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ÍNDICE

Introdução...............................................................................................................................2
Objectivos Específicos do estudo...................................................................................... 3
Metodologia........................................................................................................................3
Resumo do Processo de Investigação...............................................................................3
Breve Historial do Bairro da Malanga.................................................................................. 5
Localização.............................................................................................................................5
CAPÍTULO 1............................................................................................................................ 7
A. Levantamento Demográfico...........................................................................................7
B. Levantamento Topográfico.............................................................................................7
C. Levantamento de Acesso à Infraestruturas................................................................... 8
Sistema de Abastecimento de água.............................................................................9
Sistema de Drenagem..................................................................................................9
Sistema de Esgotos................................................................................................... 10
Sistema de Energia.................................................................................................... 11
Sistema Viário............................................................................................................ 12
Sistema de Resíduos sólidos..................................................................................... 13
CAPÍTULO 2.......................................................................................................................... 15
Desastres Naturais...........................................................................................................15
A. Tipos de desastres naturais mais frequentes........................................................ 15
B. Efeitos Imediatos................................................................................................... 15
Consequências a longo prazo....................................................................................15
Capítulo 3.............................................................................................................................. 18
Identificação de desastres naturais mais prejudiciais ao bairro da Malanga................... 18
Consequências a nível habitacional e do bairro da Malanga...........................................19
Conclusão............................................................................................................................. 20
Referências Bibliográficas.................................................................................................. 21
Anexos.................................................................................................................................. 22

1
Introdução
Desastres naturais são eventos causados por fenômenos naturais, como clima, fatores
geológicos e biológicos, que tem o potencial de causar danos significativos a pessoas,
propriedades e ao meio ambiente. Esses desastres podem ocorrer repentinamente e
sem aviso, ou podem se desenvolver ao longo do tempo e ter impactos duradouros.

Este relatório é composto por 3 capítulos. No primeiro capítulo, descrevemos o


contexto da pesquisa, onde é feita uma breve descrição e historial do bairro da
Malanga, partilhamos o levantamento topográfico, o levantamento de acesso à
infraestruturas, junto dos mapas elaborados para esta apresentação. No segundo
capítulo, trazemos a estatística de ocorrência de desastres naturais a nível Nacional e
Internacional. No terceiro e último capítulo, abordamos os efeitos e consequências dos
desastres naturais neste bairro, apresentando evidências dos principais danos
causados quanto ao nível do mesmo.
Objectivos Específicos do estudo
Com este relatório feito a base de dados obtidos na internet e na secretaria do bairro
da Malanga, pretendemos mostrar os problemas que os desastres naturais causam
no mesmo. Assim como apresentamos um estudo feito a uma escala menor que é o
quarteirão 19 no mesmo bairro. Pretendemos mostrar como funcionam algumas
infraestruturas nesta área, nomeadamente o abastecimento de água, os resíduos
sólidos, a energia, a rede viária e o saneamento.

Metodologia

O primeiro dia de trabalho de campo consistiu na formalização da nossa entrada no


bairro da Malanga junto da Secretaria do bairro. Levamos a credencial, passada pela
Universidade Eduardo Mondlane (UEM), à Secretaria do bairro da Malanga a fim de
obter autorização para realização da pesquisa. Nesse dia, apresentamo-nos à
Secretaria Municipal do bairro mas sem sucesso, não encontramos o secretário do
bairro. Voltamos dois dias depois, mas pela segunda vez não tivemos sucesso. Fomos
ter com o chefe de quarteirão 19, onde tivemos a oportunidade de explicar os
objetivos da pesquisa e obter uma parte da informação para este trabalho. Dois dias
depois, fomos à secretaria pela terceira vez, onde nos facultaram alguma informação.

Resumo do Processo de Investigação

Estima-se que a pesquisa bibliográfica e documental corresponde a cerca de 15% do trabalho


de investigação, enquanto o trabalho de campo (como entrevistas, observações, coleta de
dados) corresponde a cerca de 85%.

Fig. 1 Gráfico que indica a percentagem de trabalho de campo e investigação. Fonte: Autoria do grupo.

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Breve Historial do Bairro da Malanga

O bairro da Malanga localiza-se no Distrito Municipal Nlhamankulu, em Maputo,


Moçambique. O bairro foi erguido durante o período colonial e era habitado por
nativos moçambicanos e algumas pessoas de nacionalidade portuguesa. Após a
independência nacional, o bairro passou a ser povoado por pessoas de diversas
províncias do país que trabalham temporariamente no Porto de Maputo. A maioria
dos moradores é descendente dos primeiros habitantes (os que se consideram de
“nativos”) e “inquilinos”, que na sua maioria são jovens, homens e mulheres, oriundos
de diferentes províncias do país, principalmente Gaza, Inhambane e Zambézia, que
migraram para Maputo em busca de oportunidades de emprego ou comércio.

O bairro da Malanga está dividido em duas partes, uma urbana que é composta por
casas e edifícios em alvenaria, e a outra parte suburbana que é composto por
construções precárias, muitas das quais feitas com chapas de zinco, que servem de
abrigo para os moradores. Apesar das condições precárias, os “inquilinos” têm
preferência por este bairro, pois está próximo dos centros comerciais da cidade e as
rendas de aluguel são mais baixas quando comparadas com outras áreas periféricas
da Cidade de Maputo.

A atividade econômica predominante no bairro é o comércio, principalmente nos


mercados da Malanga, Fajardo e Baixa da Cidade de Maputo, onde muitos
moradores trabalham como comerciantes.

Localização

O Bairro da Malanga localiza-se na província de Maputo, no distrito de Nhlamankulo.


Possui uma área de cerca de 540 Km2 e um perímetro de 4.145 Km.

É delimitado pela avenida 24 de Julho, avenida do Trabalho e rua 2019.

Os seus limites são:

▪ Norte – Bairro do Alto-Maé;

▪ Sul – Bairro Luís Cabral;

▪ Este – Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM);

▪ Oeste – Bairro do Chamanculo B.

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Fig. 2. Mapa de localização do Bairro da Malanga. Fonte: Autoria do grupo.

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CAPÍTULO 1

A. Levantamento Demográfico

No bairro da Malanga vivem cerca de 10 166 habitantes, com uma quota de 8.0 %,
com base na distribuição percentual da população do Distrito Municipal Nlhamankulu
(INE 2017).

O Quarteirão 19, que é a área escolhida para o nosso estudo, tem 255 cidadãos no
total.

B. Levantamento Topográfico

Em termos de topografia, o bairro possui elevações e declives que variam de 0 a 2% à


este. Algumas áreas do bairro tiveram um desequilíbrio considerável na sua
topografia devido ao reassentamento da população, destruição de moradias e
implantação da Ponte Maputo-Katembe.

O tipo de solo predominantemente encontrado no bairro da Malanga é o solo


arenoso amarelado, que possui uma permeabilidade fraca.

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Fig. 3. Mapa de topografia e divisão de talhões no Bairro da Malanga. Fonte: Autoria do grupo.

C. Levantamento de Acesso à Infraestruturas

Tendo em conta que o quarteirão 19, encontra-se na zona urbana do bairro.


Estima-se que 70% da população do bairro da Malanga incluindo a zona urbana e a
zona suburbana tem acesso a abastecimento de água, 100% tem acesso a
electricidade, 100% tem acesso a saneamento na zona urbana e 20% na zona
suburbana.

Fig. 4. Este gráfico mostra o acesso da população às infraestruturas do bairro. Fonte: Autoria do grupo,
segundo informações da Secretaria do Bairro da Malanga.

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Sistema de Abastecimento de água
O abastecimento de água deste bairro é feito pela FIPAG, a maior parte da
população usa o sistema de contador. Não há problemas quanto ao corte de água,
excepto pelos 20 dias sem água subsequentes às chuvas, que foi um corte geral da
cidade de Maputo e Matola. Durante esta época o Car Wash e o Hospital José
Macamo abasteceram algumas residências que necessitavam de água.

As pessoas no bairro recorrem a diversas fontes de água, dentre elas torneiras, tubos
rompidos e água das chuvas.

Fig. 5. Mapa de sistema de abastecimento de água no bairro da Malanga. Fonte: Autoria do grupo.

Sistema de Drenagem
A drenagem de águas pluviais é feita naturalmente ao longo das vias asfaltadas com
recurso a valetas de bordadura em aterro, através de valetas de pé de talude
colocadas na zona da ponte Maputo - Katembe. Entretanto, necessita de melhorias,
pois não oferecem boas condições sanitárias na zona sul do bairro.

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Fig. 6. Dreno de águas pluviais do Bairro da Malanga. Fonte: Autoria do grupo.

Fig. 7. Mapa de sistema de drenagem do Bairro da Malanga. Fonte: Autoria do grupo.

Sistema de Esgotos

Este bairro está dividido em duas áreas, sendo elas, a área urbana onde se encontra
o quarteirão 19, que é a mais desenvolvida em termos de infraestruturas e a área
suburbana que possui ainda muitos problemas por conta do défice de infraestruturas.

O sistema de saneamento do bairro da Malanga funciona através de fossas sépticas


familiares e latrinas.

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Fig.8. Tampa de poço de visita usado no Bairro da Malanga. Fonte: Autoria do grupo.

Sistema de Energia

O sistema de energia abrange todo o bairro da Malanga, esta energia é fornecida


pela EDM, pelo sistema Credelec..

O bairro também possui um PT, que é uma instalação onde se procede a


transformação da energia elétrica de média tensão para baixa tensão, alimentando
a rede de distribuição de baixa tensão.

Ao longo do bairro é possível encontrar postes de energia como o ilustrado na


imagem.

Fig. 9. Poste de energia pública, no quarteirão 19 no Bairro da Malanga. Fonte: Autoria do grupo.

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Fig. 10. Mapa de distribuição de energia no Bairro da Malanga. Fonte: Autoria do grupo.

Sistema Viário

Possui uma rede viária bem desenvolvida na 24 de Julho que tem como
prolongamento a Ponte Maputo–Katembe, construída em 2018, que garantiu a
construção de infraestruturas como sistemas de drenagem e estradas de boa
qualidade.

Apesar desta estrada estar em boas condições por causa da ponte, as vias
secundárias e terciárias do bairro estão muito pouco desenvolvidas. Algumas até se
apresentam pavimentadas, mas em estado de degradação com buracos que podem
causar acidentes. O assentamento informal também fez com que surgissem vias de
acesso não pavimentadas e muito estreitas.

Fig. 11. Vias ao longo do quarteirão 19. Fonte: Autoria do grupo.

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Fig.12. Mapa de sistema viário do Bairro da Malanga. Fonte: Autoria do grupo.

Sistema de Resíduos sólidos

Os moradores do quarteirão 19, depositam os seus resíduos sólidos em dois caixotes


de lixo próximos do local. A população reclama que às vezes a recolha dos mesmos
resíduos é demorada, o depósito fica cheio de resíduos ao ponto de parte dos
resíduos ficar no chão ao redor do contentor.

Fig. 13. Um dos depósitos de resíduos sólidos do bairro malanga. Fonte: Autoria do grupo.

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Fig. 14. Mapa de sistema de resíduos sólidos do Bairro da Malanga. Fonte: Autoria do grupo.

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CAPÍTULO 2

Desastres Naturais

É um evento que ocorre devido à ação das forças da natureza, sem que o ser
humano seja diretamente responsável.

A. Tipos de desastres naturais mais frequentes


● Desastres geológicos - incluem terramotos, erupções vulcânicas,
deslizamentos de terra e tsunamis.
● Desastres hidrológicos - incluem inundações e secas.
● Desastres meteorológicos - incluem furacões, tornados, tempestades, ondas
de calor ou de frio.
● Desastres biológicos - surtos de doenças, infestações de insectos e ataques de
animais.
● Desastres espaciais - incluem impactos de asteroides.

B. Efeitos Imediatos
● Tem influência das infraestruturas que não foram projectadas tendo em conta
a topografia;
● Interrupção do percurso natural da água pelos assentamentos informais;
● A água da chuva que vem de Chamanculo e as que vem da 24 de Julho
encontram-se no retunda, onde se cria um redemoinho;
● Défice de um sistema de escoamento de água,
● Acumulação de água que ocorre devido ao tipo de solo.

Consequências a longo prazo


● Degradação da infraestrutura de rede viária (buracos);
● Água das chuvas alcança o nível dos tornozelos, alagando as residências;
● Possível surgimento de doenças como malária e cólera;
● Queda de muros devido às chuvas intensas;
● Corte geral de água, que obriga os cidadãos a procurar meios de
abastecimento de água;
● Solo propenso à erosão.

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C. Estatística de ocorrência a nível internacional e nacional

Fig. 15. Comparação de ocorrência de desastres naturais em Moçambique e no mundo. Fonte: Dados
Mundiais.

Este é um gráfico que mostra a relação entre desastres naturais ocorridos no bairro
da Malanga, num intervalo de cinco em cinco anos, comparados aos desastres
ocorridos a nível nacional e internacional, ou seja, no território moçambicano assim
como ao longo do mundo desde o ano 2000 até 2019. Estes desastres compõem
terramotos, tsunamis, cheias e erupções vulcânicas.

Estatística Nacional

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Estatística Internacional
Segue uma ordem cronológica dos acontecimentos mais relevantes da Estatística
Internacional dos desastres naturais:

Esses são apenas alguns exemplos de desastres naturais que tiveram um impacto
significativo na história recente. Cada evento tem suas próprias características e
consequências, e é importante aprender com eles para melhorar a resiliência e a
preparação para futuros desastres naturais.

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Capítulo 3

Identificação e justificativa de desastres naturais mais prejudiciais ao


bairro da Malanga

Na zona urbana, os drenos funcionam muito bem e coletam maior parte da água
pluvial, o restante da água concentra-se em poças de água de infraestruturas viárias
precárias.

Na zona suburbana, segundo relatos, a água pode concentrar-se em algumas áreas


numa altura do chão ao tornozelo, quando as chuvas são intensas.

O bairro da Malanga não contém dados de ocorrência de desastres naturais,


felizmente as suas infraestruturas tem servido muito ao local para evitar graves
problemas.

Para além destes problemas existe o caso da rotunda 16 de junho. No período chuvoso
esta recebe o escoamento de água pluvial vinda dos bairros circunvizinhos da
Malanga. Esta chega a inundar ao ponto de alguns carros ficarem presos no interior
da rotunda.

Fig. 16. Situação da rotunda próxima do bairro Malanga durante o período chuvoso excessivo. Fonte:
Fotos tiradas por munícipes nas últimas cheias.

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Consequências a nível habitacional e do bairro da Malanga
Os desastres naturais afetam a saúde pública e o bem-estar da população afectada.
Os impactos negativos à saúde podem ser directos (por exemplo, lesões) ou indiretos
(por exemplo, desnutrição e aumento de doenças infecciosas). Após um desastre
natural, os problemas de saúde são agravados pelos danos causados ​aos sistemas
de saúde, à infraestrutura de água e saneamento e ao deslocamento das
comunidades afetadas aos centros de acolhimento.

Também vimos que no caso de ocorrência de um desastre natural famílias perdem


as suas casas, bens em geral e são deslocados.

Outra consequência é o custo que os desastres naturais trazem. De 2000 a 2009, os


desastres naturais causaram US $891 bilhões de danos em todo o mundo ( Kellet e
Sparks, 2012 ). O alto custo dos desastres naturais é provocado pela destruição de
infraestruturas caras e essenciais, por exemplo, estradas e edifícios.

Em termos de saúde e perdas econômicas, os países de baixa renda são os maiores


sofredores por conta dos desastres naturais.

Fig. 17. Estrada cheia de buracos causados devido às chuvas e infraestrutura de saneamento
danificada. Fonte: Fotos da autoria do grupo.

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Conclusão

Com isto, conclui-se que o Bairro da Malanga, possui um grande potencial para
albergar infraestruturas de qualidade pois tem a vantagem de ter a Ponte Maputo –
Katembe no seu arredor, tendo em conta que esta foi responsável pela melhoria de
algumas infraestruturas durante a sua construção que é o caso da rede viária.

No entanto, o défice de infraestruturas na zona suburbana tem efeitos prejudiciais na


vida e bem-estar da população, por isso deve criar-se um plano urbano que inclua a
construção de infraestruturas neste bairro para garantir o seu desenvolvimento
socioeconómico e a qualidade de vida das pessoas que lá habitam.

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Referências Bibliográficas

▪ Desastres naturais. Disponível em


https://www.sciencedirect.com/topics/earth-and-planetary-sciences/natural-d
isaster. Acessado a 16 de março.
▪ Diário Notícias. Disponível em
https://www.dn.pt/lusa/idai-principais-desastres-naturais-em-mocambique-d
esde-as-cheias-de-2000-10712893.html. Acessado a 16 de março de 2023.
▪ Dados Mundiais. Disponível em
https://www.dadosmundiais.com/desastres-naturais.php. Acessado a 16 de
março de 2023.
▪ Monica Adhiambo Onyango , Malyse Uwase , em Enciclopédia Internacional de
Saúde Pública (Segunda Edição), 2017.
▪ Mapas e imagens da autoria do grupo.
▪ Algumas imagens fig 15. da autoria de munícipes anónimos.

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Anexos

Neste anexo apresentamos os mapas produzidos pelos integrantes do grupo com


para mostrar o funcionamento das infraestruturas. Fonte: Openstreetmap, e o
programa Qgis.

1. Perfis de Sistema Viário

Fig 18. Perfil da Rua da Udenamo. Fonte: Autoria do grupo.

Fig. 19. Perfil da Avenida 24 de Julho. Fonte: Autoria do grupo.

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Fig.20. Perfil ampliado da Avenida 24 de Julho. Fonte: Autoria do grupo.

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