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Segunda-feira, 11 de Novembro de 2013


I Série
Número 60

BOLETIM OFICIAL
1 762000 000000

ÍNDICE
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:

Decreto-Presidencial n.º 11/2013:


Dá por finda, sob proposta do Governo, a comissão de serviço do Senhor Domingos Dias Pereira Masca-
renhas, do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Cabo Verde junto
da República de Angola..................................................................................................................... 1904
Decreto-Presidencial n.º 12/2013:
Dá por finda, sob proposta do Governo, a comissão de serviço do Senhor Francisco Pereira da Veiga do
cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Cabo Verde junto da República
do Senegal. ......................................................................................................................................... 1904
Decreto-Presidencial n.º 13/2013:
Nomeando, sob proposta do Governo, o Senhor Domingos Dias Pereira Mascarenhas para exercer, em
comissão ordinária de serviço, o cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República
de Cabo Verde junto da República Federativa do Brasil. ............................................................... 1904
Decreto-Presidencial n.º 14/2013:
Nomeando, sob proposta do Governo, o Senhor Francisco Pereira da Veiga para exercer, em comissão
ordinária de serviço, o cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Cabo
Verde junto da República de Angola. ............................................................................................... 1905
Decreto-Presidencial n.º 15/2013:
Dá por finda, sob proposta do Governo, a comissão de serviço do Senhor Domingos Dias Pereira Masca-
renhas do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Cabo Verde junto
da Santa Sé. ....................................................................................................................................... 1905
Decreto-Presidencial n.º 16/2013:
Nomeando, sob proposta do Governo, o Senhor Emanuel Antero Garcia da Veiga para exercer, em comissão
ordinária de serviço, o cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Cabo
Verde junto da Santa Sé. .................................................................................................................. 1905

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1904 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013

CONSELHO DE MINISTROS:
Decreto-Legislativo nº 2/2013:
Estabelece o regime jurídico da duração e horário de trabalho na Administração Pública ............... 1905
Decreto-Lei nº 43/2013:
Regula a utilização das salas VIP dos aeroportos do país. ................................................................... 1910
Decreto-Lei nº 44/2013:
Altera o artigo 52.º do Decreto-Lei n.º 33/2007, de 24 de Setembro, que regula o uso da assinatura elec-
trónica, o reconhecimento da sua eficácia jurídica, a actividade de certificação, bem como a contratação
electrónica. ......................................................................................................................................... 1914
Decreto-Lei nº 45/2013:
Altera o artigo 35.º do Decreto-Lei n.º 6/2011, de 31 de Janeiro, que regula a organização do Boletim Oficial. ...... 1914
Resolução nº 113/2013:
Autorizada a Universidade de Cabo Verde a criar uma unidade orgânica com a denominação de Escola
do Mar. ............................................................................................................................................... 1915
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA:
Portaria nº 52/2013:
Altera o artigo 47º do Regulamento do Código da Estrada, aprovado pela Portaria nº 40/97, de 3 de Julho...............1915
MINISTÉRIO DO AMBIENTE, HABITAÇÃO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO:
Portaria nº 53/2013:
Procede à Ratificação do Plano Director Municipal (PDM) da Brava.................................................. 1916

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Artigo 1.º

É dada por finda, sob proposta do Governo, a comissão


–––––– de serviço do Senhor Francisco Pereira da Veiga do cargo
de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da
Decreto-Presidencial n.º 11/2013
República de Cabo Verde junto da República do Senegal.
1 762000 000000

de 11 de Novembro Artigo 2.º

Usando da competência conferida pela alínea c) do O presente Decreto Presidencial entra imediatamente
artigo 136.º da Constituição, o Presidente da República em vigor.
decreta o seguinte: Publique-se.
Artigo 1.º
Palácio da Presidência da República, na Praia, a 15 de
Outubro de 2013. – O Presidente da República, JORGE
É dada por finda, sob proposta do Governo, a comissão CARLOS DE ALMEIDA FONSECA
de serviço do Senhor Domingos Dias Pereira Mascare- Referendado aos 21 de Outubro de 2013
nhas do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipo-
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves
tenciário da República de Cabo Verde junto da República
de Angola. ––––––
Artigo 2.º
Decreto-Presidencial n.º 13/2013
de 11 de Novembro
O presente Decreto Presidencial entra imediatamente Usando da competência conferida pela alínea c) do
em vigor. artigo 136.º da Constituição, o Presidente da República
decreta o seguinte:
Publique-se.
Artigo 1.º
Palácio da Presidência da República, na Praia, a 15 de É nomeado, sob proposta do Governo, o Senhor Do-
Outubro de 2013. – O Presidente da República, JORGE mingos Dias Pereira Mascarenhas para exercer, em
CARLOS DE ALMEIDA FONSECA comissão ordinária de serviço, o cargo de Embaixador
Extraordinário e Plenipotenciário da República de Cabo
Referendado aos 21 de Outubro de 2013 Verde junto da República Federativa do Brasil.
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves Artigo 2.º
O presente Decreto Presidencial entra imediatamente
–––––– em vigor.
Publique-se.
Decreto-Presidencial n.º 12/2013
Palácio da Presidência da República, na Praia, a 15 de
de 11 de Novembro Outubro de 2013. – O Presidente da República, JORGE
CARLOS DE ALMEIDA FONSECA
Usando da competência conferida pela alínea c) do
artigo 136.º da Constituição, o Presidente da República Referendado aos 21 de Outubro de 2013
decreta o seguinte: O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves

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I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013 1905

Decreto-Presidencial n.º 14/2013 Decreto-Presidencial n.º 16/2013


de 11 de Novembro
de 11 de Novembro
Usando da competência conferida pela alínea c) do
Usando da competência conferida pela alínea c) do artigo 136.º da Constituição, o Presidente da República
artigo 136.º da Constituição, o Presidente da República decreta o seguinte:
decreta o seguinte: Artigo 1.º

Artigo 1.º É nomeado, sob proposta do Governo, o Senhor Ema-


nuel Antero Garcia da Veiga para exercer, em comissão
É nomeado, sob proposta do Governo, o Senhor Fran- ordinária de serviço, o cargo de Embaixador Extraor-
cisco Pereira da Veiga para exercer, em comissão ordi- dinário e Plenipotenciário da República de Cabo Verde
nária de serviço, o cargo de Embaixador Extraordinário junto da Santa Sé, com residência na cidade da Praia.
e Plenipotenciário da República de Cabo Verde junto da Artigo 2.º
República de Angola.
O presente Decreto Presidencial entra imediatamente
em vigor.
Artigo 2.º
Publique-se.
O presente Decreto Presidencial entra imediatamente
Palácio da Presidência da República, na Praia, a 17 de
em vigor.
Outubro de 2013. – O Presidente da República, JORGE
CARLOS DE ALMEIDA FONSECA
Publique-se.
Referendado aos, 21 de Outubro de 2013
Palácio da Presidência da República, na Praia, a 15 de
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves
Outubro de 2013. – O Presidente da República, JORGE
CARLOS DE ALMEIDA FONSECA ––––––o§o––––––
CONSELHO DE MINISTROS
Referendado aos, 21 de Outubro de 2013
1 762000 000000

––––––
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves
Decreto-Legislativo nº 2/2013
–––––– de 11 de Novembro

Uma Administração Pública moderna pressupõe a


Decreto-Presidencial n.º 15/2013
existência de uma dinâmica capaz de enfrentar atempada
e eficazmente os múltiplos desafios que diariamente se
de 11 de Novembro
lhe colocam e as necessidades da comunidade que serve.
Usando da competência conferida pela alínea c) do Nesta perspectiva, depara-se com a necessidade de
artigo 136.º da Constituição, o Presidente da República introduzir alterações ao regime jurídico do trabalho na
decreta o seguinte: Administração Pública em vigor, por forma a adequá-lo
à Lei nº 42/VII/2009, de 27 de Julho, que define as bases
Artigo 1.º em que assenta o regime da Função Pública, bem como
às práticas relativas ao horário único implementado na
É dada por finda, sob proposta do Governo, a comissão Administração Pública.
de serviço do Senhor Domingos Dias Pereira Mascare- Saliente-se que, com a implementação do horário
nhas do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipo- único na Administração Pública, a título provisório e
tenciário da República de Cabo Verde junto da Santa Sé. experimental, a carga horária dos funcionários diminui
e aumentou eficácia e eficiência na satisfação das neces-
Artigo 2.º sidades colectivas, possibilitando aos funcionários maior
tempo disponível para se dedicarem à família, ao estudo e
O presente Decreto Presidencial entra imediatamente à cultura, sem serem descuradas as necessidades de uma
em vigor. Administração Pública voltada para o desenvolvimento.

Publique-se. Neste contexto, com o presente diploma adopta-se


o horário único como horário de trabalho normal na
Palácio da Presidência da República, na Praia, a 17 de Administração Pública e, por conseguinte, estatui-se a
carga horária semanal de trabalho dos funcionários em
Outubro de 2013. – O Presidente da República, JORGE
trinta e sete horas e trinta minutos e a carga diária em
CARLOS DE ALMEIDA FONSECA
sete horas e trinta minutos, com intervalo para descanso/
refeição em 30 (trinta) minutos.
Referendado aos, 21 de Outubro de 2013
Aos funcionários com deficiência, mediante a apre-
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves sentação de atestado médico ou declaração da Comissão

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1906 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013

de Verificação de Incapacidades, que comprovem ser 2. O disposto no número anterior não prejudica os
prejudicial para a saúde a prestação de trabalho nos regimes de duração semanal inferior já existentes, nem
parâmetros normais estabelecidos no diploma, é lhes os que venham a ser estabelecidos nos termos previstos
concedida uma redução da carga horária por despacho do no presente diploma.
dirigente máximo de serviço, sem prejuízo de, em diploma Artigo 4.º
especial, ser fixado um regime específico. Duração diária de trabalho
O presente diploma institui também o regime da 1. A duração diária da prestação do trabalho nos ser-
não sujeição ao horário, traduzindo-se na prestação de viços abrangidos pelo presente diploma é de 7H30 (sete
trabalho não sujeita ao cumprimento de qualquer das horas e trinta minutos).
modalidades de horário nele previstas, nem à observân-
cia do dever geral de assiduidade e de cumprimento de 2. Aos funcionários com deficiência, que comprovem por
duração semanal de trabalho para a execução de um rol atestado médico ou declaração da Comissão de Verificação
de tarefas determinadas e dentro dos prazos determina- de Incapacidades que as funções específicas exercidas
dos, embora sem a dispensa de contacto regular com o nos termos referidos no número anterior afectem a sua
serviço e a obrigatoriedade de sua presença no mesmo, saúde, pode ser concedida uma redução da carga diária,
quando tal se mostrar necessário. mediante despacho do dirigente máximo do serviço, sem
prejuízo do estipulado em diploma especial.
Estabeleceu-se ainda o controlo de assiduidade e Artigo 5.º
pontualidade através de registo automático, mecânico,
Semana de trabalho e descanso semanal
informático, biométrico ou outros a definir por Portaria
do Membro do Governo responsável pela Administração 1. A semana de trabalho é, em regra, de cinco dias.
Pública. 2. Os funcionários da Administração Pública têm di-
Foram ouvidos os sindicatos representativos. reito a um dia descanso semanal, que deve, em princípio,
coincidir com o Domingo.
Assim:
3. Pode também ser concedido pelo Governo, faculta-
Ao Abrigo da autorização concedida pela Lei n.º 36/ tivamente, um dia de descanso complementar que, em
VIII/2013, de 7 de Agosto; e princípio, deve coincidir com o sábado.
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do n.º 2 do Secção II
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artigo 204.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Regimes especiais da duração de trabalho

CAPÍTULO I Artigo 6.º


Regimes especiais
Disposições Gerais
Artigo 1.º
1. Podem ser fixados pelo Governo regimes de duração
semanal e diária inferiores aos previstos no n.º 1 do artigo
Objecto
3.º e no n.º 1 do artigo 4.º, quando a penosidade, a peri-
O presente diploma estabelece o regime jurídico da gosidade ou outra característica específica da actividade
duração e horário de trabalho na Administração Pública. exercida os justifiquem.
Artigo 2.º 2. Pode ser fixado pelo Governo regime especial de horá-
Âmbito rio de trabalho nos serviços desconcentrados do Estado, se
razões ponderosas e a necessidade dos utentes o justifiquem.
1. O presente diploma aplica-se a todos os serviços da
Administração Pública, sejam eles simples ou autónomos, 3. Podem também ser fixados por Portaria regimes de
bem como, aos serviços personalizados e os demais Insti- duração semanal e diária inferiores aos previstos no n.º
tutos Públicos do Estado e dos Municípios estabelecidos 1 do artigo 3.º e no artigo 4.º, relativamente aos funcio-
no território nacional. nários portadores de deficiência.
4. O disposto no presente artigo não prejudica os re-
2. Exceptuam-se do referido no número anterior, os ser-
gimes especiais de trabalho legalmente estabelecidos,
viços de representações diplomáticas e consulares de Cabo
designadamente, para o pessoal docente, para o pessoal
Verde, os serviços de Polícia e os das Forças Armadas, os
dos serviços de saúde, para o pessoal civil das Forças
quais se regem nesta matéria por regimes especiais.
Armadas e de Polícia.
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
Duração do Trabalho Regimes de Trabalho e condições
Secção I da sua prestação
Regime geral da duração do trabalho Secção I
Artigo 3.º Princípios gerais

Duração semanal de trabalho Artigo 7.º


Horário de Trabalho
1. A duração semanal da prestação do trabalho nos
serviços abrangidos pelo presente diploma é de 37H30 O horário de trabalho deve estabelecer as horas de início
(trinta e sete horas e trinta minutos), salvo o disposto no e termo do período normal de funcionamento de serviço,
número 2 do artigo 4.º. quando couber, o intervalo para descanso dos funcionários.

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Artigo 8.º 2. O horário de trabalho deve respeitar os limites de
Período normal de funcionamento duração semanal e diária e do período normal de fun-
cionamento.
1. O período de funcionamento semanal dos serviços da
Artigo 11.º
Administração Pública é, em regra, de 45H00 (quarenta
e cinco horas). Horário normal

2. O período normal de funcionamento diário dos ser- 1. O horário normal de trabalho deve ser cumprido de
viços referidos no número anterior é, em regra, de 9H00 forma rigorosa, respeitando as horas de entrada e saída
(nove horas), funcionando de forma ininterrupta das estabelecidas, sem prejuízo das excepções consagradas
8H00 (oito horas) até às 17H00 (dezassete horas). no presente diploma.
3. Quando o interesse público, nomeadamente, a co- 2. O horário normal de trabalho é das 8H00 (oito horas)
munidade dos utentes o justificar, pode o Governo, fun- as 17H00 (dezassete horas), prestado de forma contínua,
dadamente, fixar diferentes períodos de funcionamento devendo o seu cumprimento ser articulado com os fun-
dos serviços. cionários da seguinte forma:
Artigo 9.º a) Das 8H00 (oito horas) as 16H00 (dezasseis
Controlo da assiduidade e pontualidade horas); ou

1. Os funcionários devem comparecer regularmente ao b) Das 9H00 (nove horas) as 17H00 (dezassete horas).
serviço, às horas que lhes forem designadas e aí permane- 3. A articulação referida no número anterior é da com-
cer continuamente, não devendo dele se ausentar, salvo petência do dirigente máximo do serviço em conformidade
se para tal forem autorizados pelo superior hierárquico com o interesse e a conveniência de serviço.
competente.
4. Todos os funcionários da Administração Pública
2. Não é admitida, com carácter generalizado e de estão sujeitos ao horário normal, salvo determinação em
habitualidade, a tolerância de início de trabalho, deven- contrário da autoridade competente e mediante a autori-
do ser disciplinarmente punidos os funcionários que a zação prévia nos termos do presente diploma.
pratiquem.
5. A prestação de trabalho pelos funcionários não pode
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3. O cumprimento dos deveres de assiduidade e de ultrapassar as quatro horas consecutivas de trabalho.


pontualidade, e do período do trabalho devido deve ser
verificado e controlado, em todos os serviços abrangidos 6. Compete às Câmaras Municipais estabelecer, por
pelo presente diploma, através de sistema de registo regulamento policial, o horário normal dos respectivos
automático, mecânicos, informáticos, biométrico, ou por serviços municipais, tendo em consideração a comodidade
outros considerados apropriados por Portaria do membro dos utentes e a eficiência e eficácia do serviço público.
do Governo responsável pela Administração Pública, Artigo 12.º
numerado e autenticado, no qual os funcionários devem
Intervalo de descanso
assinar ou feito o registo, à entrada e à saída, no início
e no fim de cada período de trabalho. 1. O período normal de trabalho diário é interrompido
4. Os suportes de registo de entrada e saída e o livro por um intervalo para refeição, entre as 12H00 (doze
de ponto devem ser encerrados pelo funcionário indicado horas) e as 14H00 (catorze horas), sendo o intervalo cor-
pelo dirigente do serviço a que o registo ou livro se refere, respondente ao período de 30M (trinta minutos), salvo o
devendo ser, no caso do livro de ponto, posteriormente disposto no artigo 24.º.
entregue ao mesmo, permanecendo na sua posse até a 2. Todos os serviços devem assegurar que haja espaços,
hora de saída. designadamente, refeitórios ou cantinas, com as condi-
5. Depois de feito o registo de entrada, toda a ausência ções necessárias para que os seus funcionários possam
do funcionário é considerada como falta, sem prejuízo do efectuar as refeições.
disposto na parte final do n.º 1. 3. Os serviços devem organizar-se internamente para
Secção II alternar as saídas dos seus funcionários para o intervalo
das refeições, de forma que haja, pelo menos, um funcio-
Modalidades de horário
nário a assegurar o funcionamento contínuo e eficiente
Artigo 10.º do serviço.
Modalidades de horário de trabalho Artigo 13.º

1. Nos serviços abrangidos pelo presente diploma, Trabalho por turno


em função da natureza das suas actividades, pode ser
1. A prestação de trabalho por turnos obedece aos
estabelecida uma, ou, simultaneamente, mais do que
seguintes parâmetros:
uma das seguintes modalidades de horário de trabalho:
a) A duração do trabalho de cada turno não pode exceder
a) Horário normal;
o limite estabelecido no n.º 1 do artigo 4.º;
b) Trabalho por turnos;
b) As suspensões de trabalho destinadas a refeição
c) Horário especial. ou satisfação de necessidades fisiológicas,

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quando não superiores a globalmente 30M c) Da anuência expressa do funcionário relativamente


(trinta minutos), consideram-se incluídos no à sujeição a este regime, à realização das tarefas
período de trabalho; elencadas nos prazos determinados;
c) Os turnos são rotativos, estando o respectivo d) Indicação do termo do regime da não sujeição
pessoal sujeito a variação regular da escala; ao horário, devendo o funcionário, neste
caso, cumprir o horário de trabalho a que
d) Salvo os casos excepcionais, como tal reconhecido
inicialmente estava adstrito.
pelo dirigente de serviço e aceite pelos
interessados, a mudança de turno só pode 3. A não realização da tarefa no prazo determinado
ocorrer após o dia de descanso; implica a imediata revogação deste regime, e a não utili-
zação do mesmo pelo funcionário durante o prazo de um
e) Nos serviços de funcionamento permanente, ano a contar da revogação.
também, os funcionários não podem prestar
mais de 6 (seis) dias consecutivos de trabalho; 4. A não sujeição ao horário de trabalho não dispensa
o contacto regular do funcionário com o serviço, nem a
f) O dia de descanso semanal deve coincidir, com sua presença no local de trabalho, sempre que tal se
o Domingo, pelo menos uma vez em cada mostre necessário.
período de quatro semanas;
Artigo 16.º
g) O trabalho por turno em regime de horário
Isenção de horário de trabalho
rotativo concede o direito a um subsídio a ser
fixado pelo Governo. 1. Gozam da isenção de horário:
2. O regime de trabalho por turnos só pode ser autori- a) Os titulares de altos cargos públicos;
zado quando se justifique pela necessidade de funciona- b) O pessoal dirigente e equiparado;
mento contínuo de serviço ou de disponibilidade habitual
ou frequente regular de funcionários. c) O pessoal do quadro especial.
3. A autorização para trabalho por turnos é dada por 2. Pode, por despacho dos membros de Governo res-
Portaria dos membros de Governo responsáveis pelo ponsáveis pelo sector em que o serviço se integra, pela
sector em que o serviço se integra, pelo Emprego, pela Administração Pública e pelas Finanças, e desde que
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Administração Pública e pelas Finanças. haja disponibilidade orçamental para o efeito, ser esta-
belecida a isenção de horário de trabalho temporário ou
Artigo 14.º
permanente, total ou parcial, para os funcionários que
Horário especial exerçam funções de fiscalização, de protocolo, de apoio a
1. O horário especial só pode ser autorizado quando se reuniões de órgãos colegiais ou que exijam, permanente
justifique pelas condições particulares do trabalho em ou regularmente, a disponibilidade mais frequente que
certas actividades ou pelo interesse público, designada- a normal.
mente a comodidade dos utentes. 3. Os titulares da isenção de horário de trabalho não
2. A autorização para o estabelecimento de horário estão sujeitos aos limites máximos de duração diária ou
especial é dada por Portaria conjunta dos membros de semanal do trabalho e não têm direito a remuneração
Governo responsáveis pelo sector em que o serviço se por trabalho extraordinário ou nocturno.
integra, pela Administração Pública e pelas Finanças. 4. A isenção de horário não dispensa o funcionário ou
Secção III agente da observância do dever geral de assiduidade e
do cumprimento da duração semanal de trabalho legal-
Não sujeição a horário de trabalho e isenção de horário
mente estabelecido.
Artigo 15.º
5. A isenção de horário de trabalho confere aos titulares
Não sujeição a horário de trabalho referidos no número 2 o direito a uma retribuição adicional
1. A não sujeição a horário de trabalho traduz-se no não a estabelecer por Decreto-Regulamentar.
cumprimento de qualquer das modalidades de horário CAPÍTULO IV
previstas no artigo 10.º, nem à observância do dever geral
de assiduidade e de cumprimento da duração semanal Trabalho extraordinário, nocturno, em feriado
de trabalho. ou dia de descanso
Secção I
2. A não sujeição ao horário de trabalho depende da
prévia autorização, mediante despacho dos membros de Trabalho extraordinário
Governo responsáveis pelo sector em que o serviço se Artigo 17.º
integra e pela Administração Pública, dependendo dos
Noção e prestação trabalho extraordinário
seguintes termos:
1. Considera-se trabalho extraordinário o que, por
a) Descrição das tarefas constantes do plano de
determinação superior, for prestado fora do período de
actividades do serviço;
trabalho diário e não estiver abrangido nem pelo regime
b) Descrição dos prazos para a realização de cada da não sujeição ao horário nem pelo regime da isenção
tarefa; de horário de trabalho.

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I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013 1909

2. O trabalho extraordinário só é admitido quando as 3. Se o período de meia hora decorrer em parte do período
necessidades do serviço o exigirem, em virtude de acumu- diurno e outra parte do período nocturno, só pode ser
lação anormal de trabalho ou da urgência na realização remunerado como trabalho nocturno se houver efectiva
de tarefas determinadas. prestação de trabalho para além dessa meia hora.
3. A prestação de trabalho extraordinário é determi- 4. O funcionário não pode, em cada mês, perceber,
nada por despacho escrito e fundamentado do dirigente por trabalho extraordinário, mais do que um terço do
superior do serviço ou equiparado e é condicionada à vencimento fixado na tabela salarial para a respectiva
existência de verba disponível para a respectiva remu- categoria.
neração adicional.
Artigo 19.º
4. A prestação de trabalho extraordinário prevista no
número anterior é obrigatória para os funcionários desig- Dedução no período de trabalho
nados no despacho, salvo o disposto no número seguinte.
1. A dedução no período de trabalho prevista no número
5. O funcionário pode ser dispensado de prestar tra- 8 do artigo 17.º deve ocorrer dentro do ano civil em que o
balho extraordinário quando invoque motivo atendível, trabalho extraordinário foi prestado e pode consistir em:
designadamente o relacionado com as condições particu-
lares de deficiência de que seja portador, a gravidez avan- a) Dispensa, até ao limite de cada dia de trabalho
çada e a guarda de filhos com idade inferior a um ano. por semana;

6. O trabalho extraordinário não pode exceder 2H00 b) Acréscimo do período de férias a gozar no mesmo
(duas) horas por dia, nem determinar um período diário ano, até ao limite de 5 (cinco) dias úteis seguidos.
de trabalho superior a 10H00 (dez) horas, e nem ultrapas-
sar 120H00 (cento e vinte horas) por ano, salvo os casos 2. No caso previsto na alínea b) do número anterior,
especiais expressamente previstos em diploma próprio. o acréscimo pode ser feito nas férias do ano seguinte, se
as razões de serviço impedirem o gozo de férias no ano
7. Os serviços devem preencher e enviar ao serviço de prestação de trabalho extraordinário.
central do Sistema Nacional de Contabilidade Pública,
até ao dia cinco de cada mês, um impresso próprio de Secção II
modelo aprovado por despacho dos membros do Governo
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Trabalho nocturno, em feriado ou dia de descanso


responsáveis pelas áreas das Finanças e da Administração
Pública, com a indicação, por cada funcionário, de: Artigo 20.º

a) O número de horas de trabalho extraordinário; Trabalho nocturno


b) A fundamentação da prestação de trabalho
1. Considera-se trabalho nocturno o prestado no perí-
extraordinário;
odo que decorre entre as 22H00 (vinte e duas horas) e as
c) A remuneração correspondente ao trabalho 6H00 (seis horas) do dia seguinte.
extraordinário prestado;
2. À prestação de trabalho nocturno é aplicável, com
d) A verba orçamental de cabimentação da as necessárias adaptações, o disposto nos números 2 a
correspondente despesa; 7 do artigo 17.º.
e) A lei permissiva e o respectivo despacho determinante
3. O trabalho nocturno pode ser normal ou extraor-
da prestação de trabalho extraordinário.
dinário.
8. A prestação de trabalho extraordinário é compen-
sada conforme a opção do funcionário, mediante a co- 4. A remuneração a perceber pelo trabalho nocturno
municação por escrito ao serviço nos oito dias seguintes, obtém-se com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) so-
devendo optar pela remuneração suplementar ou por bre a remuneração do trabalho prestado por período diurno.
dedução posterior no período de trabalho. Artigo 21.º
9. Na falta da comunicação escrita do funcionário
Trabalho prestado em dia de descanso semanal
prevista no número anterior, presume-se que optou pela ou em dia feriado
remuneração suplementar.
Artigo 18.º 1. À prestação de trabalho em dia de descanso sema-
nal ou em dia feriado é aplicável, com as necessárias
Remuneração suplementar por trabalho extraordinário
adaptações, o disposto nos números 2 a 7 do artigo 17.º.
1. O trabalho extraordinário é remunerado com um
acréscimo sobre a remuneração normal, nos termos 2. Não é aplicável o disposto no número 3 do artigo
fixados por Decreto-Regulamentar, salvo o disposto nos 17.º à prestação de trabalho em dia de feriado, nos orga-
números seguintes. nismos que, por virtude da actividade exercida, laborem
normalmente nesse dia.
2. Na remuneração por trabalho extraordinário apenas
são considerados, em cada dia, o período mínimo de meia 3. O trabalho prestado em dia de descanso semanal ou
hora, se o tempo total diário de trabalho extraordinário em feriado confere o direito a uma retribuição suplementar
tiver ultrapassado este limite. a estabelecer por Decreto-Regulamentar.

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1910 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013


Secção III Decreto-Lei n.º 43/2013
Cumulação de acréscimo e responsabilização
de 11 de Novembro
Artigo 22.º
Passados mais de quinze anos da data da aprovação
Cumulação de acréscimo
do Decreto-Lei n.º 29/95, de 5 de Junho, a experiência
Os acréscimos de retribuição estabelecidos no presente da utilização das salas VIP em Cabo Verde, as evo-
diploma por trabalho extraordinário, trabalho nocturno, luções mais recentes no direito comparado relativo a
em dia de descanso semanal ou feriado cumulam-se esta matéria, o interesse nacional de fazer da situação
quando os respectivos pressupostos se verifiquem simul- estratégica de Cabo Verde uma vantagem competitiva,
taneamente numa mesma situação. os avanços do país a nível da construção e melhoria das
Artigo 23.º infraestruturas aeroportuárias, aconselham a que se
Responsabilização proceda à uma actualização significativa dos preceitos
nele contidos por forma a adequá-lo às exigências da
1. O pessoal dirigente deve limitar ao estritamente diplomacia moderna e às melhores práticas, tendo em
necessário a prestação de trabalho nas modalidades vista a utilização racional dos recursos e, em particular,
previstas no presente capítulo. a sustentabilidade da organização e dos serviços e, bem
2. O pessoal dirigente é responsável pela reposição de assim, aperfeiçoar as normas que disciplinam o acesso
quaisquer abonos recebidos indevidamente pelos fun- e o direito de utilização das salas VIP dos aeroportos do
cionários, por virtude da prestação de trabalho que por país, adiante designadas salas VIP.
má-fé ou negligência grosseira tenha determinado em
Por outro lado, o desenvolvimento do país tem sido
qualquer das modalidades previstas no presente capítulo.
notório ao nível da construção e melhoria das infra-
CAPÍTULO V estruturas aeroportuárias, com particular destaque para
Disposições finais e transitórias a construção de mais dois aeroportos internacionais, em
São Vicente e na Boavista, e na expansão do aeroporto
Artigo 24.º
da Praia, ficando deste modo o país servido com quatro
Norma transitória aeroportos de cariz internacional.
1. Os serviços dispõem de um prazo de 1 (um) ano para Em consequência, o acesso e uso das salas VIP passa-
1 762000 000000

assegurar as condições previstas no número 2 do artigo ram a fazer parte da gestão aeroportuária, pelo que urge,
12.º, permitindo a boa execução do presente diploma. neste contexto, alterar o disposto no Decreto-Lei n.º 29/95,
2. Enquanto os serviços não se dotarem de espaços de 5 de Junho, estabelecendo normas que disciplinem o
condignos, refeitórios ou cantinas em conformidade com o acesso e o direito de utilização das salas VIP dos aero-
estabelecido no número anterior, os funcionários dispõem portos do país, visando uma política de sustentabilidade
de período equivalente a 45M (quarenta e cinco minutos) e de organização dos serviços a ser prestados.
para as refeições, sem que aos funcionários possam ser
Assim:
imputadas quaisquer responsabilidades por disporem do
referido período de intervalo No uso da faculdade conferida pela alínea a) do n.º 2 do
Artigo 25.º artigo 204.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Revogação CAPÍTULO I
São revogados a Lei n.º 44/V/98, de 9 de Março, o Disposições gerais
Decreto-Lei n.º 70/97, de 10 de Novembro, a Resolução
Artigo 1.º
n.º 56/97, de 22 de Dezembro e a Portaria n.º 4/2000, de
6 de Março, bem como as disposições que se mostrarem Objecto
contrárias ao presente diploma. O presente diploma regula a utilização das salas VIP
Artigo 26.º dos aeroportos do país.
Entrada em vigor Artigo 2.º

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao Âmbito de aplicação


da sua publicação. O presente diploma aplica-se às entidades nele referidas
Aprovado em Conselho de Ministros do dia 12 com direito à utilização ou acesso às salas VIP.
de Setembro de 2013.
CAPÍTULO II
José Maria Pereira Neves - Maria Cristina Lopes Almeida
Direito à utilização e acesso
Fontes Lima - Cristina Isabel Lopes da Silva Monteiro
Duarte - Emanuel Antero Garcia da Veiga - Janira Isabel Artigo 3.º
Fonseca Hopffer Almada Direito à utilização das Salas VIP
Promulgado em 6 de Novembro de 2013 1. Têm direito à utilização das Salas VIP dos aero-
Publique-se. portos do país, em qualquer circunstância, as seguintes
entidades nacionais:
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE AL-
MEIDA FONSECA a) O Presidente da República;

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I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013 1911

b) O Presidente da Assembleia Nacional; u) Chefe de Estado-Maior ou Comandante de Ramo


das Forças Armadas;
c) O Primeiro-Ministro;
v) Presidente do Tribunal da Relação;
d) O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça;
e) O Presidente do Tribunal Constitucional; w) Vice-Procurador-Geral da República;

f) Os demais membros do Governo; x) Procurador-Geral Adjunto; e

g) Provedor da Justiça; y) Procurador da República de Círculo.

h) Presidente do Conselho Superior da Magistratura 4. As entidades referidas no n.º 1, nas alíneas a) a


Judicial; e e) do n.º 2 e nas alíneas d), m) e p) do n.º 3 têm direito
à utilização das Salas VIP mesmo após a cessação das
i) Procurador-Geral da República. suas funções.
2. Têm ainda direito à utilização das Salas VIP dos Artigo 4.º
aeroportos do país as seguintes entidades estrangeiras:
Normas de precedência
a) Chefe de Estado ou entidade equiparada;
O elenco estabelecido no artigo anterior não prejudica
b) Presidente do Parlamento ou entidade equiparada; o disposto na lei que regula a hierarquia e o relaciona-
c) Primeiro-Ministro ou entidade equiparada; mento protocolar.
Artigo 5.º
d) Presidente do Supremo Tribunal de Justiça;
Outras Individualidades com direito à utilização das Salas VIP
e) Presidente do Tribunal Constitucional; e
1. Têm igualmente direito à utilização das salas VIP:
f) Demais membros do Governo ou entidade de
categoria equiparada. a) Os cônjuges e filhos menores quando
3. Têm também direito à utilização das Salas VIP dos acompanhem as entidades referidas nos n.ºs
aeroportos do país as seguintes entidades nacionais e 1 e 2 do artigo 3.º;
estrangeiras: b) Os elementos que integram as delegações das
1 762000 000000

a) Presidente de Tribunal de Contas; entidades referidas nos n.ºs 1 e 2 do artigo 3.º,


em deslocação no país ou para o exterior; e
b) Deputado à Assembleia Nacional;
c) Entidades nacionais ou estrangeiras de
c) Vice-Presidente da Assembleia Nacional; reconhecido mérito a quem for atribuído esse
d) Chefe de Estado-Maior General das Forças direito, por despacho do Ministro responsável
Armadas; pelas relações exteriores.

e) Presidente ou Secretário-Geral dos partidos 2. As entidades referidas no n.º 3 do artigo 3.º podem
políticos com assento parlamentar; fazer-se acompanhar por mais 2 elementos.

f) Chefe da Casa Civil do Presidente da República; Artigo 6.º

Acesso às salas VIP


g) Conselheiro de Segurança Nacional do Governo;
h) Governador de Banco Central; Têm acesso às salas VIP, no exercício das suas funções,
desde que devidamente credenciados pelo Protocolo de
i) Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça; Estado e previamente autorizados:
j) Juiz Conselheiro do Tribunal Constitucional; a) Os funcionários do Protocolo de Estado;
k) Restantes membros do Conselho Superior da b) Os colaboradores do Protocolo de Estado;
Magistratura Judicial;
c) Os profissionais dos órgãos de comunicação
l) Restantes membros de Conselho da República; social;
m) Vice-Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas;
d) As pessoas oficialmente convidadas para a
n) Presidente de Câmara Municipal nacional; recepção ou despedida do passageiro VIP; e
o) Dirigente máximo de confissão religiosa e) Outras entidades contempladas em legislação
legalmente reconhecida; especial.
p) Chefe de Missão Diplomática; Artigo 7.º

q) Director Nacional; Condições de acesso

r) Embaixador e Ministro Plenipotenciário; 1. O acesso às salas VIP só é atendido mediante so-


licitações dirigidas a Direcção Nacional do Protocolo de
s) Chefe de Missão Consular; Estado (DNPE), até 24 (vinte quatro) horas antes do início
t) Cônsul Honorário de Cabo Verde; da viagem, salvo situações de urgência.

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1912 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013

2. Excepcionalmente, pode-se dar provimento aos iii. Enviados especiais.


pedidos provenientes dos Gabinetes dos representantes
c) O acesso dos órgãos de comunicação social às
máximos dos Órgãos de Soberania dirigidos directamente
Salas VIP, nos termos da alínea c) do artigo
à Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea,
6.º; e
SA (ASA), sem prejuízo de comunicação à DNPE.
d) A fiscalização e avaliação em parceria com a
3. Salvo o disposto no número anterior, o acesso à Sala
ASA, do funcionamento das salas VIP e do
VIP só deve ser permitido às entidades ou pessoas cujos
serviço nelas prestado.
nomes forem previamente fornecidos à ASA pela DNPE.
Artigo 10.º
4. O acesso à Sala VIP pressupõe o uso de indumen-
Competência do Ministério responsável pelas Infra-
tária apropriada, bem como apresentação de documento estruturas
pessoal de identificação.
Compete ao Ministério responsável pelas infra-estru-
Artigo 8.º
turas, através da ASA, assegurar:
Normas de segurança
a) A gestão e manutenção das salas VIP, em
1. As entidades com direito à utilização e/ou acesso às articulação com a DNPE;
salas VIP estão sujeitas às normas de segurança que são
garantidas pela Polícia Nacional (PN), em obediências às b) A assistência às entidades com direito à
instruções emitidas pelos regulamentos da Agencia da utilização das salas VIP; e
Aviação civil e da ASA, enquanto autoridade aeroportu- c) Os serviços comerciais e afins.
ária e entidade gestora das Salas VIP.
CAPÍTULO IV
2. Os serviços de fronteira e vigilância permanente das
salas VIP e dos seus utentes são assegurados pela PN em Taxa
estreita colaboração com a DNPE e a ASA. Artigo 11.º

3. Não é permitida a recepção e despedida na placa às Taxa de utilização


entidades referidas no n.º 3 do artigo 3.º, sem prejuízo 1. A utilização das Salas VIP pelas entidades constan-
de reciprocidade. tes no n.º 3 do artigo 3.º está sujeita a autorização prévia
1 762000 000000

4. Não é ainda permitida a entrada de animais e plan- da DNPE e depende do pagamento antecipado, podendo
tas nas salas VIP. ser em prestação, de uma taxa de utilização, nos termos a
fixar por Portaria dos membros do Governo responsáveis
5. O acesso de viaturas ao recinto VIP é autorizado pelas áreas das Finanças, das Relações Exteriores e das
mediante fornecimento pelo Protocolo de Estado à ASA Infra-estruturas.
das seguintes informações:
2. As entidades mencionadas nas alíneas f) a i) do
a) Número da chapa de matrícula da viatura a n.º 1 e nas alíneas d), m) e p) do n.º 3 do artigo 3.º que,
transportar a entidade a quem se autorizou após a cessação das suas funções, utilizarem as Salas
o acesso à sala; e VIP, pagam igualmente a taxa nos termos referidos no
b) Identificação do condutor da referida viatura. número anterior.
Artigo 12.º
CAPÍTULO III
Fundamentação económico-financeira
Competências
Artigo 9.º
A fixação dos valores da taxa a que se refere o artigo
anterior assenta na estimativa dos custos específicos
Competência do Ministério responsável pelas Relações decorrentes da utilização das Salas VIP, acolhimento,
Exteriores
embarque e assistência personalizada às entidades com
Compete ao Ministério responsável pelas relações direito à sua utilização, acesso aos serviços oferecidos,
exteriores, através da DNPE, garantir a observância bem como a sua gestão e manutenção.
das regras protocolares nos aeroportos, tomando todas Artigo 13.º
as medidas e providências que para tanto se mostrarem
Incidência objectiva
necessárias, assegurando, nomeadamente:
A taxa estabelecida pelo presente diploma incide sobre
a) O direito à utilização das salas VIP às entidades
as utilidades decorrentes da utilização das Salas VIP,
referidas no artigo 3.º;
que consistem em:
b) O acolhimento, embarque e assistência
a) Proporcionar aos utentes acolhimento, embarque
personalizada, à chegada e à partida, das
e assistência personalizada;
seguintes entidades:
b) Assegurar aos utentes os serviços disponíveis;
i. As referidas no n.º 1 do artigo 3.º, bem como os
seus homólogos estrangeiros; c) Garantir a gestão e a manutenção das Salas VIP;
e
ii. Embaixadores que pela primeira vez se
deslocam ao país para apresentarem as suas d) Garantir a segurança e vigilância permanente
Cartas Credenciais e no termo da sua missão; e das Salas VIP.

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Artigo 14.º Decreto-Lei n.º 44/2013
Incidência subjectiva de 11 de Novembro

1. O sujeito activo gerador da obrigação de pagamento Nos últimos anos, o Governo tem implementado um con-
da taxa a cobrar no âmbito da utilização das Salas VIP junto de programas para a modernização tecnológica que
é a ASA. tem como objetivo primordial facilitar a vida dos cidadãos, a
actividade das empresas, bem como aumentar a disponibi-
2. Os sujeitos passivos da obrigação de pagamento da lidade e melhorar a qualidade dos serviços públicos.
taxa a cobrar no âmbito da utilização das Salas VIP são
os serviços das entidades referidas no n.º 3 do artigo 3.º O Governo de Cabo Verde tem igualmente desenvolvido
ou essas próprias entidades quando não estão em missão um conjunto de iniciativas públicas para a promoção das
de serviço, e as entidades referidas no n.º 2 do artigo 11.º. tecnologias de informação e comunicação e a introdução
de novos processos de relacionamentos em sociedade,
Artigo 15.º nomeadamente a relação entre os cidadãos e o Estado,
Cobrança e destino da taxa com vista ao fortelecimento da sociedade de informação
e da governação electrónica (e-gov), que têm como base
1. Compete à ASA assegurar a cobrança da taxa pre- a certificação digital. Neste âmbito, foi fundamental a
vista no presente diploma. aprovação do Decreto-lei n.º 33/2007, de 24 de Setem-
bro, que regula o uso da assinatura electrónica, sua
2. O produto da taxa a ser cobrada constitui receita
eficácia jurídica, a actividade de certificação, bem como
da ASA e destina-se a suportar os custos decorrentes da
a contratação electrónica, que veio a clarificar o regime
utilização das Salas VIP, dos serviços ali oferecidos, bem
aplicável às assinaturas electrónicas de pessoas colecti-
como garantir a sua gestão e manutenção.
vas e conferiu valor probatório as assinaturas digitais.
Artigo 16.º
A actividade de certificação digital está sujeita a con-
Actualização stantes evoluções tecnológicas que impõem a revisão e
adaptação do regime jurídico anteriormente aprovado, a
Os valores da taxa prevista no artigo 11.º podem ser fim de garantir maior segurança na utilização de novas
actualizados, em função da reavaliação dos custos decor- tecnologias de informação e comunicação nos sectores
rentes da utilização das Salas VIP, mediante portaria públicos e privados.
1 762000 000000

dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das


Finanças, das Relações Exteriores e das Infra-estruturas. Cabo Verde não pode ficar alheio a tais evoluções, por
isso, as alterações ao Decreto-Lei n.º 33/2007, de 24 de
Artigo 17.º
Setembro, vão ao encontro das iniciativas antes mencio-
Legislação subsidiária nadas e das evoluções tecnológicas verificadas em Cabo
Verde, tendo em consideração a necessidade de garantir
Para todas as matérias não especialmente reguladas uma melhor protecção jurídica de utilização da certificação
no presente diploma é aplicável o regime jurídico das digital no país.
taxas, aprovado pela Lei n.º 21/VII/2008, de 14 de Janeiro.
As alterações ora introduzidas traduzem-se: i) na
CAPÍTULO V permissão de emissão de certificados numa instalação
técnica sediada no estrangeiro, por uma entidade de cer-
Disposições finais tificação nacional, através de um prestador de serviço de
Artigo 18.º certificação estrangeiro; e ii) no aumento do prazo de 30
para 60 dias para permitir às Entidades de Certificação
Norma revogatória
suprir as deficiências resultantes de solicitação de creden-
É revogado o Decreto-Lei n.º 29/95, de 5 de Junho. ciação, nos casos em que o pedido estiver deficientemente
instruído, possibilitando, assim, as devidas correcções,
Artigo 19.º que podem resultar da necessidade de adaptação da
Entrada em vigor documentação enviada às normas internacionais e/ou
da importação de material tecnológico que, devido ao
O presente diploma entra em vigor no prazo de 30 dias tempo de importação, carece de um tempo maior para a
a contar da data da sua publicação. realização das devidas correcções.
Aprovado em Conselho de Ministros de 19 de Assim:
Setembro de 2013.
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do n.º 2 do
José Maria Pereira Neves - Cristina Isabel Lopes da artigo 204.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Silva Monteiro Duarte - Jorge Alberto da Silva Borges - Artigo 1.º
Sara Maria Duarte Lopes Alteração ao Decreto-Lei n.º 33/2007, de 24 de Setembro
Promulgado em 6 de Novembro de 2013 É alterado o artigo 52.º do Decreto-Lei n.º 33/2007, de 24
de Setembro, que regula o uso da assinatura electrónica,
Publique-se.
o reconhecimento da sua eficácia jurídica, a actividade de
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE AL- certificacão, bem como a contratação electrónica, que passa
MEIDA FONSECA a ter a seguinte redacção:

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1914 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013


“Artigo 52.º Decreto-Lei n.º 45/2013
Recusa de credenciação de 11 de Novembro

1. […]. A institucionalização da edição electrónica do Boletim


Oficial pela Lei n.º 87/VII/2011, de 10 de Janeiro, e a
2. Se o pedido estiver deficientemente instruído, a sua implementação pelo Decreto-Lei n.º 6/2011, de 31
Autoridade Credenciadora, antes de recusar a creden- de Janeiro, além de ter sido uma medida de alcance
tecnológico que se adoptou face aos avanços irreversíveis
ciação, notifica o requerente, dando-lhe um prazo de 60 das novas tecnologias de informação e telecomunicação,
dias para suprir a deficiência, podendo o referido prazo é a consciência de uma maior difusão e acessibilidade à
ser prorrogado por mais 30 dias em casos específicos, publicação dos actos normativos.
devidamente comprovados.
Volvido algum tempo, e compulsando os dados inerentes
Artigo 2.º aos procedimentos conducentes à edição electrónica do
Boletim Oficial, estes apontam para a actualização do
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 33/2007, de 24 de Setembro regime de pagamento pela publicação de actos.
É aditado o n.º 4 ao artigo 72.º do Decreto-Lei n.º Fica salvaguardado o princípio da obrigatoriedade da
33/2007, de 24 de Setembro, com a seguinte redacção. publicação dos actos enumerados no n.º 1 do artigo 269.º
da Constituição, aplicando-se-lhes o regime da gratuidade.
“Artigo 72.º
Por outro lado, ficam sujeitos ao regime de pagamento
Certificados emitidos no exterior pela entidade que os remeta para publicação todos os
outros actos não referidos no n.º 1 do artigo 269.º da
1. […]. Constituição, independentemente da entidade emitente,
quer sejam emanados da administração central directa
2. […]. ou indirecta, quer sejam da administração autónoma.

3. […]. Assim:
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do n.º 2 do
4. São admitidos excepcionalmente, certificados emiti- artigo 204º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
dos no exterior por entidades certificadoras devidamente
Artigo 1.º
credenciados pela Autoridade Credenciadora, para efeito
exclusivo de passaporte electrónico, Título de Residência Alteração do Decreto-Lei n.º 6/2011, de 31 de Janeiro
1 762000 000000

(TRE) e Cartão Nacional de Identidade (CNI). É alterado o artigo 35.º do Decreto-Lei n.º 6/2011, de 31
Artigo 3.º
de Janeiro, que regula a organização do Boletim Oficial,
que passa a ter a seguinte redacção:
Revogação
“Artigo 35.º

É revogado o n.º 4 do artigo 51.º do Decreto-Lei n.º 33/2007, Gratuitidade e pagamento pela publicação de actos
de 24 de Setembro, que passa a ter a seguinte redacção: 1. São publicados gratuitamente no Boletim Oficial
“Artigo 51.º todos os actos previstos no n.º 1 do artigo 269.º da Con-
stituição da República.
Decisão
2. Estão sujeitos a pagamento pela entidade que os
1. […] remeta para publicação todos os actos não referidos no
número anterior, independentemente da entidade emitente.
2. […] 3. O pagamento a que se refere o número anterior é
regulado pela tabela aprovada pelo Conselho de Admin-
3. […] istração da INCV e submetida a homologação do membro
do Governo responsável pela edição do Boletim Oficial.
4. Revogado.
4. A INCV deve estabelecer condições de pagamento
5. […]”. dos actos e disponibilizar meios de pagamento em tempo
real, por via electrónica ou por via presencial, de modo a
Artigo 4.º tornar mais célere o procedimento de pagamento.”
Entrada em vigor Artigo 2.º

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao Entrada em vigor


da sua publicação O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao
da sua publicação.
Aprovado em Conselho de Ministros de 26 de
Setembro de 2013. Aprovado em Conselho de Ministros de 31 de
Outubro de 2013.
José Maria Pereira Neves - Sara Maria Duarte Lopes José Maria Pereira Neves - Cristina Isabel Lopes da
Silva Monteiro Duarte - Jorge Homero Tolentino Araújo
Promulgado em 7 de Novembro de 2013
Promulgado em 8 de Novembro de 2013
Publique-se
Publique-se.
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE AL- O Presidente da República, JORGE CARLOS DE AL-
MEIDA FONSECA MEIDA FONSECA

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I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013 1915

Resolução n.º 113/2013 MINISTÉRIO


DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA
de 11 de Novembro
––––––
Com o intuito de fomentar e dar continuidade ao desen-
volvimento do nível pedagógico, científico, tecnológico e Gabinete da Ministra
cultural dos estabelecimentos de ensino superior publico.
Portaria nº 52/2013
O Governo, de forma a levar avante à prossecução
de uma das atribuições fundamentais do Ministério do de 11 de Novembro
Ensino Superior, Ciência e Inovação, que é o de melho-
rar a qualidade, o rendimento e a funcionalidade das Cabo Verde é um país que sustenta relações diplomá-
instituições educativas do ensino superior, pretende que ticas com diversos países e parceiros internacionais, o
a Uni-CV crie uma Escola Superior, orientada para os que nos últimos anos tem-se traduzido na abertura de
assuntos do Mar. Embaixadas, Consulados e sede de organismos inter-
nacionais no território nacional, e consequentemente
A referida escola será uma Unidade Orgânica da Uni- num aumento proporcional do corpo diplomático e dos
CV, com competência para a realização de acções no do- funcionários de missão.
mínio de ensino, investigação e extensão, orientadas para
o desenvolvimento dos estudos marinhos e marítimos, Assim, paralelamente o aumento do corpo diplomático
fazendo interface operatória com serviços, instituições, e dos funcionários de missão tem-se assistido a um au-
mento de veículos automóveis conduzidos pelos visados.
institutos e empresas que laboram nos referidos domí-
nios, sendo também uma unidade promotora de inovação
Considerando que desde 1997 não foram objecto de
e empreendedorismo de base científica e tecnológica tendo
actualização as chapas de matrículas pertencentes aos
o mar como objecto.
membros do corpo diplomático e corpo consular acredi-
tados no país;
Assim:
Considerando que o diagnóstico efectuado mostra que
1 762000 000000

Ao abrigo das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 22.º do


há constrangimentos enfrentados e que o contexto actu-
Decreto-Lei n.º 20/2012, de 19 de Julho, que aprova o
al carece de reajustes na identificação e atribuição das
Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior; e
chapas de matrículas.
Nos termos do n.º 2 do artigo 265.º da Constituição, o Assim, a presente alteração visa, instituir uma nova
Governo aprova a seguinte Resolução: categoria de chapas de matrículas atribuídas aos fun-
cionários de missão, convindo permitir uma abrangente
Artigo 1.º
e mais completa identificação dos veículos membros das
missões diplomáticas no país.
Autorização

Por último, antevendo a necessidade de dotar a


É autorizada a Universidade de Cabo Verde a criar
Direcção-Geral de Viação e o Ministério das Relações
uma unidade orgânica com a denominação de Escola
Exteriores de meios comuns de identificação das chapas
do Mar.
de matrículas atribuídas, altera-se o artigo 47º do Regu-
lamento do Código da Estrada, aprovado pela Portaria
Artigo 2.º
nº 40/97 de 3 de Julho.
Objectivo
Foi ouvida a Direcção-Geral do Protocolo do Estado.
O disposto no artigo anterior tem como finalidade pro- Assim:
mover o ensino superior de base científica e tecnológica,
orientado para o mar. No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo
205º e pelo nº 3 do artigo 264º da Constituição da República;
Artigo 3.º
Manda o Governo pela Ministra da Administração
Entrada em vigor Interna, o seguinte:

A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte Artigo 1º


ao da sua publicação.
Alteração
Vista e aprovada em Conselho de Ministros de
21 de Fevereiro de 2013. É alterado o artigo 47º do Regulamento do Código da
Estrada, aprovado pela Portaria nº 40/97, de 3 de Julho,
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves que passa a ter a seguinte redacção:

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1916 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013


Artigo 47º Artigo 1º

[…] Ratificação

5. As chapas de matrículas dos veículos automóveis É ratificado o Plano Director Municipal (PDM) da Brava
pertencentes aos membros do corpo diplomático e corpo cujo Regulamento, planta de ordenamento e planta de
consular acreditados no país têm o fundo branco e letras, condicionantes são publicados em anexo à presente Por-
algarismos e traços a vermelho, e o primeiro grupo de taria, dela fazendo parte integrante.
letras é CD ou CMD, CC e FM, respectivamente. Artigo 2º
Entrada em vigor
6. […]
Artigo 2º
A presente Portaria entra em vigor na data da sua
publicação.
Entrada em vigor
Gabinete do Ministro do Ambiente, Habitação e Or-
A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao denamento do Território, na cidade da Praia, aos 9 de
da sua publicação. Outubro de 2013. – O Ministro, Emanuel Antero Garcia
da Veiga
Gabinete da Ministra da Administração Interna, aos
31 de Outubro de 2013. – A Ministra, Marisa Helena do REGULAMENTO DO PLANO DIRECTOR
Nascimento Morais MUNICIPAL DA BRAVA
CAPÍTULO I
––––––o§o––––––
Disposições Gerais
MINISTÉRIO DO AMBIENTE, HABITAÇÃO Artigo 1º.
E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO Objectivo

–––––– 1. O Plano Director Municipal da Brava, adiante de-


signado por PDM-BR, é um documento enquadrado pelos
Gabinete do Ministro seguintes instrumentos legais:
1 762000 000000

Portaria n.º 53/2013 a) Lei de Base do Ordenamento de Território


e Planeamento Urbanístico (Decreto-
de 11 de Novembro
Legislativo 1/2006, de 13 de Fevereiro), na
O Município da Brava, através dos seus órgãos compe- alterado pelo Decreto-Legislativo 6/2010,de
tentes, aprovou no dia 31 de Maio de 2012, na Assembleia 21 de Junho, e
Municipal, o seu PDM e submeteu a este Ministério para b) Regulamento Nacional do Ordenamento de
efeitos de Ratificação. Território e Planeamento Urbanístico
O PDM da Brava, enquanto instrumento de ordena- (Decreto-Lei nº 43/2010, de 27 de Setembro).
mento que rege a organização espacial do território muni- 2. O PDM-BR constitui o instrumento de planeamento
cipal, é o plano urbanístico de grau hierárquico superior, que rege a organização espacial da totalidade do território
de natureza regulamentar, objecto de uma profunda e sob jurisdição municipal, e tem por objectivo o ordena-
detalhada análise técnica multidisciplinar que constatou mento e desenvolvimento da totalidade do município de
a sua conformidade em termos de conteúdo material e acordo com os princípios específicos e fins determinados
documental, a sua compatibilidade com outros instru- nas Bases do Ordenamento do Território e Planeamento
mentos de gestão territorial em curso de elaboração, e Urbanístico.
com os já aprovados, mostrando-se igualmente cumpridas
todas as formalidades e disposições legais aplicáveis. 3. O Regulamento do PDM-BR, adiante designado
por Regulamento, estabelece as principais regras a que
Assim, devem obedecer a ocupação, uso e transformação do ter-
ritório municipal, e define o regime geral de ocupacão do
Vistos os pareceres emitidos pelas entidades públicas solo pela construção e as normas de gestão urbanística a
implicadas e competentes em razão da matéria; utilizar na implementação do PDM.
Ao abrigo das competências que são conferidas pelo nº Artigo 2º
6 da Base XVII, conjugada com a Base XIII, todas da Lei Âmbito territorial
de Bases do Ordenamento do Território e Planeamento
Urbanístico, aprovada pelo Decreto-Legislativo nº 1/2006, O Regulamento é aplicável na totalidade do território
de 13 de Fevereiro, alterado pelo Decreto-Legislativo nº municipal, sem prejuízo do estabelecido na legislação
6/2010, de 21 de Junho. geral ou especial em vigor.
Artigo 3º
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo
205º e pelo nº3 do art.264º da Constituição da República; Composição do Plano

1. Fazem parte integrante do PDM-BR:


Manda o Governo de Cabo Verde, pelo Ministro do Am-
biente, Habitação e Ordenamento do Território, o seguinte: a) Relatório e programa de execução e financiamento;

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I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013 1917

b) Regulamento; Artigo 7º

Hierarquia
c) Planta de enquadramento;
O PDM-BR é o instrumento orientador dos planos ur-
d) Planta de condicionantes especiais;
banísticos de nível inferior que vierem a ser elaborados,
e) Planta de ordenamento; os quais devem conformar-se com as suas disposições.
Artigo 8º
f) Esquema de desenvolvimento;
Aplicação supletiva
g) Plantas informativas:
Na ausência de outros planos urbanísticos, as disposições
i. Elementos hidrológicos; do PDM-BR têm aplicação directa.
ii. Espaços naturais protegidos; Artigo 9º

Definições
iii. Equipamentos;
Para efeitos do Regulamento deste PDM, são adoptadas
iv. Património; e as seguintes definições:
v. Unidades ambientais homogéneas. a) Cave: zonas não habitáveis, afectas a fogos ou
a actividades económicas abaixo da cota de soleira;
2. Para a definição dos condicionamentos da edificabi-
lidade sempre serão considerados cumulativamente os b) Condicionantes: restrições de uso do solo, que
referentes à planta de ordenamento e à planta de con- se sobrepõem às categorias de espaços,
dicionantes especiais, prevalecendo os mais restritivos. considerando os constrangimentos resultantes
Artigo 4º
dos aspectos de segurança e de interesse público;

Vinculação c) Densidade bruta máxima de habitações: número


máximo de habitações que se possam edificar
As disposições do Regulamento são obrigatórias em todas na totalidade da superfície de uma área,
as iniciativas públicas, privadas, cooperativas ou mistas. incluindo no conjunto da superfície as ruas,
1 762000 000000

zonas verdes, equipamentos ou outros espaços


Artigo 5º
públicos não classificados em si mesmos como
Prazo de vigência área específica por este PDM;

1. O PDM-BR tem um período de vigência de 12 (doze) d) Índice de implantação máximo: quociente máximo
anos a contar a partir da data de entrada em vigor, po- possível, expressado em percentagem, entre a
dendo ser revistos dentro deste período, sem prejuízo da área de implantação e a área da parcela ou
sua validade e eficácia. do lote;

2. O PDM-BR pode ser revisto antes do prazo previsto e) Lote: terreno marginado por arruamento, destinado
no número 1 deste artigo, desde que: a construção, resultante de uma operação de
loteamento devidamente licenciada;
a) Decorridos 8 (oito) anos de vigência, o solo
ocupado por novas construções represente f) Parcela: terreno correspondente a um ou mais
mais de 66% do solo previsto no PDM para objectos cadastrados, que não tenha resultado
ocupação; de uma operação de loteamento;
g) Pisos: valor numérico resultante do somatório
b) Decorridos 8 (oito) anos de vigência, o solo
de todos os pavimentos acima do solo, com
ocupado por novas construções não ultrapasse
exclusão de garagens em cave e áreas técnicas;
33% do solo previsto no PDM para ocupação;
h) Reservas para dotações: superfícies de solo
c) O determinem as perspectivas de desenvolvimento
classificado como que devem ser reservadas
económico e social do município;
para garantir a colocação de dotações de
d) Torne-se necessária a sua adaptação a outros carácter comunitário público e expressam-se
instrumentos de gestão; ou em módulos e percentagens, podendo dar lugar
a expropriações, cessões ou transferências
e) Entrem em vigor leis ou regulamentos que de aproveitamentos urbanísticos, mediante
colidam com as respectivas disposições ou acordos de diferente índole entre a
que estabeleçam servidões administrativas administração pública competente em
ou restrições por utilidade pública. matéria urbanística e os proprietários do solo
objecto da reserva;
Artigo 6º

Complementaridade
i) Servidão: Constitui um encargo ou ónus imposto
sobre a propriedade e limitadora do direito de
O presente Regulamento complementa e desenvolve a propriedade, sendo ela administrativa, quando
legislação aplicável no território do município. imposta por razões de interesse público.

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1918 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013

CAPÍTULO II consubstanciado na estabilidade do solo e na


geomorfologia do lugar, independentemente
Servidões e restrições de utilidade pública
de estar ou não classificada legalmente
Artigo 10º como tal, mas que pelas condições que o
Objectivo e domínios de intervenção lugar apresenta e pelo seu uso, pode ter uma
consequência legal, e devido a estas condições,
1. Os condicionantes especiais definem as restrições há incompatibilidade de uso, tais como:
de uso do solo considerando os seus constrangimentos,
resultantes dos aspectos de segurança e de interesse i) Zonas de duvidosa segurança geotécnica:
público, conforme a tabela das condicionantes especiais áreas de risco em que é notória a instabilidade
no quadro I, em anexo ao presente Regulamento do qual do solo, ao nível da morfologia do terreno e da
faz parte integrante. sua constituição;

2. As restrições se sobrepõem às categorias de espaços. ii) As zonas de risco de enxurradas por


deslizamento de vertentes são as vertentes
3. As servidões e restrições de utilidade pública ao cobertas de depósitos móveis que são
uso dos solos, delimitadas na planta de condicionantes facilmente arrastados durante as chuvas
especiais, regem-se pelo disposto no presente capítulo e fortes, estando sujeitas a deslizamentos
demais legislação aplicável, tendo como objectivo: frequentes devido à sua elevada instabilidade;
a) A preservação do ambiente e do equilíbrio iii) As cornijas de queda de blocos não são muito
ecológico; frequentes mas podem ser catastróficos se
b) A preservação das áreas de maior aptidão caírem grandes blocos;
agrícola e com maiores potencialidades para iv) Zonas de declive: correspondem as áreas que,
a produção de bens agrícolas; devido às características do solo e subsolo, aos
declives e dimensão das vertentes e de outros
c) A preservação dos cursos de água e linhas de
factores susceptíveis de serem alterados tais
drenagem natural;
como a cobertura vegetal e práticas culturais,
d) A definição de zonas de defesa e protecção estão sujeitas à perda de solo por deslizamentos;
inerentes à exploração racionalde recursos
1 762000 000000

v) Cabeceiras das linhas de água: são áreas


naturais;
côncavas situadas na zona amontante das
e) A defesa e protecção do património cultural e bacias hidrográficas, tendo por função a
ambiental; captação das águas pluviais, onde se pretende
promover a máxima infiltração das águas
f) A definição de áreas de protecção e de espaços
pluviais e reduzir o escoamento superficial e,
canais destinados àexecução, funcionamento e
consequentemente, a erosão.
ampliação de infra-estruturas e equipamentos;
vi) Zonas sujeitas a inundações: zonas de risco em
g) A definição de áreas de segurança envolventes que é notória a probabilidade de alargamento
a instalações cuja finalidadeou actividade o do solo pela sua localização, nível freático e
justifiquem; e constituição, sendo que enquadram-se nesta
h) A segurança dos cidadãos. categoria os leitos de ribeiras, a foz das
mesmas e as zonas baixas e no caso de chuvas
4. As áreas, locais e bens imóveis sujeitos a servidões fortes, correspondem às plataformas mais
administrativas ou restrições de utilidade pública no próximos das linhas de água e confluência
território abrangido pelo PDM e que têm representação das ribeiras, seno este risco muito elevado
gráfica estão identificadas e assinaladas na planta de con- nas ribeira de Fajã e Furna, em caso de chuva
dicionantes especiais, com legenda e grafismos próprios. excepcionalmente forte.
5. O regime jurídico das áreas, locais ou bens imóveis 2. A esses riscos há que acrescentar as de origem
a que se refere o número anterior é o decorrente da sísmica e vulcânica, e neste particular, toda a ilha é
legislação específica que lhe seja aplicável, ou caso não considerada de risco pela actividade sísmica constante
exista, da normativa específica do presente Regulamento. que se verifica, até revisar os estudos geológicos e de
Artigo 11º riscos vulcânicos.
Condicionantes especiais a) Zonas de protecção: são aquelas que pelas
suas condições naturais, geomorfológicas,
1. Tendo como ponto de partida as unidades ambientais
funcionais e/ou culturais desempenham
homogéneas (UAH) estabelecidas para o território da
uma função importante no equilíbrio do
Brava no âmbito do PDM, carta 07a, fase caracterização e
ecossistema natural ou na idiossincrasia do
diagnóstico, definiram-se as condicionantes especiais que
lugar, e como tal merecem de protecção.
a seguir se apresentam, encontrando-se representadas
na planta de condicionantes especiais: i. De património cultural:
a) Zonas de riscos: são aquelas que contêm um Bens como monumentos, conjuntos e sítios que, sendo
manifesto potencial de acidente ou perigo, testemunhos com valor de civilização ou de cultura, por-

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I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013 1919

tadores de interesse cultural relevante, designadamente e a classificação de espaços nestas áreas tem por objec-
histórico, arqueológico, documental, artístico, etnográfico, tivo harmonizar os regimes de classificação de espaços
científico, social ou técnico, devam ser objecto de especial territoriais envolventes à orla costeira com o regime de
protecção e valorização e concentram-se no centro históri- utilização da faixa do domínio hídrico, sendo que a faixa
co de Nova Sintra, além de alguns elementos singulares marítima estabelecida pelo PDM-BR é de 120 m (cento
identificados na carta 06-elementos patrimoniais, fase e vinte metros), uma possibilidade prevista nos termos
caracterização e diagnóstico do PDM. do Decreto-Legislativo n.º 2/2007, de19 de Julho, que
aprova os princípios e as normas de utilização de solos.
ii. De património natural:
ii. Infra-estruturas públicas:
Bens que são portadores de interesse natural e paisa-
gístico relevante, identificados na fase de caracterização Recolhe as áreas, locais e bens imóveis sujeitos a servi-
e diagnóstico do PDM, carta 06-elementos patrimoniais dões administrativas, equipamentos de saúde, escolares,
e os propostos como novas áreas protegidas, carta09- desportivos, de recreio, sociais e administrativos assina-
proposta espaços naturais protegidos. lados na carta 05-equipamentos, fase de caracterização e
iii. Zonas de recursos e equipamentos hídricos: diagnóstico do PDM, e também recolhe os equipamentos,
são aquelas em torno dos equipamentos e redes de distribuição de energia e a rede de estradas e
infra-estruturas hidráulicas furos, nascentes, caminhos do município, tal como estabelecido no Decreto-
reservatórios, entre outros, que desempenham Legislativo nº 4/2005, de 26 de Setembro que altera o
uma função de protecção desses elementos e Código de Estradas e no Decreto-Lei nº26/2006 de 6
assegurem a pureza, a potabilidade das águas, de Março que estipula as normas por que rege o Plano
assinalados na carta 05-equipamentos, fase Rodoviário.
caracterização e diagnóstico do PDM, e o raio de 3. As áreas de servidão e restrição são as seguintes:
protecção, até a elaboração do Plano Especial de
Infraestruturas Municipais (PEIM) proposto, é a) Estradas nacionais: consideram-se nacionais,
de 250 m (duzentos e cinquenta metros). todas as vias de comunicação que estabelecem
a ligação entre sedes de concelho, a área de
iv. Zonas de alta infiltração: são aquelas servidão e restrição à edificação é composta
que pelas suas características geológicas e por faixa adjacente não edificável ao longo
morfológicas, particularmente de porosidade
1 762000 000000

do arruamento, contado a partir do eixo da


e absorção, o solo dispõe de grande potencial via para cada lado, sendo que dentro dos
de retenção ou absorção de águas pluviais e perímetros urbanos, nas áreas edificáveis
superficiais, e nesta categoria enquadram- o afastamento é determinado por Plano
se algumas zonas de Cova do Paúl, Tapume, Urbanístico de nível inferior.
Mato e Lima Doce, conforme delimitado na
planta de condicionantes especiais. b) Estradas municipais: consideram-se municipais,
todas as vias de comunicação que estabelecem
v. Zonas de ribeiras e eixos principais de água: a ligação aos restantes aglomerados aos
são zonas do leito das ribeiras e eixos de cursos sítios de interesse turístico não servidos por
de água por onde corre adrenagem natural das outra estrada de classe superior e áreas de
águas pluviais, e como tal importa proteger. menor acessibilidade, sendo que a área de
vi. Áreas protegidas: servidão e restrição à edificação é composta
por faixa adjacente não edificável ao longo
Zonas de protecção das áreas terrestres e das águas do arruamento contado a partir do eixo da
interiores e marítimas, em que a fauna a flora, a pai- via para cada lado e nas áreas edificáveis
sagem, os ecossistemas, ou outras ocorrências naturais o afastamento é determinado por plano
apresentem, pela sua raridade, pelos valores ecológicos urbanístico de nível inferior.
ou paisagísticos, ou pela importância científica, cultural
e social assumam relevância especial sendo sujeitas c) Caminhos municipais: a área de servidão
a uma legislação específica, podendo ser de interesse e restrição à edificação é composta por
nacional, regional ou local, consoante os interesses que faixa adjacente não edificável ao longo do
procuram salvaguardar, sendo que estas áreas protegidas arruamento contada a partir do eixo da
de interesse nacional classificam-se ainda nas seguintes via para cada lado, e nas áreas edificáveis
categorias: reserva natural, parque nacional, parque na- o afastamento é determinado por plano
tural, monumento natural, paisagem protegida, natural, urbanístico de nível inferior.
semi-natural e de interesse ecológico e também sítio de
d) Áreas de servidão de redes técnicas: a área de
interesse científico, e os ilhéus Seco ou do Rombo, decla-
servidão e restrição à edificação é composta
rado como reserva integral pelo Decreto-Lei nº 3/2003,
por faixa adjacente não edificável ao
de 24 de Fevereiro, é referido neste Plano.
longo dos canais e depósitos destinados ao
b) Servidões: abastecimento de água potável, das redes de
i. Da orla marítima: saneamento básico e das linhas de alta e média
tensão, e nas áreas edificáveis o afastamento
São definidas por uma faixa territorial, contada a partir é determinado por plano urbanístico de nível
da linha terrestre que limita a margem das águas do mar, inferior.

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1920 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013

CAPÍTULO III existentes, ou áreas de transição rural-urbana, total ou


parcialmente infra-estruturais, que garantem um papel
Uso dominante do solo polarizador no território, sendo que a área urbana es-
Artigo 12º truturante integra os seguintes aglomerados nos solos
Classes e categorias de espaços
delimitados na planta de ordenamento do PDM:

O Decreto-Legislativo nº 2/2007, de 19 de Julho que a) Furna e


estabelece os princípios e normas de utilização dos solos,
b) Nova Sintra.
classifica os solos em dois grupos: solos urbanos, enten-
didos como áreas edificáveis, e solos rústicos, entendidos Artigo 16º
como áreas não edificáveis.
Habitacional Mista
1. Tendo em consideração a classificação dos solos, o
PDM-BR divide o território municipal em: As áreas habitacionais mistas, delimitadas na planta
a) áreas edificáveis; e de ordenamento, correspondem aos núcleos das proximi-
dades do centro, delimitadas na planta, caracterizadas
b) áreas não edificáveis. por serem áreas urbanas onde predomina habitação
conjugada com usos afins, sendo que a área habitacional
2. As classes de espaços, áreas edificáveis e áreas não
mista abrange todos os solos que o PDM considera ade-
edificáveis, compreendem mais de uma categoria de espaço,
quados, conforme delimitado na planta de ordenamento.
que é a que qualifica e regula as classes de espaços em
função da actividade dominante que possa ser efectuada. Artigo 17º
Artigo 13º
Aglomerado rural
Caracterização das áreas edificáveis
1. Os aglomerados rurais abrangem todos solos edi-
As áreas edificáveis compreendem as seguintes ca-
ficáveis originados pela concentração de construções
tegorias de espaços, conforme delimitado na planta de
afectas a actividades agrícolas e pecuárias, baseados em
ordenamento:
loteamentos ligados à estrutura do solo agrícola e que
1 762000 000000

a) Urbana estruturante; no seu desenvolvimento formaram concentrações com


características urbanas que contêm ou deveriam conter
b) Habitacional mista; dotações e infra-estruturas.
c) Aglomerado rural; 2. Estão também incorporados nos aglomerados rurais,
d) Equipamento social; os solos assinalados na planta de ordenamento e que o
PDM considera adequados para a extensão dealguns
e) Verde urbana; dos aglomerados existentes, mantendo as característi-
f) Industrial; e cas rurais de edificação e usos que possuem as áreas já
ocupadas por edificações.
g) Turismo.
Artigo 18º
Artigo 14º
Equipamento social
Áreas edificáveis
1. Os equipamentos sociais abrangem as áreas delimi-
1. As áreas edificáveis são integradas pelos solos ur- tadas na planta de ordenamento e o PDM-BR considera,
banizados ou ocupados pela edificação e com alto grau que devem formar a estrutura geral do sistema de equi-
de consolidação e pelos solos que o PDM-BR considera pamentos e serviços públicos da povoação, atendendo a
adequados para o seu desenvolvimento urbano. sua posição estratégica e estruturante das áreas, e dada
2. Não fazem parte das áreas edificáveis, as edificações à sua acessibilidade em relação à povoação.
dispersas ou em pequenosagrupamentos dentro de áreas
2. As áreas de equipamentos sociais destinam-se à
não edificáveis.
construção de equipamentos escolares, de saúde, admi-
3. Os Planos Detalhados delimitados na planta de nistrativos, culturais, militares e de segurança pública
ordenamento podem aumentar até um máximo de 10% de uso colectivo.
o perímetro das áreas edificáveis previstas no PDMBR,
Artigo 19º
sempre que o novo crescimento esteja situado em zonas
com inclinações inferiores a 30% e respeite as condicio- Área verde urbana
nantes ali estabelecidas.
As áreas verde urbana são integradas pelas áreas de-
Artigo 15º limitadas na planta de ordenamento e que, o PDM-BR
Urbana estruturante considera que devem formar a estrutura geral do sistema
de espaços livres públicos, atendendo à sua posição es-
As áreas urbanas estruturantes delimitadas na planta tratégica e estruturante, e dada a sua acessibilidade em
de ordenamento são constituídas por espaços urbanos relação à povoação.

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I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013 1921


Artigo 20º iii. Fica proibido a criação de novas ruas dentro
Área industrial do urbano estruturante, a não ser que estas
estejam propostas pelo presente PDM.
As áreas industriais abrangem os solos delimitados
na planta de ordenamento e que o PDM-BR considera b) Habitacional mista:
adequados para o seu desenvolvimento enquanto suporte i. Densidade bruta máxima de habitações: 30
de actividades industriais, face às suas características e (trinta) habitações/ ha (hectares);
posição territorial.
ii. Número máximo de pisos: 2 (dois), sendo rés-
Artigo 21º
do-chão mais um acima;
Turismo
iii. Lote ou parcela mínima: 6 m (seis metros)
As áreas turísticas, delimitadas na planta de orde- de frente por 18 m (dezoito metros) de
namento, correspondem as áreas com vocação turística profundidade; e
pelas suas características naturais, por serem adjacentes
a núcleos edificados com potencial turístico. iv. Índice de implantação máximo: 50%.

Artigo 22º c) Aglomerado rural:


Reservas de dotações mínimas para as áreas edificáveis i. Densidade bruta máxima de habitações: 15
(quinze) habitações/ ha (hectares);
1. Para as áreas edificáveis de uso dominante habitação e
em função do número de unidades de vivendas, o presente ii. Número máximo de pisos: rés-do-chão, mais
Regulamento determina os módulos de reserva mínima um acima que deve ocupar apenas 60% do rés-
para dotações, apresentadas no quadro II em anexo do do-chão;
qual faz parte integrante.
iii. Lote ou parcela mínima: nesta área
2. Para os solos urbanos e urbanizáveis destinados admitem-se todas as dimensões de parcelas
a usos, principalmente, terciários e/ou industriais, o existentes, para os loteamentos futuros as
presente Regulamento determina os módulos de reserva dimensões mínimas devem ser de 6m (seis
mínima para dotações, apresentadas no quadro III em metros) de frente por 18 m (dezoito metros) de
1 762000 000000

anexo do qual faz parte integrante. profundidade; e


Artigo 23º iv. Índice de implantação máximo: 50%.
Parâmetros urbanísticos máximos para as áreas edificáveis
d) Industrial:
1.Em função da categoria de espaço, são determinados i. Número máximo de pisos: 1(um), sendo rés-do-
os seguintes valores para o desenvolvimento das áreas chão, com altura máxima de 6 m (seis metros);
edificáveis com referência à densidademáxima de habi-
tações, ao número máximo de pisos, ao lote ou parcela ii. Lote ou parcela mínima: 500 m2 (quinhentos
mínima e à ocupação máxima da parcela: metros quadrados); e
a) Urbana estruturante: iii. Índice de implantação máximo: 60%.
i. Densidade bruta máxima de habitações: 40 e) Turismo:
(quarenta) habitações/ha (hectares);
i. Lote ou parcela mínima: 3.000 m2 (três mil
ii. Número máximo de pisos: 2 (dois) (rés-do- metros quadrados);
chão mais um acima);
ii. Tamanho máximo: 50 (cinquenta) quartos;
iii. Lote ou parcela mínima: nesta área
iii. Tecto necessário por quarto: 60 m2 (sessenta
admitem-se todas as dimensões de parcelas
metros quadrados);
existentes, para os loteamentos futuros as
dimensões mínimas devem ser de 6 m( seis iv. Número máximo de pisos: 2 (dois), sendo rés-
metros) de frente por 18 m (dezoito metros) do-chão mais um acima;
de profundidade; e
v Qualidade mínima: 3 (três) estrelas; e
iv. Índice de implantação máximo: 50%.
vi Índice de implantação máximo: 50%.
2. Para o caso concreto da cidade de Nova Sintra,
Artigo 24º
atendendo a vontade de mantero carácter patrimonial,
os parâmetros urbanísticos são: Condicionalismos à edificação nas áreas edificáveis

i. Densidade bruta máxima de habitações: 15 1. Os lotes localizados em áreas edificáveis para os


(quinze) habitações/ ha (hectares); quais o PDM-BR não exige um Plano Detalhado podem
ser edificados desde que tenham acesso público e cum-
ii. A profundidade máxima dos lotes é de 30 m pram os seguintes requisitos:
(trinta metros) a contar da rua que dá acesso
ao mesmo. a) Tenham abastecimento de água potável;

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1922 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013

b) Tenham sistema de evacuação de resíduos, b) Nas edificações em que esteja previsto um segundo
através de rede de esgotos ou de um sistema piso e enquanto este não for construído, o
individual de tratamento dos mesmos; e tecto do primeiro piso deve ser acabado com
soluções provisionais que garantam a criação
c) Tenham abastecimento de energia eléctrica, de uma câmara-de-ar ventilada como coberta
através de uma rede pública ou de um sistema e não prejudiquem a qualidade paisagística
próprio de produção de energia renovável. do lugar.
2. Como excepção aos requisitos a), b) e c) do número 1
8. A Câmara Municipal pode pedir a elaboração de um
deste artigo, em casos devidamente justificados e autori-
projecto que regule os aspectos formais e compositivos
zados pela Câmara Municipal da Brava, pode-se edificar
da edificação ou do conjunto daqueles sectores que con-
quando o Plano Especial de Infra-estruturas Municipais
siderem de interesse.
(PEIM), proposto pelo PDM-BR no relatório de ordena-
mento, esteja efectivamente elaborado. 9. Considerações da acção sísmica no projecto de edifi-
3. Nos solos dos aglomerados urbanos para os quais o cação, construção, reformae conservação das edificações:
PDM-BR exige um Plano Detalhado (PD), não se pode a) Âmbito de aplicação: novos projectos, obras de
edificar enquanto o dito plano não seja aprovado e não reabilitação ou restauração que impliquem
terem sido executadas as infra-estruturas mínimas de modificações substanciais da estrutura; e
serviços que o mesmo determine, devendo estas, pelo
menos, contemplar os requisitos do número um, sem b) Regras de desenho e prescrições construtivas:
prejuízo dos que possam vir a ser estabelecidos no PD.
i. Forma do edifício: a disposição em planta
4. Nos solos dos aglomerados rurais para os quais o será tão simétrica e regular oquanto possível,
PDM-BR exige um Plano Detalhado (PD) se pode edificar tratando de conseguir, nos elementos
em casos devidamente justificados e autorizados pela Câ- resistentes, uma composição com dois eixos
mara Municipal, sempre que cumpram, pelo menos, com de simetria ortogonais;
os requisitos previstos no número um ou dois deste artigo.
ii. Disposição das massas: a massa total de uma
Artigo 25º
planta não deve excederem mais de 15% as
1 762000 000000

Condições para as edificações massas das plantas contíguas, nem em mais


de 50% da massa média de todas elas;
1. Com vista a preservar e melhorar a paisagem urbana
e rural todas as fachadas exteriores das novas edificações iii. Disposição dos elementos estruturais: deve
devem ser acabadas. procurar-se uma distribuição uniforme e
2. As edificações já existentes com blocos de cimento à simétrica de rigidez em planta e uma variação
vista devem ser alvo de um plano especial de pintura e/ gradual de rigidez ao longo da altura, sendo
ou acabamento executado nos três primeiros anos após que nenhum elemento estrutural deve alterar
a aprovação do PDM-BR. bruscamente de rigidez, e evitar sempre
que possível, que descansem sobre as vigas
3. As fachadas das edificações são acabadas com pedra, elementos resistentes principais da estrutura,
rebocados e pintados e não se admitem paredes inacaba- como outras vigas ou suportes;
das, sendo que as fachadas devem ser pintadas com duas
cores, um para o geral da mesma e outro para as arestas iv. Elementos não estruturais: devem adoptar-
das janelas e portas e, ainda, para as esquinas das paredes. se soluções construtivas que garantem a não
participação resistente de estes elementos, e
4. Para o fecho das propriedades, os canais e valas que as redes gerais de evacuação, estão dotadas
dão às ruas podem ser de uma altura máxima de 1,5 m de resistência e ductilidade adicional;
(um virgula cinco metros) e têm o mesmo acabamento
que o resto das fachadas do mesmo lote. v. Cimentação: deve evitar-se a coexistência
de sistemas de cimentação superficiais e
5. O acesso lateral de cada lote tem uma largura má- profundos, e ela deve ser exposta sobre
xima de 3m (três metros). um terreno de características geotécnicas
6. A cobertura de novos edifícios é inclinada a quatro homogéneas; e
águas, de telha árabe da cor da terra e para a cidade de
vi. Muros de fábrica: devem dispor-se muros
Nova Sintra as instalações de energia solar ficam proi-
resistentes nas duas direcções principais de
bidas excepto aquelas que integradas nas coberturas.
uma planta, e evitar as mudanças bruscas de
7. As edificações destinadas a habitação, seja qual for a rigidez produzida pelas alterações de materiais.
classe da área e sem prejuízo do que vier a ser determinado Artigo 26º
nos Planos Detalhados devem assegurar condições higiéni-
cas e de regulação térmica interior, cumprindo o seguinte: Condicionalismos comuns às áreas edificáveis

a) Ter ventilação cruzada; caso a habitação tenha uma Nas áreas edificáveis é interdita a instalação de par-
cobertura plana, deve adoptar uma solução de ques de sucata e depósitos de resíduos, e a armazenagem
tecto ventilado com câmara-de-ar; e grossista de produtos explosivos e inflamáveis.

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I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013 1923


Artigo 27º para o estacionamento, auxílio, urgências,
Áreas não edificáveis entre outros, além das faixas de terreno de
domínio público vinculadas ao viário;
1. Integram as áreas não edificáveis os solos que pe-
las suas características e valores naturais, ambientais, g) As oficinas de artesanato e pequenos comércios
produtivos ou de paisagem, ou porque comportam riscos ligados a casas rurais que realizem de forma
para a ocupação pela edificação, o presente PDM considera exclusiva actividades para a obtenção ou
apropriado preservar esta área do desenvolvimento urbano. transformação de produtos, cujas dimensões
em relação à superfície, trabalhadores,
2. As áreas não edificáveis subdividem-se, segundo maquinaria e potência eléctrica seja
o uso dominante e o grau de protecção, nas categorias muito limitada, e suas actividades sejam
seguintes, delimitadas na planta de ordenamento: compatíveis com as exigências ambientais de
uma área residencial; e
a) Agrícola exclusiva;
h) O uso residencial deve estar dotado dos serviços
b) Agro-silvo-pastoril; suficientes para permitir a vida quotidiana
em comum de um grupo de pessoas, sendo
c) Verde de protecção e de enquadramento; que estes imóveis estão formados por casas
d) Florestal; e espaços ligados a estas, áreas livres
privadas, garagens, entre outros, dispostas
e) Costeira; e nas montanhas, entre vales, únicas zonas
apropriadas para a edificação sem desperdiçar
f) Paisagística.
o solo adequado para cultivo, e em todo caso,
Artigo 28º devem estar ligados à rede viária existente ou
programada.
Zonas agrícola exclusiva
Artigo 29º
1. A categoria agrícola exclusiva integra espaços rurais Agro-silvo-pastoril
em que domina uma agricultura cuja produtividade se
revelou suficiente para estabilizar o uso agrícola, e cuja 1. A categoria agro-silvo-pastoril inclui os espaços
1 762000 000000

preservação é necessária, são incompatíveis com o uso rurais em que o uso agrícola do solo constitui uma
habitacional não associado ao uso do solo. alternativa com pouca valia económica devido às ca-
racterísticas pedológicas e, por isso, têm sido ocupadas
2. Nas zonas agrícola exclusiva está permitido: com florestações ou têm mantido um aproveitamento
dominantemente silvo-pastoril.
a) A preservação dos usos agrícolas pre-existentes,
sendo que este uso compreende a execução da 2. Nestas zonas agro-silvo-pastoril está permitido:
actividade agrícola em terrenos já preparados
a) O gado estabulado familiar: este nível de uso é
para seu desenvolvimento em forma
considerado compatível com carácter geral nas
tradicional e com intensidade média e alta;
fazendas de cultivo e inclusive com as casas
b) Como intervenções próprias só são consideradas localizadas em áreas rústicas, e a unidade
a remoção de exemplares da flora e a fauna produtiva familiar desenvolve no interior de
selvagem dentro das áreas de cultivo, sempre cada fazenda actividades de aproveitamento
que não estejam protegidas, ademais das de pecuário com um espaço limitado, sem
plantação e recolecção de cultivos; prejuízo de que os animais, possam passar
parte do seu tempo em pastoreio;
c) A produção de pasto e ou desenvolvimento
b) O gado estabulado de forma tradicional: dentro
de experiências com espécies autóctones
desta categoria incluem-se as instalações que
forrageiras;
ultrapassem 10 (dez) cabeças em explorações
d) As novas estruturas de fiação não aéreos, de bovino ou 5 (cinco) exemplares mães de
eléctricos ou telefónicos e as infraestruturas suíno, ou existindo estas duas espécies, que a
hidráulicas e de saneamento que devam ser soma do dobro do número de porcas mães mais
instaladas na zona. as cabeças bovinas seja superior a 10 (dez);

e) As obras de manutenção e melhoramento das c) A criação de infra-estruturas viárias e de


edificações existentes; transporte terrestre para a circulação ou
tráfego de pessoas, animais ou veículos, e
f) A criação de infra-estruturas viárias e de como acesso ao resto dos usos do território
transporte terrestre para a circulação ou farão parte desta categoria de uso próprio os
tráfego de pessoas, animais ou veículos, e elementos suporte da circulação, os elementos
como acesso ao resto dos usos do território, funcionais ligados a obras de fábrica,
sendo que farão parte desta categoria de uso pontes, túneis, assim como os espaços para
próprio os elementos suporte da circulação, o estacionamento, auxílio, urgências, entre
os elementos funcionais ligados a obras de outros, além das faixas de terreno de domínio
fábrica, pontes, túneis, assim como os espaços público vinculadas ao viário;

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1924 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013

d) As oficinas de artesanato e pequenos comércios a continuidade, redução ou progressiva


ligados a casas rurais que realizem de forma eliminação de tais actividades nestas áreas,
exclusiva actividades para a obtenção ou e em todo o caso, não é permitido o aumento
transformação de produtos, cujas dimensões do número de cabeças de gado dentro do solo
em relação à superfície, trabalhadores, desta categoria, nem a colocação de novas
maquinaria e potência eléctrica seja instalações ou cercos de uso pecuário.
muito limitada, e suas actividades sejam
5. Enquanto não for estabelecido um regulamento es-
compatíveis com as exigências ambientais de
pecífico, devem ser alvo de monitoramento e fiscalização:
uma área residencial; e
a) O aproveitamento, manipulação o extracção
e) O uso residencial deve estar dotado dos
dos seus recursos naturais, especialmente os
serviços suficientes para permitir a vida
elementos florísticos que possam ter interesse
quotidiana em comum de um grupo de
forrageiro;
pessoas, e estes imóveis estão formados por
casas e espaços ligados a estas, como áreas b) As actividades ligadas ao cercado dos sítios de
livres privadas, garagens entre outros, interesse florístico e à gestão e erradicação do
dispostas nas montanhas, entre vales, únicas gado especialmente nas encostas e vertentes
zonas apropriadas para a edificação, sem umbrias de Fajã d’Ãgua; e
desperdiçar o solo adequado para cultivo,
e em todo caso, devem estar ligados à rede c) O controlo, ou erradicação, da fauna e flora
viária existente ou programada. introduzida, potenciando-se o uso do
carrapato, Furcraea gigantea, para o fabrico
Artigo 30º
de cestaria.
Verde de protecção e de enquadramento
Artigo 31º
1. A categoria verde de protecção e de enquadramento é Área florestal
constituída por espaços com valor paisagístico, ambiental
ou cultural, existentes nos perímetros urbanos ou fora 1. A área florestal inclui os espaços onde predominam
deles, e que servem para constituir faixas de protecção a ocupação florestal e é ainda constituída por áreas actu-
das vias, a zonas industriais ou outros usos com impacto almente sem ocupação rural, denominada inculta, sendo
1 762000 000000

suficiente que necessitem de amenização por intermédio áreas com solos muito pobres, com declives excessivos,
destas áreas. presença de afloramentos rochosos e acentuada secura.

2. Para efeitos de manutenção das condições actuais, 2. Nestas áreas é excepcional o uso habitacional, sendo
são também incluídos na categoria de verde de protecção aplicável a medidas estabelecidas na legislação florestal
e de enquadramento aqueles terrenos situados em volta em relação ao regime de usos e autorizações como corte
das áreas edificáveis e que o PDM-BR considera neces- de madeira, solta de gado, colecta de pastos e lenha, etc.
sário salvaguardar da edificação com vista a impedir a Artigo 32º
formação de um contínuo edificável, mantendo áreas
Área costeira
livres entre aquelas que se consideram adequadas para
seu desenvolvimento urbano. 1. A área costeira coincide com a orla marítima do
3. Os espaços verdes de protecção e enquadramento município.
delimitados em volta das áreas edificáveis mantêm as 2. Aproveitando a possibilidade prevista no Decreto-
condições actuais, não podendo neles ser feita qualquer Legislativo n.º 2/2007, de 19 de Julho, que aprova os
tipo de nova edificação para manter os usos existentes princípios e as normas de utilização de solos, a faixa
sempre que não sejam incompatíveis com os condicio- marítima de protecção é de 120m (cento e vinte metros).
nantes especiais.
3. Enquanto não for estabelecido um regulamento
4. É permitido na categoria verde de protecção e de específico para a pesca desportiva e de mergulho, devem
enquadramento o seguinte: ser controlados os actuais pontos de práticas destas
a) As actividades ligadas à investigação científica, actividades.
sempre que sejam compatíveis com a Artigo 33º
protecção e restauração destes espaços;
Categoria paisagística
b) As actuações viradas para a conservação,
1. Correspondem aos relevos insulares mas signifi-
recuperação e restauração dos recursos
cativos, de difícil utilização humana e que, do ponto de
naturais da zona, especialmente as da flora e
vista rural e também de paisagem, formam conjuntos
fauna ameaçadas;
harmónicos que devem ser preservados, mantendo as
c) O acesso a pé pelos caminhos tradicionais em suas actividades actuais como agricultura, pecuária,
condições securas; e entre outras actividades adequadas a esta categoria.

d) As actividades agropecuárias tradicionais, até 2. O destino previsto para esta categoria e a conservação
a realização de um estudo da capacidade do valor paisagístico, natural ou antropizado, e das ca-
de carga pecuária da ilha, que determina racterísticas fisiográficas dos terrenos.

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I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013 1925

3. Esta área é incompatível com o uso habitacional. das fontes de água existentes ou previstas,
é de 2 (dois) habitações/há (hectares) e para
4. Usos permitidos na categoria paisagística: efeitos deste cálculo, as unidades de turismo
a) O aproveitamento dos seus recursos naturais como habitacional são consideradas em função do
a actividade agrícola e pecuária existente; número de camas previstas, contando uma
habitação por cada 5 (cinco) camas.
b) As repovoações florestais e o aproveitamento
florestal das massas existentes e) São interditas as unidades de turismo de rural
com mais de 10 (dez) camas;
c) O acondicionamento da rede viária, atalhos e
vias existentes; f) A altura máxima das edificações no solo rústico
é de um piso; e
d) A integração paisagística das edificações e infra-
estruturas existentes; g) A cobertura das edificações deve ser inclinada,
com excepção daquelas não associadas à
e) As actuações de infra-estrutura de novas redes habitação ou turismo rural que pela sua
como viária, eléctrica, entre outros, sempre função requeiram outra solução.
que estiverem validadas por declaração de
Artigo 36º
impacto ambiental favorável; e
Limitações de uso
f) Os novos equipamentos para uso didáctico e
divulgativo como miradouros, veredas, áreas O PDM-BR classifica as categorias de espaços em
recreativas, entre outros. função das suas característicasfísicas e potencialidades
e, em consonância com o modelo de desenvolvimento que
Artigo 34º
propõe, estabelece as limitações de usos constantes no
Determinações para as áreas não edificáveis quadro IV em anexo do qual faz parte integrante.

1. O PDM-BR preserva do desenvolvimento urbano os Artigo 37º


solos que integram as áreas não edificáveis, limitando os Determinações para usos e aproveitamentos nas áreas
usos das actividades primárias ou relacionadas com as não edificáveis
1 762000 000000

características do meio, com o objectivo da valorização


do património rural. 1. As determinações para usos e aproveitamentos das
áreas não edificáveis são as que determinem os progra-
2. Para efeitos do número 1 (um), é limitada a cons- mas sectoriais específicos propostos no artigo 42º do
trução de habitações, admitindo-se unicamente aquelas presente Regulamento.
existentes ou as associadas às actividades admitidas
nesta categoria de solo, em função dos usos admitidos a 2. As determinações para as actividades extractivas
cada classe de espaçoe de acordo com as condições que o são as seguintes:
PDM-BR determina para a edificação.
a) A extracção de rocha ornamental, lajes ou
Artigo 35º pedras podem ser autorizadas quando a
exploração cumpra os seguintes critérios,
Condições da edificação nas áreas não edificáveis
convenientemente justificados no relatório
1. Todas as edificações para habitação existentes nas técnico:
áreas classificadas como não edificáveis, à data de apro-
i. Corresponda a uma pequena unidade de
vação deste PDM podem ser mantidas, conservadas e
produção destinada a satisfazer a procura
reabilitadas.
interna (construção) ou produtos de iniciativa
2. As novas edificações devem observar os seguintes local; e para a saúde e a segurança das
condicionamentos: pessoas e são tidas em especial consideração
aquelas espécies invasoras mais agressivas
a) São interditas novas edificações nos solos com como Furcraea gigantea, Lantana camara e
inclinação superior a 30%; Forrageiras invasivas.

b) São admitidas as edificações destinadas a usos ii. Tenha um reduzido impacto ecológico e
agrícolas e pecuários; paisagístico.

c) São admitidas as edificações destinadas a b) Pode ser autorizada a extracção de cascalho e


residência ou turismo rural, desde que areia procedente de arrastes do fundo das
se situem num raio de 250 m (duzentos e ribeiras permitindo recuperar a função
cinquenta metros) de uma fonte de água evacuadora do leito; e
existente ou prevista;
c) Pode ser autorizado o esvaziamento de obras de
d) A densidade máxima de habitações nas áreas não alvenaria e estruturas equivalentes, sempre
urbanizáveis, para os solos que se situam num que o acesso e a retirada dos materiais não
raio de 250 m (duzentos e cinquenta metros) sejam motivo de maiores processos erosivos.

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1926 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013


Artigo 38º CAPÍTULO IV
Normas para as infra-estruturas e equipamentos Protecção e Conservação do Património Natural
1. As infra-estruturas e equipamentos localizar-se-ão Artigo 39º
em zonas de desenvolvimento dos aglomerados urbanos Áreas protegidas
ou rurais sempre e quando não exista uma outra alter-
nativa viável fora delas. 1. Os ilhéus Seco ou do Rombo, declarados “reserva
integral” segundo o Decreto-Lei nº 3/2003, de 24 de Feve-
2. Podem ser excepcionalmente autorizadas instalações reiro, declarados também pela BirdLife “IBA” (Important
ou equipamentos nas zonas de desenvolvimento dos Bird Área), constitui uma área protegida.
aglomerados urbanos ou rurais quando cumpramos
2. Como complemento à Rede Nacional de Áreas Pro-
seguintes critérios, convenientemente justificados no
tegidas o PDM-BR identifica os espaços que por extensão
relatório técnico:
se relacionam e cumprem com o previsto no Decreto-Lei
a) Interesse para a população local; 3/2003, de 24 de Fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei
nº 44/2006, de 28 Agosto e que de maneira provisional
b) Dimensionamento ajustado; e delimitam-se na planta de ordenamento com categorização
específica, as seguintes áreas protegidas:
c) Avaliação do seu impacto ecológico.
a) Monumento natural:
3. A instalação de novas infra-estruturas energéticas, i. Monte Gâmbia: com interesse geomorfológico
tais como sub estações, centros de transformação de me- e paisagístico;
dia, baixa ou alta tensão, em solo não urbanizável fica
sujeito a um parecer prévio positivo da Câmara Muni- ii. Dragoeiro Cova Rodela: com interesse botânico
cipal, devendo localizar-se nas áreas de menor impacto e biodiversidade;
visual, com os cabos eléctricos enterrados ou escorrendo
iii. Monte Minhoto: com interesse geológico e o
pelas ladeiras e procurando evitar as divisórias de bacia.
relevo de carbonatitas extrusivas única nas
4. A instalação de infra-estruturas de fornecimento de ilhas oceânicas; e
1 762000 000000

água como depósitos, redes de abastecimento fica sujeita iv. Domos fonolíticos da Brava: com interesse
a parecer prévio positivo da Câmara Municipal. geológico.
5. As instalações telefónicas, de rádio e de televisão b) Paisagem Protegida:
devem ser localizadas nas zonas de desenvolvimento dos
aglomerados urbanos ou rurais podendo, excepcional- i. Bacias torrenciais do Sul: com interesse geológico,
mente, a Câmara Municipal autorizar a sua colocação geomorfológico e biodiversidade litoral;
fora deste âmbito, quando estiver devidamente justifi- ii. Ferreiros: com interesse geomorfológico,
cada a sua necessidade. paisagístico e antropológico;
6. Antes de realizar qualquer nova construção deve-se iii. Portete: com interesse geomorfológico e
ter em conta a possibilidade de aproveitar e reabilitar as paisagístico;
estruturas pré-existentes.
iv. Fajã d’Água: com interesse geomorfológico,
7. As obras a realizar não podem alterar significativa- paisagístico e antropológico; e
mente a superfície do terreno, de forma a evitar danos v. Campo das Fontes: com interesse geológico,
desnecessários à vegetação, ao solo e aos demais recursos, geomorfológico, paisagístico e antropológico.
acautelando o desencadeamento de processos erosivos.
2. Enquanto os ditos espaços não estiverem oficialmen-
8. As obras públicas devem prever nos seus projectos te reconhecidos dentro da Rede de Áreas Protegidas e não
a procedência dos materiais, assim como o destino dos tiverem sido realizados e aprovados os respectivos Planos
seus escombros. Especiais de Ordenamento, previstos na legislação vigente,
os espaços propostos manter-se-ão os usos e restrições
9. O dimensionamento das infra-estruturas e instalações determinados pelo PDM-BR para as distintas classes de
de uma nova edificação ajustar-se-ão às necessidades espaço que corresponda a cada caso.
futuras e sua finalidade, o que deve ser devidamente
analisado e justificado. CAPÍTULO V

10. Promover-se-á a integração no meio ambiente das Determinações de Gestão


infra-estruturas e instalações de obra nova, seleccionando Artigo 40º
os materiais, formas e cores mais adequados para este fim Directrizes para os Planos Detalhados
ou a sua adaptação aos tipos de construção tradicional.
1. O Plano Detalhado, nos termos das Bases de Orde-
11. As lixeiras destinadas a resíduos sólidos só podem namento do Território e Planeamento Urbanístico, é o
ser autorizadas em locais pouco visíveis e em solos sem instrumento que rege a inserção da edificação no meio
uso agrícola. urbano e na paisagem.

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I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013 1927

2. O PDM-BR indica na planta de ordenamento as 3. Os PD’s que abrangem áreas de tecidos urbanos exis-
áreas que devem ser abrangidas por planos Detalhados. tentes mas com baixo nível de consolidação, identificados
também na planta de ordenamento como aglomerado
3. O PDM-BR delimita 2 (dois) PD’s para o sistema
rural, mas que nomearemos como de consolidação, têm
urbano, tendo em conta que um deles inclui alguns aglo-
como principal objectivo assegurar que a ocupação destas
merados rurais associados a Nova Sintra, e 4 (quatro)
áreas produza-se com as redes de infra-estruturas e as
PD’s para aglomerados rurais, um também agrupando
dotações necessárias, sendo que para o PDM da Brava
vários pequenos aglomerados:
este PD retoma os novos sectores de Cova Joana.
a) PD_01_AU-NS /Nova Sintra e aglomerados 4. Os PD’s que abrangem áreas onde não existe edi-
rurais associados; ficação, identificados na planta de ordenamento como
b) PD_02_AU-FUR /Furna; novo solo habitacional mista, novo solo aglomerado rural
e novos sectores de desenvolvimento turístico, e que no-
c) PD_03_AR-CJ/CB /eixo Cova Joana/Campo Baixo); mearemos como de extensão ou da nova criação, têm de
d) PD_04_AR-FAJ /Fajã d’Água; assegurar a continuidade com as redes urbanas existen-
tes e o PDM propõe aqui novos sectores para aglomerados
e) PD_05_AR-CAC /Cachaço; e rurais associados a Nova Sintra, sectores turísticos de
Fajã d’Agua, novos sectores para os aglomerados rurais
f) PD_06_AR-PAL/ Palhal.
de Cova Joana, Mato e Campo Baixo e, finalmente, o
4. Os PD’s delimitados para o sistema urbano têm por crescimento de Cachaço.
objectivo o ordenamento conjunto dos núcleos existentes
5. Os PD’s que abrangem áreas de tecidos urbanos
e as suas extensões, devendo ser mantidas as faixas de
existentes que necessitam ser reabilitados e melhorados,
protecção livres de edificações de acordo com o que esta-
identificados na planta de ordenamento como habitacio-
belece este PDM.
nal mista e aglomerado rural, mas que designaremos
5. Os PD’s devem ser elaborados seguindo as determi- como de reabilitação e melhoria urbana, têm como prin-
nações estabelecidas pelo PDM-BR para as diferentes cipal objectivo assegurar a melhoria urbana destas áreas,
categorias de espaços, e no que se refere às reservas introduzindo novas redes de infra-estruturas, novas
de dotações e parâmetros urbanísticos máximos, sem dotações públicas, reabilitar o tecido urbano existente
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prejuízo de poder vir a ser determinado, em função de e melhorar a estrutura urbana dos sectores marcados
ordenações concretas, um maior nível de dotação ou pa- e para o PDM da Brava estes PD’s absorvem 2 (dois)
râmetros urbanísticos mais baixos. subúrbios do núcleo urbano de Furna e o aglomerado
rural de Palhal.
Artigo 41º

Recomendações para os Planos Detalhados


6. Para poder conseguir a realização dos novos espaços
públicos e equipamentos colocados nos solos edificáveis
1. Os PD’s devem ter em conta os critérios gerais e mas que não estão incluídos em nenhum Plano Detalhado
recomendações constantes no relatório de ordenamento dever-se-á aplicar o seguinte sistema de actuação:
e, em especial, as seguintes recomendações:
7. Cada actuação isolada que se execute e que signi-
a) As normas para a nova edificação devem fique um incremento do aproveitamento urbanístico, a
contemplar condições de adaptação relação entre o que se podia construir anteriormente, e o
topográfica e inserção nos terrenos inclinados que realmente se poderia materializar com o estabelecido
com vista a: no PDM-BR, deve:
i. Evitar a erosão e alteração excessiva e i) ceder uma reserva de solo para equipamentos
prejudicial do solo; e zonas verdes, de acordo com as proporções
estabelecidas anteriormente do incremento
ii. Evitar eventuais prejuízos nos lotes e de aproveitamento;
edificações vizinhas derivados dos movimentos
de terra e construção de muros de contenção; e ii) reserva que poderia ser satisfeita mediante
sua equivalente valoração; e
iii. Preservar a paisagem urbana evitando o
escalonamento da edificação sobre o terreno iii) o valor económico da reserva unicamente
com uma imagem visual de mais pisos através pode ser utilizado para expropriar solo que
das caves do que aqueles permitidos. se destine a espaços livres ou equipamentos
públicos.
2. Os PD’s que abrangem áreas de núcleos urbanos Artigo 42º
consolidados, identificados na planta de ordenamento
Directrizes para políticas e programas sectoriais
como urbana estruturante, desenvolveram-se tendo como
objectivo a melhora e conservação destas áreas, a partir 1. Os programas têm por fim optimizar o uso eficiente
do reconhecimento do valor da edificação tradicional pa- dos recursos da Brava em vários sectores considerados
trimonial, para o PDM da Brava este PD propõe o núcleo estratégicos para se alcançar os objectivos de desenvol-
histórico da cidade de Nova Sintra e de Furna. vimento que o PDM-BR propõe.
Os critérios anteriores reflectiram-se nos regulamentos 2. É a entidade pública competente quem põe em
para a edificação a desenvolver pelos PD’s. marcha, de forma progressiva, os programas sectoriais

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que a seguir se enumeram, seguindo emtodos os casos Anexos


as directrizes específicas para cada um dos programas
Quadro I. Condicionantes especiais
expostas no relatório de ordenamento:
a) Programa de educação ambiental;
b) Fomento e melhora da agricultura biológica e
tradicional;
c) Criação de um centro de desenvolvimento local;
d) Criação de um escritório técnico de arquitectura
e habitação;
e) Programa de conservação e promoção dos
recursos culturais;
f) Programa de restauração da cobertura vegetal;
g) Programa de conservação da fauna e flora
autóctone e dos habitats de especial interesse;
h) Elaboração de um plano de ordenamento da
pecuária;
i) Programa de actividades turístico-recreativas;
j) Programa de adequação da rede de caminhos
Quadro II. Módulos mínimos de reserva
para percursos; e
k) Programa dos recursos pesqueiros.
CAPÍTULO VI
Disposições finais e transitórias
Artigo 43º
1 762000 000000

Regime transitório de usos nas áreas que abrange os Planos


Detalhados

1. Os solos delimitados como integrantes de PD’s po-


dem manter os usos existentes à data de aprovação deste
PDM-BR, enquanto não for elaborado o competente Plano Consideram-se Unidades elementares os conjuntos urbanos ou
urbanizáveis de até 250 habitações. Consideram-se Unidades básicas
Detalhado que os ordena. os conjuntos urbanos ou urbanizáveis de entre 250 e 500 habitações.
Consideram-se Unidades integradas os conjuntos urbanos ou
2. Este regime transitório não é aplicável aos usos exis- urbanizáveis de entre 500 e 1000 habitações.

tentes incompatíveis com os condicionamentos especiais Quadro III. Módulos mínimos de reserva / solos usos terciários e industriais
determinados pelo PDM-BR.
Artigo 44°
Contra-ordenações

1. Constitui contra-ordenação, punível com coima, a re-


alização de obras, bem como qualquer alteração indevida
à utilização previamente licenciada das edificações ou do a) A primeira situação é aplicável aos casos em que o uso do solo é,
exclusivamente, terciário ou industrial. b) A segunda situação é
solo em violação do disposto no presente Regulamento. aplicável aos casos em que também se pode ter uso residencial.

2. O montante da coima a que se refere o número Quadro IV. Classes de espaços


anterior é fixado entre os valores mínimo e máximo es-
tabelecidos no Decreto-Lei 43/2010, de 27 de Setembro
que aprova o Regulamento Nacional de Ordenamento do
Território e Planeamento Urbanístico.
Artigo 45°
Alterações à legislação

Quando se verificarem alterações à legislação em vigor


referida neste Regulamento, as remissões expressas que
aqui se fazem consideram-se automaticamente para as
correspondentes disposições dos diplomas que substituem
ou complementam os revogados e alterados.
Artigo 46°
Entrada em vigor

O Plano Director Municipal da Brava entra em vigor


à data da sua publicação no Boletim Oficial. D - uso dominante / C - uso compatível / X - uso incompatível

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1 762000 000000

O Ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Emanuel Antero Garcia da Veiga

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1930 I SÉRIE — NO 60 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 11 DE NOVEMBRO DE 2013


1 762000 000000

I SÉRIE

BOLETIM
O FI C I AL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001

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I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-Lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.

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