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População de Rua
SUMÁRIO
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Síntese da Política para População de Rua — Ministério dos Direito... https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/populacao-em-situa...
4. Publicações
5.
Para dar respostas ao que pede o Decreto acima, o Governo Federal publicou o Decreto
9.489/2019 que reestruturou o CIAMP-Rua e criou na estrutura da Secretaria Nacional de
Proteção Global (SNPG) do MMFDH, a Coordenação-Geral dos Direitos das Populações em
Situação de Risco (CGRIS). A CGRIS atua de forma a acompanhar e articular junto a outros
órgãos do Governo Federal e com representantes da sociedade civil ações que garantam o
acesso aos direitos das populações vulneráveis.
Segundo o relatório do Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas –
ONU, “a situação de rua é uma crise global de direitos humanos que requer uma resposta global e
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urgente”, e continua “Ao mesmo tempo, a situação de rua é uma experiência individual de alguns
dos membros mais vulneráveis da sociedade, caracterizada pelo abandono, desespero, baixa
autoestima e negação da dignidade, com consequências graves para a saúde e para a vida. O
termo ‘situação de rua’ não só descreve a carência de moradia, como também identifica um grupo
social. O estreito vínculo entre a negação de direitos e uma identidade social distingue a falta de
moradia da privação de outros direitos socioeconômicos.”
Para essas pessoas, viver nas ruas tem sido sinônimo de conviver com a violência diária que se
dá de variadas formas: violência física e psicológica impostas pela exclusão social, intervenções
violentas por parte de policiais ou de fiscais, remoções arbitrárias ou recolhimento de pertences,
negligência no atendimento e ausência de políticas públicas. São vítimas de descaso, da
discriminação, do preconceito e do desprezo que resultam, em muitos casos, em agressões,
tentativas de homicídio, homicídios e chacinas, e ainda nas violações realizadas por agentes
públicos no exercício de suas funções.
O Decreto nº 7.053, de 23 dezembro de 2009 que institui a Política Nacional para a População
em Situação de Rua (PNPSR) é resultado do diálogo do Governo Federal com representantes da
sociedade civil. Nele encontramos a seguinte definição de população em situação de rua:
Quantos são?
Quanto à pergunta sobre o número estimado de população em situação de rua utilizado pelo
Ministério para implementação de políticas públicas, cabe fazer um pequeno histórico de dados
dessa população utilizado pelo Governo Federal começando em 2008 com a Pesquisa
Nacional realizada pelo então Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS),
com pessoas acima dos 18 anos em 48 municípios com mais de 300 mil habitantes e em mais
23 capitais, totalizando 71 municípios e a investigação chegou a 31.922 pessoas. Quando
somamos a esse dado o número de pessoas em situação de rua constantes do censos
realizados nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre, chegamos ao total
de aproximadamente 50 mil pessoas em situação de rua, em 2008, nas 75 maiores cidades
brasileiras.
Atualmente o Governo Federal trabalha com dados do Cadastro Único, cujos números do mês
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de junho de 2020 assinalam 145.448 famílias em situação de rua, incluindo famílias unipessoais
cadastradas em todo o país, dos quais 105.821, acessam o benefício do Bolsa Família. Os dados
do Cadastro Único podem ser conferidos aqui, no item correspondente aos Grupos
Populacionais Tradicionais e Específicos.
O estudo mais recente indica que existem aproximadamente 222 mil pessoas em situação de
rua no Brasil. (IPEA, 2020)
Outra fonte utilizada é a estimativa realizada pelo IPEA, que numa primeira edição publicada em
2016 indicou que havia cerca de 101.854 pessoas vivendo em situação de rua no Brasil e na
segunda edição, publicada em março de 2020, menciona que o número da população em
situação de rua teve um aumento de 140% entre 2012 e março de 2020, subindo para 222 mil
pessoas. Foram utilizados dados contidos no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico) e
no censo anual do Sistema Único de Assistência Social (Censo Suas), que traz informações das
secretarias municipais.
A população em situação de rua cresceu 140% a partir de 2012, chegando a quase 222 mil
brasileiros em março deste ano, e tende a aumentar com a crise econômica acentuada pela
pandemia da Covid-19. Entre as pessoas sem moradia estão desempregados e trabalhadores
informais, como guardadores de carros e vendedores ambulantes. Além de atualizar dados
sobre esse grupo social, duas pesquisas recém-concluídas pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) alertam: a propagação do novo coronavírus aumenta a
vulnerabilidade de quem vive na rua e exige atuação mais intensa do poder público. (IPEA,
2020)
Conforme a pesquisa realizada pelo MDS, em 2008, o perfil da população em situação de rua
pode ser sintetizado conforme a tabela abaixo.
Tabela
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Homens 82%
Mulheres 18%
Desemprego 30%
Dentre os motivos que levaram à situação de rua, 71,3% das pessoas entrevistadas citaram pelo
menos um dos 3 (três) motivos relacionados entre si ou como consequência um do outro.
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Flanelinha 14%
Construção civil 6%
Limpeza 4%
Aposentadoria 3%
Bolsa Família 2%
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Sobre a violência sofrida pela população em situação de rua o Ministério da Saúde lançou, em
2019, o Boletim Epidemiológico Nº 14. O boletim aponta o registro de 17.386 casos, entre 2015
e 2017, de violência cuja motivação principal foi a condição de situação de rua da vítima. Entre
essas 17.386 pessoas, observou-se que os casos se concentraram em indivíduos nas faixas
etárias de 15-24 anos, com 6.622 (38,1%); 25-34 anos, com 3.802 (21,9%); e 35-44 anos, com 2.561
(14,7%). Ainda que em menor frequência, observou-se também a ocorrência de casos notificados
em menores de 5 anos 303 (1,8%). Ao longo do triênio estudado, a faixa etária mais afetada foi a
de 15 a 24 anos (36,0% em 2015, 40,7% em 2016 e 37,9% em 2017).
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Outra fonte que demonstra os tipos e a quantidade de violência sofrida pela População em
Situação de Rua, são as denúncias registradas por meio do DISQUE 100, do MMFDH, segundo o
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qual em 2017 tivemos 996 casos registrados de violência contra esta população, em 2018 foram
889 casos. Em 2019, foram 899 casos com destaque para as violências por negligência com
672 casos, seguido das violências institucional e psicológica. O local de maior incidência das
violências é a rua com 628 casos e o perfil de maior predominância são pessoas do sexo
masculino, negros (pardos e pretos) com idade entre 25 e 30 anos. Segundo estes dados, os
estados que mais registraram denúncias de violência contra a população em situação de Rua,
por ordem decrescente de denúncias foram: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Minas
Gerais.
A Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPSR) foi instituída pelo Decreto nº
7.053, de 23 de dezembro de 2009 para assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos
serviços e programas que integram as diversas políticas públicas desenvolvidas pelos órgãos
do Governo Federal.
A PNPSR garante os processos de participação e controle social e possui entre seus princípios,
além da igualdade e equidade, o respeito à dignidade da pessoa humana; o direito à
convivência familiar e comunitária; a valorização e respeito à vida e à cidadania; o atendimento
humanizado e universalizado; e o respeito às condições sociais e diferenças de origem, raça,
idade, nacionalidade, gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção especial às pessoas
com deficiência.
No Artigo 3º do mesmo Decreto, está posto que os entes da Federação que aderirem à PNPRS,
deverão instituir comitês gestores intersetoriais, integrados por representantes das áreas
relacionadas ao atendimento da população em situação de rua, com a participação de fóruns,
movimentos sociais e entidades representativas desse segmento da população.
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4 - CIAMP-Rua
O CIAMP-Rua foi reestruturado pelo Decreto nº 9.849, de junho de 2019 e definido como
órgão consultivo do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e cuja coordenação
se dá por meio da Coordenação-Geral dos Direitos das Populações em Situação de Risco, da
Secretaria Nacional de Proteção Global (SNPG). O Decreto define, também, os órgãos do
Governo Federal que compõem o CIAMP-Rua e indica que a participação da sociedade civil se
dará por meio de chamamento público para a eleição de cinco entidades da sociedade civil que
atuam auxiliando a população em situação de rua e uma Instituição de Ensino Superior.
O contexto da situação de rua exige do Estado brasileiro uma resposta global urgente, pois
trata-se de fenômeno diverso, de alcance internacional e que afeta diferentes grupos de
pessoas de diferentes maneiras, mas com características comuns que estão contidas na
definição de população em situação de rua trazida no Decreto nº 7.053/2009:
É nesse contexto que o CIAMP-Rua vem contribuindo ao longo de mais de uma década, como
instância de diálogo com as gestões públicas federal, estaduais e municipais, e com a
sociedade civil.
Durante esse período foram encaminhadas ações sobre os vários temas que dizem respeito às
políticas para a população em situação de rua e à implementação da PNPSR, tais como
articulação com gestores estaduais e municipais para a institucionalização de parcerias
formalizadas por meio da assinatura do Termo de Adesão à PNPSR; a construção de diálogos
com os órgãos do Governo Federal para qualificar as ações existentes para essa população
entre garantir a inclusão em programas e serviços que deveriam atender esse público; a
proposta de criação de novo modelo de política com a centralidade no acesso imediato da
pessoa em situação de rua a uma moradia, juntamente com um pacote de políticas setoriais
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que ajudem a pessoa a permanecer na sua moradia e que recebeu o nome de MORADIA
PRIMEIRO, baseado no modelo Housing First.
No inciso II, do art. 3º, o Decreto supracitado diz que haverá “cinco representantes da sociedade
civil indicados por entidades que trabalhem auxiliando a população em situação de rua” e no
inciso III, que haverá uma Instituição de Ensino Superior (IES).
Para dar cumprimento ao que pede o Decreto acima, o MMFDH instituiu a Comissão de
Processo Seletivo Público para a escolha dos representantes da Sociedade Civil e IES, por meio
da Portaria 1.145, de 22 de abril de 2020. A Comissão foi coordenada pela Coordenação-Geral
dos Direitos das Populações em Situação de Risco (CGRIS) e conforme Edital Nº 1 CIAMP-
Rua-2020, realizou ASSEMBLEIA NACIONAL da qual participaram 11 (onze) entidades da
sociedade civil que atuam auxiliando a população em situação de rua e 02 (duas) Instituições de
Ensino Superior.
Ao final do processo eleitoral, foram eleitas as seguintes instituições para o biênio 2020-2022:
A Comissão de Processo Seletivo Público para a escolha dos representantes da Sociedade Civil
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e IES homologou o resultado e publicou neste site, na página do MMFDH e nas redes sociais.
Todos podem ajudar as pessoas em situação de rua. Ao encontrar uma pessoa nessa situação,
aproxime-se, converse com ela, escute sua história e suas necessidades, se estiver precisando
de algo de imediato, veja se você pode ajudar e para um atendimento completo e acesso aos
serviços públicos procure as redes de atendimento social e de saúde da sua cidade.
Além da estrutura do SUAS, contamos com a atuação do Sistema Único de Saúde (SUS),
igualmente estruturado e na linha de frente das ações governamentais. Dentre as ações
específicas para a população em situação de rua, o Ministério da Saúde implantou 152 equipes
de Consultório na Rua, que atuam em vários municípios brasileiros prestando atendimento
itinerante, de acordo com as necessidades de cada pessoa, mas, independente da existência
deste serviço na sua cidade, é importante lembrar que as pessoas em situação de rua devem
ser atendidas em qualquer unidade de saúde, de acordo com a sua necessidade
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6 – MORADIA PRIMEIRO
Os estudos e avaliações realizados sobre o ‘Housing First’, têm mostrado que se trata de uma
solução mais rápida, de custo mais baixo e com resultados extraordinários, já investigados por
várias universidades, que traz maior integração comunitária, maior redução dos sintomas na
área da saúde mental, maior bem-estar, satisfação, contatos com a vizinhança e relações
sociais. Logo, não é apenas uma casa, é uma casa que transforma e permite a recuperação total
da pessoa que antes vivia em situação de rua. (José Ornelas - Coordenador do Home EU,
consórcio composto por doze parceiros de nove países da União Europeia para o
desenvolvimento de pesquisas e avaliação sobre Housing First)
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situação de rua no Brasil, da eficiência e eficácia do modelo Housing First para promover a saída
definitiva das pessoas da situação de rua, em contraposição com o atual modelo de política
pública intersetorial e etapista, que, apesar de possuir diversas ações necessárias para o
atendimento ao público, pela ausência de políticas eficazes de acesso à moradia, acaba por
contribuir para a manutenção da situação de rua, fez com que o modelo Housing First (Moradia
Primeiro) fosse reconhecido como prioridade pela atual gestão a partir de 2019.
O modelo Housing First foi criado pelo psicólogo Sam Tsemberis junto com a organização não-
governamental Pathways to Home e tornou-se uma política pública que primeiro foi testada na
cidade de Nova Iorque, no ano de 1992. Nesse modelo a moradia é o ponto de partida e não um
objetivo final, é a primeira coisa fornecida antes de qualquer outro tipo de apoio ou intervenção.
A ideia inicial do Housing First é a de que ter uma moradia é o caminho principal a partir do qual
os sujeitos podem acessar todos os demais direitos e, por isso, se deve oferecer uma moradia
individual para as pessoas em situação de rua, sem que haja pré-condições ou imposições que
estas pessoas não possam cumprir. Após as primeiras experiências em Nova Iorque o modelo
foi expandido para o Canadá, Japão e 20 países europeus e apenas recentemente surgiram
experiências de projetos piloto na América Latina (Chile, Brasil e Uruguai).
O modelo Housing First parte do princípio do acesso imediato de uma pessoa em situação
crônica de rua (mais de cinco anos na rua, uso abusivo de álcool e outras drogas e com
transtorno mental) a uma moradia segura, individual, dispersa no território do município e
integrada à comunidade. Ao entrar no projeto a pessoa passa a ser acompanhada por equipe
flexível, formada por profissionais de diferentes áreas de forma a responder às demandas
apresentadas pela pessoa de forma a apoiá-la a permanecer na moradia.
A metodologia Housing First vem demonstrando ser uma proposta inovadora com alto grau de
eficiência no seu processo de implementação, mais econômico para a gestão pública e nos
resultados alcançados com a média de permanência na moradia em torno de 80 a 90% após
dois anos de ingresso no projeto.
O modelo Housing First apresenta alguns resultados considerados superiores a outras iniciativas
de acesso desta população à moradia, seja no Brasil, seja em outros países, com resultados que
podem ser comprovados nos sites oficiais dos governos americano e canadense e, nos mais de
17 países da União Europeia que desenvolvem experiências de Housing First, por meio do site
da European Federation of National Organisations Working with the Homeless (FEANTSA),
entidade que acompanha a implementação de políticas para a população em situação de rua
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na União Europeia.
Viver em situação de rua não é uma condição digna para nenhum ser humano, isso não é
normal, e o objetivo principal do projeto é a superação da situação de rua. No entanto, outro
fator de grande importância a ser considerado é o menor custo do Projeto Moradia Primeiro em
comparação com os serviços para a população em situação de rua existentes atualmente, ou
seja, uma pessoa em situação de rua nos serviços tradicionais (Abrigo, Centro Pop e Abordagem
Social) representa um custo para a gestão pública maior do que se essa mesma pessoa
estivesse em uma moradia, com os principais custos subsidiados pelo projeto e acompanhada
por uma equipe técnica seguindo a metodologia do modelo Housing First (Moradia Primeiro).
Segundo dados fornecidos pela Pathways to Home, entidade que assessora o governo norte-
americano na implementação do Housing First no país, o valor gasto com a população em
situação de rua neste modelo, na cidade de Nova Iorque, per capta/noite, é cerca de $76,00. Os
valores per capta/noite para os serviços tradicionais são, em todos os casos, maiores: nas Casas
de transição (abrigos da assistência social): $92,00; no Sistema carcerário: $164,00; nos Serviços
de emergências: $519,00 e o valor nos serviços dos Hospitais Psiquiátricos: $1.185,00. Na cidade
de Denver, no Colorado, segundo levantamentos feitos pela The Colorado Coalition for the
Homeless em 2012, cerca de 15 mil famílias e indivíduos são atendidos todo ano. Destes 77%
permaneciam na sua moradia após dois anos; 50% tiveram melhorias no seu estado de saúde;
houve uma redução de 72,9% no atendimento nas emergências dos hospitais; 43% melhoraram
sua saúde mental; as visitas e os custos foram reduzidos em 34,3% e a permanência nas cadeias
caiu 76%.
Segundo estudos realizados pela Academy for Healthcare Science (AHCS), no Reino Unido, em
2017, no qual foram comparados os custos médios dos serviços por pessoa em situação de rua
por ano, entre cidades do mesmo país: “A falta de moradia não é gratuita, é cara.” O estudo traz
como exemplo o Canadá, onde são verificadas grandes variações na média dos custos per
capta/ano, entre $29.000 dólares para uma cidade como Moncton (com cerca de 85 mil
habitantes) e $59.000 dólares na cidade de Toronto. Outras cidades como Winnipeg e Montreal
ficaram com $45.500 e $53.000 dólares, respectivamente. A pesquisa da AHCS mostrou que o
custo médio per capta/ano no modelo Housing First era de $22.257 dólares para as pessoas
que necessitavam de maiores cuidados e de $14.177 dólares para pessoas que necessitavam de
cuidados moderados.
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No projeto executado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre - RS, segundo a gestão do
projeto, o principal impacto no atendimento à população em situação de rua são os dias fora da
rua (10.801 dias, considerando 70 pessoas atendidas), que têm como consequência uma
redução no número de internações, mais acompanhamento das situações de saúde (clínica e
mental) e vinculação com serviços de atendimento da rede do local onde residem. Com relação
ao uso de substâncias psicoativas: 19% pararam de fazer uso; 26% estão fazendo uso não
problemático; 23% estão fazendo uso problemático; 29% estão em tratamento; 3% estão sem
tratamento. Com relação às internações na saúde mental: dos 70 que estão no programa,
apenas 17 tiveram passagem por internações, destes, 12 não voltaram a internar mais; 3
reduziram a internação; 2 mantiveram a internação. Com relação ao uso dos serviços da
Assistência Social: após o início do projeto nenhum beneficiário fez uso de abrigo; apenas uma
beneficiária fez uso do Centro Pop.
Assim, o MMFDH deseja contar com a colaboração das autoridades municipais, distritais,
estaduais e federais, dos organismos internacionais e da sociedade civil para o enfrentamento
desse problema social e não apenas no curtíssimo prazo em razão da Covid-19. Também por
isso se faz necessário criar um referencial, baseado no modelo Housing First, para implantação
dessa metodologia no Brasil.
O modelo Housing First vem sendo divulgado e aceito no Brasil e no mundo como a melhor
resposta de políticas públicas para a saída definitiva de indivíduos e famílias da situação de rua.
Quer conhecer um pouco mais sobre esse assunto? Você encontrará o detalhamento do
modelo e experiências nacionais e internacionais no livro É possível Housing First no Brasil?
Experiências de Moradia para a População em Situação de Rua, na Europa e no Brasil.
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Frente aos frequentes relatos trazidos ao CIAMP-Rua pela sociedade civil de atendimentos
violadores de direitos por parte de servidores e funcionários que atuam nos equipamentos e
serviços voltados para o atendimento da população em situação de rua, o MMFDH em parceria
com a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), no âmbito do Programa Nacional de
Educação Continuada em Direitos Humanos (PNEC_DH) lançou o curso Promoção dos Direitos
da População em Situação de Rua.
O Curso tem a duração de 30 horas, é gratuito, com direito à certificado e está disponível no site
da Escola Virtual.Gov (EVG), na plataforma da Escola Nacional da Administração Pública (ENAP)
e oferece uma formação alicerçada no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos e
adaptada aos contextos de atuação da rede intersetorial de atendimento e direitos para a
população em situação de rua. É um curso voltado para pessoas que atuam, ou venham a atuar,
na garantia, na defesa e na promoção dos direitos dessa população. Qualquer pessoa
interessada pode se inscrever.
Com o objetivo de capacitar a rede de serviços da população em situação de rua nos territórios
para criar, manter e melhorar os processos de atendimento e garantia de direitos para essa
População, o curso está composto por 06 (seis) módulos assim distribuídos:
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De acordo com o Artigo 2º, a PNPSR será implementada de forma descentralizada e articulada
entre a União e os demais entes federativos que a ela aderirem por meio de instrumento próprio
(Termo de Adesão). O Termo de Adesão definirá as atribuições e as responsabilidades a serem
compartilhadas pelos entes que o assinarem.
Já o Artigo 3º indica que os entes da Federação que aderirem à Política Nacional para a
População em Situação de Rua deverão instituir comitês gestores intersetoriais, ou CIAMP-Rua
estaduais ou municipais, integrados por representantes das áreas relacionadas ao atendimento
da população em situação de rua, com a participação de fóruns, movimentos e entidades
representativas desse segmento da população.
O Termo de Adesão tem como objetivo manifestar a intenção por parte dos entes envolvidos, de
estabelecer um regime de colaboração mútua para execução de ações integrada visando a
implementação da PNPSR.
Clicando no mapa abaixo você poderá identificar os estados e municípios que já formalizaram
a sua adesão à PNPR.
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O esforço não se limita aos órgãos de assistência social e saúde, são chamados a participar
todos os outros órgãos e estruturas estatais, de modo a promover a proteção de todas as
pessoas, adotando estratégias de distanciamento e/ou isolamento social, além das
quarentenas para as situações específicas.
Mais que isso, nesse contexto a participação da sociedade civil organizada se faz
absolutamente necessária. Tanto os movimentos da população em situação de rua ou de
garantias de direitos humanos, quanto empresas, setor turístico e as organizações religiosas
podem desempenhar um papel de extrema relevância por meio da conjugação de esforços em
todo o território nacional, possibilitando assim, que todos tenham acesso e recebam o
atendimento devido.
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Para baixar a íntegra das cartilhas, acesse a área de Publicações e faço o download.
10 – PUBLICAÇÕES
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MMFDH
- Livro É possível Housing First no Brasil? Experiências de Moradia para a População em Situação
de Rua, na Europa e no Brasil
- Cartilha Atendimento
- Cartilha Protocolo
- Relatório CNDDH
SAÚDE
- Consultório na Rua
M.CIDADANIA
IPEA
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