluindo a realização de
perícia contábil. Em resposta
protocolada na Justiça em 27 de
cotadas a US$ 181,62, no pós-mer-
cado às 19h. No fechamento, a alta
foi de 2,79%, para US$ 153,12.
A receita da família de aplicativos,
que inclui Facebook, WhatsApp e
Instagram, foi de US$ 31,44 bilhões
nos últimos três meses de 2022, sen-
do 4,1% menor em base anual. Mas o
resultado também ficou acima do
esperado, de US$ 30,81 bilhões.
O Facebook registrou 2 bilhões
de usuários diários ativos (DAUs,
na sigla em inglês) em dezembro,
segundo a Meta, ultrapassando as
estimativas de 1,98 bilhão.
Segundo a empresa, esta foi a
primeira vez que chega à marca de
2 bilhões. Em relação ao mesmo
intervalo do ano anterior, o núme-
ro significa uma expansão de 4%.
Os usuários ativos mensais
(MAUs) ficaram em 2,96 bilhões
no período, uma alta de 2% ante o
ano anterior.
“Nossa comunidade continua a
crescer e estou satisfeito com o forte
engajamento em nossos aplicativos.
O Facebook acaba de atingir a marca
de 2 bilhões de ativos diários”, disse
Mark Zuckerberg, fundador e dire-
tor-presidente da Meta, em telecon-
ferência de resultados.
A empresa também apresentou
uma projeção de receita que supe-
rou as estimativas. Para o primeiro
trimestre de 2023, a Meta espera
receita na faixa de US$ 26 bilhões a
US$ 28,5 bilhões.
janeiro, a EY declinou do encargo
alegando que foi contratada co-
mo assessora do comitê indepen-
dente criado pelo conselho de
administração da Americanas. O
comitê tem a função de averiguar
as circunstâncias que geraram
inconsistências contábeis da or-
dem de R$ 20 bilhões.
Ainda em 27 de janeiro, a juíza
da 2ª Vara Empresarial Regional
de Competência Empresarial e
de Conflitos Relacionados à Arbi-
tragem de São Paulo nomeou co-
mo substituta da EY a Deloitte
Touche Tohmatsu. “Diante das
informações prestadas pela par-
te autora e do declínio formaliza-
do pela Ernst & Young necessário
se faz a substituição da empresa
expert responsável pela condu-
ção da perícia judicial contábil.
Assim, nomeio em substituição a
empresa Deloitte Touche Toh-
matsu Consultores”, explicitou
Palma em sua decisão.
A Deloitte, por sua vez, tam-
bém declinou da nomeação.
“Ocorre que, ao final do processo
de análise das partes e do escopo
do trabalho, considerando as
nossas diretrizes internas, con-
cluiu-se que há um cenário de
conflito na atuação da Deloitte
como perita, que a impede de as-
sumir o encargo”, argumentou a
empresa, em resposta à Justiça
protocolada em 30 de janeiro.
Em virtude das desistências de EY
e Deloitte, Palma indicou a Kroll.
Procurada por meio de sua as-
sessoria para comentar a dili-
gência de busca e apreensão rea-
lizada ontem, a Americanas rea-
firmou o conteúdo do fato rele-
vante divulgado na terça-feira
(31): “Várias medidas foram im-
plementadas com o objetivo de
garantir a mais estrita preserva-
ção de informações e documen-
tos da companhia, tudo com o
objetivo de contribuir plena-
mente com as apurações em cur-
so e autoridades envolvidas”, diz
o texto. Entre as medidas lista-
das pela varejista está a contra-
tação do instituto de perícias fo-
renses IBPTECH.
Startup espacial recebe US$ 40 milhões
Inovação
Dow Jones Newswires, de Nova York
A startup do setor espacial Ex-
ploration Company anunciou
nesta quarta-feira que recebeu
um aporte de US$ 40 milhões em
rodada de investimentos lidera-
da pela gestora EQT Group.
A empresa está desenvolvendo
cápsulas espaciais reutilizáveis
que podem ser reabastecidas e
operadas no espaço por longos
períodos de tempo. A Explora-
tion tenta complementar os
avanços que a SpaceX conseguiu
com foguetes reutilizáveis.
O dinheiro do aporte será utiliza-
do para desenvolver o negócio e pre-
parar um protótipo de cápsula, cha-
Movimento falimentar
Falências Requeridas
Requerido: Attach Live Marketing Ltda. -
CNPJ: 19.614.867/0001-65 - Endereço: Rua Dr.
Guilherme Bannitz, 126, Bairro Itaim Bibi - Re-
querente: Rafael Dos Santos Cruz ME - Vara/Co-
marca: 3a Vara de Barueri/SP
Requerido: Mendes Júnior Trading e Enge-
nharia S/A - CNPJ: 19.394.808/0014-43 - En-
dereço: Av. João Pinheiro, 146, Salas 605 a 609,
706 a 709, 1401 a 1409, 1502 a 1508, 1601 a
1609, 1701 a 1709, 1801 a 1805, 1907 a 1908 e
2005, Centro - Requerente: Sandro Lunardi Ni-
coladeli - Vara/Comarca: 1a Vara Empresarial
de Belo Horizonte/MG
Processos de Falência Extintos
Requerido: Cartaplast Indústria e Comércio
de Embalagens Ltda. Ou Cartaplast do Brasil
Eireli - CNPJ: 67.467.845/0001-62 - Endereço:
Rua Dr. José Luiz Vieira Coutinho, 331, Bairro Jar-
dim Paineiras - Requerente: Verdant Plásticos Ei-
reli - Vara/Comarca: 1a Vara de Avaré/SP - Ob-
servação: Face à concessão da recuperação judi-
Kroll foi indicada para acompanhar a diligência depois que as companhias EY e Deloitte desistiram
MPT tenta organizar mediação
Paula Martini
Do Rio
Depois de se reunir com repre-
sentantes de sindicatos, o Minis-
tério Público do Trabalho (MPT)
decidiu notificar as Americanas
nesta quinta-feira, para realizar
uma audiência de mediação já
na próxima semana.
Na quarta-feira, o subprocura-
dor-geral do Ministério Público do
Trabalho Francisco Gérson Mar-
ques de Lima se reuniu com sindi-
calistas, que pediram urgência no
caso diante das primeiras notícias
de demissões na companhia.
“A mediação é uma forma ami-
gável e dialogada de compreen-
der as necessidades da empresa e
das entidades sindicais, que es-
tão muito preocupadas. A partir
de amanhã [hoje], as notificações
já serão encaminhadas”, disse o
subprocurador ao Valor.
Segundo Marques de Lima, o
Varejista encerra serviço de televendas
Daniela Braun
De São Paulo
A Americanas encerrou seu
serviço de televendas e passou a
direcionar os clientes para seu si-
re ou aplicativo.
“Prezado cliente, o nosso servi-
ço de televendas foi encerrado.
Você pode aproveitar as nossas
mado de Nyx, para ser testado no es-
paço. “Estamos a caminho de fazer
testes no ano que vem”, diz Helene
Huby, fundadora da startup.
A Exploration é uma empresa
nova, com cerca de 50 funcioná-
rios. Huby, que trabalhava na
unidade aeroespacial da Airbus,
saiu da empresa após ajudar a
desenvolver a cápsula Orion, uti-
lizada no programa Artemis.
O aporte é uma boa notícia pa-
ra o setor espacial, que viu uma
série de investimentos em 2020 e
2021, mas desde meados do ano
passado enfrenta dificuldades de
acesso a capital.
Empresas de capital aberto co-
mo Rocket Lab, Momentus, Astra
Space e Virgin Orbit, que já che-
garam a ser avaliadas em US$ 22
cial impetrada pela requerida.
Requerido: Cooperativa Habitacional Dos
Servidores da Câmara Dos Deputados Ltda.
- CNPJ: 02.718.864/0001-79 - Requerente:
Francisco Nunes Dourado Neto - Vara/Comarca:
Vara de Falências e Recuperações Judiciais do
Distrito Federal, Brasília/DF - Observação: Pe-
dido julgado improcedente.
Requerido: Kaula Importação e Serviços de
Peças Para Caminhão e Guindaste Ltda. -
CNPJ: 12.801.470/0001-33 - Endereço: Rua Dr.
Batista Pereira, 258, Bairro Macuco - Requeren-
te: César Boechat - Vara/Comarca: 8a Vara de
Santos/SP-Observação:Homologadoacordoce-
lebrado entre as partes.
Recuperação Judicial Requerida
Empresa: Nath Pereira Ferragens Eireli - CNPJ:
30.149.839/0001-57 - Endereço: Quadra Qnn 22,
Cjto. 0, S/nº, Lotes 01 e 03, Ceilândia Sul - Va-
ra/Comarca: Vara de Falências e Recuperações
Judiciais do Distrito Federal, Brasília/DF
Empresa: Tax Compliance Soluções Tributá-
rias ME - CNPJ: 12.738.024/0001-21 - Ende-
Ministério do Trabalho será convi-
dado a acompanhar o processo.
Ele ressaltou que a adesão da Ame-
ricanas é voluntária e que a mesa
de negociação será instalada assim
que a empresa aceitar participar.
“É de bom tom tratar disso em
primeiro plano com a mediação.
Se não der certo, abrem-se outros
instrumentos de atuação do
MPT”, disse o subprocurador. Ele
ressaltou que a mediação não im-
pede a continuidade de ações ju-
diciais e o recebimento de denún-
cias pelas procuradorias locais.
O pedido de mediação partiu
de entidades sindicais envolvidas
na negociação. Elas reclamam da
falta de informações sobre a rees-
truturação da empresa, que está
em recuperação judicial com dí-
vida informada de R$ 43 bilhões.
Nesta semana, a Americanas
dispensou 50 funcionários ter-
ceirizados da área de tecnologia
no Rio e em São Paulo, segundo
ofertas pelo nosso aplicativo ou
site. Obrigada”, diz a gravação da
empresa, que atende as chama-
das ao número de vendas por te-
lefone da Americanas.
O encerramento do serviço de
televendas é mais um reflexo da
crise na varejista brasileira, após
o anúncio, em 11 de janeiro, de
um rombo de R$ 20 bilhões refe-
bilhões, perderam 85% do seu va-
lor de mercado, para cerca de
US$ 3,3 bilhões atualmente.
A SpaceX, de Elon Musk, não
tem problema em acessar crédi-
to, mas sua escala operacional é
muito maior do que as outras em-
presas do setor. A empresa reali-
zou 61 lançamentos em 2022.
No último mês de dezembro,
a SpaceX foi avaliada em
US$ 140 bilhões após rodada de
investimentos. O valor é cerca de
40% maior do que em 2021. A
Exploration Company não di-
vulgou seu valor de avaliação
após o aporte.
Huby diz que os investimentos
no setor espacial mudaram nos
últimos anos, com queda brusca
nos aportes em startups.
reço: Rua Borba, 201, Bairro Jardim Imperial -
Vara/Comarca: 12a Vara Cível do Foro Regional
de Santo Amaro, São Paulo/SP
Recuperação Judicial Deferida
Empresa: Equipe Sport Promotion & Eventos
Ltda. - CNPJ: 13.425.378/0001-89 - Endereço:
Rua Arizona, 1366, 6º Andar, Cjto. 62, Bairro Ci-
dade Monções - Administrador Judicial: Laspro
Consultores Ltda., Representada Pelo Dr. Oreste
Nestor de Souza Laspro - Vara/Comarca: 2a Va-
ra de Falências e Recuperações Judiciais de São
Paulo/SP
Recuperações Judiciais Concedidas
Empresa: Luciana Teresinha Ioannou Epp, No-
me Fantasia Stop Limp - CNPJ:
24.089.106/0001-71 - Endereço: Rua Dr. Franco
da Rocha, 684, Bairro de Perdizes - Vara/Comar-
Hoje, excepcionalmente, deixamos de publicar a Agenda tributária.
MARCIA FOLETTO/O GLOBO
Ricardo Patah, presidente da
União Geral dos Trabalhadores
(UGT) e do Sindicato dos Comer-
ciários de São Paulo.
“Estamos buscando caminhos
para não haver dispensas. Haven-
do necessidade de fechamento e
demissão, queremos que os tra-
balhadores recebam todos os
seus direitos”, disse Patah.
Segundo o sindicalista, as dis-
pensas não afetaram contrata-
dos em regime CLT, que recebe-
ram os salários no dia 31 de ja-
neiro. “As dispensas de dois fun-
cionários no Paraná acontece-
ram de forma equivocada e a
empresa disse que vai pagar as
indenizações.”
Nesta sexta-feira, a cúpula da
Americanas deverá receber re-
presentantes de centrais sindi-
cais na sede da companhia, no
Rio. No mesmo dia, está prevista
manifestação convocada por
centrais sindicais.
rente a inconsistências contábeis.
A empresa, que acumula uma
dívida de R$ 43 bilhões, entrou
com um pedido de recuperação ju-
dicial no dia 19 de janeiro.
Nesta semana, a empresa rom-
peu contratos com empresas que
fornecem mão de obra terceiri-
zada. Foram cortadas 50 pessoas
da área de tecnologia.
Curta
Smart Fit avança
A Smart Fit anunciou que encer-
rou dezembro com 1.223 acade-
mias, sendo 967 unidades pró-
prias. A meta para o ano era de al-
cançar pelo menos 1.225 acade-
mias, sendo 965 unidades pró-
prias. A companhia diz que as
duas unidades restantes tiveram
sua inauguração postergada para
o primeiro trimestre. No acumula-
do do ano, a Smart Fit inaugurou
158 academias, representando um
crescimento de 15% em relação ao
final de 2021. “A expansão da
companhia em 2022, aliada à cres-
cente demanda por serviços ‘fit-
ness’ nos mercados em que a
Smart Fit opera, fortaleceu o seu
posicionamento competitivo bem
como sua posição de liderança”,
afirma a empresa.
ca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais
de São Paulo/SP - Observação: Face à homolo-
gação do plano aprovado pela assembleia geral
de credores, sendo que na mesma sentença foi de-
cretado o encerramento do processo.
Empresa: Método Administração e Participa-
ções Ltda. - CNPJ: 51.685.816/0001-37 - Ende-
reço: Praça Professor José Lannes, 40, 1º Andar,
Bairro Brooklin Novo - Vara/Comarca: 2a Vara de
Falências e Recuperações Judiciais de São Pau-
lo/SP - Observação: Face à homologação do plano
aprovado pela assembleia geral de credores.
Empresa: Método Engenharia Ltda. - CNPJ:
58.700.428/0001-27 - Endereço: Praça Profes-
sorJoséLannes,40,1ºAndar,Cjto.11,BairroBro-
oklin Novo - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências
e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP - Ob-
servação: Face à homologação do plano aprovado
pela assembleia geral de credores.

Empresas | Serviços&Tecnologia
Varejo Bancos estrangeiros e investidores são procurados para participar da operação para recuperar o caixa
Americanas tenta empréstimo de R$ 2 bi
Fernanda Guimarães e
Adriana Mattos
De São Paulo
O trio de acionistas de referên-
cia da Americanas — Jorge Paulo
Lemann, Marcel Telles e Carlos Al-
berto Sicupira — devem entrar fi-
nanciando a varejista por meio de
uma linha específica para empre-
sas em recuperação judicial, no va-
lor de R$ 1 bilhão. Essa será a soma
mínima, e mais recursos devem ser
aportados pelo mercado por meio
dessa modalidade de empréstimo.
Há negociações com bancos es-
trangeiros e investidores para que
essa soma chegue a R$ 2 bilhões no
curto prazo, como antecipou on-
tem o site do Valor.
Segundo uma fonte, represen-
tantes dos sócios teriam contatado
bancos com quem os acionistas
têm relação próxima e que estão
fora da recuperação judicial. A ne-
KPMG alertou a varejista em 2018 sobre ‘controles internos’
Adriana Mattos
De São Paulo
A KPMG, auditoria externa da
Americanas de 2016 a 2018, aler-
tou a empresa de que era preciso
fazer “melhorias nos controles in-
ternos” da sua operação, em decor-
rência de acordos comerciais entre
a rede e seus fornecedores.
O alerta foi publicado no pa-
recer da KPMG na operação de
varejo digital (controlada B2W),
com data de 15 de março de
2019, e na operação física (Lojas
Americanas), em 18 de março de
2019 — as informações torna-
ram-se públicas no relatório
anual de resultados das empre-
sas relativo a 2018.
No ano anterior, em 2017, ou-
tro parecer também considerava
Empresas | Tendências&Consumo
.
Venda de cerveja na rua deve
ganhar de bar no Carnaval
Bebidas
Ana Luiza de Carvalho
De São Paulo
O Carnaval nas ruas da cidade
de São Paulo deve levar a uma que-
da de 30% a 50% no faturamento
dos estabelecimentos parceiros da
Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (Abrasel-SP). Mas a
Ambev deve impulsionar suas ven-
das justamente em razão dos blo-
cos de rua pois é a patrocinadora
oficial da festa na capital paulista,
com investimentos de R$ 25,6 mi-
lhões para a infraestrutura.
A parceria com a Prefeitura per-
mite que a Ambev credencie 15 mil
vendedores ambulantes exclusi-
vos, além de ter o direito de explo-
rar até dez marcas de seu portfólio
— até o ano passado, o limite era de
uma marca participante.
O trajeto dos blocos de Carna-
val, de acordo com a associação
de bares e restaurantes, não con-
tribui para as vendas e impede o
fluxo de clientes habituais. A
Abrasel-SP aponta que os bares e
restaurantes localizados nos traje-
tos dos blocos, muitas vezes, aca-
bam fechando as portas durante
os desfiles.
Com as ruas bloqueadas, os
clientes cativos têm maior dificul-
dade de transitar pela cidade. Os
foliões costumam comprar bebi-
das dos vendedores ambulantes e
entram nos bares apenas para uti-
lizar o banheiro, o que acaba de-
mandando mais higienização e
manutenção — por isso, muitos
bares preferem fechar as portas
nesses dias.
O presidente da Abrasel-SP, Joa-
quim Saraiva, afirma que peque-
nos estabelecimentos como bote-
cos podem se beneficiar do fluxo
Na vitrine
Dados de Americanas, que está em recuperação judicial
Americanas ON
Cotação dia a dia - R$/ação
12
10
8
9,03
6 montar, pode levantar
4 recursos. A indústria tem aceitado
2 R$ 1 bilhão
0 é o valor que maiores
2/jan
2023
Variação em %
Valor de Mercado
Dia 19,43
R$ 1,9 bilhão
Ano -76,85
Fonte: Yahoo Finance. Elaboração: Valor Data
gociação envolvendo o financia-
mento “devedor em posse” (DIP, da
sigla em inglês) foi antecipada pe-
lo Valor na semana passada.
esse assunto “significativo” para
a consultoria, pela complexida-
de e pelos altos volume de tran-
sações envolvidas.
O Valor apurou que essas infor-
mações referem-se à bonificação
que indústrias pagam para a em-
presa, para ações de marketing e
promoções, por exemplo. O pare-
cer da KPMG não cita operações de
risco sacado, o centro do escânda-
lo contábil envolvendo a rede.
“Não há relação dos bônus com
o risco sacado. Mas o que se perce-
be é que a operação comercial com
fornecedores estava ficando mais
complexa, pelo que a própria
KPMG afirma sobre a bonificação”,
diz um auditor ouvido.
“Provavelmente nenhum for-
necedor queria ficar fora dessa
venda à rede, mesmo recebendo
dos blocos. No caso dos bares e res-
taurantes associados, porém, a en-
tidade propõe um debate sobre o
trajeto dos desfiles.
“O Carnaval é importante para a
cidade de São Paulo, atrai mais tu-
ristas, mas gostaríamos de conver-
sar com a Prefeitura para colocar
os blocos em áreas mais restritas e
abertas, como no Centro e próxi-
mo ao autódromo de Interlagos,
por exemplo”, explica.
Neste cenário, a Abrasel-SP esti-
ma que o faturamento recue entre
30% e 50% durante a passagem dos
blocos. A expectativa da Prefeitura
de São Paulo é de que o público se-
ja de 14 milhões de pessoas no Car-
naval de rua da cidade. Dos 800
blocos, a maior concentração é na
região central da cidade, chegan-
do ao pico de 43 blocos no sábado
de Carnaval.
Restaurante e bar prevê
queda de faturamento na
passagem de blocos, mas
Ambev pode cadastrar
até 15 mil ambulantes
A Ambev, por outro lado, deve
impulsionar suas vendas justa-
mente em razão dos blocos de rua
em São Paulo. A companhia ven-
ceu a licitação da Prefeitura e fará
investimentos de R$ 25,6 milhões
para a infraestrutura.
A parceria permite que a Am-
bev credencie 15 mil vendedores
ambulantes exclusivos, além de
ter o direito de explorar até dez
marcas de seu portfólio — até o
ano passado, o limite era de uma
marca participante.
O setor de bebidas já vinha so-
frendo com o impacto de datas
que, a princípio, parecem positivas
R$ 2 bilhões
é o que o DIP, financiamento
que Americanas está tentando
2,09
1/fev acionistas da companhia -
2023
Jorge Paulo Lemann, Marcel
Telles e Carlos Alberto
Sicupira - colocariam no DIP
A Americanas deve formular,
perante o juízo da 4ª Vara Empre-
sarial do Rio de Janeiro, nos autos
da recuperação judicial, um pedi-
atrasado, e a expansão do risco
sacado acontece nesse cenário
de aumento das operações entre
rede, indústrias e bancos”, ob-
servou o auditor.
No parecer de 2017 e de 2018, a
KPMG considerava, ao final da
análise, “aceitável” o saldo regis-
trado de acordos comerciais pelas
empresas da Americanas.
A KPMG passou a auditar o ba-
lanço da Americanas em 2016,
após a PwC ter ficado quase cinco
anos com o contrato — do terceiro
trimestre de 2011 ao fim de 2015
—, o prazo máximo permitido pela
regra de rodízio de auditores im-
posta pela Comissão de Valores
Mobiliários, em 1999.
A PwC não havia alertado para
questões dos acordos comerciais
durante esses anos.
para as vendas. A Copa do Mundo
do Catar, ainda segundo dados da
Abrasel-SP, representaram alta
média de 30% no faturamento,
mas em condições específicas.
Os bares próximos a áreas cor-
porativas viram alta no movimen-
to quando a Seleção Brasileira en-
trou em campo às 16h, estenden-
do o horário de ‘happy hour’.
Quando o Brasil jogou no horário
de almoço, porém, os escritórios li-
beraram os funcionários para tra-
balharem de casa e muitos preferi-
ram ver o jogo do sofá.
Essa também é a visão das analis-
tas Marcella Recchia e Fernanda Sar-
jão, do Credit Suisse, que apontaram
“ocasiões limitadas de consumo in-
cremental” durante o mundial de
seleções. O impacto da Copa, de
acordo com as analistas, deve estar
claro nos números da Ambev no
quarto trimestre de 2022.
O Credit Suisse estima que os vo-
lumes de cerveja da companhia
cresçam 5% no trimestre, expecta-
tiva bem abaixo dos 14% previstos
anteriormente. O BTG Pactual, que
projeta alta de 8%, reconhece que o
volume “pode frustrar os investi-
dores” em razão do fraco desem-
penho na Copa do Mundo.
Outro obstáculo é o verão “in-
comum” na região Sudeste, com
mais chuva e temperaturas mais
baixas que o habitual, apontado
também pelos analistas da XP.
Leonardo Alencar e Pedro Fonseca
observam que as temperaturas fi-
caram abaixo da média histórica,
enquanto o Brasil foi desclassifi-
cado cedo da Copa do Mundo, o
que deve limitar a alta de volumes
da Ambev a 5%.
A Ambev divulga seus resulta-
dos operacionais e financeiros de
2022 no dia 2 de março, antes da
abertura do mercado.
do de aprovação desse financia-
mento extraconcursal. A injeção
de capital é necessária para garan-
tir fluxo de compras e pagamentos
de fornecedores, aluguéis de lojas
e de salários, dizem fontes.
Na segunda semana de janeiro a
varejista tinha R$ 7,8 bilhões em
caixa, dias depois somava R$ 250
milhões, após bancos bloquearem
fechar vendas de produtos apenas
à vista desde o início da crise, em
11 de janeiro.
As operações de risco sacado, fi-
nanciadas por bancos, caíram
drasticamente com a descoberta
do rombo de R$ 20 bilhões relacio-
nado a essas transações.
“Caso aprovado, o DIP, em con-
junto com outras fontes de liquidez
sendo exploradas pela companhia,
incluindo a liberação de valores reti-
dos por determinados credores, per-
mitirá manter os investimentos em
A KPMG ficou pouco mais que o
prazo mínimo de três anos defini-
do pela CVM do início de 2016 ao
segundo trimestre de 2019. A par-
tir do terceiro trimestre de 2019, a
PwC voltou a auditar o balanço da
B2W e da Lojas Americanas, per-
manecendo até hoje.
Após a troca, o tema da bonifi-
cação não voltou ao parecer
anual auditado pela PwC.
Em seu parecer de 2018, a KPMG
informa que foram avaliados o sis-
tema de controle da rede e a análi-
se das comunicações e correspon-
dências com os fornecedores. Ain-
da foi verificado se a bonificação
poderia entrar como redutor dos
custos das compras da indústria.
A bonificação envolve valores
pagos por metas acordadas com
fabricantes e podem ser atingidas
Prefeitura de São Paulo estima 14 milhões de pessoas no Carnaval de rua da cidade, com participação de 800 blocos
Ambev fecha pregão com queda de 3,5%
De São Paulo
As ações da Ambev fecharam
em queda ontem após a CervBrasil,
associação formada por produto-
ras de cerveja de médio porte co-
mo Petrópolis e Imperatriz , levan-
tar a possibilidade da companhia
ter riscos tributários não especifi-
cados em seus balanços. A Ambev
nega as acusações e analistas de
mercado dizem haver “ruído exa-
gerado” sobre fatos já conhecidos
a respeito de isenção fiscal para
produção de bebidas na Zona
Franca de Manaus.
A divulgação da nota da Cerv-
Brasil pôs os holofotes sobre a Am-
bev poucas semanas após Ameri-
canas informar um rombo de R$
20 bilhões devido a inconsistên-
cias contábeis. As duas empresas
têm Jorge Paulo Lemann, Marcel
Telles e Carlos Alberto Sicupira en-
tre seus acionistas.
Os papéis ordinários da Am-
bev fecharam o pregão desta
quarta-feira em queda de 3,51%,
Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
capital de giro e financiar obriga-
ções não concursais, incluindo pa-
gamento a fornecedores e parcei-
ros”, diz a empresa no fato relevante.
A rede ainda diz que, se efetiva-
do, o DIP não deverá contar com
garantias, e permitirá a participa-
ção de credores. Ainda deverá ter
remuneração equivalente ao custo
médio de financiamento da rede
antes do pedido de recuperação
judicial (cerca de 128% do CDI). A
operacão poderá ser eventual-
mente substituída por novo finan-
ciamento, conversível em ações, e
que assegurará o direito de prefe-
rência dos acionistas.
No caso da Americanas, os ban-
cos já teriam dado o sinal verde pa-
ra sua realização, dizem fontes.
Embora o DIP já fosse utilizado
em processos de recuperação judi-
cial dentro da Lei de Falências, de
2005, advogados afirmam que não
havia tão ampla utilização pelas
ou não. Se o objetivo é alcançado,
tem que contabilizar a soma como
receita, mas se, após a venda, a me-
ta não é alcançada, o valor precisa
ser retirado dos valores a receber
com incentivos comerciais.
Esses montantes se referem aos
bônus pagos pelos fornecedores
para que as redes criem ações para
vender mais produtos dos fabri-
cantes — é uma espécie de incenti-
vo comercial e a prática é legal.
Segundo o parecer da KPGM de
2018 na B2W e na Lojas America-
nas, a auditoria diz que “durante a
realização dos procedimentos de
entendimento dos sistemas de
controle interno da companhia e a
realização dos testes de desenho,
identificamos a necessidade de
melhorias nos controles internos,
e por esta razão consideramos
Ambev ON
Cotação a cada 15 minutos (R$/ação)
13,70
13,50
13,66
13,30
13,10
12,95
12,90
18h 14h
31/Jan/23 1/Fev/23
Variações, em %
Dia -3,51
Em 30 dias -9,23
Em 12 meses -7,30
Fontes: B3 e Valor PRO. Valor Data
cotados R$ 13,18.
Por meio de nota, a Ambev afir-
mou que “as acusações da Cervbra-
sil não têm qualquer embasamen-
to”. A empresa afirmou que calcula
créditos tributários “estritamente
| Valor | B7
empresas com problemas.
Segundo eles, com a promulga-
ção da nova lei, de 2020, que refor-
mulou a antiga, a modalidade foi
ganhando maior segurança jurídi-
ca. O DIP pode avançar numa recu-
peração apenas com aval do juiz
do caso, sem necessidade de as-
sembleia de credores. O credor que
participar do DIP ganha o direito
de ficar em primeiro lugar na hora
de receber o valor devido.
No fato relevante sobre o finan-
ciamento, a varejista diz que o DIP
era uma das medidas para dar li-
quidez à empresa e que outras es-
tão sendo trabalhadas em parale-
lo, como a “liberação de valores de-
tidos por determinados credores”,
em provável referência ao BTG Pac-
tual e o bloqueio de R$ 1,2 bilhão,
valor que tinha sido dado em ga-
rantia por operações passadas de
crédito e que passará pela análise
do Supremo Tribunal de Justiça.
uma maior extensão em nossos
procedimentos substantivos”.
O parecer do auditor não traz
ressalva — indicação de erro nas
demonstrações financeiras — ou
ênfase, um alerta de inconsistência
menos grave que a ressalva.
Antes disso, em 2017, a KPMG
destacava o mesmo tema para aná-
lise como sendo assunto “signifi-
cativo” para B2W e Lojas America-
nas, por causa “da relevância dos
valores envolvidos, do elevado nú-
mero de transações, algumas de
natureza complexa”.
Procurada, a Americanas não
comentou a questão. A PwC infor-
ma que não comenta casos de
clientes. A KPMG no Brasil diz que,
por motivos de cláusulas de sigilo
e regras da profissão, está impedi-
da de se manifestar.
DANILO VERPA/FOLHAPRESS
com base na lei”, e que as demons-
trações financeiras estão de acor-
do com as normas regulatórias e
contábeis. A Ambev está entre as
cinco maiores pagadores de im-
postos do país, diz a nota.
O BTG Pactual destacou em rela-
13,18 tório que o valor de R$ 30 bilhões
referente a isenções fiscais para re-
frigerantes na Zona Franca de Ma-
naus corresponde à indústria co-
mo um todo — a CervBrasil tinha
informado que R$ 30 bilhões se-
18h
riam um rombo na Ambev. O im-
pacto estimado para a Ambev é de
R$ 5,6 bilhões. O BTG diz que o va-
Valor de lor é descrito como “possíveis per-
mercado
das” referentes a créditos fiscais.
R$ 207,6
Segundo os analistas do BTG, o
bilhões
estudo da CervBrasil é baseado em
informações antigas e levou a um
“ruído extremamente exagerado”.
Os analistas Thiago Duarte e Hen-
rique Brustolin apontam que os
associados da CervBrasil têm sido
“historicamente vocais” contra os
benefícios tributários de empresas
como Ambev e Coca-Cola. (ALC)
B8 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Agronegócios

Mercado de alimentos veganos deve chegar a US$ 34 bi

Cenários
Fernanda Pressinott
De São Paulo
O mercado global de alimen-
tos veganos deve ultrapassar
US$ 34 bilhões até 2028, segundo
levantamento da consultoria
SkyQuest. Caso se confirme, o
montante representará um cres-
cimento médio anual de 9,3% a
partir de 2021, quando segmento
movimentou US$ 15,6 bilhões.
De acordo com a pesquisa, o
principal motor da expansão se-
rá o aumento do uso desses ali-
mentos como forma de os con-
sumidores que têm doenças crô-
nicas controlarem seus níveis de
glicose no sangue e reduzirem os
riscos de obesidade, derrame,
colesterol e câncer. O crescimen-
to da oferta de produtos veganos
prontos para consumo e embala-
dos e de ações promocionais
com celebridades e atletas tam-
bém estarão entre os propulso-
res desse mercado, segundo o es-
tudo, que cita ainda a conscienti-
zação de consumidores sobre o
sofrimento e as condições de
bem-estar de animais na indús-
tria como um elemento de in-
fluência na decisão de compra.
A SkyQuest fez a pesquisa nos
Estados Unidos e na Europa. Se-
gundo a consultoria, em 2022,
os pedidos de entrega de refei-
ções veganas cresceram 27% em
comparação com os dois anos
anteriores. Os pedidos de ham-
búrguer à base de plantas au-
mentaram 31% e os de produtos
vegetarianos em geral, 58%.
A consultoria prevê que a ca-
tegoria de substitutos de carne
continuará a crescer até 2028,
com a ocupação do espaço de
itens populares nos menus, co-
mo os burritos. Já o segmento de
laticínios alternativos deverá se
expandir a uma taxa anual de
10,45% no intervalo entre 2021 e
2028, quando passarão a domi-
nar a categoria plant-based, de
alimentos à base de plantas que
imitam sabor, textura e cor de
proteína de origem animal.
O aumento da conscientiza-
ção dos consumidores sobre os
alimentos veganos e o cresci-
mento da renda disponível fa-
zem da região da Ásia-Pacífico o
mercado de alimentos veganos
mais promissor. Segundo a pes-
quisa, os veganos deverão alcan-
çar uma participação de 23% no
consumo geral de alimentos na
região nos próximos anos.
Ainda segundo a pesquisa da
SkyQuest, 47% dos consumido-
res da América do Norte e da Eu-
ropa compram pela internet ao
menos alguns de seus manti-
mentos. A fatia subirá para 58%
até 2025, projeta a empresa.
Para exemplificar o avanço des-
sa indústria, a SkyQuest cita inicia-
tivas como a do supermercado bri-
tânico Tesco, que lançou uma li-
nha de congelados veganos. Tam-
bém estão na lista de exemplos o
hambúrguer à base de plantas do
McDonald’s, feito pela Beyond
Meat, e a chegada à Índia da rede
de cafeterias Starbucks, que ofere-
ce croissant com linguiça vegana e
versões veganas de wraps de ho-
mus, kebab e pães de croissant.

.
Comércio Governo solicitou aval a embarques de mais oito frigoríficos Aval externo

Pecuária vive a expectativa de

volta de habilitações chinesas
José Florentino
De São Paulo
O mercado brasileiro do boi
gordo aguarda novidades da Chi-
na nas próximas semanas. A ex-
pectativa é que a Administração
Geral das Alfândegas da China
(GACC) avalie a habilitação das
exportações ao país de oito novos
frigoríficos brasileiros — o Minis-
tério da Agricultura enviou a soli-
citação em meados de dezembro.
Ainda que alguns integrantes
do segmento demonstrem otimis-
mo com a possibilidade de habili-
tação, há quem acredite que a deci-
são só sairá a após a visita do presi-
dente Lula à China, em março.
Uma fonte da indústria afirmou ao
Valor que ainda não há nada certo
para a liberação dessas plantas.
“Há um pedido, e as partes estão
trabalhando em cima dele. Mas
eles [os chineses] mal voltaram do
feriado de Ano Novo”, disse. As co-
memorações do Ano novo Chinês
terminaram no último dia 22.
Das oito unidades da lista dedi-
cadas à produção de carne bovina,
duas são da JBS, localizadas em
Campo Grande e Vilhena (RO).
Atualmente, a JBS e a Marfrig, com
sete plantas cada uma, são as que
mais têm frigoríficos autorizados a
exportar ao mercado chinês.
O governo também sugeriu às
autoridades chinesas a habilitação
das unidades da Frigon, em Jaru
(RO), da Frisa, em Colatina (ES), do
Frigorífico Silva, em Santa Maria
(RS), do Frigoestrela, em Tupã (SP),
da Avivar Alimentos, em São Se-
bastião do Oeste (MG), e do Frigo-
rífico Astra, em Cruzeiro do Oeste
(PR). Além das novas liberações, o
Brasil ainda aguarda a reabilitação
das plantas do Frigorífico Reden-
tor, em Guarantã do Norte (MT), e
da Masterboi, em São Geraldo do
Araguaia (PA), que estão sob em-
bargo desde o ano passado.
Os pecuaristas do Centro-Norte
do país, onde os preços do boi es-
tão em baixa devido ao aumento
da oferta de gado pronto para aba-
te, também vivem a expectativa de
volta das habilitações. Segundo a
Safras & Mercado, há negócios en-
tre R$ 240 e R$ 250 em Mato Gros-
so e a R$ 230 em Rondônia.
“Em Mato Grosso e Mato Gros-
so do Sul, os preços estão derre-
tendo. Os frigoríficos operam
com escalas muito confortáveis, e
o mercado doméstico que não
reage, o que impede a indústria
de pagar mais”, diz Fernando Igle-
sias, analista da Safras & Mercado.
Segundo Iglesias, as novas ha-
bilitações teriam efeito positivo
sobre o mercado. “Isso permitia
uma alta de preço dos animais
mais jovens, que cumprem os re-
quisitos para exportação à China.
Seria muito interessante”, co-
mentou. Hoje, 38 estabelecimen-
tos têm autorização para expor-
tar “produtos em natureza (boví-
SILVIA ZAMBONI / VALOR
deos)” para a China, segundo o
Ministério da Agricultura.
Para além do efeito prático, a
ampliação de mercados tem um
“efeito psicológico”. Em janeiro,
quando a Indonésia habilitou A BRF espera habilitar mais plantas 15 fábricas nos últimos dois meses.
11 frigoríficos e a China reabili- para exportação em 40 dias, "ou Gularte demonstrou otimismo com
tou a planta da JBS de Mozarlân- antes", disse ontem o CEO da a demanda chinesa após o fim da
dia (GO), a arroba parou de cair companhia, Miguel Gularte. política de covid zero no país. A BRF
e subiu de maneira expressiva “Esperamos ter mais aberturas e ainda aguarda a reabertura do
na B3, disse o Instituto Mato- estamos trabalhando para isso. É mercado chinês às suas unidades de
Grossense de Economia Agrope- mais do que possível, é provável”, carne de frango de Lucas do Rio
cuária (Imea), em relatório. disse. A empresa habilitou mais de Verde (MT) e Marau (RS).
 Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | Valor | B9

Agronegócios
Insumos Norueguesa Yara sente mais os reflexos do cenário geopolítico global e perde espaço nas importações

Cresce a disputa entre líderes em adubos

Érica Polo
De São Paulo
A contração das entregas de
adubos no mercado brasileiro
em 2022, estimada em 10%, acir-
rou a disputa entre as indústrias
fornecedoras. E, como era espe-
rado entre agentes setoriais, a
norueguesa Yara, uma das líde-
res do segmento, foi a que mais
sentiu os efeitos negativos do ce-
nário geopolítico global.
As três companhias que figu-
ram no topo do ranking no Bra-
sil importaram volumes meno-
res de nutrientes usados em fór-
mulas de fertilizantes no ano
passado. Segundo levantamento
mais recente da consultoria Sto-
neX, com base em dados de
2021, são elas a americana Mo-
saic, a norueguesa Yara e o gru-
po paranaense Fertipar.
A queda das importações da Ya-
ra foi de cerca de 30%, para pouco
mais de 5 milhões de toneladas de
nutrientes entre janeiro e dezem-
bro de 2022. São compras sobretu-
do de nitrogenados, fosfatados e
potássicos — NPK (ver infográfico).
Já a Mosaic Fertilizantes, braço
local da Mosaic Company, impor-
tou 6% menos no ano passado, ou
pouco menos de 8 milhões de to-
neladas. Em meio à concorrência
entre as duas gigantes multina-
cionais está a Fertipar, que redu-
ziu suas compras do mercado ex-
terno em cerca de 20% em 2022.
Contudo, a companhia brasileira
ultrapassou o volume das impor-
tações da Yara ao trazer perto de
4,5 milhões de toneladas.
O cálculo foi elaborado a partir
de um relatório do Sindicato da
Indústria de Adubos e Corretivos
Agrícolas do Estado de São Paulo
(Siacesp) divulgado na segunda-
feira. Vale lembrar que o Brasil
importa 85% de sua demanda por
fertilizantes. Desse modo, as in-
formações não entregam a parti-
cipação de mercado das empre-
sas — há ainda a considerar esto-
ques e produções locais.
Um importador informou, por
exemplo, que a Fertipar entregou
aos clientes 6,7 milhões de tonela-
das em 2022, somados estoques e
compras internas. Procurada pelo
Valor, a companhia não concedeu
entrevista. Analistas reiteram, no
entanto, que a importação dá
uma pista importante dos movi-
mentos no topo do segmento.
A Yara, durante muito tempo
a líder no Brasil, acusou mais os
reflexos da guerra na Ucrânia. É
que a empresa precisou reestru-
turar sua rede de fornecedores
no mercado internacional, e boa
parte dela estava baseada na
Rússia, país alvo de sanções eco-
nômicas impostas pela União
Europeia com o conflito bélico.
Uma fonte lembra que a múlti
ficou em uma “situação estraté-
gica delicada” porque compra
fosfatados e potássio de tercei-
o que reduziu em volumes”, diz.
Importação de adubos O executivo lembra que a “des-
Volume das empresas líderes (milhões de toneladas*) truição de demanda” foi da or-
dem de 20% a 30% no caso dos
2021 2022 Volume total grãos (uso de adubos na safra de
10
Brasil (milhões de toneladas) verão 2022/23) —, o que resultou
8,515
8
7,989 em recuo de 10% das entregas to-
7,174 6,874
60
43,513 tais de fertilizantes no país.
6 5,479 38,686 A queda dos preços de insumos
5,075 40
4 está em marcha desde o segundo
20 semestre de 2022. Mesmo que a re-
2 ceita com as commodities “ande
0 0 de lado”, diz Fabio Silveira, sócio
Mosaic Yara Fertipar 2021 2022 diretor da consultoria MacroSec-
Variação -6% -30% -20% Variação -11% tor, a rentabilidade do produtor
Fonte: Valor, com base em relatório do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado de São Paulo (Siacesp) deve ser maior em 2023. “Será um
* Líderes com base em último levantamento da StoneX (2021) ano de transição”, diz, referindo-se
às economias de modo geral.
ros, enquanto a Mosaic Fertili- o ano passado. “A demanda do com bons olhos, sobretudo pela “Os efeitos das altas taxas de
zantes detém produção própria mercado interno foi projetada an- redução dos preços de adubos. juros devem passar apenas nos
— fosfatados nos Estados Unidos tes do início do conflito interna- “O cenário 2023 é otimista e últimos meses, e o mundo vai
e na Arábia Saudita, além de mi- cional, com base no cenário 2021, com expectativa de demanda re- crescer menos. Mas abre-se uma
nas de potássio no Canadá. que foi positivo”, afirma Eduardo corde, acompanhando a melho- expectativa de crescimento eco-
Em 2023, essas indústrias te- Monteiro, vice-presidente comer- ra do mercado doméstico e a re- nômico global, com um merca-
rão de buscar recuperação em cial da Mosaic Fertilizantes. cuperação nas importações”, do agrícola um pouco mais be-
um mercado que possivelmente Com base nisso, as indústrias prossegue o executivo da Mosaic. nigno em 2024”, continua.
ainda não vai recuperar as per- ampliaram suas importações no Em nota, a diretoria da Yara Com a colheita da safra verão
das do ano passado. O dado ofi- começo do ano passado para afirma que, mantido o cenário 2022/23 em andamento e os pre-
cial mais recente fornecido pela evitar desabastecimento, for- atual — com redução no custo ços de adubos recuando há me-
Anda, entidade que reúne as in- mando estoques. Monteiro co- de fertilizantes e boa rentabili- ses, o produtor agrícola de Mato
dústrias de fertilizantes que menta que, no decorrer de 2022, dade para a maior parte dos cul- Grosso, Estado que lidera a pro-
atuam no país, mostrou que os os custos aumentaram no cam- tivos —, “2023 deverá ser um dução de grãos no país, deve, a
produtores agrícolas compra- po, e as relações de troca para o ano de retomada de crescimen- partir de agora, começar a acele-
ram 34 milhões de toneladas en- produtor ficaram desfavoráveis. to do mercado de adubos”. rar as compras, pensando já na
tre janeiro e outubro de 2022, As entregas no mercado inter- Marcelo Mello, diretor de ferti- próxima safra (2023/24), acredi-
ou 11,4% a menos do que no no em 2023, contudo, poderão lizantes da StoneX, acredita que ta Cleiton Gauer, superintenden-
mesmo período do ano anterior. avançar entre 3% e 8%, segundo o produtor agrícola vai recom- te do Instituto Mato-Grossense
Projeções de agentes de merca- projeções de consultorias e im- por o que não colocou no solo no de Economia Agropecuária
do apontam para uma queda de portadores ouvidos pelo Valor. ano passado. “Mas ele vai com- (Imea). “Só não é possível ainda
entregas de cerca de 10% em todo Mosaic e Yara enxergam o ano prar 5% ou 10% a mais, e não tudo projetar quantidades”, finaliza.

São Martinho ‘liga’ Termina isenção da tarifa

SILVIA ZAMBONI/VALOR

sua usina de etanol
de milho em Goiás
Estratégia
Camila Souza Ramos
De São Paulo
A usina de etanol de milho da
São Martinho, localizada em Qui-
rinópolis (GO), está em fase de
testes e deve começar a operar
com o grão em meados deste
mês, afirmou ontem Fábio Ven-
turelli, CEO da companhia, du-
rante evento organizado pela XP
na capital de São Paulo.
O executivo está otimista com
a capacidade que o etanol do mi-
lho terá para a redução da pega-
da de carbono da produção da
Usina Boa Vista, que já produz o
biocombustível a partir da cana-
de-açúcar. Os investimentos da
São Martinho no novo projeto
chegam a R$ 740 milhões.
O diferencial ambiental do
etanol da unidade, explicou, de-
verá ser pelo uso da biomassa da
cana para a geração da energia
gasta na planta e pelo uso de mi-
lho safrinha, cujo cultivo repre-
senta um segundo uso do solo
em uma mesma safra. “Abarcan-
do o biometano, pode ser uma
das intensidades de carbono
mais baixas do mundo”, disse.
A produção de etanol a partir
do milho terá capacidade de
adicionar aproximadamente
220 milhões de litros ao ano,
elevando a capacidade da
Boa Vista para 660 milhões de li-
tros anuais. Venturelli não deu
mais detalhes sobre a produção
porque a companhia está em pe-
ríodo de silêncio, tendo em vista
a próxima publicação de seus re-
sultados financeiros.
O executivo indicou que, no
momento, não está preocupado
com o preço do milho, já que a
São Martinho também construiu
um armazém com capacidade
para estocar 50% da necessidade
que a planta terá do cereal. “O
milho já está lá faz tempo”, rela-
ta. Com a demanda da China pe-
lo cereal brasileiro, analistas
preveem a valorização do grão.
Venturelli não descartou a pos-
sibilidade de atuar eventualmen-
te na comercialização de milho
caso o processamento do grão
para a produção de etanol não va-
sobre o biocombustível
vindo de fora do Mercosul
Comércio
Rafael Walendorff
De Brasília
A Câmara de Comércio Exterior
(Camex) decidiu não prorrogar a
isenção do imposto de importação
de etanol de países de fora do Mer-
cosul. A taxa de 18%, que foi zerada
em março do ano passado como
tentativa de reduzir o preço da ga-
solina aos consumidores, voltará a
vigorar no fim deste ano. Até lá, a
alíquota será de 16%. O prazo da
desoneração terminaria em 31 de
dezembro de 2022, mas, depois,
foi estendido até o fim de janeiro.
Segundo o Ministério da Agri-
cultura, o país está prestes a iniciar
uma nova safra de cana-de-açúcar
e tem capacidade para atender a
demanda doméstica por etanol.
Fábio Venturelli, CEO da São Martinho: diminuição da pegada de carbono “Essa desoneração, feita de forma
despreparada, prejudicava a in-
lha a pena, mas disse esperar que O que deve segurar a margem dústria nacional de etanol, que é
isso não aconteça. “Mas, se preci- no etanol de milho é o farelo do responsável pela geração de em-
sar, estou preparado”, disse. cereal, produzido junto com o pregos, oportunidades e energia
A São Martinho já tem uma biocombustível. No caso da São limpa e que precisa ser valorizada”,
pequena receita com soja, que é Martinho, a aposta é em desen- afirmou, em nota, o ministro da
plantada entre as linhas de cana volver um DDGS para abastecer Agricultura, Carlos Fávaro.
e nas áreas de reforma de cana- de ração o mercado de salmão. O secretário de Comércio e Re-
vial. A empresa acaba comercia- "É uma conversão de proteína lações Internacionais, Roberto Pe-
lizando o grão no mercado. muito eficiente”, justificou. rosa, disse que a volta da taxa de
importação protege o setor pro-
dutivo nacional e não causa im-
pacto econômico ao consumidor.
“Não há risco de desabastecimen-
to nem de alta de preço”, afirmou.
A produção brasileira deverá
somar 31,14 bilhões de litros na
safra 2022/23, de acordo com
previsão da Companhia Nacio-
nal de Abastecimento (Conab).
O fim da isenção para a impor-
tação do biocombustível já era
esperado. Os Estados Unidos são
a principal origem do etanol que
chega do exterior. Segundo da-
dos do Comex Stat, entre março e
dezembro de 2022, o Brasil im-
portou 138,7 milhões de litros do
biocombustível, ou US$ 150,3
milhões. A maior parte (US$ 93,3
milhões) veio dos EUA.
A lista de países fornecedores
inclui ainda Paraguai — cujas
operações já são isentas —, Ca-
nadá, Alemanha, Polônia, Suíça,
França, Espanha, Índia, Bélgica e
Hungria. Em março do ano pas-
sado, quando o governo resol-
veu isentar a importação do eta-
nol hidratado, o setor produtivo
nacional reagiu, argumentando
que a medida não teria eficácia
na redução de preços dos com-
bustíveis aos consumidores.

valor.com.br Grãos x açúcar = gargalo logístico

Pecuária
Rebanho bovino
encolhe nos EUA
A oferta de gado nos Estados
Unidos diminuiu no ano passado,
disse ontem o Departamento de
Agricultura do país (USDA). O
número total de bois, bezerros,
vacas e novilhas era de 127,6
milhões de cabeças em 1º de
janeiro, o que representou uma
queda de 3% em relação ao
primeiro dia de 2022.
valor.com.br/agro
Cooperativas
O aumento simultâneo da produção
de soja, milho e açúcar no país neste
Políticas ano deverá gerar um gargalo
Combate à gripe logístico no escoamento dos
produtos, afirmou ontem Paulo
aviária na Argentina Roberto de Souza, CEO da Alvean,
O Serviço Nacional de Saúde e negócio de trading da Copersucar. A
Qualidade Agroalimentar da expectativa da Alvean é que o
Argentina (Senasa) anunciou a gargalo limite a exportação de
decisão de fortalecer a açúcar a um volume de 2,5 milhões
vigilância epidemiológica contra de toneladas por mês, sendo que
a gripe aviária no país depois que haverá necessidade para embarcar
as autoridades confirmaram cerca de 3 milhões de toneladas no
um caso da doença em uma pico da safra, estimou. “As safras
granja em Cochabamba, na estão crescendo, e há previsões de
região oeste da Bolívia. que a supersafra de grãos vai colidir
com uma safra grande de açúcar a
valor.com.br/agro partir de abril”, reforçou o
executivo durante evento
organizado pela XP, em São Paulo.

Receita bruta da Lar cresceu 27% em 2022 Nessa competição, afirmou Souza,
os grãos devem ter mais poder para
O faturamento bruto da Lar paranaense também informou garantir espaços nas ferrovias e nos
Cooperativa Agroindustrial, de que seu diretor-presidente, Irineo terminas portuários. (CSR)
Medianeira (PR), aumentou 27% da Costa Rodrigues, foi reeleito
LEO PINHEIRO/VALOR

no ano passado, para R$ 21,59 para um novo mandato, que se valor.com.br

bilhões. A receita líquida, em estenderá até 2026. A íntegra da matéria sobre a previsão
contrapartida, caiu para R$ 722 da Alvean está disponível em
milhões. A cooperativa valor.com.br/agro www.valor.com.br/agro
B10 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Finanças
Destaques
Americanas e bancos
O impacto da recuperação judi-
cial da Americanas entre os ban-
cos brasileiros será limitado, se-
gundo a Fitch. Na opinião da
agência de rating, as instituições
possuem colchões de capital su-
ficientes, cobertura de emprésti-
mos elevada e/ou rentabilidade
operacional recorrente para ab-
sorver o potencial aumento nos
custos de crédito relacionados a
esse evento. A Fitch aponta em
relatório que a dívida bancária
da Americanas representa apro-
ximadamente 0,2% dos ativos do
sistema bancário e 1,7% do pa-
trimônio. E lembra que, embora
não haja regra específica para o
tratamento do crédito às empre-
sas que pediram recuperação ju-
dicial, em eventos anteriores se-
melhantes, os bancos adotaram
a prática de constituir rapida-
mente uma provisão mínima
entre 30% e 50% das exposições
totais. (Álvaro Campos)
Rating do Bradesco
A Moody’s manteve o rating de
depósito “Ba2” do Bradesco, com
perspectiva estável. Segundo a
agência de rating, as métricas de
qualidade de ativos do banco
continuarão a enfraquecer gra-
dualmente nos próximos dois a
três trimestres, em linha com um
aumento geral da inadimplência
no sistema financeiro. O relatório
não cita o caso Americanas, mas
o Bradesco é o banco mais expos-
to à varejista, com uma dívida a
receber de R$ 4,8 bilhões. (AC)
Índice de Renda Fixa Valor
Base = 100 em 31/dez/99
1.813
1806,51
1.806
1.799
1.792
1.785
1.778
1.771
21/dez
2022
Variações
No dia
No mês
No ano
Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Conselho da Abcripto
O chefe global de desenvolvi-
mento de mercado da Ripio,
Henrique Teixeira, foi eleito novo
presidente do conselho da Ab-
cripto (Associação Brasileira da
Criptoeconomia), que reúne cor-
retoras locais e empresas do ecos-
sistema de ativos digitais. A Ab-
cripto passará agora a contar
com um conselho, com represen-
tantes dos associados, além da di-
retoria-executiva. O novo presi-
dente-executivo será Bernardo
Srur, ex-diretor de compliance
do MB, que já fazia parte da dire-
toria e era responsável pelas
ações na área de regulação. Após
a aprovação do marco legal, a Ab-
cripto pretende se voltar para
ações educacionais e de desen-
volvimento do mercado de ativos
digitais. (Toni Sciarretta)
Projeção para o bitcoin
A gestora ARK Invest, de Cathie
Wood, divulgou o relatório anual
“Big Ideas”, que tem entre os des-
taques as projeções da instituição
para o preço do bitcoin até 2030.
No cenário-base da gestora, o bit-
coin terá uma Taxa de Crescimen-
to Anual Composta (CAGR, na si-
gla em inglês) de 60% nesta déca-
da, atingindo uma a cotação de
US$ 682,8 mil por unidade em
2030. (Ricardo Bomfim)
Política monetária Risco fiscal ameaça cumprimento da meta de inflação
Copom sinaliza que vai
postergar cortes de juros
Larissa Garcia e Alex Ribeiro
De Brasília e São Paulo
O Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central inten-
sificou os seus alertas sobre os im-
pactos inflacionários dos riscos
fiscais e indicou que pretende
postergar o início dos cortes da
Selic, que os especialistas do mer-
cado financeiro esperavam que
pudesse ocorrer ainda neste ano.
Conforme o esperado, o Comi-
tê manteve os juros básicos em
13,75% ao ano, em reunião encer-
rada ontem de noite. Mas o BC di-
vulgou projeções de inflação que
mostram que, se os juros caírem
para 12,5% no fim deste ano, co-
mo espera o mercado, a inflação
vai superar a meta em setembro
de 2024, período em que o cole-
giado se propôs a cumpri-la.
No comunicado, o colegiado di-
vulgou um cenário alternativo que
mostra que a inflação chegaria ba-
sicamente na meta se os juros fica-
rem estáveis nos atuais 13,75% ao
ano durante o horizonte relevante
de política monetária, que atual-
mente é setembro de 2024. Ou se-
ja, para cumprir a meta, o juro de-
verá ficar alto por mais tempo.
As metas estão definidas ape-
nas para anos calendário, em
Fed diminui ritmo de aperto, mas
avisa que ciclo ainda não acabou
Eduardo Magossi, Roberta Costa
e Gabriel Caldeira
De São Paulo
O Federal Reserve (Fed) elevou
os juros americanos em 0,25
ponto percentual ontem, para a
faixa entre 4,5% e 4,75% ao ano,
reduzindo o ritmo do aperto mo-
netário, conforme era esperado
pelo mercado. Desde o início do
ciclo, em março de 2022, o Fed já
aumentou os juros em 4,50 pon-
tos percentuais para combater a
inflação mais elevada em 40
anos nos Estados Unidos.
1/fev Se no comunicado sobre a de-
2023 cisão o Fed reiterou seu compro-
misso em trazer a inflação à meta
-0,06% de 2% ao ano e que para isso mais
-0,06% altas nos juros serão necessárias,
0,91%
os comentários feitos pelo presi-
dente do BC, Jerome Powell, du-
rante coletiva, trouxe dúvidas so-
bre a mensagem a ser transmiti-
da. Powell disse que a inflação se-
gue elevada, mas que, pela pri-
meira vez, pode-se dizer que um
processo desinflacionário está
em andamento, principalmente
no setor de bens, embora em es-
tágio inicial. Ao mesmo tempo,
ele também disse que o banco
central americano precisa de
mais evidências substanciais de
que a inflação está caindo para
ter confiança de que a trajetória
descendente é sustentada.
Powell também afirmou que
os efeitos completos do aperto
monetário ainda serão sentidos
— indicando que a política mo-
netária trabalha com um atraso
para impactar a economia e que
altas nos juros já realizadas ainda
não surtiram o efeito desejado —,
mas reiteirou que novos aumen-
tos de juros serão apropriados.
“Há ainda mais trabalho a fazer.
Manteremos o curso até que o
trabalho seja concluído”, disse.
Para Powell, o julgamento do
Fed é o de que os juros ainda não
estão em território suficiente-
mente restritivo. “Precisaremos
de mais alguns aumentos nos ju-
ros para chegar nesse nível”, dis-
se. Ele afirmou também que acre-
dita que é possível levar a infla-
ção de volta à meta de 2% sem
provocar muitos danos à econo-
3,25% para 2023 e em 3% para
2024. O Copom, porém, perse-
gue um objetivo de cerca de
3,06% em setembro de 2024, pe-
ríodo em que a política monetá-
ria executada hoje tem o maior
efeito sobre a inflação.
A projeção tradicional do BC,
no chamado cenário de referên-
cia, que leva em conta os cortes
de juros esperados pelo merca-
do, aponta uma inflação de 3,6%
no período de 12 meses até se-
tembro de 2024. Na hipótese de
o juro ficar parado em 13,75% ao
ano, a inflação fica em 3,1%.
Além de sinalizar juros altos por
mais tempo, o Copom voltou a di-
zer que poderá começar a subir a
Selic, para além dos atuais 13,75%
ao ano, caso a sua estratégia não
tenha os efeitos esperados. O Co-
pom afirmou, no comunicado,
que “segue vigilante” e que conti-
nuará avaliando se a estratégia de
manutenção da Selic por período
“mais prolongado do que no cená-
rio de referência” será suficiente
para levar a inflação à meta.
Para o BC, a conjuntura, “parti-
cularmente incerta no âmbito fis-
cal” e com expectativas de inflação
se distanciando da meta em hori-
zontes mais longos, demanda
maior atenção. O colegiado diz
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve: efeitos completos do aperto monetário ainda serão sentidos
mia nem elevar muito o desem-
prego. Segundo Powell, as pres-
sões de preços no setor de bens e
imobiliário parecem estar dimi-
nuindo. “Mas a inflação, excluin-
do alimentos, energia e imóveis,
permanece forte”, disse. “O tra-
balho não está totalmente con-
cluído”, reiterou. “É nosso traba-
lho restaurar a estabilidade de
preços.” E, completou ele, isso
ainda vai demorar algum tempo.
Um ponto da fala de Powell
que chamou a atenção do merca-
do foi o fato de ele afirmar que a
meta de taxa final de 5,10% pode
ser revista dependendo do desen-
volvimento da economia e do
mercado de trabalho, que segue
aquecido. Para Marcelo Fonseca,
economista-chefe do Opportuni-
ty Total, ao dizer que o plano deli-
neado pelo Fed em dezembro em
suas projeções, de que a taxa final
seria de 5,10%, está passível de re-
visões, Powell abriu caminho pa-
ra uma taxa final menor. “O mer-
cado não estava esperando essa
posição do Powell, mas sim que
ele reiterasse o discurso ‘hawkish’
(duro) feito em dezembro.”
O Goldman Sachs avalia que
até a próxima reunião do Fede-
Open banking faz dois anos
e ainda há muito a ser
feito para melhorar a
experiência, diz Soratto,
da ABFintechs C8
que “conduzirá a política monetá-
ria necessária para o cumprimento
das metas”. O comitê avaliou que
essa dinâmica “eleva o custo da de-
sinflação necessária”. A autoridade
monetária enfatizou, ainda, que as
expectativas têm “mostrado dete-
rioração” em prazos mais longos
desde a última reunião, em de-
zembro e repetiu que “não hesita-
rá” em retomar o ciclo de ajuste ca-
so o processo de desinflação “não
transcorra como esperado”.
O alerta ocorre em meio a ruí-
dos em torno do arcabouço fiscal
do novo governo, que ainda não
apresentou ao Congresso a regra
que substituirá o teto de gastos.
Além disso, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) questio-
nou recentemente o patamar
atual das metas de inflação.
Ainda assim, o comitê decidiu
manter seu balanço de riscos si-
métrico, com riscos equilibra-
dos em ambas as direções. En-
tre os riscos altistas, estão uma
maior persistência das pressões
inflacionárias globais, a “ainda”
elevada incerteza sobre o futu-
ro do arcabouço fiscal do país e
estímulos fiscais que sustentam
a demanda. O Banco Central ci-
tou também uma eventual re-
dução acima da esperada da ca-
ral Reserve, em 22 de março, o
Fomc terá em mãos mais dois re-
latórios de empregos e dois da-
dos de inflação (CPI). Além dis-
so, o crescimento do emprego
será lento, mas ainda será positi-
vo e isso deve ser o suficiente pa-
ra um novo aumento de 0,25
ponto. “Mas duvidamos que eles
continuem a se referir a ‘aumen-
tos contínuos’ nesse ponto e, em
vez disso, mudem para uma pos-
tura de dependência de dados
sem fazer uma pausa”, avalia.
Na opinião de Axel Christen-
sen, estrategista chefe de investi-
mento da BlackRock para a
América Latina, embora os co-
mentários do presidente do Fe-
deral Reserve tenham sido prin-
cipalmente uma reiteração em
muitos aspectos de seu discurso
“hawkish”, os mercados parecem
ter entendido que as preocupa-
ções do Fed sobre as condições
financeiras diminuíram.
Já para Bernardo Dutra, eco-
nomista de EUA do Itaú BBA, a
mensagem que Powell passou é
que depois de outra alta de 0,25
ponto em março, os membros
do Fed estão divididos sobre o
caminho a seguir, se a taxa final
Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
pacidade ociosa da economia.
Por outro lado, entre os riscos de
baixa, estão uma queda adicional
dos preços das commodities inter-
nacionais em moeda local, desace-
leração da atividade econômica
global mais acentuada do que a
projetada e a manutenção dos
cortes de impostos projetados
para serem revertidos em 2023.
Sobre os índices mais recentes
de inflação , o BC afirmou que,
“não obstante algum arrefecimen-
to”, a inflação ao consumidor e
suas medidas subjacentes, ou seja,
menos voláteis, “seguem acima do
intervalo compatível com o cum-
primento da meta” neste período.
Sobre a atividade econômica
brasileira, o colegiado pontuou
que o conjunto dos indicadores
mais recentes “segue corrobo-
rando o cenário de desacelera-
ção esperado pelo Copom”. Em
relação à economia global, por
sua vez, o Copom destacou que
os dados recentes de atividade
“têm sido relativamente resi-
lientes” e que o relaxamento de
restrições sanitárias na econo-
mia chinesa “alivia a possibili-
dade de novas disrupções nas
cadeias de suprimento globais”.
Leia mais nas páginas C2 e C3
JACQUELYN MARTIN/AP
será 5,1% ou será revista a 4,9%.
Para o economista Francisco
Nobre, da XP, a resposta positiva
dos mercados nos EUA à decisão
de ontem se dá por um descasa-
mento entre as expectativas de
inflação do Fed e dos investido-
res. Ele vê o mercado cético quan-
to aos números mostrados no úl-
timo Resumo de Projeções Eco-
nômicas (SEP, na sigla em inglês)
do BC, o que, casado com a expec-
tativa de redução rápida da infla-
ção, resulta na expectativa por
cortes de juros ainda em 2023.
É o que espera também o eco-
nomista-chefe para os Estados
Unidos da TS Lombard, Steven
Blitz. Segundo ele, o Fed pode
parar o ciclo de altas de juros em
março, após mais uma elevação
de 0,25 ponto percentual. O eco-
nomista espera que a autorida-
de monetária americana comece
a reduzir as taxas ainda neste
ano. Segundo Blitz, essa proje-
ção sinalizada por Powell, de
que o Fed não espera fazer cor-
tes neste ano “é apenas verborra-
gia”. Blitz diz que “isso é apenas
conversa sem sentido para man-
ter os mercados cautelosos”.
(Colaborou Sérgio Tauhata)
| C1
BC prefere
adiar redução
da Selic a subir
mais agora
Análise
Alex Ribeiro
De São Paulo
O Banco Central refez as con-
tas e constatou que, devido ao
agravamento do risco fiscal, a do-
se atual de juros não será sufi-
ciente para fazer a inflação che-
gar à meta no prazo proposto.
Sua decisão foi adiar o corte de
juros previsto para o fim do ano,
em vez de subir mais agora.
Na essência, as duas alternati-
vas significam a mesma coisa: o
aperto monetário será maior. A
diferença é que, se tivesse sinali-
zado uma Selic mais alta agora,
teria mais chances de recon-
quistar a credibilidade da sua
estratégia desinflacionária.
Mas, de outro lado, correria
um risco maior de provocar uma
queda mais forte da economia.
Também poderia provocar uma
ira mais forte do novo governo,
que já vem pressionando o Banco
Central para fazer um afrouxa-
mento da política monetária.
O fato é que, com a piora na
percepção do risco fiscal, o cená-
rio inflacionário ficou mais des-
favorável. Até a eleição, dava pa-
ra cumprir a meta de inflação se
o Banco Central segurasse os ju-
ros altos, nos atuais 13,75% ao
ano, até junho. Agora, a hipóte-
se de baixa da Selic em 2023 foi
praticamente descartada.
Na última vez em que se reu-
niu, em dezembro, o Comitê de
Política Monetária (Copom) do
Banco Central havia projetado
uma inflação de 3,1% para o pe-
ríodo de 12 meses até junho de
2024, que então era o seu hori-
zonte de política monetária. O
percentual estava em linha com a
meta do ano, de 3%. O pressupos-
to era que, até o fim deste ano, o
juro caísse a 11,75% ao ano.
Na reunião realizada ontem, o
colegiado refez os seus cálculos
e constatou que a inflação fica-
ria em 3,6% no período de 12
meses até setembro de 2023, o
novo horizonte relevante da po-
lítica monetária. Nessas contas,
ficaria acima da meta de infla-
ção. O pressuposto desse cená-
rio é que os juros fossem redu-
zidos a partir de setembro, fe-
chando o ano em 12,5% ao ano.
A conclusão desse novo cálculo
é que, para fazer a inflação chegar
à meta, seria preciso uma dose
mais forte de juro. Uma hipótese
seria levar a Selic acima de 13,75%.
O Copom preferiu adiar ainda
mais os cortes de juros. Essa esco-
lha foi comunicada com uma pro-
jeção alternativa de inflação. Se-
gundo esses cálculos, se os juros
forem mantidos estáveis em
13,75% até setembro de 2024, a in-
flação ficaria em 3,1% no período.
Essa projeção mostra, na es-
sência, que os juros devem ficar
estáveis por mais tempo que o
previsto. Mas uma hora teriam
que cair. Se seguissem em 13,75%
até setembro de 2024, a inflação
de 2025 ficaria muito baixa.
O mercado financeiro está refa-
zendo as contas sobre quando os
cortes de juros poderiam ocorrer.
O ex-diretor do Banco Central e
atual head de macroeconomia do
ASA Investments, Fabio Kanczuk,
diz que as quedas na Selic seriam
possíveis no primeiro trimestre de
2024, segundo um modelo que re-
plica o do BC. Isso nas atuais condi-
ções de temperatura e pressão.
Se for assim, na prática não ha-
verá corte de juros neste ano. Isso
deverá desagradar o novo gover-
no, em especial o ministro da Fa-
zenda, Fernando Haddad. Mas, de
certa forma, a estratégia do BC é a
mais suave, considerando que a al-
ternativa na mesa era subir o juro.
A decisão, de algum modo, é um
voto de confiança na nova equipe
econômica — ou seja, uma certa es-
perança de que a questão fiscal
possa ser bem encaminhada.
C2 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Finanças
Ibovespa
Em pontos
111.850
111.737
112.073
12/jan 23/jan
2022 2023
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Mercados No Brasil, câmbio e juros futuros recuaram; Wall Street terminou com ganhos
Ativos reagem a tom ‘suave’ do Fed
Matheus Prado, Arthur Cagliari e
Gabriel Roca
De São Paulo
Os sinais emitidos pelo presi-
dente do Federal Reserve (Fed), Je-
rome Powell, surpreenderam os
participantes do mercado, que le-
ram as indicações do dirigente co-
mo mais “suaves”. O resultado foi
visto nos ativos financeiros em ní-
vel global: o dólar caiu de forma
generalizada, assim como os juros
de longo prazo. Na renda variável,
as bolsas em Nova York registra-
ram ganhos, mas, por aqui, o Fed
foi capaz apenas de fazer o Iboves-
pa se afastar da mínima do dia.
Segundo o estrategista-chefe da
XP, Fernando Ferreira, o mercado,
antes da reunião, esperava por um
Fed que subiria menos os juros,
. dispersas”, afirma Marco Caruso,
Economistas
veem BC duro e
enviando ‘recados’
Arthur Cagliari e Matheus Prado
De São Paulo
A leitura unânime entre econo-
mistas foi a de que o Comitê de Po-
lítica Monetária (Copom) transmi-
tiu uma mensagem dura no comu-
nicado que acompanhou a decisão
de ontem, o que reforçou preocu-
pações sobre a trajetória dos juros
à frente e evidenciou possíveis “re-
cados” da autarquia ao governo e a
participantes do mercado.
Entre as principais discussões
expostas no documento, econo-
mistas ouvidos pelo Valor cita-
ram uma subida de tom do Ban-
co Central em relação à discus-
são sobre possíveis mudanças
nas metas de inflação e também
sobre as projeções de cortes de
juros, expostas semanalmente
pelo mercado no Boletim Focus.
Andrei Spacov, economista-
chefe da Exploritas, diz que o co-
municado do Copom foi mais
duro do que ele e o mercado es-
peravam, indicando que as
principais opções para a Selic à
frente são ficar parada ou subir.
Isso porque, na sua visão, a dis-
cussão de metas de inflação virou
prioridade para o Comitê, apesar
da melhora nos cenários de ativi-
dade e inflação. O comunicado
cita que o BC avaliará se a estraté-
‘Comunicado deve mudar projeções para Selic’
Gabriel Roca
De São Paulo
O comunicado do Banco Cen-
tral (BC) foi duro e tem o seu
destaque no parágrafo em que
os membros do Copom fazem
menção ao ambiente fiscal in-
certo e chamam a atenção para a
deterioração das expectativas de
inflação em prazos mais longos.
Na avaliação de Marcelo Kfoury,
professor da FGV-EESP e ex-che-
fe do Departamento de Pesqui-
sa Econômica do Banco Central,
o trecho pode ser considerado o
“whatever it takes” (“custe o
que custar”, em tradução livre)
da autoridade monetária — fra-
se cunhada pelo ex-presidente
do Banco Central Europeu
(BCE), Mario Draghi, em meio à
crise do euro em 2012. E sinali-
za que o colegiado está dispos-
Bolsas internacionais
Variações no dia 1/fev/23 - em %
Ibovespa
fecha
1,05
pregão com
queda de
0,35
1,20% 0,02 0,04
1/fev Dow S&P- Euronext DAX
2023 Jones 500 100
mas que traria uma sinalização
mais dura para contrastar com o
alívio recente das condições finan-
ceiras. “Mas viu uma mensagem
bem mais tranquila de Powell em
relação à inflação e mais chances
de ‘soft landing’ [pouso suave]”, es-
creveu em seu perfil no Twitter.
Como resposta, em Nova York, o
índice Dow Jones subiu 0,02%; o
S&P 500 avançou 1,05%; e o Nas-
daq anotou alta de 2,00%. Na renda
fixa, o retorno da T-note de dez
anos caiu de 3,512% para 3,419%.
Por aqui, o otimismo se mostrou
mais forte no câmbio e nos juros
futuros. O dólar acompanhou o
bom humor internacional e encer-
rou o dia negociado a R$ 5,0604,
em queda de 0,25%. Ao mesmo
tempo, a taxa do DI para janeiro de
2025 caiu de 12,84% para 12,785%
gia de manutenção da taxa bási-
ca de juros por período mais pro-
longado do que no cenário de
referência será capaz de assegu-
rar a convergência da inflação.
“O governo falou sobre o tema
algumas vezes e a reunião do
Conselho Monetário Nacional
para definir as metas só ocorre
em junho. Essa discussão atrapa-
lha e, se nada for definido até ju-
nho, haverá problema adicional.
O comunicado não diz isso lite-
ralmente, mas indica. O governo
precisa dizer o mais rápido possí-
vel se irá ou não mexer nas metas.
A incerteza é sempre pior”, diz.
Spacov diz ainda que o comitê
adicionou cenário alternativo para
mostrar que, com a Selic parada,
consegue manter a inflação na me-
ta, mas as expectativas ainda estão
se deteriorando. “É claro que o juro
real está alto e o mercado tende a
precificar quedas, mas o cenário
desenhado pelo BC tende a mudar
a simetria do mercado”, afirma.
Tomás Goulart, economista-
chefe da Novus Capital, diz que a
apresentação de um cenário al-
ternativo mostrou que o BC
olha para suas projeções de in-
flação e que elas divergem das
do mercado ao longo de todo o
horizonte relevante de política.
“O que o Copom quer dizer com
to a cumprir com a ancoragem
da inflação para as metas.
“A impressão geral é que foi
‘hawkish’ [duro]. A dúvida que
a gente tinha é se o Banco Cen-
tral iria aumentar o tom no
sentido de poder retomar as
altas de juros no curto prazo.
Ele preferiu, no entanto, sina-
lizar que prefere estender o
período em que a Selic deve fi-
car elevada”, diz Kfoury.
O economista conta que, no
período em que trabalhou no
Banco Central, era praxe a elabo-
ração de um cenário alternativo
em que a taxa Selic permanecia
parada durante todo o horizon-
te relevante de política monetá-
ria. “O Copom vinha, até aqui,
apenas mostrando o cenário ba-
seado na trajetória da Selic ex-
traída do Focus no comunicado.
Para tentar indicar que precisa
Juros
DI-Over futuro - % ao ano
13,45
0,90
0,07
-0,07
12,40
CAC- Nikkei- SSE 12/jan
40 225 Composite 2022
e a do DI para janeiro de 2027 re-
cuou de 12,83% para 12,775%.
Para o economista-chefe da EQI
Asset, Stephan Kautz, Powell men-
cionou explicitamente que seria
preferível o erro de subir mais os
juros do que menos, que a inflação
do núcleo de serviços, sem o setor
imobiliário, sequer começou a cair
e ainda classificou o mercado de
trabalho como muito apertado.
“Parece que o mercado está com-
prando um otimismo que a gente
começa a achar como exagerado,
tendo em vista a comunicação do
Fed neste momento”, afirma.
Já o economista-chefe do Ban-
co Alfa, Luís Otavio Leal, apontou
que, ainda que o discurso de
Powell tenha sido conservador no
conteúdo, a forma como foi colo-
cado acabou soando como mais
Caruso, do Original: comunicado do Copom mostra que cortes na Selic projetados no Focus deixam de fazer sentido
isso é que está preocupado com o
cumprimento da meta [de infla-
ção] e, ao olhar o que tem na mesa
hoje, percebe que não tem um ho-
rizonte plausível para cortar os ju-
ros. É como se dissesse ‘eu só consi-
go entregar a inflação na meta se
eu não cortar os juros’”, afirma.
Já Marco Antonio Caruso, eco-
nomista-chefe do Banco Original,
entende que o Comitê deixou cla-
ro em seu comunicado que a esti-
mativa do Boletim Focus, que colo-
ca a Selic a 12,5% no fim do ano,
não faz sentido diante do cenário.
“O comitê diz para o Focus que
esses juros não servem mais. O Bo-
letim prevê o início do corte de ju-
ros na sexta reunião deste ano, e o
comunicado aponta que vai ser de-
ficar parado por mais tempo, o
Copom acabou adicionando es-
se cenário alternativo”, explica.
O economista, inclusive, acre-
dita que a sinalização emitida
por meio do cenário alternativo
pode fazer com que haja uma on-
da de revisões de alta para a Selic
no Focus. “Havia cortes e esse co-
municado deve mudar as proje-
ções para o final do ano”, aponta.
No entanto, para além da indi-
cação de que os juros no país po-
dem permanecer elevados por
mais tempo, a inserção do cená-
rio alternativo cumpre outra fun-
ção, na opinião de Kfoury.
“Imagine um cenário em que
a Selic não tivesse subido de 2%
para 13,75% e estivéssemos em
‘velocidade de cruzeiro’. Se o Co-
pom tem a projeção de inflação
para o ano corrente tão acima
da meta, como está atualmente,
Dólar comercial
Cotação de venda - R$/US$
Jan/2024 Jan/2025
13,59
13,56
12,89
12,86
2 86
5,0999
23/jan 1/fev 12/jan
2023 2023 2022
branda para o mercado. “Ao indi-
car que as altas deverão ser mais
duas, Powell acabou colocando
um limite para as altas dos juros
que não era necessário de fazer.”
Para ele, a dificuldade do Fed em
conduzir os mercados para uma
posição mais restritiva das condi-
ções financeiras “pode acabar le-
vando o Fed a ter de ir mais longe
com os juros ou mantê-los eleva-
dos durante mais tempo do que o
projetado pelos mercados”.
O Ibovespa, porém, não conse-
guiu surfar o bom humor exter-
no. Embora tenha se afastado das
mínimas o principal índice da
bolsa brasileira enfrentou um dia
de queda firme, ao recuar 1,20% e
terminar o dia com 112.074 po-
óntos. Na mínima do dia, o Ibo-
vespa chegou a voltar para a casa
pois disso, mirando em uma taxa
de 13% talvez no fim deste ano ou
no começo do ano que vem. Se for
pra cortar, deverá ser no último en-
contro e não no sexto”, aponta.
Para o economista, com essa
perspectiva indicada no texto so-
bre a taxa de juros, o Banco Origi-
nal deve voltar a olhar para a sua
estimativa para a Selic no fim de
2023, hoje em 12,5%. “O texto si-
naliza que para o fim do ano a
previsão do BC é ter uma Selic no
nível da nossa estimativa ou
mais, então vamos ter que ver o
que a ata vai trazer de informa-
ções para analisar essa projeção.”
Menos pessimista, o economis-
ta-chefe da Parcitas Investimentos,
Vitor Martello, opina que a piora
precisaria subir os juros. Aí há
uma opção por colocar o cená-
rio alternativo. Já cedo no ano,
ele joga a toalha para a meta de
2023, indicando que ainda há
esperança para 2024”, explica.
Outro detalhe relevante do co-
municado foi a elevação nas pro-
jeções de inflação do Banco Cen-
tral, o que Kfoury atribui à dete-
rioração nas expectativas de in-
flação do mercado e à revisão na
projeção de preços administra-
dos, influenciadas pela provável
retomada nos tributos federais e
estaduais de combustíveis.
No entanto, o economista vê
um cenário mais benigno para a
inflação corrente no curto pra-
zo, diante da melhora do am-
biente inflacionário internacio-
nal e da desaceleração da econo-
mia brasileira. Isso, por sua vez,
pode acabar facilitanto o traba-
Dólar
5,1964
comercial
encerra
o dia em
queda de
5,0604 0,25%
em relação
ao real
23/jan 1/fev
2023 2023
dos 110 mil pontos, ao ser pres-
sionado pelas quedas das ações
da Vale, da Petrobras e de bancos.
A recuperação dos ativos glo-
bais após a decisão de política
monetária do Fed não foi suficien-
te para reverter totalmente as per-
das do Ibovespa. Entre os papéis
ligados às commodities metálicas,
as ações ordinárias da Vale recua-
ram 1,11% e os papéis preferen-
ciais da Gerdau recuaram 1,89%,
na medida em que os investidores
analisaram dados de atividade
econômica da China e os números
de produção e venda divulgados
pela Vale na noite de terça-feira.
As ações da Petrobras também
ajudaram a pressionar a bolsa. Os
papéis ONs caíram 1,97% e os PNs
perderam 1,38%, ao acompanharem
a queda dos preços do petróleo.
SILVIA ZAMBONI/VALOR
nas projeções de inflação do BC
mostram o efeito direto da conta-
minação fiscal no ambiente. Con-
tudo, a conjuntura é mais favorá-
vel, com sinais de desaceleração da
inflação da atividade no mundo e
também no Brasil, ao mesmo tem-
po em que a reabertura da China é
benéfica para ativos domésticos, o
que pode conter novas altas.
“As projeções do Focus costu-
mam demorar a desancorar, então
é provável que o Copom continue
apresentando este cenário alterna-
tivo para efeitos comparativos ou
até provar que a manutenção de
juros não é mais suficiente. Mas,
pessoalmente, acredito que a con-
juntura pode continuar ajudando
a segurar novas altas nos juros.”
lho de reancoragem das expec-
tativas, aponta o economista.
“Também é importante resaltar
o cenário da política monetária
americana. Parece que estamos ca-
minhando para um pouso suave,
ou seja, uma desinflação com pou-
ca desaceleração da economia. As-
sim, o Fed deve realizar mais uma
ou no máximo duas altas de 0,25
ponto percentual, o que é um ce-
nário bem melhor do que aquele
que esperava antes. É possível dizer
que o Lula pode receber uma sur-
presa positiva do exterior. Uma
brisa a favor”, diz Kfoury.
Segundo suas projeções, o ci-
clo de flexibilização monetária
pode começar entre o terceiro e
o quarto trimestre de 2023.
“Por um exercício de regra de
Taylor, a Selic chegaria a 12,75%
no fim deste ano e a 10,5% no
fim do ano que vem”, projeta.
Índices de ações Valor-Coppead
Em pontos
Performance Mínima Variância
160.456 160.858 163.672
82.263 80.973 81.638
12/jan 23/jan 1/fev
2022 2023 2023
Gestores
sugerem
cautela a
investidor
Júlia Lewgoy
De São Paulo
Assessores de investimentos e
gestores de patrimônio sugerem
que o investidor seja mais conser-
vador ao tomar suas decisões após
o Comitê de Política Monetária
(Copom) manter a Selic em 13,75%
ao ano. A principal recomendação
são títulos atrelados à inflação.
Os economistas veem o recuo
da taxa de juros cada vez mais dis-
tante, devido às críticas feitas pe-
lo governo às metas de inflação e
às incertezas em relação aos gas-
tos públicos. “Os ruídos elevaram
a chance de alta dos preços e as
previsões do mercado estão mais
do banco Original. “A oscilação
das taxas de juros dos títulos atre-
lados à inflação de longo prazo
foi maior do que a da bolsa bra-
sileira em janeiro, o que mostra
como a incerteza está alta.”
Nesse ambiente, os títulos
atrelados à inflação são aponta-
dos por assessores, economistas
e gestores como uma forma de se
proteger da alta de preços. A es-
timativa de inflação maior apa-
receu nas taxas de juros ofereci-
das nesses papéis, que subiram.
Em relação aos títulos prefixa-
dos, há mais dúvidas. A expectati-
va de inflação maior foi refletida
nas taxas oferecidas nesses papéis
também. No Tesouro Direto, é pos-
sível encontrá-los oferecendo aci-
ma de 13% ao ano, com datas de
vencimento entre 2026 e 2033.
Porém, boa parte dos especialis-
tas diz que, se a taxa de juros subir
ou demorar mais que o esperado
para cair, o comprador dos títu-
los “pré” ficará preso em papéis
com rendimento abaixo da Selic.
“O conselho de alguns meses
atrás de que era uma boa hora para
comprar prefixados porque o cor-
te da Selic não estaria distante é
discutível. Com o risco da meta de
inflação ser elevada pelo governo,
é momento de ficar desconfortável
com os prefixados”, afirma Caruso.
Sigrid Guimarães, sócia e pre-
sidente da Alocc Gestão Patrimo-
nial, também vai por esse cami-
nho conservador. “Quando a Se-
lic estava em 2%, muitos entra-
ram em prefixados e agora estão
abarrotadas com títulos com
rendimento muito inferior ao
que o mercado está pagando.”
Já Ricardo Aragon, educador fi-
nanceiro, sócio-fundador e diretor
de produtos e estratégia da asses-
soria de investimentos Matriz Ca-
pital, pensa diferente. Ele acha que
os títulos atrelados à Selic são bons
só para a reserva de emergência,
que exige liquidez diária, e que o
dinheiro para realizar objetivos de
médio e longo prazo deve estar em
papéis atrelados à inflação e prefi-
xados agora. “O investidor deve se
precaver para caso o governo faça
um trabalho fiscal bom e a Selic co-
mece a cair ainda neste ano”, diz.
Fora do Tesouro Direto, títulos
como CDBs e letras de crédito
imobiliário e do agronegócio
(LCIs e LCAs) podem render mais.
O risco desses papéis é maior, mas
eles estão cobertos pelo Fundo
Garantidor de Créditos (FGC) até
o limite de R$ 250 mil por CPF.
Em meio a esse cenário difícil de
ler, os economistas aconselham
evitar começar a comprar ações
agora ou a diminuir a fatia da car-
teira em bolsa. “Acho importante o
investidor respeitar o risco que to-
lera. Muitos entraram na onda e
não tinham perfil para ações
quando a Selic estava baixa”, diz
Apolo Duarte, planejador finan-
ceiro certificado, sócio e chefe da
mesa de renda variável da assesso-
ria de investimentos AVG Capital.

Finanças
Política monetária Desempenho dessas regiões será importante para economia brasileira, dizem analistas
China e Europa ganham peso com decisão de BCs
Estevão Taiar
De Brasília
O fim das restrições sanitárias
na China e o desempenho econô-
mico da Europa devem ganhar
mais importância para a trajetó-
ria da atividade econômica no
Brasil e dos ativos financeiros
após as decisões dos bancos cen-
trais brasileiro e americano terem
vindo em linha com o esperado.
Ontem, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco
Central (BC) manteve a Selic em
13,75% ao ano. Poucas horas an-
tes, o colegiado de política mo-
netária do Federal Reserve (Fed,
o banco central americano) ele-
vou a taxa de referência em 0,25
ponto percentual, para o inter-
valo entre 4,5% e 4,75% ao ano.
Megale, da XP: balanço de riscos está na mão do governo e, se nova âncora fiscal falhar, BC terá de manter juro alto
‘Copom parece disposto a ‘Espaço para cortes de
manter Selic parada até 2024’ juros é bastante residual’
Sérgio Tauhata
De São Paulo
O Banco Central parece mais
inclinado a manter a taxa básica
de juros parada até 2024, afirma
o economista-chefe da XP, Caio
Megale. Segundo o chefe da área
de pesquisa macroeconômica
do grupo de investimentos, a
autoridade está sinalizando
que tinha um plano de voo, mas
que agora está mudando e, com
isso, vai ficar mais custoso tra-
zer a inflação para a meta.
Nas projeções da XP, a Selic vai
se manter nos atuais 13,75% até a
o início de 2024. “Com a poten-
cial queda da inflação, haveria
espaço no ano que vem para que
a Selic pudesse chegar a 10%, o
que significaria um juro real em
torno de 6%”, avalia. Leia os prin-
cipais trechos da entrevista:
Valor: O comunicado do Copom
trouxe alguma surpresa?
Caio Megale: Acho que veio
mais duro do que eu esperava.
Acreditava que o BC iria sinali-
zar um incômodo com a alta das
expectativas de inflação para o
ano que vem e para 2025, mas
seria uma sinalização mais sua-
ve, como forma de começar um
processo de endurecimento do
discurso. Mas o Copom incluiu
um cenário alternativo que não
vinha trazendo, que é o de man-
ter o juro parado até o fim de
2024. Nessa situação, a inflação
fica na meta no ano que vem, na
verdade, até um pouco abaixo. O
comitê trouxe projeções apon-
tando que ‘se eu deixar o juro
como a Focus [pesquisa de mer-
cado elaborada pelo BC] espera,
a inflação estimada em 2024 se-
ria de 3,4%, mas se deixar o juro
parado passaria a 3,1%’. Então,
parece que o banco central diz
que, ‘se a opção é seguir a Focus
ou deixar o juro parado, estou
mais inclinado a deixar parado’.
Valor: O BC está corrigindo o ru-
mo da política monetária?
Megale: Está sinalizado que ti-
na um plano de voo, que incluía
possibilidade de cortes de juros
neste ano, mas, com o aumento
das expectativas de inflação futu-
Um ex-diretor do BC, que pre-
fere não ser identificado, afirma
que a entrevista concedida pelo
presidente do Fed, Jerome Powell,
após a decisão não teve impactos
significativos nas condições fi-
nanceiras no Brasil. “Nos Estados
Unidos [a fala] já bateu. O juro
real ex-ante de dois anos caiu 10
pontos base [0,1 ponto percen-
tual]. Esse valor é grande para
eles, mas minúsculo aqui. Nada
relevante para o Brasil”, diz.
Esse interlocutor também des-
taca que Powell, ao afirmar que
os indicadores econômicos têm
ganhado mais peso do que de
costume nas avaliações do Fed,
acabou passando uma mensa-
gem mais “dove”, jargão de mer-
cado que significa mais inclina-
da ao afrouxamento monetário.
ra, o plano de voo está mudando.
Está ficando mais custoso trazer
a inflação para [o centro da] me-
ta. Por isso, pode ter de deixar o
juro alto por mais tempo.
Valor: Quais suas projeções para
a Selic neste ano e no próximo?
Megale: O BC foi na direção
correta dizendo que não dá para
cortar juros com as expectativas
subindo. A grande variável para
nós, que começou a mudar essas
expectativas, foi a aprovação da
PEC [da transição] no fim do ano
passado, porque ali o novo go-
verno sinalizou gastos mais in-
tensos do que o necessário e von-
tade de fazer política fiscal mais
expansionista. Quando vimos a
PEC, já avaliamos que o BC não
conseguiria cortar os juros neste
ano. Nossas projeções colocam a
Selic em 13,75% até o começo de
2024. No próximo ano a gente
tem um cenário de possibilidade
de cortes, porque estimamos o
juro real de equilíbrio em 6%, en-
tão, mantendo a Selic estável,
mas com inflação caindo, haveria
cenário para cortes de juros. Nos-
sa projeção é de IPCA de 4% no
fim de 2024, o que abriria espaço
para o juro nominal recuar para
10%, o que manteria o juro real
elevado no próximo ano. Mas
posso dizer que tenho mais con-
vicção de que o juro vai ficar pa-
rado neste ano do que se haverá
condições para cortes em 2024.
Valor: Quais fatores serão impor-
tantes para ocorrer uma redução de
taxas de juros?
Megale: Para haver cortes em
2024 vai ser muito importante o
sucesso da próxima âncora fiscal.
Se a variável chave para 2023 foi a
PEC, para 2024 será o novo arca-
bouço fiscal. Se for bem-sucedi-
do, o novo marco fiscal ajuda a
criar espaço para o BC começar a
cortar [juros] no ano que vem. Se-
não, o regime [fiscal] vai ser outro
e o espaço para redução, na me-
lhor das hipóteses, será menor.
Valor: Com possível manutenção
do juro em patamar restritivo por
mais tempo há risco de recessão?
Megale: Nosso cenário aponta
para retrações do PIB no segun-
do semestre deste ano. Como o
BC até mencionou isso no comu-
“O mercado prestou mais aten-
ção nessa resposta do que em to-
do o resto”, diz o ex-diretor.
Também na avaliação de Silvio
Campos Neto, sócio e economista
sênior da Tendências Consulto-
ria, o impacto da decisão do Fed e
das falas de Powell “já bateram”
nos ativos financeiros. Segundo
ele, tanto o câmbio no Brasil
quanto as taxas de juros longas
“já passam a percepção [de que o
ciclo de altas nos Estados Unidos]
está perto do fim do aperto”.
Mas o sócio da Tendências tam-
bém afirma que, em relação à ativi-
dade econômica e os índices de
bolsa, “ainda há uma conta a ser
paga pelo aperto” realizado pelo
Fed, tanto no Brasil quanto no ex-
terior. Ele calcula crescimento de
0,7% para a economia americana
WASHINGTON COSTA - SEPEC/ME
nicado, a desinflação está fican-
do mais custosa. Ao perceber
que está havendo desancoragem
desde o fim do ano passado, o
BC sinaliza querer manter o juro
alto por mais tempo e, com isso,
projetamos quedas de PIB no se-
gundo semestre. Seriam, em
nossa estimativa, dois trimestres
de contração do PIB, o que eu
classificaria de uma recessão
suave, uma queda de PIB espa-
lhada na economia, mas não
uma recessão muito profunda.
Nossa projeção é de crescimento
de 1% do PIB neste ano, porque
teremos um primeiro semestre
positivo e o benefício de um car-
rego estatístico. Além disso, a
China reabrindo [flexibilizando
restrições da pandemia] ajuda.
Essa combinação faz com que a
recessão contratada pelo juro al-
to seja uma recessão suave, uma
contração de PIB em vários seto-
res, mas com característica mais
de um freio de arrumação.
Valor: Quais fatores podem dese-
quilibrar o balanço de riscos?
Megale: O que faria subir os ju-
ros? Acho que a continuidade do
processo de alta das expectativas.
Mas, reforço, está longe do cená-
rio atual. O que faria as expectati-
vas continuarem escalando seria
uma condução problemática da
nova âncora fiscal. Dependendo
de como for, pode exigir até uma
alta de juros pelo BC no curto pra-
zo. Nesse cenário, o câmbio, que
está super bem comportado, po-
de desvalorizar para R$ 5,40 ou R$
5,50 por dólar. A condução da
meta de inflação também é outra
variável decisiva. O que vai equili-
brar a economia é um juro real de
5% a 6%. Se as expectativas vão ser
mais altas, haverá mais reajustes
de preços, o que exige taxa de ju-
ros nominal mais alta também.
Parte do movimento de desanco-
ragem de expectativas foi alimen-
tada por essa discussão de mu-
dança da meta. Por outro lado,
se a condução desse novo arca-
bouço fiscal for bem-sucedida e
com um ambiente internacio-
nal favorável ao Brasil, o corte de
juro poderia até ser antecipado.
O balanço de riscos está muito
na mão do governo.
para e de 0,9% para a brasileira em
2023. De um lado, o ciclo de eleva-
ção de juros realizados pelo Banco
Central Europeu (BCE) também
atua para esfriar a atividade eco-
nômica no mundo e no Brasil. Mas,
em sentido oposto, a desacelera-
ção “deve ser limitada pelo fator
China”, com a diminuição das res-
trições sanitárias no país asiático.
“Houve um cavalo de pau na
China”, diz Armando Castelar, pes-
quisador associado do Instituto
Brasileiro de Economia da Funda-
ção Getulio Vargas (FGV Ibre).
Castelar também destaca a im-
portância do “cenário mais oti-
mista com a Europa, com um in-
verno mais moderado que aju-
dou a segurar o preço do gás”.
O economista ainda chama
atenção para as afirmações de
Honorato, do Bradesco: descompasso entre a meta, a expectativa de inflação e a precificação de cortes da Selic
Victor Rezende
De São Paulo
Com projeções de inflação que
se afastam ainda mais do centro da
meta e uma linguagem bem mais
dura, o Comitê de Política Monetá-
ria (Copom) do Banco Central in-
dica que “o espaço para cortes de
juros é bastante residual”. É o que
afirma, em entrevista concedida
ao Valor, o economista-chefe do
Bradesco, Fernando Honorato.
Ao olhar apenas para a decisão
de ontem, ele aponta que a trajetó-
ria de taxas esperada pelo banco —
com Selic a 12,25% no fim do ano —
“fica um pouco sob risco”, diante
de um viés de juro médio mais alto
à frente. A probabilidade de uma
retomada das altas de juros, po-
rém, é “mínima” neste momento,
aponta Honorato. “Não temos in-
dícios de que o Copom queira su-
bir juros agora, mas as condições
importam”, diz. Veja, abaixo, os
principais trechos da entrevista:
Valor: Qual sua avaliação sobre
a comunicação empregada pelo Co-
pom nesta decisão?
Fernando Honorato: O comuni-
cado foi bastante duro. As proje-
ções de inflação do Copom se dis-
tanciaram do centro da meta; e o
Copom indicou que, com a Selic
estável, a inflação ficaria em 2,8%
em 2024, ou seja, o espaço para
corte de juros é bastante residual.
Além disso, ele coloca a discussão
de como deve atuar no ambiente
atual de incerteza fiscal e de expec-
tativas se distanciando da meta, ao
dizer que o custo de desinflação
aumenta e que, nessa conjuntura,
o Copom irá conduzir a política
monetária necessária para cum-
prir as metas. Um último ponto é
quando o colegiado diz que segue
vigilante e avaliando se a estraté-
gia de manter os juros parados por
um período mais prolongado que
o do cenário de referência irá asse-
gurar a convergência da inflação.
Valor: A comunicação do Copom
aponta, então, para um viés de alta
nas expectativas para a Selic?
Honorato: Há um recado claro
do Copom de que há uma certa
inconsistência no Focus ao se ob-
servar a alta das expectativas de
Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Powell de que o Fed dará mais pe-
so aos indicadores, dizendo que
isso pode trazer mais “alguma vo-
latilidade” para os ativos finan-
ceiros. “Se a inflação surpreende
para baixo, possivelmente o real
vai se apreciar mais”, observa.
No comunicado que publicou
após a decisão, o Copom afirma
que o “relaxamento de restrições
sanitárias na economia chinesa
alivia a possibilidade de novas dis-
rupções nas cadeias de suprimen-
to globais”. Para o BC, “o ambiente
externo segue marcado pela pers-
pectiva de crescimento global
abaixo do potencial” em 2023 e
“alta volatilidade nos ativos finan-
ceiros”. Ainda assim, “dados recen-
tes de atividade global têm sido re-
lativamente resilientes”. Por sua
vez, o ambiente inflacionário, em-
inflação e, ainda, a trajetória es-
perada para os juros, que inclui
cortes na Selic. É como se o BC dis-
sesse que, com a expectativa des-
viando da meta definida pelo
Conselho Monetário Nacional, o
juro não é compatível. É uma pro-
vocação do BC dizendo que irá
cumprir a meta e lembrando que
o instrumento para isso é a Selic.
Valor: Como vocês viram a recen-
te desancoragem das expectativas
de médio e de longo prazo?
Honorato: Duas discussões estão
por trás desse descolamento das
expectativas. A primeira inclui a
expectativa sobre o arcabouço fis-
cal, que é um debate que produz
dúvidas sobre o nível de despesa
no país e sobre o nível de câmbio e,
portanto, sobre onde irá estabili-
zar a inflação. Do outro lado, a dis-
cussão sobre a possibilidade de al-
teração das metas de inflação tam-
bém leva as expectativas para ci-
ma. Esses dois debates acabaram
influenciando esse descolamen-
to e o BC flertou um pouco com
esses dois temas no comunicado.
Valor: A decisão do Copom altera
o cenário do Bradesco para a traje-
tória da Selic à frente?
Honorato: No nosso cenário, es-
peramos uma Selic de 12,25% no
fim do ano. Ainda é plausível pen-
sar nesse cenário, muito porque
estou olhando para um ambiente
em que o câmbio pode apreciar
mais. Inclusive, em função do que
aconteceu na decisão do Fed, o co-
municado do Copom é um convite
para uma apreciação maior da
moeda e isso pode fazer com que,
pelo canal do câmbio, tenhamos
espaço para um corte de 1,5 ponto
do juro neste ano. Mas, lendo ex-
clusivamente o comunicado do
Banco Central, o cenário de cortes
de juros que eu tenho hoje fica um
pouco mais sob risco, porque exis-
te um viés de juro médio mais alto.
Valor: As projeções de inflação
do Copom vieram acima das expec-
tativas do mercado...
Honorato: As projeções, de fato,
vieram mais altas do que nós está-
vamos esperando. Em outras pala-
vras, o modelo do BC está incorpo-
rando um peso maior para as ex-
pectativas de inflação do que os
nossos. A influência das expectati-
| Valor | C3
bora “siga pressionado”, mostra
“sinais mais positivos na margem”.
Já o Fed retirou do comunicado
menções presentes até dezembro a
respeito dos impactos da guerra na
Ucrânia sobre a inflação e da pan-
demia sobre as cadeiras de supri-
mento. Na entrevista Powell afir-
mou que “o cenário global está me-
lhorando um pouco, e isso importa
para a gente”. Segundo ele, a infla-
ção nos EUA pode retornar à meta
de 2% sem desaceleração significa-
tiva da atividade econômica. “Não
é o mais provável nas previsões dos
analistas, mas há uma chance.”
O presidente do Fed acredita que
“o crescimento vai continuar, mas
em um ritmo menor” que nos últi-
mos dois anos. Já as “condições fi-
nanceiras não mudaram muito des-
de a reunião anterior” do comitê.
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR
vas neste momento pareceu maior,
e é daí que vemos um recado bas-
tante duro. O modelo já refletiu es-
sa deterioração e, além disso, a pró-
pria comunicação do Copom foi
mais dura. Ele pede que os investi-
dores reavaliem a trajetória espera-
da para a Selic, já que as expecta-
tivas estão descolando da meta
de 3% que ele precisa cumprir.
Valor: Qual a possível reação do
mercado de juros a esse tom mais
duro utilizado pelo Copom?
Honorato: Há um certo descom-
passo entre a meta, a expectativa
de inflação e a precificação de cor-
tes de juros. É mais razoável supor
que não teremos cortes de juros ao
longo do ano, o que pode provocar
um ajuste na ponta curta da curva
de juros. No entanto, há uma am-
biguidade no cenário. Se o câmbio
tiver uma apreciação significativa
nas próximas duas, três semanas, o
movimento da moeda pode com-
pensar a piora das expectativas de
inflação. Para o mercado hoje, es-
pero que as taxas de curto prazo
subam um pouco ou fiquem on-
de estão. Já nos juros de longo
prazo, a parcela de prêmio de ris-
co acaba sendo bem importante.
Valor: Há possibilidade de o BC
voltar a aumentar a Selic?
Honorato: Olhando os modelos e
o que ele descreveu, não vejo indí-
cios de alta de juros. Apesar de o es-
paço ter diminuído, o cenário base
continua a ser de cortes residuais
nos juros, já que, quando o Copom
deixa o juro parado, a inflação em
2024 fica em 2,8%. As condições de
hoje até meados do ano vão dizer
se temos espaço para subir os juros.
Se, por hipótese, as expectativas
continuarem a se deteriorar e o
câmbio não se apreciar, o Copom
pode fazer um alerta mais duro, e aí
tem alguma chance de aumento de
jurosemalgumponto.Aprobabili-
dade, no entanto, é mínima. A
chance não é zero, mas acredito
que não é nem de 5% hoje. Não te-
mos indícios de que o Copom quei-
ra subir juros agora, mas as condi-
ções importam. Se houver piora
das expectativas e o câmbio não
compensar, é possível que tenha-
mos não só o BC como também o
mercado discutindo um aumento
na probabilidade de alta de juros.
C4 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | Valor | C5
C6 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Finanças
Crédito Emissão de letra financeira social foi pioneira no país, diz o banco
Setor de pagamentos
Itaú capta R$ 2 bi para apoiar questiona existência de
novo golpe com cartões
empreendedorismo feminino Mariana Ribeiro
De São Paulo
fazemos constantemente”, diz
Umeda, que também é diretora
de risco da Visa, ao Valor.
Sérgio Tauhata mento] fazem parte da agenda de dívida atrelados a metas de gêne- lhões de empresas comandadas O setor de pagamentos ques- Ela afirma que as ameaças en-
De São Paulo operações ESG [dimensões am- ro] feita por um banco privado no por mulheres. Levantamento da tiona a existência de golpe que volvendo o Prilex, grupo brasileiro
biente, social e governança] do país”. O especialista lembra ainda Organização Internacional do Tra- envolve o bloqueio de transações especializado em fraudes financei-
O Itaú Unibanco levantou R$ 2 banco, que prevê entregar R$ 400 que um volume financeiro expres- balho (OIT), com mais de 13 mil por aproximação para forçar o ras, não são novas e que a indústria
bilhões na primeira emissão de le- bilhões em ativos ligados aos te- sivo, de R$ 200 milhões, vai aten- empresas em 70 países revelou cliente a inserir o cartão físico na tem sido bem-sucedida em barrá-
tras financeiras sociais (LF) por um mas até 2025”. O executivo aponta der o Norte e o Nordeste, regiões que os negócios que passaram a “maquininha”. Participantes da las. A Abecs não reconhece, porém,
banco brasileiro no mercado local. ainda que “a operação foi a maior com penetração do crédito em re- ter liderança feminina tiveram indústria dizem que não há rela- ataques do grupo envolvendo es-
A captação tem como objetivo no mercado de capitais brasileiro lação ao PIB entre 15% e 20% me- crescimento nos lucros, facilidade tos que corroborem a aplicação pecificamente o bloqueio das
apoiar o empreendedorismo fe- com foco no tema de gênero”. nor do que o restante do Brasil. “E para atrair e reter talentos, e me- desse mecanismo de fraude, no- transações por aproximação.
minino no âmbito do programa A diretora de relações institu- nesses Estados, cerca de 70% das lhora na criatividade e inovação. ticiado nesta semana pela Kas- A Associação Brasileira de Ins-
Itaú Mulher Empreendedora, cionais e de sustentabilidade do mulheres que empreendem são A diretora de sustentabilidade persky, empresa global de ciber- tituições de Pagamentos (Abi-
que completa dez anos em 2023. banco, Luciana Nicola, ressalta afrodescendentes”, acrescenta. do Itaú acrescenta ainda que um segurança e privacidade digital. pag) também diz que “desconhe-
Do volume total, R$ 1 bilhão foi que “dentro do programa de Mu- O gerente-geral da IFC no Bra- dos propósitos da captação recém- Parte do comitê de Segurança ce novas fraudes de ‘malware’ que
captado junto à International Fi- lheres Empreendedoras pode- sil, Carlos Leiria Pinto, ressalta realizada é a possibilidade de re- e Prevenção a Fraudes da Asso- supostamente conseguiriam blo-
nance Corporation (IFC), membro mos mostrar que o crédito pode ainda “haver evidências que o forçar a atuação entre empreende- ciação Brasileira das Empresas de quear pagamentos ‘contactless’”.
do grupo Banco Mundial. A outra ser uma alavanca para o cresci- crédito dado a empresas lidera- doras afrodescendentes e indíge- Cartões de Crédito e Serviços A Kaspersky afirma que o Prilex
metade foi obtida no mercado. mento do negócio e não apenas das por mulheres tem risco me- nas. O diretor de tesouraria do (Abecs), Adriana Umeda afirma criou uma nova versão do “malwa-
Segundo a instituição, os recursos uma dívida”. Além de acesso a fi- nor em relação ao concedido a banco completa ainda ver “apetite que, após a publicação de notí- re” capaz de infectar softwares dos
vão financiar pequenas e médias nanciamento, a rede, explica a organizações chefiadas por ho- [de investidores] para fazer mais cias relatando o novo golpe, hou- lojistas conectados às “maquini-
empresas lideradas por mulheres executiva, estimula a educação mens”. O executivo citou o caso desse tipo de operação”. Santos, da ve um trabalho de comunicação nhas”. Desde 2016, são observados
no Brasil. E 10%, ou seja, R$ 200 das participantes, “que apren- do México, onde o regulador lo- IFC, explica que, quando ocorre entre as empresas e não foram ataques dessa natureza, que
milhões, vão ser direcionados ex- dem umas com as outras”. cal permitiu que financiamentos uma emissão grande de títulos li- encontrados registros de casos. abrem espaço para roubo das in-
clusivamente para empreendedo- Na visão do responsável pela concedidos a companhias com gados à sustentabilidade, “vários “Conversamos especialmente formações do cartão físico. A dife-
ras do Norte e Nordeste do país. área de instituições financeiras no lideranças femininas tenham clientes nos procuram querendo com as credenciadoras, que po- rença agora, diz a empresa, é que a
De acordo com o diretor de te- Brasil e Cone Sul do IFC, Rogério menor requisito de capital. fazer a mesma coisa, ou seja, [emis- deriam ter visto algo em campo e ação visa bloquear transações por
souraria do Itaú, Daniel Goretti, Santos, “essa foi a primeira emis- De acordo com o Itaú, estima- sões do gênero] têm um efeito elas realmente não viram. Vamos aproximação para forçar o usuário
“os títulos de três anos [de venci- são de um ‘gender bond’ [título de se existir no Brasil mais de 10 mi- demonstração muito grande”. continuar monitorando, como a inserir o cartão no terminal.

Finanças | Indicadores
IMA - Índices de Mercado Anbima Custo do dinheiro TR, Poupança e TBF Índice de Renda Fixa Valor
Em 01/02/23 Em % no período Variações % no período Base = 100 em 31/12/99
Valor Var. no Var. no Var. no Há No fim de Há Há Período TR Poupança * Poupança ** TBF 01/02/23 31/01/23 30/01/23 27/01/23 26/01/23 25/01/23
Índice Referência do índice dia % mês % ano % Taxas referenciais 01/02/23 31/01/23 1 semana janeiro 1 mês 12 meses 15/01 a 15/02 0,2063 0,7073 0,7073 1,0480 Índice 1.806,51 1.807,58 1.805,28 1.804,79 1.806,81 1.807,00
IRF-M 1* 13.577,1810820 0,02 0,02 1,12 Selic - meta ao ano 13,75 13,75 13,75 13,75 13,75 9,25 16/01 a 16/02 0,2438 0,7450 0,7450 1,0959 Var. no dia -0,06% 0,13% 0,03% -0,11% -0,01% 0,14%
IRF-M 1+** 16.912,3496600 -0,21 -0,21 0,51 Selic - taxa over ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 9,15 17/01 a 17/02 0,2414 0,7426 0,7426 1,0935 Var. no mês -0,06% 0,96% 0,84% 0,81% 0,92% 0,93%
IRF-M Total 15.510,8102660 -0,12 -0,12 0,72 Selic - taxa over ao mês 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,0425 18/01 a 18/02 0,2426 0,7438 0,7438 1,0947 Var. no ano 0,91% 0,96% 0,84% 0,81% 0,92% 0,93%
IMA-B 5*** 8.113,9561930 -0,05 -0,05 1,35 Selic - taxa efetiva ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 9,15 19/01 a 19/02 0,2143 0,7154 0,7154 1,0461 Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
IMA-B 5+**** 9.625,4123330 0,19 0,19 -1,07 Selic - taxa efetiva ao mês 0,9181 1,1233 1,1233 1,1233 1,1233 0,6623 20/01 a 20/02 0,1763 0,6772 0,6772 0,9977
IMA-B Total 8.543,2067660 0,08 0,08 0,08 CDI - taxa over ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 9,15 21/01 a 21/02 0,1488 0,6495 0,6495 0,9500
IMA-S Total 5.710,4219760 0,05 0,05 1,20 CDI - taxa over ao mês 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,0425 22/01 a 22/02 0,1488 0,6495 0,6495 0,9500
IMA-Geral Total 6.974,6357980 0,02 0,02 0,72
Fonte: Anbima. Elaboração: Valor Data. * Prazo menor ou igual a 1 ano ** Prazo maior que 1 ano *** Prazo menor ou igual a 5 anos **** Prazo
CDI - taxa efetiva ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 9,15 23/01 a 23/02
24/01 a 24/02
0,1763
0,1765
0,6772
0,6774
0,6772
0,6774
0,9977
0,9979
Câmbio
CDI - taxa efetiva ao mês 0,9181 1,1233 1,1233 1,1233 1,1233 0,6623
maior que 5 anos 25/01 a 25/02 0,1749 0,6758 0,6758 0,9963
CDB Pré - taxa bruta ao ano - - - - 11,61 9,11
26/01 a 26/02 0,1453 0,6460 0,6460 0,9465 Em 01/02/23
CDB Pré - taxa bruta ao mês - - - - 0,9196 0,7291 Em US$ * Em R$ **
27/01 a 27/02 0,1079 0,6084 0,6084 0,8988
CDB Pós - taxa bruta ao ano - - - - 12,17 8,81 Moeda Compra Venda Compra Venda
Crédito CDB Pós - taxa bruta ao mês - - - - 0,9620 0,7059
28/01 a 28/02
29/01 a 01/03
0,1112
0,1487
0,6118
-
0,6118
-
0,9021
0,9499 Baht (Tailândia) 32,9100 32,9400 0,15400 0,15410
Taxa de juros de referência - B3 30/01 a 01/03 0,1487 - - 0,9499 Balboa (Panamá) 1,0000 1,0000 5,0715 5,0721
Taxas - em % no período TJ3 - 3 meses (em % ao ano) 13,68 13,68 13,68 13,68 13,69 11,23 31/01 a 01/03 0,1101 - - 0,9010 Bolívar Soberano (Venezuela) 22,3178 22,3737 0,2267000 0,2273000
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 TJ6 - 6 meses (em % ao ano) 13,74 13,71 13,71 13,71 13,74 11,88 Boliviano (Bolívia) 6,8500 7,0000 0,7245 0,7405
Fonte:BancoCentral.Elaboração:ValorData.*Depósitosaté03/05/12**Depósitos
Linhas - pessoa jurídica 18/01 17/01 semana dezembro mês meses Taxas referenciais de Swap - B3 Colon (Costa Rica) 551,8500 555,7000 0,009126 0,009191
a partir de 04/05/12; Lei nº 12.703/2012
Capital de giro pré até 365 dias - a.a. 36,22 36,76 37,55 31,00 33,12 30,01 DI x Pré-30 - taxa efetiva ao ano 13,65 13,65 13,66 13,65 13,66 10,51 Coroa (Dinamarca) 6,8130 6,8137 0,7443 0,7445
Capital de giro pré sup. 365 dias - a.a. 26,57 26,64 28,25 24,24 26,50 26,12 DI x Pré-60 - taxa efetiva ao ano 13,67 13,66 13,67 13,66 13,68 10,93 Coroa (Islândia) 140,4200 140,7400 0,03603 0,03612
Conta garantida pré - a.a.
Desconto de duplicata pré - a.a.
48,81
26,72
48,27
26,64
49,64
26,81
51,14
25,85
45,64
26,98
38,05
23,66
DI x Pré-90 - taxa efetiva ao ano 13,68 13,68 13,68 13,68 13,69 11,23 B3 - Brasil, Bolsa, Balcão Coroa (Noruega)
Coroa (Rep. Tcheca)
9,9830
21,7760
9,9860
21,7830
0,5079
0,2328
0,5081
0,2329
DI x Pré-120 - taxa efetiva ao ano 13,71 13,69 13,69 13,69 13,72 11,55
Vendor pré - a.a. 18,82 18,82 17,85 18,18 19,02 14,92 Coroa (Suécia) 10,4191 10,4221 0,4866 0,4868
Capital de giro flut. até 365 dias - a.a. 20,99 20,44 20,47 21,93 20,92 18,21
DI x Pré-180 - taxa efetiva ao ano 13,74 13,71 13,71 13,71 13,74 11,88 Índices de ações em 01/02/23 Dinar (Argélia) 135,1664 136,2927 0,03721 0,03752
Capital de giro flut. sup. 365 dias - a.a. 20,24 17,71 19,68 19,23 20,78 18,36 DI x Pré-360 - taxa efetiva ao ano 13,53 13,47 13,43 13,47 13,54 12,13
No No No Em 12 Dinar (Kuwait) 0,3051 0,3052 16,6170 16,6244
Conta garantida pós - a.a. 28,36 28,36 27,63 26,56 27,87 23,54 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Índice dia mês ano meses Dinar (Líbia) 4,7480 4,7703 1,0631 1,0683
ACC pós - a.a. 8,17 8,13 8,18 8,04 7,55 2,84 Direitos Especiais de Saque *** 1,3515 1,3515 6,8541 6,8549
Factoring - a.m. 3,72 3,73 3,71 3,62 3,70 3,73 Variação % em reais
Dirham (Emirados Árabes Unidos) 3,6726 3,6736 1,3805 1,3811
Fontes: Banco Central, Anfac e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Mercado futuro Ibovespa 112.073 -1,20 -1,20 2,13 -1,02 Dirham (Marrocos) 10,1564 10,1614 0,4991 0,4994
IBrX 47.602 -1,20 -1,20 2,27 -1,61 Dólar (Austrália)*** 0,7075 0,7076 3,5881 3,5890
Em 01/02/23 IBrX 50 18.893 -1,24 -1,24 2,10 -1,24 Dólar (Bahamas) 1,0000 1,0000 5,0715 5,0721
Juros externos PU de Taxa efetiva - Contratos Cotação - em % ao ano
IEE
SMLL
77.939
2.061
-0,60
-0,29
-0,60
-0,29
-0,94
2,63
-0,06
-15,49
Dólar (Belize) 1,9982 2,0332 2,4943 2,5383
DI de 1 dia ajuste em % ao ano negociados Mínimo Máximo Último Dólar (Canadá) 1,3323 1,3324 3,8063 3,8070
ISE 3.200 -0,88 -0,88 1,36 -15,63 Dólar (Cayman) 0,8250 0,8350 6,0737 6,1480
Empréstimos - em % ao ano Vencimento em mar/23 99.090,21 13,650 197.625 13,650 13,656 13,656 IMOB 697 -1,14 -1,14 5,83 -11,39 Dólar (Cingapura) 1,3117 1,3125 3,8640 3,8668
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 Vencimento em abr/23 97.937,64 13,665 79.518 13,660 13,666 13,666 IDIV 7.465 -1,45 -1,45 4,36 9,28 Dólar (EUA) 1,0000 1,0000 5,0715 5,0721
01/02/23 31/01/23 semana janeiro mês meses Vencimento em mai/23 97.042,10 13,683 36.143 13,674 13,686 13,680 Dólar (Hong Kong) 7,8407 7,8410 0,6468 0,6469
IFIX 2.807 -0,50 -0,50 -2,10 1,10
Libor - empréstimos interbancários em dólar * Vencimento em jun/23 95.953,55 13,713 4.552 13,685 13,715 13,685 Dólar (Nova Zelândia)*** 0,6439 0,6444 3,2655 3,2685
1 mês 4,5750 4,5743 4,5173 4,5743 4,3916 0,1130 Vencimento em jul/23 94.927,07 13,726 456.385 13,710 13,730 13,710 Variação % em dólares Dólar (Trinidad e Tobago) 6,7470 6,8260 0,7430 0,7518
3 meses 4,7963 4,8136 4,8146 4,8136 4,7673 0,3027 Vencimento em ago/23 93.911,41 13,735 1.505 13,715 13,750 13,745 Ibovespa 22.096 -0,67 -0,67 5,06 3,06 Euro (Comunidade Européia)*** 1,0917 1,0921 5,5366 5,5392
6 meses 5,0879 5,1004 5,1083 5,1004 5,1389 0,5296 Vencimento em set/23 92.821,35 13,721 371 13,705 13,740 13,730 IBrX 9.385 -0,67 -0,67 5,20 2,44 Florim (Antilhas Holandesas) 1,7845 1,8200 2,7865 2,8423
9 meses - - - - - -
Vencimento em out/23 91.888,01 13,704 88.770 13,665 13,715 13,665 IBrX 50 3.725 -0,71 -0,71 5,03 2,82 Franco (Suíça) 0,9141 0,9142 5,5475 5,5487
1 ano 5,3153 5,3376 5,3393 5,3376 5,4821 0,9346
Vencimento em nov/23 90.919,33 13,688 10.615 13,660 13,690 13,665 IEE 15.366 -0,07 -0,07 1,90 4,06 Guarani (Paraguai) 7302,5100 7313,5700 0,0006934 0,0006946
Euro Libor - empréstimos interbancários em euro *
Vencimento em dez/23 90.022,39 13,651 7.899 13,615 13,660 13,630 SMLL 406 0,24 0,24 5,53 -12,02 Hryvnia (Ucrânia) 36,9325 36,9343 0,1373 0,1373
1 mês - - - - - -
Vencimento em jan/24 89.157,29 13,588 632.781 13,535 13,600 13,535 ISE 631 -0,37 -0,37 4,24 -12,16 Iene (Japão) 129,2600 129,2700 0,03923 0,03924
3 meses - - - - - -
IMOB 137 -0,60 -0,60 8,80 -7,79 Lev (Bulgária) 1,7944 1,7956 2,8244 2,8266
6 meses - - - - - - Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/US$ 1.000,00
1 ano - - - - - - IDIV 1.472 -0,92 -0,92 7,36 13,78 Libra (Egito) 30,1500 30,2500 0,1677 0,1682
Dólar comercial do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último
Euribor ** IFIX 553 0,04 0,04 0,72 5,28 Libra (Líbano) 15000,0000 15020,0000 0,000338 0,000338
Vencimento em mar/23 5.112,55 0,16 228.800 5.065,50 5.135,50 5.081,00 Libra (Síria) 2511,0000 2514,0000 0,00202 0,00202
1 mês - 2,177 2,064 2,177 1,883 -0,560 Vencimento em abr/23 5.146,06 - 0 0,00 0,00 0,00 Fontes: B3, Banco Central e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
3 meses - 2,512 2,458 2,512 2,162 -0,547 Libra Esterlina (Grã Bretanha)*** 1,2323 1,2328 6,2496 6,2529
Vencimento em mai/23 5.169,35 - 0 0,00 0,00 0,00 Naira (Nigéria) 460,0200 461,0200 0,01100 0,01103
6 meses - 2,988 2,928 2,988 2,732 -0,503
Vencimento em jun/23 5.202,44 - 0 0,00 0,00 0,00 Lira (Turquia) 18,8090 18,8146 0,2696 0,2697
1 ano -
Taxas referenciais no mercado norte-americano
3,413 3,363 3,413 3,316 -0,431
Vencimento em jul/23 5.233,12 - 0 0,00 0,00 0,00 Prêmio de risco do EMBI+* Novo Dólar (Taiwan) 29,7820 29,7880 0,17030 0,17030
Prime Rate 7,50 7,50 7,50 7,50 7,50 3,25 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/€ 1.000,00 Novo Sol (Peru) 3,8320 3,8612 1,3135 1,3236
Federal Funds 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 0,25 Euro do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Spread em pontos base ** Peso (Argentina) 187,3200 187,3300 0,02707 0,02708
Taxa de Desconto 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 0,25 País Spread Variação - em pontos Peso (Chile) 788,1500 791,1500 0,006410 0,006436
Vencimento em mar/23 5.593,60 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Colômbia) 4647,2500 4652,7500 0,001090 0,001091
T-Bill (1 mês) 4,51 4,50 4,50 4,50 3,68 0,04 Vencimento em abr/23 5.641,36 - 0 0,00 0,00 0,00 31/01/23 30/01/23 No dia No mês No ano
T-Bill (3 meses) 4,66 4,67 4,64 4,67 4,41 0,20 Geral 374 371 3,0 -1,0 -1,0 Peso (Cuba) 24,0000 24,0000 0,2113 0,2113
Vencimento em mai/23 5.676,07 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Filipinas) 54,4400 54,4600 0,09312 0,09317
T-Bill (6 meses) 4,81 4,82 4,82 4,82 4,72 0,48 África do Sul 395 395 0,0 2,0 2,0
T-Note (2 anos) 4,13 4,21 4,13 4,21 4,37 1,17 Ajuste Var. no Contratos Cotação - pontos do índice Argentina 1.822 1.815 7,0 -374,0 -374,0 Peso (México) 18,7489 18,7594 0,2703 0,2705
T-Note (5 anos) 3,53 3,62 3,53 3,62 3,94 1,62 Ibovespa do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Brasil 258 259 -1,0 2,0 2,0 Peso (Rep. Dominicana) 56,2900 56,7700 0,08933 0,09011
T-Note (10 anos) 3,42 3,51 3,44 3,51 3,82 1,79 Vencimento em fev/23 112.503 -1,44 227.770 111.170 114.100 112.700 Colômbia 369 369 0,0 9,0 9,0 Peso (Uruguai) 38,6200 38,7400 0,13090 0,13130
T-Bond (30 anos) 3,57 3,63 3,60 3,63 3,90 2,11 Vencimento em abr/23 114.343 -1,44 60 114.515 114.535 114.535 Filipinas 105 98 7,0 30,0 30,0 Rande (África do Sul) 17,1696 17,1996 0,2949 0,2954
Fontes: EMMI e Valor PRO. Elaboração: Valor Data * Taxa da British Bankers Association com base em informações de 16 bancos ** Taxas da México 197 192 5,0 -6,0 -6,0 Rial (Arábia Saudita) 3,7523 3,7529 1,3514 1,3517
Vencimento em jun/23 116.483 - 0 0 0 0 Peru 158 156 2,0 11,0 11,0
BBA e da Federação Bancária da União Europeia Rial (Irã) 42000,0000 42005,0000 0,0001207 0,0001208
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Turquia 493 479 14,0 80,0 80,0 Ringgit (Malásia) 4,2630 4,2685 1,1881 1,1898
Venezuela 29.337 39.989 -10.652,0 -15.583,0 -15.583,0 Rublo (Rússia) 70,0405 70,0495 0,07240 0,07242
Fonte:JPMorgan.Elaboração:ValorData.*CalculadopeloJPMorgan.**Sobreotítulo Rúpia (Índia) 81,7310 81,7860 0,06201 0,06206
Evolução das aplicações financeiras Indicadores do mercado do tesouro americano Rúpia (Indonésia) 14970,0000 14980,0000 0,0003386 0,0003388
Rúpia (Paquistão) 267,5000 268,5000 0,01889 0,01896
Rentabilidade no período em % Shekel (Israel) 3,4494 3,4554 1,4677 1,4704
Mês Acumulado Em 01/02/23 Reservas internacionais Won (Coréia do Sul) 1227,1800 1228,2400 0,004129 0,004133
Renda Fixa fev/23* jan/23 dez/22 nov/22 out/22 set/22 Ano* 12 meses** Variações % Yuan Renminbi (China) 6,7406 6,7432 0,7521 0,7525
Selic 0,05 1,12 1,12 1,02 1,02 1,07 1,17 12,83 Indicador Compra Venda No dia No mês No ano 12 meses Zloty (Polônia) 4,3133 4,3146 1,1754 1,1759
CDI 0,05 1,12 1,12 1,02 1,02 1,07 1,17 12,83 Dólar (Ptax - BC) - (R$/US$) 5,0715 5,0721 -0,53 -0,53 -2,79 -3,96
Liquidez Internacional *, em US$ milhões
Fim de período Diário Cotações Em R$(1)
CDB (1) - 0,92 0,79 0,95 0,83 0,90 0,92 10,70 Dólar Comercial (mercado) - (R$/US$) 5,0598 5,0604 -0,25 -0,25 -4,12 -3,99 Ouro Spot (2) Paridade (3) Compra Venda
Poupança (2) - 0,71 0,71 0,65 0,65 0,68 0,71 8,06 Dólar Turismo (R$/US$) 5,1029 5,2829 0,15 0,15 -3,55 -3,69 mai/22 346.415 19/01/23 344.122
Poupança (3) - 0,71 0,71 0,65 0,65 0,68 0,71 8,06 Euro (BC) - (R$/€) 5,5366 5,5392 0,01 0,01 -0,54 -6,76 Dólar Ouro 1931,79 0,01610 315,0000 315,0373
jun/22 341.958 20/01/23 343.621
IRF-M -0,12 0,84 1,48 -0,66 0,93 1,40 0,72 9,82 Euro Comercial (mercado) - (R$/€) 5,5557 5,5563 0,81 0,81 -1,40 -6,32 Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: Valor Data
IMA-B 0,08 0,00 -0,19 -0,79 1,23 1,48 0,08 7,15 Euro Turismo (R$/€) 5,5995 5,7795 0,51 0,51 -1,46 -6,66 jul/22 346.403 23/01/23 343.645 * Cotações em unidades monetárias por dólar. ** Cotações em reais por unidade monetária. *** Moedas do tipo
IMA-S 0,05 1,15 1,11 1,01 1,08 1,11 1,20 13,10 Euro (BC) - (US$/€) 1,0917 1,0921 0,54 0,54 2,31 -2,92 ago/22 339.664 24/01/23 343.925 B (cotadas em dólar por unidade monetária). (1) Por grama. (2) US$ por onça. (3) Grama por US$. Observações:
Renda Variável Ouro* set/22 330.580 25/01/23 344.166 As taxas acima deverão ser utilizadas somente para coberturas específicas de acordo com a legislação vigente.
Ibovespa -1,20 3,37 -2,45 -3,06 5,45 0,47 2,13 1,15 out/22 329.546 26/01/23 343.863 As contratações acima referidas devem ser realizadas junto às regionais de câmbio do Rio e de São Paulo. O lote
Índice Small Cap -0,29 2,92 -3,01 -11,23 7,30 -1,84 2,63 -15,47 B3 (R$/g) ** - 312,000 0,58 0,58 3,31 3,31 nov/22 335.505 27/01/23 343.719 mínimo operacional, exclusivamente para efeito das operações contratadas junto à mesa de operações do Banco
IBrX 50 -1,24 3,38 -2,55 -2,19 5,32 0,49 2,10 1,52 Nova York (US$/onça troy) - 1.950,13 1,18 1,18 6,95 8,29 dez/22 337.703 30/01/23 343.496 Central em Brasília, foi fixado para hoje em US$ 1.000.000. Nota: em 29/03/10, o Banco Central do Brasil
ISE -0,88 2,25 -4,37 -10,48 7,65 -2,54 1,36 -15,29 Londres (US$/onça troy) - 1.925,60 1,07 1,07 6,25 6,59
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data. *Agrega, aos valores do conceito Caixa, passou a divulgar, para a maior parte das moedas presentes na tabela, as cotações com até quatro casas
IMOB -1,14 7,05 -3,97 -16,57 2,17 12,40 5,83 -11,62 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. * Última cotação. ** Contrato = 250g haveres como títulos de exportação e outros de médio e longo prazos decimais, padronizando-as aos parâmetros internacionais
IDIV -1,45 5,89 -1,61 0,78 4,03 -1,80 4,36 10,99
IFIX -0,50 -1,60 0,00 -4,15 0,02 0,49 -2,10 1,59
Dólar Ptax (BC) -0,53 -2,27 -1,44 0,71 -2,77 4,39 -2,79 -4,82
Dólar Comercial (mercado) -0,25 -3,88 1,47 0,70 -4,24 3,71 -4,12 -4,38 Índices de ações Valor-Coppead Bolsas de valores internacionais
Euro (BC) (4) 0,01 -0,55 2,14 4,91 -1,75 1,49 -0,54 -7,80
Euro Comercial (mercado) (4) 0,81 -2,19 4,06 6,08 -3,43 1,16 -1,40 -7,59 Em 12 meses
Ouro B3 0,58 2,72 4,50 6,64 -5,57 0,70 3,31 2,55 Em pontos Variações % Menor Maior
Inflação No fim de Variação - em % País Cidade Índice 01/02/23 31/01/23 No dia No mês No ano Em 12 meses índice índice
IPCA (5) - 0,55 0,62 0,41 0,59 -0,29 0,55 5,80 Índice 01/02/23 31/01/23 jan/23 dez/22 dia mês Ano Américas
IGP-M - 0,21 0,45 -0,56 -0,97 -0,95 0,21 3,79
Valor-Coppead Performance 163.672,50 165.035,44 165.035,44 154.559,59 -0,83 -0,83 5,90 EUA Nova York Dow Jones 34.092,96 34.086,04 0,02 0,02 2,85 -3,71 28.725,51 35.768,06
Fontes: Anbima, BC, B3, FGV, IBGE e Valor PRO . Elaboração: Valor Data. * Rendimento até o dia dia 01/02/23. ** Até jan/23. (1) rendimento
bruto do 1º dia útil do mês (2) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos até 03/05/12. (3) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos a partir Valor-Coppead Mínima Variância 81.637,56 82.926,82 82.926,82 80.469,68 -1,55 -1,55 1,45 EUA Nova York Nasdaq-100 12.363,10 12.101,93 2,16 2,16 13,01 -17,69 10.679,35 15.239,32
de 04/05/12; Lei nº 2.703/2012. (4) Variação sobre o Real. (5) expectativa de 0,55% para o mês de janeiro Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data EUA Nova York Nasdaq Composite 11.816,32 11.584,55 2,00 2,00 12,90 -17,63 10.213,29 14.619,64
EUA Nova York S&P 500 4.119,21 4.076,60 1,05 1,05 7,29 -9,40 3.577,03 4.631,60
Canadá Toronto S&P/TSX 20.751,05 20.767,38 -0,08 -0,08 7,05 -2,67 18.206,28 22.087,22
Fundos de Investimento Captações de recursos no exterior
México
Colômbia
Cidade do México
Bogotá
IPC
COLCAP
55.018,91
1.268,48
54.564,27
1.290,11
0,83
-1,68
0,83
-1,68
13,53
-1,37
6,25
-17,53
44.626,80
1.112,84
56.609,54
1.635,71
Venezuela Caracas IBVC 25.158,00 24.716,59 1,79 1,79 20,10 355,50 5.098,80 25.158,00
Análise diária da indústria - em 27/01/23 Últimas operações realizadas no mercado internacional * Chile Santiago IPSA 5.308,17 5.322,39 -0,27 -0,27 0,88 15,43 4.375,69 5.779,25
Patrimônio Rentabilidade nominal - % Estimativa da captação líquida - R$ milhões Peru Lima S&P/BVL General 22.587,24 22.416,72 0,76 0,76 5,89 -0,47 17.752,60 25.642,58
Data Data Valor Cupom/ Spread
líquido em em 12 em 12 Argentina Buenos Aires Merval 251.062,13 253.548,49 -0,98 -0,98 24,24 174,64 82.243,86 261.498,77
de do Prazo US$ Custo Retorno pontos-
Categorias R$ milhões (1) no dia no mês 2023 meses no dia no mês no ano meses Europa, Oriente Médio e África
Renda Fixa 2.906.430,52 -3.292,11 53.597,00 53.597,00 -61.278,29 Emissor/Tomador liquidação vencimento meses milhões em % em % base **
RF Indexados (2) 142.344,63 -0,12 0,83 0,83 10,05 -115,17 -1.445,97 -1.445,97 -36.323,21 JBS 02/02/22 02/02/29 84 600 3 - 145,0 Euro - Euronext 100 1.327,87 1.327,37 0,04 0,04 7,82 -0,70 2.995,33 3.567,43
RF Duração Baixa Soberano (2) 554.409,01 0,05 0,96 0,96 11,87 -574,38 35.050,07 35.050,07 -23.199,09 JBS 02/02/22 02/02/52 360 900 4,375 - 220,0 Alemanha Frankfurt DAX 15.180,74 15.128,27 0,35 0,35 9,03 -2,81 11.975,55 15.619,39
RF Duração Baixa Grau de Invest. (2) 695.240,29 0,05 0,63 0,63 12,75 -128,07 -5.758,41 -5.758,41 8.255,36 Usina Coruripe 10/02/22 10/02/27 60 300 10 10 823,3 França Paris CAC-40 7.077,11 7.082,42 -0,07 -0,07 9,32 -0,32 5.676,87 7.130,88
RF Duração Média Grau de Invest. (2) 92.193,11 0,04 0,05 0,74 12,75 -172,74 -987,22 -987,22 5.350,02 Itaú Unibanco 14/04/22 14/04/25 36 63 3,7 3,7 97,7 Itália Milão FTSE MIB 26.703,87 26.599,74 0,39 0,39 12,64 -1,91 20.352,98 27.388,73
RF Duração Alta Grau de Invest. (2) 154.340,77 -0,01 0,81 0,81 9,67 -36,20 -1.261,71 -1.261,71 -3.028,12 Natura 19/04/22 19/04/29 84 600 6 - 341,1 Bélgica Bruxelas BEL-20 3.855,46 3.860,53 -0,13 -0,13 4,17 -6,20 3.313,82 4.266,01
RF Duração Livre Soberano (2) 214.060,97 0,02 0,92 0,92 11,52 -687,24 8.946,72 8.946,72 3.885,78 Arcos Dorados 27/04/22 27/05/29 85 350 6,125 - 317,0 Dinamarca Copenhague OMX 20 1.845,92 1.834,53 0,62 0,62 0,58 9,29 1.516,18 1.888,13
RF Duração Livre Grau de Invest. (2) 622.862,97 0,02 0,84 0,84 12,31 -1.157,03 9.883,37 9.883,37 18.639,62 Aegea 06/05/22 20/05/29 85 500 7 - 413,7 Espanha Madri IBEX-35 9.098,10 9.034,00 0,71 0,71 10,56 4,26 7.261,10 9.098,10
RF Duração Livre Crédito Livre (2) 180.874,18 -0,04 0,37 0,37 10,88 -131,57 -1.617,23 -1.617,23 23.593,12 Grécia Atenas ASE General 1.027,25 1.022,82 0,43 0,43 10,48 8,37 779,20 1.027,25
Fontes: Instituições e agências internacionais. Elaboração: Valor Data. * Atualizada em 01/02/23. ** Sobre o título do Tesouro americano de Holanda Amsterdã AEX 747,68 745,19 0,33 0,33 8,52 -2,29 630,58 769,94
Ações 525.136,34 -368,40 -8.257,75 -8.257,75 -28.404,31 mesmo prazo
Ações Indexados (2) 9.551,10 -1,59 2,44 2,44 -0,84 -57,86 -224,86 -224,86 -2.601,36 Hungria Budapeste BUX 45.209,70 45.339,18 -0,29 -0,29 3,23 -14,63 37.035,79 52.959,27
Ações Índice Ativo (2) 36.249,76 -1,41 2,58 2,58 -2,01 -5,26 -440,82 -440,82 -12.371,19 Polônia Varsóvia WIG 60.488,42 61.286,58 -1,30 -1,30 5,27 -11,01 45.621,39 68.875,71
Ações Livre 202.753,54 -0,62 3,03 3,03 -5,10 -190,21 -5.306,51 -5.306,51 -34.565,38 Portugal Lisboa PSI-20 5.907,01 5.886,34 0,35 0,35 3,16 5,00 5.190,28 6.349,21
Fechados de Ações 88.973,06 -0,44 0,59 0,59 -4,23 0,00 40,34 40,34 38.255,25 ADR - Índices Rússia Moscou RTS* 1.002,47 1.001,23 0,12 0,12 3,28 -31,23 742,91 1.546,79
Multimercados 1.621.095,23 -1.087,19 -14.079,92 -14.079,92 -89.068,01 Suécia Estocolmo OMX 2.210,13 2.198,54 0,53 0,53 8,16 -4,46 1.794,39 2.324,48
Multimercados Macro 194.284,08 0,04 1,11 1,11 16,89 -6,03 -1.493,50 -1.493,50 -6.481,95 Em 31/01/23 Suíça Zurique SMI 11.200,93 11.285,78 -0,75 -0,75 4,39 -9,38 10.072,62 12.528,61
Multimercados Livre 573.403,50 -0,02 0,75 0,75 9,61 -424,69 -6.808,87 -6.808,87 -52.685,15 Turquia Istambul BIST 100 4.713,39 4.976,55 -5,29 -5,29 -14,44 133,87 1.851,38 5.661,10
Multimercados Juros e Moedas 62.416,64 0,00 0,84 0,84 12,20 -33,56 -1.501,35 -1.501,35 -5.850,78 Em Variação - em % Israel Tel Aviv TA-125 1.835,05 1.822,84 0,67 0,67 1,20 -9,85 1.784,80 2.150,92
Multimercados Invest. no Exterior (2) 708.841,73 0,10 0,48 0,48 4,62 -561,18 -3.902,43 -3.902,43 -6.703,04 Índice 31/01/23 30/01/23 31/12/22 30/12/22 31/01/22 dia mês ano 12 meses África do Sul Joanesburgo All Share 79.816,87 79.476,60 0,43 0,43 9,27 6,58 63.263,94 80.791,36
Cambial 7.631,73 0,64 -3,01 -3,01 -3,73 -31,45 -193,79 -193,79 298,22 S&P BNY 154,76 153,96 141,56 141,56 161,48 0,52 9,32 9,32 -4,16 Ásia e Pacífico
Previdência 1.190.151,71 119,61 372,09 372,09 15.261,11 S&P BNY Emergentes 309,93 309,36 271,49 271,49 346,66 0,18 14,16 14,16 -10,60 Japão Tóquio Nikkei-225 27.346,88 27.327,11 0,07 0,07 4,80 0,99 24.717,53 29.222,77
ETF 35.041,43 -115,86 -3.984,55 -3.984,55 -2.517,55 S&P BNY América Latina 199,89 196,14 181,83 181,83 194,69 1,91 9,93 9,93 2,67 Austrália Sidney All Ordinaries 7.709,70 7.686,10 0,31 0,31 6,76 5,43 6.609,50 7.887,10
Demais Tipos 1.710.014,47 -346,90 8.459,81 8.459,81 -77.659,38 S&P BNY Brasil 204,01 199,69 190,33 190,33 208,08 2,16 7,19 7,19 -1,96 China Shenzhen SZSE Composite 2.173,59 2.142,55 1,45 1,45 10,02 -3,92 1.752,27 2.337,58
Total Fundos de Investimentos 6.285.486,95 -4.775,39 27.453,09 27.453,09 -165.708,83 S&P BNY México 289,79 287,72 246,74 246,74 264,29 0,72 17,45 17,45 9,65 China Xangai SSE Composite 3.284,92 3.255,67 0,90 0,90 6,33 -2,28 2.886,43 3.490,76
Total Fundos Estruturados (3) 1.171.035,83 1.900,94 873,74 873,74 -6.555,04
S&P BNY Argentina 128,15 122,20 106,49 106,49 73,13 4,87 20,34 20,34 75,22 Coreia do Sul Seul KOSPI 2.449,80 2.425,08 1,02 1,02 9,54 -8,02 2.155,49 2.771,93
Total Fundos Off Shore (4) 53.247,52 - - - -
S&P BNY Chile 196,61 192,17 171,62 171,62 152,63 2,31 14,56 14,56 28,81 Hong Kong Hong Kong Hang Seng 22.072,18 21.842,33 1,05 1,05 11,58 -7,27 14.687,02 24.924,35
Total Geral 7.509.770,30 -2.874,45 28.326,82 28.326,82 -172.263,87
Fonte: ANBIMA. (1) PL e captação líquida de cada tipo exclui os Fundos em Cotas, evitando dupla contagem. (2) Para os tipos que iniciaram em S&P BNY Índia 2.841,17 2.795,05 2.841,98 2.841,98 3.188,78 1,65 -0,03 -0,03 -10,90 Índia Bombaim S&P BSE Sensex 59.708,08 59.549,90 0,27 0,27 -1,86 1,44 51.360,42 63.284,19
01/10/2015, as rentabilidades do ano e 12 meses foram estimadas com base na amostra atual de fundos. (3) FIDC, FII, FIP e FMIEE. (4) PL dos S&P BNY Ásia 184,53 184,62 162,47 162,47 207,11 -0,05 13,57 13,57 -10,91 Indonésia Jacarta JCI 6.862,26 6.839,34 0,34 0,34 0,17 3,49 6.584,45 7.318,02
tipos imobiliários e Off-Shore referentes ao mês de dezembro de 2022 * Rentabilidade sem período completo.Obs.: Fundos de Investimentos S&P BNY China 401,56 404,13 338,39 338,39 435,13 -0,63 18,67 18,67 -7,71 Tailândia Bangcoc SET 1.685,75 1.671,46 0,85 0,85 1,02 1,44 1.533,37 1.713,20
regidos pela ICVM 555/14, ICVM 522/12, ICVM 409/04, ICVM 359/02 e ICVM 141/91. Dados sujeitos a retificação em razão da re- S&P BNY Rússia 227,79 225,85 221,34 221,34 292,74 0,86 2,92 2,92 -22,19 Taiwan Taipé TAIEX 15.420,13 15.265,20 1,01 1,01 9,07 -12,75 12.666,12 18.338,05
presentatividade da amostra ou cadastramento de novos fundos. PL de cada tipo considera, adicionalmente, a estimativa dos fundos que não S&P BNY Turquia 22,07 22,68 20,63 20,63 16,74 -2,66 7,02 7,02 31,88 Fontes: Valor PRO, Bolsas de Bangcoc, Bogotá, Bombaim, Budapeste, Istambul, Jacarta, Joanesburgo, Lima, Madrid e Zurique. Elaboração: Valor Data
informaram o PL na data de emissão do relatório Fonte: S&P BNY Mellon. Elaboração: Valor Data * Índice expresso em dólares
 Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | Valor | C7

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial

CNPJ/ME: 76.535.764/0001-43 - NIRE 33 3 0029520-8 PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA LIMA-MG
COMPANHIA ABERTA INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO
EDITAL DE CONVOCAÇÃO EDUCACIONAL - FUNDEPAR ATA DE JULGAMENTO DA LICITAÇÃO
ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
Em atendimento ao requerimento formulado pelos acionistas Tempo Capital Principal Fundo SESSÃO PÚBLICA DE HABILITAÇÃO DA CONCORRÊNCIA PÚBLICA
de Investimento em Ações, Victor Adler e VIC DTVM S/A, nos termos do art. 123 da Lei nº AVISO DE LICITAÇÃO Nº 17/2022 - ENVELOPE 3 – CONSÓRCIO NOVA LIMA IP
6.404/1976 e conforme determina o art. 2º da Resolução CVM nº 70/2022, o Conselho de
Administração da Oi S.A. Em Recuperação Judicial (“Companhia”) convoca os Acionistas a se PREGÃO ELETRÔNICO Nº 115/2023 – GMS/FUNDEPAR PROCESSO ADMINISTRATIVO 411/2022
reunirem em Assembleia Geral Extraordinária (“AGE”), a realizar-se, em primeira convocação, A Comissão Permanente de Licitação do Município de Nova Lima/MG,
no dia 06 de março de 2023, às 14:30h, de forma exclusivamente digital, nos termos do art. PROTOCOLO Nº 19.613.251-1. OBJETO: execução de reparos no Colégio Estadual Machado de
5º, §2º, inciso I e do art. 28, §§2º e 3º, da Resolução CVM nº 81, de 29 de março de 2022 nomeada através da Portaria nº 1769, do dia 12/08/2022, torna público
Assis, no Município de Ortigueira/PR. DATA E HORÁRIO DA DISPUTA: 23 de fevereiro de 2023,
(“Resolução CVM 81”), por meio da plataforma digital Ten Meetings (“Plataforma Digital”), a fim o exame e julgamento da documentação de habilitação do licitante
de deliberarem sobre as seguintes matérias: às 09:00 (nove horas) por meio de sistema eletrônico do Banco do Brasil. VALOR MÁXIMO:
CONSÓRCIO NOVA LIMA IP, Concorrência nº 17/2022, que tem por objeto
(1) Reforma do Artigo 22 do Estatuto Social da Companhia, para que o Conselho de R$ 368.042,88 (trezentos e sessenta e oito mil, quarenta e dois reais e oitenta e oito centavos).
Administração passe a ser composto por entre 7 (sete) e 9 (nove) membros titulares; a CONCESSÃO ADMINISTRATIVA PARA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
RETIRADA DO EDITAL E DOS ELEMENTOS TÉCNICOS INSTRUTORES: encontram-se à
(2) Destituição do Conselho de Administração da Companhia; disposição no portal www.licitacoes-e.com.br – PREGÃO ELETRÔNICO DO BANCO DO BRASIL,
DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE NOVA LIMA/MG,
(3) Em caso de aprovação do item (2) acima, a fixação do número de membros do Conselho de INCLUÍDOS A INSTALAÇÃO, MELHORAMENTO, DESENVOLVIMENTO,
Administração em 9 (nove) membros; e pesquisa avançada (INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL).
(4) Em caso de aprovação do item (2) acima, a eleição dos membros do Conselho de Também no portal www.comprasparana.pr.gov.br no link Consulta a Licitações: Consulta de MODERNIZAÇÃO, EXPANSÃO, EFICIENTIZAÇÃO ENERGÉTICA,
Administração, com mandato unificado de 2 (dois anos) a partir da eleição. Editais. Informações: (41) 3250-8286 ou (41) 3250-8302. DATA: 01/02/2023. Comissão OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DA REDE MUNICIPAL DE ILUMINAÇÃO
Instruções Gerais:
Permanente de Licitação. PÚBLICA no Município de Nova Lima, Estado de Minas Gerais.
1. A documentação e as informações relativas às matérias que serão deliberadas na AGE,
inclusive as informações a respeito da chapa de candidatos indicados pelo Conselho de
Conforme Ata lavrada no dia 01/02/2023, a Comissão realizou análise
Administração para o item (4) da Ordem do Dia, estão à disposição dos Acionistas na sede da da proposta e da documentação apresentada pelo proponente
Companhia, no “Manual para Participação e Proposta da Administração”, na página de Relações CONSÓRCIO NOVA LIMA IP, formado pelas empresas BMPI INFRA
com Investidores da Companhia (https://ri.oi.com.br/), assim como no site da Comissão de S/A, CONSTRUTORA REMO LTDA., CONATA ENGENHARIA LTDA. e
Valores Mobiliários (https://www.gov.br/cvm/pt-br), na forma da Resolução CVM 81 e da
regulamentação da B3 S.A. Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”) (https://www.b3.com.br/pt_br/). INFRACON ENGENHARIA E COMÉRCIO LTDA., representados pela
2. Os titulares de ações preferenciais terão direito a voto em todas as matérias sujeitas à credenciada MERCANTIL DO BRASIL CORRETORA S/A, tendo concluído
deliberação e constantes da Ordem do Dia da Assembleia Geral Extraordinária ora convocada, pela regularidade das informações apresentadas, com subsequente
conforme art. 12, §3º, do Estatuto Social da Companhia e art. 111, §1º, da Lei 6.404/76, e
votarão sempre em conjunto com as ações ordinárias. declaração do referido proponente como VENCEDOR do certame em
3. Os Acionistas interessados em requerer a adoção do processo de voto múltiplo na eleição dos epígrafe, estando devidamente habilitado nos termos do instrumento
membros do Conselho de Administração deverão cumprir com os requisitos legais e representar convocatório, disponibilizando-se, adicionalmente, todos os documentos
no mínimo 5% do capital votante, nos termos da Resolução CVM 70/2022.
4. A participação dos acionistas na AGE poderá se dar: analisados por esta Comissão, para avaliação e eventuais recursos pelas
(i) via Boletim de Voto a Distância (“BVD”); ou demais Proponentes, nos termos do Edital, no prazo de cinco (cinco)
(ii) via Plataforma Digital. dias úteis, iniciando no dia 03/02/2023 (sexta-feira) até o dia 09/02/2023
A) Votação à distância via BVD
5. Os acionistas que assim desejarem poderão participar desta AGE exercendo seu direito de (quinta-feira).
voto nas deliberações constantes da Ordem do Dia por meio de BVD, conforme disponibilizado Os documentos estão disponíveis para análise pelas demais proponentes
pela Companhia em seu site de Relações com Investidores, bem como no site da CVM e da B3, no Departamento de Contratos e Licitações, situado na Rua Bias Fortes,
juntamente com os demais documentos a serem discutidos na AGE, observadas as orientações
constantes do BVD, em conformidade com a Resolução CVM 81.
nº 62, 2º andar, Centro, Nova Lima/MG, CEP 34.000-000, em dias úteis, no
6. Os Acionistas poderão encaminhar seu BVD por meio de seus respectivos agentes de horário de 09h00 às 12h00 e das 13h00 às 16h30, mediante apresentação
custódia ou diretamente à Companhia. de mídia gravável ou pen drive.
7. Os Acionistas que optarem por remeter os BVDs diretamente à Companhia poderão fazê-lo
enviando, até o dia 27 de fevereiro de 2023, para o endereço eletrônico invest@oi.net.br, vias Nova Lima, 01 de fevereiro de 2023
digitalizadas em formato pdf do BVD (devidamente preenchido, rubricado e assinado) e dos
documentos pertinentes descritos no Manual para Participação e Proposta da Administração, Thiago Oliveira Franco Cançado
não sendo necessário o encaminhamento da via original (física) do BVD e dos documentos Presidente da Comissão Especial de Licitação
pertinentes. Também fica dispensado o reconhecimento das firmas em cartório, bem como a
autenticação dos documentos.
8. A Oi confirmará o recebimento dos documentos, bem como comunicará ao Acionista por meio
do endereço de e-mail informado no BVD se os documentos recebidos são suficientes para
que o voto seja considerado válido ou os procedimentos e prazos para eventual retificação ou
reenvio, caso necessário.
B) Assembleia Digital
9. A realização da AGE de forma exclusivamente digital tem por objetivo estimular e facilitar a
participação e acesso dos Acionistas na AGE.
10. A participação dos acionistas na AGE via plataforma digital poderá se dar pessoalmente
ou por procurador devidamente constituído, nos termos do art. 126 da Lei das S.A. e o art. 28,
§§2º e 3º da Resolução CVM 81, caso em que o Acionista poderá: (i) simplesmente participar
da AGE, tenha ou não enviado o BVD; ou (ii) participar e votar na AGE, observando-se que, se
o acionista já tiver enviado o BVD e quiser votar via Plataforma Digital, suas instruções de voto
recebidas por meio de BVD serão desconsideradas.
B.1. Acesso à Assembleia Digital
11. Os Acionistas ou respectivos procuradores que desejarem participar da AGE via Plataforma
Digital deverão acessar o site específico da assembleia, no endereço https://www.tenmeetings.
com.br/assembleia/portal/?id=9841AE339754, preencher seu cadastro e anexar todos os
documentos necessários para sua habilitação para participação e/ou voto na AGE, conforme
detalhado abaixo e no Manual para participação e Proposta da Administração, até o dia 04 de
março de 2023 (“Credenciamento”).
12. Informações detalhadas sobre o acesso à Plataforma Digital e regras de conduta a serem
adotadas na AGE constam do Manual para participação e Proposta da Administração, disponível
nos websites indicados no item 1 das Instruções Gerais acima.
13. A participação na Assembleia Digital estará restrita aos Acionistas, seus representantes ou
procuradores, conforme o caso, que realizarem o Credenciamento, na forma e prazo indicados
no Manual para participação e Proposta da Administração, e que ingressarem na plataforma
digital até o momento da abertura dos trabalhos da Assembleia.
14. A Companhia ressalta que será de responsabilidade exclusiva do acionista assegurar a
compatibilidade de seus equipamentos com a utilização da plataforma digital “Ten Meetings”.
A Companhia não se responsabilizará por quaisquer dificuldades de viabilização e/ou de
manutenção de conexão e de utilização da Plataforma Digital que não estejam sob controle
da Companhia.
B.2. Documentos Exigidos
15. Os seguintes documentos serão exigidos para o Credenciamento dos Acionistas:
(i) quando Pessoa Jurídica: cópias do Instrumento de Constituição ou Estatuto Social ou
Contrato Social, ata de eleição de Conselho de Administração (quando houver) e ata de eleição
de Diretoria que contenham a eleição do(s) representante(s) legal(is) presente(s) à Assembleia;
(ii) quando Pessoa Física: cópias do documento de identidade e CPF do Acionista; e
(iii) quando Fundo de Investimento: cópias do regulamento do Fundo e cópia do Estatuto Social
ou Contrato Social do administrador do Fundo, bem como ata de eleição do(s) representante(s)
legal(is) presente(s) à Assembleia.
16. Além dos documentos indicados em (i), (ii) e (iii), conforme o caso, quando o Acionista for
representado por procurador, deverá encaminhar juntamente com tais documentos o respectivo
mandato, com poderes especiais, bem como as cópias do documento de identidade e ata
de eleição do(s) representante(s) legal(is) que assinou(aram) o mandato que comprovem os
poderes de representação, além do documento de identidade e CPF do procurador presente.
17. O Acionista participante de Custódia Fungível de Ações Nominativas das Bolsas de Valores
que desejar participar desta Assembleia via plataforma digital deverá apresentar extrato emitido
com data de até 2 (dois) dias úteis antecedentes à sua realização, contendo a respectiva
participação acionária, fornecida pelo órgão custodiante.
18. A Oi não exigirá o cumprimento de formalidades de reconhecimento de firmas, autenticação,
apostilamento e tradução juramentada da referida documentação.
B.3 Confirmação do Credenciamento
19. Após envio de todos os documentos para habilitação, o Acionista ou procurador, conforme o
caso, receberá a confirmação do Credenciamento para participação na AGE. Caso o Acionista
não receba a confirmação do Credenciamento, deverá entrar em contato enviando e-mail para
invest@oi.net.br, com até 3 (três) horas de antecedência do horário de início da AGE. Nos
termos do art. 6º, §3º da Resolução CVM 81, não será admitido o acesso à Plataforma Digital
de Acionistas que não apresentarem os documentos de participação necessários no prazo aqui
previsto e conforme detalhado no “Manual para Participação e Proposta da Administração”.
Rio de Janeiro, 02 de fevereiro de 2023.
Eleazar de Carvalho Filho
Presidente do Conselho de Administração
C8 | Valor | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Carteira Valor Mas papéis do segmento de commodities
seguem firmes nas indicações das corretoras para o mês
Ação ligada à economia
local ganha destaque
Nathália Larghi
De São Paulo
O mês de janeiro foi positivo
para a bolsa brasileira, mesmo
com o caso da Americanas. O Ibo-
vespa encerrou o mês com alta de
3,37% e animou os investidores.
Não à toa, a Carteira Valor de feve-
reiro trouxe uma pitada de maior
“ousadia” do que nos meses ante-
riores, com mais apostas volta-
das para a economia doméstica.
Com quatro novidades entre as
indicadas, os setores com mais re-
presentantes foram o de ações li-
gadas a consumo e atividade local.
No entanto, o segmento de com-
modities também segue forte na
lista, garantindo uma parte mais
conservadora da Carteira Valor.
Pelo lado das produtoras de
matéria-prima, a petrolífera Prio
(antiga Petro Rio) e a mineradora
Vale seguiram na seleção, apon-
tadas por nove e quatro correto-
ras, respectivamente. A novidade
ficou por conta da CSN Minera-
ção, indicada por três casas.
Essas companhias tendem a
mostrar maior resiliência em
momentos conturbados e, por
serem menos dependentes do ce-
nário doméstico, ajudam a miti-
gar os riscos. Com as perspectivas
de retomada econômica na Chi-
na (com o governo já anuncian-
‘Openbanking’faz2anoscom
desafiodeexpandirescopo
Mariana Ribeiro
De São Paulo
Após um período bastante fo-
cado nas adequações operacio-
nais e regulatórias, o “open ban-
king” (ou sistema financeiro
aberto) completa dois anos com
os primeiros casos de uso já ro-
dando no mercado. Embora sua
aplicação esteja no início e o ecos-
sistema ainda não tenha atingido
o objetivo de realmente ampliar e
baratear a oferta de serviços fi-
nanceiros, a avaliação dos partici-
pantes é a de que o conceito já
“engrenou” e a evolução está em
linha com o tamanho do projeto.
As expectativas para o ano in-
cluem novas funcionalidades, em
especial para as empresas, e a am-
pliação do escopo do ecossistema,
com a construção da passagem
para o “open finance”, ou seja,
com o início do compartilhamen-
to de dados envolvendo seguros,
investimentos, previdência e câm-
bio. Essa expansão faz parte da
fase 4 do projeto, que já foi lan-
çada, mas não implementada.
Inicialmente, esperava-se um
avanço maior da quarta etapa em
2022, mas a indústria ainda dis-
cute um novo cronograma de
trabalho. A expectativa é a de que
o detalhamento dos próximos
passos seja divulgado em breve.
Novos ajustes regulatórios tam-
bém devem ser necessários.
Na visão de quem atua no se-
tor, a aceitação do usuário aos
produtos lançados até o momen-
to tem sido satisfatória. A conti-
nuidade do desenvolvimento do
projeto, no entanto, depende,
em grande parte, da capacidade
das instituições de oferecerem
benefícios palpáveis aos clientes
que compartilham seus dados.
Parte da agenda do Banco Cen-
tral (BC) para aumentar a competi-
ção, o open banking começou a ser
implementado em 1 o de fevereiro
de 2021, em quatro fases. O proje-
to possibilita que clientes de pro-
dutos financeiros, pessoas físicas
ou jurídicas, compartilhem suas
informações entre diferentes insti-
tuições, desde que o autorizem.
Segundo dados do BC, atual-
mente, há em torno de 15 mi-
lhões de clientes ligados ao ecos-
sistema, com aproximadamente
22 milhões de consentimentos
do medidas de incentivo à eco-
nomia), a demanda por minério
de ferro e outras commodities
deve aumentar, beneficiando as
produtoras desses materiais.
No lado das ações ligadas à ativi-
dade econômica local, continuam
na lista os papéis da administrado-
ra de shoppings centers Multiplan
e do atacarejo Assaí, com oito e
duas indicações, respectivamente.
Elas ainda ganharam a companhia
das ações da Lojas Renner, tam-
bém indicadas por duas casas, e da
locadora de veículos Localiza,
apontada por quatro corretoras.
Logo na sequência, aparece o
setor financeiro com dois repre-
sentantes. Os papéis do Itaú Uni-
banco seguiram na seleção, apon-
tado por quatro corretoras. O
Banco do Brasil apareceu como
uma novidade, assumindo o lugar
ocupado pelo Bradesco no mês
passado. As ações do BB foram in-
dicadas por três participantes.
Completam a seleção os papéis
da farmacêutica Hypera, que
continuam na lista após serem
indicados por seis corretoras.
A Carteira Valor é formada pe-
las dez ações mais recomendadas
pelas corretoras participantes,
selecionadas a partir da indica-
ção mensal de cinco papéis por
instituição. Em caso de empate,
prevalecem as ações com maior
ativos. Há um ano, eram cerca de
3 milhões. Consentimento é co-
mo se chama a autorização dada
pelo cliente para que suas infor-
mações sejam enviadas de uma
instituição para outra. São cerca
de 800 instituições participantes.
Desde o início da fase 2, quan-
do os dados de clientes começa-
ram a ser compartilhados de fato,
foram registradas mais de 12 bi-
lhões de chamadas de APIs (Inter-
face de Programação de Aplica-
ções, em português). As APIs são o
habilitador tecnológico para que
os sistemas das instituições consi-
gam se conectar e trafegar infor-
mações. É o padrão por meio do
qual as instituições “conversam”.
Na avaliação do BC, os volumes
registrados até o momento estão
“dentro do esperado” para o atual
estágio de implementação. “Es-
peramos que esses números con-
tinuem a evoluir de forma gra-
dual e consistente, à medida que
as instituições disponibilizem ao
público novas soluções na esteira
do open finance”, diz o regulador
em nota enviada ao Valor.
“Cabe lembrar que o projeto
brasileiro é o mais ambicioso
dentre as jurisdições que já re-
gularam o tema”, acrescenta.
Relatório divulgado na semana
passada pela Open Banking Ex-
cellence (OBE) destacou a possi-
bilidade de o Brasil ultrapassar
o Reino Unido e assumir a lide-
rança global do ecossistema.
O BC afirma que o projeto
sempre foi de “médio a longo
prazo”, tanto por sua complexi-
dade “quanto pela amplitude da
mudança que provoca no siste-
ma financeiro”. “Assim, seus
maiores efeitos, como redução
da assimetria de informação, se-
rão percebidos ao longo do tem-
po, de forma gradual, e esses
dois primeiros anos são vistos
ainda como de estruturação.”
Em levantamento feito com os
seus associados no final do ano
passado, a Federação Brasileira dos
Bancos (Febraban) identificou
mais de 40 casos de uso do open
banking, em funcionamento ou
em fase de desenvolvimento. O
mapeamento encontrou produtos
em três principais frentes: agrega-
dor financeiro (13 soluções, com
impacto sobre 9 milhões de clien-
tes); iniciação de pagamento (9
volume financeiro médio em
bolsa, no período de 90 últimos
dias úteis encerrado no fim de ca-
da mês. O rendimento é calcula-
do mensalmente com base na va-
riação média simples das ações.
As indicações não consideram
diferentes pesos para cada papel.
Atualmente, compõem a Cartei-
ra Valor: Ativa, Ágora, BB Investi-
mentos, Banco Inter, CM Capital,
Genial, Guide, Mirae, Modalmais,
MyCap, Nova Futura, Órama, Pag-
bank, Planner, Safra, Santander,
Terra, Warren e XP Investimentos.
Recentemente, a Carteira Valor
passou a apresentar novas funcio-
nalidades. Agora, os leitores po-
dem comparar o desempenho das
corretoras participantes em dife-
rentes períodos, ver gráficos de de-
sempenho da Carteira e do Iboves-
pa em tempo real, filtrar e classi-
ficar as instituições por desem-
penho, dentre outras novidades.
Em janeiro, a Carteira Valor su-
biu 3,78%, enquanto o Ibovespa te-
ve alta de 3,37%. No ano passado a
Carteira Valor se valorizou 6,11% e
o principal indicador de referência
da bolsa brasileira subiu 4,69%.
.com
Confira as recomendações de cada
corretora para a Carteira Valor
valor.globo.com/valor-data/
carteira-valor/
produtos, com 1,2 milhão de clien-
tes já utilizando); e melhores con-
dições de crédito (19 produtos,
com 7,8 milhões de clientes).
“Ainda tem muita coisa técnica
para ajustar. Tecnologia é isso, mas
quando vejo essa quantidade de
casos de uso fico tranquilo em di-
zer que já é algo em funcionamen-
to”, diz Leandro Vilain, diretor-
executivo de inovação, produtos e
serviços bancários da Febraban.
Coordenadora do comitê de
open finance da Associação Brasi-
leira de Fintechs (ABFintechs),
Luana Soratto observa que as ferra-
mentas já disponíveis no mercado
como um todo estão focadas prin-
cipalmente em gestão financeira
— produtos que agregam as infor-
mações financeiras de diferentes
contas do cliente —, mas que já fo-
ram dados passos além. “Há insti-
tuições já divulgando aumento
de limite de crédito com base em
dados de open finance, sem falar
na iniciação de pagamento.”
Segundo dados do BC,
atualmente, há em
torno de 15 milhões
de clientes ligados
ao ecossistema
Função que entrou em vigor
na fase 3 da implementação, a
iniciação de pagamentos permi-
te que o usuário movimente sua
conta fora do ambiente da sua
instituição financeira, ou seja, a
partir de diferentes plataformas.
Em dezembro, havia 16 institui-
ções aptas a atuar nessa área.
Atualmente, o escopo da ini-
ciação só inclui as transações via
Pix e só é possível realizar paga-
mentos únicos. Segundo relatos
ouvidos pelo Valor, há grande
expectativa em relação à entrada
em vigor do função de pagamen-
tos recorrentes no Pix e também
à inclusão de outros arranjos na
iniciação, como boletos e TED.
“Estamos só no começo”, diz
Soratto. Ela destaca que não só na
iniciação, mas no ecossistema co-
mo um todo, ainda há muito a ser
feito para melhorar a experiência
e ampliar o atendimento ao
usuário, principalmente no que
diz respeito à pessoa jurídica.
Desde o início, um ponto consi-
Carteira Valor
Rentabilidade em janeiro para as ações indicadas em fevereiro - em %
35
30,88
28
21
17,19
14 13,14
11,3
8,63
7 6,33 5,62
2,65 1,38 0,92
0
PetroRio ON Multiplan ON Hypera ON Vale ON Itaú Unibanco Localiza ON Banco do Brasil CSN Mineração Lojas Renner Assaí ON
(PRIO3) (MULT3) (HYPE3) (VALE3) PN (ITUB4) (RENT3) ON (BBAS3) ON (CMIN3) ON (LREN3) (ASAI3)
Indicações
9 8 6 4 4 4 3 3 2 2
Desempenho em janeiro de 2023, em % Instituições financeiras
Desempenho em janeiro de 2023 - em %
Variação % Volume*
Média Acum. no
Vale ON (VALE3) 6,33 2.626,1 mês ano ***
PetroRio ON (PRIO3) 13,14 422,1 Ágora Investimentos 2,59 2,59
Multiplan ON (MULT3) 8,63 123,6 Ativa Investimentos 0,73 0,73
Itaú Unibanco PN (ITUB4) 1,38 1.154,1 BB Investimentos 2,86 2,86
Hypera ON (HYPE3) 2,65 168,1 CM Capital Corretora -10,69 -10,69
Weg ON (WEGE3) -0,70 300,1 Genial Investimentos 6,61 6,61
Itaúsa PN (ITSA4) 0,24 235,8 Guide Investimentos 5,04 5,04
Inter 8,36 8,36
SLC Agrícola ON (SLCE3) 9,36 60,6
Bradesco PN (BBDC4) -4,20 951,5 Mirae Corretora 4,95 4,95
Assaí ON (ASAI3) 0,92 262,9 Modalmais 4,46 4,46
MyCAP Investimentos 9,47 9,47
Nova Futura Investimentos 3,84 3,84
Carteira Valor, Ibovespa, Órama 6,68 6,68
rentablidade rentablidade Pagbank 6,32 6,32
Planner Corretora 6,14 6,14
3,78 Média no mês 3,37 No mês Safra Corretora 1,56 1,56
Santander Corretora 3,45 3,45
3,78 Acumulada no ano** 3,37 No ano**
Terra Investimentos -13,71 -13,71
0,86 Acumulada em 12 meses** 1,15 Em 12 meses**
Warren 7,59 7,59
XP Investimentos 2,71 2,71
Fontes: Bancos, Corretoras e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. * Volume médio em R$ milhões no período de 90 últimos dias úteis em bolsa encerrado em 31/jan/23. ** Até janeiro ***
Rentabilidade das carteiras sugeridas mês a mês. Proventos anunciados são acrescentados à rentabilidade histórica da(s)carteira(s)que possuíam o ativo no exercício a que se refere o benefício.
A Carteira Valor é formada pela média simples da oscilação dos 10 papeis mais indicados pelas instituições financeiras, entre as cinco ações apontadas por cada instituição. Em caso de empate,
prevalecem as ações com volume médio maior, no período de 90 últimos dias úteis em bolsa encerrado em 31/01/23. A Carteira Valor não é e não pode ser interpretada como indicação ou
recomendação de investimento do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nessas informações. Quaisquer referências a
rentabilidades passadas não significam de qualquer forma a garantia ou previsibilidade de rentabilidades futuras. As indicações de cada corretora não consideram diferentes pesos para cada
papel. Para maiores informações, consulte as corretoras
Ecossistema
SILVIA ZAMBONI/VALOR
retrocede em
divulgação
de dados
De São Paulo
O “open banking” completa
dois anos com menos dados dis-
poníveis aos cidadãos. No mo-
mento, não estão mais públicos,
por exemplo, gráficos sobre o
volume de trocas de informa-
ções entre as instituições. Segun-
do o Banco Central (BC), os pai-
néis estão passando por aprimo-
ramentos e a Estrutura de Go-
vernança do ecossistema “está fi-
nalizando os processos necessá-
rios” para que os dados sejam
Luana Soratto, da ABFintechs: muito a ser feito para melhorar a experiência disponibilizados novamente.
“O BC entende que essas infor-
derado crucial para o sucesso do Olhando à frente, o BC explica mações são fundamentais para a
sistema é o engajamento do usuá- que está discutindo com a estrutu- sociedade. Nesse sentido, já solici-
rio. Assim, Christine Fadel, direto- ra de governança e grupos técni- tamos que seja dada transparência
ra de negócios da Quanto, afirma cos um cronograma que abrange- a essas informações”, diz o regula-
que o primeiro desafio enfrentan- rá quatro frentes de trabalho. A dor em resposta ao Valor.
do pelos participantes durante a primeira diz respeito à fase quatro, Até o ano passado, o portal de-
implementação foi, de fato, fazer com possibilidade de comparti- senvolvido pela Estrutura de Go-
com que o cliente concedesse seus lhamentos envolvendo outros vernança do “open finance”, que
dados. A avaliação da empresa, fo- produtos financeiros e de seguros, reúne as entidades de classe mais
cada em inteligência de dados em capitalização e previdência. Isso representativas das instituições
open finance, é a de que, de for- será feito em parceria com o “open participantes, trazia informações,
ma geral, o brasileiro está se sen- insurance”, regulado pela Superin- por exemplo, sobre as chamadas
tindo seguro com a experiência. tendência de Seguros Privados de API (Interface de Programação
O segundo desafio, acrescenta (Susep) e pelo Conselho Nacional de Aplicações, em português)
Fadel, é necessariamente entender de Seguros Privados (CNSP). bem-sucedidas mês a mês. Os
o que fazer com os dados compar- Em relação à inclusão dos pro- números são um indicador da
tilhados. “Já há muitos testes de dutos não bancários, Vilain, da Fe- adesão ao projeto. Agora, esses
produtos em andamento. Acho braban, afirma que o processo é dados não estão mais abertos.
que, em 2023, primeiro vamos ver mais complexo por reunir mais Em nota, o BC afirma que, em
os ‘cases’ mais óbvios sendo entre- atores e reguladores. Ele afirma 2022, identificou que os dados
gues e depois vamos começar a ver que o cronograma de trabalho es- constantes do “dashboard” do
o mercado se reinventando mais. tá sendo discutido e que, no que portal “não estavam satisfató-
Mas, antes de surgirem produtos diz respeito aos bancos, as institui- rios” e, assim, solicitou que ele
totalmente novos, ainda há mui- ções já trabalham nas especifica- fosse aprimorado. Segundo o re-
to espaço para melhorar a oferta ções das APIs. “Depois disso ainda gulador, a página é de responsa-
dos atuais com o open finance.” tem desenvolvimento, homologa- bilidade da Estrutura de Gover-
Bruno Chan, CEO da Klavi, finte- ção, muito trabalho pela frente", nança. Questionada sobre a in-
ch que oferece soluções de open fi- afirma. De acordo com ele, ainda disponibilidade dos dados, o
nance no modelo software como neste ano devem ser vistos casos grupo diz apenas que as pági-
serviço (SaaS, na sigla em inglês), de uso relacionados à fase 4. nas estão em atualização.
afirma que, de fato, o usuário não é As outras três frentes de traba- Além disso, tanto a página do
tão avesso ao compartilhamento lho do BC tem foco no lançamen- BC quanto a gerida pelas entida-
de dados como se imaginava. Ele to de novas funcionalidades de des não trazem mais as datas de
pondera, no entanto, que as em- pagamento voltadas às empre- implementação do sistema. O
presas ainda não criaram um be- sas; aprimoramentos nas jorna- projeto foi lançado em quatro fa-
nefício “óbvio e palpável” para o ci- das de compartilhamento de da- ses. Todas já foram lançadas, mas
dadão compartilhar e, mais do que dos e de pagamentos; e melho- a implementação segue em curso.
isso, seguir compartilhando as rias de governança da própria es- No caso da fase 4, que prevê a
suas informações. “É preciso apre- trutura do open finance, que in- entrada no ecossistema de produ-
sentar uma vantagem clara”, de- clui o mapeamento de processos tos não bancários, a Estrutura de
fende. Os consentimentos no siste- internos de funcionamento e en- Governança está trabalhando em
ma duram 12 meses, depois disso, trega de uma plataforma de cole- um novo plano de comunicação,
é preciso pedir a renovação do ta de métricas (PCM). Segundo que, segundo o BC, será publicado
usuário. Assim, será interessante participantes, também é espera- em breve e “trará informações
observar a evolução desses nú- do para fevereiro o lançamento mais detalhadas sobre o processo
meros nos próximos meses. da segunda versão das APIs. atual de implementação”. (MR)

Legislação
Destaques
Administrador judicial
A 3ª Turma do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) considerou incabí-
vel a fixação de honorários de su-
cumbência em favor do adminis-
trador judicial nas ações de recu-
peração judicial. Segundo o cole-
giado, o administrador deve ser
remunerado de forma própria, pe-
la empresa em recuperação, nos li-
mites previstos pelo artigo 24 da
Lei nº 11.101, de 2005. No caso
que originou o recurso especial,
após a apresentação do quadro de
credores pelo administrador judi-
cial, o Banco do Brasil impugnou a
listagem, sustentando que os seus
créditos deveriam ser considera-
dos extraconcursais, em razão das
garantias estabelecidas em seu fa-
vor. Em primeiro grau, o juiz jul-
gou a impugnação improcedente
e fixou honorários sucumbenciais
em favor do administrador judi-
cial. A decisão foi mantida pelo
Tribunal de Justiça do Rio Grande
do Sul. No STJ, porém, o relator do
caso, ministro Moura Ribeiro, des-
tacou que, para a doutrina, haven-
do resistência à pretensão da parte
impugnante e a formação da lide,
a parte vencida deve arcar com o
ônus da sucumbência, porém não
são devidos honorários sucum-
benciais ao administrador judicial
ou ao seu advogado, tendo em vis-
ta que ele não é parte na ação
(REsp 1917159).
Penhora de BPC
A Subseção II Especializada em
Dissídios Individuais do Tribunal
Superior do Trabalho (TST) deci-
diu cassar os efeitos da penhora
contínua de 20% do Benefício de
Prestação Continuada (BPC) rece-
bido por idoso na Bahia. Para o
colegiado, diante da natureza as-
sistencial do BPC, sua penhora
poderia comprometer a própria
sobrevivência do idoso, violando
seu direito ao mínimo existencial.
A penhora de parte do benefício
assistencial recebido pelo idoso,
para o pagamento de dívida tra-
balhista calculada em R$ 42,7 mil,
foi determinada, na fase de execu-
ção, pela juíza da 4ª Vara do Tra-
balho de Itabuna (BA). Diante dis-
so, o aposentado impetrou man-
dado de segurança no Tribunal
Regional do Trabalho da Bahia
(TRT-BA), que manteve a decisão.
Os desembargadores entenderam
que o patamar da penhora estaria
dentro dos parâmetros legais fi-
xados pelo CPC de 2015. O regio-
nal considerou ainda que a verba
executada (créditos trabalhistas
reconhecidos em juízo) tem, tam-
bém, natureza alimentar. Insatis-
feito, o idoso recorreu para o Tri-
bunal Superior do Trabalho
(ROT-2116-81.2021.5.05.0000).
Falsificação de agrotóxico
A 1ª Vara Criminal de São José do
Rio Preto (SP) condenou cinco
réus por crimes ambientais consis-
tentes na falsificação e venda de
agrotóxicos. As penas variam de
quatro anos de prestação de servi-
ços à comunidade a quatro anos e
seis meses de reclusão, em regime
semiaberto. Consta no processo
que os réus foram denunciados
por atuação conjunta para come-
ter crimes ambientais relaciona-
dos à falsificação de agrotóxicos
com a estocagem e destinação in-
devida de resíduos e embalagens,
desrespeitando as leis sanitárias e
ambientais. O grupo foi descober-
to após denúncia feita a policiais
militares de que um casal estava
estocando e falsificando os defen-
sivos agrícolas. A juíza responsável
pelo processo, Luciana Cassiano
Zamperlini Cochito, apontou em
sua sentença que, apesar das con-
dutas distintas dos agentes no ca-
so, para o “reconhecimento do
concurso de agentes, não é neces-
sário que todos pratiquem os mes-
mos atos executivos, bastando o
encontro de vontades para a práti-
ca do fato punível”. Em relação às
condutas, a magistrada levou em
consideração “a quantidade de
material falsificado apreendido e
o prejuízo causado ao meio am-
biente e aos produtores rurais”.
Cabe recurso (processo nº
0002818-84.2016.8.26.0576).
& Tributos
Tributário Câmara Superior manteve ontem autuações da Petrobras que somam R$ 5,7 bi
Contribuintes perdem teses bilionárias
no Carf com volta do voto de qualidade
Beatriz Olivon
De Brasília
A Fazenda Nacional conseguiu
ontem, no primeiro dia de sessões
no Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (Carf), começar a
reverter em pelo menos duas teses
a jurisprudência até então favorá-
vel ao contribuinte. Em julgamen-
tos sobre tributação de lucros no
exterior e trava de 30% para amor-
tização de prejuízos foi aplicado o
voto de qualidade — o voto de de-
sempate pelo presidente da turma
julgadora, representante do Fisco.
Também era muito aguardada a
manifestação da Câmara Superior
nos processos sobre ágio, mas ne-
nhum foi concluído com análise do
mérito. Considerando apenas os ca-
sosemqueoméritofoijulgado,aFa-
zenda Nacional venceu seis de oito
julgados. Em alguns foram analisa-
das apenas questões pontuais, como
aconcomitânciademultas—quefoi
autorizada — e a data de conversão
em reais de prejuízos apurados no
exterior por filial.
A primeira tese revertida, refe-
rente e tributação de lucros no
exterior, tem impacto bilionário
para diversas companhias aber-
tas. Os primeiros julgados envol-
viam a Petrobras e a Transpetro.
Os casos da petroleira julgados
ontem somam R$ 5,7 bilhões.
Nas autuações fiscais, a Receita
Federal alega falta de recolhimen-
to de Imposto de Renda (IRPJ) e
CSLL, indicando que devem ser tri-
butados lucros auferidos por em-
presas estrangeiras coligadas/con-
troladas quando da sua contabili-
zação na matriz sediada no Brasil.
A Petrobras alegou, em sua defe-
Fachinsinalizaquedefenderámodulação
emjulgamentosobre‘quebra’dedecisões
Joice Bacelo
De São Paulo
Os ministros do Supremo Tribu-
nal Federal (STF) podem decidir
hoje sobre a “quebra” de decisões
judiciais definitivas. O julgamento
teve início na sessão de ontem. A
Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN) e advogados de
contribuintes fizeram as defesas
na tribuna da Corte. Por falta de
tempo, o caso não teve sequência.
A votação ficou, então, para o
dia de hoje. Uma situação “estra-
nha”, percebida por advogados, no
entanto, pode dar pista de como
um dos relatores do tema, o minis-
tro Edson Fachin, irá se posicionar.
Esse tema começou a ser analisa-
do pelos ministros no Plenário Vir-
tual no ano passado. Com a transfe-
rência para o presencial, tudo o que
aconteceu naquele ambiente fica
anulado e as discussões, agora, reini-
ciam com placar zerado.
Ocorre que, na noite de terça-
feira, houve uma atualização no
sistema do Plenário Virtual. Foi
disponibilizada uma nova versão
do voto de Fachin.
O ministro não tratava sobre
modulação de efeitos na versão
que estava disponível no dia em
que se decidiu pela transferência
do caso ao presencial. Já a versão
disponibilizada na noite de terça-
feira contém essa previsão.
Nessa última versão, Fachin se
posiciona pela possibilidade de
“quebra” das decisões definitivas,
pondera que — a depender do tri-
buto — tem de ser respeitadas as
anterioridades nonagesimal (90
dias após a decisão) e a anual (ano
seguinte à decisão) e afirma que tal
entendimento deve ter eficácia so-
SP
Gisele Bossa: derrotas no Carf com voto de qualidade eram previstas
sa, que não é possível a tributação
dos lucros auferidos por empresas
sediadas em países com os quais fo-
ram firmados tratados contra a du-
platributaçãoderenda,comoéoca-
so da Holanda. E acrescentou que,
nosúltimosanos,oCarfjulgouatese
a favor dos contribuintes, inclusive
em casos envolvendo aquele país.
Presidente da 1ª Turma, Fernando
Brasil de OliveiraPinto, representan-
te da Fazenda, negou ontem o pedi-
do da Petrobras de não aplicação da
Medida Provisória nº 1.160, que
trouxe de volta o voto de qualidade.
No mérito, ele já havia votado ante-
Ministro Edson Fachin: voto pela reversão automática de decisões judiciais
mente para o futuro, a partir da
publicação da ata do julgamento.
A modulação de efeitos é uma
das principais preocupações dos
contribuintes. Sem esse recurso, a
Receita Federal terá passe livre pa-
ra cobrar tributos que, por força da
decisão definitiva, não foram pa-
gos no passado — situação que vai
gerar endividamento.
Fachin deve ser o segundo a votar
na sessão de hoje. As discussões se-
rão abertas por Luís Roberto Barro-
so, que também é relator do tema na
Corte. Dois processos estão em aná-
lise (RE 949297 e RE 955227) e a de-
cisão que for proferida servirá como
precedente para todo o Judiciário.
Esse tema é considerado pelos
DIVULGAÇÃO
riormente contra a companhia.
Ontem, o julgamento foi reto-
mado com o voto-vista do conse-
lheiro Guilherme Adolfo dos
Santos Mendes, representante da
Fazenda, que também votou con-
tra a Petrobras. Com a divisão en-
tre representantes dos contri-
buintes e da Fazenda, foi aplica-
do o voto de qualidade.
Em nota ao mercado, a Petrobras
informou que a expectativa de per-
da dessa contingência era conside-
rada possível, sendo objeto de nota
explicativa nas demonstrações fi-
nanceiras, e que a decisão do Carf
DIVULGAÇÃO/STF
especialistas como um dos mais
importantes em tramitação no
país. Tem enorme alcance: afeta
todos os processos que discutem
pagamento de tributos.
Os ministros vão dizer se deci-
sões judiciais definitivas, que favo-
recem os contribuintes, perdem
efeito — de forma imediata e auto-
mática — quando há mudança de
jurisprudência na Corte.
Se permitirem que isso aconteça,
o contribuinte que discutiu a co-
brança de um tributo na Justiça e te-
ve a ação encerrada a seu favor — au-
torizando a deixar de pagar — perde
esse direito se, tempos depois, o STF
julgar o tema, com repercussão ge-
ral ou por meio de ação direta de in-
São Paulo | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | E1
não implica provisionamento em
suas demonstrações. No primeiro
caso, a Fazenda perdeu só em uma
parte do pedido — sobre a data de
conversão dos prejuízos no exterior.
A companhia pretende “tomar as
medidas judiciais cabíveis”.
Os contribuintes também perde-
ram por voto de qualidade a discus-
são da tese conhecida como “trava
de 30%”, que vinham ganhando com
o voto de desempate favorável e, em
2021, até por maioria de votos.
A chamada “trava de 30%” é o li-
mite anual de prejuízo que pode ser
abatidodocálculodostributosfede-
rais – que incidem sobre o lucro. O li-
mite foi fixado pelas leis nº 8.981 e
nº 9.065, ambas de 1995. Antes todo
o prejuízo podia ser deduzido.
Um dos julgados na 1ª Turma
da Câmara Superior envolvia a
Fratelli Vita Bebidas. A empresa,
no julgamento, pediu a aplica-
ção do entendimento do Carf de
2020 e 2021, o que foi negado.
A relatora, conselheira Lívia De
Carli Germano, representante dos
contribuintes, disse que até 2009 a
matéria era pacífica, depois passou a
ser julgada com voto de qualidade
contra as empresas. Com a mudança
no desempate em 2020, acrescen-
tou, voltou a ser favorável ao contri-
buinte. “Essa turma chegou a julgar
por maioria essa questão”, disse.
A conselheira destacou que as de-
cisões de turma do Superior Tribu-
nal de Justiça (STJ) não vinculam o
Carf — que só é obrigado a seguir re-
petitivo (a palavra final do STJ sobre
o tema). “Enquanto essa questão
ainda não é vinculante podemos co-
locar nosso entendimento aqui. Jul-
go assim desde que entrei no Carf
em 2015. Coloco aqui meu protesto
constitucionalidade, e decidir que a
cobrança é devida.
A decisão definitiva deixaria
de ter efeitos e o contribuinte
passaria a ter que, dali para fren-
te, pagar o tributo.
Essa sistemática muda o formato
que se tem atualmente. Hoje, a “que-
bra” não ocorre de forma automáti-
ca. O Fisco pode pleitear a reversão
de decisões, mas existe um instru-
mento específico para isso, a chama-
da ação rescisória, que tem prazo de
até dois anos para ser utilizada.
Há forte indicação de que essa
mudança vai ocorrer. Os ministros
devem decidir pela “quebra” das
decisões individuais, de forma au-
tomática, na sessão de hoje.
Superada essa etapa, no entanto,
precisarão dizer o momento exato
em que a decisão definitiva perderá
a validade: se será imediatamente
após o julgamento da Corte que al-
terou a jurisprudência ou se terão se
de ser respeitados os princípios da
anterioridade (noventena e anual).
O último ponto a ser tratado se-
rá a modulação de efeitos. Sem a
modulação, valeria — como marco
para iniciar as cobranças — a data
do julgamento de cada tema.
Os casos em discussão, por
exemplo, envolvem cobranças de
CSLL. Com a modulação de efeitos,
a Receita poderia exigir o tributo só
daqui para frente. Sem a modula-
ção, no entanto, as cobranças se-
riam possíveis desde o ano de 2007,
a data em que o STF decidiu pela
constitucionalidade do tributo.
Essa conta poderia ficar muito
pesada. A CSLL incide sobre o lu-
cro das empresas — tem alíquota
de 9%. O acumulado, desde lá de
trás, acrescido de correção e mul-
ta, atingiria valores altíssimos.
de terem dito que nós estamos jul-
gando de forma contrária ao STJ.”
Já a conselheira Edeli Pereira Bes-
sa, representante da Fazenda, afir-
mou que as decisões do STJ sobre a
tese não são vinculantes, mas que é o
entendimento de todos os ministros
do STJ em decisões de turma.
Ontem, as empresas venceram
dois julgados. Um deles tratava
de parte da tese que a Fazenda
perdeu no caso da Petrobras — a
data de conversão dos prejuízos
apurados no exterior por filial. O
outro caso era um processo da
Votorantim (de valor desconhe-
cido) que tratava de lucros no ex-
terior, mas de um aspecto ante-
rior ao da discussão de tratados.
No início da sessão, o presidente
da Turma, conselheiro Fernando
Brasil de Oliveira Pinto, afirmou que
passou a última semana responden-
do a pedidos de retirada de pauta.
Em alguns, ele identificou que havia
motivação razoável para a alteração.
Ainda segundo o presidente,
dos 58 processos na pauta, 17
eram retornos de pedido de vista
e 35 já haviam sido pautados an-
tes e havia pedido dos patronos
pra voltar para sessão virtual. Ha-
via apenas cinco processos novos.
Os julgamentos desta semana se-
rão realizados até sexta-feira.
De acordo com a advogada Gisele
Bossa, do Demarest Advogados e ex-
conselheira, que acompanhou os
julgamentos no órgão, a sessão cor-
reu dentro do esperado: com aplica-
ção do voto de qualidade e decisões
contráriassobreatributaçãodecon-
troladas no exterior e manutenção
das glosas de compensação indevi-
da de prejuízo na sucessão/incorpo-
ração (trava de 30%).
Fisco isenta
empresas
de multas
Arthur Rosa
De São Paulo
A Receita Federal regulamentou a
possibilidade de contribuintes con-
fessarem dívidas durante uma fisca-
lização fiscal, antes da expedição do
auto de infração. A medida permite
que os tributos devidos sejam pagos
semaincidênciadasmultasdemora
(20%) e de ofício (75%) — apenas
acrescido dos juros de mora.
O benefício está previsto na Ins-
trução Normativa (IN) nº 2130. A
norma regulamenta a autorregula-
rização de débitos tributários esta-
belecida pelo artigo 3º da Medida
Provisória (MP) nº 1.160, de 12 de ja-
neiro, que trouxe de volta o voto de
qualidade no Conselho Administra-
tivo de Recursos Fiscais (Carf).
Pela IN, essa espécie de denúncia
espontânea vale para fiscalizações
iniciadas até o dia 12 de janeiro. Os
procedimentos de adesão e recolhi-
mentos de tributos devem ser feitos
até 30 de abril. O benefício não vale
para empresas no Simples Nacional.
Normalmente, explica o consul-
tor Douglas Campanini, da Athros
Auditoria e Consultoria, a denún-
cia espontânea para recolhimento
de tributos só pode ser feita antes
de uma fiscalização. E, nessa situa-
ção, acrescenta, o contribuinte de-
ve pagar o que deve acrescido de
juros, mas sem recolher a multa de
mora — que pode chegar a 20%.
A medida, segundo especialistas,
ébenéfica.Mas HugoReisDias,sócio
no dcom Advogados, chama a aten-
ção, porém, de um ponto que pode
ser judicializado: a vedação às micro
e pequenas empresas. “A vedação
nãoétratadanaMP.Temosumapos-
sível violação à legalidade”, diz.
E2 | Valor | São Paulo | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Legislação & Tributos | SP

Garantia em nome de prestador de serviço de FIDC

como o credor fiduciário. bem como sobre a prestação geralmente contratados por Independentemente da o patrimônio do prestador de
Opinião Jurídica Com a Lei da Liberdade de serviços para os fundos, FIDC. Ou um “agente de garantia” expressa autorização do serviços, que não irá compor a
Econômica, surgiu um novo com o Anexo Normativo II especialmente contratado para regulador, recomendamos, lista de bens e direitos de sua
argumento para defender a dedicado a FIDC. essa finalidade, na medida em adicionalmente, que: (a) o propriedade para efeito de
Marcelo Augusto de possibilidade de FIDCs Diz o artigo 43 do Anexo II: “É que a referida resolução autoriza regulamento e o contrato de liquidação judicial ou
Barros figurarem como proprietários vedado ao administrador e ao a contratação de outros cessão padrão do fundo extrajudicial, não poderá ser
fiduciários de bens ofertados gestor, em suas respectivas serviços no interesse do fundo, prevejam expressamente a oferecida em garantia de débitos
em garantia por cedentes, esferas de atuação, aceitar que as conforme autorizado pelo possibilidade de qualquer de suas operações, não será
coobrigados ou devedores, garantias em favor da classe parágrafo 4º do artigo 85. prestador de serviços figurar passível de execução por seus
conforme o disposto no artigo sejam formalizadas em nome de como proprietário fiduciário em credores, por mais privilegiados
1.368-E do Código Civil, terceiros que não representem o relação aos bens ofertados em que possam ser, e que será
introduzido pela Lei Federal n° fundo, ressalvada a possibilidade Ótima iniciativa da garantia; (b) no regulamento, constituída, exclusivamente, em
13.874, de 20 de setembro de de formalização de garantias em essa autorização poderá constar garantia ao instrumento objeto
2019: “Artigo 1.368-E. Os favor do administrador, gestor
CVM, que se antecipou em definição sobre contrato de das obrigações garantidas
fundos de investimento ou terceiros que representem o ao Marco Legal das cobrança, nas disposições a celebrado com o FIDC.

O
respondem diretamente pelas fundo como titular da garantia, Garantias, que está respeito do agente de cobrança, A expressa autorização do
s fundos de obrigações legais e contratuais que devem diligenciar para assim como na política de regulador para que as garantias
investimento não por eles assumidas, e os segregá-las adequadamente dos parado no Senado cobrança do fundo; (c) no concedidas a FIDC sejam
possuem prestadores de serviço não seus próprios patrimônios”. desde junho de 2022 contrato de cessão, seja inserida constituídas em nome de
personalidade respondem por essas Em nossa opinião, tais cláusula com a expressa prestadores de serviços é uma
jurídica — embora obrigações, mas respondem funções já poderiam ser autorização da constituição das boa notícia aos departamentos
possuam personalidade pelos prejuízos que delegadas a qualquer prestador O agente de cobrança ou a garantias em nome dos jurídicos dos fundos. Ótima
negocial, legitimidade causarem quando procederem de serviços do FIDC, consultoria especializada prestadores de serviços do fundo; iniciativa da CVM, que se
processual e inscrição no CNPJ com dolo ou má-fé”. independentemente de exerceriam essa função de agente (d) e que no contrato de antecipou ao Marco Legal das
— e, por esse motivo, não Nossa prática mostra, no expressa autorização do de garantia sob as justificativas alienação fiduciária, seja qual for Garantias, Projeto de Lei n°
poderiam figurar, em nome entanto, que tal disposição regulador. A Resolução CVM n° de que (i) a existência de o tipo de garantia, conste (1º) na 4188/2021, que está parado no
próprio, como titulares legal ainda não foi suficiente 175, de qualquer forma, acaba garantias para cobrir operações qualificação, que o fiduciário Senado desde junho de 2022.
da propriedade de para mudar o entendimento de consolidar o entendimento de FIDC ou mesmo será o administrador, gestor,
imóveis e veículos, dos cartórios que negam o de que as garantias conferidas a especificamente vinculadas a consultoria especializada ou Marcelo Augusto de Barros é sócio do
ainda que com a finalidade registro em nome do FIDC. FIDC podem ser constituídas títulos de crédito são uma agente de cobrança do FIDC, (2º) escritório Teixeira Fortes Advogados
específica de garantia. A solução para esse em nome do administrador, do realidade, (ii) o FIDC não teria na descrição da obrigação Associados
É o que tem fundamentado imbróglio pode estar na nova gestor ou de outro prestador de personalidade jurídica para garantida, que a garantia é
alguns cartórios de registro de Resolução CVM n° 175, de 23 de serviços que atue em nome do assumir ativos em nome próprio prestada para cobrir o contrato Este artigo reflete as opiniões do autor,
imóveis para negar o registro dezembro de 2022, com fundo como titular da garantia. e (iii) as normas aplicáveis a tais de cessão celebrado com o FIDC, e não do jornal Valor Econômico.
de contratos de alienação entrada em vigor em 3 de abril, Esse outro prestador, em nosso fundos permitem expressamente para o qual o prestador de O jornal não se responsabiliza e nem
fiduciária que designam o que dispõe sobre a entendimento, poderia ser a a contratação desse serviço serviços designado atua nos pode ser responsabilizado pelas
Fundo de Investimento constituição, funcionamento e consultoria especializada ou o (Resolução CVM n° 175, artigo termos do regulamento, e (3º) informações acima ou por prejuízos
em Direitos Creditórios a divulgação de informações agente de cobrança — 85, parágrafo 4º, c.c. Anexo uma cláusula ressaltando que a de qualquer natureza em decorrência
(FIDC), em nome próprio, dos fundos de investimento, prestadores de serviços Normativo II, artigo 43). garantia constituída não integra do uso dessas informações

ROMI S.A. PREFEITURA MUNICIPAL DE CAFELÂNDIA-SP - CNPJ 46.186.375/0001-99

CNPJ - 56.720.428/0014-88 / NIRE - 35.300.036.751 - Companhia Aberta
Edital de Convocação Resumido - Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária
Ficam convocados os acionistas de ROMI S.A. para as Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária (“AGOE”),
a serem realizadas no dia 14/03/2023, às 14h00, de modo exclusivamente virtual, a fim de tratar das matérias
descritas no Edital disponibilizado na íntegra nos endereços eletrônicos abaixo indicados. Aviso: O presente
Edital é feito na forma resumida. As informações completas para a participação dos acionistas na AGOE
estão disponíveis nos endereços eletrônicos da CVM (www.cvm.gov.br), B3 (www.b3.com.br), Jornal Valor
Econômico (www.valor.globo.com) e da própria Companhia (www.romi.com/investidores). Santa Bárbara
d’Oeste, 02 de fevereiro de 2023. Américo Emílio Romi Neto - Presidente do Conselho de Administração.
O Município de Cafelândia, Estado de São Paulo, CNPJ 46.186.375/0001-99, torna público a todos os interessados que se encontram
abertas licitações nas modalidades e especificações abaixo indicados: Processo n° 08/2.023. Edital n° 06/2.023. Tomada de Preços
n° 03/2.023. Tipo Menor Preço Global. Objeto: Contratação de empresa especializada para Reforma da Praça Santa Isabel, neste
município de Cafelândia. Sessão pública: 23/02/2.023 às 09h00min. Disponibilidade dos editais: Sede da Prefeitura Municipal, sito
na Avenida Jacob Zucchi, 200, Pena, CEP 16.503-000 e site http://www.cafelandia.sp.gov.br. Demais informações pelo telefone
(14) 3556-8000 – Ramal 216.
Cafelândia (SP), 01º de fevereiro de 2023.
Taís Fernanda Maimoni Contieri Santana – Prefeita Municipal
OPEA SECURITIZADORA S.A.
CNPJ/ME nº 02.773.542/0001-22
EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA ESPECIAL DE TITULARES DOS CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS

Munich Re do Brasil Resseguradora S.A. IMOBILIÁRIOS DA 53ª SÉRIE DA 1ª EMISSÃO (IF 10L0025298) DA OPEA SECURITIZADORA S.A.
Ficam convocados os Srs. titulares dos Certificados de Recebíveis Imobiliários da 53ª Série da 1ª Emissão da Opea Se-
CNPJ/ME nº 01.857.539/0001-24 - NIRE 35.300.357.183 curitizadora S.A., inscrita no CNPJ/ME sob o nº 02.773.542/0001-22 (“Titulares dos CRI”, “CRI” e “Emissora”, respec-
Ata da Assembleia Geral Extraordinária Realizada em 09 de Novembro de 2022 tivamente), nos termos do Termo de Securitização de Créditos Imobiliários – Certificados de Recebíveis Imobiliários da
Aos 09/11/2022, às 9:00h, realizada exclusivamente em modo digital. Presença: Presença dos acionistas 53ª Série da 1ª Emissão da RB Capital Companhia de Securitização, celebrado em 21 de dezembro de 2010, conforme
representantes de 100% do capital social. Mesa: Presidente: Sr. Karsten Steinmetz; Secretária: Sra. aditado (“Termo de Securitização”), a reunirem-se em Assembleia Especial de Titulares dos CRI (“Assembleia”), a rea-
Tânia Amaral Heydenreich Alves. Deliberações: (a) aprova a reforma do Estatuto Social da Companhia lizar-se no dia 23 de fevereiro de 2023, às 10:00 horas, de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Mi-
para instituir a Diretoria de Controles Internos e as atribuições do respectivo Diretor, promovendo as devidas crosoft Teams, sendo o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI devidamente
adaptações no Estatuto Social. Consequentemente, será incluído o seguinte artigo no Estatuto Social, com habilitados, nos termos deste Edital de Convocação, conforme a Resolução da Comissão de Valores Mobiliários
a renumeração dos artigos subsequentes: “Artigo 18 - Compete ao Diretor de Controles internos cumprir (“CVM”) nº 60, de 23 de dezembro de 2021 (“Resolução CVM 60”), a fim de deliberar sobre as seguintes matérias da
(i) o disposto na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, bem como zelar pela observância da respectiva Ordem do Dia: (i) A liquidação do Patrimônio Separado, nos termos do artigo 25, inciso IV, da Resolução CVM 60, con-
regulamentação complementar, assim como (ii) adotar e executar um conjunto contínuo de processos e siderando a insuficiência de recursos para a quitação integral do saldo devedor dos CRI, correspondente, nesta data, a
procedimentos para a estruturação e funcionalização do Sistema de Controles Internos, objetivando R$ 1.734.116,18 (um milhão setecentos e trinta e quatro mil, cento e dezesseis reais e dezoito centavos), em razão de
assegurar: (a) a eficiência operacional das atividades da Companhia; (b) a existência e a prestação de inadimplemento da Devedora, mediante a dação em pagamento, aos Titulares dos CRI, proporcionalmente à sua res-
informações financeiras e não financeiras às partes interessadas internas e externas, de forma tempestiva, pectiva participação, dos valores remanescentes integrantes do Patrimônio Separado, correspondente, nesta data, a R$
fidedigna e completa; (c) conformidade das operações da Companhia com as leis e regulamentações
1.734.116,18 (um milhão setecentos e trinta e quatro mil, cento e dezesseis reais e dezoito centavos), e consequente
aplicáveis, boas práticas e suas próprias políticas e normativos internos; (d) condução prudente dos
liberação das garantias constituídas no âmbito da Emissão, mediante a assinatura, pela Emissora, do respectivo termo
negócios da Companhia; (e) a adequação e regularidade das práticas de controles internos; e (f) a adoção
de liberação, a ser apresentado à Devedora em até 3 (três) dias úteis contados da data de realização da Assembleia.
de práticas de conformidade. § 1º - O diretor de Controles Internos poderá se reunir, sempre que necessário,
Em razão do vencimento da Emissão, a Dação em Pagamento será realizada fora do ambiente B3, mediante transfe-
com o Diretor Presidente da Companhia, sem a presença dos demais diretores. § 2º - É vedado ao Diretor
rência eletrônica disponível a ser realizada pela Emissora, em até 3 (três) dias úteis contados da data de realização da
de Controles Internos a prática de atos de representação, administração e gestão dos negócios sociais da
Assembleia, diretamente para conta corrente de titulares dos Titulares dos CRI, cujos dados serão informados oportu-
Companhia, excetuando-se aqueles necessários para o exercício de suas atribuições previstas no caput
namente; e (ii) Tomar ciência e aprovar as possíveis medidas a serem tomadas acerca da lista de documentos da Emis-
deste artigo.” (b) aprova as novas redações do artigo 9º, artigo 12 e seu parágrafo 6º, artigo 13, artigo 14, “ii”
são que não foram entregues à Pentágono S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (“Agente Fiduciário”),
e parágrafos do artigo 19, conforme indicadas a seguir: “Artigo 9º - Os diretores serão eleitos e,
conforme lista de documentos a ser apresentada durante a Assembleia (“Pendências Documentais”); e (iii) A autori-
consequentemente, investidos em seus cargos após a assinatura dos respectivos Termos de Posse e,
desde que, se necessário, aprovados previamente pela SUSEP, independentemente de caução, como zação para a Emissora, em conjunto com o Agente Fiduciário, realizarem todos os atos e celebrarem todos e quaisquer
permitido por lei, e cada diretor se sujeitará aos deveres e responsabilidades impostos por lei e pelo presente documentos necessários para a implementação das deliberações da Assembleia. As matérias acima indicadas deverão
Estatuto Social. [...] Artigo 12 - A Diretoria reunir-se-á sempre que os interesses sociais o exigirem, sendo ser consideradas pelos Titulares dos CRI de forma independente no âmbito da Assembleia, de modo que a não delibe-
que suas deliberações serão tomadas por maioria de votos, observado o disposto no parágrafo 6º abaixo. ração ou a não aprovação a respeito de qualquer uma delas, não implicará automaticamente a não deliberação ou não
Em caso de empate, caberá ao Diretor Presidente decidir sobre a matéria. O Diretor Presidente terá o direito aprovação de qualquer das demais matérias constantes da ordem do dia. A Assembleia será realizada de forma exclu-
de vetar as deliberações da Diretoria, ocasião em que as deliberações não serão consideradas. [...] § 6º - O sivamente digital, por meio da plataforma Microsoft Teams e seu conteúdo será gravado pela Emissora. O acesso à pla-
Diretor de Controles Internos poderá se reunir, sempre que necessário, com o Diretor Presidente da taforma será disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI que enviarem à Emissora e ao
Companhia, sem a presença dos demais diretores e sem que sejam cumpridas as formalidades previstas Agente Fiduciário, por correio eletrônico para ri@opeacapital.com e contencioso@pentagonotrustee.com.br, a confir-
neste artigo e seus parágrafos em relação à convocação e instalação da referida reunião, desde que nos mação de sua participação na Assembleia, acompanhada dos Documentos de Representação (conforme abaixo defini-
limites das atribuições previstas neste Estatuto e na regulamentação da SUSEP em relação à Diretoria de dos) até 2 (dois) dias antes da realização da Assembleia. Para os fins da Assembleia, considera-se “Documentos de Re-
Controles Internos. Neste sentido, o referido diretor não poderá votar ou deliberar sobre temas estranhos às presentação”: a) participante pessoa física: cópia digitalizada de documento de identidade do Titular dos CRI;
atribuições da Diretoria de Controles Internos previstas neste Estatuto Social.” [...] “Artigo 13 - A Diretoria caso representado por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva procuração com firma
terá poderes de representação, administração e gestão dos negócios sociais, podendo, na forma prevista reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com poderes específicos para sua representação na As-
neste Estatuto, validamente obrigar a Companhia, praticando todos os atos e operações necessários à sembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, com fulcro no disposto no artigo 31 da Resolução 60 da CVM, acom-
consecução dos objetivos sociais, e deliberar sobre todas as questões que não tenham sido previstas neste panhada do documento de identidade do procurador; e b) demais participantes: cópia digitalizada do estatuto/
Estatuto Social e que não sejam de competência exclusiva da Assembleia Geral, estando vedado contrato social (ou documento equivalente), acompanhado de documento societário que comprove a representação
expressamente a representação, a administração e a gestão de negócios sociais à Diretoria de Controles legal do Titular dos CRI (i.e. ata de eleição da diretoria) e cópia digitalizada de documento de identidade do repre-
Internos, sem prejuízo da prática de atos com objetivo da consecução das suas atribuições previstas neste sentante legal; caso representado por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva pro-
Estatuto Social.” [...] “Artigo 14 - [...] (i) nomear procuradores para representar a Companhia, ativa e curação com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com poderes específicos para sua
passivamente, em juízo ou fora dele, conforme previsto no artigo 19, §§ 1º e 2º, deste Estatuto Social.” [...] representação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, conforme disposto no artigo 31 da Resolução
“Artigo 19 - [...], [...]. § 1º - As procurações outorgadas pela Companhia serão assinadas por dois diretores, 60 da CVM, acompanhada do documento de identidade do procurador. Os Titulares dos CRI poderão optar por exer-
sendo um deles, necessariamente, o Diretor Presidente ou o Diretor Técnico, e terão prazo de validade cer seu direito de voto, sem a necessidade de ingressar na videoconferência, enviando à Emissora e ao Agente Fidu-
determinado e vedarão o substabelecimento. [...] § 3º - Nenhum dos atos previstos no artigo e parágrafos ciário a correspondente manifestação de voto à distância, nos correios eletrônicos ri@opeacapital.com e
acima poderão ser praticados pelo Diretor de Controles Internos, excetuando-se aqueles relacionados única contencioso@pentagonotrustee.com.br, respectivamente, conforme modelo de Manifestação de Voto à Distância ane-
e exclusivamente às suas atribuições previstas no artigo 18 deste Estatuto Social.” (c) extingue a Diretoria xo à Proposta da Administração, disponibilizada pela Emissora na mesma data de divulgação deste Edital de Convoca-
de Supervisão, remanejando a sua função para a Diretoria de Controles Internos, promovendo as devidas ção em seu website (www.opeacapital.com) e no website da CVM. A manifestação de voto deverá estar devidamente
adaptações no Estatuto Social. Desta forma, será excluído o artigo 18, com a consequente renumeração preenchida e assinada pelo Titular dos CRI ou por seu procurador, conforme aplicável e acompanhada dos Documen-
dos artigos subsequentes. (d) consigna e reconhece a renúncia da Sra. Tânia Amaral Heydenreich Alves, tos de Representação. Os votos recebidos até o início da Assembleia por meio da Instrução de Voto serão computados
CI nº 30.120.852-9 SSP/SP e CPF/ME nº 289.285.318-45, com endereço comercial na Cidade de São como presença para fins de apuração de quórum e as deliberações serão tomadas pelos votos dos presentes na plata-
Paulo, Estado de São Paulo, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, nº 4.440, 6º andar, Itaim Bibi, CEP 04.538- forma digital, observados os quóruns previstos no Termo de Securitização. Contudo, em caso de envio da manifestação
132, do cargo de Diretora Administrativo-Financeira da Companhia, formalizada conforme anexo Termo de de voto de forma prévia pelo Titular dos CRI ou por seu procurador com a posterior participação na Assembleia via
Renúncia (vide Anexo III a esta Ata); (e) outorga e concede à Sra. Tânia Amaral Heydenreich Alves a mais acesso à plataforma, o Titular dos CRI, caso queira, poderá votar na Assembleia, caso em que o voto anteriormente en-
ampla, plena, rasa, geral, mútua, bilateral, irrestrita, irretratável e irrevogável quitação quanto aos direitos e viado deverá ser desconsiderado. Os termos ora utilizados iniciados em letras maiúsculas que não estiverem aqui de-
deveres decorrentes do exercício do cargo estatutário de Diretora Administrativo-Financeira por ela, nada finidos têm o significado que lhes foi atribuído nos Documentos da Operação. São Paulo, 02 de fevereiro de 2023.
mais tendo a dela reclamar; (f) elege o Sr. Alex Cavalheiro Sottero, CI nº 37.780.427-7, CPF/ME nº OPEA SECURITIZADORA S.A.
395.490.458-6, para o cargo de Diretor Administrativo-Financeiro, com mandato coincidente ao prazo de Nome: Flávia Palacios Mendonça Bailune - Cargo: Diretora de Relações com Investidores
mandato definido para os outros membros da Diretoria da Companhia, ou seja, até 25 de março de 2024;
(g) atribui ao Sr. Alex Cavalheiro Sottero, as funções de direção administrativo-financeira (artigo1º, III, da
Circular SUSEP nº 234/2003), as funções de responsável pelo acompanhamento, supervisão e cumprimento
das normas e procedimentos atuariais, de contabilidade e de auditoria independente previstos na
regulamentação em vigor (Resolução CNSP nº 432/2021), responsável pelo cumprimento das obrigações
da Resolução CNSP nº 143/2005, responsável pelo registro das operações de seguros, previdência
complementar aberta, capitalização e resseguros (artigo 13 da Resolução CNSP nº 383/2020) e responsável
pela contratação e supervisão de representantes de seguro e dos serviços por esses prestados (artigo 22
da Resolução CNSP nº 431/2021); (h) elege a Sra. Maria Alice de Morais Parron, CI nº 33.980.205-4, CPF/
ME nº 344.582.938-1, para o cargo de Diretora de Controles Internos, com mandato coincidente ao prazo
de mandato definido para os outros membros da Diretoria da Companhia, ou seja, até 25 de março de 2024;
(i) atribui à Sra. Maria Alice de Morais Parron, além do cargo e das funções de Diretora de Controles
Internos (Resolução CNSP nº 416/2021), as funções de responsável pelos controles internos específicos
contra fraude (Circular SUSEP nº 344/2007) e responsável pelo cumprimento do disposto na Lei nº 9.613,
de 1998 (Circular SUSEP nº 612/2020); (j) consigna e registra que os Srs. Alex Cavalheiro Sottero e Maria
Alice de Morais Parron, ora eleitos, declararam que não estão impedidos de exercer atividades inerentes
à administração da Companhia e não se encontram impedidos por lei especial, bem como condenados (ou
encontram-se sob efeito de condenação) (i) a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso
a cargos públicos; (ii) por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou (iii)
por crime contra a economia popular, o sistema financeiro nacional, as normas de defesa da concorrência,
as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, nos termos do artigo 147 da LSA. Formalizadas tais
declarações, os novos Diretores da Companhia oras eleitos tomaram posse nos seus respectivos cargos,
conforme os anexos Termos de Posse (Anexos I e II); (k) atribui ao Sr. Karsten Steinmetz, CPF/ME sob o
nº 229.105.528-37, Diretor Presidente da Companhia, a função de Diretor responsável pelas relações com
a SUSEP (1º, inciso I, da Circular SUSEP nº 234/2003); (l) consigna e registra que a Diretoria Executiva da
Companhia passa, assim, a ser composta por (i) Karsten Steinmetz, ocupando os cargos de Diretor
Presidente e Diretor de Relações com a SUSEP; (ii) Alex Cavalheiro Sottero, ocupando o cargo de Diretor
Administrativo-Financeiro; (iii) Tânia Amaral Heydenreich Alves, ocupando o cargo de Diretora Técnica; e
(iv) Maria Alice de Morais Parron, ocupando o cargo de Diretora de Controles Internos; todos com mandato
coincidente até 25 de março de 2024. (m) aprova a atribuição das responsabilidades dos referidos Diretores
junto à Superintendência de Seguros Privados (“SUSEP”), conforme abaixo: i. Alex Cavalheiro Sottero, (i)
Diretor Administrativo-Financeiro (artigo 1º, III, da Circular SUSEP nº 234/2003); (ii) Diretor responsável pelo
acompanhamento, supervisão e cumprimento das normas e procedimentos atuariais, de contabilidade e de
auditoria independente previstos na regulamentação em vigor (Resolução CNSP nº 432/2021); (iii) Diretor
responsável pelo cumprimento das obrigações da Resolução CNSP nº 143/2005; (iv) Diretor responsável
pelo registro das operações de seguros, previdência complementar aberta, capitalização e resseguros
(artigo 13 da Resolução CNSP nº 383/2020); e (v) Diretor responsável pela contratação e supervisão de
representantes de seguro e dos serviços por esses prestados (artigo 22 da Resolução CNSP nº 431/2021);
ii. Maria Alice de Morais Parron, (i) Diretora de controles internos responsável pelo cumprimento do
disposto na Resolução 416 de 20/07/2021; (ii) Diretora responsável pelos controles internos específicos
contra fraude (Circular SUSEP nº 344/2007); e (iii) Diretora responsável pelo cumprimento do disposto na
Lei nº 9.613, de 1998 (Circular SUSEP nº 612/2020); iii. Karsten Steinmetz, (i) Diretor responsável pelas
relações com a SUSEP (artigo 1º, inciso I, da Circular SUSEP nº 234/2003); e iv. Tânia Amaral Heydenreich,
(i) Diretora responsável técnica (Resolução CNSP nº 432/2021 e artigo 1º, II, da Circular SUSEP nº
234/2003). (n) aprova a consolidação da redação do Estatuto Social, de modo que este passe a ter a
redação que consta do Anexo III a esta Ata de Assembleia Geral Extraordinária, ficando, porém, dispensada,
desde já, a sua publicação na íntegra; e (o) delibera, por fim, pela publicação desta Ata de Assembleia Geral
Extraordinária na forma de extrato. Encerramento: Nada mais. São Paulo, 09 de novembro de 2022, às 9:00
horas. Mesa: Karsten Steinmetz - Presidente; Tânia Amaral Heydenreich Alves - Secretária e Diretora
Renunciante. JUCESP nº 26.509/23-4 em 20/01/2023. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.
 São Paulo | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | Valor | E3

ROMI S.A.
Companhia Aberta - CNPJ nº 56.720.428/0001-63
As demonstrações financeiras apresentadas a seguir são demonstrações financeiras resumidas e não devem ser consideradas isoladamente para a tomada de decisão.
O entendimento da situação financeira e patrimonial da companhia demanda a leitura das demonstrações financeiras completas auditadas, elaboradas na forma da legislação societária e da regulamentação contábil aplicável.
As demonstrações financeiras completas auditadas, incluindo o respectivo relatório do auditor independente, estão disponíveis nos seguintes endereços eletrônicos:
https://valor.globo.com/valor-ri/; https://www.romi.com/central-de-resultados/; https://www.rad.cvm.gov.br/ENET/frmConsultaExternaCVM.aspx e https://www.b3.com.br/pt_br/
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO - 2022
Prezados Senhores: Submetemos à apreciação dos Senhores Acionistas, Clientes, Fornecedores, Mercado de planejar e produzir, de modo a responder rapidamente às oscilações da demanda. Ao longo dos últimos anos, 2. INVESTIMENTOS: Ao longo do ano de 2022 foram investidos R$127,3 milhões, sendo a maior parte deles
Capitais e à sociedade em Geral, o Relatório da Administração e as Demonstrações Financeiras da Romi S.A. (“Romi” efetuamos diversas otimizações, principalmente, nas estruturas indiretas e na automatização dos processos internos. destinados à automação, manutenção, produtividade, flexibilidade, competitividade das unidades do parque
ou “Companhia”), referentes ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2022, acompanhados do Relatório dos Também reforçamos o foco em projetos de redução de custos e despesas, além de realizarmos investimentos em industrial e máquinas de fabricação própria alocadas para o negócio de locação de máquinas, todas dentro do plano
Auditores Independentes. Grande parte do ano de 2022 continuou indicando um ambiente favorável para a automação e produtividade, centrados no incremento da rentabilidade, o que se pode notar desde o ano de 2017. de investimentos já previsto para o ano.
realização de investimentos, conforme podemos notar nos índices de confiança do empresário e na utilização da Estrategicamente, definimos como prioridade o desenvolvimento de novas gerações de produtos, com evolução 3. AUDITORIA EXTERNA: Atendendo às disposições da Instrução CVM 381/03, a Companhia informa que no
capacidade instalada. Essa recuperação no volume de negócios pode ser notada em todas as unidades, tanto nos significativa no conteúdo tecnológico, alinhadas às necessidades da Indústria 4.0, sendo que as linhas lançadas em exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2022, não ocorreu a prestação de qualquer serviço que não seja o
negócios para o mercado doméstico, quanto nas exportações e mais recentemente na Unidade de Negócio 2018 e 2019 se consolidaram com muito sucesso nos mercados doméstico e internacional. Adicionalmente, de auditoria das demonstrações financeiras, pela Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes Ltda.
Burkhardt+Weber. A Companhia, tendo canais consolidados no mercado externo, assim como novas soluções, tais fortalecemos as nossas estruturas no exterior e desenvolvemos novas soluções para os nossos clientes, como a 4. ARBITRAGEM: As ações da Romi encontram-se listadas no Novo Mercado da B3, segmento diferenciado de
como a locação de máquinas e o suporte financeiro aos seus clientes na aquisição de equipamentos, tem fortalecido
locação de máquinas e o suporte financeiro, por meio da criação de uma fintech. Essas estratégias nos fornecem listagem que engloba aquelas Companhias que, de forma espontânea, se destacam na adoção dos mais elevados
esses negócios com o objetivo de continuar dando suporte aos seus clientes com excelência, além de atingir volumes
muita confiança de que estamos muito bem preparados para continuar capturando as oportunidades, tanto no padrões de governança corporativa. Consequentemente, a Companhia está vinculada à Câmara de Arbitragem do
relevantes de vendas e, consequentemente, de operação. Entretanto, o Índice de Confiança do Empresário Industrial
mercado doméstico, quanto no exterior. Novo Mercado da B3. Desta forma, seus acionistas, administradores e membros do Conselho Fiscal obrigam-se a
(ICEI) que demonstrou um comportamento de recuperação consistente até outubro de 2022, notamos uma redução
significativa nos últimos meses. Somado à um cenário mundial de inflação e aumento de taxas de juros, temos 1. DESEMPENHO OPERACIONAL: Receita Operacional Líquida: A receita operacional líquida auferida em 2022 resolver, por meio de arbitragem, toda e qualquer disputa ou controvérsia que possa surgir entre eles, relacionada ou
atualmente um ambiente mais desafiador e turbulento para a realização de investimentos, tanto no mercado foi de R$1,6 bilhão, 15,1% superior à registrada em 2021, principalmente pelo crescimento das vendas de máquinas oriunda, em especial, da aplicação, validade, eficácia, interpretação, violação e seus efeitos, das disposições contidas
doméstico quanto no mercado externo, já refletindo na entrada de pedidos do 4T22. A Unidade de Negócio ROMI e dos fundidos e usinados no mercado doméstico. Margens: Em 2022, a margem bruta foi de 32,0%, que na Lei das Sociedades por Ações, no seu Estatuto Social, nas normas editadas pelo Conselho Monetário Nacional,
Máquinas BW concretizou pedidos relevantes durante os últimos trimestres, no continente asiático, nos Estados refletiu em -0,3 pontos percentuais em relação à obtida em 2021, com destaque, para a Unidade de Negócio pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários, bem como nas demais normas aplicáveis ao
Unidos, assim como na Europa, o que resultou em uma carteira ao final de 2022 significativamente maior quando Máquinas Romi. A margem operacional (Earnings Before Interest and Taxes - EBIT) registrada em 2022 foi positiva funcionamento do mercado de capitais em geral, além daquelas constantes do Regulamento de Listagem do Novo
comparada ao ano de 2021. Os últimos anos têm sido marcados por um ambiente de incerteza e alta volatilidade, em 17,0%, apresentando um incremento de 1,7 pontos percentuais em relação a 2021, reflexo da evolução da Mercado, do Contrato de Participação no Novo Mercado e do Regulamento de Arbitragem da Câmara de
com grandes desafios em relação à gestão de volume de produção, por exemplo. Diante disso, continuamos receita aliada ao controle efetivo das despesas operacionais. Resultado Líquido: O lucro líquido do ano de 2022 foi Arbitragem do Mercado.
implementando medidas com o objetivo de tornar a estrutura mais leve, com uma forma ainda mais ágil e flexível de R$216,1 milhões. A Administração
BALANÇOS PATRIMONIAIS DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS
EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO
(Valores expressos em milhares de reais - R$) (Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto lucro por ação expresso em reais)
Controladora Consolidado Controladora Consolidado Controladora Consolidado
31 de 31 de 31 de 31 de 31 de 31 de 31 de 31 de 2022 2021 2022 2021
dezembro dezembro dezembro dezembro dezembro dezembro dezembro dezembro RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 1.355.054 1.064.134 1.592.302 1.383.499
ATIVO de 2022 de 2021 de 2022 de 2021 PASSIVO de 2022 de 2021 de 2022 de 2021 CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (931.637) (722.832) (1.083.470) (936.710)
CIRCULANTE CIRCULANTE LUCRO BRUTO 423.417 341.302 508.832 446.789
Caixa e equivalentes de caixa 21.662 28.047 131.999 99.911 Financiamentos 23.456 70.541 53.714 70.732 RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS
Aplicações financeiras 118.814 74.786 118.814 74.786 Financiamentos - FINAME fabricante 154.076 142.830 154.076 142.830 Com vendas (82.260) (62.100) (125.756) (110.895)
Contas a receber 151.459 123.874 275.323 237.952 Fornecedores 106.976 115.340 135.557 129.391 Gerais e administrativas (44.926) (37.287) (91.376) (85.846)
Valores a receber - repasse FINAME fabricante 162.993 152.775 162.993 152.775 Salários e encargos sociais 42.079 37.882 48.850 46.062 Pesquisa e desenvolvimento (29.907) (27.077) (29.907) (27.077)
Estoques 501.668 431.176 640.797 536.699 Impostos e contribuições a recolher 25.138 7.086 37.397 21.246 Participação e honorários da Administração (17.413) (15.585) (17.575) (15.721)
Partes relacionadas 28.851 53.303 – – Adiantamentos de clientes 31.187 53.046 106.404 103.997 Resultado de participações societárias 20.562 9.147 – –
Impostos e contribuições a recuperar 31.441 40.337 41.880 48.935 Participações a pagar 9.406 7.680 9.406 7.680 Outras receitas operacionais, líquidas 4.588 2.042 26.920 4.298
Outros créditos 8.781 6.833 17.128 13.224 Dividendos e juros sobre o capital próprio 15.130 17.983 15.130 18.191 (149.356) (130.860) (237.694) (235.241)
1.025.669 911.131 1.388.934 1.164.282 Provisão para riscos fiscais, trabalhistas e cíveis 2.683 1.445 2.683 1.445 LUCRO OPERACIONAL 274.061 210.442 271.138 211.548
NÃO CIRCULANTE Outras contas a pagar 9.693 5.020 34.630 34.579 RECEITAS (DESPESAS) FINANCEIRAS
Contas a receber 9.850 13.439 28.571 20.714 Partes relacionadas 1.490 3.096 – – Receitas financeiras 13.345 11.387 19.075 12.332
Valores a receber - repasse FINAME fabricante 243.845 218.866 243.845 218.866 421.314 461.949 597.847 576.153 Despesas financeiras (11.851) (11.727) (16.751) (14.000)
Partes relacionadas 31.297 51.473 – – NÃO CIRCULANTE Variação cambial, líquida 6.321 3.084 5.627 3.386
Impostos e contribuições a recuperar 56.434 70.466 56.440 70.472 Financiamentos 200.089 117.868 276.169 149.499 7.815 2.744 7.951 1.718
Imposto de renda e contribuição social diferidos 11.967 9.599 19.006 10.557 Financiamentos - FINAME fabricante 237.055 219.104 237.055 219.104 LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
Depósitos judiciais 12.200 12.097 12.200 12.097 Provisão para riscos fiscais, trabalhistas e cíveis 270 347 270 347 E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 281.876 213.186 279.089 213.266
Outros créditos 8.880 5.932 9.399 6.498 Outras contas a pagar 14 15 2.754 3.095 IMPOSTO DE RENDA E
374.473 381.872 369.461 339.204 Provisão para patrimônio líquido CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (66.849) (9.412) (62.993) (9.118)
INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS 198.103 191.012 – – negativo - controladas 7.067 11.089 – – Correntes (69.217) 4.541 (67.356) 3.434
IMOBILIZADO 346.383 275.200 420.275 370.348 Imposto de renda e contribuição social diferidos – – 35.440 41.361 Diferidos 2.368 (13.953) 4.363 (12.552)
PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO 13.500 13.500 15.251 16.621 444.495 348.423 551.688 413.406 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 215.027 203.774 216.096 204.148
INTANGÍVEL 808 945 51.012 64.065 TOTAL DO PASSIVO 865.809 810.372 1.149.535 989.559 ATRIBUÍVEL À
933.267 862.529 855.999 790.238 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Participação dos acionistas controladores 215.027 203.774
Capital social 771.454 637.756 771.454 637.756 Participação dos acionistas não controladores 1.069 374
Reserva de lucros 248.144 233.695 248.144 233.695 216.096 204.148
Ajuste de avaliação patrimonial 73.529 91.837 73.529 91.837 LUCRO BÁSICO POR AÇÃO EM REAIS - R$ 2,67 2,53
1.093.127 963.288 1.093.127 963.288 As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras
PARTICIPAÇÃO DOS ACIONISTAS
NÃO CONTROLADORES – – 2.271 1.673 DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS ABRANGENTES
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.093.127 963.288 1.095.398 964.961 EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO
TOTAL DO ATIVO 1.958.936 1.773.660 2.244.933 1.954.520 TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.958.936 1.773.660 2.244.933 1.954.520 (Valores expressos em milhares de reais - R$)
As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras
Controladora Consolidado
DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2022 2021 2022 2021
EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 215.027 203.774 216.096 204.148
(Valores expressos em milhares de reais - R$) Efeito de conversão de moeda estrangeira (18.308) 3.484 (18.308) 3.484
Atribuído à participação dos controladores LUCRO ABRANGENTE DO EXERCÍCIO 196.719 207.258 197.788 207.632
Reserva de lucros Ajuste de Lucro Participação dos ATRIBUÍVEL À
Capital Reserva Reserva avaliação líquido do acionistas não Participação dos acionistas da controladora 196.719 207.258
social de lucros legal Total patrimonial exercício Total controladores Total Participação dos acionistas não controladores 1.069 374
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2020 637.756 23.849 63.045 86.894 88.353 – 813.003 1.581 814.584 197.788 207.632
Lucro líquido do exercício – – – – – 203.774 203.774 374 204.148 As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras
Efeito de conversão para moeda estrangeira – – – – 3.484 – 3.484 – 3.484 DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA
Total dos resultados abrangentes reconhecidos no exercício – – – – 3.484 203.774 207.258 374 207.632 EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO
Dividendos intermediários – – – – – (16.867) (16.867) – (16.867) (Valores expressos em milhares de reais - R$)
Juros sobre o capital próprio – – – – – (40.106) (40.106) – (40.106)
Dividendos distribuídos por controlada – – – – – – – (282) (282) Controladora Consolidado
Transferência entre reservas – 136.612 10.189 146.801 – (146.801) – – – 2022 2021 2022 2021
Total de contribuições dos acionistas e distribuições aos acionistas – 136.612 10.189 146.801 – (203.774) (56.973) (282) (57.255) FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2021 637.756 160.461 73.234 233.695 91.837 – 963.288 1.673 964.961 Lucro antes do imposto de renda e da contribuição social 281.876 213.186 279.089 213.266
SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2021 637.756 160.461 73.234 233.695 91.837 – 963.288 1.673 964.961 Ajustes de:
Lucro líquido do exercício – – – – – 215.027 215.027 1.069 216.096 Resultado financeiro e variação cambial, não realizadas 6.139 (15.811) 5.955 (16.387)
Efeito de conversão para moeda estrangeira – – – – (18.308) – (18.308) – (18.308) Depreciação e amortização 36.687 25.955 50.746 42.376
Total dos resultados abrangentes reconhecidos no exercício – – – – (18.308) 215.027 196.719 1.069 197.788 Reversão para créditos de liquidação
Aumento de capital 133.698 (133.698) – (133.698) – – – – – duvidosa de contas a receber e outros créditos (940) (532) (636) (980)
Dividendos intermediários – (7.333) – (7.333) – – (7.333) – (7.333) Reversão para realização dos estoques (1.863) (3.885) (4.341) (5.435)
Juros sobre o capital próprio – – – – – (59.547) (59.547) – (59.547) Ganho na alienação de imobilizado e intangível (3.938) (2.251) (26.816) (2.251)
Dividendos distribuídos por controlada – – – – – – – (471) (471) Resultado de participações societárias (20.562) (9.147) – –
Transferência entre reservas – 144.729 10.751 155.480 – (155.480) – – – Constituição de provisão para passivos eventuais 1.026 (234) 1.026 (234)
Total de contribuições dos acionistas e distribuições aos acionistas 133.698 3.698 10.751 14.449 – (215.027) (66.880) (471) (67.351) Variação nos ativos e passivos operacionais
SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022 771.454 164.159 83.985 248.144 73.529 – 1.093.127 2.271 1.095.398 Duplicatas a receber (58.888) (13.003) (80.424) (44.754)
As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras Partes relacionadas (ativo e passivo) 44.180 (21.127) – –
NOTAS EXPLICATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Valores a receber - repasse FINAME fabricante (34.770) (36.257) (34.770) (36.252)
EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022 Estoques (67.853) (163.138) (69.472) (160.223)
(Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma) Impostos e contribuições a recuperar (46.290) (33.507) 12.638 (26.573)
Depósitos judiciais (103) (10.213) (103) (10.213)
1. INFORMAÇÕES GERAIS: A Romi S.A. (“Controladora”) e suas controladas (conjuntamente “Companhia” ou inicialmente mensura um ativo financeiro ao seu valor justo acrescido dos custos de transação, no caso de um ativo
Outros créditos 7.427 13.334 5.518 11.881
“Consolidado”), listada no Novo Mercado da B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão, desde 23 de março de 2007, com sede financeiro não mensurado ao valor justo por meio do resultado. As contas a receber de clientes que não contenham
Fornecedores 4.283 29.199 18.813 34.952
no município de Santa Bárbara d’Oeste, Estado de São Paulo, tem por objeto a indústria e o comércio de bens de um componente de financiamento significativo ou para as quais a Companhia tenha aplicado o expediente prático,
Salários e encargos sociais 4.197 10.610 2.788 9.899
capital em geral, de máquinas-ferramenta, de máquinas para plásticos, de equipamentos e acessórios industriais, de conforme divulgado na Nota 2.16 - Reconhecimento de receita de vendas de produtos. Para que um ativo financeiro
Impostos e contribuições a recolher 25.959 (467) (42.604) (2.343)
ferramentas, partes e peças em geral; a análise de sistemas e a elaboração de programas para processamento de seja classificado e mensurado pelo custo amortizado ou pelo valor justo por meio de outros resultados abrangentes,
Adiantamentos de clientes (21.859) 20.890 2.407 33.535
dados quando ligados à produção, comercialização e uso de máquinas-ferramenta e máquinas para plásticos; a ele precisa gerar fluxos de caixa que sejam “exclusivamente pagamentos de principal e de juros” sobre o valor do
Outras contas a pagar 6.377 4.539 1.414 2.115
indústria e o comércio de fundidos brutos e usinados; e a exportação e importação, representação por conta própria principal em aberto. Esta avaliação é executada em nível de instrumento. O modelo de negócios da Companhia para
Caixa gerado nas operações 161.085 8.141 121.228 42.379
ou de terceiros e prestação de serviços relacionados com suas atividades, bem como a participação, como sócia, administrar ativos financeiros se refere a como ele gerencia seus ativos financeiros para gerar fluxos de caixa. O
Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro pagos (7.907) – (10.159) (722)
acionista ou cotista, em outras sociedades civis ou comerciais e em empreendimentos comerciais de qualquer modelo de negócios determina se os fluxos de caixa resultarão da cobrança de fluxos de caixa contratuais, da venda
CAIXA LÍQUIDO GERADO NAS ATIVIDADES OPERACIONAIS 153.178 8.141 111.069 41.657
natureza, no Brasil e no exterior, e a administração de bens próprios e de terceiros. O parque industrial da Companhia dos ativos financeiros ou de ambos. (b) Mensuração subsequente: Para fins de mensuração subsequente, os ativos
FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
é formado por treze fábricas, em três estabelecimentos na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, no Estado de São Paulo, financeiros são classificados em quatro categorias: i. Ativos financeiros ao custo amortizado (instrumentos de dívida).
Aplicações financeiras (44.028) 52.380 (44.028) 52.380
e um na cidade de Reutlingen, na Alemanha, sendo essa unidade de produção de centros de usinagem de grande ii. Ativos financeiros ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes com reclassificação de ganhos e perdas
Aquisição de imobilizado (125.263) (90.808) (132.197) (100.321)
porte para aplicações especiais, com alta precisão e produtividade. A Companhia ainda participa em controladas no acumulados (instrumentos de dívida). iii. Ativos financeiros designados ao valor justo por meio de outros resultados
Aquisição de intangível (73) (291) (252) (2.791)
Brasil e no exterior. As demonstrações financeiras individuais e consolidadas foram aprovadas pelo Conselho de abrangentes, sem reclassificação de ganhos e perdas acumulados no momento de seu desreconhecimento
Receita na venda de imobilizado 21.043 4.505 21.043 4.505
Administração da Companhia e autorizadas para divulgação em 31 de janeiro de 2023. Possíveis impactos (instrumentos patrimoniais). iv. Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado. Em 31 de dezembro de 2022,
Dividendos recebidos 11.058 3.970 – –
relacionados ao conflito entre Rússia e Ucrânia: Em 24 de fevereiro de 2022, por questões político-econômicas, a a Companhia possui apenas ativos financeiros classificados como ativos financeiros ao custo amortizado e ativos
Aumento de capital em controlada (19.917) – – –
Rússia invadiu um território ucraniano e iniciou um confronto armado contra essa nação. A partir desse momento, financeiros ao valor justo por meio do resultado. (c) Ativos financeiros ao custo amortizado (instrumentos de dívida):
CAIXA LÍQUIDO APLICADO NAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO (157.180) (30.244) (155.434) (46.227)
os Governantes, empresários e toda a população mundial passou a acompanhar o desenvolvimento desse conflito e Os ativos financeiros ao custo amortizado são subsequentemente mensurados usando o método de juros efetivos e
FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
avaliar impactos econômicos desencadeados. Até a data de aprovação dessas demonstrações financeiras individuais estão sujeitos a redução ao valor recuperável. Ganhos e perdas são reconhecidos no resultado quando o ativo é
Juros sobre o capital próprio e dividendos pagos (69.741) (130.120) (70.195) (130.398)
e consolidadas, a Administração da Companhia avaliou e, entende que não há impactos significativos em sua baixado, modificado ou apresenta redução ao valor recuperável. Os ativos financeiros da Companhia ao custo
Novos empréstimos e financiamentos 108.445 124.745 187.746 129.906
operação. A Administração avalia de forma constante o desdobramento do assunto com o objetivo de implementar amortizado incluem duplicatas a receber, valor a receber - repasse FINAME fabricante, contas a receber com Partes
Pagamentos de financiamentos (61.620) (112.586) (63.246) (118.226)
medidas para mitigar qualquer impacto em suas operações. 2. BASE DE APRESENTAÇÃO E POLÍTICAS Relacionadas, e outros ativos financeiros registrados como outros créditos no ativo circulante e não circulante. (d)
Juros pagos (8.664) (10.341) (10.212) (12.438)
CONTÁBEIS: As demonstrações financeiras individuais e consolidadas foram preparadas de acordo com as práticas Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado: Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado são
Novos financiamentos - FINAME fabricante 211.922 220.079 211.922 220.079
contábeis adotadas no Brasil e com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS), emitidas pelo International apresentados no balanço patrimonial pelo valor justo, com as variações líquidas do valor justo reconhecidas na
Pagamento de financiamentos - FINAME fabricante (156.272) (151.067) (156.272) (151.067)
Accounting Standards Board (IASB), aplicáveis às entidades de incorporação imobiliária no Brasil, registradas na demonstração do resultado. (e) Desreconhecimento: Um ativo financeiro (ou, quando aplicável, uma parte de um
Juros pagos - Finame Fabricante (26.453) (31.492) (26.453) (31.492)
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e evidenciam todas as informações relevantes próprias das demonstrações ativo financeiro ou parte de um grupo de ativos financeiros semelhantes) é desreconhecido quando: i. Os direitos de
CAIXA LÍQUIDO GERADO (APLICADO)
financeiras individuais e consolidadas, e somente elas, as quais estão consistentes com as utilizadas pela Administração receber fluxos de caixa do ativo expiraram; ou ii. A Companhia transferiu seus direitos de receber fluxos de caixa do
NAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO (2.383) (90.782) 73.290 (93.636)
na sua gestão. As práticas adotadas nas controladas são consistentes com as da controladora. As principais políticas ativo ou assumiu uma obrigação de pagar integralmente os fluxos de caixa recebidos sem atraso significativo a um
AUMENTO (REDUÇÃO) DE CAIXA
contábeis aplicadas na preparação dessas demonstrações financeiras individuais e consolidadas estão definidas terceiro nos termos de um contrato de repasse e (a) a Companhia transferiu substancialmente todos os riscos e
E EQUIVALENTES DE CAIXA, LÍQUIDOS (6.385) (112.885) 27.835 (98.206)
abaixo. Essas políticas foram aplicadas de modo consistente nos exercícios apresentados, salvo disposição em benefícios do ativo, ou (b) a Companhia nem transferiu nem reteve substancialmente todos os riscos e benefícios do
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA - NO INÍCIO DO EXERCÍCIO 28.047 140.932 99.911 195.418
contrário. 2.1. Base de preparação: As demonstrações financeiras individuais e consolidadas, foram preparadas ativo, mas transferiu o controle do ativo. Quando a Companhia transfere seus direitos de receber fluxos de caixa de
GANHOS CAMBIAIS SOBRE O SALDO DE CAIXA
considerando o custo histórico, como base valor, que geralmente é baseado no valor justo das contraprestações um ativo ou celebra um acordo de repasse, ela avalia se, e em que medida, reteve os riscos e benefícios da
DAS CONTROLADAS NO EXTERIOR – – 3.163 2.699
pagas em troca de ativos. A preparação de demonstrações financeiras individuais e consolidadas requer o uso de propriedade. Quando não transferiu nem reteve substancialmente todos os riscos e benefícios do ativo, nem
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA - NO FIM DO EXERCÍCIO 21.662 28.047 131.999 99.911
certas estimativas contábeis críticas e, também o exercício de julgamento por parte da administração da Companhia transferiu o controle do ativo, a Companhia continua a reconhecer o ativo transferido na medida de seu envolvimento
As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras
no processo de aplicação de suas políticas contábeis. Aquelas áreas que requerem maior nível de julgamento e continuado. Neste caso, a Companhia também reconhece um passivo associado. O ativo transferido e o passivo
possuem maior complexidade, bem como as áreas nas quais premissas e estimativas são significativas para as associado são mensurados em uma base que reflita os direitos e as obrigações retidos pela Companhia. O DEMONSTRAÇÕES DO VALOR ADICIONADO
demonstrações financeiras individuais e consolidadas, estão divulgadas na Nota 2.18. A apresentação da envolvimento contínuo sob a forma de garantia sobre o ativo transferido é mensurado pelo menor valor entre (i) o PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO
Demonstração do Valor Adicionado (DVA), individual e consolidada, é requerida pela legislação societária brasileira e valor do ativo e (ii) o valor máximo da contraprestação recebida que a entidade pode ser obrigada a restituir (valor da (Valores expressos em milhares de reais - R$)
pelas práticas contábeis adotadas no Brasil aplicáveis a companhias abertas. As IFRS não requerem a apresentação garantia). (f) Redução ao valor recuperável de ativos financeiros: A Companhia reconhece as estimativas de perdas de Controladora Consolidado
dessa demonstração. Como consequência, pelas IFRS, essa demonstração está apresentada como informação crédito esperadas para todos os instrumentos de dívida não detidos pelo valor justo por meio do resultado. As perdas 2022 2021 2022 2021
suplementar, sem prejuízo do conjunto das demonstrações financeiras individuais e consolidadas. Mudanças nas de crédito esperadas baseiam-se na diferença entre os fluxos de caixa contratuais devidos de acordo com o contrato RECEITAS
políticas contábeis e divulgações: Não há alterações ou interpretações em vigor para o exercício iniciado em 1º de e todos os fluxos de caixa que a Companhia espera receber, descontados a uma taxa de juros efetiva que se aproxime Vendas de mercadorias, produtos e serviços 1.547.978 1.221.749 1.787.343 1.541.446
janeiro de 2022 que tenham impacto relevante nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas da da taxa original da transação. Os fluxos de caixa esperados incluirão fluxos de caixa da venda de garantias detidas ou Receitas relativas à construção de ativos próprios 64.932 76.594 64.932 76.594
Companhia. 2.2. Investimentos em empresas controladas - Consolidação: (a) Controladora: Controladas são outras melhorias de crédito que sejam integrantes dos termos contratuais. As perdas de crédito esperadas são Perdas estimadas para créditos de liq. duvidosa (940) (532) (636) (980)
todas as entidades (incluindo as entidades estruturadas) nas quais a Companhia detém o controle. A Companhia reconhecidas em duas etapas. Para as exposições de crédito para as quais não houve aumento significativo no risco Outras receitas operacionais, líquidas 4.588 2.042 26.920 4.298
controla uma entidade quando está exposta ou tem direito a retorno variáveis decorrentes de seu envolvimento com de crédito desde o reconhecimento inicial, as perdas de crédito esperadas são resultantes de eventos de inadimplência 1.616.558 1.299.853 1.878.559 1.621.358
a entidade e tem a capacidade de interferir nesses retornos devido ao poder que exerce sobre a entidade. As possíveis nos próximos 12 meses (perda de crédito esperada de 12 meses). Para as exposições de crédito para as quais INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
controladas são totalmente consolidadas a partir da data em que o controle é transferido para a Companhia. A houve um aumento significativo no risco de crédito desde o reconhecimento inicial, é necessária uma complementação Materiais consumidos (958.904) (747.123) (1.084.117) (823.750)
consolidação é interrompida a partir da data em que a Companhia deixa de ter o controle. Os investimentos em para perdas de crédito esperadas durante a vida remanescente da exposição, independentemente do momento da Outros custos de produtos e serviços prestados (38.485) (29.858) (44.640) (37.966)
empresas controladas são reconhecidos pelo método de equivalência patrimonial desde a data que o controle é inadimplência. Para contas a receber de clientes, a Companhia aplica uma abordagem simplificada no cálculo das Energia elétrica, serviços de terceiros e outras despesas (62.874) (60.924) (92.028) (111.068)
adquirido. De acordo com este método, as participações financeiras nas controladas são reconhecidas nas perdas de crédito esperadas. Portanto, a Companhia não acompanha as alterações no risco de crédito, mas (1.060.263) (837.905) (1.220.785) (972.784)
demonstrações financeiras individuais e consolidadas ao custo de aquisição, e são ajustadas periodicamente pelo reconhece as perdas com base em perdas de crédito esperadas vitalícias em cada data-base. A Companhia VALOR ADICIONADO BRUTO 556.295 461.948 657.774 648.574
valor correspondente à participação da Companhia nos resultados líquidos tendo como contrapartida uma conta de estabeleceu uma matriz que se baseia em sua experiência histórica de perdas de crédito, ajustada para fatores Depreciação e amortização (36.687) (25.955) (50.746) (42.376)
resultado operacional, com exceção de efeito de tradução destas empresas, as quais são registradas em conta prospectivos específicos para os devedores e para o ambiente econômico. Divulgações adicionais referentes a VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO
específica do patrimônio líquido, denominada “Ajustes de avaliação patrimonial”. Estes efeitos serão reconhecidos redução ao valor recuperável do contas a receber de clientes são também fornecidas na nota explicativa 4. (i) Passivos PELA COMPANHIA 519.608 435.993 607.028 606.198
em receitas e despesas quando da venda ou baixa do investimento. Após reduzir a zero o saldo contábil da financeiros: (a) Reconhecimento inicial e mensuração: Os passivos financeiros são classificados, no reconhecimento VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
participação do investidor, perdas adicionais são consideradas, e um passivo (provisão para patrimônio líquido inicial, como passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado, empréstimos e recebíveis, contas a pagar. Resultado de participações societárias 20.562 9.147 – –
negativo) é reconhecido somente na extensão em que o investidor tenha incorrido em obrigações legais ou Todos os passivos financeiros são mensurados inicialmente ao seu valor justo, mais ou menos, no caso de passivo Receitas financeiras e variação cambial, líquidas 19.666 14.471 24.702 15.718
construtivas (não formalizadas) de fazer pagamentos por conta da controlada. Do valor pago na aquisição, o financeiro que não seja ao valor justo por meio do resultado, os custos de transação que sejam diretamente atribuíveis VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 559.836 459.611 631.730 621.916
montante que excede o valor justo do patrimônio líquido da adquirida na data da transação é tratado contabilmente à emissão do passivo financeiro. Os passivos financeiros da Companhia incluem fornecedores e outras contas a pagar, DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
como ágio por rentabilidade futura. Adicionalmente, os saldos dos investimentos poderão ser reduzidos pelo empréstimos e financiamentos. (b) Mensuração subsequente: A mensuração de passivos financeiros depende de sua Empregados
reconhecimento de perdas por recuperação do investimento (Nota 2.10). Os dividendos recebidos de controladas são classificação, conforme descrito abaixo: (c) Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado: Passivos Salários e encargos 201.702 175.481 262.194 312.661
registrados como uma redução do valor dos investimentos. (b) Consolidado: A Companhia consolida integralmente financeiros ao valor justo por meio do resultado incluem passivos financeiros para negociação e passivos financeiros Comissões sobre vendas 16.563 9.017 16.563 9.017
as demonstrações financeiras da Controladora e de todas as empresas controladas. As informações sobre controle designados no reconhecimento inicial ao valor justo por meio do resultado. Os passivos financeiros designados no Participações e honorários da Administração 17.413 15.585 17.575 15.721
estão descritas na nota 7 - Investimento em controladas. A participação de terceiros no patrimônio líquido e no lucro reconhecimento inicial ao valor justo por meio do resultado são designados na data inicial de reconhecimento, e Planos de previdência privada aberta complementar 2.076 1.310 2.076 1.310
líquido das controladas é apresentada separadamente no balanço patrimonial consolidado e na demonstração somente se os critérios do CPC 48 forem atendidos. A Companhia não designou nenhum passivo financeiro ao valor Impostos, taxas e contribuições 87.575 173.134 92.414 195.404
consolidada do resultado, respectivamente, na conta de “Participação dos acionistas não controladores”. As justo por meio do resultado. (d) Passivos financeiros ao custo amortizado (empréstimos e financiamentos): Após o Juros 11.851 11.728 16.751 10.614
transações e saldos entre a Companhia e suas controladas são eliminados no processo de consolidação e eventuais reconhecimento inicial, empréstimos e financiamentos contraídos e concedidos sujeitos a juros são mensurados Aluguéis 7.629 2.816 9.601 6.557
ganhos e perdas decorrentes destas transações são igualmente eliminados. As políticas contábeis das controladas são subsequentemente pelo custo amortizado, utilizando o método da taxa de juros efetiva. Ganhos e perdas são Dividendos intermediários e Juros sobre o capital próprio 59.547 40.106 59.547 40.106
alteradas, quando necessário, para assegurar consistência com as políticas adotadas pela Companhia. 2.3. reconhecidos no resultado quando os passivos são baixados, bem como pelo processo de amortização da taxa de Participação dos acionistas não controladores – – (471) 92
Conversão de moeda estrangeira e das demonstrações das controladas no exterior: Os saldos de ativos e juros efetiva. O custo amortizado é calculado levando em consideração qualquer deságio ou ágio na aquisição e taxas Lucros retidos 155.480 10.189 155.480 10.189
passivos da controladora e das controladas no exterior (nenhuma das quais tem moeda de economia hiperinflacionária) ou custos que são parte integrante do método da taxa de juros efetiva. A amortização pelo método da taxa de juros VALOR ADICIONADO DISTRIBUÍDO 559.836 459.611 631.730 621.916
são convertidos para Reais pela taxa de câmbio da data do balanço, e as correspondentes demonstrações do efetiva é incluída como despesa financeira na demonstração do resultado. Essa categoria geralmente se aplica a As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras
resultado (receitas e despesas) são convertidas pelas taxas de câmbio médias (a menos que essa média não seja uma empréstimos e financiamentos concedidos e contraídos, sujeitos a juros. Para mais informações, vide notas 13 e 14. e perdas por redução do valor recuperável, quando aplicável. Os ativos intangíveis são amortizados considerando a
aproximação razoável do efeito cumulativo das taxas vigentes nas datas das operações, e, nesse caso, as receitas e (e) Desreconhecimento: Um passivo financeiro é baixado quando a obrigação sob o passivo é extinta, ou seja, sua utilização efetiva ou um método que reflita o benefício econômico do ativo intangível. O valor residual dos itens
despesas são convertidas pela taxa das datas das operações). As diferenças de efeito de tradução resultantes da quando a obrigação especificada no contrato for liquidada, cancelada ou expirar. Quando um passivo financeiro do intangível é baixado imediatamente ao seu valor recuperável quando o saldo residual exceder o valor recuperável
referida conversão são contabilizadas separadamente no patrimônio líquido na rubrica de “Ajustes de avaliação existente é substituído por outro do mesmo mutuante em termos substancialmente diferentes, ou os termos de um (Nota 12). Os ativos intangíveis adquiridos em uma combinação de negócios (tecnologia, relacionamento de clientes,
patrimonial”. Ajustes de valor justo, decorrentes da aquisição de uma entidade no exterior são tratados como ativos passivo existente são substancialmente modificados, tal troca ou modificação é tratada como o desreconhecimento carteira de clientes) são registrados pelo valor justo, deduzido da amortização acumulada e de perdas pela não
e passivos da entidade no exterior e convertidos pela taxa de fechamento. (a) Moeda funcional e moeda de do passivo original e o reconhecimento de um novo passivo. A diferença nos respectivos valores contábeis é recuperabilidade, quando aplicável. Os ativos intangíveis que têm vida útil definida são amortizados ao longo de suas
apresentação: As demonstrações financeiras individuais e consolidadas, são apresentadas em Reais (R$), que é a reconhecida na demonstração do resultado. Compensação de instrumentos financeiros: Os ativos financeiros e vidas úteis usando um método de amortização que reflete o benefício econômico do ativo intangível. Os ativos
moeda funcional da controladora e de suas controladas localizadas no Brasil. A moeda funcional das controladas no passivos financeiros são compensados e o valor líquido é apresentado no balanço patrimonial consolidado se houver intangíveis são revisados anualmente para efeitos de avaliação por perdas pela não recuperabilidade, ou se os
exterior é determinada com base no ambiente econômico principal em que elas operam, sendo que quando a um direito legal atualmente aplicável de compensação dos valores reconhecidos e se houver a intenção de liquidar acontecimentos ou alterações nas circunstâncias indicarem que o valor contábil pode não ser recuperável. A
moeda for diferente da moeda funcional de apresentação das demonstrações financeiras individuais e consolidadas, em bases líquidas, realizar os ativos e liquidar os passivos simultaneamente. 2.6. Estoques: Os estoques estão Companhia revisa o período de amortização e o método de amortização para seus ativos intangíveis com vida útil
essas são convertidas para o Real (R$) na data do fechamento. (b) Transações e saldos: As transações em moeda demonstrados pelo menor valor entre o valor líquido de realização (valor estimado de venda no curso normal dos definida ao final de cada exercício. Os gastos com pesquisa e desenvolvimento são registrados na rubrica de
estrangeira são inicialmente registradas à taxa de câmbio da moeda funcional em vigor na data da transação. Os negócios, menos as despesas estimadas para realizar a venda) e o custo médio de produção ou preço médio de intangível, quanto aos requisitos de desenvolvimento. Quando esses critérios não são atingidos, esses gastos são
ativos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira são convertidos à taxa de câmbio da moeda aquisição. As perdas para realização de estoques de baixa rotatividade ou obsoletos são constituídas quando registrados ao resultado do exercício quando incorridos como “Pesquisa e desenvolvimento”. 2.10. Perda por
funcional em vigor nas datas dos balanços. Todas as diferenças são registradas na demonstração do resultado. Itens consideradas necessárias pela Administração. A Companhia custeia seus estoques por absorção, utilizando a média redução ao valor recuperável de ativos não financeiros: Na data de cada demonstração financeira, a
não monetários mensurados com base no custo histórico em moeda estrangeira são convertidos utilizando a taxa de móvel ponderada. O custo dos produtos acabados e dos produtos em elaboração compreende os custos de projeto, Companhia analisa se existem evidências de que o valor contábil de um ativo não será recuperado. Caso se
câmbio em vigor nas datas das transações iniciais. Itens não monetários mensurados ao valor justo em moeda matérias-primas, mão de obra direta, outros custos diretos e as respectivas despesas diretas de produção (com base identifique tais evidências, a Companhia estima o valor recuperável do ativo. O valor recuperável de um ativo é o
estrangeira são convertidos utilizando as taxas de câmbio em vigor na data em que o valor justo foi determinado. na capacidade operacional normal), excluindo os custos de empréstimos. 2.7. Imobilizado: O imobilizado é
maior valor entre: (a) seu valor justo menos custos que seriam incorridos para vendê-lo, e (b) seu valor em uso. O valor
2.4. Caixa e equivalentes de caixa: i) Caixa e equivalentes de caixa: Os equivalentes de caixa são mantidos com a mensurado pelo seu custo histórico deduzido da respectiva depreciação, acrescido, quando aplicável, de juros
em uso é equivalente aos fluxos de caixa descontados (antes dos impostos) derivados do uso contínuo do ativo até
finalidade de atender a compromissos de caixa de curto prazo, e não para investimento ou outros fins. Incluem caixa, capitalizados incorridos durante a fase de construção das novas unidades. A depreciação é calculada pelo método
o final da sua vida útil, independentemente da existência de indicação de não recuperação de seu valor contábil, os
depósitos bancários à vista e aplicações financeiras realizáveis em até 90 dias da data original do título ou considerados linear, que leva em consideração a vida útil-econômica estimada dos bens. Custos subsequentes são incorporados ao
ativos intangíveis com vida útil indefinida têm sua recuperação testada pelo menos uma vez por ano em dezembro.
de liquidez imediata ou conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitos a um risco insignificante valor residual do imobilizado ou reconhecidos como item específico, conforme apropriado, somente se os benefícios
Quando o valor residual contábil do ativo exceder seu valor recuperável, a Companhia reconhece uma redução do
de mudança de valor, os quais são registrados pelo valor justo por meio de resultado, acrescidos dos rendimentos econômicos futuros associados a esses itens forem prováveis e os valores puderem ser mensurados de forma
saldo contábil deste ativo (impairment) e a eventual redução no valor recuperável dos ativos é registrada no resultado
auferidos até as datas dos balanços, que não excedem o seu valor de mercado ou de realização. ii) Aplicações confiável. O saldo residual do item substituído é baixado. Demais reparos e manutenções são reconhecidos
financeiras: As aplicações financeiras são compostas por fundos de investimentos com títulos lastreados em LTN, LFT diretamente no resultado do exercício quando incorridos. O valor residual e a vida útil-econômica estimada dos bens do exercício. Exceto com relação à redução no valor do ágio, a reversão de perdas reconhecidas anteriormente é
e NTN, os quais são registrados pelo valor justo por meio de resultado, acrescidos dos rendimentos auferidos até as são revisados e ajustados, se necessário, na data de encerramento de cada exercício. As vidas úteis do ativo permitida. A reversão nestas circunstâncias está limitada ao saldo depreciado que o ativo apresentaria na data da
datas dos balanços, que não excedem o seu valor de mercado ou de realização. 2.5. Instrumentos financeiros - imobilizado por categoria estão descritas na Nota 11. O valor residual dos itens do imobilizado são baixados reversão, supondo-se que a reversão não tenha sido registrada. 2.11. Ajuste a valor presente de ativos e
reconhecimento inicial e mensuração subsequente: Um instrumento financeiro é um contrato que dá origem a imediatamente ao seu valor recuperável quando o saldo residual exceder o respectivo valor recuperável. Os ganhos passivos: Os ativos e passivos decorrentes de operações de curto e longo prazos, quando relevante, são ajustados a
um ativo financeiro de uma entidade e a um passivo financeiro ou instrumento patrimonial de outra entidade. Ativos e as perdas de alienações são determinados pela comparação dos resultados com o seu valor contábil e são valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado. A taxa de desconto
financeiros: (a) Reconhecimento inicial e mensuração: Ativos financeiros são classificados, no reconhecimento inicial, reconhecidos em “Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas” na demonstração do resultado. utilizada reflete as condições de mercado. A mensuração do ajuste a valor presente é realizada em base exponencial
como subsequentemente mensurados ao custo amortizado, ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes 2.8. Propriedades para investimento: As propriedades para investimento são representadas por terrenos e “pro rata die”, a partir da origem de cada transação. As reversões dos ajustes dos ativos e passivos monetários são
e ao valor justo por meio do resultado. A classificação dos ativos financeiros no reconhecimento inicial depende das edifícios para locação mantidos para auferir rendimento de aluguel e/ou valorização do capital, conforme divulgado contabilizadas como receitas ou despesas financeiras. 2.12. Imposto de renda e contribuição social corrente e
características dos fluxos de caixa contratuais do ativo financeiro e do modelo de negócios da Companhia para a na Nota 10. As propriedades para investimento são registradas pelo custo de aquisição ou construção, deduzido das diferido: A despesa de imposto de renda e contribuição social corrente é calculada de acordo com as bases legais
gestão destes ativos financeiros. Com exceção das contas a receber de clientes que não contenham um componente respectivas depreciações acumuladas, calculadas pelo método linear a taxas que levam em consideração o tempo de tributárias vigentes na data de apresentação das demonstrações financeiras individuais e consolidadas nos países
de financiamento significativo ou para as quais a Companhia tenha aplicado o expediente prático, a Companhia vida útil estimado dos bens. 2.9. Intangível: É avaliado ao custo de aquisição, deduzido da amortização acumulada onde a Controladora e suas subsidiárias operam e geram resultado tributável. Periodicamente a Administração avalia
E4 | Valor | São Paulo | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Companhia Aberta - CNPJ nº 56.720.428/0001-63
NOTAS EXPLICATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS - EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022 (Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma)
posições tomadas com relação a questões tributárias que estão sujeitas à interpretação e reconhece provisão quando
há expectativa de pagamento de imposto de renda e contribuição social conforme as bases tributárias. O imposto
corrente é o imposto a pagar ou a receber esperado sobre o lucro ou prejuízo tributável do exercício, as taxas de
impostos com vigência na data-base das demonstrações financeiras individuais e consolidadas. Imposto de renda e
contribuição social diferidos são reconhecidos, em sua totalidade, sobre as diferenças geradas entre os ativos e
passivos reconhecidos para fins fiscais e correspondentes valores reconhecidos nas demonstrações financeiras
individuais e consolidadas, entretanto, o imposto de renda e contribuição social diferidos não são reconhecidos se
forem gerados no registro inicial de ativos e passivos em operações que não afetam as bases tributárias, exceto em
operações de combinação de negócios. Imposto de renda e contribuição social diferidos são determinados
considerando as taxas (e leis) vigentes na data de preparação das demonstrações financeiras individuais e consolidadas
e aplicáveis quando o respectivo imposto de renda e contribuição social forem realizados, bem como são reconhecidos
somente na extensão em que seja provável que existirá base tributável positiva para a qual as diferenças temporárias
possam ser utilizadas e prejuízos fiscais possam ser compensados. Ativos de imposto de renda e contribuição social
diferidos são revisados a cada data de encerramento de exercício e são reduzidos na medida em que sua realização
não seja mais provável. A despesa ou receita com imposto de renda e contribuição social compreende os impostos
de renda correntes e diferidos. O imposto corrente e o imposto diferido são reconhecidos no resultado a menos que
estejam relacionados à combinação de negócios, ou itens diretamente reconhecidos no patrimônio líquido ou em
outros resultados abrangentes. Os impostos de renda diferidos ativos e passivos são apresentados pelo líquido no
balanço quando há o direito legal e a intenção de compensá-los quando da apuração dos tributos correntes, em geral
relacionado com a mesma entidade legal e mesma autoridade fiscal. Dessa forma, impostos diferidos ativos e
passivos em diferentes entidades ou em diferentes países, são apresentados em separado, e não pelo líquido.
2.13. Benefícios a empregados: A Companhia possui diversos planos de benefícios a empregados incluindo planos
de pensão e de aposentadoria (contribuição definida), assistência médica, odontológica e participação nos lucros. O
plano de aposentadoria pós-emprego caracteriza-se na modalidade de plano de contribuição definida, sobre o qual
a Companhia não tem nenhuma obrigação legal caso o plano não possua ativos suficientes para o pagamento dos
benefícios obtidos pelos funcionários como resultado de serviços passados prestados. As contribuições ao plano de
aposentadoria de contribuição definida são reconhecidas como despesa quando efetivamente incorridas, ou seja, no
momento da prestação de serviços dos empregados à Companhia (Nota 18). 2.14. Capital social: As ações
ordinárias são classificadas no patrimônio líquido. Não há ações preferenciais. Os custos incrementais diretamente
atribuíveis à emissão de novas ações ou opções são demonstrados no patrimônio líquido como uma dedução do
valor captado, líquida de impostos. 2.15. Distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio: A
distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio para os acionistas da Companhia são reconhecidos como um
passivo nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas ao final do exercício, com base no estatuto social
da Companhia. Qualquer valor acima do mínimo obrigatório somente é provisionado na data em que são aprovados
pelo Conselho de Administração. O benefício fiscal dos juros sobre capital próprio é reconhecido na demonstração
de resultado. 2.16. Reconhecimento de receita: A receita compreende o valor justo da contraprestação recebida
ou a receber pela comercialização de produtos no curso normal das atividades da Companhia. A receita é apresentada
líquida dos impostos, das devoluções, dos abatimentos e dos descontos, bem como das eliminações das vendas entre
empresas da Companhia. Os impostos sobre vendas são reconhecidos quando as vendas são faturadas. (a) Venda de
produtos: A receita de contrato com cliente é reconhecida quando a obrigação de performance é satisfeita. A
Companhia conclui, de modo geral, que é o principal em seus contratos de receita porque normalmente controla os
bens ou serviços antes de transferi-los para o cliente. Máquinas Romi e Máquinas B+W: Nesses contratos geralmente
se espera que a principal obrigação de desempenho seja a entrega das máquinas. A distinção de outras obrigações
de desempenho tais como a instalação/entrega técnica e treinamento são imateriais no contexto do contrato e,
portanto, não possuem impacto significativo nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas da
Companhia. Fundidos e Usinados: Nesses contratos geralmente se espera que a venda de produtos seja a única
obrigação de execução, de modo que a receita de venda de equipamentos é reconhecida no momento em que se
transfere o controle do ativo para o cliente, geralmente na entrega do item. (i) Contraprestação variável: Se a
contraprestação em um contrato incluir um valor variável, a Companhia estima o valor da contraprestação a que terá
direito em troca da transferência de bens para o cliente. A contraprestação variável é estimada no início do contrato
e restringida até que seja altamente provável que não ocorra estorno de parcela significativa de receita, no montante
da receita acumulada reconhecida, quando a incerteza associada à contraprestação variável for posteriormente
resolvida. Alguns contratos com clientes de Fundidos e Usinados oferecem direito a desconto futuro por incremento
de volume/produtividade. (ii) Obrigações de garantia: A Companhia geralmente fornece garantias para reparos gerais
e não fornece garantias estendidas em seus contratos com clientes. Assim, a maioria das garantias existentes será de
garantias na modalidade de asseguração de acordo com a IFRS 15 e CPC 47, que continuará a ser contabilizada de
acordo com a IAS 37 e CPC 25 Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes, de forma condizente com sua
prática atual. (iii) Componente de financiamento: Geralmente, a Companhia recebe adiantamentos de curto prazo
de seus clientes. Utilizando o expediente prático contido no CPC 47, a Companhia não ajusta o valor prometido de
contraprestação para efeito de um componente de financiamento significativo se tem a expectativa, no início do
contrato, de que o período entre a transferência da máquina para o cliente e o momento em que o cliente paga por
este bem será de um ano ou menos. Adicionalmente, a Companhia identificou que na comercialização de máquinas
seminovas, há componente de financiamento pois esta operação é financiada ao cliente final com recursos próprios
da Companhia e o custo financeiro está inserido no valor de venda da máquina vendida. O preço de transação para
estes contratos é descontado, utilizando a taxa que estaria refletida em uma transação de financiamento separada
entre a Companhia e seus clientes no início do contrato, de modo a levar em consideração o componente de
financiamento significativo. (iv) Contraprestação não monetária: A Companhia recebeu máquinas usadas de alguns
clientes como parte de pagamento na compra de máquinas novas. O valor justo desta contraprestação não
monetária recebida do cliente é incluído no preço da transação e mensurado quando a Companhia obtém o controle
dos equipamentos. A Companhia aplica os requisitos do CPC 46 - Mensuração do Valor Justo na apuração do valor
justo da contraprestação não monetária. (b) Venda de lotes (próprios): A Companhia por meio de sua subsidiária
integral Rominor Empreendimentos Imobiliários S.A. • (“Rominor Empreendimentos”) é uma entidade de
incorporação de empreendimentos imobiliários, criada com o objetivo de realizar empreendimentos imobiliários em
imóveis próprios da Companhia, tendo em vista que o seu patrimônio imobiliário de ativos é considerado
propriedades para investimentos e/ou estoque. No modelo de venda de lotes sob contratos com parceiros, em linha
com as orientações da CVM, a Companhia julga que o controle do terreno é passado diretamente da “Rominor
Empreendimentos” ao comprador do lote no momento da assinatura do contrato de compra e venda. Dessa forma,
para aqueles projetos ainda em desenvolvimento, após a assinatura do contrato de compra e venda, a contabilização
é da venda pela Companhia das benfeitorias alocadas àquele lote diretamente para o comprador do lote e a receita
dessa venda é registrada pelo método de percentual de performance incorrido, na rubrica “Outras receitas
operacionais, líquidas”. A Companhia adotou o CPC 47/ IFRS 15 - “Receitas de Contratos com Clientes”, com base
nas orientações contidas no Ofício circular CVM/SNC/SEP nº 02/2018, o qual estabelece procedimentos contábeis
referentes ao reconhecimento, mensuração e divulgação de certos tipos de transações oriundas de contratos de
compra e venda de unidade imobiliária não concluída, adotando-se para o reconhecimento da receita o critério “over
time”. A entidade deve reconhecer receitas quando (ou à medida que) a entidade satisfizer à obrigação de
performance ao transferir o bem ou o serviço (ou seja, um ativo) prometido ao cliente, vinculado ao progresso físico
da obra. O ativo é considerado transferido quando (ou à medida que) o cliente obtiver o controle desse ativo. Os
montantes das receitas de vendas reconhecidos que sejam superiores aos valores efetivamente recebidos de clientes,
são registrados em ativo circulante ou ativo não circulante na rubrica “Contas a receber”. Os montantes recebidos
com relação à venda de lotes que sejam superiores aos valores reconhecidos de receitas, são contabilizados na rubrica
“Adiantamento de clientes”. Os tributos incidentes sobre a diferença entre a receita incorrida de incorporação
imobiliária e a receita acumulada submetida à tributação são calculados e refletidos contabilmente por ocasião do
reconhecimento dessa diferença de receita. (c) Receita financeira: A receita financeira é reconhecida conforme o
prazo decorrido pelo regime de competência, usando o método da taxa efetiva de juros. 2.17. Provisões: As
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Américo Emílio Romi Neto - Presidente do Conselho de Administração
Carlos Guimarães Chiti - Vice-Presidente do Conselho de Administração
Antonio Cândido de Azevedo Sodré Filho - Membro do Conselho de Administração
José Carlos Romi - Membro do Conselho de Administração
Mônica Romi Zanatta - Membro do Conselho de Administração
Paulo Romi - Membro do Conselho de Administração
Francisco José Levy - Membro do Conselho de Administração
Marcio Guedes Pereira Junior - Membro do Conselho de Administração
Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, o Conselho Fiscal de Romi S.A. procedeu ao exame do Relatório Com base nas informações disponibilizadas e, tendo recebido esclarecimentos por parte da Administração e dos
da Administração, das Demonstrações Financeiras e da Proposta de Destinação de Resultados e de Distribuição de Auditores Independentes, opina que referidos documentos estão em condições de serem submetidos à deliberação
Dividendos, referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2022, bem como da Proposta da da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária.
Administração no que tange ao Orçamento de Capital para o exercício de 2023.
RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS E CONSOLIDADAS
Aos Administradores e Acionistas da Romi S.A. - Opinião sobre as demonstrações financeiras
individuais e consolidadas elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e
com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS), aplicáveis às entidades de incorporação
imobiliária no Brasil, registradas na CVM: Examinamos as demonstrações financeiras individuais e
consolidadas da Romi S.A. (“Companhia”), identificadas como controladora e consolidado, respectivamente,
que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2022 e as respectivas demonstrações do
resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o
exercício findo nessa data, bem como as correspondentes notas explicativas, incluindo o resumo das
principais políticas contábeis. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas apresentam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira, individual e
consolidada, da Romi S.A. em 31 de dezembro de 2022, o desempenho individual e consolidado de suas
operações e os seus respectivos fluxos de caixa individuais e consolidados para o exercício findo nessa data,
de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e com as normas internacionais de relatório financeiro
(IFRS) aplicáveis às entidades de incorporação imobiliária no Brasil, registradas na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM). Base para opinião: Nossa auditoria foi conduzida de acordo com as normas brasileiras
e internacionais de auditoria. Nossas responsabilidades, em conformidade com tais normas, estão descritas
na seção a seguir intitulada “Responsabilidades do auditor pela auditoria das demonstrações financeiras
individuais e consolidadas”. Somos independentes em relação à Companhia e suas controladas, de acordo
com os princípios éticos relevantes previstos no Código de Ética Profissional do Contador e nas normas
profissionais emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, e cumprimos com as demais responsabilidades
éticas de acordo com essas normas. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada
para fundamentar nossa opinião. Ênfase: Conforme descrito na nota explicativa 2.16.b, as demonstrações
financeiras individuais e consolidadas foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no
Brasil e com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) aplicáveis às entidades de incorporação
imobiliária no Brasil, registradas na CVM. Dessa forma, a determinação da política contábil adotada pela
Companhia, para o reconhecimento de receita nos contratos de compra e venda de unidade imobiliária não
concluída, sobre os aspectos relacionados à transferência de controle, segue o entendimento manifestado
pela CVM no Ofício-Circular/CVM/SNC/SEP nº 02/2018 sobre a aplicação da NBC TG 47 (IFRS 15). Nossa
opinião não está ressalvada em relação a esse assunto. Principais assuntos de auditoria: Principais
assuntos de auditoria são aqueles que, em nosso julgamento profissional, foram os mais significativos em
nossa auditoria do exercício corrente. Esses assuntos foram tratados no contexto de nossa auditoria das
demonstrações financeiras individuais e consolidadas como um todo e na formação de nossa opinião sobre
essas demonstrações financeiras individuais e consolidadas e, portanto, não expressamos uma opinião
separada sobre esses assuntos. Ativo imobilizado e intangível - Avaliação de indicativos de redução do valor
recuperável do ativo imobilizado e intangível para o segmento “Burkhardt + Weber Fertigungssysteme GmbH
(“B+W”)”. Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2022, principalmente pelas oscilações ocorridas
no mercado de atuação do segmento B+W em decorrência da “Covid-19”, julgamos que a avaliação de
indicativos de redução do valor recuperável de ativo imobilizado e ativo intangível foi importante durante
cada um dos trimestres do exercício findo naquela data. No último trimestre do exercício findo em 31 de
dezembro de 2022, a Administração avaliou a existência de eventuais indicativos que pudessem requerer a
execução de teste de recuperabilidade do ativo imobilizado e intangível para esta unidade geradora de caixa
e concluiu sobre a não existência de indicativos. Nós executamos procedimentos de auditoria preliminares
sobre algumas das estimativas e premissas de negócio relevantes que pudessem nos indicar se os ativos
possam ter sofrido desvalorização, quando aplicável, para eventual identificação de risco de distorção
material nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas. Com base nas evidências de auditoria
obtidas por meio dos procedimentos preliminares aplicados, não identificamos indicativos de redução do
valor recuperável para o segmento B+W e assim consideramos aceitável o valor do ativo imobilizado e do
ativo intangível do segmento B+W no contexto das demonstrações financeiras individuais e consolidadas
relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2022 tomadas em conjunto. Reconhecimento de receita
de venda de unidades imobiliárias: Conforme divulgado na nota explicativa nº 10 às demonstrações
financeiras individuais e consolidadas, a Companhia reconheceu, durante o exercício findo em 31 de
Os diretores inframencionados declaram que o conjunto das demonstrações financeiras individuais e consolidadas foram por nós preparadas, revisadas, discutidas e não temos nenhum assunto relevante que mereça qualquer comentário adicional àqueles já descritos nas notas explicativas às demonstrações financeiras.
Luiz Cassiano Rando Rosolen - Presidente
Fernando Marcos Cassoni - Vice-Presidente
DECLARAÇÃO DOS DIRETORES SOBRE O PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES
Os diretores inframencionados declaram que reviram, discutiram e concordam com o Relatório de Revisão emitido pela Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes Ltda., sobre as demonstrações financeiras individuais e consolidadas da Romi S.A. referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2022.
Luiz Cassiano Rando Rosolen - Presidente
Fernando Marcos Cassoni - Vice-Presidente
O Comitê de Auditoria e Riscos de Romi S.A. (“Comitê”), eleito em 15/03/2022, no período de 25/04/2022 a
30/01/2023 se reuniu ao todo 7 vezes, sendo 4 reuniões com a presença do Conselho Fiscal e da Auditoria
Independente, para análise das Informações Financeiras Trimestrais, conforme seu Regimento Interno. Os principais
assuntos debatidos foram: 1. Atividades da Auditoria Interna, bem como a evolução e implementação dos planos de
ação definidos para remediar as deficiências identificadas; 2. Informações Financeiras Trimestrais e Demonstrações
Financeiras em conjunto com o Conselho Fiscal e a Auditoria Independente; 3. Carta de Recomendações da
ROMI S.A.
provisões para riscos fiscais, trabalhistas e cíveis são reconhecidas quando um evento passado gerou uma obrigação
presente (legal ou não formalizada), é provável que haja uma saída de recursos e o valor da obrigação possa ser
estimado com segurança. O valor constituído como provisão é a melhor estimativa do valor de liquidação na data de
encerramento das demonstrações financeiras individuais e consolidadas, levando em consideração os riscos e
incertezas relacionados à obrigação. Quando a provisão é mensurada usando o fluxo de caixa estimado para liquidar
a obrigação presente, o seu valor é determinado através do valor presente desses fluxos de caixa. Quando o benefício
econômico requerido para liquidar uma provisão é esperado ser recebido de terceiros, esse valor a receber é
registrado como um ativo quando o reembolso é virtualmente certo e o montante possa ser estimado com
segurança. 2.18. Aplicação de julgamentos e práticas contábeis críticas na elaboração das demonstrações
financeiras individuais e consolidadas: O processo de elaboração das demonstrações financeiras individuais e
consolidadas envolve a utilização de estimativas. A determinação dessas estimativas levou em consideração
experiências de eventos passados e correntes, pressupostos relativos a eventos futuros, opiniões formais de
especialistas, quando aplicável, e outros fatores objetivos e subjetivos. Itens significativos sujeitos a essas estimativas
e premissas incluem: (a) Vida útil de ativos de longa duração: a administração realiza revisão da vida útil dos principais
ativos com vida útil definida anualmente. (b) Teste de redução do valor recuperável de ativos de vida longa e ativos
de vida útil indefinida: anualmente, a Companhia testa eventuais perdas (impairment) dos ativos de vida útil
indefinida e, quando necessário, realiza eventuais perdas (impairment) dos ativos de vida útil definida. Os valores
recuperáveis de Unidades Geradoras de Caixa (UGCs) foram determinados com base em cálculos do valor em uso,
efetuados com base em estimativas (Nota 2.10). (c) Realização e obsolescência dos estoques: as premissas utilizadas
estão descritas na Nota 2.6. (d) Análise do risco de crédito para determinação da estimativa de perda para créditos
de liquidação duvidosa: as premissas utilizadas estão descritas na Nota 2.5 (i) (f). (e) Imposto de renda diferido ativo
sobre prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social (Nota 2.12), assim como da análise dos demais riscos
para determinação de outras provisões, inclusive para contingências advindas de processos administrativos e judiciais
(Nota 2.17). (f) Análise dos demais riscos para determinação de provisões, inclusive contingências. Provisões são
constituídas para todas as contingências para as quais seja provável uma saída de recursos para sua liquidação. A
avaliação da probabilidade de perdas inclui a avaliação de evidências disponíveis, a hierarquia das Leis, as
jurisprudências disponíveis, as decisões mais recentes nos tribunais e sua relevância no ordenamento jurídico, bem
como a avaliação de advogados externos e de especialistas, quando aplicável. A liquidação das transações envolvendo
essas estimativas poderá resultar em valores divergentes dos registrados nas demonstrações financeiras individuais e
consolidadas devido às imprecisões inerentes ao processo de estimativa. Essas estimativas e premissas são revisadas
periodicamente. 2.19. Arrendamentos: O CPC 06 (R2) - Operações de arrendamento mercantil, emitido pelo CPC
é equivalente à norma internacional IFRS 16 - Leases, emitida em janeiro de 2016 em substituição à versão anterior
da referida norma (CPC 06 (R1), equivalente à norma internacional IAS 17). O CPC 06 (R2) estabelece os princípios
para o reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação de operações de arrendamento mercantil e exige
que os arrendatários contabilizem todos os arrendamentos conforme um único modelo de balanço patrimonial,
similar à contabilização de arrendamentos financeiros nos moldes do CPC 06 (R1). A norma inclui duas isenções de
reconhecimento para os arrendatários - arrendamentos de ativos de “baixo valor” (por exemplo, computadores
pessoais) e arrendamentos de curto prazo (ou seja, arrendamentos com prazo de 12 meses ou menos). Na data de
início de um arrendamento, o arrendatário reconhece um passivo para efetuar os pagamentos (um passivo de
arrendamento) e um ativo representando o direito de usar o ativo objeto durante o prazo do arrendamento (um ativo
de direito de uso). Os arrendatários devem reconhecer separadamente as despesas com juros sobre o passivo de
arrendamento e a despesa de depreciação do ativo de direito de uso. 2.20. Normas e interpretação novas e
revisadas: CPCs/IFRSs novas e revisadas já emitidas, porém ainda não adotadas: Como parte do compromisso do
CPC em adotar no Brasil todas as alterações introduzidas pelo “International Accounting Standards Board - IASB”
nas IFRSs, alterações em determinados pronunciamentos contábeis já foram divulgadas pelo IASB, as quais ainda não
estão vigentes e a Companhia não adotou de forma antecipada para a preparação dessas demonstrações financeiras.
Não é esperado que essas alterações tenham um impacto significativo nas demonstrações financeiras individuais e
consolidadas da Companhia. Alterações à IFRS 10 (CPC 36 (R3)) - Demonstrações Consolidadas e IAS 28 (CPC 18 (R2))
- Venda ou Contribuição de Ativos entre um Investidor e sua Coligada ou Joint Venture: As alterações à IFRS 10 (CPC
36 (R3)) e à IAS 28 (CPC 18 (R2)) tratam de situações que envolvem a venda ou contribuição de ativos entre um
investidor e sua coligada ou joint venture. Especificamente, os ganhos e as perdas resultantes da perda de controle
de uma controlada que não contenha um negócio em uma transação com uma coligada ou joint venture
contabilizada utilizando o método de equivalência patrimonial são reconhecidos no resultado da controladora
apenas proporcionalmente às participações do investidor não relacionado nessa coligada ou joint venture. Da mesma
forma, os ganhos e as perdas resultantes da remensuração de investimentos retidos em alguma antiga controlada
(que tenha se tornado coligada ou joint venture contabilizada pelo método de equivalência patrimonial) ao valor justo
são reconhecidos no resultado da antiga controladora proporcionalmente às participações do investidor não
relacionado na nova coligada ou joint venture. A data de vigência das alterações ainda não foi definida pelo IASB;
porém, é permitida a adoção antecipada das alterações. Os diretores da Companhia esperam que a adoção dessas
alterações tenha um impacto sobre as demonstrações financeiras consolidadas do Grupo no futuro caso essas
transações ocorram. Alterações à IAS 1 - Apresentação das Demonstrações Financeiras (CPC 26 (R1)) - Classificação
de Passivos como Circulantes ou Não Circulantes: As alterações à IAS 1 afetam apenas a apresentação de passivos
como circulantes ou não circulantes no balanço patrimonial e não o valor ou a época de reconhecimento de qualquer
ativo, passivo, receita ou despesas, ou as informações divulgadas sobre esses itens. As alterações esclarecem que a
classificação de passivos como circulantes ou não circulantes se baseia nos direitos existentes na data do balanço,
especificam que a classificação não é afetada pelas expectativas sobre se uma entidade irá exercer seu direito de
postergar a liquidação do passivo, explicam que os direitos existem se as cláusulas restritivas são cumpridas na data
do balanço, e introduzem a definição de liquidação’ para esclarecer que a liquidação se refere à transferência, para
uma contraparte; um valor em caixa, instrumentos patrimoniais, outros ativos ou serviços. As alterações são aplicáveis
retrospectivamente para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2023, sendo permitida a adoção
antecipada. O IASB está atualmente considerando novas alterações nos requisitos da IAS 1 sobre classificação de
passivos como circulante ou não circulante, incluindo o adiamento da aplicação das alterações de janeiro de 2020.
Alterações à IAS 1 - Apresentação das Demonstrações Financeiras (CPC 26 (R1)) e Declaração da Prática 2 da IFRS -
Exercendo Julgamentos de Materialidade - Divulgação de Políticas Contábeis: As alterações modificam as exigências
contidas na IAS 1 com relação à divulgação das políticas contábeis. As alterações substituem todos os exemplos do
termo “políticas contábeis significativas” por “informações de políticas contábeis relevantes”. As informações da
política contábil são relevantes se, quando consideradas em conjunto com outras informações incluídas nas
demonstrações financeiras de uma entidade, puderem razoavelmente influenciar as decisões dos principais usuários
das demonstrações financeiras de propósito geral tomadas com base nessas demonstrações financeiras. Os
parágrafos de apoio na IAS 1 também foram alterados para esclarecer que as informações da política contábil
relacionadas a transações, outros acontecimentos ou condições irrelevantes são irrelevantes e não precisam ser
divulgadas. As informações da política contábil podem ser relevantes devido à natureza das transações relacionadas,
outros eventos ou condições, mesmo que os valores sejam irrelevantes. Porém, nem todas as informações da política
contábil relacionadas a transações, outros eventos ou condições relevantes são relevantes por si só. O IASB preparou
ainda orientações e exemplos para explicar e demonstrar a aplicação do “processo de materialidade em quatro
passos” descrito na Declaração Prática 2 da IFRS. As alterações à IAS 1 são aplicáveis prospectivamente para períodos
anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2023, sendo permitida a adoção antecipada. As alterações à Declaração
Prática 2 da IFRS não apresentam uma data de vigência ou exigências de transição. Alterações à IAS 8 - Políticas
Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro (CPC 23) - Definição de Estimativas Contábeis: A alteração
substitui a definição de mudança nas estimativas contábeis pela definição de estimativas contábeis. De acordo com
a nova definição, estimativas contábeis são “valores monetários nas demonstrações financeiras sujeitos à incerteza
na mensuração”. A definição de mudança nas estimativas contábeis foi excluída. No entanto, o Board manteve o
conceito de mudanças nas estimativas contábeis na Norma com os seguintes esclarecimentos: • Uma mudança na
estimativa contábil que resulte de novas informações ou novos eventos não significa a retificação de um erro. • Os
efeitos da mudança em um dado ou técnica de mensuração usada para desenvolver uma estimativa contábil
correspondem a mudanças nas estimativas contábeis se não resultarem da retificação de erros de períodos anteriores.
DIRETORIA
Luiz Cassiano Rando Rosolen - Presidente
Fernando Marcos Cassoni - Vice-Presidente
Fábio Barbanti Taiar - Diretor Douglas Pedro de Alcântara - Diretor
Tales Caires Aquino - Diretor Mauricio Lanzellotti Lopes - Diretor
PARECER DO CONSELHO FISCAL
Santa Bárbara d’Oeste, 31 de janeiro de 2023
dezembro de 2022, por meio de sua controlada Rominor Empreendimentos Imobiliários S.A. (“Rominor
Empreendimentos”), o montante de R$13.935 mil de receita de contratos de compra e venda de unidades
imobiliárias não concluídas. A Administração é de opinião que sua receita de contratos de compra e venda
de unidades imobiliárias deve ser reconhecida de acordo com o Ofício-Circular da CVM /SNC/SEP nº 02/2018
aplicáveis às entidades de incorporação imobiliária no Brasil e assim, concluiu que os contratos celebrados se
qualificaram para o reconhecimento de receita ao longo do tempo (“over time”). Diante do exposto, esse
assunto foi considerado como área de foco em nossa auditoria. Além do envolvimento de profissionais mais
experientes, nós executamos procedimentos de auditoria preliminares sobre os aspectos qualitativos técnicos
envolvidos, para eventual identificação de risco de distorção material nas demonstrações financeiras
individuais e consolidadas, bem como sobre as divulgações relacionadas. Com base nas evidências de
auditoria obtidas por meio dos procedimentos preliminares aplicados, concluímos que não há risco de
distorção relevante e, consideramos como razoável a conclusão alcançada pela Administração no contexto
das demonstrações financeiras individuais e consolidadas relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de
2022 tomadas em conjunto, considerando as práticas contábeis adotadas e divulgadas pela Companhia.
Outros assuntos: Demonstrações do valor adicionado: As demonstrações individual e consolidada do valor
adicionado (“DVA”) referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2022, elaboradas sob a
responsabilidade da administração da Companhia, e apresentadas como informação suplementar para fins
de IFRS, foram submetidas a procedimentos de auditoria executados em conjunto com a auditoria das
demonstrações financeiras da Companhia. Para a formação de nossa opinião, avaliamos se essas
demonstrações estão conciliadas com as demonstrações financeiras e registros contábeis, conforme
aplicável, e se a sua forma e conteúdo estão de acordo com os critérios definidos na NBC TG 09 -
Demonstração do Valor Adicionado. Em nossa opinião, essas demonstrações do valor adicionado foram
adequadamente elaboradas, em todos os aspectos relevantes, segundo os critérios definidos nessa Norma e
são consistentes em relação às demonstrações financeiras individuais e consolidadas tomadas em conjunto.
Outras informações que acompanham as demonstrações financeiras individuais e consolidadas e o
relatório do auditor: A administração da Companhia é responsável por essas outras informações que
compreendem o Relatório da Administração. Nossa opinião sobre as demonstrações financeiras individuais e
consolidadas não abrange o Relatório da Administração e não expressamos qualquer forma de conclusão de
auditoria sobre esse relatório. Em conexão com a auditoria das demonstrações financeiras individuais e
consolidadas, nossa responsabilidade é a de ler o Relatório da Administração e, ao fazê-lo, considerar se esse
relatório está, de forma relevante, inconsistente com as demonstrações financeiras ou com nosso
conhecimento obtido na auditoria ou, de outra forma, aparenta estar distorcido de forma relevante. Se, com
base no trabalho realizado, concluirmos que há distorção relevante no Relatório da Administração, somos
requeridos a comunicar esse fato. Não temos nada a relatar a este respeito. Responsabilidades da
administração e da governança pelas demonstrações financeiras individuais e consolidadas: A
administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações
financeiras individuais e consolidadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e com as
normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) aplicáveis às entidades de incorporação imobiliária no
Brasil, registradas na CVM, e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a
elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por
fraude ou erro. Na elaboração das demonstrações financeiras individuais e consolidadas, a administração é
responsável pela avaliação da capacidade de a Companhia continuar operando, divulgando, quando
aplicável, os assuntos relacionados com a sua continuidade operacional e o uso dessa base contábil na
elaboração das demonstrações financeiras, a não ser que a administração pretenda liquidar a Companhia ou
cessar suas operações, ou não tenha nenhuma alternativa realista para evitar o encerramento das operações.
Os responsáveis pela governança da Companhia e suas controladas são aqueles com responsabilidade pela
supervisão do processo de elaboração das demonstrações financeiras. Responsabilidades do auditor pela
auditoria das demonstrações financeiras individuais e consolidadas: Nossos objetivos são obter
segurança razoável de que as demonstrações financeiras individuais e consolidadas, tomadas em conjunto,
estão livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro, e emitir relatório de
auditoria contendo nossa opinião. Segurança razoável é um alto nível de segurança, mas não uma garantia
DECLARAÇÃO DOS DIRETORES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Santa Bárbara d’Oeste, 31 de Janeiro de 2023
Fábio Barbanti Taiar - Diretor
Douglas Pedro de Alcântara - Diretor
Santa Bárbara d’Oeste, 31 de janeiro de 2023
Fábio Barbanti Taiar - Diretor
Douglas Pedro de Alcântara - Diretor
RELATÓRIO RESUMIDO DO COMITÊ DE AUDITORIA E RISCOS 2022
Auditoria Independente; 4. Orçamentos 2023 da Auditoria Interna e do Comitê de Auditoria e Riscos; 5. Plano de
Auditoria realizado em 2022 e proposto para 2023; e 6. Programa de Compliance e Sistema de Gerenciamento de
Riscos, incluindo Canal de Denúncias e implementação de práticas ESG. Considerando a análise dos assuntos acima,
incluindo as Demonstrações Financeiras relativas ao exercício encerrado em 2022, o Comitê conclui que a Companhia
encontra-se em conformidade com as normas legais, regulatórias, estatutárias e suas políticas.
O IASB acrescentou dois exemplos (Exemplos 4-5) na Orientação sobre a implementação da IAS 8, que acompanha
a Norma. O IASB excluiu um exemplo (Exemplo 3) uma vez que poderia causar confusão à luz das alterações. As
alterações são aplicáveis para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2023 com relação a mudanças
nas políticas contábeis e mudanças nas estimativas contábeis ocorridas em ou após o início daquele período, sendo
permitida a adoção antecipada. Alterações à IAS 12 - Tributos sobre o Lucro (CPC 32) - Imposto Diferido Relacionado
a Ativos e Passivos Resultantes de uma Única Transação: As alterações introduzem uma exceção adicional da isenção
de reconhecimento inicial. De acordo com as alterações, a entidade não aplica a isenção de reconhecimento inicial
para transações que resultam em diferenças temporárias tributáveis e dedutíveis similares. Dependendo da legislação
tributária aplicável, diferenças temporárias tributáveis e dedutíveis similares podem surgir no reconhecimento inicial
de um ativo e passivo em uma transação que não seja uma combinação de negócios e que não afeta nem o lucro
contábil nem o lucro tributável. Por exemplo, isso pode ocorrer no reconhecimento do passivo de arrendamento e
correspondente ativo de direito de uso aplicando a IFRS 16 na data de início do arrendamento. Após as alterações à
IAS 12, a entidade deve reconhecer o correspondente ativo e passivo fiscal diferido, sendo que o reconhecimento de
eventual ativo fiscal diferido está sujeito aos critérios de recuperabilidade contidos na IAS 12. O IASB acrescenta ainda
um exemplo ilustrativo na IAS 12 que explica como as alterações são aplicadas. As alterações são aplicáveis a
transações ocorridas no ou após o início do primeiro período comparativo apresentado. Adicionalmente, no início do
primeiro período comparativo, a entidade reconhece: • Um ativo fiscal diferido (quando for provável que a entidade
apresentará lucro tributável em montante suficiente para que tais diferenças temporárias dedutíveis possam ser
utilizadas) e um passivo fiscal diferido para todas as diferenças temporárias dedutíveis e tributáveis associadas aos:
– Ativos de direito de uso e passivos de arrendamento. – Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos
Similares e valores correspondentes reconhecidos como parte do custo do respectivo ativo. • O efeito acumulado da
aplicação inicial das alterações como ajuste do saldo inicial de lucros acumulados (ou outro componente do
patrimônio líquido, conforme aplicável) naquela data. As alterações são aplicáveis para períodos anuais iniciados em
ou após 1º de janeiro de 2023, sendo permitida adoção antecipada. Não há outras normas ou interpretações
emitidas e ainda não adotadas que possam, na opinião da Administração, ter impacto significativo no resultado do
exercício ou no patrimônio líquido divulgado pela Companhia. 2.21. Apresentação de informações por
segmentos: As informações por segmentos operacionais são apresentadas de modo consistente com o relatório
interno fornecido para o Conselho de Administração, responsável pela alocação de recursos, pela avaliação de
desempenho dos segmentos operacionais e pela tomada das decisões estratégicas da Companhia (Nota 21).
2.22. Demonstração dos fluxos de caixa: A Companhia classifica o pagamento de juros e variações monetárias
sobre empréstimos e debêntures, e o recebimento de dividendos como atividades de financiamento e investimentos,
respectivamente, em seu fluxo de caixa. Tal classificação foi adotada por se tratar de custos de obtenção de recursos
financeiros e de retorno sobre investimentos, em linha com o disposto no item 33 do CPC 03 (R2). 2.23. ICPC 22
(IFRIC23) - Incerteza sobre Tratamento de Tributos sobre o Lucro: Em vigor para exercícios iniciados a partir de
1º de janeiro de 2019, a IFRIC 23 descreve como determinar a posição fiscal e contábil quando houver incerteza sobre
o tratamento do imposto de renda. A interpretação requer que a entidade determine se posições fiscais incertas são
avaliadas separadamente ou como um grupo e avalie se é provável que a autoridade fiscal aceite a utilização de
tratamento fiscal incerto, ou proposta de utilização, por uma entidade nas suas declarações de imposto de renda.
3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO: Capital social: O capital subscrito e integralizado em 30 de setembro de 2022 no
montante de R$771.454 (R$637.756 em 31 de dezembro de 2021) é representado por 80.667.314 ações ordinárias
(73.333.922 em 31 de dezembro de 2021) nominativas e escriturais, sem valor nominal. Em 20 de setembro de
2022, foi aprovado o aumento do Capital Social no valor de R$133.698, mediante a capitalização da reserva de
lucros da Companhia, dentro do limite do capital autorizado, nos termos do Artigo 7º, parágrafo primeiro do Estatuto
Social da Companhia com bonificação de ações. A bonificação em ações foi realizada à razão de 10% (dez por
cento), o aumento de capital foi efetivado com a emissão de 7.333.392 novas ações ordinárias escriturais, sem valor
nominal, atribuídas aos detentores de ações, a título de bonificação na proporção de 1 (uma) nova ação para cada
10 (dez) ações existentes. Reserva de lucros: a) Reserva legal: O saldo da rubrica “Reserva Legal”, tal como previsto
no artigo 193 da Lei nº 6.404/76, refere-se ao montante constituído de 5% do lucro líquido do exercício, limitado a
20% do capital social. b) Dividendos e juros sobre capital próprio (“JCP”): O estatuto social prevê a distribuição de
dividendo mínimo obrigatório de 25% do lucro líquido ajustado na forma da lei societária. A proposta de distribuição
de juros sobre o capital próprio a título de dividendos e de constituição de reserva de lucros, da
Administração à Assembleia Geral Ordinária, é conforme segue: 31 de dezembro 31 de dezembro
de 2022 de 2021
Lucro líquido do exercício atribuído aos acionistas 215.027 203.774
(–) Constituição de reserva Legal (10.751) (10.189)
Lucro passível de distribuição 204.276 193.585
Dividendos obrigatórios (51.069) (48.396)
Dividendos excedente já distribuídos (8.478) (8.577)
Dividendos total distribuídos (59.647) (56.973)
Constituição de reserva de lucros 144.729 136.612
Até o exercício findo em 31 de dezembro de 2022, foram aprovadas as distribuições de juros sobre capital próprio
(“JCP”) no montante de R$59.547 e de dividendos intermediários (“Dividendos”) no montante de R$7.333, conforme
comunicados ao mercado nas datas listadas abaixo: 1. Conforme comunicado ao mercado em 1 de fevereiro de 2022,
foi aprovada a distribuição de dividendos, oriundos da reserva de lucro do exercício de 2021, no montante bruto de
R$7.333, sendo 0,10 por ação, cujo pagamento foi realizado em 22 de março de 2022. 2. Conforme comunicado ao
mercado em 15 de março de 2022, foi aprovada a distribuição de juros sobre capital próprio (“JPC”) a serem imputados
aos dividendos obrigatórios de 2021 no montante bruto de R$12.467, sendo 0,17 por ação, cujo pagamento foi
realizado em 18 de maio de 2022. 3. Conforme comunicado ao mercado em 7 de junho de 2022, foi aprovada a
distribuição de juros sobre o capital próprio (“JPC”) no montante bruto de R$14.668, sendo 0,20 por ação, cujo
pagamento será realizado em 24 de agosto de 2022. 4. Conforme comunicado ao mercado em 20 de setembro de
2022, foi aprovada a distribuição de juros sobre o capital próprio (“JPC”) no montante bruto de R$15.473, sendo 0,21
por ação, cujo pagamento foi realizado em 19 de outubro de 2022. 5. Em 14 de dezembro de 2022, foi aprovada a
distribuição de juros sobre o capital próprio (“JCP”) a serem imputados aos dividendos obrigatórios de 2022 no
montante bruto de 16.939, sendo 0,21 por ação, cujo pagamento será realizado em 18 de janeiro de 2023. O montante
total pago pela Companhia, no exercício findo em 31 de dezembro de 2022, foi de R$69.741. Lucro por ação: O lucro
básico por ação é calculado pela divisão do lucro atribuível aos acionistas da Companhia pela quantidade média
ponderada de ações ordinárias em circulação durante o exercício, excluindo as ações ordinárias compradas pela
Companhia e mantidas como ações em tesouraria. Nota 31 de dezem- 31 de dezem-
Explicativa bro de 2022 bro de 2021
Lucro líquido do exercício atribuído aos acionistas controladores 215.027 203.774
Média ponderada das ações em circulação (ajustada por bonificação) 80.667 80.667
Lucro básico e diluído por ação 2,67 2,53
O lucro básico por ação e o lucro diluído por ação são iguais pelo fato de a Companhia não possuir nenhum
instrumento com efeito diluidor sobre o lucro por ação.
4. EVENTOS SUBSEQUENTES: (i) Controladas: Rominor Comércio, Empreendimentos e Participações S.A.
(“Rominor Comércio”). Em Reunião do Conselho de Administração realizada em 31 de janeiro de 2023, foi
autorizada a distribuição de dividendos remanescentes, referente ao exercício de 2022, no valor de R$11.755, a ser
pago em 15 de fevereiro de 2023, sujeito a ratificação na Assembleia Geral Ordinária a ser realizada em 14 de março
de 2023. (ii) Em reunião do Conselho de Administração realizada em 31 de janeiro de 2023, foi autorizada a
distribuição de dividendos intermediários, referente ao exercício de 2022, no valor de R$11.412, a ser pago em 08
de março de 2023, sujeito a ratificação na Assembleia Geral Ordinária a ser realizada em 14 de março de 2023.
(iii) Controladas: Rominor Empreendimentos Imobiliários S.A. (“Rominor Empreendimentos”). Em Reunião do
Conselho de Administração da Romi realizada em 31 de janeiro de 2023, foi recomendada a declaração de
dividendos remanescentes, referente ao exercício de 2021 e 2022, no valor de R$ R$14.088, a ser pago em 24 de
fevereiro de 2023, sujeito a ratificação na Assembleia Geral Ordinária a ser realizada em 14 de março de 2023.
CONSELHO FISCAL
Alfredo Ferreira de Marques Filho
Clóvis Ailton Madeira
Walter Luis Bernardes Albertoni
CONTADORA
Josiane Perdigão Gibin - CRC - SP202148/O-8
Alfredo Ferreira Marques Filho
Clóvis Ailton Madeira
Walter Luis Bernardes Albertoni
de que a auditoria realizada de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria sempre
detectam as eventuais distorções relevantes existentes. As distorções podem ser decorrentes de fraude ou
erro e são consideradas relevantes quando, individualmente ou em conjunto, possam influenciar, dentro de
uma perspectiva razoável, as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas referidas
demonstrações financeiras. Como parte de uma auditoria realizada de acordo com as normas brasileiras e
internacionais de auditoria, exercemos julgamento profissional e mantemos ceticismo profissional ao longo
da auditoria. Além disso: • Identificamos e avaliamos os riscos de distorção relevante nas demonstrações
financeiras individuais e consolidadas, independentemente se causada por fraude ou erro, planejamos e
executamos procedimentos de auditoria em resposta a tais riscos, bem como obtemos evidência de auditoria
apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião. O risco de não detecção de distorção relevante
resultante de fraude é maior do que o proveniente de erro, já que a fraude pode envolver o ato de burlar os
controles internos, conluio, falsificação, omissão ou representações falsas intencionais. • Obtemos
entendimento dos controles internos relevantes para a auditoria para planejarmos procedimentos de
auditoria apropriados às circunstâncias, mas, não, com o objetivo de expressarmos opinião sobre a eficácia
dos controles internos da Companhia e suas controladas. • Avaliamos a adequação das políticas contábeis
utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis e respectivas divulgações feitas pela administração. •
Concluímos sobre a adequação do uso, pela Administração, da base contábil de continuidade operacional e,
com base nas evidências de auditoria obtidas, se existe incerteza relevante em relação a eventos ou condições
que possam levantar dúvida significativa em relação à capacidade de continuidade operacional da
Companhia. Se concluirmos que existe incerteza relevante, devemos chamar atenção em nosso relatório de
auditoria para as respectivas divulgações nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas ou incluir
modificação em nossa opinião, se as divulgações forem inadequadas. Nossas conclusões estão fundamentadas
nas evidências de auditoria obtidas até a data de nosso relatório. Todavia, eventos ou condições futuras
podem levar a Companhia a não mais se manterem em continuidade operacional. • Avaliamos a apresentação
geral, a estrutura e o conteúdo das demonstrações financeiras individuais e consolidadas, inclusive as
divulgações e se essas demonstrações financeiras representam as correspondentes transações e os eventos
de maneira compatível com o objetivo de apresentação adequada. • Obtemos evidência de auditoria
apropriada e suficiente referente às informações financeiras das entidades ou atividades de negócio do grupo
para expressar uma opinião sobre as demonstrações financeiras individuais e consolidadas. Somos
responsáveis pela direção, supervisão e desempenho da auditoria do grupo e, consequentemente, pela
opinião de auditoria. Comunicamo-nos com os responsáveis pela governança a respeito, entre outros
aspectos, do alcance e da época dos trabalhos de auditoria planejados e das constatações significativas de
auditoria, inclusive as deficiências significativas nos controles internos que eventualmente tenham sido
identificadas durante nossos trabalhos. Fornecemos também aos responsáveis pela governança declaração
de que cumprimos com as exigências éticas relevantes, incluindo os requisitos aplicáveis de independência, e
comunicamos todos os eventuais relacionamentos ou assuntos que poderiam afetar, consideravelmente,
nossa independência, incluindo, quando aplicável, as respectivas salvaguardas. Dos assuntos que foram
objeto de comunicação com os responsáveis pela governança, determinamos aqueles que foram
considerados como mais significativos na auditoria das demonstrações financeiras do exercício corrente e
que, dessa maneira, constituem os principais assuntos de auditoria. Descrevemos esses assuntos em nosso
relatório de auditoria, a menos que lei ou regulamento tenha proibido divulgação pública do assunto, ou
quando, em circunstâncias extremamente raras, determinarmos que o assunto não deve ser comunicado em
nosso relatório porque as consequências adversas de tal comunicação podem, dentro de uma perspectiva
razoável, superar os benefícios da comunicação para o interesse público.
Campinas, 31 de janeiro de 2023
DELOITTE TOUCHE TOHMATSU
Auditores Independentes Ltda.
CRC nº 2 SP 011609/O-8
Paulo de Tarso Pereira Jr.
Contador
CRC nº 1 SP 253932/O-4
Mauricio Lanzellotti Lopes - Diretor
Tales Caires Aquino - Diretor
Mauricio Lanzellotti Lopes - Diretor
Tales Caires Aquino - Diretor
Márcio Guedes Pereira Júnior Coordenador
Antônio Cândido de Azevedo Sodré Filho
Antônio Carlos Bonini Santos Pinto
Francisco José Levy

MINISTÉRIO DAS
COMUNICAÇÕES
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DE SÃO PAULO METROPOLITANA
EDITAL DE NOTIFICAÇÃO
(Procura Imóvel Comercial e Térreo na Região
Central de Biritiba Mirim/SP para Locação)
Comunicamos a todos que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos -
ECT, procura imóvel comercial e térreo na região central de Biritiba Mirim - São
Paulo para locação, com vista a abrigar a Agência de Correios AC/UD BIRITIBA
MIRIM. Nesse sentido, o imóvel para a pretendida instalação deve apresentar
as seguintes características: Aproximadamente 435,00 m², largura mínima de
6,0 metros, preferencialmente com vaga de estacionamento, acesso para carga
e descarga, com cobertura de laje ou gradil de ferro, próximo aos comércios
da região. Para essa locação, a ECT relaciona as principais ruas e avenidas
de interesse: Todo o entorno da Praça São Benedito, Rua Gildo Sevali, Rua
Shigueo Mori, Avenida Ferdinando Jungers, Rua Coronel Silvino de Miranda
Melo, Avenida Reinaldo Benedito de Melo, Rua São Benedito, Rua Francisco
Ferreira Lopes, Rua Henrique Peres, Rua Caetano Leme da Cunha Filho.
Por fim, informamos aos interessados que entre em contato com Everaldo
de Souza, por intermédio do e-mail everaldosc@correios.com.br, ou pelo
telefone (11) 4313-8568 ou com Edimarques dos Santos, por meio do e-mail
edimarques@correios.com.br, telefone (11) 4313-8053.
MINISTÉRIO DAS
COMUNICAÇÕES
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DE SÃO PAULO METROPOLITANA
EDITAL DE NOTIFICAÇÃO
(Procura Imóvel Comercial e Térreo na Região do
Bairro Liberdade/SP para Locação)
Comunicamos a todos que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT,
procura imóvel comercial e térreo na região do bairro Liberdade/SP para locação,
com vista a abrigar a Agência de Correios AC LIBERDADE. Nesse sentido, o
imóvel para a pretendida instalação deve apresentar as seguintes características:
Aproximadamente 300,00 m², largura mínima de 6,0 metros, preferencialmente
com vaga de estacionamento, acesso para carga e descarga, preferencialmente
com laje, próximo aos comércios da região, entres outras. Para essa locação,
a ECT relaciona as principais ruas e avenidas de interesse, a seguir: Avenida
Liberdade; Rua da Glória; Rua São Joaquim; Rua Conselheiro Furtado e outras
ruas dentro do perímetro que atendam o interesse comercial da ECT. Informamos
aos interessados que entrem em contato com Everaldo de Souza, e-mail
everaldosc@correios.com.br, telefone (11) 43138568 ou com Edimarques Santos,
e-mail edimarques@correios.com.br, telefone (11) 43138053.
DEPARTAMENTO ESTADUAL
DE TRÂNSITO
TERMO DE HOMOLOGAÇÃO e ADJUDICAÇÃO
TOMADA DE PREÇOS nº 07/2022/DETRAN/MT
O DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO - DETRAN-MT, por
meio de sua Autoridade Competente, no uso de suas atribuições e na
conformidade dos autos, HOMOLOGA e ADJUDICA nos termos do inciso
VII do artigo 38 e inciso VI do artigo 43 ambos da Lei Federal nº
8.666/1993, o procedimento licitatório denominado Tomada de Preços nº
07/2022/DETRAN/MT que tem por objeto a “Contratação de empresa
especializada para reforma da 20ª Ciretran de Alta Floresta - MT”,
conferindo à empresa vencedora do certame, BRUNO BORGES DE
SOUZA, CNPJ: 33.559.602/0001-32, no valor global de R$1.187.476,82
(um milhão cento e oitenta e sete mil quatrocentos e setenta e seis reais e
oitenta e dois centavos), a expectativa de contratação com esta Autarquia
Estadual para execução do objeto ora pretendido.
Cuiabá-MT, 01 de fevereiro de 2023.
PAULO HENRIQUE LIMA MARQUES
Presidente (Em Exercício)
DETRAN/MT
Sindicato da Indústria de Parafusos, Porcas, Rebites
e Similares no Estado de São Paulo - SINPA
Avenida Paulista 1313 - 9º andar - Conj. 911 - São Paulo - SP - CEP 01311-923 -
Telefone/Fax (11) 3289-3499 - e-mail: sinpa@sinpa.com.br - CNPJ: 62.648.548/0001-08
Eleições Sindicais - Registro de Chapa
Comunico aos associados que foi registrada a chapa seguinte, como concorrente à eleição a que se refere
o Aviso publicado no dia 13/01/2023, neste jornal: Diretoria Efetiva: Fernando Antonio Gomes Martins,
Carlos Rodolfo Schneider, Salvatore De Giorgi, Reginaldo Colicchio, Marcelo Pinto Escudeiro, Massanao
Yamauchi, José Ricardo Labbate Chiarella e Valter Peliciari. Diretoria Suplente: Marcio Rodrigues
Berenguel, Marco Antonio Vieira de Campos, Ricardo de Cassio Marques Castelhano, Flávio Márcio
Multari, Roseli Maria Biason Mussini, Rolando Naschold, Eduardo José Bragança Lopes e José Felício
Brunetto. Conselho Fiscal Efetivo João Henrique Martin, José Gianesi Sobrinho e Nei Marcio de Sousa
Teodoro. Conselho Fiscal Suplente: Boaventura Florentim, Sergio de Almeida Parasmo e Fábio Antonio
César. Delegados Efetivos Representantes junto à FIESP: Fernando Antonio Gomes Martins e
Marcelo Pinto Escudeiro. Delegados Suplentes Representantes junto à FIESP: Marco Antonio Vieira
de Campos, José Ricardo Labbate Chiarella. Comunico, outrossim, que o prazo para impugnação de
candidaturas é de 5 (cinco) dias, a contar da publicação deste Aviso. São Paulo, 02 de fevereiro de 2023.
Fernando A. Gomes Martins - Presidente
2ª Vara Cível do Foro da Comarca de Votuporanga/SP
EDITAL DE 1º, 2º E 3º LEILÃO e de intimação na FALÊNCIA DE VANASA
CONFECÇÕES EIRELI EPP, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 04.5593.9960/0001-
63, na pessoa da Administradora Judicial F.REZENDE CONSULTORIA & ADMINISTRAÇÃO JUDICIAL -FRAJ,
inscrita no CNPJ/MF sob o nº 19.752.868/0001-76, representada por FREDERICO ANTONIO OLIVEIRA DE
REZENDE, inscrito na OAB/SP sob o nº 195.329; bem como do MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO
PAULO na pessoa do seu Procurador; e da PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO na pessoa
do seu Procurador. O Dr. Rodrigo Ferreira Rocha, MM. Juiz de Direito da 2ª Vara Cível do Foro da Comarca
de Votuporanga/SP, na forma da lei, FAZ SABER, aos que o presente Edital de 1º, 2º e 3º Leilão dos bens, virem
ou dele conhecimento tiverem e interessar possa, que por este Juízo processam-se os autos da Recuperação
Judicial convolada em Falência de Empresários, Sociedades Empresárias, Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte ajuizado pela empresa VANASA CONFECÇÕES EIRELI EPP - Processo nº 1002858-
08.2018.8.26.0664, e que foi designada a venda dos bens descritos abaixo, de acordo com as regras expos-
tas a seguir: DOS BENS - As marcas serão alienadas no estado em que se encontram junto ao INPI não res-
pondendo a titular do registro (ou do pedido de registro), pelo seu deferimento/manutenção e/ou lei posterior
que desfizer ou alterar as normas, direitos e condições para o registro, bem como de seu gozo pelo adquiren-
te. DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL - O edital será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do leilo-
eiro oficial www.megaleiloes.com.br, em conformidade com o disposto no art. 887, § 2º, do Código de Pro-
cesso Civil, inclusive as fotos e a descrição detalhada dos bens a serem apregoados. DO LEILÃO - O Leilão
será realizado por MEIO ELETRÔNICO E PRESENCIAL, através do Portal www.megaleiloes.com.br, o 1º Leilão
terá início no dia 17/02/2023 às 14:00h e se encerrará dia 27/02/2023 às 14:00h, onde serão aceitos lances
iguais ou superiores ao valor da avaliação; não havendo lance, seguir-se-á sem interrupção o 2º Leilão, que
terá início no dia 27/02/2023 às 14:01h e se encerrará no dia 09/03/2023 às 14:00h, onde serão aceitos
lances com no mínimo 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação, não havendo lance, seguir-se-á sem
interrupção o 3º Leilão, que terá início no dia 09/03/2023 às 14:01h e se encerrará no dia 20/03/2023 às
14:00h, onde serão aceitos os maiores lances ofertados, conforme preceitua o §3º-A do art. 142 da Lei
11.101/05. DO CONDUTOR DO LEILÃO - O Leilão será conduzido pelo Leiloeiro Oficial Sr. Fernando José
Cerello Gonçalves Pereira, matriculado na Junta Comercial do Estado de São Paulo - JUCESP sob o nº 844.
DOS LANCES - Os lances poderão ser ofertados a partir do dia e hora de início do leilão pela rede de internet,
através do Portal www.megaleiloes.com.br, ou de viva voz no dia do encerramento do leilão a partir das 13:00
horas no Auditório localizado na Alameda Santos, nº 787, 13º andar, conjunto 132 - Jd. Paulista - São Paulo/
SP, em igualdade de condições. DA CAUÇÃO arrematante dos Lotes cujjo valor de arremataçção exceda R$$
300.000,,00 (trezentos mil reais)), deverá de 10% (dez p e val rrematação no prazo de
atro do l lão o u o, r será o do
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leilão, através de guia de de cial e l r a arrema-
tação. DA PROPOSTA - Os interessados na aq sição do bem de forma parcelada, deverão apresentar propos-
ta enviando de forma detalhada sua intenção o e-mail proposta@megaleiloes.com.br (Art. 895, I e II, CPC).
As referidas propostas serão apresentadas ao M.M Juízo respectivo, caso o leilão se encerre negativo. No
entanto caso o leilão se encerre positivo, as propostas apresentadas serão desconsideradas, vez que o paga-
mento à vista prevalece sob o pagamento parcelado. Em resumo o interessado em adquirir o bem realizando
o pagamento à vista, deve confirmar o lance em leilão, já aquele que tem a intenção de realizar o pagamento
de forma parcelada, deve enviar sua proposta por e-mail, ficando ciente das referidas condições do Artigo
895§ 7º, CPC. Por fim, a apresentação de proposta não suspende o leilão (Art. 895, § 6º, CPC), devendo a
mesma, ser analisada pelo M.M Juízo respectivo que decidirá pela opção mais vantajosa para a resolução da
lide. PENALIDADES PELO DESCUMPRIMENTO DAS PROPOSTAS - Em caso de atraso no pagamento de
qualquer das prestações, incidirá multa de dez por cento sobre a soma da parcela inadimplida com as parce-
las vincendas. DA COMISSÃO - O arrematante deverá pagar ao LEILOEIRO OFICIAL, a título de comissão, o
valor correspondente a 5% (cinco por cento) sobre o preço de arrematação do bem. A comissão devida ao
leiloeiro oficial não está incluída no valor do lance e não será devolvida ao arrematante em nenhuma hipótese,
salvo se a arrematação for desfeita por determinação judicial por razões alheias à vontade do arrematante e,
deduzidas as despesas incorridas. DO PAGAMENTO DA COMISSÃO - O pagamento da comissão do LEILOEI-
RO OFICIAL deverá ser realizado em até 24h (vinte e quatro horas) a contar do encerramento do leilão, através
de depósito bancário diretamente na conta física do leiloeiro, ou por meio de boleto bancário cujos dados
serão encaminhados via e-mail. Todas as regras e condições do Leilão estão disponíveis no Portal www.
megaleiloes.com.br. A publicação deste edital supre eventual insucesso nas notificações pessoais e dos
respectivos patronos. As demais condições obedecerão ao que dispõe a Lei 11.101/05 e o Provimento CSM
nº 1625/2009, e no que couber, o CPC e o caput do artigo 335, do CP. RELAÇÃO DOS BENS: LOTE ÚNICO:
MARCA “MAR RIO”, Titular: J J DOS SANTOS GESTÃO EMPRESARIAL LTDA ME, registrada no INPI sob
número 826564801. Situação: Registros de Marca em Vigor, endereço: Rodovia Washington Luis, Km 447
Box 151 Fashion Center, Perímetro Urbano – Mirassol/SP; MARCA “MAR RIO”, Titular: J J DOS SANTOS
GESTÃO EMPRESARIAL LTDA ME, registrada no INPI sob número 826564810, Situação: Registros de Marca
em Vigor, endereço: Rodovia Washington Luis, Km 447 Box 151 Fashion Center, Perímetro Urbano – Miras-
sol/SP; MARCA “MAR RIO”, Titular: J J DOS SANTOS GESTÃO EMPRESARIAL LTDA ME, registrada no INPI
sob número 826564798, Situação: Registros de Marca em Vigor, endereço: Rodovia Washington Luis, Km
447 Box 151 Fashion Center, Perímetro Urbano – Mirassol/SP; MARCA “MAR RIO”, Titular: J J DOS SANTOS
GESTÃO EMPRESARIAL LTDA ME, registrada no INPI sob número 900920408. Situação: Para extinguir re-
gistro de marca pela expiração do prazo de vigência, endereço: Rodovia Washington Luis, Km 447 Box 151
Fashion Center, Perímetro Urbano – Mirassol/SP; MARCA “UV SOLAR”, Titular: J J DOS SANTOS GESTÃO
EMPRESARIAL LTDA ME, registrada no INPI sob número 910472661. Situação: Registros de Marca em Vigor,
endereço: Rodovia Washington Luis, Km 447 Box 151 Fashion Center, Perímetro Urbano – Mirassol/SP;
MARCA “DRUZY”, Titular: J J DOS SANTOS GESTÃO EMPRESARIAL LTDA ME, registrada no INPI sob nú-
mero 916438651. Situação: Registros de Marca em Vigor, endereço: Rodovia Washington Luis, Km 447 Box
151 Fashion Center, Perímetro Urbano – Mirassol/SP; MARCA “DRUZY”, Titular: J J DOS SANTOS GESTÃO
EMPRESARIAL LTDA ME, registrada no INPI sob número 916438759. Situação: Registros de Marca em Vigor,
endereço: Rodovia Washington Luis, Km 447 Box 151 Fashion Center, Perímetro Urbano – Mirassol/SP. Valor
da Avaliação do Lote Único: R$ 2.709.715,48 (dois milhões, setecentos e nove mil, setecentos e quinze
reais e quarenta e oito centavos) para setembro de 2022.
Votuporanga, 09 de dezembro de 2022.
Eu, _____________________, diretora/escrivã, conferi e subscrevi.
Dr. Rodrigo Ferreira Rocha
Juiz de Direito
São Paulo | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 | Valor | E5
COMUNICADO
Acha-se aberta na Secretaria de Estado da Saúde, a licitação na modalidade Pregão
Eletrônico para Registro de Preços nº 245/2022 - 090201000012022OC00268, referente
ao processo nº 2022/77203, objetivando a CONSTITUIÇÃO DE SISTEMA DE REGISTRO
DE PREÇOS PARA COMPRA DE DIETA, a ser realizado por intermédio do Sistema
Eletrônico de Contratações denominado “Bolsa Eletrônica de Compras do Governo do
Estado de São Paulo”, cuja abertura está marcada para o dia 15/02/2023, a partir das
13:30 horas.
Os interessados em participar do certame deverão acessar a partir de 03/02/2023, o site
www.bec.sp.gov.br ou www.bec.fazenda.sp.gov.br, mediante a obtenção de senha de
acesso ao sistema e credenciamento de seus representantes.
O Edital da presente licitação encontra-se disponível no site www.e-negociospublicos.com.br,
ou Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 188 - 1º andar, Jd. América - São Paulo - SP.
Bradesco Holding de Investimentos S.A.
CNPJ no 50.991.421/0001-08 – NIRE 35.300.576.659
Ata Sumária da Assembleia Geral Extraordinária realizada em 31.10.2022
Data, Hora, Local: Em 31.10.2022, às 10h, na sede social, Núcleo Cidade de Deus, Vila
Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900. Mesa: Presidente: Antonio Campanha Junior; Secretário:
Ismael Ferraz. Quórum de Instalação: Totalidade do Capital Social. Edital de Convocação:
Dispensada a publicação de conformidade com o disposto no §4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76.
Deliberações: 1. elegeram, Diretor da Sociedade, o senhor Pedro Lins Meira Quintão, brasileiro,
solteiro, bancário, RG 3730102/SSP-SC, CPF 109.698.047-92, com endereço profissional na
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.950, 4o andar, São Paulo, SP, CEP 04538-132, o qual: a) firmou
declaração referente ao não impedimento do exercício de cargos de administração em companhias,
conforme disposto no artigo 147 da Lei no 6.404/76, a qual ficará arquivada na sede da Sociedade;
b) terá mandato coincidente com o dos demais membros da Diretoria, estendendo-se até a posse
dos diretores que serão eleitos na Assembleia Geral Ordinária que se realizar no ano de 2024.
Em consequência, a Diretoria da Sociedade, fica assim composta: Diretor-Presidente: Octavio
de Lazari Junior, brasileiro, casado, bancário, RG 12.992.558-5/SSP-SP, CPF 044.745.768/37;
Diretores Vice-Presidentes: Marcelo de Araújo Noronha, brasileiro, casado, bancário, RG
56.163.018-5/SSP-SP, CPF 360.668.504/15; André Rodrigues Cano, brasileiro, casado, bancário,
RG 8.487.985-3/SSP-SP, CPF 005.908.058/27; Cassiano Ricardo Scarpelli, brasileiro, casado,
bancário, RG 16.290.774-6/SSP-SP, CPF 082.633.238/27; Eurico Ramos Fabri, brasileiro,
casado, bancário, RG 20.336.308-5/SSP-SP, CPF 248.468.208/58; Rogério Pedro Câmara,
brasileiro, casado, bancário, RG 16.247.624-3/SSP-SP, CPF 063.415.178/90; Moacir Nachbar
Junior, brasileiro, casado, bancário, RG 13.703.383-7/SSP-SP, CPF 062.947.708/66, todos com
endereço profissional no Núcleo Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900; Ivan
Luiz Gontijo Júnior, brasileiro, casado, advogado, OAB/RJ no 044.902, CPF 770.025.397/87,
com endereço profissional na Avenida Rio de Janeiro, 555, 19o andar, Caju, Rio de Janeiro, RJ,
CEP 20931-675; Diretor Gerente: Leandro de Miranda Araujo, brasileiro, casado, bancário, RG
58.472.065-8/SSP-SP, CPF 021.821.317-44, com endereço profissional no Núcleo Cidade de Deus,
Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900; Diretores: Rafael Padilha de Lima Costa, brasileiro,
casado, bancário, RG 65.861.098-3/SSP-SP, CPF 055.217.997-37, endereço profissional na
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.950, 5o andar, São Paulo, SP, CEP 04538-132; e Pedro Lins
Meira Quintão, brasileiro, solteiro, bancário, RG 3730102/SSP-SC, CPF 109.698.047-92, com
endereço profissional na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.950, 4o andar, São Paulo, SP, CEP
04538-132, todos com mandato até a posse dos novos diretores que serão eleitos na Assembleia
Geral Ordinária que se realizar no ano de 2024. 2) fixaram, para o exercício de 2022, os valores
destinados a custear, para seus administradores, a remuneração global e a verba previdenciária,
de até R$1.470.000,00, sendo: (i) até R$1.100.000,00 como remuneração fixa e variável; e (ii) até
R$370.000,00 para custeio do plano de previdência dos administradores. A distribuição das verbas
de remuneração e do plano de previdência será deliberada em reunião da Diretoria, conforme
determina a letra “e” do Artigo 9o do Estatuto Social. Encerramento: Nada mais havendo a tratar,
o senhor Presidente encerrou os trabalhos, lavrando-se a presente Ata que, aprovada por todos
os presentes, será encaminhada para que assinem eletronicamente. aa) Presidente: Antonio
Campanha Junior; Secretário: Ismael Ferraz; Acionista: Banco Bradesco S.A. representado por
seus Diretores Vice-Presidentes, senhores Marcelo de Araújo Noronha e André Rodrigues Cano.
Declaração: Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata lavrada no
livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. aa) Presidente:
Antonio Campanha Junior; Secretário: Ismael Ferraz. Certidão - Secretaria de Desenvolvimento
Econômico - JUCESP - Certifico o registro sob o número 27.579/23-2, em 20.1.2023. a) Gisela
Simiema Ceschin - Secretária Geral.
CHAPADA DO PIAUÍ I HOLDING S.A.
CNPJ/ME 20.512.213/0001-00 - NIRE 35.300.466.802
EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS REFERENTE À 1ª (PRIMEIRA)
EMISSÃO DE DEBÊNTURES SIMPLES, NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES, DA ESPÉCIE COM GARANTIA
REAL E COM GARANTIA ADICIONAL FIDEJUSSÓRIA, EM SÉRIE ÚNICA, PARA DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA,
COM ESFORÇOS RESTRITOS DE DISTRIBUIÇÃO, DA CHAPADA DO PIAUÍ I HOLDING S.A.
Nos termos da Cláusula VIII – Assembleia Geral de Debenturistas do “Instrumento Particular de Escritura da 1ª (Primei-
ra) Emissão de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, da Espécie com Garantia Real e com Garantia Adicio-
nal Fidejussória, em Série Única, para Distribuição Pública com Esforços Restritos de Distribuição, da Chapada do Piauí
I Holding S.A.”, celebrado em 12 de agosto de 2015, aditado em 15 de setembro de 2015, em 04 de janeiro de 2016 e
em 18 de setembro de 2018 (“Escritura de Emissão” e “Debêntures” e “Emissora”, respectivamente), ficam os titula-
res das Debêntures (“Debenturistas”) convocados a participar da Assembleia Geral de Debenturistas (“AGD”), que se
realizará, em segunda convocação, no dia 10 de fevereiro de 2023, às 15:30 horas, exclusivamente por meio di-
gital, através da plataforma teams (“Plataforma Digital”) sendo aplicáveis as normas previstas na Lei 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”), e regulamentada pela Resolução CVM n° 81,
de 29 de março de 2022 (“Resolução CVM nº 81/2022”), nos termos deste Edital, a fim de deliberarem sobre a seguin-
te ordem do dia (“Ordem do Dia”): (a) A eventual declaração do vencimento antecipado das obrigações decorrentes da
Escritura de Emissão, termos da Cláusula 5.1 (bb), por conta da alteração de controle (nos termos da definição de con-
trole prevista nos artigos 116 e 243, §2º, da Lei das Sociedades por Ações) indireto da Emissora e de suas SPEs, em vir-
tude da aquisição da totalidade das ações de emissão da Contour Global plc pela Cretaceous Bidco Limited (“Bidco”),
companhia detida por fundos de investimentos geridos por Kohlberg Kravis Roberts & Co LP (“KKR”) e suas afiliadas.
Considerando que a AGD será realizada de modo exclusivamente digital, nos termos do Artigo 70, inciso I da Resolu-
ção CVM nº 81/2022, a Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) disponibiliza-
rá aos Debenturistas, as informações contendo os procedimentos de acesso ao sistema eletrônico do fórum de delibe-
ração seguro (link e senha de acesso), sendo permitido ao Debenturista participar e votar a distância por meio de Bo-
letim de Voto à Distância, conforme modelo de instrução anexo a Proposta da Administração que será disponibilizada
no site da Emissora e do Agente Fiduciário. Por fim, os termos iniciados em letra maiúscula, não definidos neste edital
de segunda convocação, terão o mesmo significado a eles atribuídos na Escritura de Emissão. Observado o disposto no
artigo 126 Lei das Sociedades por Ações e do Artigo 72, §1º da Resolução CVM nº 81/2022, os Debenturistas deverão
encaminhar, no prazo de 02 (dois) dias úteis anteriores à data da AGD, para a Emissora nos e-mails ext.alexandre.rodri-
gues@contourglobal.com e benoit.galzain@contourglobal.com, com cópia ao Agente Fiduciário para o e-mail fiducia-
rio@trusteedtvm.com.br, cópia dos documentos comprobatórios de sua representação, bem como lista da(s) sociedade(s)
e/ou fundo(s) que representam e suas respectivas quantidades. Referidos documentos deverão contemplar: (i) quando
pessoa física: cópia digitalizada de documento de identidade válido com foto do debenturista (Carteira de Identidade
Registro Geral (RG), Carteira Nacional de Habilitação (CNH), passaporte, carteira de identidade expedidas pelos conse-
lhos profissionais e carteiras funcionais expedidas pelos órgãos da Administração Pública, desde que contenham foto
de seu titular); (ii) quando pessoa jurídica: (a) último estatuto social ou contrato social consolidado, devidamente re-
gistrado na junta comercial competente; (b) documentos societários que comprovem a representação legal do deben-
turista; e (c) documento de identidade válido com foto do representante legal; (iii) quando fundo de investimento, (a)
último regulamento consolidado do fundo; (b) estatuto ou contrato social do seu administrador ou gestor, conforme o
caso, observada a política de voto do fundo e documentos societários que comprovem os poderes de representação em
Assembleia; e (c) documento de identidade válido com foto do representante legal; e (iv) caso qualquer dos Debentu-
ristas indicados nos itens (i) a (iii) acima venha a ser representado por procurador, além dos respectivos documentos
indicados acima, deverá encaminhar procuração com poderes específicos para sua representação na Assembleia, obe-
decidas as condições legais, acompanhado de documento de identidade válido com foto do outorgante, caso a procu-
ração não tenha reconhecimento de firma ou abono bancário. Ressalta-se que os Debenturistas poderão participar da
Assembleia ainda que não realizem o depósito prévio referido acima, bastando a apresentação de tais documentos, por
meio dos e-mails informados acima, até o horário de abertura da Assembleia. Em qualquer caso, na entrega dos do-
cumentos, será verificada a titularidade do Debenturista, sem prejuízo de nova confirmação, na data de realização da
AGD, da efetiva titularidade e quantidade de Debêntures detidas por cada Debenturista no dia imediatamente anterior.
São Paulo, 01 de fevereiro de 2023. TRUSTEE DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS LTDA.
GAFISA S.A.
Companhia Aberta
CNPJ/MF nº 01.545.826/0001-07
NIRE nº 35.300.147.952
AVISO AOS ACIONISTAS
PEDIDO PÚBLICO DE PROCURAÇÕES
Esh Theta Fundo de Investimento Multimercado, fundo de investimento inscrito no CNPJ/ME
sob o nº. 23.799.268/0001-30, com sede na cidade e estado de São Paulo, na Av. Brigadeiro
Faria Lima, nº. 3400, 10º andar, Itaim Bibi, CEP 04.538-132 (“Solicitante”), titular de 7.286.401
(sete milhões, duzentas e oitenta e seis mil, quatrocentos e uma) ações ordinárias (GFSA3) de
emissão da Gafisa S.A. (“Companhia” ou “Gafisa”), o que representa uma participação acionária
correspondente a mais de 14% (quatorze por cento) do capital social da Companhia, sendo acio-
nista dela desde 23/07/2020, neste ato representado por sua gestora Esh Capital Investimentos
Ltda., sociedade empresária limitada, inscrita no CNPJ sob o nº. 22.006.806/0001-20, com sede
na Rua Cunha Gago, nº 700, 14º andar, conjunto 141, Pinheiros, em São Paulo/SP, CEP 05421-
001 (“Esh Capital”), nos termos do artigo 50 e seguintes da Resolução CVM nº. 81, de 29 de
março de 2022 (“Resolução CVM 81”), vem promover Pedido Público de Procurações para deli-
berações e votos a respeito da ordem do dia da Assembleia Geral Extraordinária da Companhia,
que se realizará, em primeira convocação, em 10/02/2023, às 18h, conforme Edital publicado
pela Companhia nos dias 17, 18 e 19/01/2023 no Valor Econômico, tendo como ordem do dia:
“Nos termos dos artigos 120, da Lei das S.A. e 50, do estatuto social da Companhia, a suspen-
são do exercício dos direitos políticos até a publicação de edital de oferta pública de aquisição de
100% das ações da Companhia, dos veículos geridos e/ou administrados por Planner Corretora
de Valores S.A., MAM Asset Management Gestora de Recursos Ltda., Trustee Distribuidora de
Títulos e Valores Mobiliários Ltda. e Banco Master S.A., bem como de pessoas, físicas e jurídi-
cas, ou outros fundos de investimento que tenham qualquer tipo de ligação com Nelson Sequei-
ros Rodriguez Tanure, em razão do descumprimento do art. 44 do estatuto social da Companhia,
porquanto atingiram, em conjunto, participação acionária de, pelo menos, 44,33% do capital
social da Companhia, sem terem cumprido a obrigatoriedade de lançamento de oferta pública de
aquisição das ações dos demais acionistas da Companhia.” (“AGE”).
O Solicitante entende que os acionistas devem APROVAR a proposta formulada pelo Solicitante,
na medida em que Nelson Sequeiros Rodriguez Tanure (“Nelson Tanure”), por meio de veículos
geridos e/ou administrados pela Planner Corretora de Valores S.A. (“Planner”), pela MAM Asset
Management Gestora de Recursos Ltda. (“MAM Asset”), pela Trustee Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários Ltda. (“Trustee”) e pelo Banco Master S.A. (“Banco Master” e, em conjunto
com Planner, MAM Asset, Trustee “Grupo Econômico Nelson Tanure”), alcançou participação
acionária superior a 30% do capital social da Gafisa – o que resultou no acionamento do gatilho
da proteção à dispersão acionária (“Poison Pill”) –, sem ter sido efetivada a oferta pública de
aquisição de ações dos demais acionistas (“OPA”), conforme manda o art. 44 do estatuto social
da Companhia. Consequentemente, em razão do direto, claro e específico descumprimento de
obrigação estatutária, os direitos políticos de todos os veículos ligados ao Grupo Econômico
Nelson Tanure devem ser suspensos até que seja realizada a OPA, conforme o art. 120 da Lei
nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (“Lei das S.A.”) e a própria tônica do art. 50 do estatuto
social da Companhia.
Cumpre consignar que tampouco o Grupo Econômico Nelson Tanure direcionou comunicado ao
Diretor de Relações com Investidores da Companhia informando tempestivamente a aquisição
de participação acionária relevante, nos termos do art. 12 da Resolução CVM nº. 44, de 23 de
agosto de 2021 (“Resolução CVM 44”).
Informações mais detalhadas, a minuta de procuração, as orientações para sua outorga e as
demais informações indicadas no Anexo Q da Resolução CVM 81 poderão ser encontradas no
site da Esh Capital (www.eshcapital.com.br). Em caso de dúvidas sobre o presente pedido, os
acionistas podem entrar em contato pelo e-mail contato@eshcapital.com.br.
São Paulo, 01 de fevereiro de 2023.
Esh Theta Fundo de Investimento Multimercado
E6 | Valor | São Paulo | Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023