CASO PROJETO INTEGRADOR – 6º PERÍODO – 2018 – 2º SEM
SITUAÇÃO FÁTICA 01
A empresa OLDMAN LTDA., foi constituída em 2008 pelos sócios
administradores Walter, Noel, Paulo e Ricardo. Após alguns anos de pesquisa, os sócios desenvolveram um produto revolucionário (do ponto de vista de seus idealizadores) no mercado de curativos. A fim de apresentar o produto aos consumidores, a empresa produziu um vídeo promocional de tendência agressiva, utilizando durante o filme, de modo jocoso e indevido, a marca do concorrente líder do mercado de curativos, THE BEST ATADURAS LTDA. (doravante denominada apenas TBA). A mídia foi divulgada na imprensa televisionada e atingiu um público extremamente grande, causando, do ponto de vista dos representantes da empresa TBA, graves danos à sua imagem, ensejando reclamação aos órgãos administrativos de controle de abusos midiáticos. Depois de um mês, o comercial foi retirado do ar. Não satisfeita, a empresa TBA identificou, na espécie, a ocorrência do crime previsto no artigo 195, inciso V, da Lei 9.279/96.
Considerando esta hipotética situação, responda para seu relatório PARCIAL,
justificadamente:
a) O tipo penal indicado se processa mediante qual modalidade de
ação penal?
b) Diante do cenário apresentado, qual deve ser o primeiro
movimento dos representantes da empresa TBA a fim de que os órgãos de persecução penal (leia-se, a Polícia Judiciária) sejam movimentados?
c) É possível a elaboração de notitia criminis? Se sim, quais são seus
requisitos? d) Discorra sobre os principais efeitos da concorrência desleal para o mercado neoliberal. CASO PROJETO INTEGRADOR – 6º PERÍODO – 2018 – 2º SEM
SITUAÇÃO FÁTICA 02
A empresa OLDMAN LTDA, tentando ampliar seus negócios, iniciou processo
de licitação, em 2010, com o Governo do Estado do Paraná, visando o fornecimento de 10.000.000 (dez milhões) de metros de emplastro para os postos de saúde de todo o Estado. Após os procedimentos iniciais do processo licitatório, Walter, Noel, Paulo Ricardo foram chamados ao Gabinete do Secretário de Saúde, Rosário da Silva, o qual, sem receio ou meias palavras, foi direto ao assunto e afirmou: “olha para vocês assinarem o contrato com a gente, necessitamos de 10% do valor contratado, o qual será destinado ao Governador para a próxima campanha eleitoral e, neste caso, se vocês concordarem, não criaremos nenhum entrave para a consecução do contrato e nos comprometemos a manter nosso relacionamento no próximo gorverno com outras licitações que vocês podem sair vencedores”. Considerando que o valor do emplastro era de R$ 3,50 (três reais e cinquenta centavos) o metro e ainda que o contrato tinha um valor de 35.000.000,00 (trinta e cinco milhões e quinhentos) mil reais, a propina a ser paga, segundo exigência do secretário de saúde, era de R$ 3.500.000,00. Após reunião e debate sobre o assunto, os sócios Walter, Noel, Paulo Ricardo, entenderam por bem pagar referida propina e aceitaram a dispensa da licitação. O valor foi avençado em “contrato de gaveta”, assinado pelos quatro sócios e por Alexandrino (laranja do Ministro da Saúde) e ainda por duas testemunhas da imobiliária de Alexandrino, o qual mantinha essa atividade para ocultar e justificar os valores ganhos com a propina entre ele e Rosário da Silva. No referido “contrato de gaveta” constou como objeto principal, visando ocultar o valor ilícito da propina, a compra de um imóvel, apartamento situado em Curitiba/PR, no bairro Cabral, com três dormitórios, de 380 metros quadrados de área total, referência 15258 da Imobiliária. O valor da venda do imóvel foi de R$ 1.500.000,00 (Hum milhão e quinhentos mil reais). Combinaram que a entrega do dinheiro seria em duas vezes, em espécie, entregue em mãos para Alexandrino no seu escritório. No dia da primeira entrega, a Polícia Federal, que já investigava a empresa OLDMAN LTDA, pelo crime do artigo 195, VI da Lei 9.279/1996 e realizou interceptação telefônica do aparelho móvel de Walter, Noel, Paulo e Ricardo, pelo crime previsto no artigo 89, Lei 8.666/1993, já que teria recebido notícia-crime e acabou por desvelar toda a trama. CASO PROJETO INTEGRADOR – 6º PERÍODO – 2018 – 2º SEM
Agentes da Polícia Federal aguardaram a entrada de Walter, Noe, Paulo,
Ricardo e Alexandrino no escritório. No momento combinado os policiais federais entraram no escritório e flagraram o momento exato em que Ricardo entregava uma mala com dinheiro em espécie e realizaram a prisão em flagrante de todos os envolvidos. O auto de prisão em flagrante foi lavrado pela Autoridade Policial Federal, tendo os conduzidos sido indiciados pelos seguintes crimes: a) Associação Criminosa e Organização Criminosa entre Walter, Noel, Paulo, Ricardo, Rosário da Silva e Alexandrino; b) Corrupção Ativa e Concussão de Rosário da Silva; c) Corrupção Passiva de Walter, Noel, Paulo e Ricardo; d) Lavagem de Dinheiro de Alexandrino e Rosário da Silva; e) Fraude em Licitações, artigo 89 da Lei 8.666/1993 de todos os envolvidos, inclusive do secretario da saúde e do Governador do Estado. Considerando esta hipotética situação, responda para seu relatório PARCIAL, justificadamente:
a) Apenas em relação ao direito penal material, a tipificação dos itens
“a”, “b”, “c” e “d”, utilizada pela Autoridade Policial, estão corretas? b) O contrato de gaveta, como um instrumento de manifestação de vontade, em sentido amplo, existe no mundo jurídico? Produz efeitos? c) Apenas em relação ao direito processual penal, a prisão em flagrante realizado pela Polícia Federal está de acordo? Explique. CASO PROJETO INTEGRADOR – 6º PERÍODO – 2018 – 2º SEM
SITUAÇÃO FÁTICA 03
Os sócios Walter, Noel, Paulo e Ricardo decidiram ampliar suas atividades
comerciais, entrando no comércio de Engenharia e Edificações, para tanto, constituíram a holding CONSTRUÇÕES S/A, doravante chamada de GRUPO THE CURE S/A. O GRUPO THE CURE S/A captou recursos para o financiamento de empreendimentos desenvolvidos no Brasil (emissão de três séries de Bonds), de modo que se tornou devedor solidário de aproximadamente R$ 7.000.000,00 (sete milhões de reais), havendo ainda obrigações recíprocas entre as sociedades do grupo, prejudicando de forma sistêmica a continuidade das atividades de todas as sociedade que o integram. O GRUPO THE CURE S/A realizou investimentos para o desenvolvimento de notáveis projetos de infraestrutura, destacando-se projetos com entes da Administração Pública por meio de contratos de concessão, como a construção e operação da Arena das Dunas e da Arena Fonte Nova, projetos de saneamento básico nas municipalidades de Guarulhos e Araçatuba. Outrossim, celebrou contratos com entidades privadas, como a construção da nova Arena do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e os focados no desenvolvimento da indústria naval brasileira. Nada obstante a magnitude do GRUPO THE CURE S/A, enquanto trabalhava junto a bancos e ao mercado de capitais no terceiro trimestre de 2014 para captação de recursos às necessidades financeiras previstas para 2015, informações veiculadas pela imprensa em decorrência da Operação Lava- Jato, tais operações foram suspensas, assim como, a partir das referidas informações, o BNDES suspendeu pagamento de seus financiamentos, impactando a geração de caixa operacional do GRUPO THE CURE S/A. Desta feita, aliando-se tais condições com outros fatores macroeconômicos, os ratings das notas de crédito do The Cure foram severamente rebaixadas, refletindo-se na iminente inadimplência do Grupo perante suas obrigações, visto que todos os contratos firmados pelo Grupo possuíam cláusulas de vencimento antecipado em hipótese de rebaixamento do rating ou cláusulas cross-default – isto é, diante do cenário de antecipação de dívidas com vencimento inicialmente previsto para 5 ou 7 anos, tornou-se absolutamente inviável ao Grupo honrar pontualmente suas obrigações, tornando-se imperativo o pedido de recuperação judicial, visando reestruturar suas dívidas e explorar regularmente seus numerosos ativos. CASO PROJETO INTEGRADOR – 6º PERÍODO – 2018 – 2º SEM
Neste caso, para o relatório PARCIAL, responda:
a) É cabível a recuperação judicial neste caso?
b) Se sim, quais seriam os requisitos? c) Se não, por que? CASO PROJETO INTEGRADOR – 6º PERÍODO – 2018 – 2º SEM
SITUAÇÃO FÁTICA 04
Os sócios Walter, Noel, Paulo e Ricardo, antes de solicitar a recuperação
judicial, em nítida intenção de dilapidar o patrimônio de suas empresas e inclusive o patrimônio pessoal, iniciaram simulações contratuais com terceiros, visando a alienação da totalidade dos bens móveis e imóveis que detinham a propriedade. Neste caso, para o relatório PARCIAL, responda, fundamentadamente:
1) É possível alguma tutela de urgência no âmbito processual civil?
2) Quais as implicações jurídicas, no âmbito do direito civil, sobre a confecção de contratos simulados?