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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

ADRIANA CALLEJAS DE ASSIS

RELATÓRIO FINAL OBRIGATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO IV

CORUMBÁ-MS
2023

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ADRIANA CALLEJAS DE ASSIS

RELATÓRIO FINAL OBRIGATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO IV - PROJETO


“TRANSFORMAÇÃO PELA FALA” PARA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
DO CENTRO POP DE CORUMBÁ-MS.

Relatório apresentado ao Curso de


Psicologia da UFMS/CPAN, como requisito
parcial de avaliação da disciplina Estágio
Obrigatório Básico IV sob a Orientação da
Professora Carolini Cássia Cunha.

CORUMBÁ- MS
2023

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“A Rua, Concreta, Discreta Nos Mostra A Frieza da Sociedade e a
Tristeza de Um Povo Esquecido”.
Trecho Do Poema “A Rua”
(Mariana Zayat Chammas)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------ 5
2. EXECUÇÃO DA INTERVENÇÃO ------------------------------------------------------ 6
2.1 BREVE DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO -------------------------------------- 9
2.2 ANÁLISE DA INTERVENÇÃO ----------------------------------------------------- 12
2.3 ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS E SUA JUSTIFICATIVA --------- 23
2.4 AVALIAÇÕES DOS RESULTADOS ATINGIDOS ----------------------------- 24
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS -------------------------------------------------------------- 24
4. REFERÊNCIAS ----------------------------------------------------------------------------- 25
5. ANEXOS ------------------------------------------------------------------------------------- 30

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1. INTRODUÇÃO

A contribuição do estágio no curso de formação profissional, com base no saber-fazer


não se resume à aprendizagem de um conjunto de técnicas e metodologias de ensino, mas sim
para se pensar na execução da qualidade da intervenção. Ao mesmo tempo em que o estágio é
uma emancipação do profissional, proporciona ao mesmo o entendimento sobre a não separação
entre a formação teórica e prática, dessa forma, o estágio dá mais importância às etapas e
desenvolvimento pessoal, e cognitivo dos indivíduos enredados no vínculo entre o ensino e
aprendizagem, levando em conta ser de extrema importância formar um profissional coesivo
com a práxis vivenciada em seu âmbito de conhecimento.
Todo esse entendimento em relação ao estágio curricular supervisionado como uma fase
destinada a um processo de ensino e aprendizagem nos mostra que ainda que o aprendizado em
sala de aula seja essencial, não é o bastante para capacitar os acadêmicos para sua futura
profissão.
Sendo assim, o Estágio Curricular Supervisionado é visto como um meio de desenvolver
habilidades e competências essenciais para o desenvolvimento das profissões, devendo fazer
parte do projeto pedagógico de cursos de graduação.
O Estágio Obrigatório Básico IV teve por objetivo colocar em prática o projeto de
intervenção "Transformação pela fala” desenvolvida no primeiro semestre do ano de 2023 no
Estágio Obrigatório Básico III. O local em que foi posto em prática o projeto desenvolvido foi o
Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) que
atualmente se encontra na Rua Campo Grande, 2.723 no Bairro Nossa Senhora de Fátima do
município de Corumbá, localizado no Estado do Mato Grosso do Sul.
É uma instalação pública preparada para fornecer assistência a pessoas em situação de
rua. Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social, (MDS), este serviço foi estruturado
para prestar auxílio à população jovem e adulta.
Ao acolher um cidadão, o Centro POP realiza ações de âmbito individual e coletivo

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voltados a desenvolver a socialização dos indivíduos.
Um conjunto de atividades promovidas pelo centro visa estimular o convívio social, além
de transmitir conhecimentos sobre respeito, solidariedade e afetividade. Portanto, a instituição é
um ponto de apoio a pessoas em situação de rua, uma vez que fornece condições apropriadas
para: armazenamento de pertences, higiene pessoal, alimentação e emissão de documentos.
O Centro POP tem como principal função abrigar pessoas em situação de rua. Ao dar
entrada em uma unidade, o cidadão tem a oportunidade de participar de uma série de ações
voltadas a melhorar sua condição social.
Além disso, as unidades do Serviço estão preparadas para: desenvolver atividades de
reinserção familiar e/ou comunitária, fornecer condições para restaurar e preservar a integridade
e a autonomia da população em situação de rua, possibilitando meios de construção ou
reconstrução de novos projetos de vida dos cidadãos.
O acesso a qualquer instalação do Centro POP é feito de forma espontânea, ou seja, as
pessoas em situação de rua podem ingressar no serviço quando desejar. Em paralelo, as equipes
de assistência social do município, também podem realizar o encaminhamento do cidadão para
uma unidade.
Junto à supervisão do psicólogo Ednaldo da Silva Ramos e a orientação da Professora
Carolini Cássia Cunha, foi elaborado quatorze encontros, para que fosse possível realizar as
rodas de conversas.
O projeto “Transformação pela fala” propõe restaurar e preservar a integridade e a
autonomia dessa população. Possibilitando meios de construção ou reconstrução de novos
projetos de vida dos cidadãos. Buscando proporcionar uma mudança significativa em suas vidas,
através de reflexões por meio dos temas que serão abordados. Dessa forma, possibilitando que
essas pessoas em situação de rua se transformem tanto em si, como no meio em que vivem.

2. EXECUÇÃO DA INTERVENÇÃO

A Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004) e a Norma Operacional Básica


(NOB SUAS/2005) trouxeram ao país o desafio de programar do Sistema Único de Assistência
Social – SUAS: a organização e a estruturação de serviços, benefícios, programas e Projetos
Socioassistenciais.

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O desafio mais atual colocado ao Sistema Único de Assistência Social para se assegurar a
institucionalidade da política de Assistência Social no Brasil, se refere ao aprimoramento da
gestão e à qualificação da oferta dos serviços, o que requer a elaboração de parâmetros e de
orientações técnicas e metodológicas. Como parte do esforço de consolidação do SUAS, em 11
de novembro de 2009, foi aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) a
Resolução nº 109/2009, que trata da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Esta,
ao tratar dos serviços da proteção social especial de média complexidade, tipificou o Serviço
Especializado para Pessoas em Situação de Rua, prevendo como lócus de sua oferta o Centro de
Referência Especializado para População em Situação de Rua, unidade prevista no art. 7º do
Decreto nº 7.053 de 23 de dezembro de 2009.
Conforme, Esmeraldo Filho (2010), as pessoas em situação de rua são normalmente
confundidas com pessoas violentas, traficantes e assaltantes, o que constata, assim, uma
característica de criminalização do indivíduo. Perante está observação, é conhecido o rótulo que
a sociedade impõe à população em situação de rua.
É estabelecido pelo artigo 5° da Política Nacional para a População em Situação de Rua,
decreto n° 7053 23/12/2009 que:

Art. 5°. São princípios da Política Nacional para a população em


situação de Rua, além da igualdade e equidade: I – respeito à dignidade
da pessoa humana; II – direito à convivência familiar e comunitária; III
– valorização e respeito à vida e à cidadania; atendimento humanizado
e universalidade e V- respeito às condições sociais e diferenças de
origem, raça, idade, nacionalidade, gênero, orientação sexual e
religiosa, com atenção especial às pessoas com deficiência.

Desse modo, fica evidente que as pessoas em situação de rua possuem seus direitos
constituídos diante da lei, como todos os outros cidadãos, as quais devem ser respeitadas e
valorizadas apesar de sua condição socioeconômica. Lamentavelmente, diante da vulnerabilidade
de pessoas em situação de rua ainda há uma precariedade das políticas públicas relacionadas a
esta demanda, contradizendo o que vem sendo imposto por lei.

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No decorrer da história, o ser humano recorreu ao uso de substâncias psicoativas para os
mais diferentes fins. De acordo com Nery Filho e Torres (2002), o ser humano sempre procurou
formas de alterar o humor e o comportamento.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, drogas são todas substâncias que, ao serem
fumadas, inaladas, ingeridas ou injetadas têm capacidade de alterar o funcionamento do
organismo, ocasionando mudanças fisiológicas, psíquicas e de comportamento (OMS, 1978).
Le Breton (2003) expõe que as drogas lícitas ou ilícitas são utilizadas como auxílio
químico para controlar o humor, o prazer, na ilusão da gestão de si mesmo e pertencimento
social.
Nesta situação inserem-se as pessoas em situação de rua. População complexa composta
por indivíduos com diferentes realidades, mas que têm em comum a situação de pobreza e a falta
de pertencer à sociedade. Homens, mulheres, jovens e até mesmo crianças fazem parte deste
grupo populacional que, a partir das circunstâncias de suas existências, seja pela falta de
emprego, ruptura com laços afetivos, familiares, violência, perdas significativas e muitos outros
motivos, passaram a utilizar a rua como principal possibilidade de existência.
Carvalho (1999), diz que o uso de substâncias por pessoas em situação de rua não está
ligado exclusivamente à busca de prazer, mas antes, estão ligadas as táticas de sobrevivência que
ganham relevância na medida em que seus efeitos provocam sensações, não só de alegria, como
de entusiasmo e controle, porém, observa alterações da compreensão psíquica contra a dolorosa
realidade interna e externa destas pessoas. O que, a nosso olhar, pode explicar o uso de drogas
em grande proporção por esta população.
Durante as observações no período de maio a junho no Centro de Referência
Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), foi percebida a necessidade da
fala dos usuários da instituição. Nesse intuito decidi realizar rodas de conversas sobre os mais
variados temas.
Como o projeto foi elaborado para ser realizado com rodas de conversa, decidi dar o
nome de “Transformação pela fala”. Este projeto teve por objetivo proporcionar um espaço
tanto de fala, bem como de escuta em relação a temas que atravessam a vida dos moradores em
situação de rua.
Além disso, foi planejado utilizar rodas de conversa para tratar de temas que atravessam
pontos de suas vidas, com foco no que já objetivava o grupo, restaurar e preservar a integridade e

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a autonomia dos moradores em situação de rua.
Buscando proporcionar uma mudança significativa em suas vidas, através de reflexões
por meio de temas que serão abordados. Dessa forma, possibilitando que esses moradores de rua
se transformem tanto em si, como no meio em que vivem.
De acordo com De Oliveira Costa (2015) as rodas de conversa, surgem como um espaço
que possibilita uma escuta cuidadosa de participação coletiva em um processo de intervenção
comunitária. Este processo constitui-se por meio de um método, que estimula a discussão e a
expressão de desejos, angústias e experiências do sujeito. Obtêm-se como resultado as trocas de
ideias e experiências, assim como o aprendizado. Além de tudo, as rodas de conversa têm sido
uma ferramenta bastante utilizada no contexto da saúde mental; algumas experiências no Brasil
mostram o uso dessa ferramenta no contexto do fortalecimento das ações na Atenção
Psicossocial.

2.1 BREVE DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO

A prática foi realizada na modalidade grupal, com os moradores em situação de rua da


cidade de Corumbá – MS do Centro POP e que teve como objetivo restaurar e preservar a
integridade e a autonomia dessa população.
Os encontros ocorreram uma vez pôr semana, de início nas quartas-feiras e os cinco
últimos encontros ocorreram nas segundas-feiras no período matutino, entre os meses de agosto a
outubro de 2023.
Ademais, foi planejado utilizar rodas de conversa para tratar de temas que atravessam
pontos de suas vidas, com foco no que já objetivava o grupo, sendo restaurar e preservar a
integridade, autonomia e a autoestima dessa população. Buscando proporcionar uma mudança
significativa em suas vidas através das reflexões trazidas pelos temas a seguir: Auto aceitação e
aceitação do outro, Tipos de violência, Ciclo da violência, Empatia, Autonomia, Autoestima,
Efeitos do álcool no organismo, Efeitos da Maconha no organismo, Efeitos da pasta base de
cocaína no organismo com a finalidade de incentivar no tratamento para aqueles que são
dependentes químicos.
O primeiro contato com a instituição depois das férias aconteceu no dia 07/08, uma
segunda-feira. Em conversa com a orientadora do estágio foi decidido que nesse primeiro

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momento seria para fazer uma reunião com o supervisor do local do estágio o Psicólogo Senhor
Ednaldo, para expor a ele o projeto.
Foi apresentada a ele a Proposta de Intervenção, o projeto "Transformação pela fala”
para pessoas em situação de rua para restaurar e preservar a integridade, autonomia e a
autoestima, ressaltando que na intervenção serão realizadas rodas de conversa para tratar de
temas que atravessam pontos das vidas das pessoas em situação de rua, com foco no que já
objetiva o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro
POP).
O 2° encontro foi já com o grupo e aconteceu no dia 09/08, em que fizemos uma
dinâmica de apresentação que é destinada para apresentação de pessoas de um grupo. O objetivo
da dinâmica foi promover o conhecimento e a aproximação dos integrantes e estimular a
sensação de pertencimento, pois é peça importante para evitar desmotivação e também para que
os participantes se sintam seguros e confortáveis comigo, no decorrer dos encontros.
O 3° encontro aconteceu no dia 17/08 em que foi realizada a roda de conversa cujo tema
foi sobre Auto Aceitação e Aceitação do outro com o objetivo de deixar uma mensagem de
reflexão para eles que a partir do momento em que nos aceitamos como nós somos com nossos
defeitos, qualidades, virtudes, conseguimos aceitar o outro com as suas diferenças. Porém deu
para perceber que quando foi falado sobre Autoaceitação teve várias interpretações em relação
ao tema como, por exemplo, um dos participantes falou que Autoaceitação é quando você aceita
alguma coisa, o exemplo que ele deu foi: Por exemplo, eu aceitei fazer o tratamento no CAPS.
Outro participante disse: a sociedade não nos aceita, nos vê como monstros, vê como alcoólatra,
os outros falam que é melhor que morra.
O 4° encontro com o grupo aconteceu no dia 23/08, como estamos no mês de Agosto,
mês da campanha “Agosto Lilás”, uma campanha de conscientização à violência doméstica. Foi
propício que tratássemos sobre o tema. Dividimos esse tema em dois encontros, portanto, nesse
dia foi falado um pouco sobre os tipos de violência que acometem as mulheres. E no próximo
encontro a continuação foi sobre o ciclo da violência.
O 5° encontro aconteceu no dia 30/08, dando continuidade sobre o tema do mês da
campanha “Agosto Lilás”, uma campanha de conscientização à violência doméstica e nesse dia o
assunto foi sobre o Ciclo da Violência.

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O 6° encontro, aconteceu no dia 06/09 e o tema foi sobre Empatia com o propósito de
mostrar para os participantes, como é importante ter a capacidade de se colocar no lugar do
outro, ou seja, que ele/ela consiga identificar, entender e se solidarizar com aquilo que acontece
com os demais. Por um momento um dos participantes, que chegou no final estava entendendo
que a empatia era fazer um favor, oferecer algum tipo de ajuda para outra pessoa, então a
coordenadora Katiuscia, repetiu um pouco a minha fala, ela até leu um trecho que pegou no
celular, dizendo: Empatia é você se colocar no lugar do outro, entender que o outro é outro.
Aquilo que é dor para outra pessoa pode não ter sido para você, mas isso não diminui a dor da
outra pessoa. Foi aí que esse participante entendeu.
No dia, 13/09 era pra ter acontecido o 7° encontro com o grupo, o tempo estava fechado
quando cheguei ao Centro POP, e como de costume cheguei no horário de 07h30min, com um
pouco de garoa, e depois começou a chover forte e a ventar é nesse dia o tema era sobre
Autonomia.
Portanto, devido a essas condições do tempo não foi possível realizar a roda de conversa,
como foi planejado, contudo, segui o projeto conforme o cronograma e futuramente voltaria a
falar desse tema.
No dia 20/09, foi realizado o 8° encontro com o grupo no Centro POP, o tema da roda de
conversa foi sobre a definição de autoestima, que se caracteriza como uma forma de avaliação
que fazemos sobre nós mesmos e sobre a baixa autoestima que está ligada a falta de confiança
em si mesmo, para realizar tarefas do cotidiano e se relacionar de um modo geral, seja com
amigos, família ou no trabalho. Então decidi fazer uma mudança no cronograma e foi iniciada a
roda de conversa com a dinâmica. A Dinâmica “Para quem você tira o chapéu”, sendo que seu
objetivo é estimular a autoestima, que até então era para ser feita no próprio encontro separado,
com a finalidade que a roda fluiria bem melhor.
No dia 27/09 foi realizado o 9° encontro com o grupo, e nesse dia era para ser feita a
dinâmica sobre Autoestima e como ela foi realizada no encontro anterior decidi voltar naquele
tema sobre Autonomia que por conta do tempo que estava com muita chuva e vento não foi
possível realizar a atividade nesse dia. Então foi falado na roda de conversa sobre Autonomia
com a finalidade de mostrar para os participantes que a autonomia aumenta a motivação, a
autoconfiança, o senso de responsabilidade sobre a conquista de metas pessoais e coletivas. E
também foi falado sobre dicas de como desenvolver a Autonomia.

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Nos dias 04, 09 e 16/10 foram realizados os 10°, 11° e 12° com o grupo e foram falados
sobre os efeitos do álcool e outras drogas (Maconha e Pasta base de Cocaína). Com a intenção de
mostrar para eles os riscos do consumo excessivo do álcool e dessas drogas e incentivar o
tratamento para aqueles que são dependentes ou fazem uso. Busquei mostrar para os
participantes que o uso prolongado do álcool e das drogas pode trazer consequências futuras
como certas doenças. Percebi que nas outras rodas de conversas os participantes conseguem
assimilar melhor quando eu trago exemplos. Então lembrei o caso de um parente meu que
quando jovem consumiu muito bebida alcoólica, portanto as consequências vieram quando ele
tinha quase uns setenta anos, ele foi diagnosticado cirrose hepática e veio a falecer ano passado.
Sempre com a finalidade de incentivar o tratamento para os que já estão dependentes.
No dia 23/10 foi realizado o 13° Encontro com os moradores em situação de rua do
Centro POP de Corumbá – MS. Estavam presentes 8 usuários que compareceram para o café da
manhã. Nesse penúltimo encontro foi realizado Tema Livre, onde conversei um pouco com eles
sobre a Importância do Respeito. E também usei esse dia para colher alguns depoimentos dos
usuários em relação a opinião deles sobre de como que foi para eles os encontros ao longo do
semestre!
No dia 30/10 foi realizado o 14° Encontro onde foi realizado o encerramento das
intervenções com o grupo do Centro POP da cidade de Corumbá – MS, e estavam presentes 10
usuários.
Nesse dia foi realizada a Dinâmica de Agradecimento, como o objetivo de estimular a
gratidão dos usuários e fazê-los perceber também, no seu dia a dia, os motivos para serem gratos
aos colegas, por exemplo.

2.2 ANÁLISE DA INTERVENÇÃO

Em relação ao projeto de intervenção “Transformação pela fala“ houve mudança somente


na ordem de apresentação dos temas abordados na roda de conversa apresentados no cronograma
do relatório III. Alguns temas foram deixados por último, pois seriam temas mais difíceis para os
usuários da instituição, como por exemplo, o álcool e outras drogas com o objetivo de incentivar
o tratamento para aqueles que estão dependentes.
Outra alteração que houve também foi fazer a Dinâmica de Autoestima junto com o

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diálogo sobre Autoestima, pois no cronograma do relatório III estavam para fazer separado, foi
decidido dessa forma, pois fluiria melhor a roda. Tanto que foi bem-sucedida a roda de conversa
nesse dia. E também foi acrescentado mais um encontro sobre tema livre, cujo tema foi sobre
respeito e também para colher alguns depoimentos dos usuários sobre como foram os encontros
para eles.
Outra alteração também foi que no sétimo encontro com o grupo, nesse dia o tempo
estava fechado quando cheguei ao Centro POP, com um pouco de garoa, e depois começou a
chover forte e a ventar é nesse dia o tema era sobre Autonomia. Portanto, devido a essas
condições do tempo não foi possível realizar a roda de conversa, como foi programado, contudo,
segui o cronograma conforme o planejado e com a mudança da dinâmica sobre Autoestima, esse
encontro ficou vago, como consequência disso retornei ao tema sobre Autonomia no 9° encontro
que era pra ser feito a dinâmica de Autoestima.
Com essas alterações o cronograma ficou da seguinte forma:

1° ENCONTRO Reunião com o supervisor


2° ENCONTRO Dinâmica de acolhida
3° ENCONTRO Diálogo sobre Autoaceitação
4° ENCONTRO Diálogo Tipos de violência
5° ENCONTRO Diálogo o ciclo da violência
6° ENCONTRO Diálogo sobre Empatia
7° ENCONTRO Diálogo sobre Autonomia
(Não foi possível realizar a
atividade conta do tempo,
muita chuva.).
8° ENCONTRO Dinâmica e Diálogo sobre
Autoestima
9° ENCONTRO Diálogo sobre Autonomia
10° ENCONTRO Diálogo sobre Efeitos do
álcool
11° ENCONTRO Diálogo sobre Efeitos da

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Maconha
12° ENCONTRO Diálogo sobre Efeitos da
Pasta Base de Cocaína
13° ENCONTRO Diálogo Tema livre
14° ENCONTRO Encerramento

O primeiro encontro foi uma reunião com o supervisor do estágio senhor Ednaldo, para
apresentar a ele a proposta de intervenção “Transformação pela fala”, e explicar que seriam
trabalhadas rodas de conversas. A reunião foi tranquila, o supervisor gostou muito dos temas e
tornou a frisar dizendo que as rodas de conversas tinham que ser bem breves, pois os usuários
dispersam muito rápido.
No segundo encontro, foi realizada uma dinâmica de apresentação e acolhimento.
Participaram da dinâmica 5 usuários que compareceram na instituição nesse dia.
A dinâmica ocorreu como o esperado, sempre havendo a participação dos que estavam
presentes. Deu para perceber, que no final os cincos participantes estavam mais tranquilos e
menos ansiosos. Seria muito bom se tivesse mais participantes, pois, a dinâmica foi uma forma
de acolhimento, para que nos próximos encontros os participantes se sentissem mais à vontade e
seguros.
O terceiro encontro foi realizado a primeira roda de conversa como os usuários e estavam
presentes dez participantes. O tema desse dia foi auto aceitação e aceitação do outro. Deu para
perceber, que sobre o tema do dia, alguns deram opiniões, porém, não conseguiram chegar ao
conceito certo do que seria esse auto aceitação. Por exemplo, um dos participantes disse: “auto
aceitação é quando você aceita alguma coisa, por exemplo, eu aceitei a fazer o tratamento no
Centro de atenção psicossocial (CAPS)”.
Mesmo assim, foi reforçado o que o participante dizendo a ele que bom que está em
tratamento e que continue firme e forte. Logo, em seguida foi explicado a eles que a auto
aceitação é quando nós nos aceitamos como nós somos, e não como nós gostaríamos de ser.
Num dado momento da conversa, outro participante relatou: “que a sociedade não nos
aceita, nos vê como monstros, como alcoólatra, os outros falam é melhor que morra. Eu uso a
minha droga, mas nunca matei ninguém, não preciso chegar a esse ponto.” Fica evidente que
como eles sentem que são excluídos pela sociedade, por ser uma pessoa em situação de rua, por
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ser um dependente químico.
Nesse dia tinha muito barulho que na semana passada, como são ao ar livre as rodas de
conversa, tinha gente ali perto conversando muito alto, essas pessoas não estavam na roda de
conversa, tinha outras pessoas estavam lá dentro conversando mais alto ainda, o que atrapalhava
a gente se concentrar no que eles falavam, atrapalhou demais. Com todas essas distrações
acreditamos que a finalidade do encontro foi passada, deixar uma mensagem de reflexão para
eles que a partir do momento em que nos aceitamos como nós somos com nossos defeitos,
qualidades, virtudes, conseguimos aceitar o outro com as suas diferenças.
O nosso quarto encontro com o grupo aconteceu no dia 23/08, como estávamos no mês
de agosto, mês da campanha “Agosto Lilás”, uma campanha de conscientização à violência
doméstica. Foi propício que tratássemos sobre o tema. Nesse encontro foi falado um pouco sobre
os tipos de violência que acometem as mulheres.
A roda de conversa foi iniciada com 3 participantes, porém, no decorrer da roda foram
chegando alguns usuários, quando percebemos já tinha 7 participantes. Foi um pouco difícil falar
sobre esse tema, pois a maioria dos participantes eram homens, só uma mulher estava presente
nesse dia. Contudo no decorrer da conversa, a acadêmica ficou mais tranquila e a roda fluiu
muito bem.
Intencionalmente a acadêmica Adriana preferiu deixar para falar por último sobre a
violência psicológica, pois esse tema havia surgido no encontro anterior em que o senhor Wilson
comentou que ele estava pagando algo da Lei Maria da Penha. Fala dele: “Eu não bati, só falei
mal e mesmo assim estou pagando por algo que não fiz.”.
Percebe-se a concepção dele do que seria violência. Para ele violência é só a física. Não
tem a noção que existe a violência psicológica. Foi Percebido que quando foram falados alguns
exemplos sobre o que seria violência psicológica não concordou muito comigo. Eu esperava por
esse comportamento dele, pois ele é uma pessoa difícil. Então mostrei para ele invertendo os
papéis.
Perguntei: Senhor Wilson me fala uma coisa, pode ser qualquer coisa que o senhor goste
de fazer e que faz bem? Ele me respondeu: “trabalhar.” Eu disse: ok, agora pense que todos os
dias no final do seu trabalho tem alguém que fale assim para o senhor: você não faz nada direito!
Está tudo errado! Pense no senhor ouvindo isso quase todos os dias. Aí fiz a pergunta para ele:
Como o senhor se sentiria? Ele simplesmente respondeu: “humilhado!” Eu disse: é a mesma

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coisa a mulher ouvida todo dia que ela não sabe fazer nada! Que ela é um desastre! Que ela não
acerta nenhum dia! Que ela é burra! Aí chega um moleque a própria mulher vai se sentir um
lixo! Um nada! Que ela não serve para nada! Continuei dizendo então tem mulher em que o
companheiro nunca se encostou a ela para agredi-la, porém faz violência, nesse momento ele
interrompe a acadêmica e não a deixa concluir a frase e diz: “Faz violência psicológica neh, eu
fiz então, eu Falei mal dela, a insultei é uma violência psicológica e eu estou pagando cesta
básica, pois ela deu parte de mim!”.
Foi muito gratificante ver que ele reconheceu naquele momento que ele fazia violência
psicológica. Quando eu fiz ele se colocar na situação de ouvir coisas que provavelmente o
magoaria, ele reconheceu o erro dele em achar que por ter só xingado não era para ser
denunciado e ter que pagar cesta básica.
Num determinado momento, um dos participantes, o senhor Aparecido estava calado,
porem, muito inquieto, sentado na cadeira, ficava balançando a perna esquerda, ora balançava o
pé, ora se arrumava, se ajeitando na cadeira, com os braços cruzados, parecia não concorda com
que estava sendo exposto, não sei! Foi Perguntado a ele se queria falar, balançou a cabeça
negando!
Enquanto a acadêmica falava com eles, a cada momento percebia suas feições no rosto,
foi muito gratificante perceber que estava sendo compreendida. Dava para perceber no olhar de
cada um. Nesse encontro não houve muita participação dos usuários com suas falas, só ficaram
prestando atenção na fala da acadêmica.
No quinto encontro com o grupo foi dado continuidade sobre o tema do mês da campanha
“Agosto Lilás”, uma campanha de conscientização à violência doméstica com o tema sobre o
Ciclo da Violência.
Participaram nesse dia um total de 6 usuários na roda de conversa, como era esperado
pessoas aleatórias, a maioria que estavam presentes não estavam no nosso último encontro,
sendo que só dois participantes que estavam nesse dia participaram do último encontro. Foi
explicado para os participantes que a violência doméstica possui 3 fases: A Fase 1 é chamada de
Tensão: Nessa fase há ocorrência de insultos e xingamentos. A Fase 2, a fase da Explosão: Nessa
fase, ocorre as agressões mais graves. E por último a Fase 3 que é a fase de Lua de mel onde
desculpas e promessas são feitas pelo agressor.

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Esse encontro foi um pouco difícil, por se tratar ainda do tema violência contra a mulher,
à maioria dos participantes não quisera relatar nada só preferiram ouvir e isso foi respeitado.
Porém, todos olhavam bem atentos prestando atenção na fala da acadêmica. Só um participante
(visitante) se manifestou que foi o senhor que era frequentador antigo da instituição (hoje em dia
mora com familiares) trazendo um exemplo da sobrinha dele que estava num relacionamento
sofrendo violência doméstica, mas não conseguia deixar o parceiro.
O tema do sexto encontro foi sobre empatia e nesse dia participaram 5 pessoas da roda de
conversa. Foi explicada aos participantes que empatia é a capacidade de se colocar no lugar do
outro, de entender que o outro é outro, que ele tem outra história de vida, outras dores, outras
competências, outro perfil emocional.
Deu para perceber que alguns participantes não estavam entendendo o significado de ter
empatia, como por exemplo, um dos participantes falou: “ter empatia era fazer um favor,
oferecer algum tipo de ajuda para outra pessoa.”.
Então, a coordenadora Katiuscia da instituição que nesse dia estavam presente na roda de
conversa, repetiu um pouco a fala da acadêmica, ela até leu um trecho que pegou no celular, foi
aí que esse participante conseguiu entender.
Em quase todos os encontros podíamos perceber que os participantes tinham um pouco
de dificuldade em entender algumas coisas, porém quando era dado exemplo, eles tinham mais
facilidade para compreender.
O tema do sétimo encontro seria sobre autonomia, o tempo estava fechado quando
chegamos ao Centro POP com um pouco de garoa, e depois começou a chover forte, porém não
tinha condições de realizar nenhuma atividade.
No pátio que é uma garagem só com cobertura em cima, porém aberta, onde realizamos a
roda de conversa estava molhando muito.
Permanecemos no local até o nosso horário para ver se o tempo melhorava, e
possibilidade de aparecer mais algum usuário, porém sem sucesso, chuva não parava e vento
muito forte, por conta disso não apareceu mais nenhum usuário. Portanto, devido a essas
condições do tempo não foi possível realizar a roda de conversa, como tínhamos planejado,
contudo, seguiremos o projeto conforme o cronograma.

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O 8° encontro com o grupo no Centro POP, foi realizado cujo tema da roda de conversa
foi sobre a definição de autoestima e estavam presentes 7 participantes, e a coordenadora deu a
seguinte sugestão que começasse a roda de conversa antes que eles tomassem o café da manhã.
A princípio no cronograma era para ser um encontro para falar só sobre autoestima e no
encontro seguinte era pra ser feito a dinâmica “Para quem você tira o chapéu”, Porém, foi
decidido iniciar a roda de conversa com a dinâmica primeiramente, havendo uma alteração no
cronograma.

Dos 7 participantes que estavam presentes 5 pegaram a caixa. Como por exemplo, a fala
do primeiro participante que pegou a caixa foi um rapaz, primeira vez que o vejo lá. Ele disse:
“admiro essa pessoa, pois é batalhadora apesar de tudo que passou até hoje. Ele foi bem longe se
lembrou de quando era criança e como que sofreu muito com a perda da mãe aos 3 anos de
idade. E que agora ele sabe que tudo vai dar certo porque ele sempre pensa coisas positivas.

Cada vez que a pessoa que estava com a caixa terminava de falar todos nós batíamos
palma para eles. Alguns dos participantes não quiseram participar da dinâmica, acredito que não
foi nem por não querer participar, mas sim pelo medo do que a caixa podia representar para eles
pelo simples fato de não saber que imagem encontraria dentro da caixa. A pessoa só ficava
sabendo que era um espelho a partir do momento que abria a caixa. A Acadêmica fazendo a
dinâmico primeiro conseguiu ver como estava à autoestima dos participantes. Facilitando assim,
a abordagem do tema com eles.

O objetivo do dia foi alcançado, a ideia de fazer a Dinâmica de primeiro deu muito certo,
pois a conversa fluiu muito bem e com isso podemos perceber como que estava a Autoestima dos
participantes.

O 9°encontro com o grupo, o tema da roda de conversa foi sobre Autonomia, com a
finalidade de mostrar para os participantes que a autonomia aumenta a motivação, a
autoconfiança, o senso de responsabilidade sobre a conquista de metas pessoais e coletivas.
Estavam presentes 5 usuários da instituição e logo após o café da manhã deu-se início a roda de
conversa.

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Deu para perceber que os participantes estavam compreendendo o que estava sendo
falado, como, por exemplo, um dos participantes disse: “Eu que resolvo os assuntos da minha
vida! Não preciso perguntar a ninguém!”.

Outro participante falou: “Sobre os problemas que surgem no meu cotidiano, eu que
tenho que encarar e resolver.”.

O propósito foi alcançado, passar para eles que como é importante ter Autonomia. E que
através dessas respostas deu para perceber como que o assunto do dia foi assimilado por eles. E
quase no final antes da Acadêmica agradecer a participação de todos um dos participantes que
estava presente, mas em nenhum momento falou só ficou observando atentamente as palavras da
Acadêmica. Ele disse assim: “Se agente não tem autonomia não conseguimos o que queremos!
Temos que ter autonomia para correr atrás das nossas coisas! Eu tive Autonomia e consegui o
que estava buscando!”.

Percebi que ele estava segurando um papel, enquanto ele falava, pois, a assistente social
já tinha passado para ele o papel! Conclui, então que ele estava se referindo a isso! Que ele
conseguiu algo que estava buscando. Foi gratificante perceber que como ele entendeu sobre o
tema, mesmo só ouvindo atentamente!
O 10° encontro com o grupo foi falado sobre os efeitos do álcool e os perigos do seu uso
abusivo. Com a intenção de mostrar para eles os riscos do consumo excessivo do álcool e
incentivar o tratamento para aqueles que são dependentes ou fazem uso. Nesse dia estavam
presentes 10 participantes, uma mulher apenas nesse dia.
A ideia era mostrar para os participantes que o uso prolongado do álcool pode trazer
consequências futuras como certas doenças. Percebi que nas outras rodas de conversas os
participantes conseguem assimilar melhor quando eu trago exemplos. Então, contei aos
participantes, o caso de um parente meu que quando jovem consumiu muito bebida alcoólica,
portanto as consequências vieram quando ele tinha quase uns setenta anos, ele foi diagnosticado
cirrose hepática e veio a falecer ano passado. Lembro que a minha tia falou que os médicos
perguntaram para ela se ele fazia uso de bebida alcoólica. Ela disse: Enquanto jovem sim, porém
quando adquiriu certa idade ele parou! Minha tia falava que os médicos diziam que não podiam

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fazer mais nada por ele, que só podiam amenizar um pouco só o sofrimento dele até a hora da
morte.
A roda de conversa ocorreu da melhor forma possível, pois os participantes trouxeram suas
experiências em relação ao uso do álcool.
Uma das participantes que estava presentes Miriam ela disse: “Eu comecei a beber muito
cedo, era adolescente, hoje estou tendo força de vontade para não beber como antes!”.
Outro participante disse: “Eu tomo às vezes, mas não todo dia! Tem pessoa que toma todo
dia e ainda por cima o tal da pinga pura mesmo!”.
Quando a coordenadora que estava presente no momento fez uma pergunta para eles! “O
que vocês ganharam com a bebida?”
Um dos participantes respondeu: “Nada!”.
Mais um participante disse: “A gente não ganha nada e sim só perdemos! Perdemos amigos,
familiares...”.
A coordenadora continuou com a fala dela assim: “o que vocês perderam com a bebida?”
Família! Pois mesmo que a pessoa diz que vai mudar e não vai mais beber, a família não quer
vocês por perto!
Os participantes que falaram tem a noção de que por conta do uso do álcool e também
outras drogas fizeram com que perdessem suas famílias.
Alguns não quiseram falar, porém estavam prestando muita atenção no que estava sendo
colocado.
O decimo primeiro, encontro foi realizado numa segunda-feira sobre efeitos da maconha e
com a mesma finalidade do encontro passado que foi sobre o álcool, mostrar para os
participantes os riscos do consumo excessivo e incentivar o tratamento.
Estavam presentes 15 usuários do Centro que foi para tomar o café da manhã. A
pedagoga comentou comigo que bateu um recorde de usuários, pois geralmente na segunda-feira
não vai quase ninguém. Ela alegou que provavelmente eles consomem bebida alcoólica no fim
de semana e fazem uso de outras drogas e seria por isso que na segunda-feira não comparecem
quase ninguém.
Esse encontro foi da mesma forma que os outros, mesmo com todos os 15 participantes,
só 4 resolveram comentar sobre suas experiências com a maconha, os outros só ficaram ouvindo
atentamente sobre qual seria os efeitos da maconha. Como sempre aconteceu nas rodas anteriores

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nem todos falam, alguns preferem só ouvir, e os que sentem a necessidade de falar comenta
alguma coisa.
O primeiro participante que resolveu falar disse assim: “Eu comecei a usar maconha
muito nova tinha uns 12 ou 13 anos. No começo era realmente como você acabou de dizer aquela
sensação boa (relaxamento e desinibição), porém esse efeito realmente era passageiro e para eu
sentir essa sensação boa novamente à gente pensa que aumentando as doses essa sensação boa
voltaria, mas não é o que acontece!”.
Um segundo participante comentou assim: “Sempre é o álcool que vem primeiro, ele
puxa as outras drogas. E como a gente sempre quer a sensação boa, sentir relaxado, acabou
misturando tudo junto. Eu também comecei a fazer uso bem novo.”.
Outro participante disse: “A gente usa para esquecer os problemas!”.
Logo, em seguida mais um participante disse: “Eu usava quando estava triste, queria ficar
feliz!”.
A meta de passar para eles um pouco sobre os efeitos da maconha foi alcançada, com a
finalidade de incentivar o tratamento. Apesar de que só alguns trouxeram suas experiências, a
ideia era fazer com que eles refletissem sobre o tema abordado.
O décimo segundo encontro foi sobre os efeitos da Pasta base (de Cocaína) e estavam
presentes na roda de conversa 10 participantes e como o pão para o café da manhã não havia
chegado o Senhor Ednaldo sugeriu que começasse a roda de conversa enquanto aguardava a
chegada do pão.
Como nesse dia seria o último encontro que seria falado sobre o uso abusivo das drogas
eu procurei focar ainda mais falando mais um pouco sobre o tratamento para poder incentivá-los
a procurar ajuda e o tratamento para quem já é dependente. Pois tem muitos deles que fazem uso
dessas substâncias, mas não estão em tratamento. Hoje, quase ninguém quis falar, porém
ouviram atentamente o que estava sendo falando para eles!
Só um participante se pronunciou ele disse: “eu era bem jovem quando comecei a usar
essas coisas!”. Os outros participantes preferiram ficar ouvindo só. Não havendo muita interação.
No décimo terceiro encontro estavam presentes 8 usuários que compareceram para o café
da manhã. Nesse penúltimo encontro foi realizado Tema Livre, onde conversei um pouco com
eles sobre a Importância do Respeito, pois nas observações foi percebido que faltava um pouco
de respeito entre os próprios usuários da instituição.

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Foi explicado a eles que o respeito é um dos valores essenciais nas relações entre os
homens. Cultivar o respeito por si e pelas outras pessoas permite que haja reconhecimento,
aceitação, apreciação e valorização das qualidades do próximo e de seus direitos. Ou seja, o
respeito é o reconhecimento do valor próprio e dos direitos das pessoas e da sociedade.
Nesse encontro não houve nenhuma fala deles em relação ao tema respeito, só ficaram
ouvindo, ou seja, ficou parecendo que estavam fazendo as suas reflexões sobre o tema que estava
sendo abordado.
E também usei esse dia para colher alguns depoimentos dos usuários em relação a opinião
deles sobre de como que foi os encontros ao longo do semestre para eles!
Um dos participantes me falou: “Eu gostei muito das rodas que participei apesar de que
não foram de todas! Seria bom se os encontros fosse duas vezes na semana, tinha dia eu não
estava bem e as vezes vinha para cá e me sentia melhor! ” Que bom respondi a ele.
Uma participante a Miriam me disse: “Eu adorei, eu gosto de vim para cá, me sinto bem!
E participando das conversas a gente se sente bem melhor, devia continuar seria muito bom!”.
Outro participante falou: “Legal, também gostei de ouvir sobre os temas algo diferente,
assim dessa forma nunca foi feito aqui. A gente aprende coisas novas! Que pena que não pode
continuar!”.
Outro participante disse: “foi legal, a gente se sente bem quando a gente ouve e
principalmente quando era aberto para a gente falar! Quando ouvimos coisas boas se sentimos
bem!”.
Quanto aos temas, eles falaram terem gostado de aprender sobre, pois nunca tiveram a
oportunidade e ainda acrescentaram como isso fez com que refletissem sobre suas experiências
na vida.
Como pode perceber, eu consegui fala deles só sobre os depoimentos de como foi os
encontros para eles, o que eles acharam.
Os participantes ainda perguntaram se não poderia ficar por mais tempo, mas expliquei
que essa era uma etapa do estágio e que tinha que ser concluído ali.
E no dia 30/10 foi realizado o encerramento das intervenções com o grupo na instituição
do Centro POP da cidade de Corumbá – MS estavam presentes 10 usuários.

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Nesse dia foi realizada a Dinâmica de Agradecimento, como o objetivo de estimular a
gratidão dos usuários e fazê-los perceber também, no seu dia a dia, os motivos para serem gratos
aos colegas, por exemplo.
Em círculo, os participantes foram convidados a completar a frase “Eu agradeço...”.
O primeiro participante que começou disse: “Eu agradeço a senhorita por sempre trazer
palavras de reflexão, tratar a gente bem, por sempre tentar de uma forma ou de outra nos
ajudar!”.
Outro participante disse: “Obrigado por nos aceitar do jeito que nós somos!”.
O terceiro participante falou: “Eu agradeço pelas suas palavras de conforto, que pena que
não pode continuar!”.
No geral, eles agradeceram a estagiária por ser simpática, por sempre através das palavras
os motivarem, sempre levando conforto. E a desejaram uma boa sorte nessa etapa final da sua
graduação. A estagiária foi pega de surpresa, pois os agradecimentos foram todos voltados para
ela, sendo que era esperado outros tipos de agradecimentos, como por exemplo, agradecimento
pela vida.

2.3 ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS E SUA JUSTIFICATIVA

No projeto de intervenção “Transformação pela fala” foi alcançada aspectos positivos,


pois conseguimos alcançar os objetivos de proporcionar um espaço tanto de fala, bem como de
escuta em relação a temas que atravessam a vida dessa população em situação de rua. Como, por
exemplo, em cada encontro foi abordado temas, que a estagiária trazia, explicando conceitos,
dando dicas de como ter uma boa autoestima, e os participantes ouvia atentamente o que era
falado e também eles sempre traziam para a roda as suas experiências sobre o tema em que
estava sendo abordado no dia.
No encontro, por exemplo, em que foi falada sobre Autonomia, a acadêmica trouxe dicas
de como desenvolver a Autonomia. Os participantes sempre a ouvem atentamente prestando
muita atenção. E ao mesmo tempo em que falam sobre as suas experiências.
Um dos participantes em relação à autonomia disse: “Eu que resolvo os assuntos da
minha vida! Não preciso perguntar a ninguém!”.
Mais um participante falou: “Sobre os problemas que surgem no meu cotidiano, eu que

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tenho que encarar e resolver.”.
Mais um participante que estava falou assim: “Eu desde muito novo tinha que resolver as
situações da minha vida, então eu aprendi desde muito cedo que não tem como eu esperar que
outro resolva para mim! Eu tive que aprender isso!”.
Uns dos aspectos negativos são que as intervenções aconteceram às quartas-feiras de
início e posteriormente as segundas-feiras, seriam boas se a acadêmica estivesse disponibilidade
de horário nas sextas-feiras. Pois nas sextas feiras é servido o almoço para os moradores em
situação de rua e por causa disso o número de usuários é bem maior, assim a acadêmica
alcançaria o maior número de usuários em todas as rodas de conversas. A Acadêmica não tinha
como realizar as intervenções nas sextas-feiras, pois ela estava com horário de aula, assim ela
optou por fazer nas quartas-feiras de início.
Outro ponto negativo é que em cada roda de conversa eram pessoas diferentes, pois nem
todos os usuários compareciam a instituição todos os dias. Seria importante, que todos os
usuários participassem de todos os encontros, pois os temas tratados nas rodas de conversas eram
complementares. Se todos eles participassem de todos os encontros certamente ficariam mais
fortalecidos para ter autonomia, ter força de vontade em procurar tratamento, em buscar ajuda.

2.4 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ATINGIDOS

Como já mencionado, o projeto só teve alteração quanto à ordem dos temas tratados no
decorrer das semanas. Foram alcançados os objetivos de levar um pouco de reflexão para a
população em situação de rua e eles colaboraram para isso ser possível, participando dos
encontros, trazendo para as rodas de conversas as experiências de vida deles.
Não houve nenhuma crítica negativa vindo dos participantes em relação ao que seria
desenvolvido e acredito que consegui atingir os objetivos de proporcionar um espaço tanto de
fala, bem como de escuta em relação a temas que atravessam a vida dos moradores em situação
de rua.
Em relação aos temas sobre Álcool e outras drogas o objetivo era incentivar os usuários que
são dependentes a procurar o tratamento. Contudo, o espaço para reflexão em buscar o
tratamento foi deixado com as rodas de conversas.

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar da necessidade de mudar a ordem de alguns temas, a experiência foi muito boa. Pude
conhecer mais de perto a realidade de um Centro POP e como ele atende a população em
situação de rua, saindo um pouco do que já tinha sido estudado na teoria. Já falando
especificamente do grupo em que foi desenvolvido o projeto, também foi uma experiência
bastante significativa, não havendo problemas quanto aos temas tratados, o grupo me recebeu
muito bem desde o primeiro encontro e no decorrer dos dois semestres foi estabelecido um ótimo
vínculo.
Todas as conversas que foram realizadas fluíram de forma natural e mesmo que estando lá
para ensiná-los quanto a determinados temas, pude aprender bastante também, sendo assim,
acredito que a troca foi mútua até certo ponto. Alguns participantes falaram como foi bom ter a
minha presença nesses dois semestres e como fui comunicativa e atenciosa, isso significou muito
pois antes de iniciar o estágio estava ansiosa e com medo de não conseguir.
Quanto aos temas, eles falaram terem gostado muito e ainda acrescentaram como isso mudou
suas visões sobre suas experiências na vida.
No geral, todos gostaram dos encontros e os participantes ainda perguntaram se não poderia
ficar por mais tempo, mas expliquei que essa era uma etapa do estágio e que tinha que ser
concluído ali. Eles entenderam, desejaram boa sorte e disseram que eu seria uma ótima
profissional.
Contudo, concluo que consegui atingir os objetivos do projeto de intervenção. Toda a
experiência foi bastante proveitosa e com certeza terá um grande impacto na minha formação
como futura psicóloga.

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5. ANEXOS

5.1 RELATO DAS INTERVENÇÕES

5.2 FOTOS

5.3 FOLHA DE FREQUÊNCIA

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