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24º CICLO PCA

NÍVEL FUNDAMENTAL

Tema: CUIDADO À SAÚDE DA


POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

AGOSTO 2022
Cuidado à Saúde da
População em Situação de Rua (PSR)

Material elaborado pela Equipe SUPES e aprovados


pela Área Técnica de Saúde das Populações em
Situação de Rua
CONSTRUINDO CONCEITOS,
DESCONSTRUINDO PRECONCEITOS

O Bicho

“Vi ontem um bicho


Na imundície do pátio
Catando comida entre os
detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um
homem”.
Foto: Tiago Machado Carneiro
(Manuel Bandeira)
QUAIS FATORES COLABORARAM PARA O AUMENTO DA
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA (PSR)?
- A existência de um número tão grande
de pessoas em situação de rua no Brasil
é fruto do agravamento de questões
sociais.

- Diversos fatores colaboraram para esse


agravamento, entre eles:

• a rápida urbanização ocorrida no século 20;


• a migração para grandes cidades;
• a formação de grandes centros urbanos;
• a desigualdade social;
• a pobreza;
• o desemprego; Foto: Pesquisa Nacional sobre a
• o preconceito da sociedade com relação a População em Situação de Rua. Brasília,
2009
esse grupo populacional e, muitas vezes, a
ausência de políticas públicas.
- Certamente, a invisibilidade é um dos graves problemas que
prejudica essa população e impede que ela tenha seus direitos
reconhecidos.

- Essa invisibilidade se torna evidente quando pensamos que


apenas em 2009 instituiu-se a Política Nacional para População
em Situação de Rua e que o Movimento Nacional da População
em Situação de Rua só surgiu no início do século 21.

Foto: Tiago Machado Carneiro


COMO É A INTERAÇÃO DA SOCIEDADE COM OS
MORADORES EM SITUAÇÃO DE RUA?

[...] se refletirmos sobre a qualidade destas interações,


observaremos que comumente nós as olhamos amedrontados,
com uma expressão de constrangimento. Alguns as vêem como
perigosas, apressam o passo. Outros logo as consideram
vagabundas e que ali estão por não quererem trabalhar, olhando-
as com hostilidade.

Muitos atravessam a rua com receio de serem abordados por


pedido de esmola, ou mesmo por pré-conceberem que são
pessoas sujas e mal cheirosas. Há também aqueles que delas
sentem pena e olham-nas com comoção ou piedade. Enfim, é
comum negligenciarmos involuntariamente o contato com elas.
Habituados com suas presenças, parece que estamos
dessensibilizados em relação à sua condição (sub) humana.

Em atitude mais violenta, alguns chegam a xingá-las e até mesmo


agredi-las ou queimá-las, como em alguns lamentáveis casos
noticiados pela imprensa. (MATTOS; FERREIRA, 2004, p. 2)
É POSSÍVEL TERMOS UM NOVO OLHAR
PARA AS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA?

- O preconceito contra essas pessoas é manifestado


corriqueiramente e xingamentos como vagabundo,
maloqueiro, preguiçoso e mendigo são muito comuns.
Esses modos de chamar esses indivíduos acabam
influenciando a forma deles próprios se perceberem.
- Diante desta realidade, podemos concluir que é urgente
o resgate da identidade da pessoa em situação de rua.
Ela precisa recuperar a sua própria percepção de que
é um ser humano como todos os outros .
- Precisamos passar a olhar os moradores em situação
de rua como pessoas que vivem numa situação
precária, mas que possuem muitas potencialidades,
direitos, enfim, é preciso um olhar mais cidadão.
COMO NASCEU O DECRETO 7053 DE 23/12/2009?
- Diante do exposto, lideranças da população em situação de
rua pleitearam junto ao governo federal a elaboração de uma
política que viesse ao encontro às necessidades e direitos
dessa população.

- Assim nasce o Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009,


que cria a Política Nacional para a População em Situação de
Rua.

Foto: Saúde da população em situação de rua : um direito humano / Ministério da Saúde,


Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão
Participativa. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
QUAIS AS 4 CONDIÇÕES PARA A CARACTERIZAÇÃO
COMO PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA?

1) Pobreza extrema;
2) Vínculos familiares interrompidos ou fragilizados;
3) Inexistência de moradia convencional regular; e
4) Utilização dos logradouros públicos e áreas degradadas
como espaço de moradia e de sustento.
Desse modo, devemos compreender o tema da pessoa
em situação de rua tendo em vista essa multiplicidade de fatores
que a levou a essa situação.

Fotos: Cartilha A Tutela da População em Situação de Rua Ministério Público do Estado do


RJ/IEPMPRJ
PESQUISA NACIONAL SOBRE A
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA (PSR)

- Em 2008, o Ministério do Desenvolvimento Social publicou


a Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua.
- A Pesquisa revelou que a População em Situação de Rua é
composta predominantemente por:
• homens (82%), sendo
• a proporção de negros (67%) consideravelmente maior que o
percentual de negros na população brasileira (50,7%, segundo
Censo Demográfico de 2010),
• a maioria dessa população é composta por trabalhadores que
exercem alguma atividade remunerada (70%).
- Os principais motivos que os levaram à situação de rua foram:
desemprego (29,8%), conflitos familiares (29,1%) e
alcoolismo/drogas (35,5%).
CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RUA

- É importante também destacarmos a grande quantidade de


crianças e adolescentes em situação de rua no Brasil.

- O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de


Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária
conceitua crianças e adolescentes em situação de rua:

“ crianças e adolescentes que fazem ou


estão em vias de fazer da rua um espaço de
referência, seja para subsistência, trabalho
ou moradia, mantendo ou não vínculo
familiar. Como também aqueles que estão em
processo de saída da rua e na construção de
novos vínculos” (BRASIL, 2006, p. 56).

Foto: Mio Cade


QUAIS OS SERVIÇOS DE ATENDIMENTO FORAM CRIADOS
PARA O ENFRENTAMENTO DE VIOLÊNCIAS?

DISQUE 100 – Disque Direitos Humanos serviço utilizado para permitir que
o cidadão e a cidadã denunciem atos de violência (Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República – SDH).

DISQUE 136 – Disque Saúde: serviço de atendimento ao cidadão e cidadã


que utilizam o SUS. É um serviço de comunicação direta do usuário do
SUS à Ouvidoria do SUS, do Departamento de Ouvidoria-Geral do SUS
(DOGES)/Ministério da Saúde (MS).

DISQUE 180 – Central de Atendimento à Mulher: serviço ofertado pela


Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) com o objetivo de receber
denúncias ou relatos de violência, reclamações sobre os serviços da rede e
de orientar as mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente,
encaminhandas para os serviços quando necessário.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E A
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

- O exercício da participação e do controle social por parte da


população em situação de rua ou de entidades que atuam em
defesa dos seus direitos é fundamental para que ações que
melhoram o atendimento à sua saúde sejam efetivadas.

- Nesse sentido, é importante destacar que, no âmbito da


saúde, as principais formas de participação social são:

• Conferências

• Conselhos de Saúde e

• Comitê Técnico de Saúde da População em Situação


de Rua.
QUAIS AS CONQUISTAS DA ÁREA DA SAÚDE PARA A
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA?

- No mesmo ano em que foi publicado o Decreto que instituiu a


Política Nacional para a População em Situação de Rua, foi
constituído também o Comitê Técnico de Saúde para essa
população por meio da Portaria MS/GM n° 3.305, de 24 de
dezembro de 2009.

- Esse foi um passo importante para possibilitar avanços na área


da Saúde para esse público. Esse Comitê é composto por:
• Representantes de algumas Secretarias do
Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz e

• Representantes de Entidades da Sociedade Civil


organizada.

- Desse modo, as conquistas na área da Saúde foram


obtidas com a efetiva participação da sociedade civil.
PLANO OPERATIVO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES
EM SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

- Outro passo importante foi a publicação do Plano Operativo


para Implementação de Ações em Saúde da População em
Situação de Rua por meio da Resolução n° 2, de 27 de
fevereiro de 2013.

- Esta Resolução define as diretrizes e estratégias de


orientação para o processo de enfrentamento das
parcialidades e desigualdades em saúde com foco na
População em Situação de Rua (PSR) no âmbito do SUS.

Foto: Pesquisa Nacional sobre a População em


Situação de Rua, 2008
COMO ESTÃO DIVIDIDAS AS ESTRATÉGIAS PARA PROMOÇÃO
DA SAÚDE DA PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA NO PLANO?
- Estão divididas em 5 EIXOS:

EIXO 1:

- INCLUSÃO DA PSR NO ESCOPO DAS REDES


DE ATENÇÃO À SAÚDE

Ações pactuadas:

• a implantação das equipes de Consultórios


na Rua;
• a garantia de acesso à atenção domiciliar em
espaços de acolhimento institucional;
• a capacitação das equipes da urgência e
emergência para atendimento da PSR;
• e a inclusão da PSR no escopo das políticas
de atenção à saúde para grupos específicos.
Foto: Tiago Machado Carneiro
EIXO 2:

- PROMOÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Ações que concretizam:

• intensificar a busca ativa e os tratamentos supervisionados para o


controle de doenças infecciosas;

• controlar e reduzir a incidência de tuberculose, DST/aids e outros


agravos recorrentes nessa População;

• propor para pactuação na Comissão Intergestores Tripartite


(CIT)* estratégias que garantam o acesso dessa população às
vacinas disponíveis no SUS.

* Comissão Intergestores Tripartite (CIT) constitue-se como foro permanente de negociação, articulação
e decisão entre os gestores nos aspectos operacionais e na construção de pactos nacionais, estaduais
e regionais no Sistema Único de Saúde (SUS).
EIXO 3:

- EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA


ABORDAGEM DA SAÚDE DA PSR

Ações definidas:

• capacitação e sensibilização de profissionais de saúde para


atendimento da PSR;

• inserção da temática PSR no Módulo de Educação à Distância para


cursos de formação voltados para profissionais de saúde;

• Fomentar pesquisas com foco na saúde da PSR;

• e elaboração de material que informe a PSR sobre o SUS e as redes


de atenção à saúde.
EIXO 4:

FORTALECIMENTO DA PARTICIPAÇÃO E DO CONTROLE SOCIAL

Por meio das seguintes ações propostas:

• apoiar a formação e sensibilização de lideranças do Movimento Social


da PSR;

• articular e fomentar com gestores estaduais e municipais


a capacitação de conselheiros de saúde sobre a temática
saúde da PSR, com participação do MNPR e entidades ligadas
ao tema;

• produzir e publicar material sobre saúde da PSR destinado


a gestores e a profissionais de saúde; apoiar encontros
regionais sobre saúde da PSR; e

• instituir Comitê Técnico de Saúde da PSR ou referência


técnica nas instâncias estaduais e municipais.
EIXO 5:

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE


PARA A PSR

- Esse eixo ocupa-se de monitorar e avaliar as ações que foram pactuadas,


considerando as prioridades e metas dos Planos Estaduais e Municipais de
Saúde.

- É com base nesse Plano Operativo que o Ministério da Saúde atua na


promoção da atenção à saúde da PSR.

- Podemos registrar avanços significativos, como a ampliação do Programa


Consultório na Rua (CnaR), que tem suas diretrizes de organização e
funcionamento definidas pela Portaria n° 122, de 25/01 2011, e pela Portaria nº
123, de 25/01/2012.

- É importante também observar que o atendimento à PSR não é exclusivo do


Consultório na Rua (CnaR); se necessário,o CnaR fará os devidos
encaminhamentos.
CONHECENDO AS EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA (eCR)

- A estratégia Consultório na Rua foi instituída pela Política Nacional de


Atenção Básica em 2011, e visa ampliar o acesso da população em
situação de rua aos serviços de saúde, ofertando, de maneira mais
oportuna, atenção integral à saúde para esse grupo populacional.

- As Equipes de Consultório na Rua são equipes multiprofissionais que


desenvolvem ações integrais de saúde frente às necessidades dessa
população. Elas devem realizar suas atividades de forma itinerante e,
quando necessário, desenvolver ações em parceria com as equipes
das Unidades Básicas de Saúde do território.
(Extraído de: https://aps.saúde.gov.br/ape/consultoriorua/).

- O seu acesso também pode se dar por meio das


Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelas Unidades
de Pronto Atendimento (UPAs), principalmente nos
municípios onde não houver Consultório na Rua.

Foto: Manual sobre o Cuidado à Saúde junto a


população em situação de rua . MS
CONHECENDO AS EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA (eCR)

Foto: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 2012.
CONHECENDO AS EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA (eCR)

- As equipes dos Consultórios na Rua podem ser organizadas em


TRÊS MODALIDADES:

MODALIDADE I

Equipe formada, minimamente, por 4 (quatro) profissionais, dentre os


quais 2 (dois) destes, obrigatoriamente, deverão estar entre aqueles
descritos no item 1 abaixo e os demais dentre aqueles relacionados
nos itens 1 e 2 a seguir:

1) enfermeiro, psicólogo, assistente social, cirurgião dentista e


terapeuta ocupacional;

2) agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico ou


auxiliar em saúde bucal e profissional/professor de educação física;
CONHECENDO AS EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA (eCR)

MODALIDADE II

Equipe formada, minimamente, por 6 (seis) profissionais, dentre os


quais 3 (três) destes, obrigatoriamente, deverão estar aqueles
descritos no item 1 abaixo e os demais dentre aqueles
relacionados nos itens 1 e 2 a seguir:

1) enfermeiro, psicólogo, assistente social, cirurgião dentista e


terapeuta ocupacional;

2) agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico ou


auxiliar em saúde bucal e profissional/professor de educação física;
CONHECENDO AS EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA (eCR)

MODALIDADE III

Equipe da Modalidade II acrescida de um profissional médico.

(Extraído de PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 2, DE 28 DE


SETEMBRO DE 2017)
CONHECENDO AS EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA (eCR)

As eCR poderão ser compostas pelos seguintes profissionais de


saúde:

I - Enfermeiro;
II - Psicólogo;
III - Assistente Social;
IV - Terapeuta Ocupacional;
V - Médico;
VI - Agente Social;
VII - Técnico ou Auxiliar de Enfermagem;
VIII - Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal;
IX - Cirurgião Dentista;
X - Profissional/Professor de Educação Física.
CONHECENDO AS EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA (eCR)

- As Equipes de Consultórios, na ampliação do conceito de


população de rua, definem como seu público alvo:

- toda pessoa que mantém uma relação muito próxima com o


território da rua, e que por este tipo de relação tem dificuldades
em acessar os serviços de saúde:

• moradores de rua,
• crianças e jovens em situação de rua,
• famílias residentes de ocupações,
• profissionais do sexo,
• trabalhadores de rua,
• andarilhos.
CONHECENDO AS EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA (eCR)

- Para as equipes de consultórios na rua, que atuam de


forma itinerante, o cuidado em saúde também é possível de
ser realizado no espaço da rua, quando necessário.

- Para tanto, a vida na rua deve ser atendida em suas


necessidades e condições concretas, sem que as ações
sejam definidas a partir de um modelo de vida
supostamente correto ou ideal.

- Não cabe aos serviços de saúde decidir se é certo ou


errado morar na rua: as pessoas podem estar na rua e
terem acesso à saúde.
CONHECENDO AS EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA (eCR)

- O foco das Equipes de Consultórios na Rua é nos processos


de vida do usuário, e não em enfermidades.
- É diretriz do cuidado o olhar integral acerca das questões de
saúde e, consequentemente, a ampliação da clínica.
- É preciso que o profissional escute as questões, a história de
vida, a relação do usuário com a rua, para além do
adoecimento.
- Cuidar de forma integral é considerar e manejar com as
diversas dimensões da vida do usuário.

Fotos: Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua. Brasília, 2009.


VOCÊ CONHECE A PORTARIA Nº 940/2011?

- O §1°, artigo 23, da Portaria MS/GM n° 940, de 28 de abril


de 2011, dispensa aos ciganos, nômades e moradores de rua
a exigência de apresentar o endereço do domicílio
permanente para aquisição do Cartão SUS.

- Sobre esse assunto é importante ressaltarmos que


qualquer pessoa tem o direito de ser atendido nas unidades
de saúde, independentemente de apresentação de
documentação.
- Precisamos urgentemente sensibilizar mais e mais nossos
trabalhadores para que a discriminação e o preconceito nos
serviços não sejam um dificultador do acesso e do cuidado
em saúde.

- É hora de mudar essa situação!

- Seja você, gestor e trabalhador, um protagonista dessa


mudança.

- Não podemos deixar o preconceito permanecer no SUS!

Foto: Movimento Nacional População de Rua (MNPR)


NÚMEROS DO CENSO DA
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA RJ- 2020

- Em cumprimento ao DECRETO RIO NO 46483, de setembro


de 2019, a PREFEITURA DO RIO realizou, no período de 26 A
29 DE OUTUBRO, o CENSO DE POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO
DE RUA 2020, sob a coordenação do Instituto Municipal de
Urbanismo Pereira Passos e da Secretaria Municipal de
Assistência Social e Direitos Humanos.

Foto: Rio Prefeitura. Números do Censo


da População em Situação de Rua 2020
QUAL O PERFIL DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA RJ – 2020?

- Abaixo, alguns dados do Censo de População em Situação de Rua do RJ


2020; Está disponível no DATA.RIO, um painel público com todas as
informações, desde a sua preparação, metodologia utilizada, bem como os
resultados detalhados.
Endereço eletrônico: https://psr2020-pcrj.hub.arcgis.com

Pessoas em situação de rua no RJ em 2020

Total: 7272

• Na RUA: 5469, sendo que 1190 foram


identificadas em cenas de uso de drogas.
• ACOLHIDOS: 1803
Foto: Pesquisa Nacional sobre a População em
Situação de Rua. Brasília, 2009
QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS RESULTADOS DO CENSO RJ 2020?

- Número Total 7272 pessoas.


- Predominância de Homens (81%)
- 79,6% de negros ou pardos.
- A maior parte encontra-se na faixa etária de 31 a 49 anos.
- O principal motivo para a irem para as ruas foi conflito familiar.
- Dos entrevistados, a maioria informou estar nas ruas de 1 a 5 anos.
- 752 pessoas informaram que foram para as ruas depois que a
Pandemia começou e destacaram como motivo:
• a perda do trabalho (34%) e
• perda da moradia (19%).

• O Centro foi o bairro com maior concentração de pessoas


em situação de rua (1442).
• Maioria dos entrevistados informa que nasceu no município do RJ
• Perguntados sobre o que precisariam para saírem das
ruas, a maior parte respondeu emprego.
HISTÓRICO DA ATUAÇÃO DA SAÚDE COM A
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
• 1955 – O Centro de Estudos e Terapia de Abuso de Drogas (CETAD) inicia
trabalho que logo se chamaria Consultório de Rua em Salvador.

• 2002 – Primeira equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF), inaugurada em


Belo Horizonte.

• 2007à 2008 – Primeiro Censo Nacional pelo Ministério do Desenvolvimento


Social.

• 2008 – Política Nacional para a Inclusão Social da População em Situação de


Rua

• 2009 – Coordenação Geral de Saúde Mental do Ministério da Saúde propões


Consultórios de Rua como dispositivo da rede substitutiva da Saúde Mental em
nível nacional.

• 2011 e 2012 – Portaria DAB (Departamento de Atenção Básica) que institui do


Consultório na Rua, como equipamento da Atenção Básica.
SITUAÇÃO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Foto: Material de Apoio – Oficina de Acolhimento às novas


Gestões Municipais da Atenção Primária à Saúde e Áreas
Técnicas.
MUNICÍPIOS COM EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA
NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Municípios Quant Municípios Quant

Angra dos Reis 1 Mesquita 1

Niterói 1
Barra Mansa 1
Nova Iguaçu 2
Belford Roxo 1
Petrópolis 1
Campos dos G. 1
Resende 1

Duque de Caxias 1 Rio de Janeiro 7

Itaboraí 1 São Gonçalo 1

São João de Meriti 1


Macaé 1
1
Magé 2 Teresópolis

Maricá 1 Volta Redonda 1

Obs: Os Municípios do RJ e Itaperuna estão em processo de


ampliação e implantação de equipes. (Junho/2022)
QUAIS OS PROBLEMAS CLÍNICOS MAIS COMUNS JUNTO A
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA?

• Problemas nos pés (micoses, bicho de pé, unha encravada, etc.)


• Infestações (piolho, sarna, etc).
• Tuberculose
• Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS ( HIV, sífilis, herpes, etc)
• Gravidez de alto risco
• Doenças crônicas (Hipertensão, Diabetes e doença pulmonar obstrutiva
crônica, entre outras).
• Saúde bucal
• Álcool e drogas

“A população em situação de rua costuma usar abusivamente o álcool,


seja por comportamento e hábitos anteriores, seja pelos adquiridos em
função da necessidade de não sentir frio e de esquecer as realidades
adversas.” (BRASIL, 2009).
RUA E SAÚDE

• Violência
• Alimentação incerta e em baixas condições de higiene
• Água de baixa qualidade e pouco disponível
• Privação de sono
• Privação de afeição
• Variações climáticas
• Cobertura limitada pelas equipes de Saúde da Família

Foto: Hernán Piñera/Flickr


RUA E SAÚDE

• Falta de tempo para buscar atendimento para o cuidado da


saúde.

• Vergonha de buscar atendimento na Unidade Básica de


Saúde por conta de sua condição de higiene ou
vestimentas malcuidadas.

• Dificuldade recorrente de acesso ao sistema de saúde e


para buscar ajuda e a luta diária pela sobrevivência fazem
com que muitas pessoas em situação de rua, mesmo
visivelmente adoecidas, neguem estar com qualquer
problema de saúde.
Bibliografia
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de
Apoio à Gestão Participativa. Saúde da população em situação de rua : um direito humano /
Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à
Gestão Participativa. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Manual sobre o cuidado à saúde junto a população em situação de rua / Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde,
2012.

- Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Rua: aprendendo a contar:


Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua. Brasília, DF;MDS; Secretaria de
Avaliação e Gestão da Informação, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2009.

- Rio Prefeitura, Números do Censo da População de Rua 2020.

- Material de Apoio – Oficina de Acolhimento às novas Gestões Municipais da Atenção


Primária à Saúde e Áreas Técnicas. Atributos essenciais da APS para a População em
Situação de Rua: Acesso, Longitudinalidade, Integralidade e Coordenação do Cuidado.
- Equipe Pop Rua 2012/2013 & Grupo de Pesquisa, Diretrizes, Metodologias e
Dispositivos do Cuidado no Pop Rua, Universidade Federal Fluminense, 2014.
Mais informações :

Link de NOTÍCIAS NO PORTAL DA SES com vários outros materiais


sobre o Tema:

https://www.saude.rj.gov.br/atencao-primaria-a-saude/noticias-
saps/2021/11/area-tecnica-de-saude-das-populacoes-em-situacao-de-rua

- Área Técnica de Saúde das Populações em Situação de Rua


Superintendência de Atenção Primária à Saúde - SAPS
Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária em Saúde - SVAPS
Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro/SES-RJ

Contatos da Equipe Técnica:


E-mail: popruasesrj@gmail.com
Telefone: (21) 2333-4007 / (21)2333-3704 (SAPS/SES/RJ)

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