ARQUIVO PESSOAL

Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 Nº 5.523

Garotinho
picado por
escorpião
está melhor
R$
a cada dia
1,00 ¢ PÁGINA 3

VIVO APÓS 6 FACADAS

Crime ocorreu na QE 40 do Guará II. Com ‡ Crimes com arma branca têm sido recorrentes

as principais lesões na mão e no pé e ‡ Quantidade de casos de feminicídio assusta no DF

precisou passar por atendimento no Hospital
de Base e não corre risco de morrer ‡ Violência contra a mulher está em escalada

¢ PÁGINA 3

ARQUIVO PESSOAL

COVARDE
Flamengo terá está foragido
velhos conhecidos na após matar
semifinal do Mundial companheira
¢ PÁGINA 16
com tiro
na cabeça
¢ PÁGINA 3
DIVULGAÇÃO

Minha Casa, ASTRÔNOMOS Superman,

LULA QUE Minha Vida Apesar do clima de DETECTAM Batman,
FLEXIBILIZAR carnaval, quadrilhas
volta com DEZENAS DE Flash e Cia.
IMPOSTO
DE RENDA novas juninas estão em alta SINAIS DO Cinema cheio
regras ¢ PÁGINA 8 ESPAÇO de heróis
¢ PÁGINA 4
¢ PÁGINA 4 ¢ PÁGINA 10 ¢ PÁGINA 12
02
DF/5/02/2023
2º PÁGINA

FALE AQUI WhatsApp (61) 99244-6926 TELEFONES ÚTEIS

Aeroporto Internacional 3364-9000
SLU (limpeza) 3213-0153
LUXO Tem alguma denúncia? Caesb (plantão) 115
Viu situações absurdas em sua comunidade? Não se acanhe: saque seu CEB (plantão) 116
A fome e a pobreza podemos deixar para
depois, né presidente Lula!? Em números
smartphone, faça o flagrante e envie a foto para o Zap-Zap do Aqui DF. Corpo de Bombeiros 193
atuais, as diárias em quarto de luxo em um Estamos esperando Correios 3003-0100
dos hotéis mais caros do Brasil já chegam Defesa Civil 199
perto de R$ 300 mil. Quantos pratos de Delegacia da Mulher 180
comida dariam para comprar com toda
essa grana? Quantas famílias poderiam ser
WhatsApp Promoções Aqui DF (61) 99157-1308 Detran
DFTrans
154
156, opção 4
atendidas? Era preciso gastar tanto? O Brasil Doação de órgãos 3315-1755
não estaria, segundo próprio presidente Lula, Adicione o nosso número em seus contatos, mande um “olá” e fique GDF (atendimento ao cidadão) 156
em entrevista à Rede TV, passando por uma por dentro de todas as informações sobre as promoções do Aqui DF. Metrô 3353-7373
grave crise de fome e pobreza? O exemplo Polícia Civil 197
para economizar nos gastos públicos já Polícia Militar 190
não poderia ter vindo do próprio Lula? Nos acompanhe também: Procon 151
Luciano Lima, Guará II Samu 192
Facebook: Aqui DF Instagram: @jornalaquidf Twitter: @aqui_df Receita Federal 146
Nova Rodoviária 3234-2185

Cartas para o Fale aqui devem ser enviadas para SIG, Quadra
2, lote 340, Brasília (DF), CEP 70.610-901 ou para o endereço

Cardápio popular
eletrônico aquidfredacao.df@dabr.com.br. Devem ter, no
máximo, 15 linhas e ser identificadas com nome, sobrenome,
CPF, carteira de identidade e localidade de residência.

Indicadores Os restaurantes
comunitários
Salário mínimo R$ 1.302
não abrem
INSS — Salário contribuição Alíquota
Até R$ 1.302 7,5%
aos domingos
De R$ 1.302,01 até R$ 2.571,29 9%
De R$ 2.571,30 até R$ 3.856,94 12%
De R$ 3.856,95 até R$ 7.507,49 14% ¢ Planaltina
Poupança (2/2/2023) 0,5848 Horário: de 11h às 14h
Cesta básica (dezembro/2022) R$ 728,78 Setor Recreativo e Cultural, Módulo Via
IPCA (dezembro/2022) 0,62% WL-1 A/NS-1 (perto da Administração Regional)
IGP-M (janeiro/2023) 0,21% ¢ Samambaia
Horário: de 11h às 14h
Dólar R$ 5,15 ADI/S, Conjunto 15, Lotes 1/2,
às margens da BR 060
¢ Ceilândia
Horário: de 11h às 14h
Previsão do tempo Serviço QNM 1, Bloco 1, Lote 1,
Antigo Salão de Múltiplas Funções
¢ Santa Maria
Temperatura no DF  FAMÍLIA Horário: de 11h às 14h
Av. Alagados, Área Central,
O Pátio Brasil Shopping recebe hoje a apresentação ‘A Festa junto ao prédio da Administração Regional
MÁX
Hoje
29º no Céu’. A peça teatral da Cia Fábula ocorrerá no piso P3 do ¢ São Sebastião
MÍN
shopping, a partir das 16h, com entrada gratuita e classificação Horário: de 11h às 14h
18º Centro de Múltiplas Atividades, Lote 2,
Muitas nuvens com indicativa livre. Mais informações em (61) 2107-7400 próximo a Administração Regional
pancadas de chuva isoladas
¢ Paranoá
Horário: de 11h às 14h
MÁX Amanhã Qd. 2, Lote A, Feira Livre, A.E.
30º ¢ Recanto das Emas
‡ Endereço: SIG, quadra 02 lote 340, Setor Gráfico, Distrito Federal, DF, CEP 70.610-901
MÍN Horário: de 11h às 14h
‡ E-mail: aquidfredacao.df@dabr.com.br
17º Avenida Recanto das Emas,
Muitas nuvens com pancadas Quadra 1, Lote 1, no Centro Urbano
de chuva e trovoadas isoladas Álvaro Teixeira da Costa Guilherme Augusto Machado
Diretor-Presidente Vice-Presidente Executivo ¢ Itapoã
Horário: de 11h às 14h
Ana Dubeux Leonardo Guilherme Lourenço Moisés Valda César
Quadra 61, Área Especial, Entreconjuntos D/E
6h04 18h46 Diretora de Redação Diretor Financeiro Superintendente de Negócios e Marketing ¢ Brazlândia
Horário: de 11h às 14h
Marcelo Agner Atendimento Comercial Quadra 36 Área especial nº 1, Vila São José
Editor 3214-1526 / 3214-1211
¢ Gama
Horário: 11h às 14h
Josemar Gimenez Vice-Presidente de Negócios Corporativos Complexo Esportivo do Gama,
Área Especial, Setor Central
Atendimento aos pontos de venda de jornal: 3342-1309
Redação: 3214-1550
Promoções: 3342-1000 ¢ Sobradinho II
Horário: 11h às 14h
D.A Press Multimídia
Área Especial 01, Conjunto 03,
Atendimento pessoalmente para pesquisa em jornais e cópias: SIG Quadra 2, nº 340, bloco I, Subsolo – CEP: 70610-901 – quadra 11, Expansão do Setor Oeste
13/02 20/02 27/02 05/02 Brasília – DF, de segunda a sexta, das 9h às 18h. / Atendimento para venda de conteúdo: Por e-mail, telefone ou pessoalmente:
de segunda a sexta, das 9h às 22h/ sábados, das 14h às 21h/ domingos e feriados, das 15h às 22h. / Telefones: (61) 3214.1575
* Cardápio sujeito a alterações durante o horário
/1582/1568/0800-647-7377. Fax: (61) 3241.1595. / E-mail: dapress@dabr.com.br / Site: www.dapress.com.br
de atendimento e no decorrer da semana
Fonte: Inmet

O PEQUENO THOMAS CAITANO NÃO CORRE RISCO DE MORTE
¢ ALÍVIO
Menino picado por
escorpião se recupera
Após mais de um mês de de
apreensão, veio o alívio. O pe-
queno Thomas, de dois anos,
não corre mais risco de morrer
devido a picada de um escorpião
no dia 1º de janeiro deste ano. A
informação foi divulgada pela
mãe dele, Adriana Caitano, que
apesar do alívio prega paciência,
afinal os danos cerebrais ainda
precisam de tempo para serem
tratados. O menino segue in-
ternado no Hospital Brasília de
Águas Claras.
A criança foi picada na cabe-
ça e passou por inchaços e pro-
blemas neurológicos e a famí-
lia chegou a pedir doações para
o tratamento. Porém, o quadro
se estabilizou e as melhoras clí-
nicas e laboratoriais foram vi-
síveis. Os médicos classificam
a situação como “milagre” e já
pontuaram que Thomas está
¢ NO GUARÁ
Homem sobrevive após levar seis facadas
Um jovem, de 25 anos, foi vítima
de uma tentativa de homicídio ao
ser atingido por seis golpes de faca
no meio da rua, na QE 40 do Guará
2. O suspeito, de 24 anos, foi preso
em flagrante.
CIDADES
ARQUIVO PESSOAL
com a sedação mínima e já res-
ponde a interações com os fami-
liares e acompanhantes.
Adriana não contém a felici-
dade mesmo sabendo que no
mínimo o menino ainda passa-
rá mais três semanas na UTI.
Como a picada do escorpião foi
na cabeça, ele teve inchaços ce-
rebrais que precisam de cuidado
e paciência. “O processo de rea-
bilitação ainda vai ser longo”, es-
creveu a mãe.
Em duas postagens nos sto-
ries, a mãe deu a explicação.
“Ouvimos de um dos médi-
cos há pouco literalmente: ‘O
Thomas ter passado por tudo
o que passou e estar aqui é um
milagre!’”, contou a mãe Adria-
na Caitano. “Temos certeza ago-
ra de que não corre mais o risco
de partir. A vida dele foi restituí-
da de vez”, comemorou.
O caso ocorreu na noite des-
sa sexta-feira (3/2), na SRIA II,
no Conjunto D. Segundo infor-
mações da Polícia Civil do Distri-
to Federal (PCDF), a vítima foi lo-
calizada sentada no chão de um
ATIROU E MATOU
A COMPANHEIRA
Mulher é baleada na cabeça em Ceilândia e
suspeito foge em carro. Arma foi apreendida
Izabel Guimarães, de 36
anos, levou um tiro na cabeça na
tarde de ontem e não resistiu. O
feminicídio ocorreu na QNP 30,
em Ceilândia. Segundo informa-
ções preliminares da Polícia Mili-
tar (PMDF), o suspeito de come-
ter o crime fugiu em um carro.
A vítima foi socorrida pelas
equipes do Corpo de Bombei-
ros (CBMDF). Inconsciente, ela
foi levada de helicóptero ao Hos-
pital de Base, mas não resistiu à
lesão. A PMDF conseguiu locali-
zar e apreender a arma utiliza-
da no crime.
PACIFICO
DISTRITO FEDERAL REGISTROU QUATRO CASOS DE FEMINICÍDIO APENAS NO INÍCIO DESTE ANO
estacionamento e estava sendo so-
corrida por populares.
Após cometer o crime, o autor
fugiu em direção à linha do trem.
As equipes fizeram ronda nas ime-
diações do local e localizaram o
¢ FEMINICÍDIO £
O homem suspeito de ati-
rar na cabeça da ex-mulher, em
Ceilândia, permanece foragido.
O agressor é Paulo Roberto Mo-
reira Soares, 38 anos, adminis-
trador, vigilante, aluno de um
curso de tiro e tem registro de
caçador, atirador e colecionador
De acordo com dados da
Secretaria de Segurança Públi-
ca do DF (SSP-DF), apenas na
primeira semana de 2023, fo-
ram registrados quatro casos
de feminicídios. O número é o
mesmo registrado durante to-
do o mês de janeiro em 2022.
suspeito próximo ao Conjunto E.
Ao receber ordem de parada, o sus-
peito correu para dentro de um ter-
reno e escondeu-se em um galpão,
mas foi capturado.
O homem apresentava lesão na
mão e no pé e precisou passar por
atendimento no Hospital de Ba-
se. Já a vítima, também foi levada
03
DF/5/02/2023
Durante todo o ano passado, 17
mulheres foram assassinadas
no DF, vítimas de feminicídio.
“Nossa ideia é ouvir a pers-
pectiva dessas mulheres no
combate à violência”, disse a
militante do Levante Feminista
Contra o Feminicídio - DF Entor-
no, Rita Andrade.
No primeiro semestre de
2022, o Brasil bateu recorde de
feminicídios, registrando cerca
de 700 casos no período. Em
2021, mais de 66 mil mulheres
foram vítimas de estupro; mais
de 230 mil sofreram agressões.
ao hospital e o estado de saúde é
considerado grave. A 4ª Delegacia
de Polícia (Guará) investiga o caso.
Há cerca de uma semana, um
homem morreu esfaqueado em
uma rua no Setor Leste da Estru-
tural. Ele apresentava sinais de es-
pancamento, além de nove perfu-
rações de arma branca.
04
DF/5/02/2023
PROGRAMA RENOVADO
Minha Casa, Minha Vida. Novo formato do programa será lançado até dia
15. Principal novidade é regionalização dos modelos de habitação popular
O governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) plane-
ja marcar o reinício do programa
Minha Casa, Minha Vida para as
próximas semanas, com a entre-
ga de 6.400 unidades habitacio-
nais. O ministro das Cidades, Ja-
der Filho, afirmou que, em diver-
sos municípios, os conjuntos já
estavam quase concluídos, de-
pendendo de detalhes para se-
rem entregues. A ideia, de acordo
com integrantes da pasta, é divul-
gar o novo formato do programa
até o próximo dia 15, com cerimô-
nia em Santo Amaro da Purifica-
ção, na Bahia, estado do ministro
da Casa Civil, Rui Costa.
A reformulação do programa
será uma das primeiras medidas
do governo na área social, antes
mesmo da revisão do Bolsa Fa-
mília. O programa habitacional,
marca do primeiro governo de
Lula, foi mudado de nome pe-
lo ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL), tendo passado a se chamar
Casa Verde e Amarela. No entan-
to, não decolou na gestão do ex
-presidente, e a entrega de novas
casas ficou abaixo da média dos
últimos anos.
De 2009 a setembro de
2020, foram entregues 1,49 mi-
lhão de casas, segundo relatório
¢ IMPOSTO DE RENDA
Isenção para
quem recebe
até 2 salários
A equipe econômica do presi-
dente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
pretende isentar trabalhadores que
recebam até dois salários mínimos
(cerca de R$ 2,6 mil) do pagamen-
to do Imposto de Renda da Pessoa
Física (IRPF) ainda em 2023.
A medida visa diminuir o impac-
to da falta de ajustes na tabela do IR,
que não recebe atualização desde
2015, e enfrenta a maior defasagem
¢ MORADIA £
GOVERNO FEDERAL FEZ UMA SÉRIE DE MUDANÇAS ANTES DA RETOMADA DO PROGRAMA
da Controladoria-Geral da União
(CGU). Em 2021, o governo fede-
ral concluiu cerca de 20 mil unida-
des habitacionais da antiga faixa
1 do Minha Casa, Minha Vida (pa-
ra famílias com renda mensal de
até R$ 2 mil), um número abaixo
da média dos últimos anos.
MEDIDA VISA DIMINUIR O IMPACTO DA FALTA DE AJUSTES NA TABELA
GERAL
Com a reformulação das re-
gras, o programa habitacional
passará a oferecer novos tipos de
habitação. A ideia é que haja pelo
menos três desenhos de mora-
dia e que elas sejam construídas
dependendo do perfil da cidade e
da necessidade das famílias. Uma
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL
das mudanças previstas é que ha-
ja apartamentos menores para fa-
mílias de apenas duas pessoas ou
de apenas um integrante.
Segundo membros do go-
verno, o modelo não pode ser o
mesmo em cidades de diferen-
tes portes.
da série histórica: 148,10%. Atual-
mente, quem ganha mais de R$ 1,9
mil por mês, cerca de um salário mí-
nimo e meio, já está sujeito ao tribu-
to federal e ao acerto de contas com
a Receita Federal.
De acordo com o cálculo feito pe-
lo Sindicato dos Auditores-Fiscais
da Receita Federal (Sindifisco Na-
cional), com base no Índice Nacio-
nal de Preços ao Consumidor Am-
plo (IPCA), que encerrou 2022 acu-
mulando 5,79%, a falta de correção
da tabela tem gerado um aumen-
to da tributação justamente sobre
pessoas de menor poder aquisitivo.
Segundo integrantes do Ministé-
rio da Fazenda ouvidos pela equipe
¢ VIDA LONGA
Cachorro de
30 anos bate
recorde
Bobi, de 30 anos e 268 dias, é
considerado o cachorro mais ve-
lho de todos os tempos, segundo
o Guinness World Records. O ani-
mal quebrou o recorde de quase
um século de Bluey, um cão pas-
tor australiano que viveu 29 anos
e 5 meses. O recordista é da ra-
ça rafeiro-do-Alentejo e vive em
uma aldeia rural de Portugal.
Segundo Leonel Costa, cui-
dador do cachorro, um dos fato-
res para a longevidade de Bobi é
o ambiente calmo em que ele vi-
ve. O animal nunca esteve preso
a uma coleira e sempre gostou
de passear livremente por flo-
restas e fazendas que cercam a
casa da família.
Bobi é descrito como um cão
“muito sociável”. Por causa da
idade, a mobilidade do cão está
reduzida. Ele passa a grande par-
te dos dias no quintal da casa on-
de mora com quatro gatos da fa-
mília. Outro impacto que veio foi
a piora na visão. Bobi tem esbar-
rado frequentemente em obstá-
culos ao caminhar.
Em 30 anos, o cão passou
por problemas de saúde apenas
uma vez. Em 2018, ele foi hospi-
talizado após desmaiar por cau-
sa de dificuldade respiratória. De
lá para cá, as consultas veteri-
nárias têm sido regulares e os
exames mostram que Bobi está
bem considerando a idade avan-
çada. O pet bebe cerca de 1 litro
de água por dia e costuma co-
mer “comida humana”.
do jornal Folha de S. Paulo, há pelo
menos duas formas de isenção em
análise.A primeira é a simples corre-
ção da tabela, ampliando a faixa de
isenção para o valor almejado pe-
lo governo. A outra reduz a renún-
cia de recursos, focando na isenção
nos trabalhadores que efetivamente
ganham até dois salários mínimos,
mantendo a tabela atual.
A correção da tabela foi um com-
promisso assumido pelo ex-presi-
dente Jair Bolsonaro, que terminou
o seu mandato sem cumprir a pro-
posta. No entanto, Fernando Had-
dad, ministro da Fazenda, disse que
não será possível realizar a correção
ainda este ano.
 DF/5/02/2023 05

on
A partir do dia 2 de janeiro de 2023, você
poderá solicitar seu anúncio do Classificados
Correio Braziliense em um dos nossos canais:

61 3342-1000 (opção 04)

61 99463-2159
Sig Qd 02, lt. 340 bl. 2

As atividades presenciais das lojas de Taguatinga

Centro e Asa Sul serão encerradas no dia 30/12/2022.

A equipe do Classificados Correio Braziliense

deseja um Ano Novo repleto de boas notícias!
06
DF/5/02/2023
CURSOS E EVENTOS
Cidadania
Inscrições abertas no Instituto
Brasília Ambiental, até o dia 15 de
fevereiro, para quem desejar atuar
no projeto Voluntariado do Parque
Ecológico Veredinha, em Brazlândia.
A fim de promover ações educativas
para a comunidade com foco nas
nascentes do parque, assim como
revegetar com espécies nativas
nas áreas degradadas, suprimir
e controlar espécies invasoras
e proporcionar compreensão
acerca da importância do parque
para Brazlândia. Os interessados
deve se inscrever pelo site
voluntariadoemacao.sejus.df.gov.br,
a seleção é por meio de entrevista.
Apoio
O Conjunto Nacional desenvolve
o projeto Volta às Aulas Solidário,
que arrecada itens de material
escolar. São aceitos cadernos,
mochila, estojo, lápis e demais
itens. As doações serão recebidas
até dia 28 de fevereiro, no horário
de funcionamento do Shopping,
no Espaço Sustentável, localizado
2º piso. Todo o material será
entregue às Instituições Ainda Há
Esperança (AIHE), de Samambaia,
que atende famílias em risco de
vulnerabilidade e o Projeto Estrela,
organização social que ajuda
crianças e jovens de baixa renda.
Medicina
Especialização em Preceptoria de
Residência Médica - Lato Sensu
dispõe de vagas em processo
seletivo até o dia 10 de fevereiro. São
400 vagas ofertadas pelo Ministério
da Saúde, em parceria com o
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
(HAOC), instituição responsável
pela especialização e certificação do
curso. É gratuito e tem como público-
alvo discentes de nível superior em
medicina que exercem atividades
de preceptoria, supervisão
ou coordenação, atuantes em
Programas de Residência Médica,
e credenciados pela Comissão
Nacional de Residência Médica
GERAL
(CNRM). As inscrições serão
realizadas exclusivamente por meio
de formulário online, disponível
em proadi.eadhaoc.org.br.
Internet
Projeto Quem quer ser Youtuber?,
de autoria do Instituto Movimenta
São Sebastião, oferece terças e
quintas-feiras cursos gratuitos
focados em alavancar iniciativas
de comunicação em mídias sociais.
Interessados podem aprender
sobre as funcionalidades e como
adquirir engajamento na plataforma
YouTube. Além de conhecer aspectos
técnicos de configuração para
ter filmagens de qualidade, como
fazer análise de receptividade
do conteúdo. As aulas ocorrem
na sede do Instituto Movimenta
São Sebastião. Turma I entre as
9 e 11h e Turma II das 14 às 16h
Cozinha
Em Ceilândia, estão abertas
inscrições para as aulas da Escola
Móvel de Gastronomia. Ministradas
presencialmente e online, as
inscrições podem ser feitas no
site escolamoveldegastronomia.
com.br até dia 20 de fevereiro.
Os cursos ocorrem durante os
meses de fevereiro e março, ao
lado da Administração Regional
de Ceilândia. O projeto conta com
vagas em confeitaria, doceria,
salgaderia e pizzaiolo, além de
áreas de gerenciamento como
garçom/ garçonete, vendas online
e gerenciamento de mídias sociais.
Carreira
IFB Campus Estrutural oferece
240 vagas em cursos presenciais
de formação inicial e continuada,
distribuídas em cursos de auxiliar
administrativo, inglês básico,
espanhol básico e intermediário,
libras básico e empreendedorismo.
Inscrições devem ser feitas pelo
site processoseletivo.ifb.edu.br
até o dia 8 de fevereiro. A seleção
será por sorteio eletrônico e o
resultado divulgado dia 10 deste
mês. O Campus Estrutural fica
na Área Especial 01, Quadra 16,
Cidade do Automóvel. Atendimento
pelo contato (61) 2103-2160.
Música
O festival de forró e piseiro Viiixe
chega pela primeira vez na Capital
Federal no dia 11 de fevereiro no
Estacionamento da Arena BRB
Mané Garrincha. O evento conta
com apresentações de nomes
clássicos do gênero como João
Gomes, Mari Fernandez, Xand Avião,
Zé Vaqueiro, Tarcísio do Acordeon
e Vitor Fernandes. Ingressos estão
à venda no site Brasil ticket, a
custo de R$ 300 a inteira e R$ 150
a meia. Viiixe é fruto da parceria
entre as produtoras Tapajós
Produções, Top Eventos, Vybbe, Top
7 Entretenimento e o Grupo R2.
Sustentabilidade
O Espaço Conjunto Sustentável,
no shopping Conjunto Nacional,
promove no mês de fevereiro o
desenvolvimento de atividades
gratuitas de responsabilidade
socioambiental. Aos fins de
semana, exceto nos dias 18 e 19
de fevereiro, piso 2, na Praça de
Alimentação Norte, receberá
oficinas sustentáveis de Terrário e
Casa da Minhoca, desenvolvidas
pelo Instituto Arapoti. Para participar
basta efetuar a inscrição pelo
aplicativo do shopping, na aba
“Eventos”. Sobre o Instituto Arapoti:
www.institutoarapoti.com.br.
Diversão
O Espaço Casa inicia seu pré-
carnaval hoje, às 16h, com o musical
infantil Abre alas: Concerto à
doidivana. Com composições de
Chiquinha Gonzaga, o espetáculo
homenageia a maestrina e
compositora que revolucionou a
música e a sociedade brasileira na
virada do Século XX. Os ingressos
estão à venda pelo Sympla, com
primeiro lote a R$ 20,00 a inteira e
R$ 10,00 a meia e o segundo por R$
40,00 a inteira e R$ 20,00 a meia.
A classificação indicativa é livre. No
piso superior do shopping Casapark.
Contato por: (61) 3403-5300.
Cuidados
O Ministério da Saúde está
disponibilizando 10 mil vagas
para o curso gratuito de cuidado
em casos de mordedura de
animais e intoxicação por animais
peçonhentos, plantas tóxicas e
medicamentos, que estará com
inscrições abertas até o dia 9 de
fevereiro. A capacitação apresenta
o manejo que deve ser adotado
por profissionais de saúde em
unidades básicas de saúde nestes
quadros. O curso tem carga
horária de 30 horas e ocorrerá
de forma remota. Matrículas e
mais informações em unasus.
gov.br/cursos/oferta/419213.
Ancestralidade
No dia 14 de fevereiro, a partir
das 14h, o Complexo Cultural de
Planaltina-DF sediará a VII Edição
do Entardecer dos Ojás — Afro
Turismo e Cultura. O evento busca
o fortalecimento das religiões de
matrizes africanas, da cultura e do
turismo no DF e entorno, através da
música, dança e do conhecimento
das tradições do povo negro. O
complexo cultural está localizado no
Setor Administrativo de Planaltina-
DF, lote 02. Mais informações
no perfil do instagram @ile.
eiyeleoge. A entrada é gratuita.
Recreação
Atração Magic Ocean, no JK
Shopping, traz espaço recreativo
para crianças autistas, com uma
piscina de bolinhas gigante e
parquinho com escorregadores e
balanço. Destaque para o inédito
Magic Kraken, um escorregador
em formato de lula gigante com
mais de 6 metros de altura. Todas
as quartas-feiras, até o dia 22 de
fevereiro, na Praça de Eventos do
piso L1. à custo de R$ 15 por 30
minutos, responsáveis não pagam.
 07
LAZER & CIA DF/5/02/2023

LÍNGUA AFIADA
Dad Squarisi// dadsquarisi.df@dabr.com.br

AS PENETRAS
Francisco Mario Feijó é atento
observador das transformações
por que passa a língua. Uma das
mudanças que lhe chamam a
atenção trata do avanço dos
anglicismos no nosso idioma. É
dele a carta que aborda o assunto.
“Fico a pensar menos nos erros
de português e muito mais no
uso indiscriminado de palavras
e frases em inglês, que, vale
ressaltar, não é um fenômeno
apenas no Brasil. No Japão, é um
verdadeiro horror. Na França,
constato perplexo, utiliza-se week-
end em vez de fin de semaine...
“Vemos o nosso porto que de
Companhia Docas de Santos
passou para Codesp e agora
ostenta um nome inglês. Não
poderia ser Autoridade Portuária
de Santos e como subtítulo o tal
Santos Port Authority? Assim,
um dia teremos talvez o nome
Saints Port Authority. Já vi placas
de ruas, em Águas de Lindóia,
sendo traduzidas assim, nem se
poupando o nome próprio do local”.

Conversadeiras
3 Se a importada estiver incorporada ao Passatempo em vez de hobby.
‡

português em sua grafia original, escreva-a

As línguas adoram bater papo. Umas influenciam as
outras. Quanto maior o contato, maior a influência.
No século 19, o português sofreu grande influência do
francês. Assimilou várias palavras do idioma de Victor
Hugo. Abajur, garagem, bufê, balé servem de exemplo.
No 20, o inglês chegou com força total. Falado
‡ Compras em vez de shopping.
sem grifo ou qualquer destaque: rock, marketing,
shopping, show, know-how, software, hardware, ‡ Aparência em vez de look.
smoking, habeas corpus, marine, punk, lobby.
‡ Registro de entrada em vez de check-in.
4 Derivados de línguas estrangeiras se tornam
híbridos. Mantêm a estrutura original do
vocábulo e acrescentam os sufixos ou prefixos
‡

pela potência planetária, que vende como
ninguém sua música, seu cinema e sua
tecnologia, impôs-se como língua internacional.
O português incorporou muitos vocábulos.
‡
Registro de saída em vez de check-out.
Cópia de segurança em vez de backup.
da língua portuguesa: Byron (byroniano), Kant Senha em vez de password.
‡
(kantiano), Marx (marxista), kart (kartódromo),
Prazo máximo em vez de deadline.
Weber (weberiano), Thatcher (thatcherismo). ‡

A questão ficou tão banalizada que há regras para
emprego das estrangeirinhas.
Como lidar com as estrangeiras?
1(premiê),
Dê preferência à palavra vernácula: pré-
estreia, não avant-première; primeiro-ministro
não premier; começar, não estartar.
Indignado
Nem só Francisco Mario se indigna com o abuso
de estrangeirismos na língua. Outros também se
incomodam. Um deles é Marcelo Abreu, que trava
guerra impiedosa contra a invasão dos anglicismos na
língua portuguesa. Outro dia, exprimiu a indignação
com esta lista de penetras desnecessários:
Etc. e tal.
Grandes navegações
As grandes navegações escancararam as portas
do mundo. Oba! Os homens começaram a viajar
mar afora. Conheceram outros povos, que falavam
outras línguas, que se misturavam às dos forasteiros.
Ao voltar, os viajantes carregavam novas palavras

2buquê,
Prefira a forma aportuguesada à estrangeira:
gangue, chique, xampu, recorde, cachê, butique,
uísque, conhaque, panteão, raiom, gim.
‡

‡
Começar em vez de estartar.
Ajuda em vez de help.
na bagagem. Tinham, também, deixado vocábulos
por onde passaram. Assim, os estrangeirismos
foram ganhando nacionalidades locais.

“Rio recebe mega O hífen é castigo de Deus. São tantas regras e tantas
exposição sobre exceções que até o Senhor precisa consultar o dicionário.
LEITOR dinossauros”, escreveu
a GloboNews na
A GloboNews não foi ao pai de todos nós. Deixou de
aprender que mega- se encaixa na regra da maior parte

PERGUNTA telinha. A grafia

merece nota 10?
dos prefixos. Pede o tracinho quando seguido de h ou no
encontro de letras iguais: mega-história, mega-amizade,
Linda Souza, Rio mas megaexposição, megarreforma, megassalário.

“Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas.

FRASE Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados.”
CLARICE LISPECTOR
08
DF/5/02/2023
LAZER & CIA
¢ SÃO JOÃO £

ARRAIÁ NO CARNAVAL
Apesar de estarmos em fevereiro,

quadrilhas Juninas do Distrito
Federal dão início aos ensaios
Se engana quem pensa que os
preparativos para o ciclo junino só
começam após o carnaval. Dentro
do movimento dos quadrilheiros,
mal termina o período de compe-
tição e os grupos já iniciam o pla-
nejamento para os espetáculos
do ano seguinte. Com as quadri-
lhas do Distrito Federal e do entor-
no não é diferente. Assim que aca-
bou a temporada de 2022, os dire-
tores criativos já entraram em ce-
na para a produção das próximas
encenações. Existem juninas, por
exemplo, que deram início aos en-
saios já em 2022, como foi o caso
da Sabugo de Milho, de Taguatin-
ga, que começou a ensaiar em no-
vembro de 2022. “É paixão, dedi-
cação e muito trabalho. A gente se
prepara cedo porque o espetáculo
requer muito estudo e muita prá-
tica. Além da nossa paixão pelos
encontros e pelas pessoas que
estão lá, a gente também precisa
acostumar o nosso corpo para fa-
zer a arte junina”, conta Alê Souza,
rainha da Sabugo.
Este ano, o tradicional cir-
cuito promovido pela Liga
SAMUEL CALADO/CB
Independente de Quadrilhas Ju-
ninas do Distrito Federal e entor-
no (Linqdfe) deve começar mais
cedo. O presidente da instituição,
Márcio Nunes, conta que essa al-
teração se dá devido ao calendá-
rio junino do Brasil. “O concurso
nacional este ano será realizado
nos dias 8 e 9 de julho, em Canaã
dos Carajás, no Pará. Por isso, as
ligas e as federações estaduais
estão adiantando seus cronogra-
mas. Aqui no DF, para atender à
data, vamos começar a disputa
com as juninas do grupo espe-
cial, diferente das outras edições”.
A quadrilha Si Bobiá a Gen-
te Pimba, de Samambaia, atual
campeã do Distrito Federal, deve
iniciar os ensaios já neste domin- SI BOBIÁ A GENTE PIMBA, DE SAMAMBAIA SUL, JÁ COMEÇOU OS PREPARATIVOS PARA O MEIO DO ANO
go (05/2), no Complexo Cultural
de Samambaia, na 301 sul. De-
pois, os ensaios devem aconte- produzir e a fazer o movimento ju- do bairro São Francisco, em São “Estamos trabalhando para trazer
cer nos sábados e domingos na nino”. conta o Leandro Lira, diretor Sebastião, aos sábados e domin- uma coreografia mais ousada e
Escola Classe 108, também na Sa- de dança da Pimba. gos, a partir das 17h30, até o car- mais desenvolvida, sem perder
mambaia Sul. “O primeiro encon- Já a atual vice-campeã, a For- naval. Após o carnaval, os encon- a essência do São João. Por isso,
tro será para aquecer os “cambi- miga da Roça, vem ensaiando há tros serão realizados também aos precisamos começar bem cedo.
tos”, aquecer a memória e trazer pouco mais de um mês. Os encon- finais de semana no CED São Jo- Para entregar um excelente es-
à lembrança daquilo que nos traz, tros estão acontecendo no CED sé, na área especial do bairro São petáculo”, conta o presidente da
de fato, a vontade de continuar a São Francisco, na área especial José, também em São Sebastião. Formiga, Patrese Ricardo.

¢ PREPARATIVOS
SAMUEL CALADO/CB

confira onde tem ensaio junino

Amor Junino
Dia/horário: domingo, às 16h.
Local: Colégio Filos, no setor
Pérola, em Águas Lindas de Goiás.
Arroxa o Nó
Dias/horários: Sábado (18h) e
domingo (17h)
Local: CEF 1 do Paranoá, na Q3
Ae1 - Paranoá (ao lado do Fórum)
Eita Bagaceira
Dia: Domingo
Horário: 14h30
Local: CEF 26 na QNO 05/07,
em Ceilândia Norte - Setor O
Formiga da Roça
Dias: sábado e domingo
EQUIPES JÁ ESTÃO COM OS ARRANJOS A TODO VAPOR Horário: 17h30
Local: CED São Francisco, em
São Sebastião.
Pinga em Mim
Segunda, terça e quinta, das
19h30 às 22h, na quadra de es-
porte Q. 30, do Paranoá.
Rasga o Fole
Dia/horário: Domingo, a par-
tir das 15h
Local: Escola Municipal Maria
do Nascimento Paiva, na III Etapa
Jardim Céu , Valparaíso de Goiás
Ribuliço
Dias/horários: Sábado (20h) e
domingo (9h)
Local: CED 15, na EQNO 17/18
- Expansão do Setor “O”
Sabugo de Milho
Sábados e domingos, das 18h
às 22h.
Local: Céu das Artes, na QNM
28 - Ceilândia
Sanfona Lascada
Sábado (19h) e domingo (15h)
Local: CED 3, Setor M QNM 13
(Ceilândia)
Si Bobiá a Gente Pimba
Início dos ensaios dia 05 de fe-
vereiro, às 16h.
Primeiro ensaio: Domingo
(05/2), no Complexo Cultural de
Samambaia, na 301 sul
Ensaios posteriores: Domingo,
16h, E.C.108 (Samambaia)
DF/5/02/2023 09
10
DF/5/02/2023
LAZER & CIA

PASSATEMPO
SUDOKU PALAVRAS CRUZADAS
CURIOSIDADE

DIVULGAÇÃO/ESO

Respostas de ontem

Contato quase que imediato

Consideradas um dos fenômenos astronômicos mais misteriosos da atualidade, as
explosões de ondas de rádio liberadas no espaço e detectadas na Terra, denominadas
Rajadas Rápidas de Rádio (FRB), já eram intrigantes por si só por não ter origem definida,
mas se tornaram mais enigmáticos após um grupo de cientistas detectar 25 pontos do
espaço que emitiram rajadas repetidamente no Universo em um intervalo de dois anos.
As rajadas liberam mais energia em um milissegundo do que o Sol em três dias.
 11
LAZER & CIA DF/5/02/2023

¦
Gustavo Mioto
confirma que ficou com
HOJE NA TV
TV BRASÍLIA
SBT/DIVULGACAO
06h40 Pequenas Empresas

Key Alves, do BBB 23 05h00 Te Peguei

& Grandes Negócios
07h15 Globo Rural
Reservado em relação à vida pessoal, 07h00 Igreja Universal
cantor conta que pretende dar um 08h35 Esporte Espetacular
- AO VIVO
tempo na carreira artística para 10h20 Futebol
aproveitar tudo que conquistou 08h00 Te Peguei
12h30 Temperatura Máxima -
09h00 Capital de Prêmios
Robin Hood - A Origen
10h00 Mais Sertanejo
LUCAS MENNEZES

14h25 Minha Mãe Cozinha

11h00 Te peguei
Melhor Que A Sua
11h30 Vrum Brasília
15h45 The Masked
12h00 Pampa e Cerrado
Singer Brasil
13h00 Inovamed
17h30 Domingão Com Huck
13h30 Inovamed
20h30 Fantástico
14h00 AutoCar - reprise
23h10 Big Brother Brasil 23
14h30 Jasper Entreteniment
00h40 Domingo Maior -O
15h00 Inovamed
15h30 Inovamed Plano Perfeito

16h00 Te Peguei 02h20 Cinemaço - Assassino

16h30 Inovamed A Preço Fixo 2: A

17h00 João Kleber Show Ressureição

18h00 NFL na RedeTV

SBT
21h30 Encrenca
07h30 Programa Gilberto 20h00 Perrengue na Band 06h00 Jornal da Semana SBT
23h00 O Céu é o Limite
Amaral 22h30 3º Tempo 07h00 Pé na Estrada
- reprise
08h00 Band Motores 00h00 Breaking Bad - 07h30 SBT Sports
00h15 NFL na RedeTV
08h30 Tribuna Rural capítulo inédito 09h00 Última Marcha
01h45 João Kleber Show
09h00 Infomercial - Capital 01h00 Canal Livre 09h30 Notícias
02h15 Galeria Esporte Clube
de Prêmios 02h00 Show Business Impressionantes
03h00 Te Peguei
10h00 Show do Esporte 03h15 + Info 11h00 Domingo Legal

¦ BAND 10h30 Show de Esporte 15h00 Eliana (foto)

04h00 Cinema na Madrugada 11h30 Campeonato Alemão

GLOBO 19h00 Roda a Roda Jequiti
Claudia Raia faz ensaio 05h30 +Info 13h30 Show do Esporte 04h10 Corujão II - Tudo 19h45 Tele Sena
na fase final de gravidez 05h30 Band Kids - Os Chocolix 16h00 MasterChef Amadores Que Quero 20h00 Programa Silvio Santos
Atriz está com oito meses 07h00 Band Kids- O - reapresentação 05h20 Santa Missa 00h00 André Rieu e Orquestra
de gestação e espera Luca:
Diário de Mika 17h30 Campeonato Carioca 06h10 Globo Comunidade 01h00 SBT News na TV
‘Não há nada superior ao amor’

¦
FILME
Fabiana Karla anuncia Robin Hood –
fim do casamento
com Diogo Mello A Origem
Nas redes sociais, casal explica (Globo, 12h30)
REPRODUÇÃO/INTERNET

fator decisivo para o término

do relacionamento, em que (Robin Hood; Croácia Aventura/ Ação;
renovaram os votos em 2022 116 min) Um cruzado endurecido pela
batalha e um guerreiro mouro montam
uma revolta audaciosa contra a corrup-
FONTE: GSHOW/GLOBO ta coroa inglesa em uma releitura estili-
zada e corajosa do conto clássico.
12
DF/5/02/2023
LAZER & CIA

SEU SIGNO HOJE

rsaria
Anive
do di
ÁRIES de 21/3 a 20/4
Há coisas que precisam ser ditas, porém, o
mais desprovidas possível de qualquer tipo de
amplificação emocional que daria a impressão
de não se conhecer bem o assunto sobre o
qual se trata. Isso melhor não, em frente.
nte
a
LEÃO de 22/7 a 22/8
Suas reações podem ser legítimas e sua mente
pode estar coberta de razões para elas, mas
se os resultados são contraproducentes, você
precisa passar em revisão seus convencimentos
e entender melhor seus posicionamentos.
SAGITÁRIO de 22/11 a 21/12
Suas pretensões se realizariam de imediato
se você combinasse tudo antecipadamente
com as pessoas envolvidas, em vez de surgir
repentinamente com manobras que pegam
elas de surpresa, provocando resistência.

TOURO de 21/4 a 20/5 VIRGEM de 23/8 a 22/9 CAPRICÓRNIO de 22/12 a 20/1

Os interesses divergem, mas as pessoas As pessoas acertam, as pessoas desacertam, Quando as questões fundamentais não
envolvidas continuam precisando umas das você é pessoa, então você também participa são atendidas, é inevitável que se produza
outras, portanto, não há ruptura, há uma nova dessa coreografia de acertos e desacertos. desconforto. Há horas em que não tem outra
ronda de negociações para acomodar as Isso há de servir para tirar de cima o peso das saída a não ser deixar isso acontecer, porém,
novidades e incertezas de todo mundo envolvido. complicações emocionais e das cobranças. isso há de ser temporário, nada além.

GÊMEOS de 21/5 a 20/6 LIBRA de 23/9 a 22/10 AQUÁRIO de 21/1 a 19/2

As suas ações podem não ser muito sintonizadas Muito tempo é perdido com coisas sem sentido, Neste momento é importante que sua alma

ODD ANDERSEN/AFP
com os anseios que pretende realizar, mas isso mas carregadas de tonalidades emocionais
há de ser apenas temporário e não merece que as fazem parecer valiosas e importantes.
sua atenção. A questão principal é evitar Só que não! É bom ter clareza a este respeito,
chutar contra o próprio gol. Isso acontece. para não perder seu valioso tempo.
tenha muita clareza a respeito dos objetivos
concretos que persegue, para que o precioso
recurso, que é o tempo, seja investido com
sabedoria e eficiência, que são sinônimos.

CÂNCER de 21/6 a 21/7 ESCORPIÃO de 23/10 a 21/11 PEIXES de 20/2 a 20/3

Divulgar suas boas ideias antes de estarem
suficientemente amadurecidas para ser
levadas à prática abriria uma vulnerabilidade
que seria melhor descartar o quanto antes. O
tempo está ao seu favor, sem precipitação.
NEYMAR
Como sempre, você fará o que quiser, mas
(JOGADOR) isso não significa que fará o melhor, o mais
31 ANOS conveniente, porque sua alma se orienta por
emoções absolutas, que não consideram o
que é melhor, apenas o que é mais intenso.
A vida é como um seriado também, mas as
histórias vão se complicando a tal ponto,
que às vezes a alma perde o fio da meada
e se esquece de qual era a trama mais
importante, a que sustenta o seriado todo.

¢ CINEMA £
DIVULGAÇÃO

HERÓIS PARA
TODOS OS GOSTOS
Estúdios da DC Comics marcam as datas para estreias
de filmes como Superman: Legacy, Aquaman 2. Dois
Batmans devem aparecer ao mesmo tempo
São tantos projetos novos, em Liga da Justiça. A trama de The chega em 25 de dezembro. o ator
meio a outros filmes já produzi- Flash se passa depois dos even- Jason Momoa deve forjar uma
dos pela DC, que fica fácil se con- tos de Liga da Justiça, mostran- aliança perigosa com um aliado
fundir com o calendário do DCU. do Barry Allen viajando no tempo improvável para proteger Atlân-
Confira como fica o cronograma para evitar o assassinato da mãe, tida, e o mundo, da devastação.
de estreias: crime pelo qual seu pai foi injus- Superman: Legacy somente
Shazam! Fúria dos Deuses tamente condenado. em 11 de julho de 2025. O reboot ROBERT PATTINSON VOLTA A DAR VIDA AO HOMEM MORCEGO
chega ás telonas em 16 de mar- Já o Besouro Azul roda em 17 de Superman nos cinemas vai
ço. Asher Angel e Zachary Levi re- de agosto. O filme traz o ator Xolo ser escrito por Gunn e não se-
prisam seus papéis, respectiva- Maridueña (Cobra Kai) como Ja- rá estrelado por Henry Cavill. De quem irá dirigir e quem interpre- sua saga sombria do Homem-
mente, como o adolescente Billy mie Reyes/Besouro Azul. Bruna acordo com a DC, o filme não se- tará o Homem de Aço) ainda não Morcego em The Batman: Par-
Batson e o super-herói Shazam, Marquezine também está no lon- rá uma história de origem e ‘fo- foram reveladas. te II, que existe em um universo
na sequência do filme de 2019. ga, que será o primeiro filme de cará no Superman equilibrando Já Batman - Parte II foi anun- separado. Outro vindouro filme
The Flash está previsto para super-heróis da DC liderado por sua herança kryptoniana com ciado para 3 de outubro de 2025. da DC, The Brave and the Bold,
15 de junho. Ezra Miller retorna um elenco latino. sua educação humana’. Outras O diretor Matt Reeves e o ator apresentará uma nova versão
na pele do herói após o filme da Aquaman e o Reino Perdido informações importantes (como Robert Pattinson continuarão do Batman.
 DF/5/02/2023 13

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Tá na Clube, tá bom demais!
14
DF/5/02/2023
TIMÃO ENTRA EM CAMPO
Com Fausto e sem Yuri. Esse é o
Corinthians que vai para o jogo contra
o Botafogo-SP, nesta noite
O Corinthians finalizou ontem,
no CT Dr. Joaquim Grava, a pre-
paração para o confronto diante
do Botafogo-SP, que ocorre hoje,
pelo Campeonato Paulista. O últi-
mo treino do Timão para a parti-
da contou com a presença do vo-
lante Fausto Vera, mas não teve
Yuri Alberto.
O atacante sofre com um incô-
modo no tornozelo desde a pré-
temporada, e voltou a sentir dores
na região durante a vitória da equi-
pe no Majestoso do último domin-
go, no Morumbi. Assim, ele não foi
relacionado para o compromisso
do fim de semana e será desfalque
para o técnico Fernando Lázaro.
Sem o seu camisa 9, o treina-
dor terá duas opções para substituí
-lo: o veterano Júnior Moraes, que
atuou no primeiro jogo do Corin-
thians em 2023 - quando Yuri ain-
da não estava regularizado - diante
do Bragantino, ou os jovens Arthur
Sousa e Wesley, que vêm treinan-
do com o grupo principal nas últi-
mas semanas.
¢ DESFALCADO
Defesa é a
principal
preocupação
O São Paulo encerrou, na ma-
nhã de ontem, a preparação para
enfrentar o Santo André, pela sex-
ta rodada do Campeonato Paulis-
ta. O técnico Rogério Ceni, entre-
tanto, não terá à disposição o za-
gueiro Arboleda. Com uma tendi-
nite no joelho direito, o equatoria-
no seguiu em tratamento no Reffis
e não participou da atividade junto
ao restante do elenco.
Além disso, o Tricolor possui
mais sete desfalques no departa-
mento médico. Igor Vinícius e An-
dré Anderson, com pubalgia; Ra-
finha, com entorse no tornozelo
Por outro lado, Fausto Vera, to-
talmente recuperado de uma pan-
cada no pé direito, sofrida na estreia
do time no Estadual, enfim está de
volta.Já Maycon, em transição com
bola, e Cantillo, em recuperação de
uma lesão muscular, seguem fora.
Sendo assim, a provável escala-
ção do Corinthians para a partida é:
Cássio; Fagner, Gil, Balbuena e Fá-
bio Santos; Roni (Fausto Vera), Du
Queiroz, Renato Augusto e Adson;
Róger Guedes e Júnior Moraes.
Os trabalhos do dia começa-
ram com uma ativação na acade-
mia e, posteriormente, os atletas
foram ao Campo 3 para o aque-
cimento. Lá, Fernando Lázaro co-
mandou uma atividade tática e fez
os últimos ajustes visando do duelo
contra o Pantera. Houveram ainda
repetições de bolas paradas ofen-
sivas e defensivas.
O embate entre Corinthians e
Botafogo-SP está marcado para as
18h30 (de Brasília) de hoje, na Neo
Química Arena. O confronto é váli-
do pela sexta rodada do Paulistão,
ZAGUEIRO ARBOLEDA SEGUE FORA DE COMBATE NO TRICOLOR
esquerdo; Caio, Moreira e Diego
Costa passaram por cirurgias no
joelho; Ferraresi, por fim, com uma
ruptura do ligamento cruzado an-
terior do joelho direito só deve vol-
tar em 2024.
ESPORTES
¢ PAULISTÃO £
YURE ALBERTO SOFRE COM UM INCÔMODO NO TORNOZELO DESDE O INÍCIO DA TEMPORADA
onde o Timão ocupa a liderança do
grupo C, com dez pontos somados.
ROGER GUEDES
O atacante Róger Guedes é
um dos trunfos do Corinthians. O
RUBENS CHIRI/SÃO PAULO
Com isso, o São Paulo deve ter
mudanças no setor defensivo. A
principal delas é a promoção do
jovem zagueiro Beraldo no lugar
de Arboleda, formando dupla com
Alan Franco.
jogador foi destaque nos dois pri-
meiros compromissos da equipe
no estádio, em 2023, aos marcar
dois dos três gols do time.
“O professor Fernando Láza-
ro deixou o dia a dia muito leve”,
¢ GAÚCHO
Duas mordidas no lanterna
O Grêmio recebeu o Ai-
moré em casa e derrotou
o adversário por 3 x 0, em
duelo válido pela 5ª rodada
do Campeonato Gaúcho. Os
gols foram de Bruno Uvini e
Luis Suárez.
Líder do estadual, o Grê-
mio não demorou para abrir
o placar contra o lanterna da
competição. Aos 6 minutos
de jogo, após jogada ensaia-
da na cobrança de escanteio,
Cristaldo arriscou de longe
e o goleiro do Aimoré espal-
mou no travessão. No rebote,
o zagueiro Bruno Uvini cabe-
ceou para o gol.
RODRIGO COCA/AG. CORINTHIANS
declarou. Sob o comando de Lá-
zaro, o camisa 10 passou a ficar
“mais solto” em campo, com mais
liberdade para atuar nas beiradas
ou encostar em Yuri Alberto, mais
próximo à área.
Na volta do intervalo, o
Grêmio não poupou o adver-
sário. Aos 16 minutos da eta-
pa final, o meia Cristaldo co-
brou uma falta no campo de
ataque e achou Luis Suárez
para cabecear. O atacante se
antecipou ao defensor e mar-
cou o segundo gol tricolor.
Aos 41 minutos, Suárez
aproveitou o erro do zagueiro
do Aimoré e saiu cara a cara
com o goleiro. Com muita ca-
tegoria, o uruguaio finalizou
de trivela e decretou a vitória
gremista. Luis Suárez che-
ga ao seu quarto gol no Gau-
chão e é um dos artilheiros.
 15
ESPORTES DF/5/02/2023

BASQUETE – NBB
Pela segunda rodada do
1ª FASE Candangão, o Paranoá
Quarta-feira, 18/1 venceu o Brasília, de virada,
Pinheiros 94 x 83 Brasília por 2 x 1. Ricardo Oliveira
fez de pênalti. Paulo Rangel

FILIPE FONSECA/PARANOÁ
Bauru 97 x 73 Cerrado
(foto) e Daniel Guerreiro
Segunda-feira, 30/1 fizeram para o Paranoá.
Cerrado 91 x 98 Caxias do Sul Hoje, dois jogos no Serejão
Quarta-feira, 1/2 (Taguatinga). Às 10h, Santa
Brasília 78 x 88 Caxias do Sul Maria x Samambaia e 15h30
tem Taguatinga x Capital.
Quinta-feira, 2/2
Cerrado 99 x 107 União Corinthians
Sábado, 4/2
18h Brasília 88 x 101 União Corinthians CAMPEONATO CANDANGO CAMPEONATO MINEIRO
Quarta-feira, 15/2
19h 123 Minas x Cerrado 2ª RODADA 3ª RODADA
Sexta-feira, 3/2 Sexta-feira, 3/2
Sexta-feira, 17/2
Real Brasília 0x0 Ceilândia Democrata GV 1x1 Athletic Club
19h 123 Minas x Brasília Sábado, 4/2
Brasiliense 1x2 Gama
Sábado, 4/2 Democrata SL 0x1 Villa Nova
Paranoá 2x1 Brasília América-MG 1x0 Cruzeiro
Domingo, 5/2 Pouso Alegre 3x2 Patrocinense
VÔLEI – SUPERLIGA MASCULINA Samambaia x Santa Maria Tombense 2x0 Caldense
Taguatinga x Capital Ipatinga 0x1 Atlético-MG
1ª FASE 3ª RODADA 4ª RODADA
Quinta-feira, 5/1 Quarta-feira, 8/2 Terça-feira, 7/2
Minas 3x0 Brasília Gama x Real Brasília Athletic Club x América-MG
Brasília x Santa Maria Caldense x Ipatinga
Domingo, 15/1
Brasília 0x3 Farma Conde Ceilândia x Paranoá Cruzeiro x Pouso Alegre
Capital x Brasiliense Quarta-feira, 8/2
Domingo, 22/1
Quinta-feira, 9/2 Atlético-MG x Democrata-SL
Vôlei Renata 3x1 Brasília
Taguatinga x Samambaia Patrocinense x Tombense
Segunda-feira, 30/1 Villa Nova x Democrata-GV
Rede Cuca 3x0 Brasília
Segunda-feira, 6/2
CAMPEONATO PAULISTA
21h30 Brasília x Guarulhos
Sábado, 11/2 5ª RODADA CAMPEONATO CARIOCA
19h Sesi-SP x Brasília Santos 1x1 Ferroviária
Sábado, 18/2 Bragantino 0x1 Santo André 6ª RODADA
21h30 Montes Claros x Brasília Botafogo-SP 3x2 Guarani Quarta-feira, 1/2
Água Santa 2x1 Portuguesa Audax 0x0 Bangu
Inter de Limeira 1x0 Ituano Botafogo 0x0 Nova Iguaçu
VÔLEI – SUPERLIGA FEMININA São Bernardo 2x0 São Bento Flamengo 1x0 Boavista
São Paulo 1x2 Corinthians Quinta-feira, 2/2
1ª FASE
Quarta-feira, 1/2 Madureira 1x1 Portuguesa
Terça-feira, 10/1
Mirassol 0x2 Palmeiras Vasco 5x0 Resende
Osasco 3x0 Brasília
Sexta-feira, 13/1
6ª RODADA Volta Redonda 1x0 Fluminense
Praia Clube 3x1 Brasília Sábado, 4/2 7ª RODADA
São Bento 1x1 Mirassol Domingo, 5/2
Quinta-feira, 19/1
Brasília 3x2 Barueri Ferroviária 0x1 São Bernardo Bangu x Madureira
Sábado, 28/1 Guarani 0x1 Bragantino Boavista x Botafogo
Fluminense 3x1 Brasília Palmeiras 3x1 Santos Fluminense x Audax
Sexta-feira, 10/2 Domingo, 5/2 Segunda-feira, 6/2
16h Abel Moda x Brasília Ituano x Água Santa Portuguesa x Volta Redonda
Terça-feira, 14/2 Santo André x São Paulo Terça-feira, 7/2
21h30 Brasília x Flamengo Corinthians x Botafogo-SP Nova Iguaçu x Vasco
Quinta-feira, 23/2 Portuguesa x Inter de Limeira Sábado, 18/2
19h Sesi Bauru x Brasília Resende x Flamengo
 16
DF/5/02/2023
ESPORTES
PATRICIA DE MELO MOREIRA

MOUSSA MAREGA ¢ PARA SE REENCONTRAR

É O PRINCIPAL
DESTAQUE
DA EQUIPE
Fluminense tenta
sanar os problemas
Defesa exposta, ataque
inoperante, jogadores mal
tecnicamente e fisicamen-
te abaixo do esperado. O iní-
cio ruim de temporada bota
pressão no Fluminense, que
está longe de lembrar aque-
le time que ficou em terceiro
lugar no Brasileirão de 2022.
Mesmo com dificuldades
normais em início de ano, o
Tricolor vem sofrendo mais
do que adversários e busca
superar a sequência negati-
va de três jogos sem vencer
contra o Audax, hoje às 18h,
no Maracanã, pelo Campeo-
nato Carioca.
O momento não é de cri-
¢ MUNDIAL DE CLUBES £ se, mas inspira cuidados pe-
la semana conturbada. Pri-
meiro com a lavagem de rou-
(1 x 0), e vaias da torcida.
Além de não criar chances e
da pouca dinâmica do meio
de campo, a defesa se mos-
trou muito exposta e Fábio
salvou com grandes defesas.
A baixa eficiência ofensi-
va, com apenas cinco gols,
sendo dois contra, em seis
partidas é outro motivo de
preocupação. Uma das expli-
cações é a seca do artilheiro
Germán Cano, que não balan-
çou as redes em 2023. E o ti-
me tem procurado pouco o
seu principal atacante.
Em quatro jogos, o argen-
tino só conseguiu finalizar oi-
to vezes, numa média de ape-
nas duas por jogo, segundo o
Footstats. Com Cano pouco
acionado, o Fluminense, des-

MENGÃO DE OLHO
pa suja após Calegari bater
e perder o pênalti, mesmo
com os cobradores Ganso e
Arias em campo, na derrota
para o clássico com o Bota-
de o ano passado, fica com
poucas opções de finalizador
e goleador.
Tudo isso em um time
que é o mesmo que termi-

NAS ARÁBIAS
fogo (1 x 0).
Depois, a atuação muito
ruim em outro resultado ne-
gativo, para o Volta Redonda
MARCELO GONÇALVES/FLUMINENSE
nou bem a temporada. A úni-
ca mudança aconteceu na
última partida, quando Keno
entrou no lugar de Yago.

Nos pênaltis, Al Hilal vence o Casablanca e se garante

na próxima fase da competição contra o Flamengo
O primeiro adversário do Fla-
mengo no Mundial de Clubes se-
rá o campeão asiático que tem
dois ex-rubro-negros e levou um
time inteiro para a última Copa
do Mundo. O Al Hilal passou pe-
lo Wydad Casablanca, ontem, no
pênaltis, mas mostrou defeitos e
terá desfalques que favorecem o
lado brasileiro da disputa.
O representante asiático pas-
sou, mas não foi o melhor do con-
fronto. O time da casa foi superior
em muitos momentos e esteve
perto da classificação ao abrir o
placar. O fim do confronto apenas
nos pênaltis, com o gol de empate
nos acréscimos, reflete bem o ta-
manho do drama pelo qual passou
o time considerado favorito.
O mercado enriquecido pelo
petróleo atrai jogadores de todo
o mundo para a Arábia Saudita.
Seja da América do Sul ou vete-
ranos que fizeram trajetória no
futebol europeu. No caso do Al Hi-
lal, as estrelas estrangeiras estão
no ataque. Contra o Wydad, ele foi
formado pelo brasileiro Michael, o
nigeriano Ighalo e o franco-mali-
nês Marega. Há também o argenti-
no Vietto e o peruano Carrillo, que
se machucou ontem.
Marega é o grande nome por vir
recentemente de passagem vito-
riosa por Portugal. No Oriente Mé-
dio, manteve a veia artilheira, ape-
sar de ter passado em branco nes-
se sábado. Além dos atacantes, há
estrangeiros em outras posições,
como Cuéllar, no meio de campo,
e o coreano Jang na defesa.
TIME DE COPA
Fora os estrangeiros, o Al Hilal
emplacou, praticamente, um time
inteiro de convocados para a Copa
do Mundo pela Arábia Saudita. Fo-
ram 11 jogadores chamados para
o time nacional: um goleiro, quatro
defensores, cinco meio-campistas
e um atacante.
Para o rubro-negro que acredi-
ta em lei do ex, há duas más notí-
cias: o volante Cuéllar e o atacan-
te Michael são titulares do Al Hilal.
Ambos foram contratados pelo
clube árabe após se destacarem
com a camisa do Flamengo e são
peças importantes da equipe rival.
Assim como os destaques do
time, o treinador também é es-
trangeiro. O clube aposta no ar-
gentino Ramón Díaz, que é um
velho conhecido, já que treinou
o clube entre 2016 e 2018 e so-
ma títulos.
Há uma curiosidade sobre o
treinador: a única experiência no
Brasil, na verdade, não aconteceu
na prática. É que ele assinou com
o Botafogo em 2020, mas não as-
sumiu a equipe de cara por um
problema de saúde. O clube can- NEM O GOLEADOR CANO TEM LIVRADO O FLU DOS TOMBOS
sou de esperar e o demitiu.
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LONDRES, 1808, HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA. BRASÍLIA, 1960, ASSIS CHATEAUBRIAND

CORREIO BRAZILIENSE
BRASÍLIA, DISTRITO FEDERAL, 5 DE FEVEREIRO DE 2023 (DOMINGO) NÚMERO 21.874 • 74 PÁGINAS • R$ 6,00

Arquivo Pessoal
O sabor
do café
Confira a história das
charmosas cafeterias
da cidade. Cleice
Malheiros (centro),
com ajuda da
arquiteta Alice Silva Pão de queijo
na Suíça
(D) e da filha dela
Aila Haire (E) acaba Trabalho&
formação profissional
de abrir a Clarice
Café, inspirada na
escritora Clarice Casal brasileiro comercializa a iguaria mineira na terra do
Lispector. queijo. O próximo passo é seduzir o paladar dos alemães.

Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press

Governo abre negociação

sobre salário de servidor
Da ameaça
à covardia:
o terror do
feminicídio

Com a presença de seis ministros e 100 entidades sindicais, mesa de debates será retomada
Arquivo pessoal

na terça-feira. Categoria reclama de perdas de até 40%, mas há escassez de recursos

Izabel Guimarães,
36 anos, foi PÁGINA 7
assassinada dentro
de casa, na frente
da filha de 10 anos, Ed Alves/CB/DA.Press

pelo ex-marido
Paulo Roberto, 38, Tebet: “Pronta
para o fogo amigo”
em Ceilândia. Aluno
de clube de tiro, ele
disparou contra a
cabeça de Izabel e
DENISE ROTHENBURG / ENVIADA ESPECIAL
fugiu. PÁGINA 15
VICENTE NUNES / CORRESPONDENTE
Convidada do Lide Brazil Conference, em
Lisboa, a ministra do Planejamento disse
Chuvas e cachoeira: não temer o debate interno no governo Lula.
A defesa da democracia também foi tema do
mistura perigosa evento, que teve entre os participantes, além
de Simone Tebet, o presidente da Febraban,
PÁGINA 16
Isaac Sidney. PÁGINA 2

Balão chinês é
abatido pelos EUA Entrevista Ianomâmis
PÁGINA 9
O PSDB de Militares na
Eduardo Leite linha de frente
Governador gaúcho Forças Armadas
SUPERESPORTES assume presidência do lideram a retirada dos
partido e traça planos. garimpos da reserva
Um rival PÁGINA 4 indígena. PÁGINA 6

conhecido
Ana Dubeux Luiz Carlos Azedo
Assim como em 2019,
A educação patrimonial O rastro e a motivação
Flamengo terá o
é um exercício de dos planos e atos
Al-Hilal como
cidadania. PÁGINA 10 golpistas. PÁGINA 4
adversário na semifinal
do Mundial. Saiba
Carlos Alexandre Ana Maria Campos
quais são as valências
No Correio, em 1993, Distrital quer proibir
do clube saudita.
o flerte de Bolsonaro linguagem neutra e
com o golpe. PÁGINA 5 concurso. PÁGINA 14
PÁGINA 19
Severino Francisco Dad Squarisi
Sobre a beleza Como lidar com o abuso
Riscos da doença extraordinária da de palavras e frases
metabólica caliandra rosa. PÁGINA 15 em inglês. PÁGINA 21

Taxa de mortalidade por

A alegria está
tumores em paciente
com diabetes é 18%
maior. PÁGINA 12
de volta às ruas!
Mais de 15 mil pessoas dançaram e
cantaram, ontem, no Eixo Monumental,
com o bloco Suvaco da Asa. É o
“esquenta” para o carnaval, dois anos
após o início da pandemia. PÁGINA 17

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Política
2 • Correio Braziliense • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
Tebet avisa que não tem
medo de “fogo amigo”
A ministra do Planejamento é enfática ao dizer que não lhe falta coragem para o debate interno dentro do governo. E faz ainda um
relato do período de campanha, em que decidiu apoiar Lula, “um democrata”, quando se formou uma ampla aliança pela democracia
» DENISE ROTHENBURG
Enviada especial
» VICENTE NUNES
Correspondente
L
isboa — Considerada uma
das apostas do MDB pa-
ra 2026, a ministra do Pla-
nejamento, Simone Tebet,
continua no páreo, mesmo co-
mo parte da equipe do presi-
dente Lula. Pelo menos, essa é
a conclusão de muitos empre-
sários que ouviram o discurso
dela e as respostas de pergun-
tas da seleta plateia do Lide Bra-
zil Conference, em Portugal. Ela
disse estar preparada para en-
frentar os ataques do “fogo ami-
go” do governo e assegurou que
esse movimento em nada a inti-
mida, mesmo convivendo com
colegas que têm ambições po-
líticas para o próximo pleito. Ao
responder perguntas de empre-
sários, ela foi direta: “Sou cum-
pridora de missão. As vezes que
mais ganhei na vida foi quando
perdi. Não haverá 2026 se não fi-
zemos o dever de casa em 2023”.
Tebet foi enfática ao dizer que
não lhe falta coragem para o de-
bate interno dentro do governo.
“Meu ministério não é fácil. É
o ministério que diz não”, afir-
mou, referindo-se aos cortes no
Orçamento que virão pela frente.
“O presidente Lula diz que o fo-
co de todos nós, independente-
mente de esquerda ou de direita,
é o crescimento econômico. Is-
so passa pela rigidez fiscal. Serei
austera em relação a isso. Vou re-
ceber alguns cartões amarelos, se
perceber que vou receber verme-
lho, vou chegar com jeitinho para
o presidente e esclarecer a ques-
tão”, ressaltou. Ela acrescentou
que, “para grande surpresa”, tem
no ministro da Fazenda, Fernan-
do Haddad, um “grande parceiro”.
A analogia dos cartões do fu-
tebol saiu na sequência de uma
pergunta do chairman do Lide,
Luiz Fenando Furlan, ex-ministro
do Desenvolvimento no primeiro
governo de Lula. Ele contou que,
à sua época, diante da disputa in-
terna de ministros, ouviu do pre-
sidente da República que haveria
cartões amarelos em caso de “ca-
neladas” na equipe, mas que não
se preocupasse com cartão verme-
lho. Simone Tebet disse que tam-
bém não tem essa preocupação
“Bancos não abrem mão da democracia”
Lisboa — Os bancos não vão
abrir mão da democracia e darão
todo o suporte possível aos gover-
nantes eleitos. O aviso foi dado pelo
presidente da Federação Brasileira
de Bancos (Febraban), Isaac Sidney,
a uma plateia de empresários e in-
vestidores. “Para ajudarmos o Brasil
a manter os motores do crescimen-
to funcionando, precisamos, em-
presários e Estado, de democracia,
de robustez institucional, de estabi-
lidade política, de segurança jurídi-
ca e de previsibilidade”, afirmou. “A
Febraban continuará contribuindo
com a institucionalidade e a gover-
nabilidade brasileira”, acrescentou.
Segundo Sidney, o Brasil regis-
trou muitas turbulências neste iní-
cio de 2023 e não há como esticar
mais a corda do tensionamento po-
lítico. “O novo governo está traba-
lhando, o novo Congresso come-
çou seus trabalhos e o Supremo
Tribunal Federal retomou as ativi-
dades. Precisamos nos unirmos, o
Marcelo Camargo/Agência Brasil
“Meu ministério não é fácil. É o ministério que diz não”, afirmou Tebet, no Lide Brazil Conference, referindo-se aos futuros cortes no Orçamento
e que a equipe econômica — ela,
Haddad, Geraldo Alckmin e Esther
Dweck — está unida.
A ministra foi enfática ao di-
zer que o país só voltará a crescer
quando fizer o “dever de casa”. E,
na visão dela, são três os desafios:
reforma tributária, arcabouço fis-
cal, “tarefa do ministro Haddad”,
e um ambiente seguro para o in-
vestidor, dentro do PPI, o progra-
ma de parceria público privada
de investimentos. “O governo fe-
deral tem o recurso limitado, não
vamos crescer sem parceria com a
iniciativa privada. Vamos garantir
um ambiente seguro de negócios.
O investidor quer ter a garantia de
que vai investir, ter retorno e gerir,
sem sobressaltos”, afirmou.
Tebet anunciou que apresen-
tará ainda este ano um Plano
Plurianual de investimentos, o
PPA, que, nos últimos anos, foi
praticamente deixando de lado.
“O Brasil precisa voltar a crescer
e ser competitivo. E não faremos
isso sozinhos”, disse a ministra,
que inclui os empresários, em prol
da sociedade e do crescimento bra-
sileiro. Confiamos nas nossas insti-
tuições, que não fraquejaram, e nos
atores políticos do país”, ressaltou.
Na avaliação do executivo, o
país precisa ter, como único alvo,
o debate de ideias e de propostas.
“Estamos aqui hoje porque o se-
tor público e o capital dependem
um do outro. Como representan-
te do setor bancário, enfatizo que
nossa obsessão será perseverar na
direção de os bancos funcionarem
como uma alavanca para o cresci-
mento econômico. Fizemos isso ao
nos manifestarmos publicamente,
por duas vezes, em dois anos segui-
dos (2021 e 2022), em favor da pre-
servação da democracia”, disse no
Lide Brazil Conference.
Sidney destacou que, imedia-
tamente após o resultado eleito-
ral, a Febraban cumprimentou o
presidente Luiz Inácio Lula da Sil-
va e tornou pública a disposição
GOVERNO
referindo-se à necessidade de
reativar o Mercosul e o acordo
com a Comunidade Europeia.
Inspirada em Fernando Pessoa
e Ulysses Guimarães, a ministra
fez uma retrospectiva do governo
Jair Bolsonaro: “O Brasil passou os
últimos anos numa tormenta eco-
nômica, social política institucio-
nal, sanitária com um timoneiro
que não tinha uma carta náutica,
que não sabia ou não quis levar o
Brasil a um porto seguro”, disse,
referindo-se a um governo de “fa-
ke news, discursos de ódio, nega-
cionismo de todas as espécies, ne-
gando inclusive vacinas”.
Prioridade
O resultado da falta de rumo
do governo federal, disse Tebet,
foi um grande contingente de
brasileiros vivendo com algum
tipo de insegurança alimentar
e 33 milhões na mais absoluta
pobreza. O processo eleitoral,
segundo a ministra, resultou na
do setor de contribuir com o go-
verno eleito. “Reiteramos essa po-
sição quando o nome do ministro
Fernando Haddad foi formalmente
anunciado para comandar a pasta
da Fazenda”, frisou. “O setor bancá-
rio, igualmente, não hesitou em re-
pudiar, no dia 8 de janeiro, os atos
inaceitáveis de violência contra o
Estado Democrático de Direito.”
Na avaliação do representan-
te dos bancos, é preciso que as
forças políticas e empresariais
se unam em torno de um ponto:
“O Brasil precisa reencontrar o
caminho do crescimento econô-
mico sustentado, de longo prazo,
com equilíbrio das contas públi-
cas e maior inclusão social”. Ele
enfatizou que a parceria entre o
setor público e o empresariado é
a única saída que se enxerga pa-
ra que o país possa enfrentar suas
mazelas. “O Brasil precisa supe-
rar seus desafios e nenhum ator
político ou instituição, pública
eleição de “um democrata”, e
o país vive na “mais absoluta e
plena democracia. “Poucas ve-
zes tivemos a grata satisfação
de ver as imagens do dia 1º de
janeiro, multidão nas ruas pro-
clamando a alegria, a vitória do
livro sobre as armas”. Depois,
lembrou Simone, veio a “barbá-
rie de 8 de janeiro”, quando “um
grupo muito pequeno” depre-
dou patrimônio público.
Ela lembrou também que, ape-
sar da tentativa de golpe, “a demo-
cracia venceu” e fez questão de ho-
menagear o ministro do Supremo
Tribunal Federal Alexandre de Mo-
raes, “que com o rigor da lei, com
o devido processo legal e com ba-
se na Constituição tem sido rigo-
roso na tramitação do processo e
na punição desses que são golpis-
tas. Ainda neste mês, a Câmara e
o Senado elegeram dois presiden-
tes democratas. Com isso, a alian-
ça das eleições, a ampla força se
fortaleceu ainda mais depois dos
episódios de 8 de janeiro. Estamos
ou privada, tem condição de fa-
zer isso isoladamente”, assinalou.
País empacado
O presidente da Febraban afir-
mou, ainda, estar vendo disposição
do atual governo em dialogar. Tan-
to que tem promovido uma série
de conversas com representantes
da equipe econômica. Sabe-se, po-
rém, que o mercado financeiro ain-
da tem sérias restrições ao governo,
sobretudo sobre a forma como Lu-
la fala do ajuste fiscal e da indepen-
dência do Banco Central. Os ban-
queiros acreditam que, indepen-
dentemente dos ruídos políticos,
o presidente cumprirá a promessa
de não fazer aventuras na área fis-
cal, pois sabe que o controle da in-
flação é vital para a sustentação de
programas de renda. Não há Bolsa
Família que resista à carestia.
Recados políticos à parte, Sid-
ney disse que chegou a hora de o
Editor: Carlos Alexandre de Souza
juntos para garantir a união do
Brasil que queremos”.
A ministra revelou ainda que
pensou duas vezes antes de acei-
tar o Ministério do Planejamento,
diante e divergências na visão eco-
nômica, “mas o que os une é infi-
nitamente maior do eu aquilo que
nos separa. Temos divergência, mas
não temos antagonismo e isso faz
toda a diferença”, afirmou. Ela resol-
veu aceitar quanto se convenceu de
que planejamento será prioridade,
e a tarefa agora é colocar a criança,
o jovem e o idoso no orçamento. A
ordem será monitorar políticas pú-
blicas, para, diante da responsabili-
dade fiscal cumprir as metas sociais
do governo. Ela espera, junto com
Haddad e Geraldo Alckmin, cum-
prir a missão. “Entramos com espí-
rito coletivo para aprovar a reforma
tributária, uma nova âncora fiscal e
apresentar um PPA.”
Os empresários saíram com a
impressão de que 2026 é um fu-
turo distante que só virá se essa
missão for cumprida.
Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press
Presidente da Febraban garante “todo o suporte possível” ao governo
país sair do terreno dos diagnós-
ticos para focar em ações concre-
tas. “Confesso que é até constran-
gedor dizer isso, mas a verdade é
que já estamos cansados de tan-
tos diagnósticos. Todos bem sabe-
mos o que fazer e, principalmente,
o que não fazer. O que quero dizer
é que o Brasil continua, ano após
carlosalexandre.df@dabr.com.br
3214-1292 / 1104 (Brasil/Política)
É preciso virar
página,diz Doria
Lisboa — Ex-governador de
São Paulo, João Doria afirmou
que o Brasil precisa, urgente-
mente, virar a página das elei-
ções presidenciais, ainda fonte
de tensão no país. “A eleição foi
encerrada. Há um governo elei-
to e há que se respeitar a decisão
das urnas democraticamente. Há
que se respeitar, também, a opor-
tunidade para que esse governo,
que não tem 100 dias, possa exer-
citar corretamente suas práticas
e seus compromissos estabeleci-
dos durante a campanha”, disse.
A calmaria, acredita ele, será vi-
tal para o reforço da democracia.
Sobre o ex-presidente Jair Bol-
sonaro, caberá, segundo Doria,
à Justiça decidir se ele deve ser
preso. Derrotado nas eleições,
Bolsonaro é apontado como um
dos articuladores dos atos terro-
ristas que destruíram as sedes do
Três Poderes em 8 de janeiro. Ele
também teria participado de um
plano negociado entre o ex-de-
putado Daniel Silveira e o sena-
dor Marcos do Val (Podemos-ES)
que visava grampear o ministro
Alexandre de Moraes, do Supre-
mo Tribunal Federal (STF), pren-
dê-lo e impedir a posse de Lula.
Doria, que organizou o Lide
Brazil Conference, ressaltou as
posições colocadas por quatros
ministros do STF — Alexandre de
Moraes, Gilmar Mendes, Luís Ro-
berto Barroso e Ricardo Lewando-
wisk — durante o evento sobre os
movimentos golpistas no Brasil.
Eles enfatizaram a importância do
reforço da democracia, da defesa
da Constituição e da criminaliza-
ção, dentro das regras, daqueles
que precisam ser criminalizados.
No entender do ex-governador,
é preciso, sim, buscar os culpados,
sinalizar para que cumpram as
penas que estão previstas na lei.
“Mas não transformar isso numa
obsessão, porque a obsessão tan-
gencia o extremo e desvia o Brasil
de outros temas fundamentais.
Nós precisamos de crescimento
econômico, de redução da pobre-
za, de um comportamento am-
biental mais adequado, de novos
investimentos para o país, de atra-
ção de investidores internacio-
nais”, ponderou. (DR e VN)
ano, e não estou me referindo ao
governo atual, sendo um país de
muitas análises e de poucas ações.
Não saímos do lugar”, ressaltou. O
resultado disso são “taxas medío-
cres de crescimento há bastante
tempo, em vários governos, inde-
pendentemente de pandemias e
guerras”. (DR e VN)
 Correio Braziliense • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Política • 3

ASSUNTO G

Título 72
IMÓVEL
Sutiã
O rei dos
INVESTIMENTOS

NÍVIO
GONÇALVES
307 Noroeste

2° Ofício R5-161.417

2 QUARTOS 3 QUARTOS COB. DUPLEX

2 e 3 Qtos
Cob. 73 a 84 m2
1 suíte
115 m2
1 suíte
148 a 170 m2
1 suíte
Duplex Até 2 vagas
de garagem
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de garagem
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4 • Política • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Correio Braziliense
»Entrevista | EDUARDO LEITE | GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO SUL
Presidente do PSDB avalia início de Lula, destaca a necessidade de recomposição
das receitas dos estados e aposta que o seu partido irá resistir se definir a agenda
“Há diálogo com o governo,
mas ainda falta clareza”
» GUILHERME PEIXOTO
» ÍGOR PASSARINI
R
eeleito governador do
Rio Grande do Sul em
outubro do ano passado,
seis meses depois de re-
nunciar ao cargo, Eduardo Lei-
te (PSDB) assumiu, na última
quinta-feira, a presidência na-
cional da sigla tucana, depois
do ex-deputado pernambuca-
no Bruno Araújo deixar o cargo
de forma antecipada. De olho
no Palácio do Planalto, o po-
lítico assume o protagonismo
do partido em um momento de
reconstrução, no qual o PSDB
conta com apenas três gover-
nadores, três senadores e 13 de-
putados federais. Em entrevis-
ta ao jornal Estado de Minas,
dos Diários Associados, Leite
também criticou a polariza-
ção política no país e fez ques-
tão de ressaltar as suas diferen-
ças tanto com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) quan-
to com o ex-chefe do Executi-
vo Jair Bolsonaro (PL). “Somos
diferentes dos dois. Não preci-
so ser medido na régua estreita
que, na verdade, até os aproxi-
ma em algumas questões”, de-
clarou o governador.
O que ficou de mais importante
da reunião entre Lula e os
governadores?
O mais importante ponto da
reunião feita com o presidente foi
o fato de os estados apresentarem,
como prioridade, a recomposi-
ção de suas receitas, duramente
impactada no ano passado por
medidas equivocadas, lideradas
pelo governo federal e pelo Con-
gresso, com a perda de arrecada-
ção dos estados no ICMS. (Houve)
Uma forçada redução de impos-
tos provocada no ano passado. O
governo federal fechou 2022 com
arrecadação 9% maior, enquanto
no Rio Grande do Sul a arrecada-
ção caiu 11%. Tivemos essa per-
da, principalmente, por uma re-
dução forçada de impostos, em
decisão tomada a nível federal,
impactando os entes subnacio-
nais. Não é um dinheiro do go-
vernador ou do governo, mas da
educação e da saúde, que co-fi-
nancia programas federais. A ta-
bela do Sistema Único de Saúde
(SUS) não é reajustada há mais de
15 — talvez 20 anos. Recursos pa-
ra a merenda escolar também vi-
nham sem reajustes ao longo dos
últimos anos. O programa Minha
Casa, Minha Vida ou Casa Verde
e Amarela, chame como quiser,
é insuficiente para pagar todo o
custo da construção das habita-
ções. Os estados complementam
recursos. Temos subfinanciamen-
to nos programas federais de um
lado e, do outro, estados perdendo
arrecadação. É claro que isso com-
promete a capacidade de entregar
os resultados à população. Frisa-
mos o quão importante é termos
a recomposição dessas receitas.
Poderia citar um acerto e um
erro dos primeiros 30 dias do
governo Lula?
É difícil fazer essa classificação.
O erro é não ter, ainda, essa clare-
za de agenda econômica, o que ge-
ra certa insegurança, uma incerte-
za. Há uma preocupação. Lá atrás,
o Partido dos Trabalhadores pro-
tagonizou, especialmente no final
do segundo mandato de Lula e no
mandato de Dilma (Rousseff), uma
política econômica que gerou de-
sequilíbrio fiscal profundo ao país.
O deficit nas contas chegou a mais
de R$ 150 bilhões no governo Dil-
ma por gastos desenfreados e pou-
co compromisso com equilíbrio fis-
cal, gerando descrédito ao país. No
momento em que o mundo cres-
cia fortemente, o Brasil amargou
a pior recessão de sua história. O
governo do PT, com o presiden-
te Lula, começa sob essa preocu-
pação. Afinal: qual será a política
econômica e a política fiscal deste
governo? Quanto mais demora a
Itamar Aguiar/Palácio Piratini
Não considero que ser antagonista ao PT possa significar, de alguma
forma, se aproximar do bolsonarismo e de suas características, pois
somos, também, muito diferentes”
apresentar respostas, mais gera in-
certeza e insegurança. Relações de
negócios precisam envolver con-
fiança. Qualquer empreendedor
colocará seus recursos onde tiver
segurança e confiança de cumpri-
mento de contratos, das regras das
atividades econômicas, gerando re-
sultados a quem está investindo.
Essa incerteza é ruim para o país,
mas a gente dá, ainda, o benefício
do tempo para que o governo en-
contre seu rumo e apresente seus
caminhos.
E o acerto?
O acerto é a abertura ao diálo-
go. No governo passado, do pre-
sidente Bolsonaro, não houve
uma reunião como a que hou-
ve na sexta-feira (27 de janeiro),
entre governadores e o governo
federal. Pelo contrário: não só
não houve reunião, como o com-
portamento do ex-presidente era
sempre belicoso, de ataque aos
entes subnacionais e aos gover-
nadores, terceirizando, sempre,
as responsabilidades os proble-
mas do país. Tudo o que acon-
tecia de ruim no Brasil era culpa
de outra pessoa que não o pró-
prio presidente. Em geral, a cul-
pa era dos governadores, do Su-
premo Tribunal Federal e da im-
prensa, sempre atacando. Isso
criava um clima muito ruim pa-
ra o país. A abertura ao diálogo,
trazer de volta à arena política as
discussões, é um acerto. Espero,
seja, a prática que possamos ob-
servar ao longo do mandato do
presidente Lula, com quem não
tenho convergências — especial-
mente na área econômica — mas
por quem tenho respeito, espe-
cialmente pela legitimidade do
voto popular, que o colocou pa-
ra um terceiro mandato. Então,
vamos buscar trabalhar conjun-
tamente, a serviço dos interesses
dos brasileiros que vivem no Rio
Grande do Sul.
O PSDB sofreu perdas na última
eleição — não conseguiu
manter o governo de São
Paulo e viu a bancada federal
diminuir. Mas conquistou
governos importantes, como
o de Pernambuco, e manteve
o Palácio do Piratini. Como
o senhor encara o desafio de
assumir o partido e para onde
vai o PSDB agora?
As eleições recentes foram de
uma polarização intensa, que es-
treitou o caminho para o centro
democrático, que persistiu e re-
sistiu — e o PSDB resiste dentro
desse cenário de polarização. Pas-
sado o processo eleitoral, com a
bancada formada e os governos
estaduais que temos, o que preci-
samos fazer é trabalhar para, den-
tro da configuração que tomou a
política nacional, nos apresentar-
mos com força e vigor para sensibi-
lizar e mobilizar parcelas e grupos
da sociedade em torno da nossa
agenda. E, para conseguir fazer is-
so, temos de ter essa agenda apre-
sentada com clareza — inclusive,
para nós mesmos.
Dentro do próprio partido é
preciso que haja uma discussão
que permita, a todos os mem-
bros do PSDB, entender a agen-
da que nos une. Isso ficou mal
trabalhado ao longo de anos re-
centes diante da polarização. Tal-
vez pelo partido ter antagonizado
com o PT durante muito tempo,
no momento em que o espaço de
antagonismo ao PT passou a ser
exercido por outra força política,
notadamente pelo bolsonarismo,
talvez alguns tucanos tenham fi-
cado confusos diante desse ce-
nário político alterado em rela-
ção ao que, historicamente, ha-
via — e tenham se aproximado
do Bolsonaro por conta do anta-
gonismo ao PT que era exercido
pelo PSDB.
Pode explicar melhor?
É importante fazermos essa
discussão internamente, porque
não considero que ser antagonis-
ta ao PT possa significar, de algu-
ma forma, se aproximar do bol-
sonarismo e de suas característi-
cas, pois somos, também, muito
diferentes. Temos divergências
programáticas e ideológicas com
o PT, mas temos uma diferen-
ça profunda na forma como faz
política o bolsonarismo — e em
muitas das pautas que defende
o bolsonarismo, especialmente
nas que desrespeitam parcelas
da sociedade e grupos impor-
tantes da coletividade. Não res-
peitam a diversidade e os temas
ambientais, que são importantes
para nós, por exemplo. O parti-
do vai precisar promover essa
discussão para dentro, para que
haja uma clara compreensão, por
todos os membros, sobre quais
são as agendas que nos unem.
Não significa que a gente tenha
de concordar em absolutamen-
te tudo — isso não temos nem
dentro da família da gente; não
vai ser dentro de um partido po-
lítico que teremos convergência
absoluta. Mas a espinha dorsal
do que o PSDB defende precisa
ficar clara para todos. A estraté-
gia de comunicação dessa agen-
da que o partido tem precisa ser
trabalhada de forma estratégica
junto àqueles da sociedade que
mais queremos mobilizar em tor-
no da nossa agenda, para che-
garmos com força nos próximos
processos eleitorais, apresentan-
do caminho de sensatez, equilí-
brio, bom-senso e moderação,
mas com firmeza de convicção
em torno das agendas que que-
remos defender e ver prosperar
no debate político para o Brasil.
O senhor disse que o PSDB
tem diferenças tanto com o PT
quanto com o bolsonarismo.
Na atual conjuntura, é possível
dizer com qual dos campos o
partido tem mais diferenças?
Somos diferentes dos dois.
Não preciso ser medido na ré-
gua estreita que, na verdade, até
os aproxima em algumas ques-
tões. O PSDB olha para as ques-
tões sociais com preocupação.
Em nossa visão, é papel, sim, do
governo em um país com pro-
fundo abismo social, ser promo-
tor da igualdade. E, consequen-
temente, exercer, de forma firme,
o combate às desigualdades. Isso
significa colocar o governo não
apenas para dar igualdade de
oportunidades à população com
a educação, que precisa ser pro-
motora da inclusão no mercado
de trabalho, da capacidade críti-
ca e da cidadania. Precisa ser o
governo, também, um reparador
das desigualdades. Isso significa
ter políticas de transferência de
renda, de assistência social e pro-
gramas de habitação. Um olhar
para as pessoas que já ficaram
para trás e precisam ter a mão do
governo estendida para trazê-las,
com dignidade, ao exercício da
cidadania plena. Olhamos para
isso com atenção. Do outro la-
do, não podemos ter o desequi-
líbrio das contas. Precisamos ter
combate firme e efetivo à crimi-
nalidade. Não tem de fazer uma
opção entre ter um governo en-
xuto e que combata com força a
criminalidade ou ter um gover-
no sensível socialmente e que se
abra à diversidade. Entendemos
que, neste imenso país que te-
mos, é importante trilhar esses
caminhos conjuntamente. Preci-
samos combater a desigualdade
e precisamos respeitar equilíbrio
fiscal, modernizar a máquina pú-
blica com privatizações e refor-
mas estruturantes, para que o
governo seja capaz, justamente,
de sustentar as políticas públicas
de inclusão, que custam dinheiro
e são impactantes no orçamento
— e que precisam de orçamento
adequado e equilibrado para se-
rem sustentáveis no tempo.
NAS ENTRELINHAS
Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Três fatos, o rastro
e a motivação dos
golpistas
A denúncia do senador Marcos Do Val (Podemos-ES) de que
teria se reunido, na Granja do Torto ou no Palácio do Alvorada,
com o presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silvei-
ra, que está preso, para tratar de uma operação de inteligência
na qual gravaria uma conversa comprometedora com o presi-
dente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre
de Moraes, a fim de afastá-lo das funções, parece um conto de
carochinha, mas não é. Três episódios são objetivos para jus-
tificar uma grande investigação: primeiro, a troca de mensa-
gens por celular entre Do Val e Silveira; segundo, o encontro
com Bolsonaro e Silveira; terceiro, o relato feito do Do Val ao
ministro Moraes, na sede do próprio Supremo.
Protagonizada pelo senador, em visível estado de estresse
psicológico, a história parece um daqueles casos da literatura
noir norte-americana, nos quais a vida real e a ficção se mistu-
ram, a ponto de não se saber o que é uma coisa e o que é outra:
— Acho que o sr. Hoover quer que isso aconteça. Acho que
ele sente a coisa vindo.
— Nós todos andamos pensando nisso. Não é possível jun-
tar um punhado de rapazes sem que alguém puxe o assunto.
— Pode ser feito. E pode ser feito de modo a parecer que
nós não estamos envolvidos.
— Então, você está dizendo...
— Estou dizendo que é uma coisa tão tremendamente au-
daciosa que provavelmente jamais suspeitarão de nós. Estou
dizendo que, mesmo que suspeitem, os que estão no poder
jamais poderão ter uma prova conclusiva. Estou dizendo que
será montado um consenso de negação. Estou dizendo que
o povo quererá se lembrar do homem como algo que ele não
era. Estou dizendo que iremos apresentar uma explicação, e
que os que estão no poder irão preferi-la à verdade, mesmo
sabendo que é falsa.
— Faça isso. Faça acontecer.
Esse diálogo descreve o suposto momento decisivo da cons-
piração para o assassinato do presidente John Kennedy, em
Dallas, no romance policial Tabloide Americano, escrito por
James Ellroy, mas que só se consumaria no começo do seu ro-
mance seguinte. A trama ocorre entre 1958 e 1963, envolvendo
J. Edgar Hoover, o chefão do FBI; e Jimmy Hoffa, o presiden-
te da Irmandade Internacional de Caminhoneiros, a chamada
Teamster, cujo sindicato tinha 2 milhões de trabalhadores fi-
liados e que “desapareceu” em 1975 (ligado à máfia, seu corpo
jamais foi encontrado).
A narrativa descreve a
vida mundana na Casa
Branca e o glamour de BOLSONARISTAS
Hollywood, tendo como
elos Ava Garner, Frank EXIBIRAM
Sinatra e Marilyn Mon-
roe. No seu romance Dois
MÚSCULOS
mil em espécie, que co-
meça com o assassina-
SUFICIENTES
to do presidente dos Es- PARA ABRIR UMA
tados Unidos, em 22 de
novembro de 1963, o au- CPI NO SENADO
tor de Los Angeles, Cida-
de Proibida tece os basti- SOBRE OS FATOS
dores da suposta opera-
ção para encobrir os ver- OCORRIDOS EM
dadeiros mandantes do
crime, envolvendo poli-
8 DE JANEIRO,
ticos, policiais, agentes
secretos, mafiosos e exi-
COM PROPÓSITO
lados cubanos. DE INTIMIDAR
Sem medo O MINISTRO
Todo crime político é ALEXANDRE DE
um caso de polícia, so-
bretudo uma tentativa
MORAES
frustrada de golpe de Es-
tado. A história rocam-
bolesca contada de muitas maneiras pelo senador Do Val é o
elo perdido entre os atos de vandalismo praticados no dia da
diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 18 de
dezembro, e a depredação dos palácios da Praça dos Três Po-
deres, em 8 de janeiro. Corrobora a suspeita de que a minuta
do decreto de intervenção do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
e anulação da eleição de 30 de outubro encontrada na casa
do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que está preso, era
mesmo parte do plano golpista. O fato de o ex-presidente Jair
Bolsonaro não reconhecer a vitória de Lula e confirmar o en-
contro só reforça esse entendimento.
E agora?
Na sequência dos primeiros depoimentos de Do Val,
nos quais acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de tramar
a anulação da eleição e a intervenção no TSE, houve uma
evidente mudança de versões para excluir o ex-presiden-
te da República da trama e incriminar o ministro Moraes
por omissão e prevaricação; supostamente, fora informa-
do da reunião com antecedência, pelo próprio Do Val, o
que o magistrado nega.
Na eleição à presidência do Senado, na qual o ex-minis-
tro Rogério Marinho obteve 37 votos, os bolsonaristas exi-
biram músculos suficientes para abrir uma CPI para inves-
tigar os fatos ocorridos em 8 de janeiro, constranger ou in-
criminar Moraes. O resultado reforça a suspeita de que tu-
do foi armado para isso, mas é muito Tabajara, como diria
o Fernando Gabeira. Entretanto, qual o golpe de Estado que
não foi Tabajara no Brasil?
Em tempo: Os romances policiais partem do princípio de
que todo crime deixa um rastro e tem uma motivação. O di-
ferencial do gênero noir, cujo criador foi Dashiell Hammett,
com O Falcão Maltês, é que a história não ocorre num mun-
do perfumado, mas na vida como ela é. No ensaio literário
A simples arte de matar, o escritor norte-americano Ray-
mond Chandler explica que o herói noir surge porque “nas
ruas sórdidas da cidade precisa andar um homem que não
é sórdido, que não se deixou abater e que não tem medo”. A
boa história policial é a aventura desse homem na busca da
verdade oculta. Hoje, o ministro Alexandre de Moraes seria
o herói de um romance noir.
 Correio Braziliense • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Política • 5

Brasília-DF
CARLOS ALEXANDRE DE SOUZA
carlosalexandre.df@dabr.com.br

De volta à cena Parceria com Roma

Passadas três décadas, o agora ex-presidente Bolsonaro
está em meio às suspeitas de que houve uma orquestração
para intervir na Justiça Eleitoral e invalidar o soberano
resultado das eleições de outubro. Chegou ao Palácio do
Em 1993, Bolsonaro A Escola Superior da Magistratura Federal da 1a
Região (Esmaf) está perto de firmar convênio com
a Universidade de Roma-Sapienza para permitir a
magistrados federais brasileiros frequentarem cursos
Planalto graças à democracia e enfrenta acusações de ter
estimulado ações antidemocráticas após perder nas urnas.
já flertava com de pós-graduação, stricto sensu. Na última sexta-feira,
o desembargador federal Souza Prudente, diretor
da Esmaf, encontrou-se pessoalmente, na capital

o golpismo
Ministério da Saúde/Divulgação italiana, com o professor Fabio Petrucci, responsável
Xuxa em ação pela internacionalização do Departamento de Ciência
Jurídica da instituição na América do Sul.
A apresentadora
Xuxa foi convidada
pela ministra da Saúde, Há exatos 30 anos, recém-saído do
regime que revogou os direitos mais
e mesmo fechar o Congresso. Isso
porque a Carta Magna lhes garantia a
Voto controverso
Nísia Trindade, a atuar
como embaixadora da elementares dos cidadãos, o Brasil prerrogativa de manter a lei e a ordem. O governo tem até terça-feira para se explicar
campanha de vacinação ainda estava às voltas com o fantasma Nas palavras do jornalista Ruy sobre a medida provisória que restaurou o chamado
do Ministério da Saúde, da ditadura. E ninguém menos que Fabiano, colunista do Correio, voto de qualidade no Conselho Administrativo de
programada para este Jair Bolsonaro estava no centro dessa Bolsonaro revelava “profunda sintonia Recursos Fiscais (Carf). A decisão é do ministro Dias
mês. Xuxa também mobilização antidemocrática. Deputado com o pensamento da oficialidade Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse
deve se engajar em federal eleito para o primeiro mandato pelo média do Exército”. Sobre o jovem mecanismo prevê que, em caso de empate, disputas
futuras campanhas do PPR, Bolsonaro defendeu na tribuna da parlamentar, Ruy dizia: “Sua linguagem no tribunal sejam resolvidas pelos presidentes das
governo para combater a Câmara, em junho de 1993, o fechamento é um tanto rude, mas tem a vantagem turmas de julgamento, indicados pelo ministro da
violência contra crianças do Congresso Nacional. À época, o de ser clara e direta”. E advertiu: Fazenda. O recurso havia sido extinto em 2010 pelo
e adolescentes. Na parlamentar tinha em alta estima o ditador “Ninguém se iluda: Bolsonaro não está Congresso Nacional.
campanha eleitoral, a Alberto Fujimori, que havia implantado um só”. Em reação ao discurso de Bolsonaro,
apresentadora divulgou nas redes sociais um depoimento regime de exceção no Peru. alguns parlamentares defendiam
contundente contra o candidato Jair Bolsonaro, por ocasião Apesar de a Constituição de
1988, recém-promulgada, resgatar
punições drásticas, mas a iniciativa não
prosperou. O então ministro do Exército,
Alertas constantes
do episódio no qual “pintou um clima” entre o ex-presidente
e adolescentes de São Sebastião, no DF. a democracia brasileira, Bolsonaro general Zenildo Lucena, foi sucinto: O Ministério Público Federal (MPF) reiterou o
dizia que os militares podiam intervir “Golpe de jeito nenhum”. posicionamento a respeito da omissão do governo
passado e até mesmo do Congresso Nacional em
Bancada digital relação à tragédia ianomâmi. Em nota, a instituição
afirma que alertou, nos últimos três anos, sobre a
Com a virada do ano legislativo, a Frente Parlamentar Digital insuficiência de recursos destinados pela União
da Câmara dos Deputados ganha uma nova presidência. Em a ações e programas voltados aos indígenas,
chapa única formada até o momento, o deputado Zé Vitor quilombolas e comunidades tradicionais. “O órgão
(PL-MG) deve assumir o comando do grupo. Ele é o responsável apontou cortes e reduções em diversas iniciativas,
por recolher as assinaturas e articular a composição da mesa e sugeriu aos parlamentares a proposição de
diretora. Das três vice-presidências previstas para a Frente Digital, emendas que garantissem mais verbas para as
duas estão em conversas avançadas em favor de Mendonça Filho políticas públicas de proteção dessas populações”,
(União-PE) e Felipe Carreras (PSB-PE). ressaltou o MPF.

Reeleição na FAO Trajetória

O ex-governador João Doria será tema
O governo federal declarou apoio à reeleição de Qu de biografia, com lançamento previsto para
Dongyu como diretor-geral da Organização das Nações março. No prefácio, o ex-presidente Fernando
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O pleito Henrique Cardoso escreve que Doria enfrentou
será em Roma, de 1º a 7 de julho deste ano. Na recente o negacionismo da pandemia e lembra que é
visita à Argentina, o presidente Lula se encontrou com preciso “coragem”para fazer a grande política.
o representante da entidade para debater sobre a nova
cooperação da agência com o país. Com Luana Patriolino

JUSTIÇA

PGR denuncia mais

152 por extremismo
Ao todo, foram apresentadas ações contra 653 pessoas. Crimes
podem levar os bolsonaristas a cumprir até nove anos de prisão
AFP
» ÂNDREA MALCHER
» FERNANDA STRICKLAND

A
Procuradoria-Geral da Repú-
blica (PGR) denunciou ontem
mais 152 pessoas por envolvi-
mento em atos antidemocrá-
ticos. Entre 31 de janeiro e 2 de feve-
reiro, 653 foram indiciados. Para agili-
zar os processos que poderão surgir, o
coordenador do Grupo Estratégico de
Combate aos Atos Antidemocráticos,
o subprocurador-geral da República
Carlos Frederico Santos, solicitou a
abertura de uma consulta, com o ob-
jetivo de que procuradores de todo o
país possam colaborar na instrução
processual dos casos. Os denuncia-
dos foram detidos no acampamen-
to em frente ao Quartel General do
Exército em Brasília, no dia seguinte
aos ataques de 8 de janeiro.
Os presos são acusados de asso-
ciação criminosa e de incitar a ani-
mosidade das Forças Armadas con-
tra os Poderes Constitucionais e de-
vem enfrentar o pedido da PGR pa-
ra que as condenações considerem
o concurso material, ou seja, que os
crimes sejam avaliados separada-
mente e as penas somadas, poden-
do chegar a nove anos de prisão.
A decisão diz que ter sido identifi-
cado no acampamento“evidente es-
trutura a garantir perenidade, estabi-
lidade e permanência” dos apoiado-
res radicais de Bolsonaro. Santos pe-
de, ainda, que sejam condenados a
pagar indenização mínima, como o
Código de Processo Penal prevê, “ao
menos em razão dos danos morais
coletivos evidenciados pela prática
dos crimes imputados”.
Caso Do Val
As eleições tumultuadas e ten-
tativas de golpes que marcaram
Ação também pede indenização por “danos morais coletivos”
os últimos meses ganharam novo
capítulo esta semana com as de-
clarações contraditórias do sena-
dor Marcos do Val (Podemos–ES).
Nos últimos dias, o parlamentar
afirmou que havia um plano, dis-
cutido na presença do então pre-
sidente Jair Bolsonaro, para tentar
anular o resultado da eleição e im-
pedir a posse do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
Do Val deu ao menos quatro
versões sobre o caso. Na origi-
nal, disse que foi chamado por
Bolsonaro para participar de
uma trama que envolvia gravar
o presidente do Tribunal Supe-
rior Eleitoral (TSE), Alexandre
de Moraes, para conseguir algu-
ma declaração prometedora do
ministro e anular o resultado da
eleição. Em outra versão, o sena-
dor sustentou que a ideia partiu
do então deputado Daniel Silvei-
ra (PTB-RJ) e que foi exposta em
uma reunião, na Granja do Tor-
to, com a presença de Bolsonaro.
Alegou, depois, que o encontro
ocorreu no Palácio da Alvorada.
No início de janeiro, em cum-
primento a um mandado de bus-
ca e apreensão, a Polícia Federal
(PF) encontrou na casa de Ander-
son Torres, ex-ministro da Justiça
e Segurança Pública de Bolsonaro,
uma minuta de golpe de Estado. A
suspeita do governo é que esse do-
cumento seja datado do período
entre o fim de novembro e come-
ço de dezembro. Um mês depois
do suposto encontro entre Do Val,
Silveira e Bolsonaro, eclodiram os
atos criminosos que depredaram
os prédios dos Três Poderes.
Ainda na sexta-feira, o ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), determi-
nou, que a Polícia Federal apure se
do Val cometeu crimes de falso tes-
temunho, denunciação caluniosa
e coação no curso do processo. Na
decisão, Moraes aponta que o se-
nador apresentou à PF “uma quar-
ta versão dos fatos por ele divulga-
dos, todas entre si antagônicas, de
modo que se verifica a pertinência
e a necessidade de diligências pa-
ra o seu completo esclarecimento”.
Brasil
6 • Correio Braziliense • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
Militares centralizam
plano contra garimpo
Ibama e Funai não têm sido ouvidos na elaboração da estratégia de retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami.
Ministro da Defesa garante que todas os órgãos envolvidos no enfrentamento da crise humanitária terão participação
» TAINÁ ANDRADE
» VINÍCIUS DÓRIA
O
plano operacional fede-
ral para a retirada de ga-
rimpeiros ilegais da Terra
Indígena (TI) Yanomami,
que está sendo montado pelo Gru-
po de Trabalho (GT) de Seguran-
ça, na Sala de Situação criada em
20 de janeiro para coordenar uma
resposta à tragédia humanitária
que atinge a região, não tem con-
tado com a participação do Insti-
tuto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renová-
veis (Ibama) e da Fundação Na-
cional dos Povos Indígenas (Fu-
nai). Os órgãos, que detêm com-
petência de polícia administrati-
va e de promoção dos direitos nas
comunidades indígenas, respecti-
vamente, esperavam ser consulta-
dos na montagem do planejamen-
to da operação, mas não têm sido
ouvidos pelo Ministério da Defesa,
que coordena a atuação as Forças
Armadas, e pela pasta da Justiça
e Segurança Pública, responsável
pela Polícia Federal.
Uma fonte ministerial que
participou das reuniões estra-
nhou a ausência dos órgãos, de-
vido ao conhecimento que têm
da região e da logística de aces-
so às comunidades e aos garim-
pos. “Os militares tomaram para
si o plano e estão, com a Polícia
Federal, organizando o planeja-
mento que, basicamente, é usar
os helicópteros da Aeronáutica
para chegar aos garimpos e des-
cer para deixar a área inoperante,
apreender os equipamentos etc”,
disse ao Correio. No Ministério
da Defesa, fontes confirmaram
que ainda não há um trabalho
totalmente integrado em relação
às operações em Roraima, mas o
ministro, José Múcio Monteiro,
assegurou que “todos (os órgãos)
vão participar”. (Leia abaixo)
Servidores da Funai confir-
maram que não há comunicação
Operação gradual e progressiva
A operação de combate ao ga-
rimpo ilegal na Terra Indígena Ya-
nomami, em Roraima, será defla-
grada por etapas, ao longo de to-
do o mês de fevereiro, de forma
gradual e progressiva. A partir
da próxima sexta-feira, segundo
apurou o Correio Braziliense, es-
tão previstas as primeiras incur-
sões de agentes da Polícia Fede-
ral, com suporte das Forças Ar-
madas, em áreas ocupadas pelo
garimpo. O ministro da Justiça e
Segurança Pública, Flávio Dino,
explicou que, no momento, os di-
versos órgãos do governo envol-
vidos na operação em Roraima
estão finalizando os respectivos
planos de mobilização de recur-
sos humanos e equipamentos pa-
ra atuar na região. O ministro dis-
se ainda que não haverá “nenhu-
ma operação midiática” e que
tudo será feito no sentido de ga-
rantir a segurança dos indígenas.
Fontes do Ministério da De-
fesa, porém, reconhecem que a
situação ainda está “um pouco
solta”, sem uma articulação to-
talmente coordenada. As forças
militares e de segurança, por en-
quanto, atuam apenas na logísti-
ca e na proteção das equipes que
estão cuidando dos indígenas,
dando suporte ao transporte de
doentes das aldeias para Boa Vis-
ta e o abastecimento de comida e
remédios. A repressão à extração
Hutukara/Isa/Divulgação
Garimpo ilegal no Rio Mucajaí, na Terra Yanomami: invasão de áreas indígenas foi facilitada por desmonte de estruturas de fiscalização
com os militares nem com o Mi-
nistério da Defesa. Na quarta-fei-
ra, a fundação proibiu a entra-
da de pessoas na reserva indíge-
na enquanto durar a emergência
sanitária. Apenas servidores dos
órgãos que já atuam na região
e instituições parceiras poderão
ter acesso às aldeias.
Outra ausência percebida nas
reuniões é a de representantes
do Ministério dos Povos Indíge-
nas. “Eles estão de fora das reu-
niões”, comentou a fonte. Em 2
de fevereiro, o órgão instalou a
Sala de Situação e Controle da
Terra Indígena Yanomami, pa-
ra “coordenação, planejamento
de ouro ainda está sendo plane-
jada com base em informações
de agentes de inteligência das
Forças Armadas e da Polícia Fe-
deral que trabalham na região.
A partir de amanhã, o Ministé-
rio da Defesa ativará o Comando
Operacional Conjunto (COC) das
forças militares, que centralizará
a coordenação da retirada do ga-
rimpo da terra indígena. A Polícia
Federal também terá representa-
ção no comando, mas ainda não
há definição sobre a presença do
Ibama (que tem papel fiscalizador)
e da Funai (que tem a tarefa de im-
plementar políticas públicas e de-
fender os direitos dos indígenas).
As medidas adotadas, até ago-
ra, seguem sob responsabilidade
dos respectivos órgãos. O plane-
jamento, a coordenação e a exe-
cução das ações de controle do
espaço aéreo em Roraima, com a
criação da Zona de Identificação
de Defesa Aérea (Zida), estão a
cargo do Comando de Operações
Aeroespaciais (Comae), com po-
der para ordenar a interceptação
de aviões suspeitos. Essa missão
é cumprida por mais de 10 aviões
caça Super Tucano da FAB basea-
dos em Boa Vista. Armados com
duas metralhadoras e lançadores
de foguetes, esses aviões — do
mesmo modelo utilizado pela Es-
quadrilha da Fumaça — são volta-
dos para treinamento de pilotos de
AMAZÔNIA
e acompanhamento das ações
de combate ao garimpo ilegal”.
Procurada, a Funai não respon-
deu ao pedido de esclarecimen-
tos feito pela reportagem.
A falta de consulta tem feito
com que o Ibama planeje a pró-
pria atuação no plano de retira-
da do garimpo ilegal em Rorai-
ma. “O Ibama está trabalhando
em conjunto com a Funai e ou-
tras instituições em uma progra-
mação de ações em várias ter-
ras indígenas e isso inclui a TI
Ianomami. Passamos todo mês
de janeiro nos reorganizando e
reestruturando a fiscalização,
que foi desmontada, para agora
caça e ataques leves de precisão.
“Aeronaves não identificadas ou
não autorizadas poderão ser inter-
ceptadas e estarão sujeitas à apli-
cação das Medidas de Policiamen-
to do Espaço Aéreo (MPEA)”, infor-
mou a FAB, em nota. Na quinta-fei-
ra, foram divulgadas as regras pa-
ra voos na região. Serão considera-
dos suspeitos aviões e helicópteros
sem plano de voo aprovado, sem
identificação para o controle de
tráfego aéreo, sem marcas de na-
cionalidade ou matrícula impres-
sas na fuselagem, que invadirem a
Zida sem autorização, que voem
à noite com luzes apagadas ou fa-
çam manobras para fugir da inter-
ceptação por aviões militares, en-
tre outros pontos.
Gargalos
As dificuldades para imple-
mentar uma operação complexa
como a que deve ser deflagrada
até o fim de semana para a reti-
rada de mais de 20 mil garimpei-
ros espalhados por uma área de
97 mil km estão sendo mapea-
das. A reportagem apurou que as
Forças Armadas trabalham com
cinco áreas de dificuldade. A pri-
meira é o isolamento de Boa Vis-
ta e as distâncias entre a capi-
tal do estado e as aldeias e pos-
tos de atendimento na TI. Esse
último trecho de tem sido feito
podermos agir”, confirmou o no-
vo presidente do órgão, Rodrigo
Agostinho, ao Correio.
Ainda segundo o presidente
do Ibama, a integração das ações
“está sendo tratada em nível mi-
nisterial”. “A ministra Marina (Sil-
va, do Meio Ambiente) atua em
conjunto com os demais minis-
térios em relação ao caso”, es-
clareceu. Ao ser questionado so-
bre a dificuldade de diálogo com
o Ministério da Defesa, Agosti-
nho afirma que o momento é de
união de forças. “No momento,
precisamos de todos agindo em
defesa dos povos indígenas e do
meio ambiente.”
Fernando Frazão/Agência Brasil
Segundo a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, garimpeiros começam a fugir da região
por helicópteros de médio por-
te Black Hawk, da FAB, o único
com grande capacidade de car-
ga e autonomia para atender as
cerca de 300 aldeias da região.
Por enquanto, os aparelhos es-
tão sendo usados apenas para
transporte de indígenas doentes
e desnutridos, comida e remé-
dios, mas serão utilizados tam-
bém para desembarque de poli-
ciais nas áreas de garimpo.
Os obstáculos de deslocamen-
to também são apontados como
complicadores da operação. Por
Editor: Carlos Alexandre de Souza
Todos incluídos
Na próxima quarta-feira, o
ministro da Defesa, José Mucio
Monteiro, irá a Roraima com o
chefe da pasta do Desenvolvi-
mento Social, Wellington Dias,
e com os três comandantes mi-
litares para ver de perto como
estão os trabalhos na região. Ao
Correio, o ministro afirmou que
todos os ministérios envolvidos
no enfrentamento da crise hu-
manitária serão ouvidos e par-
ticiparão das ações, mas ressal-
vou que o planejamento da ope-
ração contra a extração ilegal de
ouro ainda está em elaboração.
isso, a logística de transporte de
tropas militares e unidades da
Polícia Federal, além de equipa-
mentos e suporte de segurança,
está sendo discutida pelas três
Forças. O Correio apurou que
muitos policiais federais e milita-
res convocados não têm conhe-
cimento da região e das condi-
ções em que vão atuar, e precisão
de um tempo para se adaptar.
Os preparativos do cerco aos
garimpos também levam em con-
ta a segurança dos agentes envol-
vidos nas operações em terra e na
carlosalexandre.df@dabr.com.br
3214-1292 / 1104 (Brasil/Política)
Ele lembrou que o papel das For-
ças Armadas é de apoio logístico
e de segurança para os agentes
responsáveis pelo fechamento e
autuação dos garimpos, incum-
bência da Polícia Federal e dos
fiscais do Ibama.
José Mucio Monteiro disse
que essa é uma operação muito
ampla, com a participação de vá-
rios ministérios (Justiça, Defesa,
Saúde, Desenvolvimento Social,
Povos Indígenas, Direitos Huma-
nos), e que um dos principais de-
safios será “separar o joio do tri-
go” — identificar quem são os ga-
rimpeiros em situação de vulne-
rabilidade e quem são os chefes
da atividade ilegal, os financia-
dores, e quem mantém estrutu-
ras de apoio aos garimpos. E as-
segurou que a prioridade ainda
é o atendimento humanitário ao
povo ianomâmi.
Ontem, a ministra dos Po-
vos Indígenas, Sônia Guajaja-
ra — que está em Boa Vista pa-
ra acompanhar o trabalho de
atendimento às comunidades
—, confirmou que já foram iden-
tificados movimentos de fuga de
garimpeiros que estão na ter-
ra ianomâmi, antecipando-se à
operação de desmonte dos ga-
rimpos. Para a ministra, essa mo-
vimentação, não é ruim. “Se eles
começam já a sair, estão corre-
tos. O chamado que estamos fa-
zendo é para isso mesmo. Se eles
saem sem precisar dessa força de
segurança, dessa força policial, é
melhor para todo mundo”, ava-
liou a ministra.
Ela informou também que
já está autorizada a moder-
nização da base de Surucucu,
principal ponto de apoio den-
tro da reserva indígena, com
a reforma da pista de pou-
so de aviões de maior porte,
e a instalação de um hospital
de campanha, para o primei-
ro atendimento aos indígenas
doentes e desnutridos.
assistência de eventuais feridos.
Por enquanto, apenas um subofi-
cial da FAB foi picado por uma co-
bra na base de Surucucu — princi-
pal área de suporte da TI Yanoma-
mi — e precisou ser removido, de
helicóptero, para Boa Vista.
Finalmente, há uma equipe do
gabinete de crise que está avalian-
do os impactos da operação na in-
fraestrutura urbana de Boa Vista e
nas pequenas comunidades pró-
ximas com a chegada de milhares
de garimpeiros que serão obriga-
dos a deixar a floresta. (TA e VD)
Economia
7 • Correio Braziliense — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
Bolsas
Na sexta-feira
1,47% 0,38%
São Paulo
Nova York
Governo reabre
negociação salarial
Mesa permanente será reinstalada na terça-feira. Servidores apontam perda de 40%, mas orçamento só garante reajuste de 5%
» ROSANA HESSEL
A
té a última sexta-feira, 74
instituições haviam con-
firmado presença na ce-
rimônia de reabertura da
Mesa Nacional de Negociação
Permanente do governo federal
com entidades representativas
dos servidores públicos do Poder
Executivo, que ocorrerá na terça-
feira, em Brasília. O evento está
sendo considerado um marco
para os trabalhadores públicos
federais. A expectativa do Minis-
tério da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos é de que esse
número fique em torno de 100.
O evento será realizado no au-
ditório do Bloco K da Esplanada
dos Ministérios e contará, a prin-
cípio, com a presença de seis mi-
nistros: Esther Dweck (Gestão
e Inovação), Fernando Haddad
(Fazenda), Simone Tebet (Pla-
nejamento e Orçamento), Ca-
milo Santana (Educação), Nísia
Trindade (Saúde) e Luiz Marinho
(Trabalho e Emprego). Contudo,
o espaço fiscal para o reajuste sa-
larial no Orçamento deste ano é
bem restrito: R$ 11,7 bilhões, que
representam uma correção linear
em torno de 5% aos servidores,
percentual bem abaixo das per-
das acumuladas pelas categorias
desde o último reajuste, que, pa-
ra agrande maioria dos servido-
res, ocorreu em 2017.
A mesa foi criada em 2003, no
primeiro mandato do presiden-
te Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
e fechada em 2016, no governo
de Michel Temer (MDB), ano do
último acordo de reajuste para
a maior parte das categorias do
funcionalismo. As entidades tra-
balhistas comemoram essa reto-
mada do diálogo e estão montan-
do a pauta de reivindicações. A
maioria das categorias está sem
reajuste salarial desde janeiro de
2017, ao contrário dos militares.
Uma parte dos servidores conse-
guiu correções até 2019, graças
a ações movidas na Justiça para
obrigar o pagamento do último
acordo, firmado pela ex-presi-
dente Dilma Rousseff (PT).
No governo de Jair Bolsona-
ro (PT), apenas militares e poli-
ciais tiveram reajustes salariais
e os militares ganharam privi-
légios, como o teto duplex —
que permitiu a inúmeros apo-
sentados da caserna, ao serem
nomeados para cargos no Exe-
cutivo, acumularem dois salá-
rios sem qualquer desconto, co-
mo ocorre com os demais servi-
dores no chamado abate-teto,
quando o limite salarial do fun-
cionalismo, de R$ 39,2 mil atual-
mente, é atingido. Com isso, a
remuneração dos militares em-
pregados na máquina adminis-
trativa poderia dobrar e chegar
até a R$ 78,4 mil mensais. Não
à toa, uma das principais rei-
vindicações será a revogação da
portaria que criou o teto duplex,
de acordo com o presidente do
Fórum Nacional Permanente de
Carreiras Típicas de Estado (Fo-
nacate), Rudinei Marques.
Divisor de águas
A retomada da mesa de nego-
ciação é um “divisor de águas”
nas relações entre o Poder Exe-
cutivo e os sindicatos e entidades
Pontuação B3
Ibovespa nos últimos dias
113.431 108.523
31/1 1/2 2/2
representativas dos servidores
federais, na avaliação de Mar-
ques. “É uma verdadeira mudan-
ça das relações do governo com
as entidades de classe, porque o
governo anterior foi o único, nos
últimos 20 anos, que não conce-
deu um real de reajuste, e ain-
da elevou as alíquotas de con-
tribuição da Previdência. Os tra-
balhadores tiveram perdas sala-
riais, sem contar o aumento do
assédio aos servidores”, alertou
o sindicalista, em entrevista ao
Correio.
De acordo com Rudinei, fo-
ram registrados 1.400 casos de
assédio no serviço público na
gestão de Bolsonaro e, para pio-
rar, uma nova categoria foi cria-
da: o assédio institucional. “Não
eram apenas casos de assédio
moral. Lançamos até um livro
de 800 páginas discorrendo so-
bre os casos de assédio institu-
cional contra servidores de to-
das as categorias. Mas havia uma
perseguição maior àqueles que
trabalhavam nas áreas de meio
ambiente e de defesa dos povos
originários”, afirmou.
Segundo Marques, os servi-
dores sabem que não consegui-
rão reajustes da ordem de 40% —
que, nos cálculos do Fonacate, é
a defasagem acumulada desde
janeiro de 2017 para 80% do fun-
cionalismo. “A inflação acumu-
lada nesse período é de pouco
mais de 40%. Temos consciência
de que é impossível repor essas
perdas neste momento. Mas va-
18%
Correção salarial
concedida, de forma
escalonada, a funcionários
do Poder Judiciário a partir
deste ano
mos pedir que o governo con-
ceda um aumento emergen-
cial, acima de 6%, e um prazo
menor de escalonamento das
correções”, destacou Marques,
em referência aos reajustes ao
Judiciário, concedido a partir
deste ano, passando para 6%,
em fevereiro de 2024 e 6,13%,
a partir de 2025, totalizando os
18%. Ele lembrou que, para os
servidores que tiveram a últi-
ma parcela de reajuste em ja-
neiro de 2019, a defasagem sa-
larial é de 27%.
“Esperamos que seja sinali-
zado que o governo pretende
resolver esse problema, envian-
do ao Congresso Nacional, uma
medida provisória usando o va-
lor já disponível no Orçamento,
e algo mais que desse para me-
lhorar a correção”, acrescentou
Marques. O presidente do Fona-
cate destacou que o funcionalis-
mo do Executivo ganha muito
menos do que o do Legislativo
e do Judiciário, que já consegui-
ram seus respectivos reajustes,
embora escalonados. “O servi-
dor ganha muito menos do que
os demais, que costumam re-
ceber o teto, de quase R$ 40 mil
e já foram contemplados com
Editor: Carlos Alexandre de Souza
carlosalexandre.df@dabr.com.br
3214-1292 / 1104 (Brasil/Política)
Dólar Salário mínimo Euro CDI CDB Inflação
Na sexta-feira Últimos IPCA do IBGE (em %)
30/janeiro 5,115 Comercial, venda Ao ano Prefixado Agosto/2022 -0,36
R$ 5,148 31/janeiro 5,077
R$ 1.302 na sexta-feira 30 dias (ao ano) Setembro/2022 -0,29
Outubro/2022 0,59
1/fevereiro 5,060
3/2
(+ 2,03%)
2/fevereiro 5,045 R$ 5,561 13,65% 13,66% Novembro/2022
Dezembro/2022
0,41
0,62
FUNCIONALISMO
Crédito:Reprodução/Youtube.
Temos consciência
de que é impossível
repor as perdas neste
momento. Mas vamos
pedir que o governo
conceda um aumento
emergencial, acima de
6%, e um prazo menor
de escalonamento das
correções”
Rudinei Marques,
presidente do Fonacate
correções. O salário médio do
Executivo federal é de R$ 9,2 mil
PO
e, até agora, não teve nenhum
Informe Publicitário
reajuste. Por isso, é importante
começarmos a debater na me- Boletim informativo das
sa de negociação uma reposição Organizações PaulOOctavio
emergencial”, defendeu.
“Essa questão é mais sen-
sível, já que existe um recurso
NEWS
que já está reservado no Orça- EDIÇÃO Nº 884 | ANO 48 5 D E F E V E R E I RO D E 2023 | B RA S Í L I A /D F
mento. É preciso negociar os
percentuais. Na reunião prepa-
ratória para a mesa, houve con-
senso de que os 6% concedidos
neste ano para o Legislativo e o
Judiciário são insuficientes. O
governo precisará melhorar um
pouco, do ponto de vista simbó-
lico”, emendou.
Reforma administrativa
Outra reivindicação dos sin-
dicatos, segundo Marques, será
a participação das entidades de
classe nos debates para a cons-
trução de uma reforma adminis-
trativa mais justa, diferente da
proposta pelo governo Bolsona-
ro, a PEC 32. “Essa proposta foi
feita por quem não entendia do
assunto. Queremos ajudar a pro-
por uma reforma melhor, que
considere a avaliação do desem-
penho dos servidores, mas que
proteja o trabalhador sem deixar
de garantir as entregas para a so-
ciedade”, frisou.
O interlocutor do governo
com as centrais sindicais no
EDUCAÇÃO
Ministério da Gestão e Inova- PAULOOCTAVIO DISTRIBUI MATERIAIS ESCOLARES A FILHOS E NETOS DE OPERÁRIOS
ção será o economista Sérgio
Mendonça, secretário de Ges- A PaulOOctavio entregou, este ano, 1.312 kits com materiais escolares
tão de Pessoas e Relações de
Trabalho da pasta, que já exe-
para operários que têm filhos e/ou netos matriculados em estabelecimentos
cutou função semelhante no de ensino. Compostos por cadernos, canetas, lápis, apontador, borracha e
antigo ministério do Planeja- outros insumos de largo consumo, eles foram repassados aos funcionários nos
mento. Nas redes sociais, ele
gravou um vídeo convidando canteiros localizados no Noroeste, Águas Claras, Asa Norte, Guará II e na obra
as entidades para participarem da creche que está sendo erguida no Sol Nascente.
da abertura da mesa.
Resta saber como o governo Acompanhado pelos filhos Paulo e André Octávio, PO recordou que a
conseguirá conciliar o compro- entrega de kits já tem 23 anos e uniu famílias. “Esta ação gera uma sintonia
misso de responsabilidade fiscal,
que não está muito claro nos dis- maior entre pais e filhos. Devemos ser bons pais”, acrescentou. André ressaltou
cursos de Lula, com as deman- a importância dessa aproximação, pois ela fortalece as relações familiares.
das dos servidores, que não de-
vem caber no Orçamento deste Um dos beneficiados das entregas foi o encarregado de carpinteiro
ano. A saída, segundo fontes, se- Amilton Pereira da Silva, que trabalha na empresa há 26 anos. Ele recebeu dois
ria o escalonamento do reajuste
como ocorreu no Judiciário e no kits, que beneficiarão os netos. "Cheguei muitas vezes com o kit em casa, o que
Legislativo. Mas Rudinei Mar- ajudou na formação do meu filho, hoje engenheiro na PaulOOctavio", contou.
ques já sinalizou que as catego-
rias querem prazos mais curtos,
de dois anos, nesse parcelamen-
to, abrindo uma nova negocia- www.paulooctavio.com.br
ção em 2025.
8 • Economia • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Correio Braziliense
POLÍTICA ECONÔMICA
Arcabouço fiscal é chave
para a queda dos juros
Para analistas, regra que evite descontrole de gastos e aumento da dívida pública
será crucial para restaurar a confiança dos agentes econômicos no governo
» ROSANA HESSEL
A
questão fiscal voltou ao
centro do debate econô-
mico e é uma das pe-
dras no caminho da que-
da dos juros do país, que estão
entre os mais altos do mundo
em termos reais (descontada a
inflação). A definição do novo
arcabouço fiscal para garantir a
solidez das contas públicas será
crucial para recuperar a confian-
ça do mercado no governo, que
vem diminuindo a cada declara-
ção polêmica do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e de vá-
rios ministros com críticas, por
exemplo, à autonomia do Banco
Central. Com isso, segundo ana-
listas, eles sinalizam que estão
mais preocupados em aumen-
tar os gastos em vez de corrigir
erros do passado, que custaram
caro aos contribuintes.
Não à toa, ao manter, na úl-
tima quarta-feira, a taxa básica
da economia (Selic) em 13,75%
pela quarta reunião seguida,
em meio à pressão de dentro
do governo, o Comitê de Po-
lítica Monetária (Copom), do
Banco Central, reiterou a preo-
cupação com as “elevadas in-
certezas” do quadro fiscal e
foi mais duro do que o espera-
do, alertando que pode voltar
a elevar os juros se considerar
necessário — um sinal de rea-
firmação da autonomia legal
que recebeu no início de 2021.
De acordo com analistas, o
novo arcabouço fiscal que de-
ve substituir a regra do teto de
gastos — que limita o aumen-
to das despesas pela inflação do
ano anterior e que caiu em des-
crédito ao longo do governo Jair
Bolsonaro (PL) —, é que ajuda-
rá a melhorar as expectativas do
Cenário externo dificulta ajuste
O consenso entre especialis-
tas é que a piora das contas pú-
blicas deste ano já estava contra-
tada com a ampliação do teto de
gastos em mais de R$ 168 bilhões
pela Proposta de Emenda à Cons-
tituição (PEC) da Transição, o que
elevou a previsão de rombo fiscal
do governo central (que inclui Te-
souro Nacional, Banco Central e
Previdência Social) na peça orça-
mentária deste ano de R$ 63,7 bi-
lhões para R$ 231,6 bilhões.
Apesar de o ministro da Fazen-
da, Fernando Haddad, ter apre-
sentado um plano para reduzir o
rombo para algo entre R$ 90 bi-
lhões e R$ 100 bilhões, a maioria
dos analistas considera que o pa-
cote é pouco factível, principal-
mente, por estar majoritariamen-
te ancorado na receita em vez de
buscar redução de despesas.
“As expectativas de inflação
deste ano e de 2024 estão desan-
coradas, e as de 2025 também co-
meçaram a piorar. Isso só dificul-
ta o trabalho do Banco Central e
deixa um espaço pequeno para
cortes na Selic. A política fiscal
também pesa nesse balanço de
riscos, e ela é expansionista, pois
o governo está aumentando bas-
tante a despesa”, alerta Gabriel
Leal de Barros, economista e só-
cio da Ryo Asset.
Na avaliação dele — que pre-
vê deficit de R$ 160 bilhões neste
ano —, o aumento de gastos pa-
ra atender às promessas de polí-
ticas sociais, como o novo Bolsa
Família de R$ 600, era inevitável.
Contudo, a ampliação do teto de
gastos na PEC de Transição foi
“muito maior do que o necessá-
rio”. Além disso, Lula está fazendo
muitos ataques verbais à agenda
de responsabilidade fiscal, o que
agrava o quadro, segundo Barros.
“Lula fala como se existisse
um dilema entre responsabili-
dade fiscal e social. Basta olhar-
mos para os casos de governos
que não se preocuparam com
o fiscal e hoje enfrentam cri-
ses históricas, como Argentina,
Luis Robayo/AFP
Críticas de Lula atrapalham trabalho do presidente do BC, Roberto Campos Neto, segundo analistas
mercado de que a dívida públi-
ca permanecerá controlada. Eles
lembram que a economia está
desacelerando, e que o sucesso
de Lula para financiar as contas
públicas e fazer o país voltar a
crescer dependerá muito da cre-
dibilidade do governo junto ao
mercado. Mas, até agora, o Ban-
co Central está sozinho no traba-
lho de segurar a inflação.
Nos últimos dois anos, o BC
fracassou no cumprimento de
seu principal objetivo, que é
entregar a inflação dentro da
meta. Neste ano, as estimati-
vas do mercado para o Índice
de Preços ao Consumidor Am-
plo (IPCA) estão acima do te-
to (de 4,75%) e continuam sen-
do revisadas para cima há se-
te semanas seguidas. Lula, em
vez de dar sinais na direção de
Arthur Menescal/CB/D.A Press
Para Gabriel Leal de Barros, da Ryo Asset, deficit na área federal chegará a R$ 160 bilhões neste ano
Venezuela e Bolívia”, pontua.
Na avaliação de analistas, o
presidente precisa ficar atento
ao atual cenário macroeconômi-
co antes de sair criticando o Ban-
co Central, porque ele vai pre-
cisar fazer um ajuste fiscal com
um cenário externo desfavorável,
muito diferente do que o de 2003.
“Naquela época, o governo fez
um ajuste fiscal sem dor, porque
teve a ajuda do boom das com-
modities. Agora, não existe um
cenário externo favorável, pelo
contrário. O mundo está entran-
do em recessão”, adverte o eco-
nomista da Ryo Asset.
Pelas estimativas dele, o Pro-
duto Interno Bruto (PIB) do
quarto trimestre do ano passado
vai ser negativo em 0,3%, e, não
há perspectiva de muito cresci-
mento econômico no primeiro
semestre deste ano. Com isso, o
PIB vai desacelerar de 2,9%, em
2022, para 1%, em 2023, “com
viés de baixa”.
Barros teme que, como a eco-
nomia está em desaceleração, Lu-
la tente aumentar a despesa bus-
cando estimular a atividade via
um ajuste fiscal, passou a cogi-
tar mudar a meta de inflação, o
que fez as estimativas para a Se-
lic subirem, em vez de caírem.
O Itaú Unibanco, por exemplo,
alertou de que os juros básicos
podem chegar a 15% se houver
mudança na meta.
Analistas lembram que há vá-
rias bombas fiscais herdadas do
governo Jair Bolsonaro (PL), co-
mo os subsídios aos combustí-
veis e a pedalada sem preceden-
tes nos precatórios — que vão
estourar no fim do mandato de
Lula e podem, nas contas mais
conservadoras, chegar a R$ 700
bilhões. Mas há outras despesas
inesperadas que devem ser cria-
das pela atual gestão, como um
reajuste salarial maior do que os
5% para os servidores do Executi-
vo — previsto nos R$ 11,7 bilhões
demanda. Consequentemente, vai
dar espaço para o Banco Central au-
mentar a Selic em vez de reduzi-la.
Palanque
Na avaliação de Gabriel Leal
de Barros, economista-chefe da
Ryo Asset, os integrantes do no-
vo governo estão repetindo os
erros de Bolsonaro em relação à
política econômica, porque con-
tinuam falando como se estives-
sem no palanque.
“Isso tem consequências ne-
gativas. O que o Banco Central
está fazendo é tentar cumprir
uma missão institucional, que
é entregar a inflação na meta, o
mais breve possível. E, nesse tra-
balho, ele está sozinho. Em vez
de criticar o BC, o presidente de-
veria ajudar no controle da infla-
ção. Apenas boa vontade não re-
solve o problema”, frisa.
O economista e ex-diretor do
Banco Central Carlos Thadeu de
Freitas Gomes, assessor exter-
no da Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Tu-
rismo (CNC), destaca que a piora
reservados no Orçamento deste
ano —, e o acordo para recom-
por as perdas dos estados com
a redução do Imposto sobre Cir-
culação de Mercadorias e Servi-
ços (ICMS).
A especialista em contas pú-
blicas Juliana Damasceno prevê
que, “em um cenário mais ex-
tremo”, essa compensação aos
estados fique perto de R$ 40
bilhões. “O problema é a União
assumir essa conta em um ce-
nário deficitário que está se for-
mado”, alerta. Já pelas estimati-
vas do economista Jason Vieira,
da Infinity Asset Management,
a fatura poderá chegar a R$ 220
bilhões em dois anos. “O pacto
federativo tem uma versão mui-
to tosca e mal ajambrada no ‘or-
çamento secreto’, mas é muito
ruim”, alerta.
das estimativas para inflação es-
tão mais relacionadas às declara-
ções de Lula do que às perspec-
tivas de piora do quadro fiscal,
pois a curva de juros voltou a su-
bir após a sinalização do Copom
decidir deixar os juros no atual
patamar por mais tempo.
“Os juros estão elevados, é fa-
to. Lula não está errado em criti-
car, porque ninguém está satis-
feito. Muitas famílias estão endi-
vidadas e o consumo está cain-
do. Ainda existe o problema da
recessão no resto do mundo. Só
que ele não sabe quanto é impor-
tante ficar quieto em temas téc-
nicos”, explica. Para Gomes, o BC
também tem que falar menos do
que anda colocando em seus co-
municados. “O Banco Central é
independente e não precisa ficar
fazendo tanto alerta sobre o fis-
cal, que não é a função dele. Ele
precisa mostrar que também é
independente do mercado”, frisa
o ex-diretor do BC, defendendo
uma maior diversificação na di-
retoria. “Há muito mais integran-
tes do mercado financeiro do que
técnicos”, pontua. (RH)
Brasil S/A
por Antonio Machado
machado@cidadebiz.com.br
Expectativa de redenção
A derrota de um sujeito tão desclassificado, despreparado, in-
fame e malandro compensará por algum tempo eventuais infor-
túnios do governo. Lula conta com a indulgência da parcela do
eleitorado ultrajada com as molecagens de um ex-presidente in-
sensato e vulgar, apoiado, ainda assim, por quase tanto quanto os
que repudiam a subversão espraiada à sombra de lemas fascistói-
des e da corrosão da autoridade do Estado.
O genocídio da população yanomami foi sequela da omissão
do Estado, ao franquear a exploração econômica a organizações
criminosas que se aproveitaram do ataque ideológico à regulação
estatal, assim como a degradação do Rio de Janeiro começou com
a mudança da capital federal para Brasília e a passagem das elites
políticas e empresariais locais para “uma gente do porão”, como
as definiu o ministro do STF, Gilmar Mendes, “com protagonismo
na política nacional”. Em ambos os casos, é a falta de Estado, além
de sua captura, a causa das tragédias.
As cenas chocantes das vítimas recorrentes de balas perdidas
no Rio e dos indígenas famélicos, abandonados pelos órgãos res-
ponsáveis pela sua proteção por decisão do governo passado, não
são exceções. Estão em toda parte de um país em que, até meados
de 1970, a economia tendia a ser o que asiáticos como China e Co-
reia do Sul se tornaram depois — potências econômicas mundiais,
com vibrante dinamismo social.
É isso que fez Bolsonaro se eleger — a revolta de parte da popu-
lação com o colapso do desenvolvimento. A eleição do mito far-
sante foi como uma cusparada na política, criminalizada pelos
não menos delinquentes métodos e razões subalternas dos agen-
tes da Lava Jato, revelados pelo vazamento das mensagens entre
juiz e procuradores federais.
As seguidas derrotas do bolsonarismo não significam vitórias do
presidente Lula, mas da grande coalizão conservadora que deu apoio a
Jair Bolsonaro, tal como dera a todos os governantes eleitos depois da
redemocratização e impichou os que contrariaram os seus desígnios.
Ao perder a reeleição, Bolsonaro foi rifado por essa frente, cujos
partidos não se restringem ao tal centrão. Eles hoje estão com Lula e
o PT, como estiveram de 2003 a 2016, e deixarão de estar se sentirem
cheiro de queimado. Dilma se foi assim. Bolsonaro também iria se não
entregasse a lei orçamentária aos dirigentes do Congresso em 2021,
além de militarizar o seu governo. É com isso que Lula tem de lidar.
Contexto das prioridades
Com a abertura do ano legislativo, marcado pela reeleição de
Arthur Lira (PP-AL) na Câmara, com recorde de 464 votos entre
513 deputados, e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no Senado, que
venceu por 49 a 32 entre 81 senadores o rival Rogério Marinho
(PL-RN), numa tentativa da extrema-direita de ter alguma fran-
ja de poder na Casa responsável por impichar ministros do STF,
completou-se o ciclo eleitoral de 2022.
O governo sob o comando de Lula vai para o jogo político num cam-
po em que, conforme o regulamento constitucional, atuam três pode-
res em condições de igualdade e necessária harmonia. No campeona-
to passado, as partidas se deram num ambiente de “pelada na várzea”.
Espera-se a volta da obediência às regras, mas não da vontade
de um poder sobre o outro. A Presidência imperial de antigamen-
te acabou. Da gestão Temer em diante, inaugurou-se o semipre-
sidencialismo, em que o Congresso dita o ritmo do Executivo e o
alcance de suas iniciativas. E, desde a derrubada dos alambrados
pela torcida bolsonarista, com o STF como árbitro ativista e ga-
rantidor do Estado de Direito, além da vigilância da sociedade e
de órgãos de controle sobre os truques para a formação de maio-
ria parlamentar. Tudo está muito mais complexo.
É este o contexto das duas prioridades que definirão a sorte do
país nesta década: reformas e volta do desenvolvimento perdido
há mais de 40 anos, com melhor repartição dos frutos do cresci-
mento econômico.
Hoje, a expectativa está mais para estagnação que para crescimen-
to e é essa percepção que explica a irritação de Lula com as análi-
ses e cobranças do mercado financeiro, vulgo farialimers, ao lhe dar,
como diz Luis Eduardo Assis, ex-diretor do Banco Central, “status
de interlocutor político”. Não tem, de fato, mas age como se tivesse.
Na ótica da ortodoxia econômica do mercado financeiro, refor-
mas como a tributária, junto com redução de gasto público e, pro-
vavelmente, aumento de impostos, são condições antecedentes
para o crescimento à larga. Sim, mas a experiência dos EUA, Japão
e Europa do euro, entre outras economias desenvolvidas, indica
que banco central independente também dos gestores de capitais
aplicados em ativos de dívida pública regulados pela taxa de juros
de política monetária, a Selic, implica danos menores à tendência
de longo prazo do crescimento e do emprego.
Lula, possivelmente, subestimou a força do tal mercado e a au-
tonomia formal do nosso BC ao armar a sua equipe econômica.
O que pode fazer? Esperar pela reforma tributária ideal lhe custa-
rá abrir ainda mais os espaços de governo à frente que comanda
o Congresso, sem garantia de ter a configuração tributária ideal
esperada pela tecnocracia. Os interesses contrariados são muitos
e poderosos, como os do agro.Além disso, reforma tributária im-
plica um tempo de transição longo, de maneira que seus frutos só
virão ao fim do seu governo.
Fato é que não se faz omelete sem quebrar ovo. Isso começa por di-
zer verdades. A essencial é que não há risco de crise nem de solvência
da dívida pública no “horizonte relevante” dos cenários. Há espaço
para mudanças de prática da gestão da dívida do Tesouro e da defini-
ção da Selic, função da meta de inflação, que nem precisa ser alterada.
Economistas respeitados começam a convergir para o que o
think tank ITB propõe desde 2010 a cada mudança de governo e o
economista André Lara Resende explica exaustivamente. Seu sócio
na formulação do Plano Real, Persio Arida, propôs, falando dias
atrás ao Brazil Journal, “cancelar as operações compromissadas
(overnight) e passar a ter depósitos remunerados no Banco Cen-
tral. A dívida do Tesouro cairia”, e “colocaria o Brasil em sintonia
com as práticas de economias desenvolvidas”. Mais: “facultar ao
Banco Central comprar dívida do Tesouro”. Lara Resende fez tais
propostas em reuniões da equipe de transição de Lula, com Pér-
sio presente, mas não mereceu atenção.
Tem mais. O economista Assis resume ideias discutidas há déca-
das no BC e seguidas em outros países: (i) desindexação completa,
“já que mesmo com inflação baixa continuamos com o mau hábi-
to de indexar contratos e salários”; (ii) adotar o núcleo da inflação
como meta, a fim de “minimizar a influência de choques de oferta
temporários nas taxas de juros”; (iii) o BC atuar em toda a curva de
juros, não só na Selic, “a exemplo do que ocorre em muitos países”;
(iv) controlar a excessiva volatilidade cambial, “o que não pode ser
confundido com tabelamento do dólar”; e (v) controle da política
de crédito por meio do uso de depósitos compulsórios dos bancos.
Está aí um roteiro para Lula desobstruir o crescimento imedia-
to, já que nenhuma economia saudável sobrevive sem crise política
com juros reais de 8% ao ano, como estamos agora e o BC insinua
que será assim por muito tempo. Nem pensar. Seria dar motivos
para a escória tentar outro 8 de janeiro. Melhor que caiam os juros.
Mundo
9 • Correio Braziliense • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
INCÊNDIOS
Mais de 47 mil hectares já foram consumidos e 22 pessoas morreram atingidas pelas chamas. Onda
de calor próxima aos 40ºC, somada aos ventos fortes, potencializaram o fogo que está fora de controle
Queimadas devastam o Chile
O
governo chileno decla-
rou estado de exceção de
catástrofe nas regiões de
Ñuble e Biobío, após os
incêndios florestais consumirem
mais de 47 mil hectares e mata-
rem 22 pessoas nos últimos dias.
As queimadas estão concentradas
na área centro-sul do país e foram
provocadas pela forte onda de ca-
lor que atingiu o país neste verão.
No primeiro comunicado, na
sexta-feira, Tohá explicou que duas
das vítimas morreram após serem
alcançadas pelas chamas quando
transitavam por uma estrada, en-
quanto outras duas faleceram por
um acidente de trânsito, “provavel-
mente tentando escapar do fogo”.
Mais tarde, outras duas mor-
tes foram registradas em La
Araucanía, quando um helicóp-
tero que participava do comba-
te aos focos caiu, matando seus
dois ocupantes.
“Muito triste pelo acidente de
helicóptero em que faleceu o pi-
loto e o mecânico que trabalha-
vam no combate ao fogo na co-
muna de Galvarino em La Arau-
canía”, escreveu o ministro da
Agricultura do Chile, Esteban Va-
lenzuela, no Twitter.
Ao todo, 230 incêndios estão
ativos, sendo 80 fora de contro-
le. As chamas destruíram 97 re-
sidências e, até o momento, dei-
xaram 22 feridos. De acordo com
o Serviço Nacional de Preven-
ção e Resposta a Desastres (Se-
napred), rodovias foram fecha-
das e assentamentos tiveram que
ser evacuados. Algumas famílias
buscaram refúgio em abrigos.
Além das altas temperatu-
ras, acima dos 38ºC, em Chil-
lan, capital de Nuble, os for-
tes ventos pioram a situação,
tendo em vista que formam o
combustível ideal para a pro-
pagação das chamas.
Histórico
Em 2017, outra onda de in-
cêndios devastou o país. À época,
467 mil hectares foram queima-
dos, deixando 1,5 mil casas des-
truídas, seis pessoas atingidas e
um total de 11 mortos.
Assim como naquele ano, os
focos de incêndio começaram
em áreas de cultivo e em bos-
ques, e avançaram até ameaçar
e afetar áreas povoadas.
O tráfego por uma das rodo-
vias principais que leva à cidade
de Concepción (510 km ao sul
de Santiago) teve que ser res-
tringido desde ontem pela pro-
ximidade das chamas. Um dos
epicentros da tragédia é a loca-
lidade de Santa Juana, 52 km ao
sul de Concepción.
Estado de catástrofe
O governo do Chile declarou
estado de exceção de catástrofe
nas regiões de Ñuble e Biobío. Os
focos também afetam as regiões
de Maule e La Araucanía.
O presidente Gabriel Boric
decidiu suspender suas férias e
JAVIER TORRES / AFP
Dos mais de 230 focos, 80 estão fora de controle. Bombeiros lutam para controlar as fortes chamas
se deslocou até Concepción.
“Vamos realizar patrulhas por
toda a região. O mais importan-
te agora é apagar os incêndios.
O Estado está mobilizado para
isso”, disse o presidente.
A declaração do estado de ca-
tástrofe, um estado de exceção
constitucional, permite medidas
como a disponibilização de re-
cursos adicionais para controlar
a emergência e ir em socorro dos
atingidos, e restringir o recurso
às forças militares para esta si-
tuação de emergência.
“Meu papel como presiden-
te é garantir que todos os recur-
sos estejam disponíveis para a
emergência e para que as pes-
soas sintam que não estão sozi-
nhas”, completou Boric.
Os incêndios, que começa-
ram durante uma onda de ca-
lor extremo com temperaturas
próximas dos 40°C e no meio de
uma seca severa e prolongada,
são causados em 99% por ra-
zões humanas.
O Ministério Público anunciou
a detenção de duas pessoas vincu-
ladas com os incêndios nas regiões
de Biobío e La Araucanía. No com-
bate ao fogo trabalham 75 aerona-
ves e mais de 2,3 mil brigadistas.
(Com informações da APF)
Editora: Ana Paula Macedo
anapaula.df@dabr.com.br
3214-1195 • 3214-1172
CRISE
EUA derruba
balão espião
da China
O Exército dos Estados
Unidos derrubou um dos su-
postos balões espiões da Chi-
na que sobrevoavam os esta-
dos da Carolina do Norte e do
Sul, ontem. De acordo com
o Pentágono, o dispositivo já
havia atravessado áreas mi-
litares sensíveis dos EUA. O
caso aumentou ainda mais a
tensão entre os dois países.
As forças de segurança nor-
te-americanas iniciaram uma
operação para recuperar os
destroços do balão, que voa-
va a cerca de 60 mil pés e ti-
nha o tamanho estimado de
três ônibus escolares.
Horas antes, o presidente
Joe Biden havia afirmado que
iria se “ocupar” do suposto
dispositivo de espionagem. O
primeiro balão foi identifica-
do na quarta-feira e, segundo
o Pentágono, o Exército aguar-
dou o momento mais adequa-
do para derrubá-lo.
Três aeroportos do sudeste
americano foram temporaria-
mente fechados em meio ao
que a Administração Federal de
Aviação chamou de “esforço de
segurança nacional”. O balão
foi avistado na manhã de sába-
do sobre os estados da Carolina
do Norte e da Carolina do Sul ao
se aproximar da costa atlântica.
Emissoras de televisão
capturam o momento exato
da explosão e, na sequência,
o objeto caindo em direção à
costa leste do país.
Após o incidente, o secre-
tário de Estado americano,
Antony Blinken, adiou uma
visita a Pequim.
Opinião 10 • Correio Braziliense • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
VISÃO DO CORREIO
Europeus exigem
controle da inflação
A
Europa vive momentos conturbados
com a alta da inflação. Ao contrário dos
Estados Unidos, onde o custo de vida
está recuando de forma mais rápida,
no Velho Continente, os preços continuam su-
bindo e aterrorizando a população, sobretudo
a mais vulnerável. Não à toa, milhares de cida-
dãos têm tomado as ruas em protestos contra
os governos, exigindo ações concretas para con-
ter a carestia e cobrando reajustes salariais para
repor as perdas acumuladas nos últimos anos.
Os grupos mais organizados, como servidores
públicos, em especial os professores, enfermei-
ros e funcionários do setor de transportes, vêm
fazendo greves diárias, provocando transtor-
nos e abalando a popularidade de autoridades.
No Reino Unido, onde o custo de vida in-
siste em ficar próximo de 10% ao ano, mais
de um terço da população está em situação
de vulnerabilidade. Famílias têm sido obriga-
das a escolher se pagam as contas de energia
ou colocam comida dentro de casa. Na sema-
na que passou, os sistemas de trens e metrô
pararam, porque os operadores cruzaram os
braços. O movimento levou mais de 500 mil
pessoas a protestarem, o que não se via desde
2011, quando servidores suspenderam o tra-
balho em meio a uma negociação sobre refor-
ma previdenciária. O problema é que, agora,
a inflação entrou no jogo. Os países europeus
não lidavam com esse cenário de preços em
alta desde o final da Segunda Guerra Mundial.
A insatisfação aumenta porque as respostas
dos governos, quando vêm, ficam muito aquém
do esperado pelos trabalhadores. As adminis-
trações públicas estão sem margem de mano-
bra para dar reajustes ou mesmo para evitar re-
formas que precisam ser realizadas, como na
França. Com a popularidade em queda, o pre-
sidente Emmanuel Macron encampou proje-
to que prevê o aumento da idade mínima para
aposentadoria, de 62 para 64 anos, até 2030. O
repúdio à proposta tem alimentado manifesta-
ções constantes, de mais de 1 milhão de fran-
ceses nas ruas, parando tudo. A tendência, por
ANA DUBEUX
anadubeux.correio@gmail.com
Precisamos falar sobre
nosso patrimônio
Os ataques terroristas de 8 de janeiro não “fa-
lam” apenas sobre política. As imagens da in-
vasão das sedes dos Três Poderes da República
e da destruição do patrimônio público, cultu-
ral, artístico, material e imaterial, sugerem que
precisamos ter outro tipo de educação: a patri-
monial. É muito provável que os vândalos cri-
minosos não saibam nem o que é isso. Ou, se
sabem, não entendem o valor.
E todos nós, será que entendemos bem o te-
souro que temos guardado? E nossas crianças, se-
rá que aprendem sobre isso na escola? Estive na
abertura dos trabalhos do Judiciário no último
dia 1º, uma cerimônia solene no Supremo Tribu-
nal Federal. A corte fez questão de reavivar a me-
mória, embora não temos esquecido, com o vídeo
da invasão e deixou à mostra algumas das peças
vandalizadas que não puderam ser restauradas.
Na próxima quarta, completa um mês da bar-
bárie e desde então um contingente altíssimo de
colaboradores dos Três Poderes têm trabalha-
do para devolver o país os palácios e o Congres-
so em sua integridade. O STF decidiu preservar a
memória dos ataques porque isso também edu-
ca. E educação patrimonial é essencial.
Nos últimos dias, muito em função da série de
debates promovida pelo Correio, o evento Entre
os Eixos do DF, o tema foi bastante discutido. Es-
pecialmente em Brasília, toda a população deve-
ria ter plenamente consciência do que isso signifi-
ca, em especial devido ao tombamento da capital
como Patrimônio Cultural da Unesco.
Mas não se trata apenas de manter o título.
ÁLVARO TEIXEIRA DA COSTA
Diretor Presidente
Ana Dubeux
Diretora de Redação
Valda César
Superintendente de Negócios e Marketing
sinal, é de o engajamento aos protestos crescer
ante à irredutibilidade do governo.
Espanha e Portugal também veem o des-
contentamento da população aumentar, com
greves constantes. Na esteira da insatisfação,
os partidos de extrema direita, com um discur-
so populista, angariam apoiadores, tornando-
se forças relevantes dentro do Parlamento. No
Congresso português, o Chega já detém a ter-
ceira bancada, exalando xenofobia e precon-
ceitos contra imigrantes. No Legislativo espa-
nhol, o Vox desbancou legendas tradicionais e
assumiu a terceira posição em tamanho. A for-
ma dessas agremiações atuarem é idêntica ao
movimento que se viu no Brasil e que resultou
na eleição de Jair Bolsonaro e aliados.
Com tantas dificuldades a enfrentar, agrava-
das pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a Eu-
ropa terá de rever boa parte dos programas que
garantem o bem-estar social. A região é a menos
desigual do mundo, justamente porque, ao lon-
go de décadas, priorizou os menos favorecidos
dando educação de qualidade. Como dizem es-
pecialistas, o Velho Continente acostumou seus
cidadãos a terem dignidade. Agora, no limite, os
países necessitam cortar benefícios, mas não
sabem como fazer, ainda mais num momento
em que a inflação, agravada por uma crise ener-
gética, solapa o poder de compra das famílias.
A Europa ainda está distante de ter seus dias
de América Latina, região que, por anos, conviveu
com preços descontrolados — no Brasil, o custo
de vida chegou a passar de 89% ao mês. Felizmen-
te, esses tempos terríveis ficaram para trás. Mas,
para gerações europeias que sempre conviveram
com a estabilidade e a previsibilidade, ativos dos
quais nunca se pode abrir mão, o quadro atual é
estarrecedor. E deve ser revertido rapidamente
pelas autoridades, sob o risco de convulsões so-
ciais. Com inflação não se brinca. Onde ela chega,
corrói o poder de compra, desestrutura a econo-
mia e sustenta movimentos extremistas, que sa-
bem tirar proveito das mazelas alheias. Passou da
hora de os países do Velho Mundo enfrentarem,
de verdade, a carestia.
Trata-se de estabelecer uma cultura de preser-
vação numa cidade repleta de obras de arte. Te-
mos obras de arte, como vitrais, murais, escultu-
ras, pinturas. Temos jardins. Temos mobiliário de
grandes nomes do design brasileiro.
Veja o que está acontecendo com as cadeiras
de autoria do designer Sérgio Rodrigues e que
eram dos espaços culturais, como Cine Brasí-
lia e Sala Martins Penna. Há uma discussão so-
bre o que se fazer com elas, já que a avaliação
é que não serviriam bem ao mesmo propósito
neste momento e a restauração seria um pro-
cesso demorado e caro.
Mas não há dúvidas de que se trata de uma
postura criminosa deixá-las apodrecer em um
depósito. A Secretaria de Cultura vai levar o caso
ao Conselho de Defesa do Patrimônio (Condepac)
para recolher sugestões e apoio.
A verdade é que o tempo também passou a
contar para Brasília. A cidade envelheceu. Manter
um patrimônio custa dinheiro e muitas vezes não
rende tantos votos quanto os políticos desejam.
Por isso, é preciso cobrar, fiscalizar, fazer campa-
nhas permanentes pela defesa desse tesouro, co-
mo o Correio fez tantas vezes e ainda fará.
A educação patrimonial é um exercício de ci-
dadania. Todos devemos zelar pelo nosso patri-
mônio. Isso vai muito além de ter um órgão ofi-
cial como o IPHAN e do olhar cuidadoso dos ar-
quitetos de Brasília, que sempre estão na frente
da batalha pela preservação. Todos precisamos
ligar nosso alerta para a preservação de Brasí-
lia. Vamos juntos?
‘‘Na quarta parte nova os campos ara
E se mais mundo houvera, lá chegara’’
Camões, e, VII e 14
GUILHERME AUGUSTO MACHADO
Vice-Presidente executivo
Leonardo Guilherme Lourenço Moisés
Diretor Financeiro
Josemar Gimenez
Vice-presidente de Negócios Corporativos
Editora: Dad Squarisi // dadsquarisi.df@dabr.com.br
opiniao.df@dabr.com.br || 3214-1140
» Sr. Redator
» Cartas ao Sr. Redator devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome e endereço completo, fotocópia de identidade e telefone
para contato.
» E-mail: sredat.df@dabr.com.br
Guarda Nacional Zelensky continuou com o
Desabafos
»
genocídio de 15 mil ucra-
Sou contra a criação da Pode até não mudar a situação, nianos de ascendência
Guarda Nacional. Primei- mas altera sua disposição russa na Ucrânia; como
ramente porque, se a Força “não conta” que o mes-
Nacional será extinta, como O Teatro Nacional tá em pane, mo vassalo dos EUA pre-
ficará a situação das demais com tapume: governo impune. tende construir uma ba-
unidades federativas caso se da Otan no calcanhar
surja uma crise que exi- Maestro Jorge Antunes — Lago Norte de Putin. Vidas russas não
ja reforço de sua seguran- importam? O povo russo
ça interna? Em segundo lu- Glória Maria: arte-vida-atre-vida. não perdoaria a Putin, se
gar, porque vai gerar despe- ele não tivesse tomado a
sas desnecessárias, afetan- Francicarlos Diniz — Asa Norte atitude que tomou, tendo
do cada vez mais as contas invadido a Ucrânia depois
públicas que já estão fragi- O canalha sempre se supera. Haja de várias tentativas de diá-
lizadas. Em terceiro, porque vista o capitão Broxado e seus zeros logo com Zelensky, que o
a segurança da população ignorou. Não é por outro
do DF será fortemente afe- à esquerda. O Netto e o neto do motivo que a popularida-
tada com cortes nos recur- Valdemar da Costa, o do Val mas de de Putin na Rússia é de
sos repassados pelo gover- não vai, a deputada pistoleira etc. mais de 80%! E tem mais:
no federal por meio do Fun- Putin não está “destroçan-
do Constitucional. Precisa- Ludovico Ribondi — Noroeste do” a Ucrânia. Está des-
mos atacar as causas do troçando o nazi-fascismo
problema e não seus efei- ucraniano e de seus pa-
tos. A raiz da questão está » Erramos trões da Otan.
na “politização” das forças
de segurança pública, pa- » Emerson Leal
trocinada ostensivamen- O ex-deputado Daniel Silveira, citado nas Lago Norte
te por um extremista radi- denúncias do senador Marcos Do Val, não teve
cal que não aceita o resul- o mandato cassado, como foi informado na
tado das urnas e só pensa primeira página do Correio de ontem (4/2). Reforma
em golpe para se perpetuar tributária
no poder. Essa ideia malu-
ca precisa ser extirpada do Um grupo da Universi-
seio da sociedade. Quem exerce função de Estado não po- dade de Zurique apresentou um trabalho que sugeriu a
de se imiscuir em atividade de política partidária, sob pena substituição de todos os impostos da Suiça por um mi-
de contrariar preceitos constitucionais. A nação precisa é de croimposto, com alíquota de 0,1%. Estudos semelhan-
estadista para fortalecer a democracia e não de ditador pa- tes estão sendo realizados em vários países onde a no-
ra destruí-la. Concordo com as alterações na legislação para va tecnologia bancária gera a possibilidade de adoção
aumentar as penas para quem atentar contra o Estado De- de bases tributárias que refletem à perfeição a atividade
mocrático de Direito, mas discordo da criação da Guarda econômica, formal ou informal. Esses países, segundo
Nacional, por considera-la inócua e não contribuir em na- o Bank for International Settlements (BIS, uma espécie
da para a necessária despolitização de integrantes das nos- de Banco Central dos BCs), produzem volumes anuais
sas forças as segurança. de créditos bancários equivalente a até 120 vezes o PIB
das nações, somadas. O Brasil com a maior base tribu-
» José Leite Coutinho tária do mundo, sobressai nesse grupo. Aqui os créditos
Sudoeste bancários anuais representam 180 vezes o PIB. O volu-
me de transações bancárias no país é de R$ 1,8 quatri-
lhão. Isso significa que um milésimo desse volume, re-
Ibaneis colhido num microimposto, seria suficiente para subs-
tituir todos os tributos meramente arrecadatórios nos
Antes tarde do que nunca. O poder estimula e aquece três níveis da federação. Enquanto outro grupo de paí-
a alma. “Tudo vale a pena/quando a alma não é pequena”, ses precisaria de alíquota de até 1% para substituir esses
ensina Fernando Pessoa. Bom saber que parte dos sena- impostos, o Brasil tem situação semelhante à da Suíça
dores e deputados de Brasilia (Correio, 4/2) acordaram e nesse quesito, uma alíquota de 0,1% seria suficiente. O
divulgaram documento favorável ao retorno ao cargo do Brasil conta com um dos sistemas bancários mais sofis-
governador Ibaneis Rocha, antes do tempo de 90 dias es- ticados e tecnológicos do mundo. Em vez de se aprovei-
tipulado pelo Supremo Tribunal Federal. O amor é lindo e tar dessas condições vantajosas, no entanto, o Brasil in-
o retorno será triunfal. Nesse sentido, recordo que escrevi, siste em sofrer com os efeitos de um sistema tributário
solitariamente, no Correio Braziliense, em 29 de janeiro, desvirtuado e antifuncional que, ano após ano, recebe
repudiando a açodada criação de uma CPI pela Câmara do Banco Mundial a avaliação de pior do mundo. O fato
Legislativa, visando colocar Ibaneis no paredão. Acentuei de nossas bases tributárias estarem em frangalhos, pois
que a demagógica pantomima foi esvaziada diante do re- entra governo, sai governo, e nada acontece, deveriam
latório conclusivo do então interventor Ricardo Cappeli, estimular os protagonistas do debate sobre a reforma tri-
que não fez referência no documento ao governador nas butária a pensar fora da caixinha. O Imposto de Renda é
badernas de golpistas no dia 8 de janeiro. um exemplo dessa saturação. Chega-se à crueldade, não
há outra palavra, de tributar um assalariado que recebe
» Vicente Limongi Netto 1,46 salários mínimos. O Brasil tem tudo para inverter a
Lago Norte equação: em vez de microbases gerando macroimpos-
tos, é possível ter uma macrobase viabilizando um mi-
croimposto. Essa é a real revolução tributária que o país
Crítica precisa e é capaz de fazer.
A ingenuidade do leitor José Matias Pereira na seção » Renato Mendes Prestes
“Desabafos” é risível! Para ele, “não conta” que o neonazi Águas Claras
S.A. CORREIO BRAZILIENSE – Administração, Redação e Oficinas Edifício Edilson
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Melo, 1223, sala 602 – Barro Preto – CEP: 30.180-070 – Belo Horizonte/MG; Tel.: (31)
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A tentativa de golpe
C
láudio Gonçalves Couto, cientista po-
lítico e professor da FGV-SP é o inspi-
rador desse artigo. A “Revolução” de
1930, que sepultou a República Velha,
se faz sem maiores sobressaltos e sem bruta-
lidade. Em 1937, houve o golpe de Vargas, que
instituiu o Estado Novo (ocorreu sem neces-
sidade de recorrer à violência). Bastou à or-
dem autoritária vigente alterar a ordem cons-
titucional, abolindo a separação de Poderes e
o pluripartidarismo. O Estado Novo caiu sem
necessidade de recorrer à força, quando, em
1945, Vargas ruma para São Borja e tem sua
ditadura substituída pela nossa primeira de-
mocracia já que antes de 1930 a Primeira Re-
pública era dos senhores de terra como no
Império! Getúlio, contudo, seguiria integra-
do ao novo regime, do qual foi ator central
até seu suicídio, nove anos depois.
Nesse espaço de tempo tivemos evento
histórico mais assemelhado à intentona bol-
sonaresca do 8 de janeiro (o levante armado
dos integralistas contra o Palácio do Catete)
numa tentativa de derrubar a ditadura getu-
lista, substituindo-a por outra fascista. As se-
melhanças estão na violência utilizada, con-
tra a sede do Poder Estado (o Executivo) e na
inspiração fascista claramente evidente na
época. As diferenças estão no fato de que se
atentava contra uma ditadura, agora o ataque
ocorreu contra uma democracia, e também
na condição iletrada dos fascistas de hoje se
comparada ao requinte intelectual dos líde-
res daquele movimento (Plínio Salgado, Mi-
guel Reale e Gustavo Barroso).
Depois disso, a maior violência contra as
instituições foi o golpe de 1964 e a própria di-
tadura militar que originou. Novamente, nos
dois casos, a incolumidade física dos Três Po-
deres foi preservada, embora sua integridade
institucional tenha sido vilipendiada por atos
institucionais e outras medidas de arbítrio –
como a cassação de mandatos de representan-
tes eleitos do povo na época era da Diretoria
Central dos Estudantes e foi preso em Neves.
A destrutividade é inerente ao bolsonarismo.
Deu a tônica de seu governo e confere sentido
ao movimento sociopolítico que lhe dá base.
A pronta reação de atores-chave do siste-
ma — Judiciário, Executivo, Legislativo e go-
vernos estaduais — foi fundamental para sua
própria preservação. Durante o quadriênio
da presidência Bolsonaro, a essa reação de
agora correspondeu à resistência dos atores
institucionais. Governos subnacionais luta-
ram pela preservação de suas competências,
a cúpula do Poder Judiciário pôs freios às in-
vectivas autoritárias do Executivo e o Legisla-
tivo (sobretudo durante o biênio de Rodrigo
Maia na presidência da Câmara) brecou ini-
ciativas abusivas do presidente Bolsonaro,
mormente nos Sete de Setembro!
Isso não ocorreu, no caso do procurador-
geral da República, cúmplice dos abusos bol-
sonarescos e corresponsável pela barbárie
em Brasília. Alguns governos subnacionais
foram aliados do projeto autoritário do pre-
sidente, entre eles o de Minas Gerais.
Contudo, no conjunto, o sistema institu-
cional, submetido a estresse, foi capaz de re-
sistir — e, se não o fizesse, comprometeria
Por um ensino público universal de qualidade
Historiador, doutor e livre docente da USP, professor titular da Unicamp
B
rasileiros podem ter preferências e
opiniões diferentes a respeito de tu-
do, da política ao futebol, mas, hoje
em dia, parece que pelo menos em
um ponto nós concordamos: sem uma es-
cola pública que ofereça um ensino univer-
sal de qualidade as oportunidades para os
jovens continuarão muito diferentes, nossa
sociedade permanecerá fraturada gerando
insatisfação, violência e insegurança. A afir-
mação de que o Brasil é uma democracia é e
continuará sendo apenas uma frase feita, pi-
rotecnia verbal sem conteúdo.
Nosso contrato social, a tão bem-intencio-
nada Constituição de 1988, continuará sendo
um belo texto, mas uma utopia. O fato é que
todos os países que deram um salto qualita-
tivo nos últimos 100 anos contaram com es-
colas de qualidade acessíveis a toda, ou qua-
se toda a população. Corrigir desigualdades
por meio de cotas pode ser uma necessida-
de momentânea, mas tem a desvantagem de
esconder a origem do problema que é a for-
mação de nossas crianças e jovens.
Depois de muito tempo batendo nessa
tecla, parece que começamos a ser ouvidos.
Trabalhos sérios feitos em pontos isolados do
país têm surpreendido os céticos, mas confir-
mado o que dizia, por exemplo, Magda Soa-
res: “Toda criança tem direito a aprender. To-
da criança pode aprender. É papel de o Es-
tado fornecer condições para que as crian-
ças aprendam”.
A experiência realizada no Ceará demons-
trou a mesma coisa. Em um estado nordes-
tino não particularmente rico, os resultados
dos alunos têm sido dos melhores do país.
Instituições educacionais espalhadas pelo
país, geridas com eficiência, vêm obtendo
» SACHA CALMON
Advogado
sua própria sobrevivência política.
Tal resistência não ocorreu sem custos.
Pesquisa feita logo após o 8 de janeiro mostra
que 40% dos brasileiros acreditam na hipó-
tese tresloucada de fraude nas últimas elei-
ções. Uma mentira repetida milhões de ve-
zes soa como verdade.
Contingente não desprezível deles acre-
dita haver motivos legítimos para a intento-
na bolsonaresca. São brasileiros desinforma-
dos, entupidos de ódio e frustrados na vida!
Em Brasília havia bandidos e muitos neuró-
ticos violentos. Vazaram ódio e destruição ja-
mais vistos entre nós. Essa é a própria natu-
reza de Bolsonaro, o estúpido líder inspira-
dor dessa violência.
O bolsonarismo foi bem-sucedido na ta-
refa de erodir significativamente a legitimi-
dade das instituições do Estado, não há co-
mo duvidar.
É sobre essa legitimidade que se assenta a
própria capacidade das instituições de conti-
nuarem operando. Não há motivos, para ga-
rantir que assim continue sendo, sem uma
» JAIME PINSKY
também resultados surpreendentes para
aqueles que, erradamente, pensavam que
não tínhamos condições de ter boas esco-
las disponíveis a toda a população. Temos
e podemos.
Por todos esses motivos, creio não ser oti-
mismo em excesso acreditar que a população
brasileira chegou à conclusão de que temos
que aplicar, no país todo, sistemas escola-
res verdadeiramente democráticos, dispo-
níveis a estudantes de qualquer origem so-
cial, de qualquer identidade racial, de qual-
quer região, de qualquer opção sexual. Se é
uma vergonha, como diz um cientista ami-
go meu, o Brasil nunca ter recebido um úni-
co Prêmio Nobel, vergonha maior é manter
grande parte de sua população à margem de
uma formação que habilitaria os jovens a se
apresentarem com honra em avaliações in-
ternacionais de matemática e ciências (para
não falar de redação incoerente e cheia de er-
ros e do desconhecimento total de processos
históricos, civilizatórios).
Falo de escola pública com conhecimen-
to de causa, uma vez que fiz o primário (5
anos), o ginásio (4 anos) e o colegial (3 anos)
em escolas públicas. É verdade que contava
com uma família que prezava muito a leitura.
Meus pais eram imigrantes, não tiveram
oportunidade de realizar estudos formais, mas
sempre se dedicaram à leitura, tanto em portu-
guês quanto na língua iídiche. Quando íamos
pra cama, minha irmã e eu tínhamos a opor-
tunidade ouvir seu Abrão e dona Luiza ler pa-
ra nós contos inteiros, ou trechos de romances.
Aprendi a ler muito cedo, pois queria des-
cobrir, eu mesmo, os tesouros inacessíveis
para analfabetos que os livros continham. E
tive um grande professor de português, João
Correio Braziliense • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Opinião • 11
resposta dura, exemplar da legalidade con-
tra a barbárie. É preciso aproveitar a força
do momento, para sepultar o bolsonarismo.
E fazer uma varredura nas Forças Arma-
das. É preciso ser como nos Estados Unidos
de quem copiamos a República, o Federalis-
mo e a democracia. Lá as FFAA não dão pi-
tacos e nunca interferiram na vida da Repú-
blica. É preciso reformulá-las com urgência.
Existem para a democracia e o país no pla-
no internacional. A vida civil lhes é interdi-
tada, menos o voto. Os acampamentos em
frente aos quartéis deveriam ser dissolvidos
de pronto pelo exército. Se fizeram de roga-
dos. Devem voltar a fazer cursos nos EUA e na
França. Aqui não é Venezuela nem Hungria.
A nação cobra a ida para a reserva de ge-
nerais, coronéis e majores omissos. Brasil e
brasileiros acima de todos. Militar é servidor
público. Portam armas para defender a de-
mocracia e não para nos ameaçar. E deviam
estar trabalhando duro na Amazônia, tão pre-
cisada de nossas formas armadas, garantido-
ras de sua integridade.
Tortello, que estimulava meu amor pelos li-
vros. Confesso que livros escolares eu des-
trinchava com pouco esforço, o suficiente
para passar de ano, mas lia o que aparecia
na minha frente, com fome difícil de saciar.
Lembro-me quando o professor de por-
tuguês perguntou, no começo do ano leti-
vo, o que tínhamos lido nas férias de verão.
A maioria dos alunos não havia lido nada. O
meu relatório devia parecer pedante: eu per-
guntava ao professor se ele queria que eu co-
meçasse pelos franceses, russos ou america-
nos, pois nessa fase eu já lia com alguma or-
dem... Eram dezenas de livros e eu tinha feito
notas de leitura de cada umdeles.
Se o professor Tortello me estimulava na
leitura de obras de ficção, Ruy Nunes, que en-
sinava filosofia, me provocava com sua visão
filosófica muito religiosa, cristã, tomista. Pa-
ra poder discutir com ele, eu, que me consi-
derava materialista (como bom adolescen-
te contestador), comecei lendo as obras que
ele indicava, o próprio Thomaz de Aquino e
seus seguidores, como Jacques Maritain. Pa-
ra poder questionar o mestre, eu robustecia
meu arsenal de argumentos lendo, cuidado-
samente, os autores que criticavam a visão
aristotélico-tomista e mesmo os que tenden-
ciavam no outro extremo, com explicações
materialistas, como Bertrand Russel.
É verdade que o professor era um pouco
dogmático e me punia nas notas por eu não
concordar filosoficamente com ele e até con-
testá-lo. Mas era culto, inteligente, tinha um
arsenal de argumentos respeitáveis e me le-
vou a ler coisas que eu nunca teria lido sem
tê-lo como professor. Ensino universal de
qualidade. O Brasil precisa e os brasileiros
merecem.
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
Circe Cunha (interina) // circecunha.df@dabr.com.br
Um banco de
desenvolvimento nacional
Depois da quebradeira espetacular e suspeita da Lojas
Americanas, deixando, até onde se sabe, um passivo por
volta de R$ 40 bilhões, a bola da vez dos escândalos de fa-
lência recai, mais uma vez, sobre a conhecida operadora
OI, recém-saída do mais longo período de recuperação ju-
dicial de nossa história.
A dívida da operadora se aproxima daquela gerada pelas
Lojas Americanas, sendo de aproximadamente
R$ 35 bilhões. Há em mais esse episódio uma ameaça de inter-
venção, o que pode significar, no jargão dessas grandes empresas
que essa e outras contas irão ser espetadas nas costas dos contri-
buintes, por meio do socorro financeiro de bancos como o Ban-
co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Até aqui nenhuma novidade e o que é pior, nenhuma in-
vestigação, capaz de levar a termo esses imbróglios finan-
ceiros mal explicados. A justiça, que nesses casos anda li-
geira, já decidiu que a empresa está, por ora, protegida dos
credores. Mais uma vez, nesse setor em que os bilhões são
quantias usuais negociadas, a Agência Nacional de Teleco-
municações (Anatel) entrará em campo para assumir o co-
mando desse repetido desastre.
O assunto parece sério demais para ganhar as letras gar-
rafais dos principais jornais do país. De forma resumida, é
preciso explicar que essas seguidas falências, que acometem
as grandes empresas do país, mormente àquelas ligadas ao
setor de telecomunicações, decorrem, segundo a impren-
sa, primeiramente do excessivo e pouco republicano estrei-
tamento de relações dessas companhias com membros do
governo, no tradicional toma lá dá cá a envolver esses me-
ga negócios. A reincidência desses escândalos vem ainda da
certeza de que, essas tratativas nebulosas jamais são apura-
das até o fim, restando esses prejuízos depositados na con-
ta da viúva mais desejada desse país, no caso aqui o BNDES.
Montadas sobre um arcabouço em que assuntos em-
presariais privados são erguidos sobre garantias e prote-
ções políticas de governo, cedo ou tarde cada um desses
portentos negócios, verdadeiros campeões nacionais, vem
por terra, deixando rastros de prejuízos apenas para a so-
ciedade, que entra nesses negócios como laranjas, sem sa-
ber de nada.
Quem acompanha essa infindável novela de perto, sa-
be que para entender todo esse complicado enredo é preci-
so voltar vários capítulos atrás indo até ao “mapa da mina”,
quando empresários de vários calibres morais e financeiros,
voavam como mariposas ao encontro do brilho das moedas
emitido pelos cofres públicos. O chamariz ou a isca para es-
ses negócios eram representados pelo BNDES e pelos fun-
dos de pensão, todos eles abarrotados de dinheiro e escas-
sos de elementos como a ética ou a compliance e boa ges-
tão. Analisados de perto e com a isenção necessária, jamais
esse e outros acordos bilionários seriam selados à luz do dia.
» A frase que foi pronunciada
“Parece-me bem claro que
o Brasil não teve ainda um
bom governo, capaz de atuar
com base em princípios, na
defesa da liberdade, sob o
império da lei e com uma
administração profissional.”
Margaret Thatcher
Grande apresentação
» Renata Dourado, cantora lírica e professora
de canto está começando a montar a obra Os
miseráveis. Artistas da capital confessam que o
ânimo reascende.
Recomeço
» Novas campanhas de vacinação infantil devem
chamar a população à proteção. Mais de 30% da
criançada do DF está com a agenda de vacinas
como hepatite,febre amarela e poliomielite
atrasada.
Sub reptício
» Na entrada do Trecho 9, do Setor de Mansões do
Lago Norte, alvo por muito tempo de grileiros,
começam a construir em terreno de área verde. A
matinha que em outros tempos era farta de árvores
frondosas e foi pouco a pouco destruída. Vamos
acompanhar se as autoridades conseguem impedir
a legalidade em área nobre.
Apuração
» Ministro Alexandre de Moraes recebeu elogios da
ministra do Planejamento, Simone Tebet, sobre
a postura “rigorosa” em relação à resposta aos
ataques criminosos de 8 de janeiro em Brasília.
Agora, a cobrança recai sobre parlamentares para
uma CPI também inflexível.
» História de Brasília
É impressionante, o número de oficinas mecânicas em todo o
Plano Pilôto. Atrás de cada posto de gasolina há uma oficina,
afora as da l2, que são inúmeras. As que se mudaram para o
Setor, na entrada de Taguatinga, enfrentam dificuldades com a
concorrência estimulada pela Prefeitura.
(Publicada em 15.03.1962)
Saúde
12 • Correio Braziliense • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
Diabetes e câncer, uma
combinação mais letal
Taxa de mortalidade por tumores em indivíduos com as duas complicações é 18% maior do que a população em geral, mostra
estudo britânico. Para autores, resultado sinaliza a necessidade de mudanças no monitoramento da doença metabólica
» GAbrielA ChAbAlGoiTy 
A
s mortes relacionadas ao câncer
são consequência, em pelo me-
nos um terço dos casos, de há-
bitos alimentares, como o bai-
xo consumo de frutas e vegetais, da fal-
ta de atividade física e do uso de álcool
e tabaco, de acordo com a Organização
Pan-Americana de Saúde (Opas). Uma
pesquisa publicada na Diabetologia —
jornal da Associação Europeia de Estu-
dos do Diabetes — mostra que pessoas
com diabetes tipo 2, cujo desenvolvi-
mento é associado a boa parte desses
fatores de risco, apresentam maior ta-
xa de mortalidade em decorrência de
tumores do que aquelas que não têm a
doença metabólica.
A equipe da University of Leicester e
da London School of Hygiene & Tropical
Medicine, ambas no Reino Unido, obser-
vou que, considerando todos os cânce-
res, a taxa de mortalidade é 18% maior.
Para os tumores de mama, 9%. No caso
do colorretal, que tem a obesidade e a
ingestão de ultraprocessados como fa-
tores de risco, a taxa é de 140%. Autor da
pesquisa, Suping Ling diz que os resul-
tados enfatizam a necessidade de prio-
rizar a prevenção, a pesquisa, a detecção
precoce e o tratamento do câncer prin-
cipalmente em indivíduos mais velhos.
“Especialmente, para câncer colorre-
tal, de pâncreas, de fígado e de endomé-
trio, cujas taxas de mortalidade foram
substancialmente maiores em indiví-
duos com diabetes tipo 2 do que na po-
pulação em geral”, completa o também
pesquisador da University of Leicester.
Para esses tipos de tumores, a mortali-
dade foi quase o dobro da registrada na
população em geral.
Segundo a endocrinologista Polya-
nna Gomes, em pessoas com a doen-
ça metabólica, a glicose fica em índi-
ces mais altos do que o recomendado e
há uma maior oscilação das taxas. Essa
condição deixa esses indivíduos mais
vulneráveis. “Há um estado metabólico
potencialmente inflamatório, o que po-
de ter uma relação com a maior incidên-
cia de câncer, uma vez que as flutuações
glicêmicas podem predispor a formação
de tumores”, explica.
Na mesma linha, os autores do estu-
do indicam que os tumores com maio-
res taxas de mortalidade entre indiví-
duos com diabetes tipo 2 — de pâncreas,
fígado e endométrio — podem estar re-
lacionados a exposições prolongadas
aos efeitos do aumento dos níveis de
açúcar no sangue, da resistência à in-
sulina e da inflamação crônica. “Não te-
mos ainda essa relação direta do risco de
diabetes e câncer, mas o fato de ter sido
constatada essa taxa de mortalidade au-
mentada gera um alerta principalmente
para a prevenção. Isso é importante para
Longevidade: exercícios físicos têm maior impacto que a genética
A prática de atividades físicas tem
maior impacto na longevidade que os
genes, segundo um estudo da Univer-
sidade da Califórnia, em San Diego, pu-
blicado no Journal of Aging and Physical
Activity. Os autores queriam descobrir
se o DNA poderia influenciar o risco de
mortalidade precoce mais do que a vida
sedentária que, conhecidamente, reduz
a expectativa de vida.
“O objetivo era entender se as asso-
ciações entre atividade física e tempo
de sedentarismo com a morte precoce
variam com base em diferentes níveis
de predisposição genética para a lon-
gevidade”, disse o principal autor, Ale-
xander Posis, aluno do Programa Con-
junto de Doutorado em Saúde Públi-
ca da universidade norte-americana.
Em 2012, como parte de um es-
tudo populacional, os pesquisadores
começaram a medir a atividade física
de 5.446 mulheres nos Estados Uni-
dos com 63 anos ou mais, e as acom-
panharam até 2020, para determinar
causas de mortalidade. As participan-
tes usaram um acelerômetro profissio-
nal por até sete dias para medir quanto
tempo passaram se movimentando, a
Editora: Ana Paula Macedo
anapaula.df@dabr.com.br
3214-1195 • 3214-1172
biswarup Ganguly/Divulgação
Índices altos de glicose
criam um metabolismo
potencialmente
inflamatório, facilitando a
formação de tumores
Arquivo pessoal
Polyanna Gomes lembra que há uma do cigarro, como programas de tria-
relação direta da incidência do câncer e gem específicos. “Intervenções pa-
do diabetes aos hábitos alimentares, à ra fumantes, além de estimular que
prática de exercício físico e ao manejo as pessoas parem de fumar, podem
É mais um motivo para deixar do estresse. “Então, quando você anali- incluir campanhas para aumentar a
sa essa relação do diabetes tipo 2 e tu- conscientização sobre o câncer e me-
acentuada essa ideia de mores, é mais um motivo para deixar lhorar a detecção precoce”, sugerem.
promover um estilo de vida acentuada essa ideia Na avaliação
de promover um es- do grupo, os re-
saudável visando ter um tilo de vida saudá- sultados sinali-
equilíbrio tanto na questão da
composição corporal quanto
vel visando ter um
equilíbrio tanto na
questão da compo-
140%
É o aumento da taxa de
zam a necessida-
de de uma revi-
são de protocolos
sição corporal quan- de cuidados dire-
para evitar o câncer” to para evitar o cân- mortalidade por câncer cionados a indiví-
cer”, diz. colorretal em indivíduos duos com diabe-
Polyanna Gomes, endocrinologista que têm diabetes tipo 2 tes tipo 2. “A pre-
Cigarro venção de doen-
ças cardiovascula-
criar políticas que melhorem o rastrea- colhidas ao longo de 20 anos, entre 1º No caso da com- res tem sido consi-
mento”, indica Gomes. de janeiro de 1998 e 30 de novembro binação tabagismo e diabetes, o es- derada uma prioridade em pessoas
de 2018. Os cientistas também consta- tudo mostra que fumantes têm uma com diabetes. Nossos resultados de-
Obesidade mórbida taram uma significativa diferença en- taxa de mortalidade por câncer de safiam essa visão mostrando que o
tre a mortalidade por câncer em pes- 3,4%, contra 1,4% entre os não fu- câncer pode ter superado as doen-
A equipe analisou dados de 137.804 soas com obesidade mórbida e a doen- mantes. Para os autores, a maioria ças cardiovasculares como a princi-
indivíduos com 35 anos ou mais, diag- ça metabólica (5,8%) e aquelas também das políticas de saúde atuais acaba pal causa de morte em pessoas com
nóstico recente de diabetes tipo 2 e tem- diagnosticadas com diabetes, mas em beneficiando mais os não fumantes. diabetes tipo 2. Por isso, a preven-
po médio de acompanhamento médi- outras categorias de peso (todas as ta- Por isso, defendem, é importante ter ção aos tumores merece um nível
co de 8,4 anos. As informações foram xas abaixo de 1%). ações personalizadas para os adeptos de atenção semelhante”, defendem.
WilliAM We ST
intensidade da atividade física e o tem-
po de sedentarismo.
O estudo prospectivo descobriu que
níveis mais altos de atividade física le-
ve, moderada ou vigorosa foram asso-
ciados a menor risco de morte preco-
ce. O maior tempo sedentário, por sua
vez, teve relação com uma mortalidade
maior. Essas associações foram consis-
tentes entre as mulheres que tinham di-
ferentes níveis de predisposição genéti-
ca para a longevidade.
“Nosso estudo mostrou que, mes-
mo que você provavelmente não vi-
va muito com base em seus genes,
ainda é possível prolongar sua ex-
pectativa de vida adotando compor-
tamentos de estilo de vida positivos,
como exercícios regulares e sentar
menos”, disse o autor sênior, Alad-
din H. Shadyab, professor assistente
na Escola Herbert Wertheim de Saú-
de Pública e Ciência da Longevidade
Humana na UC em San Diego. “Por
outro lado, mesmo que seus genes
predisponham você a uma vida lon-
ga, permanecer fisicamente ativo
ainda é importante para alcançar a
longevidade.” As atividades de intensidade leve, moderada e vigorosa foram associadas a menor risco de morte precoce
Cidades
+ política e economia no DF
Moradores do Entorno
recorrem a serviços do DF
Correio falou com pessoas que vivem em algumas das 12 cidades que fazem parte da Periferia Metropolitana de Brasília
(PMB). Apesar de considerarem que o atendimento na capital é melhor, elas acreditam que melhorias são necessárias
» ARTHUR DE SOUZA
» RAISSA CARVALHO*
A
tualmente, é difícil falar
do Distrito Federal sem
lembrar das cidades que
o circundam. São 12 mu-
nicípios goianos vizinhos que for-
mam a Periferia Metropolitana de
Brasília (PMB), de acordo com
a última Pesquisa Metropolita-
na por Amostra de Domicílios
(PMAD), feita pelo Instituto de
Pesquisa e Estatística do Distrito
Federal (IPEDF). Somados, eles
representam 826 mil pessoas. O
levantamento aponta que 17,92%
dos moradores dessas cidades,
que buscam serviços de saúde, o
fazem em unidades do DF. Além
disso, 8,98% dos jovens da PMB
estudam em instituições da capi-
tal do país e 36,14% dos trabalha-
dores têm emprego no DF.
Quem se encaixa nas estatísti-
cas é o consultor de segurança da
informação Pablo Henrique Alves,
28 anos, que mora na Cidade Oci-
dental há 22 anos. “Como mora-
dor do Entorno, frequento o Pla-
no Piloto e as demais regiões ad-
ministrativas desde criança”, afir-
ma. “Meus pais, ainda no dia de
hoje, utilizam do transporte públi-
co para se deslocar até o trabalho,
minha mãe principalmente. Dia-
riamente ela faz o trajeto: Cidade
Ocidental/Lago Sul”, detalha. “Eu,
no caso, trabalho no Setor Bancá-
rio Norte, então frequentemente
deixo meu carro no terminal BRT
de Santa Maria e pego a linha ex-
pressa em direção a rodoviária do
Plano Piloto”, complementa.
Segundo Pablo Henrique, a
saúde é um dos serviços que ele
mais utiliza no DF, muito pela
questão da estrutura. “Quan-
do são questões mais graves de
saúde, não tem jeito. A única
alternativa é recorrer ao Pla-
no, Gama ou Santa Maria, lo-
cais que oferecem uma estrutu-
ra que o Entorno, infelizmente,
ainda não dispõe”, aponta. “Por
aqui, tem algumas UPA’s com
boa infraestrutura, mas apenas
para atendimentos casuais, sem
gravidade”, observa.
A doméstica Neves Martins, 55,
mora em Valparaíso (GO) e tam-
bém utiliza as unidades de saúde
do DF. “Faço meus exames e con-
sultas nos postos de saúde do Ga-
ma ou então no hospital da Santa
Maria”, destaca. “Onde eu moro,
demora demais para chamar e, às
vezes, isso nem acontece. A gente
fica na fila durante horas”, reclama.
Cansativo
Outro que também depen-
de dos serviços do DF é o estu-
dante de pedagogia Carlos Otá-
vio Santos Silva, 27. Morando no
Novo Gama desde 2014, ele con-
ta que, desde àquela época, en-
frenta situações desconfortáveis.
“Fiz vestibular para uma faculda-
de particular e fui aprovado. De-
pois disso resolvi morar no Novo
Gama e, junto ao início das aulas,
comecei a ter problemas com o
transporte público local”, relata.
“As aulas começavam às 19h e
iam até às 22h40, todos os dias.
Para que eu pudesse chegar na
faculdade a tempo, era necessá-
rio que eu saísse de casa com, pe-
lo menos, 2 horas de antecedên-
cia”, detalha o estudante.
Mas isso, nem de longe, era
o pior, segundo o estudante. Ele
afirma que não tinha ônibus pa-
ra voltar direto para casa, pois
o último coletivo saía da rodo-
viária de Taguatinga, sentido ao
Novo Gama, às 20h e, nesse ho-
rário, ainda estava em aula. Por
Fotos: Mariana Lins
Carlos Otávi0o Santos mora no Novo Gama e sofre com o transporte
este motivo, a opção era utilizar
o sistema de transporte público
do Distrito Federal. “Saía da fa-
culdade às 22h40, corria para a
parada de ônibus mais próxima,
onde pegava uma condução para
o Gama e de lá, pegava outra para
o Novo Gama, que partia da rodo-
viária à meia noite, fazendo com
que eu chegasse em casa por volta
das 00h40. Essa foi a minha rotina
durante muito tempo”, destaca.
Neves Martins também sente
na pele o descaso com o trans-
porte público do Entorno. “É
ruim demais! Às vezes, fico mais
de hora na parada esperando um
ônibus e acabo me atrasando pa-
ra o serviço, por mais que saia
cedo de casa”, desabafa. “Em al-
gumas oportunidades, vou pa-
ra o trabalho de carro, com meu
esposo, mas não é todos os dias
que isso acontece”, afirma a do-
méstica. Ela comenta ainda que,
além da demora, os coletivos es-
tão quase sempre lotados.
Melhorias
Quase nove anos depois de se
mudar para o Entorno, de acor-
do com Carlo Otávio, pouca coisa
avançou. “É verdade que as empre-
sas que atendem a cidade de Novo
Gama mudaram e, agora, têm ôni-
bus bem mais novos, porém, ainda
existe escassez de rotas e de horá-
rios para algumas regiões do Distri-
to Federal”, aponta. “Os valores das
passagens ainda são relativamente
mais caras que as praticadas pelas
empresas do Distrito Federal e os
estudantes do Entorno ainda não
contam com um sistema similar ao
Passe Livre Estudantil”, lamenta.
De acordo com Pablo Henri-
que, citado no início da reporta-
gem, o transporte precisa de me-
lhorias, tanto no Entorno quanto
no próprio DF. “Atualmente, não
comporta a quantidade de habi-
tantes. Faltam ônibus para a po-
pulação, principalmente no ho-
rário de pico”, avalia. “Entre 6h e
8h30 e das 17h às 19h30, os ôni-
bus estão extremamente lotados
e alguns ainda não apresentam
boas condições internas e nem
mecânicas”, acrescenta. “No ter-
minal de Santa Maria e Gama, por
exemplo, tanto na ida quanto na
volta, existem filas gigantescas,
grande parte disso é por conta
da pouca quantidade de ônibus
disponibilizados nos horários de
maior fluxo”, acredita.
Para ele, o processo de aco-
lhimento pode ser melhorado,
por parte do DF, com a criação
de políticas públicas de integra-
ção. “Principalmente na parte de
infraestrutura no transporte e
criação de linhas integradas en-
tre DF e Entorno. Creio que a in-
tegração na saúde pública tam-
bém é um item que pode vir a
melhorar”, conclui.
GESTÃO
Respostas
A gestão do transporte públi-
co entre o Entorno e o DF sofreu
alterações, em dezembro do ano
passado, após um imbróglio en-
volvendo a tarifa dos coletivos. O
GDF, que até então era o respon-
sável, reajustou as passagens em
4 de dezembro. Mas uma deci-
são do ministro André Mendon-
ça, do Supremo Tribunal Fede-
ral (STF), suspendeu o reajuste.
Dois dias depois, o secretário de
Transporte e Mobilidade, Valter
Casemiro, afirmou que o governo
local iria devolver a gestão para a
Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT), durante uma
Pablo Alves trabalha e depende de diversos serviços na capital
entrevista ao CB.Poder. A repor-
tagem procurou a agência, ques-
tionando o que a ANTT pretende
fazer para melhorar as situações
reclamadas pelos entrevistados.
Em nota, a ANTT disse que a
gestão do serviço rodoviário se-
miurbano entre o DF e as cidades
do Entorno está em fase de trans-
ferência e, nessa etapa, a agência
está “tomando conhecimento” da
atual situação do serviço para ado-
tar medidas futuras. “A partir de
15 de fevereiro, a gestão voltará
por completo para a Agência, que
reforçará a fiscalização do trans-
porte, a fim de garantir a qualida-
de do serviço oferecido à popula-
ção. Em breve, a ANTT anunciará
Editor: José Carlos Vieira (Cidades)
Atendimento ao leitor: 3342-1000
Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 •฀Correio฀Braziliense฀฀• 13
um plano para a melhoria do ser-
viço”, destacou o texto.
O Correio também pediu res-
postas ao GDF sobre como é o tra-
balho para atender as demandas
das cidades do Entorno, se o Fun-
do Constitucional (FCDF) pode ser
importante para isso e se existe al-
guma política pública específica
para os moradores da PMB. A Se-
cretaria de Saúde informou que
não tem nenhuma política volta-
da para os moradores do Entor-
no, mas que existem algumas par-
cerias pontuais, para o combate
à dengue, entre a SES-DF e algu-
mas prefeituras. Já a Secretaria de
Educação disse que, durante o ano
de 2022, 8.124 alunos do Entorno
josecarlos.df@dabr.com.br e
Tels. : 3214-1119/3214-1113
cidades.df@dabr.com.br
Palavra do especialista
Olhar humanizado
A relação entre o DF e o
Entorno sempre foi um desafio
para as gestões da capital
do país e do estado de Goiás.
É inegável a necessidade de
se aprimorar a qualidade
de vida nos municípios que
integram a região. Mas as
demandas parecem nunca
serem atendidas, e a atenção
dispensada está sempre
aquém da necessidade,
revelando problemas
crônicos, que impedem o
seu desenvolvimento.
Em janeiro, o Governador
Ronaldo Caiado (GO)
sancionou a criação da Região
Metropolitana do Entorno
(RME) do DF, que propõe a
cooperação interfederativa
entre o governo de Goiás, do
DF e a União. Esperamos que
o afastamento do Governador
do DF, Ibaneis Rocha, três
dias depois desta sanção, por
conta da intervenção federal
na capital, não impeça o
andamento das buscas por
soluções definitivas aos
problemas históricos. Assim,
será possível planejar e
executar as políticas públicas
de interesse comum de forma
eficiente e integrada.
Até porque essa foi a
promessa de campanha
do Governador reeleito,
“integração de todos os
serviços públicos entre o DF
e o Entorno”, por meio de
parcerias com as prefeituras
do Goiás. Inclusive, seria
interessante levar à cabo
as propostas que surgiram
durante a campanha,
mesmo que pelos adversários:
integração do transporte
público, com bilhete único,
novos ônibus e melhores
tarifas; financiamento
federal para a construção do
Hospital Geral Regional; e a
instituição do Comitê Gestor
do Complexo Industrial de
Saúde. Um olhar humanizado
e estratégico para a região
é ganho para todos.
Noemi Araújo, especialista
em políticas públicas e
gestão governamental
estavam matriculados na rede pú-
blica do DF, mas não pontuou se há
alguma estratégia voltada a eles.
Sobre o FCDF, a Secretaria de
Planejamento ressaltou que os
recursos são usados para execu-
ção de serviços públicos de saúde,
educação e forças de segurança. O
GDF programa suas despesas le-
vando em consideração o cenário
de utilização dos serviços públi-
cos, de forma a garantir o melhor
atendimento possível à população
usuária do serviço dentro de seu
território, incluindo moradores de
outros estados, por caracterizar-se
como unidade central da federa-
ção desde sua concepção. “O GDF
age conforme os princípios fede-
rativos e a Carta Magna, de forma
que o atendimento indiscrimina-
do à população é garantia consti-
tucional. O Fundo é fundamental
para cobrir esta maior demanda
pelos serviços públicos no DF. Em
2023, 40% do orçamento do GDF é
proveniente dele”, apontou a nota
enviada pelo órgão.
*Estagiária sob a supervisão de
Michel Medeiros
14 • Cidades • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Correio Braziliense
Eixo Capital
Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press
Inconformado
Amigos de Ibaneis Rocha que
estiveram com o governador nos
últimos dias contam que ele está
inconformado e abatido com o
afastamento que completa um mês
nesta semana.
Na carona
Diante da revogação da prisão do
ex-comandante-geral da PM coronel
Fábio Augusto Vieira, a defesa de
Ibaneis Rocha estuda um recurso para
pedir ao ministro Alexandre de Moraes
o retorno do governador ao cargo.
Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press
Afastamento total
Para evitar problemas com o STF, a
governadora em exercício Celina Leão
(PP) assegura que não tem mantido
nenhum contato com Ibaneis Rocha.
Medida para não passar a impressão que
ele é quem manda no Palácio do Buriti.
Fabrice Coffrini/AFP
Homenagem ao Rei
Os deputados Robério Negreiros
(PSD), Iolando (MDB), Jaqueline Silva
(sem partido), Paula Belmonte
(Cidadania), Joaquim Roriz Neto (PL) e
Pastor Daniel de Castro (PP)
apresentaram em conjunto a proposta
de concessão do título de cidadão
honorário post mortem a Pelé. Será feita
a homenagem que o Rei do Futebol
poderia ter recebido em vida há 25 anos,
quando teve o título de cidadão negado
pela Câmara Legislativa.
MANDOU BEM
Na abertura dos trabalhos do ano
Judiciário, a presidente do STF, Rosa
Weber, fez um discurso forte em
defesa da democracia. “Não sabiam os
Ed Alves/CB
agressores de 8 de janeiro que o prédio-
sede do Supremo Tribunal Federal, na
leveza de suas linhas e na transparência
de seus vidros, enquanto símbolo
da democracia constitucional é
absolutamente intangível à ignorância
crassa da força bruta”, afirmou.
MANDOU MAL
O senador Marcos do Val (Podemos-
ES) contou uma história estranha sobre
um suposto plano com a participação
do ex-presidente Jair Bolsonaro
e do ex-deputado Daniel Silveira
para gravar o ministro Alexandre de
Moraes, presidente do TSE, em alguma
declaração suspeita, para desacreditá-
lo e acabou se tornando alvo de um
inquérito no STF por suspeita de falso
testemunho e denunciação caluniosa.
ANA MARIA CAMPOS
anacampos.df@dabr.com.br
Carlos Gandra/CLDF
À QUEIMA-ROUPA
EX-GOVERNADOR
JOSÉ ROBERTO ARRUDA
“Defendo claramente
Minervino Júnior/CB/D.A.Press
que o governador
possa retomar logo o
seu mandato
conquistado nas
urnas e Brasília volte
à completa
normalidade. Até
porque eu já sofri, e de
forma mais dura, esse
Distrital propõe proibir linguagem tipo de afastamento, e
sei não apenas a dor
de ter um mandato
neutra nas escolas e concursos do DF interrompido como o
Enquanto o cerimonial do governo Lula passou a adotar expressões como
prejuízo que Brasília
teve com isso”
“todes” em eventos oficiais, o deputado distrital Pastor Daniel de Castro (PP)
quer proibir a linguagem neutra nas escolas públicas e privadas do Distrito Federal, O senhor era líder do governo Fernando Henrique
tanto no material didático quanto na grade curricular. A vedação também inclui Cardoso quando intensificaram-se as discussões
editais de concursos públicos. Colégios particulares que descumprirem a medida, sobre a lei que criou o Fundo Constitucional. Como
caso seja aprovada pelos distritais, podem ser punidos com multas de R$ 100 mil foram as discussões?
e até cassação do alvará de funcionamento. Escolas públicas podem ficar Difíceis. Desde 1960, a União repassava os
impedidas de receber recursos do PDAF (Programa de Descentralização e recursos para a Novacap, depois para a
Administração Financeira), por seis meses. prefeitura de Brasília e finalmente para o
governo do DF. Inicialmente 100% das despesas
e, num ritmo decrescente, até chegar a cobrir
STF vai decidir assunto apenas as áreas de segurança, educação e
saúde. A cada mês era uma agonia, pois os
Projetos que proíbem linguagem neutra foram apresentados por vários deputados repasses eram voluntários.
da base bolsonarista, como é o caso do deputado Pastor Daniel de Castro (PP). Em
2021, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, por Houve muita resistência?
força de liminar, lei do estado de Rondônia com o mesmo teor da que chega agora à Teve sim. Everardo Maciel e Valdivino
Câmara Legislativa. Neste mês, o plenário vai decidir se mantém ou não a liminar. (Oliveira), secretários da Fazenda de Roriz,
trabalharam muito junto ao governo federal e
no Congresso, onde eu era líder, para o tema
avançar até ser criado o Fundo. Inicialmente
com um projeto meu, que não prosperou por
vício de iniciativa, e depois por uma proposta
Ed Alves/CB da União. Mas as resistências eram grandes.
Dia da defesa Antes da criação do Fundo Constitucional por
da democracia lei, os governadores dependiam da boa vontade
do presidente da República para liberar recursos
O deputado federal para o DF. O senhor acompanhou embates dessa
Fernando Mineiro (PT-RN) natureza?
apresentou Projeto de Lei que Acompanhei sim. Lembro de muitas reuniões
cria o Dia Nacional de Defesa que participei com o ministro Marcílio Marques
da Democracia e do Moreira e o Departamento do Tesouro para que
Enfrentamento e Combate ao não houvesse atraso nos repasses, o que poderia
Fascismo e Terrorismo, em 8 de gerar atraso no pagamento de salários. Era uma
janeiro. A ideia é sempre época muito difícil.
lembrar do ataque à sede dos
Três Poderes da República, em Acredita que o Fundo Constitucional está em risco
Brasília. O projeto aguarda o real de ser cortado ou reduzido?
despacho da presidência da Sempre há essa discussão no Congresso.
Casa para começar a tramitar. Flávia, agora na última legislatura, teve que
enfrentar essa questão, primeiro como
deputada e depois como ministra, e se esforçou
muito para mostrar que as capitais de todos os
“Eu conheço países do mundo recebem verbas federais para
“Genocídio do povo
índio, sou mãe de cuidar dos poderes nacionais, para cumprir as
ianomâmi é mais um crime
índia… Queria muito, missões de cidade-capital. Mas os lamentáveis
da longa lista de Bolsonaro.
de forma muito madura, episódios de 8 de janeiro podem ensejar nova
A tribo foi abandonada à própria sorte,
ficar à frente desse discussão não apenas do fundo mas até dos
21 ofícios pedindo socorro contra os
tema, afastando as limites da nossa autonomia.
garimpeiros foram ignorados. Queiroga
ideologias em torno e Damares também precisam ser
dos indígenas” Como avalia a crise em 8 de janeiro. Quem falhou?
responsabilizados”
Os inquéritos e a Justiça chegarão a essa
Senadora Damares Alves Presidente nacional do PT, conclusão. Importante para que isso nunca
(Republicanos-DF) Gleisi Hoffmann mais se repita. Mas defendo claramente que o
governador possa retomar logo o seu mandato
conquistado nas urnas e Brasília volte à
completa normalidade. Até porque eu já sofri, e
de forma mais dura, esse tipo de afastamento, e
sei não apenas a dor de ter um mandato
interrompido como o prejuízo que Brasília teve
com isso. Hoje poderíamos ter o VLT correndo
na W3, o metrô do Gama e Santa Maria pronto,
a Interbairros concluída, e tudo isso foi
SÓ PAPOS interrompido.
Um episódio tão grave como esse acaba criando
argumentos para os críticos dos repasses de
Magno Romero
recursos federais para o DF?
Claro que terá influência. Mas confio que a
bancada de Brasília saberá nos defender. O atual
governador retomou obras que estavam paradas
desde que deixei o governo, como o túnel de
Taguatinga e o viaduto do sudoeste. Tem muito
ainda a ser feito para Brasília recuperar o atraso
da sua infraestrutura urbana face ao
ENQUANTO ISSO... crescimento da população. Precisamos voltar à
NA SALA DE JUSTIÇA normalidade. E estou certo que o presidente
Lula tem sensibilidade para nos ajudar. Fui
O promotor de Justiça Antônio Suxberger, do Ministério Público do Distrito governador quando ele era presidente e ele nos
Federal e Territórios (MPDFT), vai participar nesta semana como perito em processo ajudou em tudo que precisávamos.
que o Estado Brasileiro responde perante a Corte Interamericana de Direitos
Humanos (IDH), em São José, na Costa Rica. Ele vai fazer uma explanação e será O senhor ainda volta para a política?
sabatinado sobre as ações do país no controle externo da atividade policial. O Saí há 12 anos e até agora os oito anos de
Brasil será julgado pela letalidade policial e o caso em questão é a ação conduzida inelegibilidade sequer começaram a ser
pela Polícia Militar do Estado de São Paulo no episódio que ficou conhecido como contados. Creio que esse tipo de pena perpétua
“Operação Castelinho”, realizada em 2002, contra o “Primeiro Comando da Capital” seja um dia revista na lei. Mas não sei se isso me
(PCC). A Polícia Militar promoveu, com cerca de cem policiais, uma emboscada, na alcançará ainda com saúde e lucidez. Agora em
qual foram realizados mais de 700 disparos, foi ferido um policial com lesões leves 2022 fui retirado dois dias antes da eleição. Mais
e morreram 12 alvos da PM. Os policiais foram absolvidos pela Justiça em 2014. um golpe duro que sofri. Enfim, está nas mãos
Pela primeira vez, o MP terá voz em um julgamento dessa natureza. A presidente do de Deus. Mas sempre estarei disposto a dar
Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza de Assis Moura, vai participar da alguma contribuição a Brasília, como resultado
abertura do ano judiciário da Corte IDH, nesta terça-feira. de todas as experiências que vivi.
Acompanhe a cobertura da política local com @anacampos_cb
 Correio Braziliense • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Cidades • 15

Crônica da Cidade
SEVERINO FRANCISCO | severinofrancisco.df@dabr.com.br

impressionado com a beleza extraor- altiva, no descampado, misturada à ve- Fiquei um pouco irritado, pois não Nos tempos de criança e adolescente,

Caliandras dinária da caliandra vermelha, que não

tem medo do esplendor. Parece con-
centrar a resistência, a estranheza e a
getação agreste.
Ela esplende com tamanha fulgura-
ção que parece uma flor de fogo. Por
queria que nada interrompesse a con-
centração nas plantas. Ele perguntou:
“Está precisando de algo?” Repliquei com
eu contemplava a caliandra de passagem.
No entanto, agora, por assim dizer, ela se
tornou íntima pela convivência cotidia-

no quintal singularidade do cerrado. Ana Miranda

Enquanto o mundo explode, estava
me preparando para escrever sobre um
tema árido, neste alto de página, quan-
do fui até a porta de vidro, que vaza pa-
ra o quintal e resolvi mudar de assunto
abruptamente ante o êxtase da visão: a
caliandra rosa está esplendente. Os ga-
lhos parecem cintilantes de estrelas. O
que sempre me faz evocar os versos do
poeta Rimbaud: “A estrela chorou rosa”.
Na infância e na adolescência,
andei muito pelo cerrado e ficava
chama a caliandra de flor extraterrestre.
E, de fato, quando a miramos, temos
a sensação de que se trata de alguma flor
colhida em um jardim de algum plane-
ta de outras galáxias transplantada pa-
ra o cerrado mais bravo. É verdade que,
agora, não é muito fácil se deparar com
uma caliandra.
Mas, nas primeiras décadas de Bra-
sília, bastava dar alguns passos para es-
tar no cerrado mais inóspito e denso.
Sempre ficava extasiado quando, em
um átimo, encontrava uma caliandra,
com o fulgor avermelhado, solitária e
aqui os incêndios naturais se incorpo-
raram ao ciclo de vida de muitas plan-
tas da região. É como se a caliandra fos-
se um incêndio do cerrado que se trans-
formou em flor. Na minha insciência, eu
imaginava que que fosse rebelde e refra-
tária aos jardins domésticos. Nada disso,
ela se adapta muito bem.
Sou um frequentador assíduo dos vivei-
ros de plantas. É algo que me acalma, ali-
via e provoca enlevos. Observo as formas,
as texturas, os filamentos e a vibração das
cores. Certo dia, cheguei, comecei a fazer
uma varredura com os olhos no ambiente
e um vendedor se aproximou lentamente.
um não meio ríspido, mas o vendedor me
desarmou com tréplica elegante: “Ah, sei,
está apenas namorando as plantas”. Real-
mente, a definição era perfeita e poética:
eu só queria namorar as plantas.
No decorrer do flerte, fiquei surpre-
so ao divisar mudas de caliandras. Eram
espécies adaptadas para os jardins do-
mésticos. Comprei duas, uma da calian-
dra vermelha e outra da rosa. Plantei no
quintal da casa onde moro em um con-
domínio horizontal. Vieram mirradinhas
e temi que não prosperassem. Mas elas
se desenvolveram muito bem e logo nos
brindaram com muitas floradas.
na. Ao tocar a maciez da flor vermelha a
sensação é ter contato com a penugem
viva e pulsante de uma ave. A vermelha
anuncia a floração e a realiza lentamente.
Porém, a caliandra rosa apronta mui-
tas surpresas. Em um dia, avisto uns
40 botões, com suas agulhas delicadas.
Mas, de repente, elas afloram, na passa-
gem da noite, como se as flores se acen-
dessem nos galhos. Além disso, a calian-
dra rosa exala um perfume inebriante
parecido com o da dama-da-noite. Co-
mo bem disse o mestre Burle Marx: “As
plantas fazem parte de um sistema que
os religiosos chamam de Deus”.

FEMINICÍDIO / Aos 36 anos, Izabel Guimarães perdeu a vida após levar um tiro na cabeça dentro de casa, em Ceilândia.
A arma foi disparada pelo ex-companheiro. O caso é o quinto do gênero desde que o ano começou

Morta na frente da filha

» DARCIANNE DIOGO
Fotos: Arquivo pessoal

Vítimas de feminicídio

O
Distrito Federal registrou
o quinto feminicídio em
pouco mais de um mês
(veja Memória). Izabel
Guimarães, 36 anos, entrou pa-
ra a trágica estatística após levar
um tiro na cabeça disparado pelo
ex-companheiro, em Ceilândia. O
atirador desportivo Paulo Rober-
to Moreira, 38, invadiu a casa da
vítima, na QNP 30, e, na frente da
filha do casal, de 10 anos, atirou
contra a vendedora. Izabel chegou
a ser socorrida com vida e levada
ao Hospital de Base, mas sofreu
três paradas cardíacas e morreu.
Izabel e Paulo se conheceram
em 2006, ano em que iniciaram
o namoro. Os dois tiveram uma
filha, mas o relacionamento era
conturbado, segundo relataram
familiares. Damião Pedro da Sil-
va, um dos cunhados da vítima,
disse ao Correio que, embo-
ra não houvesse agressão física
por parte de Paulo, ele a amea-
çava, caso rompesse a relação.
“Ela (Izabel) estava muito inco-
modada com as festas que ele ia.
Ele saía demais e sempre anda-
va acompanhado de mulheres.
Chegou um momento em que
ela decidiu romper a relação de
uma vez”, contou.
O casal e a filha moravam em
uma casa no Conjunto F. Quando
os dois brigavam, Paulo costumava
ir para a residência da mãe, a pou-
cos metros de distância. Segundo
Damião, há alguns dias os dois não
frequentavam o mesmo imóvel. Na
madrugada de ontem, Izabel che-
gou a encaminhar uma mensa-
gem a outro cunhado pedindo pa-
ra que ele conversasse com Paulo e
o aconselhasse a encerrar a relação
de maneira amigável.
Damião relata que, nos últi-
mos dias, Izabel estava no melhor
momento da vida. Em uma carta
Izabel Guimarães, 36 anos, morreu após levar um tiro na cabeça disparado pelo ex
aberta publicada no dia do ani-
versário, em 24 de janeiro, a ven-
dedora desabafou sobre os desa-
fios, as lutas e as vitórias da vida.
“Escolhi essa data por ser uma
data muito especial. 24/01, o dia
que vim ao mundo, o dia que o
Senhor me deu o sopro da vida”.
Ainda na publicação, Izabel
conta sobre a conquista do pri-
meiro carro, aos 23 anos, e o nas-
cimento da filha, aos 27. “Gene-
rosidade é um dom que carrego
dentro de mim. Faço sempre o
melhor que posso para todos que
estão ao meu redor, e nunca pre-
cisei pisar nos outros”, escreveu.
Horas antes de ser assassinada,
Izabel usou o Instagram para pu-
blicar vídeos de uma reforma fei-
ta na casa, incluindo a troca da fe-
chadura do portão, que, segundo
Arquivo pessoal
Paulo Roberto Moreira Soares, 38 anos, é procurado pela polícia
familiares, seria para impedir a
entrada de Paulo na residência.
Na tarde de ontem, o ex invadiu o
local e abordou a vítima no quarto
junto à filha. Os dois discutiram e
ele efetuou um disparo de arma
de fogo contra a cabeça dela, em
frente a criança.
Fernanda Letícia da Silva, 27 anos
» Assassinada pelo companheiro, Maxwel Lucas Rômulo Pereira
de Oliveira, 32. Em 1º de janeiro, Fernanda foi à residência do
namorado, em Ceilândia, e o convidou para sair. O homem
não aceitou, o que gerou uma discussão e agressões físicas
entre eles. O autor, que se entregou no dia seguinte, afirmou
que, durante a discussão, Fernanda pegou uma faca e o
atingiu no pescoço e no rosto, momento em que ele conseguiu
tomar a arma, imobilizar e apertar o pescoço da vítima.
Mirian Nunes, 26 anos
» Enforcada em 2 de janeiro. O crime aconteceu em Ceilândia,
na frente do filho do casal, um bebê de apenas um mês. O
autor foi o companheiro da vítima, André Luiz Muniz Dos
Santos, 51. O casal se relacionava há cerca de um ano e
tinha histórico de violência doméstica. Em novembro de
2022, Mirian procurou a Polícia Civil e o denunciou. À época,
foi encaminhada à Casa Abrigo, para ficar em segurança,
mas, após sair do local para dar à luz, optou por reatar
o relacionamento. André foi preso quatro dias depois.
Jeane Sena da Cunha Santos, 42 anos
» Recebia ameaças constantes de morte do ex-companheiro
João Inácio dos Santos, 54, e solicitou medidas protetivas
contra ele, em outubro passado, depois de registrar
ocorrência policial. Em 17 de janeiro, foi assassinada
por ele com um tiro, no Setor de Mansões do Park Way.
Após o crime, o feminicida tirou a própria vida.
Giovana Camilly Evaristo Carvalho, 20 anos
» Dolis disparos de arma de fogo no rosto resultaram na morte
de Giovana Camilly Evaristo Carvalho. O crime foi cometido pelo
marido, Wellington Rodrigues Ferreira, após uma discussão do
casal, na noite de 18 de janeiro, em Ceilândia. Giovana foi levada
ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas não resistiu aos
ferimentos. Wellington foi encontrado pela polícia horas depois,
em um estacionamento público, com sangue da vítima na roupa.
Após assassinar a mulher, Pau- tiraria a própria vida, pois teria fei-
lo fugiu em um Fusion preto. O to uma besteira. O Correio apurou
pedreiro e o cunhado estavam no que o agressor trabalha como vigi-
imóvel no momento do ocorrido lante, é aluno de um curso de tiro
e correram para socorrer a víti- e tem registro de caçador, atirador
ma. Pessoas próximas a mulher e e colecionador (CAC). O suspeito
ao autor relataram à reportagem segue foragido e não havia sido
que, após cometer o crime, Paulo capturado até a última atualiza-
ligou para um amigo e disse que ção dessa reportagem.

ESCORPIÃO
Thomas está fora de perigo
Thomas, o menino de dois anos
picado na cabeça por um escor-
pião, há pouco mais de um mês, es-
tá fora de perigo. A notícia foi dada,
ontem, pela mãe do garoto, Adria-
na Caitano, que comemorou nas
redes sociais, por onde, nas últimas
semanas, os brasilienses acompa-
nharam o drama da família.
Internado no Hospital Brasília de
Águas Claras, durante o tratamen-
to, Thomas apresentou inchaço e
problemas neurológicos, que leva-
ram à equipe médica a optar pela
sedação. Nos últimos dias, os níveis
de sedativos foram sendo diminuí-
dos, até níveis mínimos. A criança já
interagem com familiares.
Apesar da boa notícia, clas-
sificada pelos médicos como
um “milagre”, a mãe de Thomas
pregou cautela, uma vez que os
danos causados pelo veneno
ainda precisam ser avaliados.
O caso
A angústia da família começou
na madrugada do ano novo. Por
volta das 4h a criança acordou e
chamou pelos pais. “Ele estava
chorando muito, coçando a cabe-
ça e gritando muito de dor”, conta.
O pai perguntou se o peque-
no havia visto algum inseto no lo-
cal e passou a vasculhar o quarto.
“Quando levantamos o travessei-
ro, vimos um escorpião, já grande.
Percebemos que era grave e só o
pegamos no colo, meu marido deu
conta de capturar o escorpião, e
saímos correndo”, relembra.
Os pais foram diretamente pa-
ra o Hospital Regional de Tagua-
tinga unidade de referência no
atendimento a pessoas envene-
nadas por picadas de escorpião.

Obituário
Envie uma foto e um texto de no máximo três linhas sobre o seu ente querido para: SIG, Quadra 2, Lote 340, Setor Gráfico. Ou pelo e-mail: cidades.df@dabr.com.br
Sepultamentos realizados em 4de fevereiro 2023

» Campo da Esperança
Ilma de Paula Motta, 82 anos
Jaime Requena Olhier, 75 anos
Jose Ulysses Borges Rego,
79 anos
Juarez Ros, 72 anos
Lourdes Corgosinho Cabral, 97
anos
» Taguatinga
Marcelo da Rocha Studart,
60 anos
Maria França, 77 anos
Marina Roriz Taveira, 97 anos
Isabelly Silva Santos, Menos de
1 ano
Orlando Morgado, 95 anos
Selma Cristina Ferreira Silva,
63 anos
Almezina Cardoso, 90 anos
Arthur Cristiano Garces
Rodrigues dos Santos, Menos
de 1 anos
Carmem Lúcia dos Santos,
46 anos
Cláudio da Silva Ferreira, 49
anos
Francisco Braga Martins, 80 anos
Iranice Teixeira de Araujo, 76
anos
Jaime Modanez, 78 anos
Joel Dias Pereira, 63 anos
Manoel José Dias, 72 anos
Márcio Matos Pereira, 56 anos
Patrese Branndo Renner Reis
Abreu, 29 anos
Raimundo Araújo da Silva,
56 anos
Raimundo Ferreira da Silva, 66
anos
» Gama » Brazlândia
Francisco Bezerra de Assis,
Aluizio Martins da Silva,
85 anos
74 anos
Davi Rodrigues Gomes, 18 Anos Pedro Ribeiro Dias,
90 anos
Dea De Sant`Ana Soares,
85 anos » Jardim Metropolitano
Henry Alves de Amaral, 30 Anos Niedja Araújo Rocha,
Nazira Ferreira da Cunha, 82
84 anos
anos
16 • Cidades • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Correio Braziliense

“Veja você que, no final das contas é entre você e

Deus. Nunca foi entre você e outras pessoas!”

Por Jane Godoy •฀฀ janegodoy.df@dabr.com.br Santa Tereza de Calcutá

Fotos: Paulo Lima/Divulgação

Uma noite de gala

para um decano
Átila Sidney Lins de Albuquerque. Este nome,
que parece ter saído de um daqueles romances
de reis e rainhas, cheios de nobreza e pompa,
batizou um menino nascido em Fonte Boa, no Vice-presidente Geraldo Alckmim,
Amazonas, em 22 de novembro de 1950. Eduardo Jorge e Carla Fonseca Jorge
O menino cresceu cheio de ideais, vontade
de estudar muito e se preparar para o futuro,
formando-se em direito em 1976 e, em 1986, em
economia, ambos pela Universidade Federal
do Amazonas. Em 1977, tornou-se auditor
do Tribunal de Contas do seu estado natal. O
primeiro cargo político que assumiu foi o de
deputado estadual, eleito pela Arena, em 1978.
Em 1982 foi reeleito pelo PDS. Em 1986 filiou-
se ao PFL, se reelegendo para a Assembléia
Rita Lins, ministro Wilton Rodrigues, Deputado Átila Lins, Janete Vaz e Flávio Marcílio Legislativa do Amazonas. Nas eleições seguintes,
em 1990, se candidatou a deputado federal e foi
se reelegendo desde então.
Agora que chegou ao seu nono mandato, Rodrigo Colela e Paula, Beatriz Lins,
o decano e sua família, com muito orgulho, Ana Flavia Roriz e Átila Lins Filho
comemoraram com os amigos esse grande feito,
com um requintado jantar na quinta-feira, no Paulo Lima/Divulgação

Espaço Renata La Porta, Lago Sul.

Leinha Soares, Odaíza Rodrigues Alves, Maria
Helena Gomide (sentadas). Irene Borges, Marly
Silvia e Fernando Cabral Nogueira, Maria Inês Nogueira e Terezinha Galvão
Entre os convidados, amigos de todas as horas,
companheiros de luta na Câmara dos Deputados,
esteve presente o casal vice-presidente Geraldo
Alckmim e sua elegante e doce Maria Lúcia,
conhecida por Lu Alckmim.
Noite bonita, muito alegre e cordial, com o
cardápio preparado com o maior desvelo por
Renata La Porta, o sr. Divaldo e sua equipe de
manobristas, para reverenciar esse parlamentar,
que dedicou a sua vida para um Brasil melhor. Luiz Coimbra e Vera, com Jhonah e David Bemer

Claudia Meireles, Vânia Carvalho,

Suely Nakao, Janine Brito, Alckmim e Lu, Átila Lins, Jutahy Magalhães e Alfredo Moreira, Geraldo Alckmim, Augusta Lobo, Lu Alckmim, Laís do Amaral,
Glaucia Benevides e Leda Napoleão Jacqueline, deputado Piauhylino Filho Paulo Castelo Branco e Hugo Napoleão Vera Coimbra e Rita Márcia Machado

TURISMO / Atrativo turístico para os brasilienses, quedas d´água próximas à capital recebem muitos visitantes de
outras partes do país e do exterior. Porém, é preciso tomar alguns cuidados para tornar o passeio seguro
Samuel Calado/CB/D.A Press

Riscos de
acidentes em
cachoeiras
» ELLEN TRAVASSOS d’água, uma nuvem de tem-
» RAISSA CARVALHO* pestade que se forma sobre um
corpo d’água e que se prolon-

D
urante o verão, aumenta
a procura pelas cachoei-
ras localizadas no DF, En-
torno e Goiás. Mas devido
às chuvas, o volume dos rios au-
menta e cresce o risco das cha-
madas “cabeças d´água”, fenô-
meno causado pela chuva in-
tensa na cabeceira do rio, for-
mando uma onda que vai elevar
repentinamente o nível da água
ao longo do rio. Em 28 de ja-
neiro, o turista estrangeiro Raul
Jiménez, 30 anos, desapareceu
quando frequentava a cachoeira
Raizama, na Chapada dos Vea-
deiros. Ele e outras três pessoas
foram surpreendidos pelo au-
ga da base da nuvem até tocar a
superfície da água. “Ela pode se
formar sobre um rio, lago ou no
oceano. O formato lembra o de
um tornado”, compara o guia
lembrando que muitas pessoas
confundem os episódios.
O guia turístico ressalta que é
possível ir à cachoeiras com se-
gurança em todas as estações
do ano. “No verão, que engloba
a época de chuvas, é imprescin-
dível a contratação de um guia
local para que o passeio tenha
maior segurança, pois ele saberá
informar os riscos de cada local.” A cachoeira Almécegas, na Chapada dos Veadeiros, é um dos principais destinos dos turistas que visitam o santuário ecológico
Dicas para visitação Reprodução/CBMGO

mento do volume da água. Cin-
co dias após o desaparecimen-
to, o corpo de Raul foi encontra-
do pelo Corpo de Bombeiros de
Goiás (CBMGO).
O guia turístico da Chapada
dos Veadeiros Diego Marques
Carvalho avalia que a cabeça d´á-
gua é um dos maiores perigos
ao se frequentar as quedas d´á-
gua nesta época. “No período de
chuva do cerrado, que vai de ou-
tubro a abril, os rios podem su-
bir repentinamente em questão
de segundos, e a força das águas
pode surpreender a todos. Ainda
que esteja sol em determinado
local, pode estar chovendo na ca-
beceira do rio, e assim o nível da
água subir abruptamente”, relata.
Diego explica que os apre-
ciadores de banhos em ca-
choeiras devem estar atentos
a outro fenômeno, a tromba
Para os brasilienses que que-
rem aproveitar as quedas d´á-
gua no período chuvoso, o guia
dá algumas dicas para tornar o
passeio mais seguro. A primei-
ra delas é conhecer o local. “Há
atrativos que precisam fechar
para a visitação por segurança,
outros que devem ser evitados,
e também tem cachoeiras sa-
zonais, que só tem vazão nessa
época”, explica Diego.
Ao Correio, o capitão Paulo
Jorge, do Corpo de Bombeiros
Militar do Distrito Federal (CBM-
DF) alertou que, ao visitar uma
cachoeira é preciso verificar a
previsão do tempo, ficar aten-
to à formação de nuvens e tam-
bém ao nível e coloração da água,
que não pode estar turva. “Caso
vá em época de chuva, o mais
indicado é ir sempre em grupos,
evitar lugares que não conheça,
ou contratar um guia. Mas sem-
pre ao sair de casa, alertar um fa-
miliar para que ele saiba do para-
deiro e possa acionar ajuda, caso
seja necessário”, completa.
Ao se preparar para visitar
as cachoeiras, é indicado levar
mantimentos e itens de primei-
ros socorros, comenta Paulo.
“Também deve-se usar vesti-
mentas adequadas, levar cole-
te para entrar na água e, prin-
cipalmente, não ingerir bebi-
das alcoólicas.”
O capitão da CBMDF diz que
o número de pedidos de socor-
ros costuma aumentar no perío-
do de chuva, por conta das trom-
bas e cabeças d’águas. “Muitas
vezes as pessoas acabam fican-
do ilhadas, ou até mesmo o piso
se torna muito escorregadio, le-
Local onde foi encontrado o corpo do norte-americano Raul Jimenez vam tombos e pedem socorro.”
Quedas de alturas
Além desses casos, ocorrem
acidentes de pessoas que caem de
grandes alturas. Em 17 de outubro
do ano passado, um homem, de
39 anos, morreu ao cair de uma
altura de seis metros da Cachoei-
ra dos Anjos, no Gama. O capitão
Paulo Jorge diz que esse tipo de
acidente está mais comum por-
que muitas pessoas se arriscam
para tirar uma foto. “Não se ar-
risquem de forma desnecessária,
a vida é muito mais valiosa que
uma foto”, aconselha.
Ao Correio, o Corpo de Bom-
beiros informou que não existem
estatísticas sobre os dados de aci-
dentes em cachoeiras e os únicos
dados são de afogamento em geral.
*Estagiária sob a supervisão
Márcia Machado

Fotos: Ed Alves/CB/DA.Press
Lorena Bastos com os amigos no tradicional bloco Suvaco da Asa
Abre-alas
QUE A FOLIA VAI PASSAR
Suvaco da Asa e
Festival Urgente
marcam o
primeiro sábado
do mês. Mesmo
com chuva,
diversão tomou
conta das ruas
da cidade
» EllEn TrAvASSoS
D
epois de dois anos sem
bloco na rua e eventos fe-
chados por conta da pan-
demia, o pré-carnaval da
capital veio com tudo para ma-
tar a saudade de quem ama a da-
ta. A 15ª edição do Suvaco da Asa
e a 2ª edição do Festival Urgente
marcaram o dia dos brasilienses
e dos turistas que vieram à pro-
cura de uma boa folia.
Ontem, a chuva não foi ca-
paz de atrapalhar a festa dos fo-
liões que reuniu mais de 15 mil
pessoas no Suvaco e cerca de se-
te mil no Festival Urgente. Para
quem esteve presente, a chuva
sempre foi a marca do Suvaco,
conta Esther Freire, conhecida
como “Teca”, funcionária públi-
ca, 45 anos. “Hoje, a festa está do
jeito que eu gosto, a quantidade
de pessoas está ideal, posso me
divertir sem preocupações e con-
sigo circular tranquilamente. Es-
tá tudo perfeito”, ressalta.
Com muita alegria, ela conta
que a expectativa para os próxi-
mos dias de carnaval é aproveitar
tudo que não conseguiu nos últi-
mos dois anos. “É hora de soltar
a energia, a hora é agora, com to-
do mundo vacinado. Para a gen-
te poder estar aqui, todo mundo
teve que se vacinar”, acrescenta.
Esther se emociona ao lembrar
que conheceu o marido, Frederi-
co Pinto, engenheiro, 42, durante
o carnaval. “Muitas pessoas du-
vidam de amor de carnaval, mas
estamos aqui para desmentir essa
história. Já são nove anos que pu-
lamos juntos”, completa.
Cria de carnaval, Frederico
conta que não perde a festa por
nada. “O Suvaco está fantástico,
o clima está muito positivo. Te-
nho receio de que as pessoas ex-
trapolem por conta da animação
em relação aos dois anos sem fes-
ta, mas espero que quem queira
curtir, aproveite bastante as fes-
tas. O carnaval é muito positivo.”
Tempo de reunir família e
amigos, Lorena Bastos, arquite-
ta, 35, conta que há dez anos reú-
ne os amigos para que saíam em
grupo com fantasias combina-
das. O grupo “Nossa, que troça”
todos os anos criam novas fan-
tasias. Ela conta que no bloco
do Suvaco da Asa, por conta da
chuva, eles se fantasiam com a
Após dois anos de interrupção, blocos e foliões invadiram as ruas da capital, com muita música e alegria
Ed Alves/CB/DA.Press
arca de Noé e os animais. “Como
é uma arca, podemos ter mui-
tos animais e convidamos os fo-
liões que também estiverem fan-
tasiados de animais, para que ve-
nham participar com a gente.”
Lorena conta que o formato da
festa mudou um pouco nessa edi-
ção. “O cortejo foi reduzido, mas é
incrível estar vivendo tudo isso. É
uma alegria estar de volta a pular
carnaval junto com meus amigos.”
O Suvaco da Asa, realizado no
Eixo Monumental, marca as ruas
do brasiliense desde 2006, princi-
palmente por ser o pioneiro e um
dos únicos a sair apenas no pré-
carnaval. Este ano, trouxe o evento
com o tema “É tempo de festejar”,
por tratar da volta do desfile de rua
após dois anos sem realização. Nes-
te ano, o bloco homenageou os 30
anos do movimento manguebeat.
Ele traz a identidade de Per-
nambuco, assim como o Cafuçu
do Cerrado que ocorre hoje, e traz
a tradição do frevo e das pessoas
saírem atrás do bloco. “As pes-
soas saem lado a lado com o pé
no chão, frevo no chão, porque a
ideia é trazer a festa mais demo-
crática possível para todos”, apon-
ta André Lima, diretor do bloco.
Correio Braziliense • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Cidades • 17
Mercês Parente caprichou nos adereços e caiu na festa Frederico Pinto e Esther também se jogaram nos blocos de rua
Música e alegria em uma festa democrática e para todas as idades
Programação
de hoje
• Cafuçu — 14h — Eixo
Cultural Ibero-Americano
(antiga Funarte) —
entrada gratuita
• Festival Urgente —
Samba Urgente parti.
Alice Caymmi — 15h
- CCBB — ingressos
variam de r$ 15 a r$ 30
• Maria Vai Com as Outras mescla o funk e pop com ele-
+ Batalá — 18h às
22h — Parque Ana lídia
(Parque da Cidade)
Com um reforço de mais de
500 policiais, além de seguran-
ças contratados e apoio do Corpo
de Bombeiros Militar do Distrito
Federal, a folia juntou pessoas de
todas idades, desde crianças até
idosos. Muitos pais levaram os
filhos, assim como Stephanny
Braz, autônoma, 29, que foi jun-
to ao marido e seis filhos para
comemorar. “É libertador vir ao
carnaval depois de tanto tem-
po, principalmente no Suvaco de
Asa, que impressionou com a es-
trutura e segurança.”
Para o fim do desfile, a banda
Mundo Livre S/A agitou o públi-
co com os grandes sucessos e hits
do movimento manguebeat, co-
mo Chico Science e Nação Zum-
bi. O evento contou com patrocí-
nio do Fundo de Apoio à Cultu-
ra do Distrito Federal (FAC-DF).
Esquenta
No Festival Urgente, que ocor-
reu no Centro Cultural Banco do
Brasil, a sergipana Kamilla Sil-
va, 34, assistente social, explica
que veio para Brasília assistir ao
show do Samba Urgente. “Quero
ver gente feliz, uma festa anima-
da e fazer o esquenta pro carnaval
no final do mês. O carnaval é épo-
ca de reunir e comemorar para
começar o ano da melhor forma.”
Kamilla Silva aproveitou a tarde de alegria no CCBB O festival conta com atrações
locais e nacionais para realizar o
melhor pré-carnaval de Brasília,
como Victor Angeleas, que tocou
o bandolim de dez cordas.”Pes-
soal recebeu o show muito bem,
o clima está cada vez melhor,
a expectativa é que o evento só
melhore. A gente está sentindo
a energia do amor e de alegria”,
explica o músico.
Para encerrar o sábado, a MC
Tha levou a ancestralidade, a
religião, a espiritualidade e des-
cobertas, como mulher negra
para a identidade sonora que
mentos percussivos.
Com estandes para o públi-
co aproveitar sem se molhar, a
folia foi animada, como conta a
amante do carnaval, Mercês Pa-
rente, aposentada, 71, que todos
os anos prepara fantasias dife-
rentes para ir às folias. “Espe-
cial não é a fantasia, especial é
o espírito do carnaval. O CCBB
é uma referência em todos os
eventos.” A expectativa é que
os próximos dias sejam ainda
mais animados. “O carnaval é
existência, eu não me caricatu-
ro, eu trago cor e alegria.”
Por ser um evento pós-pan-
demia, as pessoas estão se cui-
dando, explica Ana Paula Perei-
ra, 33, estudante. “O evento es-
tá com uma vibração mais tran-
quila, está bem arejado e dá pra
ver que as pessoas mantém um
certo distanciamento de cada
grupo. O Festival traz uma sen-
timento muito positivo para o
começo deste ano.”
Para o Festival, foram dis-
tribuídas cerca de 13 mil cor-
tesias para cada dia do evento,
que continua hoje. Após as cor-
tesias esgotadas, as pessoas po-
dem aderir através do site e tam-
bém da bilheteria, no valor de
R$15 (meia) e R$30 (inteira). Ho-
je, terá show de Ana Reis, Vinicius
Vianna, Volta Belchior, Orquestra
de Rua Tropicaos e para finalizar,
Samba Urgente. O evento come-
ça às 15h e vai até as 21h.
Os eventos tiveram estrutura e
policiamento reforçado para que
todos pudessem aproveitar da
melhor forma possível. Não hou-
ve registros policiais nos eventos.
18 • Cidades • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Correio Braziliense

Tel: 3214-1146 • e-mail: grita.df@dabr.com.br

Tome Nota
As informações para esta seção são publicadas gratuitamente. O material
Isto é Brasília
de divulgação deve ser enviado com informações completas do evento @andrep_santana/instagram
(inclusive data e preço), no mínimo cinco dias úteis antes de sua realização.

CURSOS Desligamentos Sustentabilidade

Medicina
Especialização em Preceptoria de
Residência Médica — Lato Sensu
dispõe de vagas em processo sele-
tivo até o dia 10 de fevereiro. São
400 vagas ofertadas pelo Minis-
tério da Saúde, em parceria com
o Hospital Alemão Oswaldo Cruz
(HAOC), instituição responsável
pela especialização e certificação
do curso. É gratuito e tem como
público-alvo discentes de nível
superior em medicina que exercem
atividades de preceptoria, supervi-
são ou coordenação, atuantes em
Programas de Residência Médi-
ca, e credenciados pela Comissão
Nacional de Residência Médica
(CNRM). As inscrições serão reali-
zadas exclusivamente por meio de
formulário on-line, disponível em
proadi.eadhaoc.org.br.
Internet
O projeto “Quem quer ser You-
tuber?”, de autoria do Instituto
Movimenta São Sebastião, oferece
às terças e quintas-feiras cursos
gratuitos focados em alavancar
iniciativas de comunicação em
mídias sociais. Interessados podem
aprender sobre as funcionalida-
des e como adquirir engajamen-
to na plataforma YouTube. Além
de conhecer aspectos técnicos de
configuração para ter filmagens
de qualidade, como fazer análise
de receptividade do conteúdo. As
aulas ocorrem na sede do próprio
instituto. Turma I entre as 9h e 11h
e Turma II das 14h às 16h.
Cozinha
Em Ceilândia, estão abertas ins-
crições para as aulas da Escola
Móvel de Gastronomia. Ministra-
das presencialmente e on-line,
as inscrições podem ser feitas no
site escolamoveldegastronomia.
com.br até dia 20 de fevereiro.
Os cursos ocorrem durante os
meses de fevereiro e março, ao
lado da Administração Regio-
nal de Ceilândia. O projeto con-
ta com vagas em confeitaria,
doceria, salgaderia e pizzaiolo,
além de áreas de gerenciamento
como garçom/ garçonete, ven-
das on-line e gerenciamento de
mídias sociais.
Carreira
O Instituto Federal de Brasília
(IFB) — Campus Estrutural oferece
240 vagas em cursos presenciais
de formação inicial e continuada,
distribuídas em cursos de auxiliar
administrativo, inglês básico, espa-
nhol básico e intermediário, libras
básico e empreendedorismo. Ins-
Telefones úteis
Polícia Militar 190
Polícia Civil 197
Aeroporto Internacional 3364-9000
SLU - Limpeza 3213-0153
Caesb 115
CEB - Plantão 116
Corpo de Bombeiros 193
Correios 3003-0100
Defesa Civil 3355-8199
Delegacia da Mulher 3442-4301
Detran 154
DF Trans 156, opção 6
programados de
energia
» Não há desligamentos
programados para esta data.
crições devem ser feitas pelo site
processoseletivo.ifb.edu.br até o
dia 8 de fevereiro. A seleção será
por sorteio eletrônico e o resul-
tado divulgado dia 10 deste mês.
O Campus Estrutural fica na Área
Especial 01, Quadra 16, Cidade do
Automóvel. Atendimento pelo con-
tato (61) 2103-2160.
OUTROS
Apoio
O Conjunto Nacional desenvolve
o projeto Volta às Aulas Solidário,
que arrecada itens de material
escolar. São aceitos cadernos,
mochila, estojo, lápis e demais
itens. As doações serão recebidas
até dia 28 de fevereiro, no horá-
rio de funcionamento do Sho-
pping, no Espaço Sustentável,
localizado 2º piso. Todo o mate-
rial será entregue às Instituições
Ainda Há Esperança (AIHE), de
Samambaia, que atende famí-
lias em risco de vulnerabilidade
e o Projeto Estrela, organiza-
ção social que ajuda crianças e
jovens de baixa renda.
Música
O festival de forró e Piseiro
Viiixe chega pela primeira vez
na Capital Federal no dia 11 de
fevereiro no Estacionamento
da Arena BRB Mané Garrin-
cha. O evento conta com apre-
sentações de nomes clássicos
do gênero como João Gomes,
Mari Fernandez, Xand Avião, Zé
Vaqueiro, Tarcísio do Acordeon
e Vitor Fernandes. Ingressos
estão à venda no site Brasil tic-
ket, a custo de R$ 300 a inteira
e R$ 150 a meia. Viiixe é fruto
da parceria entre as produtoras
Tapajós Produções, Top Even-
tos, Vybbe, Top 7 Entretenimen-
to e o Grupo R2.
Família
O Pátio Brasil Shopping recebe
hoje a apresentação ‘A Festa no
Céu’. A peça teatral da Cia Fábula
ocorrerá no piso P3 do shopping,
a partir das 16h, com entrada
gratuita e classificação indica-
tiva livre. Mais informações em
(61) 2107-7400
Doação de Órgãos 3325-5055
Farmácias de Plantão
GDF - Atendimento ao Cidadão
Metrô - Atendimento ao Usuário 3353-7373
Passaporte (DPF)
Previsão do Tempo
3245-1288
3344-0500
Procon - Defesa do Consumidor
Programação de Filmes 3481-0139
Pronto-Socorro (Ambulância)
Receita Federal 3412-4000
Rodoferroviária 3363-2281
O Espaço Conjunto Sustentável,
no shopping Conjunto Nacio-
nal, promove, durante o mês de
fevereiro, atividades gratuitas de
responsabilidade socioambiental.
Aos fins de semana, exceto nos
dias 18 e 19 de fevereiro, piso 2,
a Praça de Alimentação Norte
receberá oficinas sustentáveis
de Terrário e Casa da Minhoca,
desenvolvidas pelo Instituto Ara-
poti. Para participar basta efe-
tuar a inscrição pelo aplicativo
do shopping, na aba “Eventos”.
Sobre o Instituto Arapoti: institu-
toarapoti.com.br.
Diversão
O Espaço Casa inicia seu pré-car-
naval hoje, às 16h, com o musi-
cal infantil Abre alas: Concerto
à doidivana. Com composições
de Chiquinha Gonzaga, o espe-
táculo homenageia a maestrina
e compositora que revolucionou Monumento do cerrado
a música e a sociedade brasi-
leira na virada do Século XX. Um dos pontos mais importante para o turismo do Distrito Federal, a Torre de TV Digital de
Os ingressos estão à venda pelo
Sympla, com primeiro lote a R$ Brasília se destaca em meio a paisagem do cerrado. Inaugurada em 21 de abril de 2012,
20,00 a inteira e R$ 10,00 a meia o monumento é a última obra de Oscar Niemeyer.
e o segundo por R$ 40,00 a intei-
ra e R$ 20,00 a meia. A classifi-
cação indicativa é livre. No piso Poste sua foto com a hashtag #istoebrasiliacb
superior do shopping Casapark. e ela pode ser publicada nesta coluna aos domingos
#istoebrasiliacb
Contato por: (61) 3403-5300.
Cuidados
O Ministério da Saúde está dis-
ponibilizando 10 mil vagas para
» Destaques Acompanhe o Correio nas redes sociais
o curso gratuito de cuidado em
casos de mordedura de ani- Ancestralidade
mais e intoxicação por animais /correiobraziliense
peçonhentos, plantas tóxicas e O Complexo Cultural de
medicamentos, que estará com Planaltina-DF sediará, no dia Quem quiser fazer sugestões ao
inscrições abertas até o dia 9 14 de fevereiro, a partir das Correio pode usar o canal de interação @cbfotografia
d e fe ve re i ro . A c a p ac i t aç ão 14h, a VII Edição do Entardecer com a redação do jornal por meio do
apresenta o manejo que deve dos Ojás — Afro Turismo e WhatsApp. Com o programa instalado
ser adotado por profissionais Cultura. O evento busca o em um smartphone, adicione o
de saúde em unidades bási- fortalecimento das religiões de telefone à sua lista de contatos.
@correio
cas de saúde nestes quadros. matrizes africanas, da cultura
O curso tem carga horária de e do turismo no DF e entorno,
30 horas e ocorrerá de for- através da música, dança e do O tempo em Brasília
ma remota. Matrículas e mais conhecimento das tradições
informações em unasus.gov.br/ do povo negro. O complexo
cursos/oferta/419213. cultural está localizado no Setor Muitas nuvens com
Administrativo de Planaltina- pancadas de chuva e
 Recreação DF, lote 02. Mais informações trovoadas isoladas
Atração Magic Ocean, no JK no perfil do instagram @ile.
Shopping, traz espaço recreati- eiyeleoge. A entrada é gratuita.
vo para crianças autistas, com
uma piscina de bolinhas gigante  
e parquinho com escorregado-
Umidade relativa
res e balanço. Destaque para o
Cidadania
inédito Magic Kraken, um escor- Máxima 90% Mínima 50%
regador em formato de lula
gigante com mais de 6 metros O Instituto Brasília Ambiental
de altura. Todas as quartas-fei- (Ibram) está com inscrições A temperatura
ras, até o dia 22 de fevereiro, na abertas, até o dia 15 de
Praça de Eventos do piso L1. à fevereiro, para quem desejar 40
custo de R$ 15 por 30 minutos, atuar no projeto Voluntariado
responsáveis não pagam. do Parque Ecológico Veredinha,
Máxima 30º 35
30
em Brazlândia. As ações 25
educativas são direcionadas 20
15
para a comunidade com foco Mínima 18º 10
nas nascentes do parque, assim
5
como replantio com espécies
0
Autorização para vaga especial nativas nas áreas degradadas,
132 Divtran I - Plano Piloto 22/1 29/1 5/2
suprimir e controlar espécies
156 SAIN, Lote A, Bloco B, Ed. Sede -
Detran/DF 12h e 14h às 18h
invasoras e proporcionar
Divpol - Plano Piloto SAM, a compreensão acerca da
Bloco T, Depósito do Detran importância do parque para O sol A lua
Divtran II - Taguatinga QNL 30, Brazlândia. Os interessados
151
Conjunto A, Lotes 2 a 6, Tag. Norte deve se inscrever pelo site
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insegurança ao utilizar o transporte público em Brasília. Ela considera de vale-transporte ou cartão mobilidade terão que
que os ambientes dos ônibus são inseguros, principalmente para as utilizar os créditos no prazo de até um ano, a partir da
mulheres, e cobra ações efetivas diante os constantes casos de assédios data da recarga. Caso contrário, perderão a validade.
que já presenciou. “Não me sinto segura, o medo me consome. Nunca Está afetando a vida da moradora do Paranoá, Cláudia
sabemos o que pode acontecer conosco durante a ida e volta para Sales “Sou autônoma, e uso meu saldo para trabalhar e
casa. Há pouca segurança e é muito doloroso notar que não existe essa também uso pra me locomover para vários lugares, eu
preocupação por parte do poder público”, queixa-se a estudante. tenho um saldo grande no meu cartão que vai expirar
todo em março, um absurdo os créditos são meus, não
» Em resposta ao Grita Geral, a Secretaria de Transporte e foi o governo que me deu” lamenta Cláudia.
Mobilidade (Semob-DF) e a Polícia Militar do Distrito Federal
(PMDF) informam que em casos de assédio e importunação sexual » A Secretaria de Transporte e Mobilidade do
a vítima deve relatar aos motoristas e cobradores, que receberam Distrito Federal (Semob-DF), procurada pelo
treinamentos sobre como proceder, e que realize a denúncia Grita Geral, não se pronunciou a respeito da
imediatamente, por meios dos canais 180 (Central de Atendimento à demanda da reclamante, até o fechamento desta
Mulher em Situação de Violência) e 190 (Polícia Militar), informando edição. A medida publicada no Diário Oficial
a linha de ônibus e o local onde está. Uma viatura será enviada ao do Distrito Federal (DODF), passará a valer
local a fim de verificar os fatos. a partir do dia 2 de março.
19 • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023

CORREIO BRAZILIENSE
Adversário do Real Madrid

ESPORTES
SUPER

O Al-Ahly se classificou para a semifinal do Mundial de Clubes, ontem,

ao derrotar o Seattle Sounders por 1 x 0, na cidade de Tânger, em
Marrocos, com um gol aos 42 minutos do segundo tempo. Agora a
equipe egípcia vai enfrentar o Real Madrid, na quarta-feira, às 16h. O
gol foi “chorado”. Aos 42 minutos do segundo tempo, Afsha tabelou fora
da área e chutou de longe e carimbou o travessão. A defesa americana
tirou mal o rebote e a bola sobrou para o mesmo Afsha chutar de fora. A
www.df.superesportes.com.br - Subeditor: Marcos Paulo Lima E-mail: esportes.df@dabr.com.br Telefone: (61) 3214-1176 bola desviou na zaga e entrou no canto esquerdo do gol americano.

MUNDIAL DE CLUBES Al-Hilal bate o Wydad Casablanca nos pênaltis e será o rival do Flamengo em busca de lugar na final
do torneio. Reencontro entre sauditas e brasileiros após três anos terá 15 remanescentes com direito a velhos conhecidos

Semifinal com
Fadel Senna/AFP
gosto de déjà vu

Saud Abdulhamid comemora vitória do Al-Hilal.

Resultado colocou o time saudita no caminho
rubro-negro no Mundial de Clubes

DANILO QUEIROZ árabes, o time conta com talen- o lateral-esquerdo Filipe Luís, o eu conheço bem, sei como joga.
tos individuais e é praticamente volante Gerson e o zagueiro Ro- Marcar os homens é difícil, mas a

E
m alta expectativa para a
participação do Flamengo
no Mundial de Clubes, o
a base da seleção da Arábia Sau- drigo Caio estão no grupo da edi- gente vai tentar dar o nosso me-
dita. Na Copa do Mundo, por Al-Mayouf ção do Marrocos. lhor. Tem que ser um grande jo-
exemplo, dois jogadores da equi- Mesmo com a defesa bastan- go. Conhecer é uma coisa. O que
AL-HILAL (4-3-3)

torcedor rubro-negro teve,
ontem, um sentimento facilmen-
te comparado ao experimentado
em 14 de dezembro de 2019. Na-
quele dia, o Al-Hilal vencia o Es-
pérance, da Tunísia, e se creden-
ciava como adversário dos bra-
sileiros na semifinal do torneio.
Ontem, pouco mais de três anos
depois, os sauditas repetiram a
dose. Com vitória sobre o marro-
quino Wydad Casablanca, nos pê-
naltis, por 5 x 3, a equipe voltará
a estar no caminho flamenguis-
ta no sonho de chegar à final da
competição internacional.
Os jogos de semifinal de 2019
e de 2023 foram distintos. Na
oportunidade anterior no tor-
neio, os sauditas enfrentaram
uma equipe mais frágil e tive-
ram amplo domínio, inclusive,
de posse de bola. Mesmo assim,
venceram por apenas 1 x 0. On-
tem, o Wydad Casablanca deu
trabalho com o apoio de uma tor-
cida barulhenta e esteve melhor
na maior parte do jogo. A classi-
ficação dos marroquinos pare-
cia real até os acréscimos do se-
gundo tempo, quando tomaram
o empate. O Al-Hilal soube con-
trolar o ímpeto na prorrogação e
levou a melhor nos pênaltis.
Apesar do tempo considerável
entre as duas partidas quando se
trata de futebol, o Al-Hilal man-
teve algumas características do
último encontro com o Flamen-
go. Turbinado pelos petrodólares
pe fizeram os gols da histórica vi-
tória do país sobre a Arábia Sau-
dita: Saleh Al-Shehri e Al-Daw-
sari. Este último, inclusive, foi o
responsável por marcar o gol do
time sobre os rubro-negros na
derrota por 3 x 1, em 2019.
Dos 23 relacionados para a
partida de ontem, inclusive, oi-
to encontraram o Flamengo na
edição de 2019 do Mundial. Seis
começaram o confronto como
titulares: o goleiro Al-Mayouf, o
zagueiro-direito Jang Hyun-Soo,
o beque-esquerdo Al-Boleahi, o
volante Cuéllar (ex-jogador do
rubro-negro carioca) e os meio-
campistas Carrillo e Salem Al-
Dawsari. O fato reafirma o en-
trosamento da equipe saudita. O
volante Otayf e o zagueiro Jahfali
são reservas da equipe do técnico
argentino Ramón Díaz e não fo-
ram acionados em nenhum mo-
mento das quartas de final.
No Brasil, o Flamengo tam-
bém ostenta certa aclamação por
manter a base do elenco ven-
cedor das últimas temporadas.
Mas, para efeito de comparação,
o grupo rubro-negro no Mun-
dial deste ano tem menos re-
manescentes em relação à equi-
pe de 2019: sete, no total. Da úl-
tima experiência flamenguista
no torneio contra o Al-Hilal, os
atacantes Bruno Henrique (fo-
ra de combate por lesão) e Ga-
briel Barbosa, os meio-campis-
tas Arrascaeta, e Everton Ribeiro,
Divulgação/Al Hilal
»O grande destaque
Francês naturalizado malinês,
o atacante Moussa Marega é o
grande artilheiro do Al-Hilal.
No clube desde 2021, o camisa
17 se notabilizou pelo poder de
decisão. Na atual temporada,
por exemplo, foram quatro bolas
na rede em 14 partidas. Ontem,
começou jogando pela direita.
Jang Al-Dawsari
te entrosada, o Al-Hilal mostrou
Al-Bulayhi Abdulhamid vulnerabilidades na classificação
Cuellar Kanno
contra o Wydad Casablanca. Ex-
periente, o Flamengo pode levar
Al-Dawsari vantagem se conseguir impôr um
Marega Michael ritmo agressivo contra a equipe
Ighalo saudita. Um dos destaques do
grupo atual, o meia Kanno mar-
Técnico: Ramón Díaz cou o gol de empate, ontem, mas
acabou expulso e não jogará con-
Divulgação/Al Hilal tra os brasileiros. A tradicional
formação adotada por Ramón
Díaz é o 4-3-3 ofensivo. Ontem,
o time teve mudança tática com
Ighalo no centro, Michael na es-
querda e Marega pela direita.
Ex-rubro-negros
Se em 2019 o volante Cuéllar
era o responsável por passar in-
formações sobre os jogadores do
Flamengo para o Al-Hilal, nesse
novo encontro quem tem a mis-
são é um velho xodó da torcida
rubro-negra. Vendido para o fute-
bol árabe no início de 2022, o ata-
cante Michael atuou com 90% do
»O velho conhecido atual elenco flamenguista. On-
tem, o veloz jogador de ponta de
Jogador do Flamengo entre campo não teve uma boa atua-
2020 e 2021, foi vendido ao Al- ção. Porém, o clube carioca sabe
Hilal no início do ano passado bem dos perigos proporcionados
por 12,91 milhões. Logo assumiu pelo atleta, agora rival em uma
a titularidade com as mesmas competição de grande valor pa-
características de quando vestia ra o time brasileiro.
rubro-negro: velocidade e bons Michael, porém, conhece co-
dribles. Ao lado de Cuéllar, é mo poucos no futebol árabe os
quem conhece bem a equipe rival. riscos oferecidos pelo Flamen-
go no encontro. “O time deles
eu posso fazer é dar o meu me-
lhor e tentar contribuir. É uma
partida difícil. O favoritismo é
deles”, ressaltou o brasileiro, ga-
rantindo que não vai comemo-
rar caso marque contra o ex-clu-
be. “Vai ser um jogo muito difícil
para ambos”, adiantou.
De olho no rival
Para não ser surpreendido pe-
lo adversário, o Flamengo acom-
panhou de perto a vitória do Al
-Hilal sobre o Wydad Casablanca.
O técnico português Vítor Perei-
ra esteve no Estádio Prince Mou-
lay Abdellah para tomar nota de
cada valência do clube saudi-
ta. Além dele, outros três mem-
bros da comissão técnica acom-
panharam a partida: os analistas
Paulo Gomes, Henrique Amé-
rico e Arthur de Vito. O auxiliar
Rui Quinta ficou em outro pon-
to da arena para captar detalhes
extras. Preparação extensa para
manter vivo o sonho rubro-ne-
gro de ser bicampeão mundial.
Pela manha, Vítor Pereira
treinou o elenco do Flamengo
pela primeira vez no estádio do
FUS Rabat desde a chegada em
solo marroquino, na sexta-fei-
ra. O português e o grupo ru-
bro-negro terão mais duas ati-
vidades no mesmo local antes
da estreia no Mundial de Clubes
contra o Al-Hilal, na terça-feira,
às 16h, em Tanger.
20 • Super Esportes • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • Correio Braziliense
SUPERESPORTES
PAULISTÃO Em clássico de amplo domínio, Palmeiras não encontra grandes dificuldades para bater o Santos, por 3 x 1
Baile alviverde amplia tabu
DANILO QUEIROZ
O
estádio do clássico entre
Palmeiras e Santos mu-
dou, mas o destino da
partida foi o mesmo dos
últimos 11 encontros entre os ri-
vais. Ontem, no Morumbi — casa
do São Paulo e palco pouco usual
na partida entre o alviverde e o
alvinegro —, o time do Palestra
Itália não teve dificuldades dian-
te de um Peixe em crise e venceu
bem: 3 x 1, em jogo válido pelo
Campeonato Paulista.
O confronto colocou frente à
frente dois clubes em situações
totalmente distintas na tempora-
da de 2023. O Palmeiras mandou
a campo todos os atributos da boa
fase atravessada desde o título da
Supercopa do Brasil para manter
na roda um Santos afundado em
crise. O alviverde não sentiu falta
do Allianz Parque — indisponível
pela agenda de shows — e foi su-
perior ao longo dos 90 minutos do
clássico no Morumbi.
A vantagem palmeirense foi
consolidada ainda no primeiro
tempo da partida. Primeiro, Mu-
rilo completou jogada de escan-
teio para colocar o time do téc-
nico Abel Ferreira na frente do
placar. Nos acréscimos, após ba-
te e rebate na grande área, a bo-
la se ofereceu a Rony. O camisa
10 do Palestra chutou firme para
CANDANGÃO
Paranoá ganha e divide liderança com o Gama
DANILO QUEIROZ
A segunda rodada do Cam-
peonato Candango está fazen-
do os clubes se distanciarem
na tabela. Ontem, o Paranoá
recebeu o Brasília em confron-
to direto pelas primeiras colo-
cações, no Defelê. De virada, a
Cobra Sucuri bateu o Colorado,
por 2 x 1, e chegou aos mesmos
seis pontos do Gama na primei-
ra colocação da classificação.
O alviverde leva vantagem
apenas no saldo de gols: 3 x 2.
Com a derrota, o Brasília fica
atrás dos concorrentes diretos e
fora da zona de classificação para
as semifinais do torneio local. O
destino, porém, poderia ter sido
outro quando o experiente Ricar-
do Oliveira abriu o placar para o
Colorado, de pênalti.
O segundo tempo voltou com
chuva e a virada da Cobra Sucuri.
Paulo Rangel finalizou tirando do
alcance do goleiro Jennerson e
MUNDIAL DE SKATE STREET
Rayssa, Gabi, Pâmela Rosa e Hoefler vão à final
O Brasil teve dia perfeito nas
semifinais femininas do Mun-
dial de Skate Street, ontem. Nos
Emirados Árabes Unidos, Rayssa
Leal, Gabi Mazetto e Pâmela Rosa
brilharam e garantiram lugar na
final, marcada para hoje. No mas-
culino, Kelvin Hoefler conseguiu
a sétima melhor nota e também
garantiu vaga na decisão.
Ainda com proteção no punho
após se lesionar, Rayssa Leal pas-
sou em segundo. A Fadinha deu
show de manobras e fechou a
CARIOCA I
Na briga pelas primeiras
posições do Campeonato
Carioca, o Botafogo volta
a campo, hoje, às 16h,
contra o Boavista. A partida
será em Brasília, no Mané
Garrincha. Há quatro
jogos sem perder, sendo
três vitórias, o Glorioso
tem 10 pontos e aparece
em terceiro, atrás de
Flamengo, com 14, e Volta
Redonda, com 13.
Cesar Greco/Palmeiras
Com gol e assistência, o atacante Rony clareou o caminho para o alviverde ganhar mais uma vez do Peixe
ampliar o marcador no jogo.
Melhor da partida, o mesmo
Rony deu boa assistência para o
jovem Giovani, de 19 anos, mar-
car o terceiro do Palmeiras e le-
var a torcida à loucura no Mo-
rumbi. Em vários momentos, os
palmeirenses gritaram “olé” para
igualou para o Paranoá. A vira-
da veio nos últimos minutos. Em
bola alçada na área, o arqueiro
do Brasília saiu mal e deixou
Daniel Guerreiro em condições
de confirmar a virada.
Rodada dupla
Hoje, outro time tem chan-
ce real de abrir frente na zona de
classificação para as semifinais
e igualar os pontos dos líderes
Gama e Paranoá. Às 10h, no Está-
dio Serejão, em Taguatinga, o
Samambaia recebe o Santa Maria
na tentativa de engatar a segunda
vitória e seguir bem no Candan-
gão. A Eleven Sports transmite.
Mais tarde, às 15h30, o mes-
mo Serejão recebe outra partida.
Com o alerta ligado após derrotas
na estreia, Taguatinga e Capital
medem forças para não ficarem
muito atrás na briga pelas pri-
meiras colocações. A TV Cultura
transmite, ao vivo, no canal 5.1.
eliminatória com 252,98 pon-
tos. Gabi Mazetto pegou nota de
221,56 e se classificou em quinto.
Pâmela Rosa passou no limite e
só conseguiu a vaga após acertar
a última manobra.
Além de Rayssa Leal, de apenas
15 anos, a semifinal nos Emirados
Árabes foi dominada pelas jovens
skatistas. A melhor colocada foi a
japonesa Rizu Akama, de 14 anos.
Também com 15, a campeã olím-
pica Momiji Nishiya, do Japão,
ficou em terceiro. O quarto lugar
CARIOCA II
Em mau momento no
Carioca, o Fluminense
busca a recuperação.
Hoje, às 18h, terá o apoio
da torcida, no Maracanã,
para enfrentar o Audax.
Nas últimas três rodadas,
o tricolor empatou com
o Boavista e depois foi
derrotado por Botafogo e
Volta Redonda. Com isso,
estacionou nos 10 pontos e
caiu para quarto.
desnortear um Santos sem mui-
tas alternativas práticas no clás-
sico. Mesmo assim, o Peixe dimi-
nuiu a diferença no último lance
da partida com o zagueiro Eduar-
do Bauermann.
O resultado amplia de vez a
crise do Santos no Campeonato
Filipe Fonseca/Paranoá
Paulo Rangel iniciou a reação da Cobra Sucuri no triunfo contra o Brasília
foi para a mais nova delas, a aus-
traliana Chris Covell, de 12 anos.
O medalhista olímpico Kelvin
Hoefler lesionou o dedo logo na
primeira volta, mas superou as
dores para cravar a sétima melhor
somatória do dia. Com nota de
237,86, o brasileiro seguiu adian-
te nas disputas do masculino. Ele
confirmou a vaga na decisão em
sua última manobra do dia. O
também brasileiro Giovanni Vian-
na esteve nas disputas, mas não
conseguiu a vaga na final.
MINEIRO I
Em um clássico atípico
em Brasília, o América-
MG bateu o Cruzeiro, por
1 x 0, no Estádio Nacional
Mané Garrincha, ontem,
pela terceira rodada
do Campineiro Mineiro.
Henrique Almeida fez
o único gol da partida
no segundo tempo. O
resultado tirou os 100% de
aproveitamento da equipe
celeste no torneio.
Paulista. Sem emplacar no tor-
neio estadual nas últimas tem-
poradas, o time alvinegro não
vence há cinco jogos e vê a si-
tuação se complicar na tabela.
A equipe é a lanterna do Grupo
A, atrás de Bragantino, Botafogo
-SP e Internacional de Limeira.
Divulgação/CBSK
Com a Fadinha, final feminina será
às 9h25. Hoefle compete às 10h55
MINEIRO II
O Atlético-MG sofreu, mas
venceu o Ipatinga no apagar
das luzes em partida válida
pelo Campeonato Mineiro.
Fora de casa, o Galo teve
problemas para furar o
sistema defensivo do Tigre. O
feito foi concretizado apenas
aos 43 minutos do segundo
tempo, com gol de Rubens.
O resultado manteve os
100% de aproveitamento do
alvinegro na competição.
»Jogos do dia
Hoje, será a vez de Corinthians
e São Paulo cumprirem os
compromissos da sexta rodada
do Campeonato Paulista. Líder
do grupo B, o tricolor paulista
visita o Santo André, às 16h, no
Bruno José Daniel, contando
com a vitória para ficar em boa
situação na disputa por vagas na
próxima fase do torneio estadual.
O time do técnico Rogério Ceni,
porém, vem de derrota recente.
O responsável pelo tropeço foi
justamente o alvinegro. Na luta
para manter a boa fase iniciada
no clássico, a equipe joga em
casa, na Neo Química Arena, às
18h30, contra o Botafogo-SP.
O grupo do técnico Fernando
Lázaro lideram a chave C com
boa margem de frente para a
Ferroviária, primeiro clube fora
da zona de classificação para a
fase de quartas de final.
O desempenho acende o sinal
amarelo na busca por uma va-
ga na Copa do Brasil de 2024 —
agora destinada exclusivamen-
te pelos estaduais — e para o
Campeonato Brasileiro, quando
o clube vai bater de frente com as
principais forças do país. Com a
JUDÔ
Daniel Cargnin fatura medalha
de prata no Grand Slam de Paris
Após se destacar na catego-
ria até 66kg, o judoca Daniel
Cargnin, agora, brilha diante de
rivais mais pesados. Ontem, ele
faturou a medalha de prata no
Grand Slam de Paris, um dos
torneios mais tradicionais da
modalidade, na disputa até 73kg,
categoria em que se enquadrou
para o atual ciclo olímpico.
Na capital francesa, Cargnin
só parou na final, diante do atual
número 1 do mundo. O brasilei-
ro foi derrotado pelo georgiano
Lasha Shavdatuashvili por ippon.
O rival, além de liderar o ranking
na categoria, tem três medalhas
olímpicas no currículo. Cargnin
tem uma, o bronze conquistado
nos Jogos de Tóquio, em 2021.
COPA DAVIS
Com Rafael Matos, Brasil vence
nas duplas e elimina a China
Com um triunfo nas duplas, o
Brasil assegurou a vitória sobre a
China, por 4 x 0, na série melhor
de cinco jogos, pelos playoffs do
Grupo Mundial I da Copa Davis.
O resultado, obtido no saibro do
Costão do Santinho, em Florianó-
polis (SC), mantém o time brasi-
leiro na busca pelo retorno à elite
do tênis mundial.
A equipe nacional vai enfren-
tar, agora, um adversário do Gru-
po Mundial I, em setembro, para
tentar a vaga nas Eliminatórias
para a fase final da Davis, em
2024. O futuro adversário será
conhecido na quinta-feira, em
sorteio a ser realizado pela Fede-
ração Internacional de Tênis.
GAÚCHO I
O Grêmio segue com início
perfeito no Campeonato
Gaúcho e, mais uma
vez, contou com show
do atacante Luis Suárez.
Ontem, recebeu o Aimoré,
na Arena, em Porto Alegre,
e venceu por 3 x 0. Depois
de Bruno Uvini abrir o
placar, o uruguaio marcou
duas vezes e chegou a
quatro gols na competição
e a sete na temporada.
fase ruim, nenhum atleta do Pei-
xe quis comentar a derrota.
Fase excelente
No Palmeiras, a vitória no
clássico deixou ainda mais le-
ve o clima em um time em ple-
na ascensão na temporada. De-
pois de mais um bom desempe-
nho sob o comando do portu-
guês Abel Ferreira, o alviverde
ampliou o favoritismo ao título
do Paulistão 2023. Após seis ro-
dadas disputadas, o Palestra os-
tenta o melhor desempenho en-
tre todos os participantes do tor-
neio estadual com 14 pontos so-
mados até o momento.
Destaque no triunfo diante do
Santos, o atacante Rony dividiu
o desempenho com os demais
companheiros de Palmiras. “Fi-
co feliz de estar podendo ajudar
a equipe. Mais importante é a
equipe vencer. Feliz de dar o meu
melhor. Sabemos que a formação
tática que o professor usa é dife-
rente, mas temos que nos adap-
tar. Venho fazendo essa função
(jogando pelos lados do campo)
há muito tempo. Dando o meu
melhor. Tenho ajudado com pas-
ses e gols. Só com o trabalho con-
seguimos aprimorar as coisas. Eu
acho que já demonstramos nossa
força e valor”, avaliou o camisa 10.
Para chegar à decisão, o judo-
ca do Brasil deixou pelo cami-
nho quatro adversários: o ciprio-
ta Kyprianos Andreou, por waza
-ari, o turco Umalt Demirel por
ippon, Urunbayar Odgerel, da
Mongólia, em mais um waza-ari,
e Arthur Margelidon, do Canadá,
com o mesmo golpe.
Com a prata, Daniel Carg-
nin somou bons pontos no ran-
king de definição dos classifica-
dos para os Jogos Olimpícos de
Paris-2024. O pódio ainda encer-
rou um jejum recente do Brasil no
Grand Slam disputado na França.
Nas últimas duas edições da com-
petição, em 2022 e 2021, o time
brasileiro passou em branco, sem
medalhas na capital francesa.
“Sabíamos que éramos os
favoritos. Eles vieram sem os prin-
cipais jogadores. A nossa equipe
está de parabéns pelo empenho,
foco e todo trabalho realizado
durante a semana. Tínhamos o
objetivo bem claro que era ganhar
e saímos com a vitória”, comentou
Rafael Matos, campeão em Mel-
bourne ao lado de Luisa Stefani.
O capitão do Brasil, Jaime
Oncins, celebrou o triunfo. “É
sempre bom vencer um confron-
to dessa maneira. A equipe lidou
bem com a responsabilidade,
com essa pressão e acabou dan-
do tudo certo. Agora, é esperar o
sorteio para pensar no próximo
confronto”, declarou.
GAÚCHO II
Na caça ao líder Grêmio,
o Internacional volta a
campo, hoje, para não
deixar o rival disparar
de vez na liderança do
Gauchão. Às 20h30, o
Colorado visita o Novo
Hamburgo, no Estádio do
Vale. Em segundo lugar,
a equipe pode se firmar
na posição caso consiga
emendar a terceira vitória
no torneio estadual.
 Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 — CORREIO BRAZILIENSE Diversão & Arte — 21

DICAS DE PORTUGUÊS
“Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas.
Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados.”
Clarice Lispector
por Dad Squarisi >> dadsquarisi.df@dabr.com.br

Como lidar com Grandes navegações

As penetras as estrangeiras? As grandes navegações escancararam
as portas do mundo. Oba! Os homens
Francisco Mario Feijó é atento observador das
1. Dê preferência à palavra começaram a viajar mar afora.
transformações por que passa a língua. Uma das mudanças
vernácula: pré-estreia, não Conheceram outros povos, que falavam
que lhe chamam a atenção trata do avanço dos anglicismos
avant-première; primeiro- outras línguas, que se misturavam às
no nosso idioma. É dele a carta que aborda o assunto.
ministro (premiê), não premier; dos forasteiros. Ao voltar, os viajantes
“Fico a pensar menos nos erros de português e muito
começar, não estartar. carregavam novas palavras na bagagem.
mais no uso indiscriminado de palavras e frases em inglês,
Tinham, também, deixado vocábulos por
que, vale ressaltar, não é um fenômeno apenas no Brasil.
2. Prefira a forma onde passaram. Assim, os estrangeirismos
No Japão, é um verdadeiro horror. Na França, constato
aportuguesada à estrangeira: foram ganhando nacionalidades locais.
perplexo, utiliza-se week-end em vez de fin de semaine...
gangue, chique, xampu, recorde,
“Vemos o nosso porto que de Companhia Docas de
cachê, butique, buquê, uísque,
Santos passou para Codesp e agora ostenta um nome
conhaque, panteão, raiom, gim.
inglês. Não poderia ser Autoridade Portuária de Santos e
como subtítulo o tal Santos Port Authority? Assim, um dia
LEITOR
3. Se a importada estiver
teremos talvez o nome Saints Port Authority. Já vi placas de
ruas, em Águas de Lindóia, sendo traduzidas assim, nem se
incorporada ao português em PERGUNTA
poupando o nome próprio do local.”
sua grafia original, escreva-a
sem grifo ou qualquer destaque:
Indignado “Rio recebe mega exposição sobre
dinossauros”, escreveu a GloboNews na
rock, marketing, shopping, show, Nem só Francisco Mario Passatempo em vez de telinha. A grafia merece nota 10?
Conversadeiras know-how, software, hardware,
smoking, habeas corpus, marine,
se indigna com o abuso
de estrangeirismos na
hobby.
Compras em vez de
Linda Souza, Rio
punk, lobby. língua. Outros também se shopping. O hífen é castigo de Deus. São
As línguas adoram bater papo. Umas influenciam as incomodam. Um deles é Aparência em vez de look. tantas regras e tantas exceções que
outras. Quanto maior o contato, maior a influência. No 4. Derivados de línguas Marcelo Abreu, que trava Registro de entrada em vez até o Senhor precisa consultar o
século 19, o português sofreu grande influência do francês. estrangeiras se tornam híbridos. guerra impiedosa contra a de check-in. dicionário. A GloboNews não foi ao pai
Assimilou várias palavras do idioma de Victor Hugo. Abajur, Mantêm a estrutura original invasão dos anglicismos na Registro de saída em vez de de todos nós. Deixou de aprender que
garagem, bufê, balé servem de exemplo. do vocábulo e acrescentam os língua portuguesa. Outro check-out. mega- se encaixa na regra da maior
No 20, o inglês chegou com força total. Falado pela sufixos ou prefixos da língua dia, exprimiu a indignação Cópia de segurança em vez parte dos prefixos. Pede o tracinho
potência planetária, que vende como ninguém sua música, portuguesa: Byron (byroniano), com esta lista de penetras de backup. quando seguido de h ou no encontro
seu cinema e sua tecnologia, impôs-se como língua Kant (kantiano), Marx desnecessários: Senha em vez de password. de letras iguais: mega-história,
internacional. O português incorporou muitos vocábulos. (marxista), kart (kartódromo), Começar em vez de Prazo máximo em vez de mega-amizade, mas megaexposição,
A questão ficou tão banalizada que há regras para Weber (weberiano), Thatcher estartar. deadline. megarreforma, megassalário.
emprego das estrangeirinhas. (thatcherismo). Ajuda em vez de help. Etc. e tal.

Zé
CRUZADAS

FALA, Humor

por José Carlos Vieira >> josecarlos.df@dabr.com.br

Extra! Extra!
Paulo Guedes saiu para comprar cigarro e até hoje
não voltou ao Ministério da Fazenda

Frases da semana do meu amigo

ex-torcedor mosquito

“No passado, a Seleção “Às vezes, acho que jogador de

tinha complexo de futebol é igual a
vira-lata, hoje é de político: finge que
poodle” ama o povo de quatro em quatro anos”

conversa no ponto de ônibus

Mais um ano longe do Serasa. (Oh! Glória)

entrevista
com o deputado poeminha
do pen-drive
É assim que te quero, amor,
— Como o senhor assim, amor, é que eu gosto de ti,
chegou ao Catar? tal como te vestes
— Subi num
para-choque de e como arranjas
caminhão lá no Brasil os cabelos e como
e parei aqui
a tua boca sorri
aos Pablo Neruda
interessados

Rodrigo Hilbert vai um abração!

ensinar a fazer sua (que a utopia nos guie)
própria urna eletrônica

SUDOKU

© Ediouro Publicações — Licenciado ao Correio Braziliense para esta edição

SUDOKU DE ONTEM
DIRETAS DE ONTEM

Grau de dificuldade: fácil www.cruzadas.net


Diversão&Arte
» PEDRO IBARRA
O
brasileiro tem três
grandes amores: fes-
ta, música e futebol.
Em 1998, Paulo Bon-
fá e Marco Bianchi viram mui-
to potencial nos gostos brasi-
leiros e decidiram uni-los em
algo único na televisão brasi-
leira, que nomearam de Rock-
gol. Em 2013, o especial infe-
lizmente foi encerrado, mas
este ano, 10 anos depois, es-
tá de volta. Bandas de todo o
Brasil mostrarão que têm bo-
la no pé no Rockgol 25, que,
como o nome diz, comemo-
ra 25 anos.
Paulo Bonfá e Marco Bian-
chi voltaram para o evento que,
desta vez, foi transmitido pe-
la plataforma TikTok na tarde
de ontem. Os jogadores foram
uma mescla dos que já são ve-
lhos conhecidos do público
com caras novas da música bra-
sileira. Ou seja, Cléston, Nasi,
Max Telefone de Contato e Tio-
zão do Churrasco estão de volta
e dividirão as quatro linhas com
novos nomes como os meninos
da Jovem Dionísio, o trio Tuyo,
Vitor Kley, Clara x Sofia e Gabily.
Nomes que viveram o final dos
tempos do especial como Fres-
no e Di Ferrero estão de volta,
mas o evento dá espaço para
a atualidade, convidando in-
fluencers como Natália Arcuri,
Cerol, Milene Domingues, Ra-
quel Freestyle, Nobru, Matheus
Costa e Julio Cocielo. Jornalis-
tas esportivos, como Benjamin
Back e Caio Ribeiro, comedian-
tes, do calibre de Rafael Portugal
e Marco Luque, e nomes do au-
diovisual como Dan Stulbach,
esse programa trouxe neste re-
torno.
Como vocês estão
sentindo o retorno ao
Rockgol? Como
é reviver as memórias?
Tem sido comovente e gra-
tificante. Porque estamos reva-
lorizando algo pioneiro e que
segue relevante, 25 anos após
o início do nosso trabalho na
MTV. Vale sempre dizer que o
Rockgol da MTV Brasil come-
çou antes e terminou depois
de nossa estada na emissora. E
que o evento sempre foi fruto
de um imenso esforço coletivo
ao qual nós, os apresentadores
do projeto, somamos nossos
empenhos e capacidades. Sou
grato a todos que foram, aqui e
ali, em maior ou menor medi-
da, parte do processo de desen-
volvimento do formato.
O tempo passou, o Rockgol
parou, mas nunca foi
esquecido. Como você lidava
com os pedidos para o retorno
do evento/programa?
Estamos e sempre estive-
mos afinados com o espírito
do torcedor comum, que tem
no futebol uma fonte de recrea-
ção e descontração. E o público
sempre retribuiu e retribui essa
sinergia com generosidade. É
o reconhecimento dessas pes-
soas, em especial daquelas que
se deixaram seduzir pela graça
dos nossos programas, que nos
motiva a ir adiante na carreira. E
já dizia minha tia-avó freira
Hermes & Renato, Choque de
Cultura e Barbixas, também fa-
rão parte do elenco convidado.
O vocalista do Matanza
e figura histórica do Rockgol
comemora ainda estar vivo
para ver o programa de vol-
ta mesmo que em outro for-
mato. “Acho que o mais legal
foi estar vivo para sentir essa
nostalgia, né? Por algumas
vezes eu achei que não fos-
se durar tanto, mas, piadas
à parte, foi lindo demais”,
que “graça é coisa divina”!
Quem você acha que vai
fazer falta nesse retorno?
Quais das grandes figuras
você sentiu saudade?
Tanto tempo depois, é natu-
ral que não seja possível repetir
todos os personagens de nossa
trajetória que mistura humor e
futebol, nessa ordem. Somos
nós e as nossas circunstâncias,
né?Vou sentir especial sau-
dade dos dribles fluentes
do Supla, dos chiliques
do Toni Garrido, dos ár-
bitros fanfarrões e, tal-
vez, do Bola na Foguei-
ra, um célebre quadro
de perguntas capcio-
sas com esportistas
e personalidades di-
versas.
O TikTok como
parceiro tem um
caráter legal. Vocês vão
conversar com a geração
que já os acompanhava
e com um novo público.
Como é esse processo
para vocês?
A gente se apega
às possíveis
conotações do
termo rock…
espírito de ousadia,
irreverência,
contestação…
Marco Bianchi
CORREIO BRAZILIENSE
Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
Supla e Toni Garrido, figuras Jovem Dionísio, brinca. “Os velhos babões co-
lendárias de edições mais estreantes mo eu puderam aproveitar
antigas do Rockgol do Rockgol ao máximo uma brincadei-
ra que acabou virando par-
te do anedotário da músi-
ca brasileira”, complemen-
ta o músico que abraçou
as mudanças e ainda assim
amou. “Faltou gente, mas o
espírito do evento estava lá, e
isso que importa”, diz.
Vivendo o exato oposto,
a banda Jovem Dionísio ga-
nhou a possibilidade de
Se a gente quer falar
com as pessoas vai se adap-
tar a elas, é sempre gentil com
o interlocutor que o emissor de
uma mensagem saiba construir
e transmitir conteúdos de for-
ma competente. Ao mesmo
tempo, não se pode perder a
identidade, a naturalidade,
pois, sem isso, não há bom
humor que convença. A evo-
lução de Darwin se faz as-
sim, com o conhecimen-
tos dos mais velhos e o inte-
resse dos mais jovens. Que
prevaleçam os melhores
genes desse universo.
Ainda sobre gerações,
o público viu a
ascensão da Supercopa
Desimpedidos fazendo
algo similar ao Rockgol.
Vocês imaginavam que
fariam escola?
Dizemos que não há vá-
cuo de poder, com razão, pois
há sempre por aí figuras aten-
tas às oportunidades que
se mostram promissoras e
Paulo Bonfá e Jimmy London,
Marco Bianchi, famoso por ser brigão
os criadores do no Rockgol
Rockgol
cultura.df@dabr.com.br
3214-1178/3214-1179
Editor: José Carlos Vieira
josecarlos.df@dabr.com.br
Fotos: Sofia Romani/Divulgação; Wallace Martins/Esp. CB/D.A Press e Instagram/Reprodução e MTV/Reprodução
jogar o campeonato que só
assistiam pela televisão. “Pa-
ra a gente é uma honra estar
no Rockgol, porque eu assis-
tia o programa quando era
pequeno, principalmente as
reprises dos jogos e os melho-
res momentos, quando mi-
grou para o YouTube”, lem-
bra o vocalista Belni que faz
questão de citar as recorda-
ções mais marcantes. “Ado-
rava ver o Supla no Rockgol,
porque ele era um jogador
absurdo. É incrível agora po-
der reencontrar figuras que fi-
caram eternizadas na história
do evento”, comenta.
Mesmo estreando na fa-
mosa pelada a banda curi-
tibana não tirou o pé. “As
expectativas estão extrema-
mente altas, os treinos cada
vez mais violentos. O Ber
Hey (tecladista) me contou
que está fazendo mil abdo-
minais por dia, na prepa-
ração para o Rockgol. Fufa
(guitarrista) aqui do lado
está falando que fez 10 mil
embaixadinhas seguidas”,
afirma Belni em tom de
brincadeira. “O treino está
intenso e a mente focada
para o jogo, não tem para
ninguém”, pontuou o artis-
ta que antes do jogo estava
na expectativa de que a ban-
da chegasse a marca de mil
gols apenas nesta edição.
Contudo, não há ninguém
melhor que um dos criado-
res para falar sobre o evento.
Ao Correio, Marco Bianchi
destrinchou a edição especial
Rockgol 25, com todos os sen-
timentos, saudades e gols que
iminentes. A MTV largou o
osso ainda novo e alguém
mais acordado quis masti-
gar, hehehe… a diferença é
que, na mistura dos Desimpe-
didos, tem futebol e entreteni-
mento, não necessariamente
humor. Porque todo humor é
entretenimento, mas nem to-
do entretenimento é humor.
O tempo passou e o rock
mudou. Como é fazer o
Rockgol em tempos em que o
rock não é mais o foco?
A gente se apega às pos-
síveis conotações do termo
rock… espírito de ousadia,
irreverência, contestação…
Mas não vejo tanta relevân-
cia na escolha do nome da
proposta televisiva/audiovi-
sual se ela for vanguardista
e puser o humor como prio-
ridade, à frente do esporte.
O elenco desse ano tem
adições interessantes. Como
foram feitos os convites?
O grande responsável pe-
la exposição Rockgol25 e pe-
los desdobramentos dela é
o jornalista e farsante Paulo
Bonfá. Sou apenas humoris-
ta, já ele é mais versátil, atua
com desenvoltura como em-
preendedor cultural, empre-
sário, administrador, mode-
lo, atriz… Fiquei abismado
com a quantidade de figuras
ímpares reunidas na mesma
jornada! Pois é, televisão se
faz assim, com grandes equi-
pes e grandes profissionais de
todos os ramos.
Colaborou Anajú Tolentino
Revista
do CORREIO
CORREIO BRAZILIENSE
domingo, 5 de fevereiro de 2023
Ano 17. Número 925

TV+
O brilho dos nordestinos
em Mar do Sertão

BELEZA
O velho e bom cafuné agora
também é autocuidado

Café com
história
Ter uma xícara em mãos traz memórias capazes
de deixar o coração quentinho. E se a bebida é
servida em um lugar charmoso, a experiência
torna-se ainda mais enriquecedora.
Greice Malheiros acaba de abrir uma
cafeteria inspirada em Clarice Lispector
 Instagram/Reprodução

Do editor
Prazeroso — e quase uma unanimidade
18Encontro com o Chef
Piauiense abandona o direito para se
tornar o “rei do frango de Brasília”.
entre os brasileiros —, degustar uma xícara
de café pode ter muito mais significados do
que simplesmente engolir uma bebida. A
depender do local e do momento, pode se
22Bichos
Como proteger e, por que não,
aproveitar os dias de chuva
tornar quase que um ritual. A prova disso com o seu pet.
são as cafeterias charmosas e aconche-
gantes que invadiram o mundo. E Brasília

Brunno Martins /Divulgacao

não está fora desse mapa. A estagiária
Letícia Mouhamad e o repórter Eduardo
Fernandes percorreram algumas dessas
casas e contam a história por trás delas. E
se você quiser montar um cantinho no seu
próprio lar para apreciar um café, arqui-
tetos dão dicas preciosas. Nesta edição,
falamos ainda da nova série brasileira no
streaming, Santo Maldito, que estreia quar-
ta-feira na Star+, mostramos como cuidar
do seu pet nos dias chuvosos e abordamos
o tratamento para nódulos da tireoide.

Bom domingo e boa leitura!

Sibele Negromonte
04Moda Mais uma trend dos anos 2000 cai no
gosto das fashionistas: o body chain
é aposta do verão

Editor:

Subeditora:
José Carlos Vieira - josecarlos.df@dabr.com.br

Sibele Negromonte - sibelenegromonte.df@dabr.com.br

06Beleza O cafuné virou autocuidado e tem
feito a cabeça de quem não 24TV+Um bate-papo com Matteus Cardoso,
abre mão de se mimar. o potiguar que dá vida a Joel Leiteiro
Diagramação: Guilherme Dias - guilherme.dias.df@dabr.com.br em Mar do Sertão.
Diretora de Redação: Ana Dubeux - anadubeux.df@dabr.com.br

Telefones: 3214-1192 e 3214-1156 14 Casa

Aprenda a montar um cantinho
charmoso e aconchegante para 28Cidade Nossa
Paulo Pestana ressalta a beleza do
E-mail: revistad.df@dabr.com.br degustar um café no lar. Hino Nacional, ao resgatar a versão
cantada por João Gilberto.
Capa: Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press

16Saúde Comuns entre os brasileiros,

os nódulos benignos da tireoide 30Crônica da Revista
Maria Paula descreve a experiência
podem ser tratados com ablação. que teve com mulheres que fazem
Entenda como funciona. da gastronomia uma arte.

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2/3 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023

Moda
Fotos: Instagram/Reprodução

Acessórios por todo o corpo

O body chain é mais uma das Anitta usa o
maneiras de deixar sua produção body chain
com biquínis
cheia de personalidade e croppeds,
mas também
POR AILIM CABRAL combina
looks de
mais uma tendência emprestada noite com

E dos anos 2000 volta com tudo! O versões mais

elaboradas
body chain saiu dos clipes musi-
cais de Britney Spears e Christina
Aguilera, que os millennials assistiam
sem parar na MTV, e veio parar nas pas-
sarelas, nos looks de famosas e promete
ser um dos grandes sucessos da tempo-
rada carnavalesca.
A tradução literal, corrente de corpo,
define bem o acessório: um tipo de colar
que pode envolver o pescoço, a barriga,
as costas e a cintura em diferentes combi-
nações. A inspiração vem dos tradicionais
adereços de corpo indianos e fez a cabe-
ça das gerações mais jovens.
O body chain, inclusive, casa bem com
outras trends, como a cintura baixa, o
cropped e as calças com cós vazado: a
cintura à mostra pede um acessório.
Sempre de olho na moda praia, um
segmento em alta no Brasil, independen-
temente da época do ano, Luciana Lucas
da Silva, criadora da Lislu Joias Artesanais,
comenta que o body chain está fazendo
sucesso nas redes. Ela notou um aumento
na procura e acredita que o acessório vai
estar entre os mais usados neste carnaval.
“A dica que dou é usar com um cro-
pped, biquíni ou blusa em tom neutro.
Seja com a cintura à mostra, seja com
uma blusa mais discreta, o body chain vai
ficar em evidência, chamando atenção”.
A consultora de moda Ivone Alice Rosa
Trigueiro ressalta que a body chain tem a
cara do verão e que, apesar de ser muito
vista em corpos de padrão mais magro,
podem e devem ser usadas por qualquer
um que sinta vontade.
Ela lembra ainda que em 2021 o
acessório fez sucesso entre os homens.
O personagem de Rômulo Estrela na
minissérie Verdades Secretas conquis-
tou o público masculino, que passou a
investir mais no body chain.
Versátil, a biju vai da praia à festa e
pode vir até mesmo por cima da produ-
ção, ficando um pouco mais discreta.

4/5 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023

 Body chain
Mermaid, da Lislu
Jóias Artesanais
(preço sob consulta)

Body chain da Le
Yasmin e Beach (R$ 89,90)
seus looks
de praia
com body
chain

Body chain Mix,

Famosas que da Mercearia
aderiram à trend Bijoux (R$ 299,90)

No Brasil, a modelo Yasmin Brunet é uma

das maiores entusiastas do acessório e
quase sempre completa seus looks com o
body chain. A atriz Bruna Marquezine e a
cantora Anitta também estão entre as que
curtem a tendência.
Body chain Furta
Cor, da Mercearia
Bijoux (R$ 179,90)

Body chain
Mandala com
opalina, da Lislu
Jóias Artesanais
(preço sob consulta)

Bruna Body chain da

Marquezine Le Beach (R$ 95)
com um
acessório
mais
discreto
Beleza
POR AILIM CABRAL
m dos gestos de carinho preferido dos
U brasileiros, o cafuné, virou autocuida-
do! A região do couro cabeludo, mui-
tas vezes esquecida, entrou no radar
daqueles que gostam de cuidar do cabelo e de
curtir momentos consigo mesmo.
Enquanto muitos acham que não há neces-
sidade em dedicar atenção especial à cabe-
ça, existem os que passaram a investir não só
na limpeza, mas em tratamentos completos e
específicos para a região.
De acordo com o Pinterest Predicts 2023,
pesquisa de tendências da plataforma, os baby
boomers e a geração X estão entre os maiores
entusiastas do cafuné care. Mas eles não são
os únicos, quem adora investir no autocuidado
costuma aproveitar toda e qualquer oportunida-
de para que esses momentos sejam ainda mais
completos e prazerosos.
Entre os principais cuidados, Peter Menezes,
hair expert e advocate de Authentic Beauty
Concept, ressalta a limpeza com xampus
pouco alcalinos e evitar água muito quente e
exposição excessiva ao sol.
6/7 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
A hora do
cafuné
care
Pinterest em sua pesquisa de tendências,
é a definição do ritual de autocuidado
Peter comenta ainda que o ritual pode incluir
o uso de tônicos com funções calmantes, ger-
micidas ou estimulantes, mas destaca que
eles precisam ser específicos para a região.
“Produtos que hidratam intensamente o couro,
protegem contra agressões externas e devolvem
o brilho para um acabamento saudável tam-
bém podem ser incluídos”, sugere.
A esfoliação também é uma das etapas, não
só do cafuné care, mas também do haircare.
“É importante para a renovação celular, pois
o couro cabeludo não deixa de ser uma pele
revestida de glândulas que produzem oleosida-
de. Mas precisa ser feita de maneira leve e não
mais do que uma vez por semana”, indica.
Cintia Fuchs, diretora de Pesquisa &
Desenvolvimento da Flora, explica que a saúde
do couro cabeludo é essencial para ter fios bri-
lhantes e fortes, e menciona a limpeza como o
primeiro passo. “É importante saber o que é mais
indicado para você, saber se o couro cabeludo
precisa de mais ou menos hidratação e buscar os
produtos que se encaixam nessas necessidades.”
Além disso, Cintia ressalta a importância
de retirar todo o excesso de produto durante
a lavagem e tomar cuidado com água quente,
O termo, criado pela plataforma
que envolve o couro cabeludo
secador e chapinha, uma vez que as altas tem-
peraturas podem queimar e provocar sensibili-
dade e descamação na região.
Aposte na massagem!
Além da limpeza, esfoliação e hidratação, a
massagem é o ponto alto do cafuné care. Entre
os itens mais pesquisados, o Pinterest Predicts
destaca “técnicas de massagem no couro cabe-
ludo”. Afinal, esse é um dos momentos mais
gostosos quando lavamos o cabelo.
“Massagens são interessantes quando feitas
de forma delicada e relaxante, com pressão
natural, para estimular a circulação local e
sem esfregar muito para não irritar a região”,
ensina Peter. Elas podem ser feitas diariamen-
te, no momento da aplicação do xampu, por
exemplo. Ou mesmo com os fios secos, em
momentos de dor de cabeça ou em que se
busca um relaxamento.
Fazer massagens que vão de três a cinco minu-
tos por dia ativa a circulação de sangue no couro
cabeludo e a produção de fios com mais nutrien-
tes. “É importante ressaltar que a massagem deve
ser feita sempre com a ponta dos dedos. Nunca se
deve usar as unhas, que podem causar ferimentos
danosos ao couro”, completa Cintia.
 Argila para limpeza do couro cabeludo
Detoxifying Scalp Mud, da Authentic AUTOCUIDADO CAPILAR
Beauty Concept (preço sob consulta)
• As massagens também podem ser feitas
com escovas massageadoras próprias
Óleo Sérum para cabelo e para a região. Confira algumas dicas
couro cabeludo, da Guerlain,
na Sephora (R$ 819) para ter um cafuné care de respeito.
• Comece a massagem pelas laterais
da cabeça;
Shampoo • Coloque a mão esquerda perto da testa,
Antirresíduos Match por cima do cabelo e use as pontas dos
Agente Antioleosidade, dedos da mão direita para massagear
de O Boticário (R$ 35,90) a lateral esquerda. Repita o processo
do outro lado;
• Depois, com as pontas dos dedos, faça
Máscara a massagem no topo da cabeça, quase
hidratante para entrelaçando os dedos das duas mãos;
equilíbrio do • Para aproveitar, o processo pode ser feito
couro cabeludo durante a aplicação do xampu;
Masque Hydra- • Repita o processo na parte de trás
Fluido Apaisant, da da cabeça, com o dedão
Revitalizante Kérastase (preço encostando no pescoço.
Matcha & Alecrim, sob consulta)
da Haskell
(R$ 32,48)

Tônico Capilar
Esfoliante Pré- Antiefeito Rebote
Tratamento, Truss Match Agente
Miracle Scrub Antioleosidade,
Therapy (R$ 164,90) de O Boticário
(R$ 75,90)

Shampoo Amplify,
da Authentic Beauty
Concept (R$ 165) Linha Ox Plants Cuida do Couro &
Fortalece (preço sob consulta)

Esfoliante para o
couro cabeludo,
Drunk Elephant, na
Sephora (R$ 320)
Fluído de
Complexo Crescimento
Acelerador Capilar, Truss
Match Tonic (R$ 180)
Tônico do
Crescimento,
de O Boticário
(R$ 87,90)

Cris Dios Organics

Volumize
Hydrating Jelly Mask, Tônico Capilar Pré-Scalp, da Cris
da Authentic Beauty Ekos Patauá, da Dios Organic
Concept (R$ 335) Natura (R$ 59,90) (preço sob consulta)
Especial

Vai uma xícara de café?

Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press

Greice (e) contou
com a ajuda de Aline
Em dias frios ou quentes, pela manhã ou no fim da tarde, para relaxar ou para trabalhar, a bebida Silva (c) e Aila Haire
para montar o café
cai muito bem. E se for degustada em um lugar charmoso, então, traz diversas memórias afetivas

POR LETÍCIA MOUHAMAD* velhos. “Coisa de adulto.” O aroma da bebi- escutou — em meia a uma conversa séria ou
E EDUARDO FERNANDES da lembra, para muitos, o aconchego de casa até mesmo uma fofoca — a frase: “espere!
de avó. E, por falar em família, quem nunca Deixe eu passar um café?”?
afé é encontro. E também umas das São divagações como essas que inspiraram,

C bebidas mais consumidas no mundo.

Mas, principalmente, encontro. Tudo
bem que as estatísticas sobre o mer-
cado são importantes, é verdade. Afinal, o
Brasil lidera a lista de maiores produtores mun-
SERVIÇO
Clarice Café
CLN 112, Bloco A, Loja 20
em parte, empreendedoras aqui de Brasília a
investirem nesse ramo. Cada uma ao seu modo.
Suas cafeterias são afetivas e não faltam histó-
rias de superação e criação de vínculos. Para os
brasilienses, sobram opções de locais acolhe-
diais do grão. Porém, aqui, queremos falar de De terça a sexta-feira: das 14h às 20h dores. Conheça os cafés de Greice, da família
memórias, conversa e afeto. Sábado: das 9h30 às 19h Gentil, de Mariana e da sua gata Betina, de
Quando crianças, o café soa como um Domingo: das 9h30 às 17h Maria Tereza e de Júlia Losada.
complemento à aparente seriedade dos mais
*Estagiária sob a supervisão
8/9 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 de Sibele Negromonte
Sonhos, palavras e…
café: união de sucesso
A subjetividade sempre esteve, de alguma manei-
ra, presente na vida de Greice Malheiros, 40 anos.
Sentimento intrínseco, manifestado anos depois.
Desde a adolescência, buscava em citações de
livros ou na internet frases que conseguissem expli-
car as coisas que moravam dentro de seu peito.
Diante dessa procura, um encontro especial
marcaria sua jornada. Clarice Lispector viria a ser
sua escritora preferida. Mais do que isso, uma guia
dos céus para tomadas de decisões e uma história
de mais sorrisos — e conforto por meio da literatu-
ra. Além de ter sido o motivo pelo qual abriria uma
cafeteria inspirada, totalmente, na autora.
No entanto, o passado é de inúmeras idas e
vindas. Clarice e Greice se parecem muito, tam-
bém, na personalidade e nas dores. Suas vidas,
em algumas circunstâncias, se abraçam como
se fossem amigas. “Há dois anos, eu estava em
casa lendo um livro dela, enquanto tomava um
café, estava curtindo tanto aquilo que me per-
guntei: será que as pessoas sentem o que eu
sinto quando fazem isso?”, questionou-se.
A reflexão, acompanhada da vontade de poder
proporcionar isso a outras pessoas, fez com que o
projeto saísse do papel. Todavia, Greice não tinha
nenhuma experiência com negócios. O último tra-
balho, como uma mulher de sucesso no mercado
financeiro, já não enchia tanto os olhos quanto o
sonho de ter a própria cafeteria. Outros pontos ao
longo do caminho, como inquietação e algumas
frustrações ganharam cada vez mais força e leva-
ram certeza: Clarice Café teria que existir.
Inquietações
Foram mais de 20 anos em outra profis-
são. Um mundo completamente diferente,
cercado pelos mais diversos percalços que se
pode imaginar. E, obviamente, dificuldades e
preconceitos que só uma mulher entenderia.
Entretanto, encontrou nesse universo o seu lugar.
Credibilidade e capacidade de alguém que pre-
cisou ser muito e de ter que se provar quase
sempre. Por isso, assim que optou pelo sonho da
cafeteria, as rejeições logo apareceram.
“Eu sofri muito nesse início. As pessoas me
chamavam de louca, falavam que eu não sabia
o que estava fazendo. Todo mundo falou que
era uma loucura”, relembra Greice. O medo,
naturalmente, surgiu diante de tantos discursos
contrários. Mesmo assim, algo maior a chama-
va. O olhar marejado traduz na voz de Greice
quando ela diz que passou por muitas tragédias
e que se orgulha da própria história.
Antes de sair do mercado financeiro, adotou
Fotos: Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press
três filhos e, em seguida, passou por um divórcio.
E bem antes disso, perdeu os pais, há quase duas
décadas. É preciso coragem para recomeçar. E ela
renasceu. No momento em que decidiu pela von-
tade de abrir o Clarice Café, os dias de reencontro
consigo mesma estavam mais próximos do que ela
poderia imaginar. Uma frase da escritora e que leva
na pele ilustra essa garra: “Sou sempre eu mesma,
mas com certeza não serei a mesma pra sempre”.
Ideias e projeto
Foi na metade de 2022 que os preparativos
começaram. Segundo Greice, tudo aconteceu de
forma muito rápida. Já que, para ela, a cafeteria
teria apenas três pilares, e uma temática na qual
jamais abriria mão. “Eu dizia que eu queria porque
queria uma cafeteria da Clarice Lispector. Primeiro
vem ela, em seguida o café especial e depois o
cardápio simples”, comenta em tom descontraído.
Portanto, o pedido foi uma ordem. E para
ajudar nesse processo, contou com uma pro-
fissional, que em breve se tornaria uma amiga.
Apaixonada por Clarice, a arquiteta Aline Silva,
idealizadora do InteriorAS Design, foi a escolhi-
da para auxiliar nas ideias e colocar para fora
do papel os pensamentos de Greice.
A criação e o planejamento tomaram forma
a partir de agosto do ano passado. Tempo, de
acordo com a profissional, diferente do que
estava habituada a trabalhar: apenas quatro
meses. A vontade era que o espaço se parecesse
com Clarice e com a época vivida pela escritora.
Um ar das décadas de 1960 e 1970, com con-
trastes entre o preto e branco, além de rabiscos
que trouxessem à memória, mesmo para os mais
jovens, uma data que fez parte da vida de muita
gente, quase como se fosse uma máquina do
tempo. “Eu disse que queria fazer uma proposta
diferente. Queria impactar com o preto e branco,
algo que remetesse ao passado”, conta Aline Silva.
Um cantinho,
próximo à
imagem de
Lispector, para
ler os livros da
autora enquanto
degusta um café
Estética Lispector
A identidade visual está completamente inte-
grada ao design. Do banheiro — adaptado para
pessoas com deficiência — até a porta, Clarice
está em tudo. O rosto da autora, inclusive, apare-
ce na primeira parede da cafeteria. Bem no meio,
em destaque, as obras da escritora constam
dentro de caixas. Os livros podem ser folheados
pelos clientes que queiram conhecer um pouco
mais da literatura de Lispector, ou apenas daque-
les que desejam matar a saudade de textos lidos.
Aline Silva ressalta, ainda, que há uma parede
livre para que os consumidores possam assinar
com seus nomes ou com alguma poesia. Intitulada
Estive aqui, os textos e frases já fazem parte do
cenário e preenchem o branco da cafeteria com
afeto e carinho. “Este é um café que homenageia
uma pessoa que faria 102 anos em 2022. As pes-
soas têm gostado bastante, dizendo que o ambien-
te é muito confortável”, descreve a arquiteta.
Ainda que o Clarice Café tenha o objetivo
de realçar uma estética do passado, é impossí-
vel não pensar nos dias atuais e como as redes
sociais ajudam na divulgação do estabeleci-
mento. Por isso, Aila Haire, 25, filha de Aline
e parceira da mãe nos negócios, destaca que
a cafeteria é 2D e 100% instagramável, a fim
de que todos os lugares sejam belos o suficiente
para que uma foto seja tirada.
“A ideia das redes sociais é reproduzir essa leve-
za. É você marcar sem precisar dizer ou colocar
nada. Esse é o nosso diferencial”, detalha a profis-
sional. Lugares estratégicos também foram minima-
mente calculados, para que registros fossem feitos.
Um banquinho próximo às obras de Clarice apare-
ce vago, como um convite para uma memória imor-
tal. Rosto, textos, cafés e jeito de Lispector. A cafe-
teria inaugurada em dezembro promete continuar
abraçando os corações que fazem visitas frequentes.
Afinal, esse é o maior propósito da vida de Greice.
Especial
Aroma
que atravessa
gerações
O amor por aquela xícara quentinha vem desde
pequena, antes mesmo de Maria Tereza Moulaz,
32 anos, se formar em administração e abrir uma
das cafeterias mais aconchegantes de Brasília. O
pai era engenheiro agrônomo e fazia plantio em
uma fazenda onde ela passou a maior parte da
infância. Um amor que atravessou gerações, já
que o avô também era apaixonado por café.
Por isso, o sentimento era inevitável. O quin-
tal de casa era regado e espelhado de planti-
nhas. O sabor do café feito dentro do lar era tão
gostoso que ela mal conseguia tomar a bebida
em outro lugar. Com o passar dos anos, natu-
ralmente, essa forma de pensar mudou. O pai
levava o cultivo como hobby, mas Maria Tereza
decidiu não seguir a mesma linha.
“Depois de morar um tempo fora, voltei para
Brasília e comecei a estudar sobre torrefação em
aspecto administrativo. Eu queria tocar um negó-
cio. E café é um caminho sem volta. Quando você
começa, logo se apaixona”, relata. Assim que deu
os primeiros passos na carreira, envolveu-se em
praticamente todas as áreas do mercado, incluin-
do as de barista e degustadora. Como ela mesmo
se descreve: “Faço de tudo um pouco”.
Mercado do Café
Um ponto tranquilo, localizado na 509 Sul,
com um tamanho maior, quando comparado a
outras cafeterias, o Mercado do Café, inaugu-
rado no final de 2018, foi a oportunidade. Um
acaso do destino, como se tivesse sido destinado
para a criação do local. Antes de servir o tradicio-
nal cafezinho, o lugar abrigava o antigo Mercado
Municipal, que funcionou por alguns anos. O
espaço conta, inclusive, com algumas estruturas
e itens antigos, aproveitados por Maria Tereza.
“O ambiente propriamente dito já veio carrega-
do de uma enorme bagagem cultural, com painéis
de Athos Bulcão e tudo mais. Então, a preservação
10/11 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
Maria Tereza (D), com os pais,
dona Lu e seu Marcus,
no Mercado do Café
SERVIÇO
Mercado do Café
W3 509, Bloco C, Asa Sul
Segunda a sexta: das 8h às 20h
Sábado, domingo e feriados: das 9h às 18h
também está atrelada à história do café. Promover
isso é natural”, defende a empresária. A ocupa-
ção foi realizada de maneira respeitosa, zelando
pela arquitetura, que até hoje embeleza os olhos
de quem passa pela cafeteria. Vitrais e mosaicos
foram completamente adaptados à nova atividade.
Além desse zelo, a valorização da arte é um
dos objetivos do espaço. Essa roupagem, segun-
Fotos: Reprodução/Instagram
do Maria Tereza, é uma escolha simples, já que o
café faz parte de todos os lares, intrínseco entre
familiares espalhados por todo o Brasil. Uma cul-
tura que se confunde com a do país. “Não podía-
mos ignorar essa relevância histórica que tem
o café. Por isso, promovemos livros, exposições
fotográficas, de pinturas ou de outra manifestação
artística, além de programas musicais, que foram
suspensos em razão da pandemia”, completa.
Passado e futuro
Um ano depois da abertura, a crise sanitária
derrubou projetos e planos que seriam concreti-
zados posteriormente. Sobreviventes do período
pandêmico, o ápice da covid, inevitavelmente,
testou a fé e o que Maria Tereza tinha estabele-
cido como negócio. Alternativas foram criadas,
para que o retorno financeiro não sofresse tan-
tos prejuízos. “Começamos 2020 querendo fir-
mar os pés. Com a pandemia, tivemos que zerar
tudo”, relembra a proprietária.
Logo no início, as ideias para continuar com
as atividades surgiram. Entre elas, o Clube do
Mercado, que mantinha o vínculo com clientes anti-
gos, levando café e outros itens do estabelecimento
até eles. A comunidade funcionava por meio de
assinaturas, que perduram até hoje. Foi por causa
de iniciativas como essa que a cafeteria se manteve.
O projeto nasceu querendo abraçar as cone-
xões criadas com uma boa xícara e uma mesa
para conversar — comunicação que só existe gra-
ças ao café. A fim de se envolver ainda mais com
as pessoas, o Clube do Mercado pretende conti-
nuar existindo, assim como os variados segmen-
tos que vivem no espaço: torrefação, cursos de
capacitação, venda do café e de outros utensílios.
Para aumentar ainda mais esse vínculo e a
valorização do café, novas cafeterias não são
descartadas por Maria Tereza. “A intenção,
sem sombra de dúvidas, é continuar levando
o Mercado do Café para as pessoas”, planeja.

Com gosto
de saúde
Compartilhar o prazer pela alimentação sau-
dável foi o pontapé para Júlia Losada, 24 anos,
recém-formada em administração, colocar em
prática o sonho do Ubud Café, na metade de
2020. Lá, ela conseguiu unir a curiosidade pela
nutrição, os conhecimentos adquiridos em via-
gens pelo mundo, que lhe colocaram em con-
tato com outras formas de enxergar a comida,
e, de quebra, a sociedade com a mãe, conhe-
cida quando o assunto era cozinhar pratos deli-
ciosos. Hoje, é a jovem quem está totalmente
à frente dos negócios, responsabilizando-se,
também, pelo cardápio.
Foi em Bali, na Indonésia, onde vivenciou
as experiências mais marcantes, pois o gosto
das refeições era o que, de fato, chamava a
atenção do público. Júlia ficou com a ideia na
cabeça. “Idealizei um lugar em que as pessoas
fossem pelo sabor, pela vontade de experimen-
tar novos pratos, e não pelo intuito de comer
contando calorias”, revela.
Anteriormente, já dividia com os seguido-
res das suas redes sociais dicas de lanches
que aprendia a fazer. No fundo, a ideia de
ter um cantinho para receber os amigos e
“espalhar a palavra” da comida saudável e
saborosa já existia.
Ubud é também o nome de uma região de
Bali, significando “medicamento”. Não por
acaso, o lema do café é parecido: a alimen-
tação é o nosso remédio. E engana-se quem
pensa que, por serem mais leves, os pratos
se restringem a saladas ou não despertam o
apetite dos clientes.
No empreendimento, há opções para todos
os gostos e horários, pois, funcionando das 8h
às 20h, há cafés diversos, lanches salgados,
sobremesas, refeições, smoothies... e tudo muito
colorido. Alimentos com vida.
“Muitas pessoas comem, por exemplo, nossos
bolos no pote e só depois descobrem que todos
os ingredientes são saudáveis. Ficam surpresas e
sempre voltam”, conta Júlia. Entre os pratos mais
pedidos estão a parmegiana de frango, a torta
de frango cremosa e o bolo de pote de cenou-
ra com brigadeiro. O Ubud também aposta na
experiência do cliente, promove eventos, como
Coffee Break, e aceita encomendas.
Gui Teixeira/Divulgação
Júlia Losada, idealizadora do Ubud
Café: saúde na cafeteria
SERVIÇO
Ubud Café
QI 5, Lago Sul, Hangar 5
Segunda a sábado: das 8h às 20h
PARA VISITAR
Café charmoso é o que não falta
na cidade. Confira mais opções:
• Antonieta Café: SCLRN 716,
Bloco F, Loja 47 @antonietacafe
• Pató: CLN 407, Bloco B, Loja 17
@patoh.cafeteria
• Café e um Chêro: SCLN 109,
Bloco C, Loja 37 @cafeeumchero
• Concreto Coffee Crew: CLN 111,
Bloco C, Loja 43 @concretocoffee
• Casinha Café: CLN 411, Bloco D,
Loja 41 @casinhacafe
• Civitá Cafés Especiais: CLN 213,
Bloco B Subsolo
• Salve Café: CLN 116, Bloco B,
Loja 46 @salve_cafe
• Marilda Café: SCLRN 716, Bloco
C, Loja 57 @marilda_cafe
• Los Baristas: CLN 404, Bloco C,
Loja 38/34 @losbaristas
• Aha Cafés: CLN 204, Bloco B,
Loja 59 @ahacafes
• Ernesto Cafés Especiais:
CLN 108, Bloco A, Loja 48
@ernestocafesespeciais
• Jacket Café: CLS 106, Bloco C,
Loja 15 @jacketcafe
• Black Prime Café: CLS 116, Bloco
B, Loja 02 @blackprimecafe
• Dylan Café Bakery: 315 Sul,
Bloco A Loja 15 @dylancafebakery
• Vert Café: CLS 402 (atrás do 365
Store) @vertcafebr
• Minimalize Café: CLS 405, Bloco
A, Loja 22 @minimalizecafe
Especial

Sara Gentil (e), com as filhas,

Patrícia, Cristine e Michelle,
durante comemoração
de aniversário do café com
a banda Brega & Rosas
Luis Tajes/Divulgação

No Gentil, cada encontro é um abraço

Os amigos e os parentes dos Gentil são sor-
tudos, pois nas reuniões que a família organi-
zava, não faltavam boas conversas, diversão e,
claro, pratos de dar água na boca. Dona Sara,
natural de Fortaleza, trouxe para a capital recei-
tas aprendidas com a mãe e, generosa, com-
partilhou-as no café criado, anos mais tarde,
pelas três filhas: Cristine, Patrícia e Michelle. No
empreendimento, a matriarca entrou como con-
feiteira e reza a lenda que quem já experimentou
seu bolo de laranja jamais o esqueceu.
Inauguraram em 2018, após muita pesquisa
sobre o ramo, especialmente sobre os cafés espe-
ciais. O ambiente tornou-se um prolongamento da
casa dos pais. Contando com fornecedores locais,
desenvolveram um cardápio amplo e sem ultra-
processados, pensado por Patrícia, também nutri-
cionista. Michele ficou responsável pela gerência e
Cristine, pelo marketing e pelo financeiro.
Aos poucos, começaram a promover peque-
nos eventos focados em empreendedorismo
feminino, além de lançamentos de livros, terapia
SERVIÇO
Gentil Café
CLS 410, Bloco B, Loja 36
Segunda a sexta: das 12h às 21h
Sábado: das 9h às 21h
Domingo: das 9h às 15h
em grupo e apresentações musicais com artistas
da cidade — nas quartas, o jazz e o pop e, aos
sábados, ritmos mais animados e nostálgicos.
“O propósito de abrir um espaço para encon-
tros foi cumprido”, pontua Cristine, 50 anos.
Este primeiro ano, aliás, foi muito bom, visto
que obtiveram alcance e ganharam o prêmio de
Melhor Café no Coffee of the year Brasil.
Eis que chegou a pandemia e, insistentes,
em meio a tantos negócios que não resisti-
ram, apostaram em mudanças para continuar.
Intensificaram o delivery e, para isso, simplifica-
ram o cardápio, priorizando frutos da estação
e pratos mais baratos, como o picadinho e o
risoto de costela, que tornaram-se sensações.
Ademais, realizaram campanhas de financia-
mento coletivo, produziram bolos para enco-
mendas e renegociaram contratos. Resistiram.
Hoje, recuperados, estão novamente atin-
gindo o patamar do primeiro ano e percebem
seu público mais diverso e mais jovem do que
antes. Os eventos de música costumam atrair
a garotada, enquanto a participação em fes-
tas de Páscoa ou de Dia das Crianças chama a
atenção de famílias. Pela localização, recebem
também pessoas mais idosas.
E, como gostam de abraçar novidades, a deste
início de ano é o Festival de Bruschettas, realiza-
do todas as quartas, em que é possível degustar
livremente nove sabores da receita, com ingre-
dientes frescos e pão de fermentação natural,
das 18h30 às 20h30. Há opções veganas. Para
aproveitar, é preciso fazer uma reserva prévia pelo
WhatsApp do Café, disponível nas redes sociais.

12/13 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023


ENTENDA
AS DIFERENÇAS
É possível classificar os cafés
levando em conta parâmetros
como aroma, acidez, corpo,
adstringência, fragrância do pó
e amargor, segundo o Programa
de Qualidade do Café, criado
pela Associação Brasileira da
Indústria de Café. No que tange
ao tipo, Cristiane Zancanaro
Simões, cafeicultora,
define da seguinte forma:
Café tradicional
• Apresenta a qualidade mínima
aceitável, de forma que até 20%
(ou um quinto) da sua composição
pode ser formada por grãos com
defeito, verdes, pretos, passados
ou ardidos. Esses grãos verdes
ou defeituosos acabam interferindo
e prejudicando o sabor e o
aroma da bebida.
Café superior
• São aqueles constituídos por grãos
de café tipo 6 COB ou melhores,
com máximo de 10% em peso de
grãos com defeitos pretos, verdes e
ardidos, admitindo-se a utilização de
grãos de safras passadas de cafés
verdes claros com qualquer bebida.
Café gourmet
• Possui uma maior qualidade nos
grãos de café, com sabor e aroma
mais suaves por causa da seleção
dos grãos e da torra controlada.
São aqueles com ausência de
grãos com defeitos pretos, verdes e
ardidos, preto verdes e fermentados,
com bebida estritamente mole, mole
ou apenas mole.
Café especial
• É todo aquele que atinge, no
mínimo, 80 pontos na escala de
pontuação da metodologia (que
vai até 100), sendo avaliados os
seguintes atributos: fragrância/
aroma, uniformidade, ausência
de defeitos, doçura, sabor, acidez,
corpo, finalização, harmonia e
conceito final, isto é, a impressão
geral sobre o café. Por fim, vale
lembrar que nem todo café gourmet
é um café especial.
Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press
No Betina Cat Café,
os felinos têm espaço
garantido
Café para os humanos, lar para os felinos Arquivo pessoal
Se a gata Betina adivinhasse, há vermifugados, castrados e vaci-
três anos, que a sua vida passaria nados com a V5, além de serem
por uma reviravolta após ser resga- semanalmente acompanhados
tada, não sentiria tanto medo quan- por uma veterinária. No total, 105
do sofreu graves maus-tratos. Tudo gatos já foram adotados e o local
indica que um chute quebrou três tornou-se o primeiro do Centro-
vértebras da sua coluna, além de Oeste com essa proposta.
algumas costelas. Ficou paraplégi- Nas sessões de gatoterapia,
ca. Mas, acolhida pela paranaense nas quais os clientes têm conta-
Mariana Brod, 32 anos, renasceu. to com os felinos, as visitas são
Ganhou um lar, um irmão feli- guiadas e seguem medidas de
no e muito amor. Recebe cuida- higiene. E a fila é grande, viu?
dos semanais com fisioterapia, “Temos um público muito diverso
acupuntura e laser. E o mais legal: e fiel, que sempre aparece”, conta
tornou-se inspiração para o café a idealizadora do projeto. Tudo
desenvolvido pela tutora. Para os Mariana e a gata Betina foi pensado de forma minuciosa.
clientes, Betina é a chefinha, quase Por exemplo, a localização da loja
uma celebridade. permite que os gatos tomem sol
Mas o apego de Mariana com SERVIÇO pela manhã; o horário de funcio-
os gatos veio do berço, dado que Betina Cat Café namento leva em conta seus picos
a família sempre foi protetora de CLN 409 Bloco C de energia; e a quadra, por ter
animais. Aos 17, a jovem come- Terça a Sábado: uma movimentação mais noturna,
çou os resgates e não parou mais. das 14h às 22h favorece seus hábitos.
Hoje, contabiliza cerca de 460 pets Domingo e Feriado: Apesar de nunca ter investido
acolhidos, cuidados e colocados das 14h às 20h em marketing, o Instagram do café
para adoção. Como a ideia de conta com 14 mil seguidores. Ao
empreender lhe acompanhava há lado de Mariana, estão os assis-
tempos, criar um cat café uniu o útil ao agradável. tentes dos felinos, a maioria, estudantes de medici-
Com muito trabalho, pesquisa e apoio dos pais, na veterinária. Mas, no geral, ela é quem dá conta
inaugurou, há sete meses, o Betina Cat Café. Lá, de quase tudo. “Sou o RH, o financeiro, o judiciário.
abriga oito gatos, provenientes de situações de aban- Atendo, limpo mesas e cato as sujeiras dos pets”, reve-
dono e maus-tratos. Todos passam por um protocolo la, aos risos. Para além dos gatos, a torta de chocolate
rigoroso de cuidados — são testados para fiv/felv, com nozes, vegana e sem glúten, é um sucesso.
 m e s p a ç o para
e t, criar u
Casa cozinha o u n a á r e a g o u r m
uma boa p e d id a . P ara os
la d e e s t a r, n a
a f é é s e m p r e
e a p a ix o n antes
Na sa t oma um c o variadas
q u a n t o ç õ e s s ã

Um
e n te, as o p
descansar íc a r a q u e n
quela x
amantes da

cantinho
para
degustar
POR EDUARDO FERNANDES moções para não passar do orça-
mento. “É possível montar um can-
café está presente nos tinho do café sem gastar muito.

O mais diversos lares há

muito tempo. Tornou-se
uma paixão entre gente
de todas as idades. Há quem o beba
apenas pela manhã, como, também,
existem aqueles que não dispensam
uma xícara em qualquer hora do
dia. Tamanho apreço e afeto motiva
inúmeras pessoas a destinarem um
espaço da casa somente para ele.
Um cenário decorado de vários itens
e objetos para descansar, relaxar e
apreciar a bebida.
Esse lugar de tranquilidade e
aconchego pode ser montado
em diversos ambientes do lar. De
acordo com a designer de interio-
res Marlene Ligiero, o cantinho do
café vai bem na sala de estar, na sala
de jantar, na varanda da casa ou do
apartamento, ou no espaço gourmet.
Segundo ela, esses locais são sempre
os escolhidos pelos clientes.
Na decoração do cenário, a
primeira dica é aproveitar as pro-
Principalmente se você ficar atento
às ofertas de boas lojas de louças da
cidade. Com isso, você terá a chan-
ce de ter peças lindas com preços
bem baixos”, avalia a profissional.
Quadros e
plantas ajudam
a criar um bonito
cantinho do café
na sua casa
Planejamento
e itens
Mesmo em casas ou aparta-
mentos pequenos, é possível ela-
borar um cantinho do café perfeito.
O arquiteto Diego Aquino afirma
que o importante é distribuir bem
os equipamentos e objetos nessa
área pequena, para preservar
somente os itens que não podem
faltar. “O mais importante do local
é o método de preparo. Caso você
tenha um aparelho muito grande,
vai precisar de uma bancada maior
para apoio, porém, hoje, máquinas
de café, como a Nespresso, contam
com uma linha de produtos peque-
nos e práticos”, recomenda.

14/15 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023

Reprodução/ Pinterest
Arquivo pessoal
Uma mesa com rodinhas
é uma ajuda para ousar
e personalizar o cenário,
levando o café
quentinho até você
Máquina, área para louça e,
obviamente, o café, são elementos
que dão vida à decoração. Além
desses, em casos onde o ambiente
é maior, Diego menciona a possibi-
lidade de variar e ousar mais. Uma
boa poltrona para sentar enquanto
aguarda uma xícara, potes trans-
parentes para guardar a bebida,
bem como canecas diferentes —
componentes que auxiliam em uma
estética singular e personalizada,
com a cara do cliente.
No entanto, exagerar, talvez,
não seja de bom tom. O arquiteto
descreve que a linha de pensamen-
to deve ser baseada no “menos é
mais’”. Essa regra visa deixar somen-
te o essencial para fazer o café.
Focando, apenas, em pequenos e
poucos itens, deixando o preparado
como parte e experiência principal.
Estilos
As ideias e decorações, atual-
mente, são várias e se adequam
aos amantes do café. Para o público
masculino, o estilo industrial cabe
muito bem, segundo Diego Aquino.
Para as famílias que adoram um
café da manhã com a mesa cheia, o
contemporâneo é uma boa escolha,
Potes transparentes para
guardar biscoitos de sal
O QUE NÃO ou doces são algumas
PODE FALTAR? das recomendações
para o espaço
• Um aparador, se tiver espaço,
Reprodução/ Pinterest
carrinho de bebidas ou mesa
de apoio para ambientes
pequenos;
• Uma cafeteira espresso ou uma
chaleira, se preferir café coado;
• Conjunto de xícaras para café;
• Colheres de café;
• Açucareiro, adoçante (sempre
escolhendo peças bonitas
para colocá-las);
• Um vasinho com plantinha ou
flores, um pote bonito para
biscoitinhos de sal e outro
para biscoitinhos doces;
• Uma vela perfumada também
deixa aconchegante o
cantinho do café.
Fonte: Marlene Ligiero,
designer de interiores e lightning
designer da Ligiero Interiores.
já que é uma opção em alta. Agora,
para as mulheres, o estilo escandi-
navo, regado por uma iluminação
natural, com tonalidades neutras,
é uma das formas mais pedidas,
como detalha o arquiteto.
“O ideal é pensar no seu método
preferido de preparo, muitas vezes
não é nem necessário fazer um
móvel para o canto do café, mas,
caso queira dar ainda mais desta-
que para esse canto, foque nos itens
do preparo. Isso irá enriquecer o seu
espaço”, orienta o profissional.
E para ampliar o leque de com-
ponentes, Marlene Ligiero dá uma
dica extra, que pode ajudar a embe-
lezar o seu cantinho do café, com
memórias para lá de especiais. “Nas
viagens, sempre compro uma unida-
de de xícaras e canecas para ter a
lembrança daquele lugar. Quando
chego, elas vão direto para o espa-
ço e, ao receber os amigos, cada
Projeto do
um toma café numa xícara diferente.
arquiteto Diego
Daí surgem as conversas, todos que- Aquino destaca
rem saber a história da xícara ou da uma decoração
caneca e compartilho muitas memó- mais simples,
rias”, conta a designer de interiores. com livros e o
Por isso, durante as férias, nunca essencial para o
se esqueça de trazer, em forma de preparo do café
café, registros de dias bons, para
lembrar-se para sempre.
Saúde

Entre os tratamentos para os

nódulos benignos na glândula,
a ablação surge como
uma opção pouco invasiva
e de rápida recuperação

POR AILIM CABRAL

resente em cerca de 10%

P da população brasileira, os
nódulos na tireoide são con-
siderados uma condição
comum pela Sociedade Brasileira
de Endocrinologia e Metabologia
(Sbem). Embora não sejam raros, eles
costumam assustar quando aparecem.
A região é sensível e eles ficam
facilmente visíveis. Pela sua locali-
zação e pela função hormonal da
tireoide, muitos pacientes costumam
se assustar e associar o sintoma a um
câncer. No entanto, as chances são
baixas, o câncer de tireoide tem uma
incidência anual de sete a oito casos a
cada 100 mil habitantes.
Para identificar a natureza de um
nódulo é feito um ultrassom, que vai
mostrar as características do tecido.
Se existirem evidências que indiquem
uma malignidade, é feita uma pun-
ção para coletar células e fazer uma
análise patológica. Uma vez confir-
mada a malignidade, o caminho a
seguir passa pelos tratamentos onco-
lógicos, a depender do caso.
Se o nódulo se confirmar benig-
no, uma das alternativas passa a
ser a ablação. Mas no que consiste
esse tratamento? Segundo a endo-
crinologista Lorena Lima Amato,
especialista e endocrinologista
pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP),
a ablação é um procedimento que
promove a diminuição progressiva
do nódulo matando as células com
ondas de calor. Confira mais deta-
lhes sobre o método.

16/17 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023

Encontro com o Chef
Frango
com
gostinho
do
Piauí
Depois de passar nove anos advogando,
piauiense larga a profissão, cursa
gastronomia e abre um restaurante
cujo carro-chefe é o frango desossado
gratinado, típico de sua terra natal
esde que deixou Teresina para cursar
D direito no Rio de Janeiro, Alexandre
Viana sempre listava o frango desos-
sado assado com queijo, prato típico
do Piauí, entre as delícias que mais sentia falta
da sua terra natal. O piauiense se mudou para
Brasília, onde concluiu a faculdade, e chegou
a exercer a advocacia por nove anos na capital
federal, mas percebeu que não era aquilo que
queria fazer pelo resto da vida.
Apaixonado por uma boa mesa e com espíri-
to empreendedor, Alexandre decidiu radicalizar:
abandonou o direito, matriculou-se na facul-
dade de gastronomia e começou a planejar a
abertura de um restaurante. A ideia era voltar às
raízes piauienses e trazer para a capital aquele
sabor, para ele único, do frango gratinado.
18/19 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
Por Sibele Negromonte
sibelenegromonte.df@dabr.com.br
Sibele Negromonte
Alexandre já tinha sido dono de cafeterias da
cidade, em sociedade com o irmão e enquan-
to ainda advogava. Mas, agora, seguiria em
voo solo. Entre a decisão e a abertura do res-
taurante, o piauiense passou um ano fazendo
pesquisas. Foi para Teresina conhecer casas do
ramo, trouxe gente de lá, procurou um ponto
adequado e começou a fazer testes de receitas.
“Entrei no curso de gastronomia justamente para
entender como funciona toda essa loucura que é
chefiar a cozinha de um restaurante.”
Há nove anos, o Santo Frango abria as portas
na Asa Norte tendo como carro-chefe o frango
desossado que Alexandre tanto ama. Por ques-
tões estruturais — o restaurante fica em um pré-
dio comercial, na Asa Norte —, não foi possí-
vel colocar uma churrasqueira a carvão, como
geralmente ocorre nas casas piauienses. O jeito
foi investir em um modelo a gás. “Mas isso não
fez perder em nada o sabor. Ao contrário, a
carne fica mais suculenta”, garante.
O diferencial do frango, explica Alexandre, é
que ele é assado de cima para baixo. “Primeiro,
nós desossamos o frango e colocamos na chur-
rasqueira. A chama fica em cima da carne e não
embaixo (como geralmente ocorre nos fornos)
e, depois de assado, colocamos o queijo e vol-
tamos à churrasqueira para gratinar”, detalha.
Tudo preparado na casa
São usados tanto o peito quanto a coxa e a sobre-
coxa do frango. E a carne que sobra na carcaça é
aproveitada no preparo do bolinho de arroz com fran-
go, que tanto sucesso faz no restaurante, e em outras
receitas do cardápio. “Aqui, não perdemos nada.”
O carro-chefe da casa é justamente o tradi-
cional frango desossado gratinado em um blend
de queijos parmesão e coalho. Mas há outras
opções, como o de três queijos — em que é
acrescentado requeijão cremoso —, o italiano
— com molho de tomate caseiro — ou o grati-
nado com espinafre e gorgonzola, entre outros.
Todos contam com dois acompanhamentos,
além de vinagrete com ervas e farofa. A polenta,
o baião de dois — cuja receita Alexandre com-
partilha com os leitores da coluna — e a salada
de batatas costumam ser os mais pedidos. “São
todas receitas da minha mãe”, orgulha-se o
piauiense. No cardápio, tem ainda parmegiana
de frango e de filé mignon, uma opção de carne
bovina, além de massas e pratos executivos. “Os
molhos são preparados na casa, assim como o
pudim de leite e o sorvete de tapioca com goia-
bada, nossas principais sobremesas.”
Um dos pontos fortes do Santo Frango é o
delivery. O restaurante já contava com essa
expertise, que acabou se sofisticando duran-
te o período de lockdown. “Investimos em
embalagens que garantissem a chegada do
produto na casa do cliente sem derramar.”
Hoje, calcula Alexandre, 60% da demanda é
no sistema de entregas.
Para 2023, o chef tem vários planos. A
começar pela mudança de endereço para um
ambiente maior — hoje, o salão comporta
apenas 55 pessoas. Se o novo espaço permi-
tir, Alexandre pensa, inclusive, na possibilidade
de colocar um forno a carvão, tal qual ocorre
no Piauí, mas não abrirá mão do equipamento
a gás, que tanto sucesso faz no Santo Frango.
“Ainda serei o rei do frango de Brasília”, brinca.
Divulgação/Santo Frango
SERVIÇO: Instagram: @santofrangodf
B AIÃO DE DOIS
Ingredientes
• 150g de feijão fradinho cozido
• 120g de bacon picado em cubinho
• 80g de cebola picada em cubinhos
• 39g de alho picado em cubinhos
• 200g de arroz cozido
• 90g de queijo coalho
• 20g de cebolinha verde
• 150ml de água (ou caldo de feijão)
• Pimenta-de-cheiro a gosto
Modo de fazer
• Refogue o bacon por alguns minutos, acrescente
o alho e a cebola em cubinhos. Deixe dourar.
• Acrescente o feijão, a pimenta-de-cheiro e o
caldo de feijão (ou água).
• Junte o arroz já cozido e corrija o sal.
• Finalize com cebolinha verde e queijo coalho.
• Tempo de preparo: 30 minutos
• Rendimento: 2 porções
Comportamento

Ghosting:
por que fui abandonado?
Você provavelmente já ouviu falar no termo, empregado quando uma das partes de um relacionamento
some sem dar explicações ou motivos aparentes. Mas por que ele tem sido usado com tanta frequência?
POR EDUARDO FERNANDES para ambos. Até que, de repente, uma das pes- No entanto, para entender esse rompimento
soas some, desaparece sem motivos ou sem dar abrupto, é preciso ir um pouco mais fundo. Quais
magine conhecer alguém e desenvolver uma explicações aparentes, deixando um buraco e um os motivos que fazem uma pessoa especial sumir?

I expectativa sobre um futuro relacionamento.

A possibilidade de conseguir sucesso no amor
e abraçar a chance de uma vida a dois, com
claras atitudes de que as intenções são iguais
vazio enorme para quem ficou. Para esse tipo de
comportamento existe um nome, que se chama
ghosting, termo que vem do inglês — ghost —,
que traduzindo significa fantasma.
O neurocientista e mestre em psicologia Fabiano
de Abreu Agrela Rodrigues explica que o ghosting
é uma definição de namoro coloquial relativamente
nova, que se refere a encerrar diálogos com alguém.

20/21 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023

 “Cortar a comunicação poupa o indivíduo de
confrontos. É mais conveniente, de acordo com
a personalidade de grande parte das pessoas,
poupar do que assumir responsabilidades ou de
se engajar no trabalho emocional da empatia”,
pontua o especialista. No que diz respeito a
esse pensamento, atualmente, graças às rela-
ções descartáveis e líquidas, é muito mais fácil
desaparecer sem deixar rastros do que se posi-
cionar para um novo relacionamento, já que,
para muitos, há sempre uma pessoa melhor do
que a outra disponível por aí.
Dois lados da moeda
Para Gustavo Couto (nome fictício), 28
anos, essa realidade é presente das duas for-
mas. O jovem, além de “dar” ghosting — ser
aquele que desaparece — também é o aban-
donado da relação. Em grande parte das
vezes, entretanto, o desinteresse vem do servi-
dor público. O início das conversas, segundo
ele, surge por meio da internet. Maneira mais
fácil de se introduzir a alguém, desenvolvendo
afetos e carinho. Pois bem, é lá onde começa,
e também onde termina.
“Geralmente conheço as pessoas por
aplicativos ou redes sociais: Instagram ou
Tinder. Já aconteceu, uma vez, de eu estar
conversando com uma pessoa, por uma ou
duas semanas, até que a gente decidiu sair
para se encontrar. Quando saímos, a pessoa
era muito diferente daquilo que ela apresen-
tava nas fotos. A conversa foi muito legal,
o encontro foi super legal. Mas a gente cria
aquela expectativa que, na realidade, não
foi cumprida”, relata.
Apesar desse desânimo em ir em fren-
te com os relacionamentos, as dificul-
dades e os problemas internos também
ganham força numa construção afetiva
menos sólida e enraizada em castelos de
areia. Autoestima baixa, insegurança con-
sigo mesmo, fatores que aparecem como
reais fantasmas sempre que Gustavo tenta
se envolver emocionalmente com alguém.
Essa busca por um laço mais duradouro se
perde, fazendo com que ele suma sem dar
explicações, já que é mais fácil ir embora do
que fazer o outro entendê-lo.
Esse debate, obviamente, é tema nas tera-
pias em que faz. Consciente do quanto isso
pode maltratar alguém, o servidor público
garante que deseja abandonar essa postu-
ra. “Eu sei como é, já estive do outro lado. A
gente cria um monte de cenários e começa a se
culpar. E quase nunca é sobre a gente. Tenho
trabalhado nisso recentemente, para ser bem
direto com a pessoa”, ressalta Gustavo.
Cortar a comunicação
poupa o indivíduo de
confrontos. É mais
conveniente, de acordo
com a personalidade
de grande parte das
pessoas, poupar
do que assumir
responsabilidades ou de
se engajar no trabalho
emocional da empatia
Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues,
neurocientista e mestre em psicologia
“Amor líquido”
No passado, Zygmunt Bauman, um dos
sociólogos mais importantes da história apontou
a fragilidade em desenvolver afetos e amores
que duram. Para definir essa ideia, ele trouxe
um nome — “amor líquido” —, que seria basi-
camente o amor até segundo aviso. Pois esse
sentimento se perderia, dada a inconstância das
coisas, das pessoas e dos momentos.
Atrelado a esse pensamento, nada mais justo
do que correlacionar o assunto ao jeito mais
usado de se envolver com alguém no mundo con-
temporâneo: as redes sociais. Simone Cursina de
Arruda, psicóloga especialista em término de rela-
cionamento, afirma que o padrão de interações
rápidas e fáceis que veio pelas redes sociais ou
aplicativos de relacionamento ajudou nesses rom-
pimentos abruptos, como é o caso do ghosting.
“Hoje a pessoa tem mais opções, então a troca
é mais rápida. E sumir começou a ser algo consi-
derado normal, só não para quem está envolvido
achando que estavam indo bem”, ressalta a profis-
sional. Essas atitudes, contudo, tornaram-se uma
espécie de padrão. As trocas superficiais trans-
formaram-se em uma cultura que não agrega,
adaptada por aqueles que gostam da facilidade e
abraçam o comum. O match, quase sempre, não
é concluído, pois nunca há satisfação aparente.
Esse descontentamento parte de qual gênero?
Para a psicóloga, não existe um grupo que este-
ja mais intrínseco na causa. Porém, ela aponta
que ambos sempre designam a culpa para o
outro lado. “Se você perguntar para as mulhe-
res, elas vão falar que é mais frequente entre os
homens. Só que isso tem virado um padrão de
comportamento de qualquer pessoa”, detalha.
Jeito de ser
Dar ghosting é a forma como Luize Silva
(nome fictício), 21, lida com seus vínculos afe-
tivos. Quase sempre o desânimo em continuar
interagindo perpassa sobre, simplesmente, a falta
de interesse no outro ou no que ele pode propor-
cionar. “Nunca tive relacionamentos longos jus-
tamente por isso, ninguém nunca se mostrou tão
interessante a ponto de me fazer ter vontade de
estar em uma relação. E como não são relações
sérias, ao meu ver, eu não tenho que ter grandes
justificativas para me afastar, eu só vou gradual-
mente me afastando”, conta a maquiadora.
Todavia, aqueles com quem ela conversa, vez
ou outra, buscam uma resposta para o desa-
parecimento. Procuram preencher o vazio atrás
de possíveis erros que tenham cometido ou se
fizeram algo que machucou Luize. Ela refuta
dizendo que não, colocando a responsabilidade
sobre as coisas nas quais sente — ou não sente.
Mesmo sabendo que se posicionar desse modo
não é o correto, a maquiadora confessa que não
procura mudar. Isso, como descrito por ela, não
é algo que a incomoda o suficiente. “Sei que não
é muito certo, mas também não vejo como algo
absurdamente errado. Como dito antes, não são
relações sérias aoponto de ter que justificar o
motivo do meu afastamento”, detalha a jovem.
Como superar?
Uma resposta para esse questionamento, tal-
vez, seja a mais almejada por quem é deixado
em uma relação. E o pior: algumas vezes, parece
ser mais difícil superar algo que nunca existiu do
que um relacionamento que de fato aconteceu.
Simone Cursina de Arruda reitera que a primeira
coisa para lidar com esse suposto abandono é
entender que não tem a ver com você.
É normal que o sentimento de culpa e de
insuficiência apareça. “É um comportamento
natural, que não deveria ser, mas é o que está
sendo”, comenta a psicóloga. Para tentar ser
feliz novamente, é preciso desencanar e acredi-
tar que o amor pode acontecer. Enfrentar a rejei-
ção e encarar nos olhos dessa frustração aquilo
que mais lhe causa tristeza, usando isso como
trampolim para interações mais reais e sólidas.
Claro que ficar desesperado não resolve,
como reforça Simone. Contudo, é necessário
abraçar as oportunidades que surgirão no meio
do caminho, sem pressa, porque tudo passa
com a calmaria. Mas, não menos importante,
manter sua capacidade de se envolver intacta.
Bichos

Sem um pingo de estresse Arquivo pessoal

Manter os animais bem cuidados é

indispensável em qualquer época do Maya, apesar de não
curtir muito a capa de chuva,
ano. Com as chuvas, precauções a mais não abre mão dos passeios
são necessárias. Veja como adaptar a
rotina dos pets quando o tempo fechar

POR LETÍCIA MOUHAMAD*

e você gosta de cães e acompanha con-

S teúdos sobre o universo dos peludos nas

redes, certamente já viu algum vídeo de
golden retrievers ou labradores extasiados
ao primeiro sinal de água. Há aqueles que vibram
quando chove. Afinal, o cheiro de grama molhada
e a sensação de lama nas patinhas é pura satis-
fação. Mas não para Maya. A vira-lata, além de
não gostar muito de nuvens escuras e céu fecha-
do, detestou quando seu tutor, o analista Adhryans
Wylly, lhe presenteou com uma capa de chuva.
Existem razões, porém, para questionar
por que passear com os pets em dias chuvo-
sos é válido, como no caso de Maya. Mesmo
sabendo, em parte, fazer as necessidades no
local certo, a pequena tende a segurar até não
aguentar, por já ter se acostumado a fazê-las
fora de casa, algo que prejudica sua saúde.
Ademais, já aconteceu de a cadela praticar
coprofagia (ato de comer fezes) quando não
defeca na rua, situação que igualmente lhe
adoece. Obviamente, em temporais, não é reco-
mendável nem para humanos expor-se dessa
forma, mas em casos de chuviscos, a capinha
é uma boa solução para a pet. O acessório
cobre a barriga, as orelhas, para evitar proble-
mas como otite, e tem a abertura ideal para as
necessidades serem feitas sem aperto.
DICAS VALIOSAS
Ainda hoje, a vira-lata estranha a vestimenta • Mantenha as vacinas e a • Evite banhos muito frequentes
verde fluorescente, mas, se é para passear, vale o vermifugação em dia • Mantenha os animais limpos e
esforço. As caminhadas, aliás, são seu passatem- • Controle ectoparasitas, como secos
po preferido, que até lhe distraem do temor que pulgas e carrapatos, em qualquer • Utilize repelentes ou coleiras
tinha das chuvas. “Basta pegarmos a coleira, para época do ano repelentes nos bichos, para
ela correr em direção à porta”, conta Adhryans. • Forneça um local seco para o cão prevenir, também,
se abrigar a Leishmaniose
22/23 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
durante a chuva Capa de Chuva
Quando retornam da rua, é hora da limpe- para Cachorros
za e dos cuidados. “Passamos uma toalha seca Vermelho
na capa, para evitar respingos; enxugamos o P Mr. Puppy
corpo; limpamos as patinhas e verificamos se (R$ 76,90)
não há umidade nos pelos. Na hora do pas-
seio, algodões impermeáveis podem ser uma
opção para capas que não protegem as ore-
lhas”, recomenda o tutor. Banho a Seco
Beeps 200ml
(R$ 44,90)
Saúde em dia no verão
Brinquedo
O ideal é passear com os peludos quando Interativo para
não há chuva, claro. Porém, como dito ante- cachorros Pet Ball
riormente, algumas situações permitem exce- para Petiscos
ções. Nesses casos, é preciso atentar-se a (R$ 29,90)
alguns cuidados, como o contato com a água
suja de poças, que pode transmitir bactérias e
parasitas. A leptospirose, por exemplo, é uma
doença grave, também para humanos, e com
várias cepas das quais ainda não há, pelo
menos para a metade delas, vacina.
Limpa Patas
No que tange à umidade, a médica veteri- K-Dog Disney para
nária Manuela Sena, mestre em clínica e cirur- Cães (R$ 21,99)
gia de pequenos animais, alerta que doenças
de pele — dermatites bacterianas e fúngicas
— podem surgir se o pelo ficar constantemen-
te úmido. A precaução, no entanto, vale para
todas as estações, visto que os pelos sempre
devem estar devidamente secos após os pas-
seios e depois dos banhos.
Por falar em banhos, seu manejo em dias
chuvosos depende do animal (tipo de pelo,
raça, tamanho etc.), mas, no geral, pode ser
feito quinzenalmente, de forma que um secador
morno seja utilizado em seguida para secar a
pelagem, como recomenda Laís Guerra, médica
veterinária, especializada em clínica geral.
Para os pets que sentem medo ou incômodo
com barulhos típicos do período, como trovões,
é importante tentar distraí-los, sem reforçar esse
temor. “Mudar o foco dos ruídos, ligando a
televisão, colocando uma música ou brincando
com o animal pode ajudar. Além disso, colocar Lancheira Família de
algodão no ouvido também contribui para aba- Estimação verde e
far o som”, explica Laís. azul para cães 370 ml
(R$ 35,69)
Capa de Chuva
*Estagiária sob a supervisão para Pet Amarela
de Sibele Negromonte (R$ 129,90)
TV+
No ar em Mar do Sertão, o ator, diretor e produtor
potiguar Matteus Cardoso, estreante em novelas,
celebra o destaque dado ao Nordeste por meio da
escalação de elenco das obras do audiovisual

Representatividade
nordestina
POR PATRICK SELVATTI

representatividade se tornou uma necessá-

A ria palavra de ordem e artistas nordestinos

têm sido melhor aproveitados em grandes
papeis na televisão e no cinema. A novela
Mar do Sertão, por exemplo, dedicou a maior parte
do seu casting a atores e atrizes nativos no pedaço
do Brasil retratado na trama. Desses, 15 vieram
diretamente do Nordeste. Um deles é Matteus
Cardoso, 34 anos, que faz sua estreia em tele-
novelas com o personagem Joel Leiteiro.
À Revista do Correio, o ator expôs a sua
percepção. “A maior parte das represen-
tações emblemáticas do que se produz em
audiovisual sobre o Nordeste é de artistas de
fora da região. O tal ‘sotaque nordestino’ foi
construído pelo audiovisual, que unificou todos os
dialetos existentes ao longo dos estados em um só,
que ficou marcado como padrão”, avalia o ator do
Rio Grande do Norte, que também é produtor e
diretor de teatro.
De acordo com Matteus, a TV e o cinema cria-
ram um estereótipo do nordestino. “Sempre o
cabra-macho, caricato, sofrido, preguiçoso, pouco Atuar sempre fez parte do ofício do artista, mas
escolarizado. Só se via nordestino em papel de só em 2017 se firmou como ator, na peça A
porteiro, empregada, feirante, com classismo e invenção do Nordeste, do grupo potiguar Carmin
xenofobia. Essa é uma noção que foi cauterizada — vencedora, dentre outros, do Prêmio Shell de
e é valioso que uma máquina poderosa como a TV Dramaturgia. Por meio desse trabalho, entrou no
Globo, enfim, conceda esse espaço para a repre- radar dos produtores de elenco, fez alguns testes e,
sentatividade, com a importância e a legitimidade agora, está no ar com a primeira novela.
estética que a pauta merece”, celebra ele. Matteus destaca que a preocupação da emisso-
Natural de Natal, Matteus é formado em rádio ra em priorizar um elenco nativo é “genuína”. A
e TV e fez especialização em audiovisual na Rússia. representatividade começa nos protagonistas.

24/25 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023

 Dois atores do trio central são nordestinos — a parai-
bana Isadora Cruz e o pernambucano Renato Góes.
“A novela não explora arquétipos caricatos gratuita-
mente. É uma trama fabulesca, que lida com símbo-
los desde o título. Mar do sertão fala de dualidades,
de contrapontos. O sertão não tem mar, assim como
o meu personagem é um vaqueiro másculo, deseja-
díssimo pelas mulheres, mas é virgem”, observa, refe-
rindo-se ao Joel Leiteiro, grande amigo do mocinho
vivido pelo ator Sérgio Guizé.
“É um coadjuvante, que trabalha como distri-
buidor de leite na cidade e, por ser belo, forte e
rústico, chama a atenção das mulheres por onde
passa, atiçando o desejo sexual. Mas ele é um
matuto, inocentão, lerdão. É tesudo sem saber
que é, desperta o desejo geral, porém,
deseja somente a moça mais pura da
paróquia. As mulheres dão em
cima e ele se apaixo-
na pela beata da
novela”, diver-
te-se o ator.
Memes
Joel Leiteiro se tornou
um dos maiores memes da web — em especial,
pelo trocadilho erotizado do seu apelido. Em uma
das cenas em que os internautas foram à loucura,
o rapaz bebe leite, com uma pegada mais sen-
sual, sob os olhares cobiçosos da personagem
Cira, interpretada pela atriz da Paraíba Susy Lopes.
Quase sempre sem camisa em cena, o persona-
gem tira o fôlego dos telespectadores mais afoitos
e, em uma cena em que toma banho, gerou forte
burburinho nas redes sociais.
“Eu sou um cara que gosto de biscoitar e vejo
a sensualidade [do personagem] de uma forma
benéfica, porque o público gostou, repercutiu e,
com Joel, eu segui fazendo o que sempre fiz com
meu trabalho nas redes sociais: biscoitagem com
conteúdo”, revela o ator, que adora repercutir seus
memes no seu perfil oficial e interage bastante
com os seguidores. “A partir dos inúmeros memes
Brunno Martins /Divulgacao
do Joel Leiteiro, junto vem o Matteus, que acaba
sendo conhecido pelo público em todas as suas
facetas e camadas. Eu sempre quis fazer a diferen-
ça e chegar ao meu povo”, destaca.
Militância
A novela Mar do Sertão, segundo Matteus, é
uma forte militância, com a mensagem de respeito
à diversidade, valorização da cultura e descons-
trução de arquétipos. Ele explica que amou fazer
televisão porque a experiência atestou o alcance e
o poder da cultura. “O povo tem essa forte neces-
sidade de se encontrar consigo mesmo nas artes. E
eu nunca vou me esquecer do que [a novela] repre-
sentou neste momento histórico”, declara o artis-
ta, citando o último processo eleitoral. Filiado ao
Partido dos Trabalhadores (PT) do Rio Grande do
Norte, ele fez uso da visibilidade para expor seus
pontos de vista políticos. Matteus Cardoso também
analisou a evolução do audiovisual em relação ao
respeito à diversidade.
A sexualidade do ator foi explorada por alguns
sites, a partir de uma entrevista concedida em
dezembro, em que ele declara que namora um
estudante de medicina, com quem pretende se
casar. “Houve uma chuva de manchetes do ‘Galã
da Globo revela ser gay’, mas eu só contei a um
jornalista pela primeira vez algo que todos sem-
pre souberam. Eu sempre fui gay, nunca tive essa
de sair do armário. Quando fui escalado para a
novela, eles já sabiam da minha vida. E eu acho
importante destacar que hoje isso é recebido com
naturalidade porque pessoas tiveram que pagar
um preço antes, tiveram que construir uma ima-
gem pública que não condizia com a realidade
para esconder sua intimidade. Hoje, um ator que
interpreta um machão pode dizer abertamente que
é gay, e eu também quero ecoar essa luta para
que nossos espaços sejam ocupados e que a gente
interprete o que precisar ser interpretado,” ressalta.
Brasília
Matteus Cardoso esteve recentemente em
Brasília para acompanhar a posse do presidente
Lula. “Foi incrível viver esse momento de celebra-
ção. Ouvi o discurso, assisti à subida na rampa,
chorei, sorri. Essa foi uma vitória nas urnas mais
histórica que a gente imagina”, declarou. O ator
diz que se sente bem na capital federal porque
gosta dos símbolos da democracia. “Gosto do mito
de que a gente vai se organizar constitucionalmen-
te. Ter ido antes do vandalismo foi ainda mais mar-
cante. Porque eu sei exatamente o que motivou
aquele terrorismo todo. A dominação que ocorreu
um domingo antes na Esplanada, aquela energia,
toda a representatividade do povo brasileiro fez
com que a cachorrada visse na força do ódio”,
opinou o artista, que, na passagem pela cidade,
juntou-se ao povo e curtiu o show do Fundo de
Quintal na prainha dos orixás no réveillon e deseja
retornar, agora com o espetáculo Manual de sobre-
vivência do artista brasileiro, de sua autoria, que
pretende levar aos palcos. “Somos itinerantes, os
trabalhos nos movem, quando nos chamam. Hoje
o Brasil me conhece, mas desejo que o país vá
atrás desses outros tantos nordestinos que também
brilham fora da TV”, finaliza.
T V+
A verdade e a FÉ
Santo Maldito estreia na
quarta-feira com uma história nacional
sobre religião, crença e ética
POR PEDRO IBARRA
desespero leva uma pessoa a tomar
O decisões inimagináveis, até mesmo
ir contra o que acredita em nome
de sair da situação em que está. A
nova série nacional da Star+, Santo Maldito,
apresenta as consequências do desespero de
um homem que muda o próprio entendimentos
sobre fé e embarca em um mundo até então
desconhecido em nome do dinheiro. A produção
é escrita por Rubens Marinelli, Ricardo Tiezzi e
Bea Góes e estreia na quarta-feira. A direção-
geral é de Gustavo Bonafé.
A série apresenta Reinaldo (Felipe Camargo),
um professor de cursinho ateu que está com a
esposa, Maria Clara (Ana Flávia Cavalcanti),
26/27 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
internada em estado vegetativo. Em uma atitude
desesperada, ele tenta acabar com o sofrimento
da mulher, que, em vez de morrer, acorda bem.
Uma pessoa filma o ato, que viraliza como um
milagre. No desespero por pagar as contas do
hospital, Reinaldo aproveita a fama para pregar
em um culto e ganhar dinheiro em troca.
A série toca no tema da fé, mas vai além.
“A série trata da fé, mas também da ética da
fé”, afirmou Felipe Camargo em entrevista ao
Correio. O ator acredita que o seriado tem
um diferencial por ser muito bem escrito. “A
gente partiu de um lugar maravilhoso, é um
roteiro muito bom. Foi um ponto de partida
magnífico, uma história muito rica, os ganchos
são muito bons, as tramas são complexas e a
discussão é envolvente”, conta. “Fazia muito
tempo que eu não via e participava de uma
coisa tão bem escrita”, complementa.
Porém, tratar de fé no Brasil é um assunto deli-
cado, visto que as religiões são muitas e a crença
é forte. “A gente está no Brasil, um país muito
cheio de fé. Cada pessoa tem a própria e um
Star+/Divulgação
país com muitas fés e possibilidades de encontrar
um caminho”, reflete Ana Flávia Cavalcanti. “A
gente sabe que é um tema que vai chegar às pes-
soas e vai suscitar perguntas e dúvidas”, comenta.
A atriz, no entanto, acredita que o trabalho
carrega o respeito como principal característica.
“Acho que é uma produção muito respeitosa com
todo tipo de fé. Independentemente da crença, dá
para se apegar à série”, avalia. O fato não invia-
biliza que uma discussão importante seja suscita-
da. “Eu adoro que a gente abre essa discussão
para essa temporada e para as próximas. Pois
ficamos vivendo em uma polaridade muito gran-
de nos últimos anos. Isso não leva a gente a lugar
nenhum. Temos que dar as mãos e respeitar nos-
sas escolhas”, explica. “Esse tipo de trabalho dá a
chance de a gente conversar sobre esses temas.”
Para além do tema, os atores acreditam
que Santo Maldito é uma credencial do audio-
visual nacional para os países estrangeiros. “É
muito próspero para o audiovisual nacional
uma série dessa estrear em mais de 40 países no
streaming”, comemora Ana.
Próximo Capítulo Pedro Ibarra
http://blogs.correiobraziliense.com.br/proximocapitulo

HBO Max/Divulgação

Sobre
pássaros,
cuidado
e o futuro
O ser humano tem uma relação de
dependência com o meio ambiente, apesar
de algumas vezes não parecer. O uso exa-
cerbado dos recursos no mundo, o excesso
de poluição e a falta de cuidado com os
outros seres vivos têm tornado cada vez mais
difícil a vida no planeta em nome dos lucros.
O documentário Tudo que respira consegue
mostrar, por meio de uma crônica social,
como o problema já afeta a vida de todos, e
que a inviabilização da vida terrestre é pro-
cesso que precisa de preocupação.
O filme, indicado a Melhor documen-
tário no Oscar e ao prêmio principal em
Sundance, narra a história de dois irmãos
indianos em Nova Dehli que abrem de
forma independente um hospital para pássa-
ros machucados, principalmente auxiliando
papagaios negros e outros pássaros carnívo-
ros muito comuns pela área, mas negligen- Liga
ciados pelo governo local. FIQUE
O longa, que estreia na próxima terça, Chegando ao quarto episódio de The
tem uma beleza própria, principalmente no last of us hoje, ainda é necessário falar do DE
fato de utilizar os rodeios de uma história terceiro. Intitulado Long, long time, esse é um
micro para fazer uma crítica pertinente em dos melhores momentos em séries da história recente. OLHO
um contexto macro. Antes de a história dos Um episódio que apresenta uma história singela,
irmãos, é um atestado sobre como a vida bonita e delicada sem depender dos protagonistas
está ficando mais difícil em Nova Dehli devi- e muito menos do jogo que baseia a série. O
do à situação social, política e ambiental em que parecia impossível é realidade, The last of us
que a capital indiana se encontra. conseguiu adicionar algo ainda mais profundo a • Hoje estreia
O que diferencia o filme é mostrar de uma história já muito marcante. 1923 na
forma relacionável a catástrofe anunciada, Paramount+
mas, principalmente, por retratar o lado ilu-
minado de dois seres humanos que deci- • A Netflix apresenta a
diram por conta própria e com a ajuda de quarta temporada de
doações cuidar de pássaros que ninguém Desliga Você na quinta
cuidavam, por puro amor a esses animais.
O longa mostra que o estado é crítico, As redes sociais são ótimas para • Na sexta, Operação
mas ainda há motivos e pessoas que fazem comentar episódios e lançamentos, mas Maré Negra
possível acreditar que no fim do túnel pode estão lotadas de spoilers sem avisos. Com uma estreia na Amazon Prime
ter uma luz. Pessoas que nos lembram que o pesquisa rápida dá para ver a série completa da boate Video
humano não está acima de nenhuma forma Kiss apenas em tweets. Também não dá para reclamar
de vida. Como o próprio Saud fala no filme: das pessoas que soltam os spoilers, afinal o algoritmo • Também na sexta, estreia
“Às vezes precisamos lembrar que humanos facilita o sucesso desse tipo de conteúdo. Na sua casa ou na
são feitos de carne também”. minha na Netflix
Cidade nossa Por Paulo Pestana (Especial para o Correio)
papestana@uol.com.br

O Hino
e as
fantasias Hino Nacional Brasileiro teve subtraí-

O da sua relevância nos últimos tempos,

junto com outros símbolos nacionais.
Foi sequestrado por néscios que ini-
cialmente pareciam ser apenas selenitas ino-
fensivos, até revelarem a força ignorante que
dorme nas turbas e, contraditoriamente, ataca-
rem outros emblemas.
Ao contrário da maioria dos hinos nacionais, de
temática exclusivamente belicosa, o nosso divide
essa afirmação de testosterona cívica com a exalta-
ção de belezas naturais. Pode-se fazer o reparo que
quiser à letra empolada de Duque Estrada, cheia
de imagens como céu risonho e berço esplêndido,
mas é um alento que precisava ser recuperado.
Por um desses caprichos, está sendo lançada
agora uma gravação que João Gilberto fez em
2000, no Teatro de Santa Isabel, do Recife. No
meio de algumas das canções que ele ajudou
a imortalizar e até músicas de louvação à capi-
tal pernambucana, aparece exatamente o Hino
Nacional Brasileiro.
No Recife, João Gilberto introduz o Hino um de seus maiores símbolos, sem a necessida- tocando em praticamente todos os seus concertos.
dizendo que o cantava às vezes em casa e que de de se pagar resgate. A interpretação é singe- O músico e professor Ernani Braga, ao comentar
esta seria a segunda vez que ele cantaria em la, o acompanhamento ao violão é bem menos uma apresentação da celebrada pianista, escreveu
público, um “pedacinho”, ressaltando que não intrincado do que se ouve normalmente com o que gostaria de ter estrangulado Gottschalk —
sabe todo — ao que se saiba ele nunca mais artista, sem as idas e vindas que ele costumeira- que, por sorte, a esta altura já estava morto.
repetiu a dose, cantando exatamente a primeira mente provoca na melodia, como se ele tivesse Os críticos se incomodavam muito mais com o
parte, a mesma que é usada em cerimonias ofi- dando destaque à tão criticada letra. fato de o público ouvir o tema de pé, como se fosse
ciais e até em jogos de futebol. Não é uma reinvenção do Hino Nacional, verdadeiramente o Hino e não uma paráfrase, do
Pelo menos até o jogo Brasil e México, em como a Fantasia, de Gottschalk, compositor nor- que com a composição em si, criada de acordo
Fortaleza, na Copa das Confederações, em te-americano que usou a melodia de Francisco com um costume do século 19, em que variações
2013, quando a torcida continuou cantando o Manoel da Costa para criar uma nova peça, privilegiavam o virtuosismo do músico, que contava
Hino mesmo sem o acompanhamento instru- apresentada, inclusive e por ele próprio, ao mais do que a qualidade da construção.
mental. O que se repetiu em outros jogos da imperador Pedro II. O que importa é que o Hino Nacional está de
fatídica Copa de 2014. Essa Fantasia é tema de celeuma musical volta, com sua majestosa protofonia para ser can-
O importante é que João Gilberto — mesmo há décadas, pelo menos desde que a pianista tado a plenos pulmões ou usando um banquinho
depois de morto — ajuda o Brasil a recuperar Guiomar Novaes a incluiu em seu repertório, e violão, como na gravação de João Gilberto.

28/29 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023

 Por Oscar Quiroga oscar@quiroga.net
Horóscopo
Cheios de nós mesmos
Data estelar: Lua Cheia de Leão.

Estar cheios de nós mesmos tem um significado ambíguo, porque tanto pode querer dizer que nos cansamos de nós como
também que nesse particular momento experimentamos a glória de não cabermos em nós mesmos, irradiando maravilhas
ao mundo que, por sinal, se aproveita disso, seja para nos exaltar ou para nos derrubar, porque, coisa maldita de nossa
civilização moderna, é só ver alguém se sentindo bem que rapidamente surgem os espíritos de porco tentando derrubar.
Resulta então que, seja porque nós nos cansamos de ser nós mesmos, estamos cheios de nós, ou porque outros tentam nos
derrubar e apequenar, porque nos sentimos completos e brilhantes, fato é que estarmos bem não é algo que seja fácil de
administrar, apesar de, nem por isso, deixar de ser uma situação desejável e recomendável.

Áries 21/3 a 20/4 Libra 23/9 a 22/10

Há coisas que precisam ser ditas, porém,
o mais desprovidas possível de qualquer
tipo de amplificação emocional que daria a
impressão de não se conhecer bem o assunto
sobre o qual se trata. Isso melhor não, em frente.
Muito tempo é perdido com coisas sem
sentido, mas carregadas de tonalidades
emocionais que as fazem parecer valiosas e
importantes. Só que não! É bom ter clareza a
este respeito, para não perder seu valioso tempo.

Touro 21/4 a 20/5 Escorpião 23/10 a 21/11

Os interesses divergem, mas as pessoas
envolvidas continuam precisando umas das
outras, portanto, não há ruptura, há uma
nova ronda de negociações para acomodar
as novidades e incertezas de todo mundo envolvido.
Como sempre, você fará o que quiser, mas
isso não significa que fará o melhor, o mais
conveniente, porque sua alma se orienta por
emoções absolutas, que não consideram o
que é melhor, apenas o que é mais intenso.

Gêmeos 21/5 a 20/6 Sagitário 22/11 a 21/12

As suas ações podem não ser muito
sintonizadas com os anseios que pretende
realizar, mas isso há de ser apenas temporário
e não merece sua atenção. A questão
principal é evitar chutar contra o próprio gol. Isso acontece.
Suas pretensões se realizariam de imediato
se você combinasse tudo antecipadamente
com as pessoas envolvidas, em vez de surgir
repentinamente com manobras que pegam
elas de surpresa, provocando resistência.

Câncer 21/6 a 21/7 Capricórnio 22/12 a 20/1

Divulgar suas boas ideias antes de estarem
suficientemente amadurecidas para ser
levadas à prática abriria uma vulnerabilidade
que seria melhor descartar o quanto antes. O
tempo está ao seu favor, sem precipitação.
Quando as questões fundamentais não
são atendidas, é inevitável que se produza
desconforto. Há horas em que não tem outra
saída a não ser deixar isso acontecer, porém,
isso há de ser temporário, nada além.

Leão 22/7 a 22/8 Aquário 21/1 a 19/2

Suas reações podem ser legítimas e sua
mente pode estar coberta de razões para elas,
mas se os resultados são contraproducentes,
você precisa passar em revisão seus
convencimentos e entender melhor seus posicionamentos.
Neste momento é importante que sua alma
tenha muita clareza a respeito dos objetivos
concretos que persegue, para que o precioso
recurso, que é o tempo, seja investido com
sabedoria e eficiência, que são sinônimos.

Virgem 23/8 a 22/9 Peixes 20/2 a 20/3

As pessoas acertam, as pessoas desacertam,
você é pessoa, então você também participa
dessa coreografia de acertos e desacertos.
Isso há de servir para tirar de cima o peso das
complicações emocionais e das cobranças.
A vida é como um seriado também, mas as
histórias vão se complicando a tal ponto, que
às vezes a alma perde o fio da meada e se
esquece de qual era a trama mais importante,
a que sustenta o seriado todo.
Crônica da Revista
Mulheres
de
alma
fantástica inhas amigas geniais da culinária
M fizeram de minhas férias algo ines-
quecível, inebriante, uma verda-
deira festa para os olhos, a mente
e o paladar. Ao aceitar o convite da Morena
Leite, uma das chefs mais respeitadas do país,
para me hospedar na Casa Alma Ninho de
Trancoso, não imaginei que a experiência sen-
sorial seria tão intensa.
Dona da rede de restaurantes e hotéis Capim
Santo, Morena sabe bem o que é oferecer qua-
lidade “made in Brasil” a uma clientela acos-
tumada aos destinos mais exóticos do planeta.
Mas o altíssimo nível que seus convidados têm
a chance de experimentar neste projeto supera
qualquer expectativa.
Na casa onde vivia com seus pais, em
pleno sul da Bahia, nossa terra mater, no
charmoso Quadrado, ela construiu um
paraíso particular. É um laboratório cuja
alquimia de sabores, encontros e memó-
rias merece ser compartilhada com o
amigo leitor por sua ousadia e sofistica-
ção. Lá, ela recebe com a alma, fazendo
com que seus convidados se sintam acolhi-
dos em seu ninho.
Os pratos preparados por Morena, sua equi-
pe e chefs convidados podem ser chamados
de obras de arte. Ela costuma dizer, com sim-
30 — CORREIO BRAZILIENSE — Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023
Por Maria Paula
mariapaula.df@dabr.com.br
plicidade, que o sucesso de sua culinária bem
brasileira, vem de seus ingredientes capazes de
encantar e surpreender paladares, combinados à
sua forma de cozinhar descalça, preenchida pela
inspiração vinda da mãe e de outras mulheres
imprescindíveis em sua vida.
Numa noite fresca e enluarada, conheci a
moqueca de ovo, que ela comentou ter apren-
dido com a Dadá (outra chef icônica da Bahia);
noutra comi uma sobremesa dos deuses, que
ela explicou ser a maçã do coco... Eu nem
sabia que dentro do coco o leite se converte
em uma textura inesperada, provocada pela
ação do vento, fazendo com que uma iguaria
sem igual seja criada pelas mãos da mãe natu-
reza, ninando a fruta num movimento capaz de
construir algo emocionante.
Seus ajudantes, Romário e Leo, me saudavam
pela manhã oferecendo frutas e sorrisos e ainda
tive a chance de sentar-me à mesa e conviver
com outra mulher genial, conhecida como a
chef Onça: Janaína Rueda comanda em São
Paulo, ao lado do marido, a Casa do Porco,
um dos restaurantes mais disputados do Brasil.
Difícil conseguir uma reserva.
A força das mulheres à beira do fogão me
comoveu, e um aprendizado valioso me foi ofe-
recido. Pude ver de perto mulheres extraordi-
nárias em ação e acompanhar a vitalidade do
trabalho delas, que, aliás, é incessante, belo e
doce. Mais uma chef incrível que encontrei lá
foi Dahoui, que se dedica a ensinar culinária à
galera local na “casa das chefs”.
Enfim, minha sorte foi tanta em inaugurar
o ano ao lado dessas mulheres maravilhosas
que senti vontade de contar aos quatro cantos
sobre a beleza dessas moças que têm o dom
de dar gosto ao nosso Brasil.
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Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • CORREIO BRAZILIENSE

Com a mão na

MASSA
Arquivo pessoal

Radicados na Suíça há 20 anos, o casal de brasileiros Alexandre e Jussara Gusmão aproveitou a principal e mais
famosa matéria-prima do país para produzir pães de queijo à moda mineira. O sucesso entre os amigos foi tanto que
eles decidiram comercializar a iguaria e, hoje, abastecem o mercado local. O próximo passo é seduzir o paladar dos
alemães e popularizar a marca em outros países europeus. PÁGINAS 2 E 3

A retenção de talentos vem sendo cada vez mais priorizada no planeta. No Brasil, essa tendência vem
BOLA DA VEZ ganhando força, com empresas focadas em promover ações voltadas à valorização profissional.
PÁGINAS 6 E 7
2 • Trabalho & Formação • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • CORREIO BRAZILIENSE

BRASILEIROS NO TOPO DO MUNDO

Arquivo Pessoal

A Suíça
se rende
ao pão
de queijo

Casal abre fábrica no país europeu para produzir a iguaria mineira, abastece as três principais redes
de supermercados locais e se prepara para conquistar a Alemanha e, mais à frente, toda a Europa
» VICENTE NUNES primeiro momento, as delícias comprava tanto leite. Bem-hu- crescendo na medida que o en- rígido”, diz Jussara. “Chamamos
CORRESPONDENTE ficaram restritas à família. De- morada, ela respondeu: “Estou tusiasmo da mineira aumentava. um fiscal, que foi em casa, expli-
pois, os amigos passaram a ser fazendo queijo em casa”. Incon- “Em casa, já não dávamos conta quei como era o processo de fa-
presenteados com as gulosei- formado com o que acabara de de comer tudo o que ela fazia. bricação dos pães. Ele ficou feliz

L
isboa — A mineira de Cam-
buquira Jussara Soares de
Gusmão, 61 anos, mudou-
se para a Suíça, mais pre-
cisamente para a pequena ci-
dade de Nyon, nos idos de 2003,
a fim de acompanhar o marido,
o carioca Alexandre, 64, trans-
ferido para o país europeu. Pas-
sados os primeiros meses de
adaptação na terra de alguns
dos mais famosos queijos do
mundo, Jussara já não aguenta-
va mais de saudades da comida
da sua terra. Para saciar sua von-
tade, decidiu, ela mesmo, pôr
a mão na massa para cozinhar
tudo o que mais gostava, em
especial, o pão de queijo. Num
mas. A produção caseira deu
tão certo, que, hoje, os pães de
queijo — ou boules d’or (bolas
de ouro) — dos Gusmão estão à
venda nos principais grupos de
supermercados suíços.
“Quando chegamos à Suíça,
com os filhos já crescidos, Jussara,
sempre muito ativa, começou a
preparar em casa coisas das quais
sentíamos falta do Brasil, de Mi-
nas, pão de queijo, especialmen-
te”, conta Alexandre, que à época
trabalhava no setor de tecnologia
voltado para a aviação em aero-
portos. A disposição em manter
a tradição mineira em casa era ta-
manha, que um fazendeiro local
perguntou a Jussara por que ela
ouvir, o homem disparou: “Como
assim? Fabricando queijo? Mas a
senhora está na Suíça, onde tem
os melhores queijos do mundo”.
A mineira refutou, na brincadeira:
“Aqui não tem um queijo tão bom
como o queijo de Minas”. A con-
versa se encerrou ali.
O questionamento feito pelo
fazendeiro despertou a atenção
de Alexandre. Ele, então, assun-
tou com a mulher se seria inte-
ressante fazer o tradicional pão
de queijo usando ingredientes
suíços. Melhor: um queijo suíço,
o gruyère. Jussara decidiu fazer
o teste. E não se arrependeu.
“Ficou muito bom”, afirma ela.
A produção de pão de queijo foi
Começamos a distribuir para os
amigos, até que chegou um mo-
mento em que eles disseram que
não queriam mais receber pão de
queijo de graça. Que era hora de
Jussara cobrar pelo que produ-
zia”, relembra o marido.
Devagarinho, a mineira co-
meçou a fazer sua clientela. Os
amigos sugeriram que ela pas-
sasse a oferecer seu produto para
mercearias da cidade. Como es-
perado, foi um sucesso entre os
brasileiros e, muito mais, entre
os suíços. “Isso começou entre
2005 e 2006. Mas sabia que não
poderia vender pão de queijo
sem a autorização da Vigilância
Sanitária. Na Suíça, isso é muito
em saber como tudo era feito e
me deu o aval”, acrescenta. Num
segundo momento, quando Jus-
sara e o marido decidiram am-
pliar o negócio, ela questionou
o fiscal se poderia ofertar pão de
queijo também em Genebra. “Ele
quis saber por que eu ainda não
estava fazendo isso. Fiquei tão
animada que comecei a colocar
nosso pão de queijo nas mercea-
rias não só de Nyon e de Gene-
bra, mas também de Lausanne.”
Primeira fábrica
Nesse período, a produção era
de 10 a 20 quilos de pão de quei-
jo por semana. “Era tudo feito na

mão, e eu era doida para ter uma
máquina caseira”, ressalta a em-
presária. Era preciso, porém, dar
um salto no negócio. Afinal, o fato
de não ter nada na Suíça parecido
com o pão de queijo estava fazen-
do uma diferença enorme na acei-
tação do produto. Foi entre 2014
e 2015 que surgiu a ideia de abrir
uma fábrica. “Meu contrato de tra-
balho havia terminado, e eu, com
quase 60 anos, via dificuldades em
me reposicionar no mercado. Ti-
vemos de decidir entre voltar para
o Brasil ou continuar na Suíça”, de-
talha Alexandre. “Não só ficamos
na Suíça, como colocamos nossas
economias numa fábrica que não
sabíamos se daria certo”, emenda.
A decisão, cheia de riscos, foi
acompanhada de uma pesquisa
de mercado. O casal Gusmão con-
versou com donos de mercearias
que vendiam os pães de queijo
para entender o perfil daqueles
que os compravam. Para surpresa
dos dois, a maior parte dos clien-
tes era de suíços. “Pensamos, se
os suíços estão comprando nos-
sos produtos, é porque estão gos-
tando. E isso foi ficando cada vez
mais claro nas degustações que
fazíamos”, assinala Alexandre. “Te-
mos de lembrar que a Suíça tem
uma cultura gastronômica muito
voltada para o queijo”, frisa.
Passada a empolgação, veio
o choque de realidade. Jussara e
Alexandre haviam aberto uma
fábrica, em 2016, certos de que
replicariam o modelo de venda
às mercearias na Suíça inteira. A
primeira barreira se deu na parte
alemã do país. Não havia, naque-
la região, aqueles estabelecimen-
tos internacionais, normalmente
controlados por estrangeiros.
“Quando partimos para Zurique,
Berna e Basel, encontramos um
sistema muito mais fechado. Co-
meçou a dar um desespero, por-
que o caixa da empresa, batizada
de Boule d’Or, estava sendo con-
sumido, tinha empréstimo ban-
cário”, relembra Alexandre.
O jeito, para sair das dificul-
dades, foi tentar colocar os pães
de queijo nos supermercados.
A aposta era que as portas se
abririam rapidamente, mas o
primeiro negócio efetivo saiu
um ano depois. A rede de vare-
jo, para aceitar os pães de queijo
da família Gusmão, exigiu uma
ampla auditoria na fábrica, para
assegurar a higiene e a qualidade
dos produtos usados. Era 2018. E
Arquivo Pessoal
Jussara exibe seus pãezinhos: “Aqui não tem um queijo tão bom como o queijo de Minas”
Arquivo Pessoal
Produto congelado: sucesso absoluto
o grupo Migros, com suas 500 lo-
jas, aprovou a compra. Ao mesmo
tempo, os supermercados Manor
iniciaram os testes com os pro-
dutos. Depois, veio a rede Aligro.
“Inicialmente, a rede Migros
colocou os pães de queijo ape-
nas na Suíça francesa. E o suces-
so foi enorme. Em 2019, passou
a oferecer o produto em todo o
país”, afirma Jussara. Atualmente,
nos meses de pico, são produzi-
das duas toneladas de pães por
semana, o correspondente a 120
mil unidades. Por mês, a fábrica
da Boule d’Or entrega à clientela
de oito a nove toneladas, ou 500
mil a 600 mil pães de queijo. Na
Suíça, as bolas de ouro servem
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 •฀Trabalho & Formação • 3
Arquivo Pessoal
Bola de ouro: pão de queijo com toque suíço
de aperitivo, por isso, a deman- explica Alexandre. Ele e Jussara
da é maior em períodos de festas, apostam nos laços afetivos dos
como em dezembro e no mês alemães com o Brasil. “Mais de 7
da Páscoa. “Durante os períodos milhões deles migraram para ter-
normais, produzimos 90 mil pães ras brasileiras no século passado,
por semana ou 380 mil por mês”, depois das duas grandes guerras.
acrescenta Alexandre. Estima-se que 4 milhões de pes-
soas falem alemão fluentemente
 Rompendo fronteiras no Brasil. Há muitas famílias na
Alemanha com parentes no Bra-
São muitos os planos do ca- sil, e vice-versa”, acrescenta ele.
sal Gusmão. O principal deles, “Estamos até pensando na pro-
ultrapassar as fronteiras suíças. paganda por lá: está com sauda-
E a primeira parada deve ser a des, compre pão de queijo.”
Alemanha, para, depois, con- Nada, porém, será feito no
quistar a Europa. “A Alemanha é afogadilho. “Temos de garantir
o maior mercado de congelados qualidade. Foi assim que con-
da Europa. É cerca de 12 vezes o quistamos o mercado suíço, que
tamanho do mercado da Suíça”, é muito exigente”, avisa Jussara.
“Conseguimos essa qualidade,
porque usamos ingredientes
muito bons”, enfatiza. Ela lembra
que, ao mesmo tempo em que se
prepara para voos maiores na Eu-
ropa, deve tirar do forno um pão
de queijo com um sabor mais
forte. É um pedido da clientela
suíça, que anseia por um produto
fora da linha família. É importan-
te ressaltar, segundo Alexandre,
que, tradicionalmente, o pão de
queijo não pode ter um sabor
muito acentuado, porque fica
pesado e as crianças não gostam.
Mas os suíços desejam essa nova
versão como aperitivo. É possível
que saia ainda neste ano.
Planos à parte, Jussara, que é
formada em artes gráficas, se diz
realizada. “Nunca pensamos em
desistir do nosso negócio”, assi-
nala. Ela detalha que as ativida-
des da empresa são muito bem
divididas. A produção está sob os
cuidados dela, assim como parte
do marketing, que envolve as de-
gustações nos pontos de venda,
fundamentais para consolidar a
clientela. Alexandre é responsá-
vel pela gestão, logística, impor-
tação de polvilho do Brasil — são
25 toneladas por vez —, estraté-
gias de crescimento da empresa
e finanças. “Não conhecia a Jus-
sara como profissional até tra-
balharmos juntos. O que posso
dizer é que ela é muito exigente
com a qualidade, no que está cer-
tíssima, pois vai de acordo com
a exigência dos consumidores”,
emenda Alexandre.
O casal Gusmão nunca em-
preendeu no Brasil, apesar do
desejo de Alexandre de ser inde-
pendente e ter o próprio negó-
cio. “Isso só foi possível quando
decidimos ficar na Suíça”, reforça
Jussara. Nem ela nem o marido
ainda pensam em deixar o negó-
cio, mas, em algum momento, o
processo de sucessão chegará. A
tendência, diz a empresária, é de
que o neto Gabriel, hoje com 9
anos, seja o escolhido. “Meu filho
mais velho trabalha no mercado
bancário e está muito bem. O
mais novo, voltou para o Brasil,
onde é professor de yoga. Meu
neto Gabriel, quando vai para
a fábrica, se interessa por tudo,
até se veste como funcionário”,
afirma ela. “Na Suíça, é possível
trabalhar a partir dos 16 anos.”
Jussara e Alexandre estão juntos
há 47 anos, com muitos sonhos
pela frente.
4 • Trabalho & Formação • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • CORREIO BRAZILIENSE

CARREIRA
Professor de escola pública cria e oferece, gratuitamente, curso de orientação profissional para
estudantes com dificuldade em escolher a área que mais se enquadra em seu perfil

Que rumo seguir? Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press

» NATHALIA SARMENTO

A
judar estudantes a
abraçarem uma carreira
que garanta satisfação
pessoal e bom desempen-
ho profissional sempre foi um
dos principais anseios do profes-
sor de escola pública Tarso Regis
Lima, 61 anos. Guiado por essa
vocação, o mestre desenvolveu
o curso Programa de Expansão
da Mente Acadêmica (XMA), de
orientação profissional, para os
estudantes da Escola Técnica de
Brasília (ETB).
Lima conta que a inspiração
para começar um projeto ca-
paz de transformar e auxiliar na
construção da carreira profissio-
nal desses estudantes surgiu ao
acaso, após ler o caderno Traba-
lho&Formação Profissional, do
Correio, publicado em dezem-
bro, em 2018, com a manchete
“Matemáticos fora de série”.
Atualmente, o professor procura
por patrocínio para desenvolver
um aplicativo de carreira. Con-
tatos no perfil do Instagram @ O professor Tarso Lima, que ministra curso sobre carreira profissional a estudantes da Escola Técnica de Brasília (ETB), e parte da turma
formacaoxma.
A matéria publicada no Cor-
reio aborda a variedade de esco- “Com 10 anos na área tecnológi- carreira, ele frisa que, para con- mas aos 14 anos, seguindo orien- durante a juventude e, sim, es-
lhas que um graduado em mate- ca e 25 anos como educador, me cretizar ideia, recebeu o auxílio tações dos pais, começou a se timular um diálogo capaz de
mática pode fazer. Formado em inquietava o fato de muitos jovens do consultor do Serviço Brasilei- interessar pela área tecnológica, guiar o estudante ao êxito pro-
engenharia civil pela Universi- ainda se encontrarem perdidos ro de Apoio às Micro e Pequenas visando maior oportunidade na fissional. “Devemos encarar es-
dade de Brasília (UnB) e em ma- sobre a carreira a seguir ou sobre Empresas (Sebrae) Walney Nunes área, em franca ascensão no mer- sa incerteza na hora de definir
temática pelo Centro de Ensino como se preparar para a profissão Silva, 41, que contribuiu com o cado de trabalho. o ofício como uma ferramenta
Unificado de Brasília (Ceub), Li- escolhida”, diz Lima. desenvolvimento da metodologia O brasiliense, que iniciou o que se desenvolve em concor-
ma lembra que os profissionais Atualmente, afirma ele, a me- comportamental. “Nosso curso curso em fevereiro de 2022, con- dância com o ambiente socio-
citados na matéria trabalhavam ta é ressignificar a vivência dos foi baseado em duas técnicas de sidera que um dos diferenciais cultural de cada jovem” pontua
em diversas áreas, como merca- estudantes, evidenciando três aprendizagem eficiente: a área de abordados nos laboratórios tecno- o especialista.
do financeiro, marketing, com- parâmetros fundamentalmente carreira, quando se adquire todo o lógicos é a metodologia compor- Mota ressalta que a busca pe-
putação e no setor bancário. dinâmicos abordados durante conhecimento técnico sobre a fu- tamental. “O projeto é muito inte- la autonomia é o ponto essencial
sua formação: corpo, mente e tura profissão, e a comportamen- ressante, principalmente quando para sanar as dúvidas no mo-
Projeto social alma. Na perspectiva do gaúcho, tal, que auxilia os estudantes a o associamos à vivência diária dos mento da escolha da profissão a
natural de Santa Maria, o corpo pensarem além das grades de dis- profissionais de TI. É uma expe- seguir. Uma boa saída, indica, é
Para entender melhor os an- simbolizaria a profissão, a devida ciplinas, reformulando os hábitos riência que nos possibilita sonhar participar de encontros vocacio-
seios dos alunos e as dificuldades função escolhida pelo estudante; para se adaptar melhor ao merca- com um futuro promissor na pro- nais realizados em várias univer-
que os afligem durante a busca a mente representa a bagagem do de trabalho”, afirma Lima. fissão”, pontua Guilherme. sidades, que também oferecem
pela carreira ideal, assim como a educacional do indivíduo refe- Finalizando o curso técnico Mestrando em políticas pú- atendimento terapêutico voltado
conciliação com o mercado de tra- rente à sua área profissional; e a de informática na ETB, o estu- blicas, infância e juventude na à construção da carreira.
balho atual, o professor altruísta alma corresponde à vocação pelo dante Guilherme Samambaia, UnB, o psicólogo Vinícius Mota
realizou uma pesquisa na própria trabalho cotidiano. 18, lembra que desde criança se enfatiza que não se deve nor- *Estagiária sob a supervisão
instituição, com 645 estudantes. Com especialização em identificava com a área militar, malizar a indecisão profissional de Jáder Rezende

O que AI nos ensina sobre
as competências humanas
Há cerca de um mês, a Inte-
ligência Artificial era uma pro-
messa com potencial de influen-
ciar as nossas vidas de maneira
única, mas que ainda não havia
tomado conta do nosso dia a dia
a ponto de mostrar os seus im-
pactos na maneira como reali-
zamos as principais atividades
cotidianas —seja no trabalho ou
na vida pessoal.
Após o lançamento da ferra-
menta gratuita de inteligência
artificial da Microsoft, o Chat
GPT, conhecemos a dimensão
prática de como a tecnologia
já está modificando a manei-
ra como produzimos. Com al-
guns comandos e referências,
a ferramenta de IA nos retorna
textos elaborados em diferen-
tes assuntos. Se por um lado as
informações contidas ali não
são completamente confiáveis
e apuradas, necessitando de
uma revisão humana para va-
lidar a coerência e veracidade,
por outro lado chamou a aten-
ção a agilidade e nível alto de
acertos que a ferramenta apre-
senta, principalmente por ain-
da estar em estágio inicial de
funcionamento.
Ao observarmos a tecnologia
realizando com mais eficiência
(em menor tempo e com menos
envolvidos no processo) tarefas
antes executadas apenas por hu-
manos, reacendemos a discus-
são sobre qual será o papel da
força de trabalho nas próximas
décadas, em uma sociedade que
lidará com os impactos do avan-
ço das ferramentas digitais.
Para trazer uma perspectiva
histórica, as revoluções indus-
triais dos últimos séculos trou-
xeram disrupções que modi-
ficaram as formas de trabalho
Como utilizar o avanço tecnológico para
impulsionar o seu desenvolvimento
vigentes, exigindo uma nova
adaptação na instrução dos tra-
balhadores e oferta dos postos
de trabalho. O que aprende-
mos ao olhar para trás é que os
impactos iniciais são sentidos
por aqueles que têm as suas
funções básicas parcialmente
Saiba mais: anamach@stanford.edu —
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 •฀Trabalho & Formação • 5
Ana Machado é mestra em educação pela Universidade Stanford, especialista em psicossociologia da
juventude e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FEPSP) e
bacharel em marketing pela Universidade de São Paulo (USP)
substituídas ou completamen-
te automatizadas, mas que
também há uma adaptação
rápida da força de trabalho pa-
ra atender às novas demandas
profissionais.
O que torna a situação atual
mais alarmante é a velocidade e
escala das transformações que
vivemos nessa nova era digital.
Se antes havia um maior tempo
de assimilação e adaptação às
mudanças, a sensação presente
é que corremos contra o tempo
para compreender e nos ajustar
às novas realidades.
@abouteducation
Nesse contexto, é necessário
fazer algumas reflexões e tomar-
mos ações para nos posicionar
frente às mudanças em curso,
sabendo tirar o melhor proveito
delas para não ser uma mera “ví-
tima das circunstâncias”.
A tecnologia não irá substi-
tuir todas as tarefas humanas,
mas sim nos permitirá ganhar
em produtividade para realizar
outras tarefas mais complexas
e que exijam uma capacidade
de julgamento e relacionamen-
to que a máquina não pode
reproduzir.
Como ação prática, é neces-
sário aprender a utilizar as ferra-
mentas disponíveis como alia-
das do seu trabalho e não como
inimigas. Exercite utilizar o Chat
GPT para auxiliar em pelo me-
nos três tarefas que você executa
semanalmente e observe o seu
ganho de produtividade (redu-
ção do tempo gasto na execução
das atividades).
Utilize o tempo extra dis-
ponível para desenvolver e
aprimorar habilidades mais
complexas, que agregam maior
valor aos principais resultados
do seu trabalho. Invista prin-
cipalmente nas competências
que envolvem relacionamento e
julgamento (tomada de decisão
em cenários desafiadores), que
são pouco ou nada substituíveis
por ferramentas digitais.
A mensagem central para
fazer o melhor uso dos avan-
ços dessa era em que vivemos é
utilizar a tecnologia como uma
aliada para desenvolver o seu
potencial, não como profissio-
nal, mas como ser humano. É is-
so o que vai fazer cada vez mais
diferença no presente e futuro
próximo.
6 • Trabalho & Formação • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • CORREIO BRAZILIENSE
ESTRATÉGIA
Retenção de talentos é a meta
de grandes empresas para 2023
» ESTER CAUANY*
A
importância da valori-
zação dos empregados
vem sendo assimila-
da cada vez mais por
grandes corporações mun-
diais. No Brasil, a prática é a
bola da vez entre os especial-
istas e CEO’s do mercado de
trabalho. Empresas com ex-
pectativa de crescimento em
2023 estão focadas em realizar
ações que engajem os fun-
cionários e os conectem, cada
vez mais, à realização profis-
sional e à cultura institucional.
O Guia Salarial 2023 da Ro-
bert Half é a prova de que o mer-
cado de trabalho está atento à
retenção de talentos. De acordo
com a publicação, 68% dos recru-
tadores consideram que buscar
e manter talentos é a atividade
mais desafiadora.
Nesse cenário, diversas em-
presas estão apostando em no-
vas táticas, como a SWA Sistemas
Acadêmicos, cujo fundador da
empresa, Leandro Scalabrin, afir-
ma que, com demandas cada vez
mais surpreendentes e de grande
importância para o fluxo de pro-
dução, bons profissionais estão
sendo os mais procurados para
compor cargos proeminentes.
Scalabrin destaca que, so-
bretudo os profissionais da ge-
ração 2000, estão preocupados
em construir legados significati-
vos de contribuição e realização
na vida profissional e que o en-
gajamento desses profissionais
é fundamental para um bom
rendimento e resultados das
empresas.
A SWA disponibiliza aos seus
colaboradores bolsas integrais de
graduação e pós-graduação, por
meio de parceria com clientes,
faculdades e universidades. “Pa-
ra 2023, projetamos mais de 200
horas de treinamentos livres, com
base na matriz de competência,
para que nossos funcionários pos-
sam se desenvolver de acordo com
sua função, levando em conside-
ração o plano de desenvolvimento
individual”, afirma Scalabrin.
CORPORAÇÕES BUSCAM PROFISSIONAIS COMPROMETIDOS E COMPETENTES COMO FOR
Ele ressalta, ainda, a diferen-
ça nas ações corporativas, quan-
do gestores passam a entender
um pouco mais sobre modelos
de trabalho e produtividade. E
destaca que existem grupos que
preferem trabalhos remotos, en-
quanto outros gostam de estar
presencialmente na empresa to-
dos os dias, e que essas escolhas
representam grande parte do de-
sempenho e engajamento do flu-
xo de trabalho.
Escritórios temáticos, pa-
lestras e benefícios sociais são
investimentos que promovem
a valorização das ideias e do
bem-estar dos colaboradores.
Muitas empresas dispõem de
áreas de convivência e descan-
so, além de bares e minimerca-
dos. “A bebida é uma forma de
comemorar as vitórias de todos
os dias”, afirma Scalabrin, que
vê nessas ações o principal fa-
tor para o sucesso da empresa,
a partir do trabalho executado
por seus empregados.
Referência no setor de me-
dicina diagnóstica, a rede de
laboratórios Sabin figura há 16
anos no ranking das 10 melhores
empresas para trabalhar no pla-
neta, pela Great Place To Work,
consultoria global que apoia or-
ganizações a obterem melhores
resultados por meio da cultura
de confiança. A presidente-exe-
cutiva do grupo, Lídia Abdalla,
considera que essa posição é afir-
mação prática do pilar central da
Divulgação
empresa. “Sempre entendemos
que o cuidado com as pessoas se
reflete no engajamento, na aten-
ção com o cliente”, diz.
Ela afirma, ainda, que na úl-
tima década, o Sabin começou O cuidado com as
a perceber uma mudança com-
portamental nos candidatos a pessoas se reflete
vagas nas empresas. “Já não há no engajamento, na
mais uma separação sobre vida
pessoal e profissional, pois esses atenção com o cliente”
fatores são considerados pelos
profissionais em busca de colo- Lídia Abdalla,
cação no mercado como comple- presidente-executiva
mentares e essenciais”, afirma. do grupo Sabin
Ainda na área da saúde,
o Sabin desenvolveu progra-
mas para cuidar de doenças

ORMA DE CONSTRUIR LEGADOS SIGNIFICATIVOS DE CONTRIBUIÇÃO E REALIZAÇÃO NA VIDA PROFISSIONAL
cardiovasculares, tabagismo, ali-
mentação saudável e também
o Programa Gestação, voltado a
colaboradoras grávidas, desde o
início da gravidez, com acompa-
nhamento médico e palestras a
cada dois meses sobre a relação
entre mãe e bebê. Desde sua cria-
ção em 2013, o programa já aten-
deu a mais de 700 mães.
“Antigamente, o sucesso
estava atrelado a cargos e re-
munerações, agora não é mais
assim”, diz a gestora. Segundo
ela, as lideranças precisam se
aproximar dos colaboradores,
oferecendo afeto ao lidar com
o cotidiano delas, pois as ações
de decisão afetam diretamente
o resultado do trabalho.
Outro grande destaque da
empresa são as trilhas de apren-
dizado, onde os colaboradores
podem, a partir de qualquer
computador da empresa ou pes-
soal, estudar conteúdos extras
que tenham ou não relação com
seu atual cargo. Essa ação, afir-
ma a gerente de pessoas, saúde
e segurança, Mariana Brittar,
são essenciais caso o colabora-
dor receba uma proposta para
subir alguns degraus na pro-
fissão. “Aqui, pelo menos 80%
dos cargos de liderança foram
fechados com pessoas de dentro
da empresa”, afirma.
Lídia Abdalla, é um exemplo
dessa prática. Ela ingressou no
Sabin como trainee em 1999 e
assumiu a presidência em 2014.
Além disso, diversas mulheres
também participaram do pro-
grama Gestação, e ao retornar da
licença-maternidade, assumiram
cargos de liderança. O quadro de
funcionários da empresa é com-
posto, majoritariamente, por mu-
lheres, sendo 74% da liderança
chefiada por elas.
O coordenador da área de
telecomunicações e seguran-
ça, Eduardo Ferreira, parti-
cipou de treinamentos sobre
inteligência emocional, cul-
tura de confiança e cultura
organizacional. “São ações de
impacto positivo. Você começa
a perceber que a maioria das
questões que precisam de mu-
dança começam em você.”
A supervisora de uma das
unidades do Sabin em Brasí-
lia Tchella Geminiano Leal, 34,
conta que ao participar de um
treinamento, percebeu o quan-
to a empresa está preocupada e
comprometida com o bem-estar
dos funcionários. “Isso me dei-
xou muito feliz”, afirma. “Em ou-
tro encontro tive um insight: uma
Divulgação
Mioranzza: cultura de aprendizagem positiva
Arquivo pessoal
Tchella Leal: empatia com os colaboradores
Divulgação
Gotardi: motivação e aprimoramento profissional
grande vontade de entender mais
sobre meus próprios sentimen-
tos, principalmente porque estou
em posição de liderança. Além
disso, também precisava enten-
der os sentimentos dos outros
profissionais”, recorda Tchella,
que atualmente usufrui da aca-
demia disponível na empresa e
iniciará um acompanhamento
psicológico, que também é um
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 •฀Trabalho & Formação • 7
FELIPE COSTA
Brittar: valorização de funcionários como meta
Arquivo pessoal
Eduardo Ferreira: ações de impacto positivo
Divulgação
Bicca: liderança, humildade e responsabilidade
benefício do Sabin.
A empresa de tecnologia
educacional Degreed prioriza a
aplicabilidade das maiores habi-
lidades dos funcionários. Por essa
razão, o maior investimento da
empresa é em ações corporativas,
visando potencializar seus cola-
boradores, resolver problemas
e abrir caminho para uma au-
tonomia dentro dos respectivos
cargos, além de possibilitar cres-
cimento profissional.
A vice-presidente da De-
greed para a América Latina e
Caribe, Débora Mioranza, afir-
ma que os gestores são peças
fundamentais para que a engre-
nagem da empresa funcione,
principalmente a partir da cul-
tura de aprendizagem positiva,
onde os líderes criam ambientes
favoráveis para o crescimento
dos profissionais, atuando como
facilitadores.
A Degreed investe em seus
colaboradores a partir de ações
como cartão corporativo com va-
lor mensal para compra de livros
e cursos que podem ou não ter
relação direta com o trabalho. E
também ações que promovam
a diversidade e inclusão, como
o grupo Mulheres e Tecnologia,
que atua como rede de apoio pa-
ra que elas possam lidar com as
dificuldades do dia a dia.
Colaboradores da Oregon
Tool, produtora de correntes e
barras para motosserras, rece-
bem incentivos para cursos de
idioma e graduação, com foco
no crescimento profissional. “O
investimento da empresa é fruto
dos pilares empresariais de lide-
rança com humildade, respon-
sabilidade global, espírito pio-
neiro e senso de propriedade”,
diz o diretor de RH da Oregon
Tool, Paolo Bicca.
“A diferença do nosso tra-
balho é construída a partir do
que os nossos profissionais
fazem”, prossegue Bicca, refe-
rindo-se às ações engajadas de
sua equipe. Ele acentua que a
Oregon procura por líderes que
“arregacem as mangas” e este-
jam dispostos a tomar iniciati-
va. “Nosso produto é técnico e
exige domínio, ainda mais com
os constantes aprimoramen-
tos de processos e programas.
Percebemos que a permanên-
cia dos profissionais com bom
desempenho nos proporciona
melhores condições de cresci-
mento”, considera.
Paulo Gotardi, 38, entrou
na Oregon em 2011. A corpo-
ração possibilitou a ele, rea-
lizar cursos de inglês, tecnó-
logo em gestão da qualidade
e está no quarto semestre de
engenharia elétrica. Além dis-
so, o mecânico trabalhou por
alguns meses em um projeto
na matriz da companhia nos
Estados Unidos, ampliando
seu conhecimento sobre os
processos produtivos.”En-
contrei uma empresa muito
organizada, com profissionais
de alto nível. Isso me motivou
a crescer profissionalmente.
Diversos colegas me incenti-
varam a buscar um curso de
idiomas e aproveitar os bene-
fícios que a firma oferece, co-
mo as bolsas de estudo.”
*Estagiária sob a supervisão
de Ana Sá
8 • Trabalho & Formação • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • CORREIO BRAZILIENSE
» ALEMANHA
Bolsas de pós-graduação
as bolsas estão sendo oferecidas pelo órgão do gover-
no alemão que gerencia intercâmbios no país, deutscher
akademischer austauschdienst (daad). o programa tem
como objetivo qualificar e capacitar alunos estrangeiros
de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. além
do Brasil, estudantes da argentina, Filipinas, Turquia,
Bolívia, paraguai, síria e Venezuela são elegíveis. saiba
detalhes sobre inscrição e cursos no link bit.ly/40ku5Ol
o intercâmbio tem duração de três anos e meio, de acordo
com o curso. os valores das bolsas são de 934 euros por
mês, cerca de r$ 5.150 mil, para estudantes de mestrado,
e de 1.200 euros, cerca de r$ 6.600 mil, para alunos de
doutorado. um dos requisitos é ter pelo menos dois anos
de atuação profissional.
» IFB
Curso de
agroeCologia
o curso superior de tecnologia em agroecologia ofere-
cido no câmpus planaltina do instituto Federal de Brasília
(iFB) abre edital para vagas remanescentes, que serão
oferecidas após seleção do sisu para ingresso no primei-
ro semestre de 2023. as vagas são abertas para pessoas
que trabalham no campo ou participam de organizações
rurais, sem ser necessário a realização de nenhuma prova
ou exame. as inscrições para a seleção devem ser feitas
até 10 de março pelo formulário: forms.gle/GfonrGaG-
mHeoHfQc8, mediante apresentação de documentos
especificados no edital. o documento prevê 10 vagas
remanescentes.  rior com 6000 vagas, sendo 4000 imediatas e
» UDF
Quer ser aluno
espeCial?
o Centro universitário do distrito Federal (udF),
instituição pertencente ao grupo Cruzeiro do sul edu-
cacional, está com inscrições e vagas abertas para o
curso de mestrado em direito das relações sociais e tra-
balhistas, as quais podem ser feitas até 15 de fevereiro.
o curso é indicado aos profissionais que pretendem
se aperfeiçoar em pesquisa e no ramo educacional do
campo jurídico, além dos que querem ingressar pos-
teriormente como aluno regular no mestrado e visa
atender todos os profissionais da comunidade jurídi-
ca, tais como: desembargadores, juízes, procuradores,
advogados do segmento público, privado ou social,
professores da área do direito, servidores públicos
de tribunais, do Ministério público, da administração
pública direta, indireta e fundacional, profissionais de
instituições estatais e privadas que atuem nesse campo
temático, tendo como pré-requisito obrigatório, para
todos os participantes, ser portador de certificado de
conclusão de curso superior em direito. para realizar
a matrícula é imprescindível que o aluno envie um
e-mail para o endereço: mestradodireito@udf.edu.
br, com os seguintes documentos: documento oficial
de identidade; certidão de nascimento ou certidão de
casamento; CpF; diploma de graduação em direito;
comprovante de residência e informar um telefone
para contato. informações pelo telefone: 3704-8892.
Lista de concursos
nesta semana, o caderno Trabalho & Formação profissional preparou uma lista com 129 concursos e 25.929 vagas,
além de cadastro reserva. no distrito Federal, há quatro concursos abertos com 206 vagas. para o Centro-oeste,
há 12 seleções abertas com 3.030 oportunidades. nos conselhos regionais, há dois concursos com 19 postos vagos.
entre os nacionais, há oito certames abertos para 8.370 oportunidades. Há ainda 82 seleções para outras regiões com
12.808. nas universidades federais, são 16 processos seletivos e 282 oportunidades. nos institutos federais há seis
certames abertos com 1.140 vagas.
DISTRITO FEDERAL
INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA
DOS SERVIDORES DO DISTRITO
FEDERAL (IPREV)
inscrições até 8 de fevereiro pelo site: https://
bit.ly/3WpktJg. Concurso com 85 vagas, sendo
65 imediatas e 20 para formação de cadastro
reserva, para analista previdenciário - espe-
cialista em atuária (2); analista previdenciário
- especialista em investimentos (3) e analista
previdenciário - especialista em previdenciário
(60). salário: r$ 6.760. Taxa: r$ 89.
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB-DF)
inscrições até 24 de fevereiro pelo site: https://
bit.ly/3HnlspY. Concurso com uma vaga, além
da formação de cadastro reserva, para profes-
sor de magistério superior economia política
internacional, com lotação no departamento
de relações internacionais. salário: r$ 4.472,64.
Taxa: r$ 240,40.
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB)
inscrições até 3 de março pelo site: https://bit.ly/
3WC09df. Concurso com uma vaga para professor
de magistério superior adjunto a na área de ana-
tomia vegetal. salário: r$ 9.616,18. Taxa: r$ 240,40.
SECRETARIA DE ESTADO DE
PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
DO DISTRITO FEDERAL (SEPLAD-DF)
inscrições até 6 de março pelo site: https://bit.
ly/3dwrY07. Concurso com 119 vagas (sendo
23 para pCd), além da formação de cadastro
reserva, para agente de vigilância ambiental
em saúde (17) e agente comunitário de saúde
(102). salário: entre r$ 1.988 e r$ 4.485. Taxa:
entre r$ 65 e r$ 70.
NACIONAIS
BANCO DO BRASIL
inscrições até 24 de fevereiro pelo site: https://
bit.ly/3juz5is. Concurso de nível médio e supe-
2000 de formação de cadastro reserva, para
agente comercial: acre (20), alagoas (31), ama-
pá (13), amazonas (32), Bahia (149), Ceará (51),
espírito santo (26), goiás (55), Maranhão (70),
Mato grosso (50), Mato grosso do sul (34), Mi-
nas gerais (172), pará (72), paraíba (42), paraná
(152), pernambuco (72), piauí (39), rio de Janei-
ro (136), rio grande do norte (26), rio grande
do sul (118), rondônia (27), roraima (9), santa
Catarina (78), são paulo (429), sergipe (20),
Tocantins (23) e no distrito Federal (54) e agen-
te de tecnologia no distrito Federal e em são
paulo (2000) . salário: r$ 3.622,23. Taxa: r$ 50.
TRIBUNAL SUPERIOR DO
TRABALHO (TST)
inscrições até 15 de fevereiro pelo site: https://
bit.ly/3k7nx06. Concurso com 300 vagas pa-
ra juiz do trabalho no Tribunal regional do
Trabalho da 1ª região - rio de Janeiro (45);
Tribunal regional do Trabalho da 2ª região
- são paulo (85); Tribunal regional do Traba-
lho da 3ª região - Minas gerais (45); Tribunal
regional do Trabalho da 4ª região - rio gran-
de do sul (8); Tribunal regional do Trabalho
da 5ª região - Bahia (5); Tribunal regional
do Trabalho da 6ª região - pernambuco (11);
Tribunal regional do Trabalho da 7ª região
- Ceará; Tribunal regional do Trabalho da 8ª
região - pará/amapá (9); Tribunal regional do
Trabalho da 9ª região - paraná (11); Tribunal
regional do Trabalho da 10ª região - dF/To-
cantins (2); Tribunal regional do Trabalho da
11ª região - amazonas/roraima (5); Tribunal
regional do Trabalho da 12ª região - santa
Catarina; Tribunal regional do Trabalho da
13ª região - paraíba (1); Tribunal regional do
Trabalho da 14ª região - rondônia/acre (7);
Tribunal regional do Trabalho da 15ª região
- Campinas (40); Tribunal regional do Tra-
balho da 16ª região - Maranhão (1); Tribunal
regional do Trabalho da 17ª região - espírito
santo (1); Tribunal regional do Trabalho da
18ª região - goiás (5); Tribunal regional do
Trabalho da 19ª região - alagoas (1); Tribunal
regional do Trabalho da 20ª região - sergi-
pe (2); Tribunal regional do Trabalho da 21ª
região - rio grande do norte (3); Tribunal
regional do Trabalho da 22ª região - piauí
(1); Tribunal regional do Trabalho da 23ª re-
gião - Mato grosso (10) e Tribunal regional do
Trabalho da 24ª região - Mato grosso do sul
(2). salário: r$ 32.004,65.
ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO (AGU)
inscrições de até 7 de fevereiro pelo site: ht-
tps://bit.ly/3FY4t0k. Concurso com 300 vagas
para procurador da fazenda nacional (100);
procurador federal (100) e advogado da união
(100). salário: r$ 21.014,49. Taxa: r$ 180.
MARINHA DO BRASIL, COMANDO
DO PESSOAL DE FUZILEIROS
NAVAIS - CPESFN
inscrições até 2 de março pelo site: https://bit.
ly/3VZZorj. Concurso com 1.080 vagas para
admissão ao curso de formação de soldados
fuzileiros navais em: unidade da MB no rio de
Janeiro (285); unidade da MB em Brasília (65);
grupamento de fuzileiros de rio grande (30); 2º
batalhão de operações ribeirinhas - Belém (25);
3º batalhão de operações ribeirinhas - ladário
(29); 1º batalhão de operações ribeirinhas - Ma-
naus (52); grupamento de fuzileiros navais de
natal (38); grupamento de fuzileiros navais de
salvador (16); unidade da MB no rio de Janeiro
(285); unidade da MB em Brasília (65); grupa-
mento de fuzileiros de rio grande (30); 2º ba-
talhão de operações ribeirinhas - Belém (25);
3º batalhão de operações ribeirinhas - ladário
(29); 1º Batalhão de operações ribeirinhas - Ma-
naus (52); grupamento de fuzileiros navais de
natal (38) e grupamento de fuzileiros navais de
salvador (16). Bolsa-auxílio: entre r$ 1.303,90 e
r$ 2.294,50. Taxa: r$ 40.
MARINHA DO BRASIL
inscrições até 12 de fevereiro pelo site: https://bit.
ly/3ulgbrg. Concurso com 671 vagas para aprendi-
zes-marinheiros nas áreas de apoio (113); eletroele-
trônica (104); mecânica (75). eaMes - Vila Velha:
apoio (80); eletroeletrônica (95); mecânica (51).
eaMsC - santa Catarina: apoio (51); eletroeletrônica
(51); mecânica (51). salário: r$ 2.294,50. Taxa: r$ 40.
FUNDAÇÃO NACIONAL ESCOLA DE
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ENAP)
inscrições até 5 de fevereiro pelo site: https://
bit.ly/3daHdVa. Concurso com quatro vagas
para consultor técnico. salário: r$ 10.000. Taxa:
não informada.
INDÚSTRIA DE MATERIAL
BÉLICO DO BRASIL (IMBEL)
inscrições até 10 de fevereiro pelo e-mail: pro-
cessoseletivo.fjf@imbel.gov.br. Concurso com 11
vagas para oficial de produção industrial - ope-
rador de produção (8); oficial de ferramentaria
industrial - ferramenteiro, fresador, retificador
ou torneiro (2) e técnico de enfermagem do
trabalho (1). salário: entre r$ 1.866,97 e r$
2.153,30. Taxa: não informada.
CONSELHO NACIONAL DO
MINISTÉRIO PÚBLICO (CNMP)
inscrições até 17 de fevereiro pelo site: https://
bit.ly/3kaok9u. Concurso com 7 vagas, além
da formação de cadastro reserva, para ana-
lista na área de apoio jurídico - especialidade:
direito (1); analista do cnmp na área de apoio
técnico especializado/especialidades: arqui-
vologia; comunicação social; contabilidade;
engenharia civil; estatística; gestão pública
(1); analista do cnmp na área de tecnologia
da informação e comunicação/especialidades:
desenvolvimento de sistemas (1); suporte e
infraestrutura; e apoio técnico administrativo
- especialidades: administração (4) e seguran-
ça institucional. salário: entre r$ 7.591,36 e
12.455,30. Taxa: entre r$ 55 e r$ 75.
LOCAIS - CENTRO-OESTE
PREFEITURA DE BARRA DO BUGRES (MT)
inscrições até 5 de fevereiro pelo site: ht-
tps://bit.ly/3Q7jHeH. Concurso com 132
vagas para agente operacional - motoris-
ta (5); professor pedagogo - anos iniciais
(24); professor pedagogo - educação infan-
til (15); professor pedagogo (8); professor
25.92a9s
vag
indigena - anos iniciais (4); professor de
educação física (3); psicólogo (1); assistente
social (1); fonoaudiólogo (1); bibliotecário
(1); técnico em administração escolar (3);
técnico em informática (2); técnico em
desenvolvimento infantil - feminino (49);
técnico em desenvolvimento infantil - mas-
culino (15). salário: entre r$ 1.743,72 e r$
6.027,73. Taxa: entre r$ 65 e r$ 97.
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE
DE MATO GROSSO (SES-MT)
inscrições até 5 de fevereiro pelo site: https://
bit.ly/3dca4uF. Concurso com 74 vagas (sendo
10 para pCd) para médico (3); enfermeiro (12);
fonoaudiólogo (2); farmacêutico (2); terapeuta
ocupacional (1); técnico em enfermagem (39);
técnico de laboratório (4); técnico de imobili-
zação ortopédica (2); contador (1); técnico em
segurança do trabalho (2); auxiliar de farmácia
(3); condutor de ambulância (4) e maqueiro (4).
salário: entre r$ 1.645,20 e r$ 6.327,70. Taxa:
não informada.
PREFEITURA DE PORTO
DOS GAÚCHOS (MT)
inscrições até 5 de fevereiro pelo site: ht-
tps://bit.ly/3QZMVWJ. Concurso com 62 va-
gas, além da formação de cadastro reserva,
para secretaria municipal de saúde: tera-
peuta ocupacional (1), dentista, psicólogo
(1), psicólogo (1), psicólogo especialista em
intervenção aba (1), nutricionista (1), enfer-
meiro (2), fonoaudiólogo (1), farmacêutico
bioquímico (1), fisioterapeuta, educador
físico (1), técnico em radiologia (1), técnico
em enfermagem (3), atendente de farmácia
(1), recepcionista (3), agente administrativo
(1), fiscal sanitário (1), auxiliar de labora-
tório (1), motorista de ônibus, lavadeira (1),
cozinheiro (1), zelador (3), auxiliar de saúde
bucal, motorista (2), dentista (1); secretaria
municipal de educação: apoio administrati-
vo educacional "d" - transporte e condução
de veículo escolar (2), apoio administrativo
educacional "b" - manutenção de infraestru-
tura (1), técnico administrativo educacional,
apoio administrativo educacional "a" - nutri-
ção escolar (1), apoio administrativo educa-
cional "c" - vigilância, apoio administrativo
"e" - auxiliar de sala, professor (6); secretaria
municipal de meio ambiente e turismo: fis-
cal ambiental municipal (1), serviços gerais
(1); secretaria municipal de infraestrutura:
engenheiro civil (1), operador de pá carre-
gadeira (1), operador de retroescavadeira (1),
operador de moto niveladora (1), motorista
(3), serviços gerais (3), gari (3); secretaria
municipal de agricultura, desenvolvimen-
to econômico sustentável: veterinário (1),
operador de trator de pneu (2), técnico em
agropecuária, serviços gerais, motorista (1),
operador de retroescavadeira (1); secretaria
municipal de assistência social: psicólogo
(1), motorista (2), zelador (1), vigia (1), agen-
te administrativo; secretaria municipal de
administração: serviços gerais (1) e agente
administrativo. salário: entre r$ 788,50 e r$
7.070,88. Taxa: não informada.
PREFEITURA DE RESERVA
DO CABAÇAL (MT)
inscrições até 7 de fevereiro pelo site: https://
bit.ly/3j3onuy. Concurso com 21 vagas, além da
formação de cadastro reserva, para motorista
CnH d/e (4); pedreiro (1); eletricista em manu-
tenção de rede elétrica de baixa e alta tenção
(1); operador de máquinas agrícolas (1); técnico
de enfermagem (1); assistente administrativo
(2); estagiário - médio/técnico ou superior (7);
professor - pedagogia (2); fisioterapeuta (1) e
fonoaudiólogo (1). salário: entre r$ 1.486,66 e
r$ 4.027,22. Taxa: entre r$ 40 e r$ 100.
Confira a lista completa no site
www.correiobraziliense.com.br/euestudante
 CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 •฀Trabalho & Formação • 9

» guiA de estágios e Jovem Aprendiz 940 vagas

O instituto está atendendo apenas a distância. O antedimento presencial é apenas para

» iF estágio 426s
vaga
emissão de contratos. É preciso agendar horário. Telefone: (61) 3962-2023. E-mail:
acompanhamento.if@institutofecomerciodf.com.br. Site: www.institutofecomerciodf.com.br.
Endereço: SCS, QD. 6, Edifício Jessé Freire, 5° andar, Brasília - DF.
Instituto Fecomércio/DF

Jovem Aprendiz
Cód.: 413774 / Vaga: 1 / Ano: Indiferente / Sa-
lário: R$ 917,59 / Horário de: 8h às 14h / Local:
Zona Industrial (guará) / Assunto: 413774
Cód.: 826543 / Vaga: 1 / Ano: Indiferente /
Salário: R$ 917,59 / Horário de: 8h às 14h
/ Local: Samambaia Norte (samambaia) /
Assunto: 826543
Cód.: 947072 / Vagas: 3 / Ano: Indiferente / Sa-
lário: R$ 625,29 / Horário de: 8h às 12h / Local:
Zona Industrial (guará) / Assunto: 947072
Cód.: 411217 / Vaga: 1 / Ano: Concluído /
Salário: R$ 917,59 + VT + VA / Horário: 10h às
16h ou 12h às 18h - A Combinar / Local: Asa
Norte / Assunto: 411217
Cód.: 414580 / Vaga: 1 / Ano: Indiferente /
Salário: R$ 611,72 / Horário de: 7h30 às 11h30
/ Local: Zona Industrial (guará) / Assunto:
414580
Cód.: 823842 / Vagas: 25 / Ano: Indiferente /
Salário: R$ 1.065,28 + VT / Horário: A Combi-
nar / Local: Zona Industrial (guará) / Assunto:
823842
Cód.: 124129 / Vaga: 1 / Ano: Indiferente /
Salário: R$ 611,72 + VT / Horário de: 12h às
16h / Local: Asa Sul / Assunto: 124129
Cód.: 525118 / Vaga: 1 / Ano: Indiferente /
Salário: R$ 917,59 + VT / Horário de: 8h às 14h
/ Local: Norte (águas Claras) / Assunto: 525118
Ainda há 10 vagas para jovem aprendiz. No
nível técnico há vagas em estética (2); gestão
de vendas e liderança (1); recursos humanos
(3); técnico em administração (23); técnico
em comércio (1); técnico em contabilidade
(1); técnico em eletrônica (2); técnico em
enfermagem (4); técnico em secretariado
(16).No nível superior há vagas em admi-
nistração (41); administração pública (6);
análise e desenvolvimento de sistemas (2);
arquitetura e urbanismo (1); arquivologia
(1); biblioteconomia (2); biologia (1); ciência
da computação (1); ciências contábeis (11);
cinema e mídias digitais (1); comunicação
e ilustração digital (1); comunicação em
publicidade (4); comunicação para web
(1); comunicação propagando e marketing
(7); comunicação social - cinema e mídias
digitais (1); comunicação social - publicidade
e propaganda (6); comunicação - jornalismo
(3); design gráfico (1); design - programa
visual/din (1); direito (1); educação artística
com habilitação em música (1); educação
física (2); educação física (lic. plena) (4);
educação física - bacharelado (13); educa-
ção física - licenciatura (4); enfermagem
(4); engenharia civil (2); engenharia de
software (3); engenharia elétrica (1);
engenharia eletrônica (2); farmácia (2);
física (1); fisioterapia (2); gestão comercial
(3); gestão de marketing (9); gestão de RH
(1); gestão hospitalar (2); inglês e literatu-
ras de língua inglesa (3); jornalismo (3);
letras - inglês (3); licenciatura em letras/
inglês (3); licenciatura em matemática (1);
licenciatura em química (1); marketing (6);
matemática (1); medicina veterinária (1);
música (1); nutrição (2); pedagogia (35);
pedagogia educação infantil (2); pós gra-
duação em saúde estética (2); psicologia (3);
publicidade e propaganda (8); publicidade,
propaganda e marketing (9); química (1);
recursos humanos (3); rede de computa-
dores (1); secretariado (14); secretariado
executivo (17); segurança da informação
(1); tecnologia da informação (3); tecnologia
em análise e desenvolvimento de sistemas
(1); ; tecnologia em estética e cosmética (2);
tecnologia em marketing digital (4). E no
nível médio há 49 vagas de estágio.

» ieL Instituto Euvaldo Lodi

Endereço: SIA, Trecho 3, Lote 225, Edifício Fibra ou UnB, MASC Norte, Sala AT 2/20
107as Telefones: SIA (3362-6024) ou UnB (99128-2294)/ Site: www.ieldf.org.br
vag Horário de atendimento: das 9h às 17h (SIA) ou das 9h às 16h (UnB).

Jovem Aprendiz
Empresa: Privada –111958 -Sem: 1º ao 2º/ Vaga:
1/ Local: Taguatinga / Bolsa: 500 + AT / Período:
6h diárias / Conhec. Exigidos: curricular/ Enviar
currículos para: curriculos.iel@sistemafibra.org.
br no assunto coloque: 111958.
Empresa: Privada –112016 -Sem: 1º ao
2º/ Vagas: 2/ Local: Asa Norte / Bolsa: R$
600 + AT / Período: 6h diárias / Conhec.
Exigidos: curricular / Enviar currículos
para: curriculos.iel@sistemafibra.org.br
no assunto coloque: 112016.
Empresa: Privada –112087 -Sem: 1º ao
2º/ Vaga: 1 / Local: Asa Sul / Bolsa: R$
600 + AT / Período: 6h diárias / Conhec.
Exigidos: curricular / Enviar currículos
para: curriculos.iel@sistemafibra.org.br
no assunto coloque: 112087.
Empresa: Privada –112160 -Sem: 1º ao
3º / Vaga: 1/ Local: Taguatinga / Bolsa:
550 + AT / Período: 9h às 14h / Conhec.
Exigidos: curricular / Enviar currículos
para: curriculos.iel@sistemafibra.org.br
no assunto coloque: 112160.
Empresa: Privada – 112166- Sem.: 1º ao
3°/ Vaga: 1/ Local: Asa Sul / Bolsa: R$
1.200 +AT/ Período: 8h às 14h / Conhec.
Exigidos; curricular / Enviar currículo
para: curriculos.iel@sistemafibra.org.br
e no assunto coloque: 112166.
Empresa: Privada – 112183- Sem.: 1º ao 3°/ Vagas:
2/ Local: Asa Norte / Bolsa: R$ 553 +AT / Período:
8h às 14h / Conhec. Exigidos; curricular / Enviar
currículo para: curriculos.iel@sistemafibra.org.
br e no assunto coloque: 112183.
Empresa: Privada – 112220- Sem.: 1º ao
3°/ Vagas: 2/ Local: Asa Sul / Bolsa: R$
350 +AT/ Período: 14h ás 18h / Conhec.
Exigidos; curricular / Enviar currículo
para: curriculos.iel@sistemafibra.org.br e
no assunto coloque: 112220.
Empresa: Privada – 112235- Sem.: 1º ao
3°/ Vagas: 5 / Local: Cruzeiro / Bolsa: R$
500+AT / Período: 8h ás 13h / Conhec.
Exigidos; curricular / Enviar currículo
para: curriculos.iel@sistemafibra.org.br e
no assunto coloque: 112235
No nível técnico há vagas em técnico em
automação predial (1).No nível superior
há vagas em administração (20); análise
e desenvolvimento de sistemas (1); arqui-
tetura (1); biologia (1); ciências contábeis
(24); ciência da computação (5); ciências
econômicas (5); comunicação social (12);
design (5); direito (5); educação física ( 1);
engenharia de produção (1); engenharia
elétrica (1); publicidade e propaganda
(3); recursos humanos (5); secretariado
executivo (1).

» espro
As inscrições devem ser feitas no endereço SGAS Quadra 915, Lote 72-A, Asa Sul, das 8h30 às 16h30.
287as Informações no site www.espro.org.br ou pelo telefone (61) 3226-1512
vag

Jovem Aprendiz
Empresa: privada. / Ens. fundamental, mé-
dio, técnico ou superior cursando / Vagas: 2
/ Bolsa: R$ 854 + VT + VR / Horário: 10h às
14h - seg. a sex / 14 a 22 anos
Empresa: privada. / Ens. fundamental, mé-
dio, técnico ou superior cursando / Vagas:
4 / Bolsa: R$ 827,70 + VT / Horário: 12h às
18h - seg. a sex / 14 a 22 anos
Empresa: privada. / Ens. fundamental, mé-
dio, técnico ou superior / Vagas: 3 / Bolsa:
R$ 827,70 + VT / Horário: 12h às 18h - seg.
a sex / 14 a 22 anos
Empresa: privada. / Ens. médio, técnico ou
superior / Vagas: 4 / Bolsa: R$ 827,70 + VT /
Horário: 12h às 18h - seg. a sex / 18 a 22 ano
Empresa: privada. / Ens. fundamental, mé-
dio, técnico ou superior / Vagas: 2 / Bolsa:
R$ 569,26 + VT / Horário: 8h às 12h - seg. a
sex / 14 a 22 anos
Empresa: privada. / Ens. fundamental,
médio, técnico ou superior / Vagas: 4 /
Bolsa: R$ 991,64 + VT + VR + Assist. odonto
e med. / Horário: 9h às 15h - seg. a sex /
14 a 22 anos
Empresa: privada. / Ens. médio, técnico ou
superior / Vagas: 3 / Bolsa: R$ 991,80 + VT
+ VR / Horário: 10h às 16h - seg. a sex / 18
a 22 anos.
Empresa: privada. / Ens. médio, técnico ou
superior / Vagas: 3 / Bolsa: R$ 991,80 + VT + VR
/ Horário: 10h às 16h - seg. a sex / 18 a 22 anos.
Empresa: privada. / Ens. fundamental, mé-
dio, técnico ou superior / Vagas: 2 / Bolsa:
R$ 569,26 + VT + Assist.Odonto / Horário:
13h às 17h - seg. a sex / 14 a 22 anos.
Empresa: privada. / Ens. fundamental, mé-
dio, técnico ou superior / Vagas: 4 / Bolsa:
R$ 569,26 + VT / Horário: 8h às 12h - seg. a
sex / 14 a 22 anos.
Empresa: privada. / Ens. médio, técnico ou
superior / Vagas: 3 / Bolsa: R$ 569,26 + VT
+ Assit. Odonto / Horário: 14h às 18h - seg.
a sex / 18 a 22 anos
Empresa: privada. / Ens. fundamental,
médio, técnico ou superior / Vaga: 1 / Bolsa:
R$ 581,76 + VT + VA + Assit. Med. / Horário:
17h às 15h - seg. a sex /18 a 22 anos.
Ainda há 252 vagas para jovem aprendiz.

» BrAsíLiA estágios
Endereço: SCS, Quadra 8, Edifício Venâncio 2000, Bloco B-60, Salas 409/410 Telefones: (61) 3226-7977 e (61) 3322-8416
12g0as Site: www.brasiliaestagios.com.br E-mail: brasíliaestagios@brasiliaestagios.com.br Horário de atendimento: das 8h30 às 17h30
va

ensino mÉdio
Cód.: 9211 / Vaga: 5 / Local: Taguatinga Sul
/ Sem.:a partir do 1º semestre / Segunda à
sábado, das 8h às 13h /Bolsa: R$ 400 + VT
/ Requisitos: Conhecimento no WhatsApp,
redação, comunicação, redes sociais,
informática e digitação.
Cód.: 9218 / Vaga: 3 / Local: Asa Sul / Sem.:a par-
tir do 1º ano / Segunda à sexta de 9h às 16h, com
1h de almoço / Bolsa: R$ 700 + VT + bonificação /
Requisitos: Conhecimento em informática básica
e digitação. Ter boa comunicação.
Cód.: 9270 / Vaga: 1 / Local: Setor Comercial
Sul / Sem.:a partir do 1º ano / Segunda à
sexta das 13h30 às 17h30 / Bolsa: R$ 500 +
VT / Requisitos: Conhecimento no pacote
office, curso básico em Excel, ter boa co-
municação.
AdministrAÇÃo
Cód.: 9202 / Vagas: 6 / Local: Taguatinga /
Sem.: Do 1º ao 6º semestre / Segunda à sexta
de 9h às 14h ou 13h às 18h e Sábado de 9h
às 13h / Bolsa: R$ 650 + VT / Requisitos:
Informática, Atendimento ao cliente, Noções
de Telemarketing, Proatividade e Agilidade.
Cód.: 9218 / Vaga: 3 / Local: Asa Sul /
Sem.:a partir do 1º semestre / Segunda à
sexta de 9h às 16h, com 1h de almoço /
Bolsa: R$ 700 + VT + Bonificação / Requisi-
tos: Conhecimento em informática básica e
digitação. Ter boa comunicação.
Cód.: 9245/ Vaga: 1 / Local: Sof Sul / Sem.:
a partir do 4° semestre / Segunda à sexta,
das 9h às 16h / Bolsa: R$ 1100 +VT + VA/
Requisitos: Experiência com Pacote Office,
conhecimento com preenchimento de
informações em sistemas, boa comunicação
e oratória, conhecimento e afinidade com
apresentações.
Cód.: 9253/ Vaga: 1 / Local: Asa Norte / Sem.:
a partir do 2° semestre / Segunda à sexta das
10h às 16h / Bolsa: R$ 600 +VT + Alimentação
no local/ Requisitos: Conhecimento no pacote
office, proatividade e boa comunicação.
Cód.: 9259/ Vaga: 1 / Local: Águas Claras /
Sem.: a partir do 1° semestre / Segunda à
sexta das 12h às 18h / Bolsa: R$ 600 +VT /
Requisitos: Proatividade e agilidade.
Cód.: 9271/ Vaga: 1 / Local: Setor Comercial
Sul / Sem.: do 1° ao 6° semestre / Segunda à
sexta das 13h30 às 17h30 / Bolsa: R$ 500 +VT /
Requisitos: Ter conhecimento no pacote office,
curso básico de Excel, ter boa comunicação.
Ainda há vagas no ensino superior para
ciências contábeis (4); direito (3); educação
física (2); publicidade e propaganda (1);
pedagogia (17); odontologia (1); recursos
humanos (2). Em Maceió, há vagas no
ensino superior para os cursos de educação
física (10); fisioterapia (10); fonoaudiologia
(10); nutrição (10); pedagogia (10); psicolo-
gia (10); recursos humanos (2). Para jovem
aprendiz, ainda há seis vagas na capital.
10 • Trabalho & Formação • Brasília, domingo, 5 de fevereiro de 2023 • CORREIO BRAZILIENSE

225 OFERTAS DA AGênCiA DO TRABAlhADOR

precisa-se vagas

A Secretaria do Estado de Trabalho do Distrito Federal também disponibiliza as vagas oferecidas nos sites www.trabalho.df.gov.br e maisemprego.mte.gov.br. O interessado em utilizar o serviço
precisa fazer um cadastro no endereço eletrônico para ter acesso às oportunidades existentes para o seu perfil. Por conta desse sistema, os postos aqui listados estão sujeitos a alterações.

Cargo Vagas Salário Cargo Vagas Salário Cargo Vagas Salário

Acabador de mármore 1 R$ 2.300 + benefícios Churrasqueiro 1 R$ 1.600 + benefícios Gerente de restaurante 1 R$ 1.700 + benefícios
Açougueiro 10 R$ 1.355 + benefícios Confeiteiro 2 R$ 1.500 + benefícios Montador de móveis 1 R$ 1.376 + benefícios
Ajudante de açougueiro 10 R$ 1.355 + benefícios Costureiro industriais 1 R$ 1.400 + benefícios Motorista de caminhão 1 R$ 2.000 + benefícios (pcd)
Ajudante de obras 2 R$ 1.380 + benefícios Costureiro em geral 1 R$ 1.302 + benefícios
Operador de caixa 33 R$ 1.312 + benefícios (pcd)
Armazenista 17 R$ 1.312 + benefícios (pcd) Cozinheiro geral 2 R$ 1.400 e R$ 1.700 + benefícios
Passador de roupas 1 R$ 1.44,82 + benefícios
Auxiliar de cozinha 8 R$ 1.310 + benefícios (pcd) Desenhista mecânico 2 R$ 3.000 + benefícios
Pedreiro 10 R$ 2.103 + benefícios
Auxiliar de limpeza 27 R$ 1.312 e R$ 1.515 + benefícios (pcd) Empregado domésticos 1 R$ 1.302 + benefícios
Pintor de Automóveis 4 R$ 2.000 + benefícios
Auxiliar de saúde bucal 2 R$ 1.527 + benefícios Empregado doméstico 1 R$ 1.400 + benefícios
Auxiliar financeiro 4 R$ 1.800 + benefícios Encarregado de frios 1 R$ 1.302 + benefícios Pizzaiolo 1 R$ 1.384 + benefícios

Carpinteiro 30 R$ 2.103,20 + benefícios Engenheiro mecânico 2 R$ 1.800 + benefícios Repositor 33 R$ 1.312 + benefícios (pcd)
Caseiro 2 R$1.800 e R$ 1.320 + benefícios Engenheiro projetista 2 R$ 2.500 + benefícios Vendedor pracista 10 R$ 1.450 + benefícios

» Agências do Trabalhador » Confira o endereço das Agências do Trabalhador que estão funcionando:

Do total, 14 Agências do Trabalhador estão com Agência Brazlândia Edifício Bittar ii Qd 8, AE nº 3, Sobradinho i Tel:. 3255-3864 / 3255-3842 Av. Alagados, QC 1, Cj. h,
atendimentos presenciais ao público. Funcionamento: Tel:. 3255-3868 / Agência Estrutural Agência do Trabalhador Qd. 805, AE s/n, Prédio da Galpão Cultural
Autônomo Biblioteca Pública Agência Taguatinga
de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h (sem 3255-3869 Tel:. 3255-3808 / Tel:. 3255-3848 / 3255-3849 /
interrupção). no entanto, a Setrab orienta a todos os SCDn Bl k, lj. 1/5 3255-3809 Tel:. 3255-3797 / 3255-3798 » Agência Riacho Fundo II
3255-3754
AE n° 5, Setor Central, SCS Qd. 6, Bl. A, Tel:.3255-3827 / C4 lt. 3, Ed. TVA imperial,
cidadãos e, em especial às pessoas do grupo de risco, » Agência de Ceilândia
Ed. Guanabara, 3255-3828 Av. das Palmeiras
para que evitem o atendimento presencial, realizando Tel:. 3255-3521 Administração
QC 1, Cj. 5, lt. 2, AE s/n » Agência Planaltina
as solicitações de prestação de todos os serviços via EQnM 18/20, Bloco B, Praça » Agência Gama lt. 10/11 Tel:.3255-3715 / 3255-3829
» Agência Samambaia
atendimento remoto, pela Central Alô Trabalho (Telefone do Povo, Ceilândia Tel:. 3255-3820 / 3255-3821 » Agência Plano Piloto Tel:.3255-3832 / 3255-3833 Setor Administrativo, Av.
158) e por meio da web, inclusive seguro desemprego » Agência PCD (511 Norte) AE 1, Setor Central Tel:. 3255-3732 / 3255-3815 uberdan Cardoso
Qn 303, Cj. 1, lt. 3
SEPn 511 Bloco A, S/n » Agência São Sebastião
doméstico, que poderá ser solicitado pelo aplicativo da Tel:. 3255-3804 / » Agência Sobradinho » Agência Santa Maria Tel:.3255-3840 / 3255-3841
CTPS Digital e pelo APP do Sine Fácil, ou pela web por 3255-3843 Tel:. 3255-3824 / Edifício Bittar ii Tel:.3255-3836 / Qd. 104, Cj. 5, lt. 9,
meio do Portal https://empregabrasil.mte.gov.br. SEPn 511 Bloco A, S/n 3255-3825 » Agência Recanto das Emas 3255-3837 Setor Residencial Oeste

chances de emprego
» PROGRAMA DE TRAINEE
» UX GROUP
» DOT DIGITAL GROUP
VAGAS ABERTAS
DESEnVOlVEDORES OPçõES híBRiDAS,
A plataforma de e-commerce
Privalia abriu seis vagas para a
Full-STACk REMOTAS Ou PRESEnCiAiS
segunda edição de seu programa de
trainees. As inscrições para o Pri-
valia Experience vão até 28 de feve-
A uX Group, empresa especializada em logís- O DOT Digital Group, edtech líder nacional no mercado reiro e podem ser feitas por meio
tica inteligente com sede em Barueri (SP), acaba de educação corporativa digital, está com 11 vagas abertas. do site traineeprivalia.com.br. O
de abrir 17 vagas para desenvolvedores full-s- A empresa possui um espaço em Florianópolis, mas atua no programa, presencial, tem um ano
tack, para trabalhar de forma totalmente remo- modelo “anywhere office”, isso significa que o DOT contrata e meio de duração e remuneração
ta. Entre os pré-requisitos, estão sólidos conhe- profissionais de qualquer cidade, estado ou país, e os colabo- de R$ 6,5mil, mais benefícios e par-
cimentos em C#, em SQl Server, em Gitflow e radores podem escolher o sistema de trabalho: home office, ticipação nos resultados, com pos-
também habilidades em projetos realizados presencial ou híbrido. As vagas atendem diferentes áreas, sibilidade de efetivação em cargos
dentro da metodogia ágil denominada kanban. desde desenvolvedor(a) PhP e customer success manager, estratégicos. Podem participar do
Como diferenciais, a uX Group valoriza conheci- até fornecedores e monitores para as operações EaD. Entre processo seletivo estudantes e gra-
mentos em Angular 2+, MVC Blazor, Mensageria os benefícios, o DOT oferece horário flexível, crescimento e duados de todo o país, das áreas de
(Service Bus, RabbitMq, entre outros), Cloud Azu- desenvolvimento contínuos, vale-alimentação e refeição, administração, comunicação social,
re e Cache. Experiência em TMS para embarca- vale- transporte, seguro de vida, auxílio home office, auxílio engenharia, marketing, tecnologia,
dor e transportadora também é diferencial. As creche, plano de saúde, convênio odontológico, Gympass, economia e moda, com conclusão
vagas são para início imediato. Os candidatos convênio farmácia, licença maternidade e paternidade esten- do curso entre julho/21 a junho/23.
interessados podem enviar o currículo para o didas, entre outros. Para mais informações sobre as vagas inglês avançado é um diferencial.
e-mailrafael.mota@uxsolutions.com.br. acesse: dotgroup.com.br/pessoas/#vagas_dot. É necessário ter disponibilidade de
mudança para SP (Privalia não sub-
sidia a mudança) e disponibilidade
de 40 horas semanais.
 6
TRABALHO
& FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
6.1 Oferta de Emprego
6.2 Procura por Emprego
6.3 Ensino e Treinamento
OFERTA DE
6.1
EMPREGO
NÍVEL BÁSICO
FORNO E SABOR
CONTRATA
AUXILIAR DE PRODU-
ÇÃO Com experiência
emprodução de alimen-
tos, para trabalhar de se-
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