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AUTOR:
JORGE MANUEL CHIQUINHO
LUANDA
2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA
LUANDA
2023
Chiquinho, Jorge Manuel
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DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
EPIGRAFE
Nelson Mandela.
LISTA DEQUADROS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
RESUMO
ABSTRACT
SUMARIO
INTRODUÇÃO
Como nota introdutria consideramos pertinente trazer a discussão
áspectos relevantes a venda informal em Luanda como estratégia de
sobrevivência dos jovens do bairro rocha pinto aonde na qual, o comércio
ambulante surge fortemente como expressão da pobreza e da desigualdade
socioeconômica resultantes de altas taxas de desemprego e de precarização
do trabalho.
Portanto, este tema nós permitiu ver a realidade dos jovens envolvidos
na venda ambulante na cidade de Luanda, precisamente no Bairro Rocha
Pinto, permitiu-nos tambem perceber novas dimensões que ate então eram
desconhecidas.
1
Actualmente denominada por “Plano Integral de Desenvolvimento Local e Combate a Pobreza
(PIDLCP)”
Por exemplo, dos vários programas que esta estratégia contempla pode-
se destacar os programas de reinserção sócio económica, através da
formalização do sector informal da economia, que em termos de expectativas,
esperava-se que tivesse impacto positivo sobre a fonte de rendimentos dos
indivíduos, que desenvolvem as suas atividades no âmbito da economia
informal, em particular dos jovens.
Justificativa
Declaração do Problema
Assim, o País ganha jovens frustrados e sem sonhos por não obterem
uma oportunidade de emprego. Daí a importância de se abordar esta temática,
em respeito aos jovens ambulantes, especificamente, do bairro Rocha Pinto,
Município de Luanda.
2
Kupapata o termo deriva das línguas Umbundo e Kimbundo, significa apalpar, revistar. Tem
sentido mercantil na medida em que define o sujeito taxista de motorizada de duas rodas ao
serviço público precário.
3
Roboteiros, prestador de serviço ao público informal que leva a mercadoria, compras de
cliente para destinos destes (táxi, armazém, casa de processo etc)
O interesse surge também, pela necessidade de procurar compreender
o que está na base dessa postura da juventude e aonde o país em nome do
Ministério da Juventude e Desporto e o Governo de Luanda terão falhado.
Desse modo, a situação social das famílias tem vindo a agravar-se face ao
actual nível de inflação que o país regista e o governo angolano desde 2018
tem vindo a aplicar novas medidas coercivas para a regulação do mercado
informal, a fiscalização das administrações bem como a intensificação das
medidas coercivas de fiscalização, expulsando, por exemplo, os jovens
zungueiros dos seus pontos habituais de vendas, por parte da Policia Nacional.
Isto fez com que, muitas jovens que desenvolvem suas actividades no mercado
informal vissem os seus rendimentos baixarem cada vez mais, em
consequência das poucas vendas que faziam.
A aplicação destas medidas denuncia, até certo ponto, a desordem e a
fragilidade em que o sistema económico do país vive. Entretanto, várias vozes
da sociedade civil têm apelado para o perigo das medidas adoptadas
agravarem a situação social da maioria dos jovens e de suas famílias que têm
no mercado informal e, de modo particular, a venda ambulante, como a única
fonte de geração de rendimentos.
Por outro lado, tem sido recorrente ouvir nos discursos políticos e na
mídia pública, a elevação dos jovens que conseguem melhorar as suas
condições de vida a partir das actividades informais dos jovens, como símbolo
da luta e de empreendedorismo.
Objetivos do estudo
Objectivo Geral
Analisar as dinâmicas de venda informal como estratégias de
sobrevivência dos jovens em Luanda, no bairro Rocha Pinto.
Objetivos Específicos
De acordo com aqueles que conheceram Luanda nos seus primeiros anos,
era a cidade mais bonita de África, e mesmo o observador mais crítico da
sujidade que encontrei em 1992 não podia deixar de notar traços de elegância
desvanecida. Concebida pelos arquitectos para complementar a elegância da
ampla baía em arco, a cidade fez-me imediatamente lembrar o Rio de Janeiro,
mas aqui não havia montanhas escarpadas e corcovados a dominar a cidade
(Anstee, 1997, p.223).
Esta descrição deixa claro que a década de 1990 não pode ser
considerada um marco para a venda informal em Luanda, como apresentado
por Samba (2012, p.139).
4
Pelos atalhos, quitandeiras desciam para o mercado, em busca de água seguiam domésticas
Mulheres ao serviço do município (agora província de Luanda), varriam pachorrentamente a
rua, e em pregões, quitandeiras vendiam peixe, fruta, mel, feijão, farinha de mandioca, azeite
de amendoim e outros produtos (RIBAS, 2009, p.214-215, grifo nosso).
A importância do trabalho da dzunga não mudou na história de Luanda e
que a dinâmica competitiva do mercado apenas o tornou mais rico Ribas 5
(2009).
5
As bessanganas são mulheres que se vestem com panos, que distinguem-se pelo seu modo
tradicional de vestir. Elas vêm da Ilha de Luanda e são senhoras da velha sociedade de Luanda.
Os seus trajes típicos são formados por um total de quatro camadas de panos essencialmente
estampados e coloridos: mulele ua jiponda (peça interior), o mulele ua xaxi (pano trespassado
cobrindo a parte superior), depois o mulele ua tandu (tecidos trespassados na parte inferior) e
finalmente um pano conhecido como bofeta.
6
O português é a língua oficial de Angola, mas o país conta com mais de sete línguas africanas
reconhecidas como línguas nacionais, dentre as quais – o côkwe (pronuncia-se tchocué), o
kikongo, o kimbundo e o umbundo – e mais outras línguas africanas e inúmeros dialetos. O
nome N'gola é homenagem ao rei com o mesmo nome, líder de uma etnia que, historicamente,
habitava o reino do Ndongo.
Fonte: www.skyscrapercity.com/mapas de Angola
N.
Província Capital
mapa
1 Bengo Caxito
2 Benguela Benguela
3 Bié Cuíto
4 Cabinda Cabinda
6 Cunene Ondjiva
7 Huambo Huambo
8 Huíla Lubango
11 Luanda Luanda
14 Malanje Malanje
15 Moxico Luena
16 Namibe Moçâmedes
17 Uíge Uíge
Angola foi uma colónia sob o domínio português até 1975, a população
da colónia angolana após 1900 diminuiu gradualmente, apesar de uma elevada
taxa de natalidade (Oliveira 2001, pp. 309-310).
De facto, este foi o início de uma nova guerra entre angolanos pelo
controlo do país, mostrando que a independência não seria o fim da guerra em
Angola. Os apelos da população para uma maior participação e solidariedade
entre os vários movimentos não surtiram efeito.
Por razões de clareza, alguns dos artigos são citados no capítulo 3 da lei
(documento) que regula o Acordo de Arvor:
10
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), através de alguns acordos e
compromissos que assinara com Portugal, e o Pacto de Varsóvia (PV) conduziram esta disputa
por áreas que mais lhes interessavam, fazendo isto através do apoio mais diversificado e
antagônico aos movimentos de libertação. Isto numa fase em que nos Estados Unidos
pontificava a dupla Nixon-Kissinger. Como declara Correia (1996, p. 29) o “secretário de Estado
norte americano chegou a admitir e a mostrar-se favorável à manutenção, por largo tempo, de
uma hegemonia branca na África Austral, através da aliança entre a África do Sul, a Rodésia e
as colônias portuguesas”. Como mostra Joelle Kuntz, o presidente Nixon teria proposto a
Marcello Caetano o seguinte: “Abandonem a Guiné, que não interessa a ninguém. Dêem-lhe a
independência. Nós ganharemos tempo e vós, prestígio. Reforçai a pressão em Angola, esta é
connosco [...] Vietnamizai Moçambique: dai o norte à FRELIMO, o sul deve continuar do nosso
lado” (p. 29). A África Austral se tornara num palco de guerra fria, onde as disputas pelos vários
interesses, políticos, econômicos, ideológicos, etc. se entrecruzavam.
Isto criou uma atmosfera tensa em que muitas ONGs foram forçadas a
realinhar as suas actividades em torno dos direitos civis, do governo local, da
paz, da reconciliação nacional e da resolução de conflitos. As prioridades eram:
2. Pobreza em Angola
Em 2004, dois anos após o término do confl ito armado, o governo angolano
elaborou a sua Estratégia de Combate à Pobreza (ECP) 11, com o objectivo
principal de preparar as medidas para combater esse fenómeno, que, na altura,
afectava 68% da população angolana, dos quais 26% se encontravam em
condição de pobreza extrema, equivalente a até 0,75 dólares por dia
(MINPLAN 2005).
Estes factores, que afectam de forma diferente cada uma das pessoas,
levaram à identifi cação e caracterização das categorias sociais que em Angola
se encontram mais vulneráveis à pobreza, nomeadamente:
11
Resolução nº 9/04, de 4 de Junho de 2004.
Pequenos agricultores e camponeses;
Analfabetos;
Desempregados;
Crianças de rua e sem-abrigo;
Desmobilizados das forças armadas;
Deslocados de guerra;
Famílias monoparentais;
Deficientes físicos (Carvalho 2004)
Cada uma das pessoas que se insere numa destas categorias sociais
enfrenta situações de carência, privação e marginalização, condições que
posteriormente os conduzem a uma situação de exclusão social.
12
Entre 1997 e 2002, o Orçamento Geral do Estado apenas despendeu 20 a 30% das
despesas para o sector social, no qual se insere a educação, saúde, habitação, assistência
social e cultura. Em 1999, 56% das despesas executadas foram destinadas ao sector de
defesa e ordem pública [Vinyals 2002: 26]
Indicadores
Taxa de 115,7 por mil
mortalidade
infantil
Taxa de 193,5 por mil
mortalidade
de menores
de 5 anos
Taxa de 1.400 por 100
mortalidade mil
materna
Alfabetização 76%
IDH (2011) 0,486
Taxa de 7,2
fertilidade
sperança 41,5 anos -
média de mulheres
vida 38,8 anos –
homens
Fonte: INE 2022, MINPLAN 2022, MINPLAN 2022.
A razão desta medida do GPL tem a ver com o facto dessas vendas
causarem sérios problemas à circulação rodoviária. Apesar de concordarmos
que os transtornos no trânsito são uma realidade, não podemos deixar de
reflectir sobre o impacto da medida nos seus principais destinatários.
Mais uma vez, parece-nos que quem tomou a decisão estava mais
preocupado em atacar os efeitos do que as causas. A venda ambulante só
acontece porque as pessoas não encontram alternativas para sobreviver.
POR CONCLUIR