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RESUMO
O presente resumo tem como objetivo apresentar como se deu o processo de seleção à comunidade trans
ao Trabalho Social do Conjunto Habitacional Jardim Primavera executado pelo Setor de Serviço Social
do Instituto de Habitação de Foz do Iguaçu - FOZHABITA, expondo os meios utilizados e resultados
obtidos.
1 INTRODUÇÃO
1
Assistente Social no Instituto de Habitação de Foz do Iguaçu - FOZHABITA. Especialização em
Serviço Social na Sociedade Contemporânea: Direção Social, Instrumentais e Política Social -
FACDOMBOSCO. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social - PPGSS pela -
UNIOESTE.servicosocial.fozhabita@gmail.com
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Graduanda de Serviço Social na Universidade Federal da Integração Latino Americana - UNILA e
estagiária de Serviço Social no Instituto de Habitação de Foz do Iguaçu - FOZHABITA.
mayacristinac@gmail.com
3
Graduanda de Serviço Social na Universidade Federal da Integração Latino Americana - UNILA e
estagiária de Serviço Social no Instituto de Habitação de Foz do Iguaçu - FOZHABITA.
monicabogadomolinas@gmail.com
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Assistente Social no Instituto de Habitação de Foz do Iguaçu - FOZHABITA. Graduada em Serviço
Social pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE. servicosocial.fozhabita@gmail.com
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originária o reassentamento de famílias oriundas da Favela do Jardim Primavera. Nesse
sentido, o presente resumo expandido tem como objetivo apresentar como foi o
processo de seleção de famílias para as novas unidades habitacionais acrescentadas ao
projeto de implantação, e assim, evidenciar a metodologia adotada para viabilizar
políticas de moradia que contemplassem a população LGBTQIAP+5, por meio da
garantia de 3% da reserva de vagas para atendimento à população Trans. Ainda, para a
seleção de beneficiários levou-se em consideração a Instrução Normativa nº 1 de 20 de
janeiro de 2022 que regulamenta o Pró-Moradia.
A trajetória da comunidade LGBTQIAP+ no Brasil é repleta de lutas, que
reivindicam premissas básicas sobre o direito de existir, de ter seu nome e sua
identidade de gênero reconhecida e respeitada, no direito de exercício da cidadania, e na
criação de políticas públicas para a garantia de direitos básicos, como o que será
pautado em questão, o direito ao acesso à moradia.
A escassez de ações afirmativas no âmbito das políticas públicas muitas vezes
denuncia o recorte de uma população abandonada ou invisível para o Estado. Políticas
estas que requerem reivindicações coletivas, ações de movimentos sociais, articulação e
atuação da própria população por meio da participação social dentro de espaços
públicos, como Conselhos de Direitos, Conferências, Fóruns, Audiências Públicas, entre
outros, que fomentam debates e visibilidade. Tais movimentos feitos pela sociedade
civil visam agir como um coletivo, apresentando demandas reais que contribuem na
formulação de dados e teorias na perspectiva de alcançar transformações sociais. E
assim, mediante a promoção do exercício da cidadania, a descentralização estatal e a
participação democrática nas tomadas de decisões, poderemos modificar os ditames
legais pré-estabelecidos pelo Estado.
Importa ressaltar que a criação de tais políticas públicas voltadas para a
população Trans, como instituições especializadas no acolhimento de
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O uso da sigla procura contemplar as diversas identidades, de forma inclusiva, levando em conta as
constantes construções, expressões e a pluralidade dos sujeitos na contemporaneidade, onde o símbolo de
“+”, contribui para adicionar pessoas que sintam-se representadas e acolhidas por demais nomenclaturas.
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transgêneres e travestis, tem como intuito para além da garantia dos seus direitos, o
zelo pela segurança dos corpos trans, no país que mais consome pornografia6 e mata
travestis e transsexuais no mundo7, e ainda, garantir-lhes livre expressão da sua
sexualidade, orientação sexual e respeito à identidade de gênero.
Nessa direção, buscou-se ir no caminho oposto à segregação social, restrições,
guetizações ou marginalidade, e sim, trazer autonomia cidadã e a liberdade de ser e
existir nos espaços socioassistenciais e em sociedade, visando:
“VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito,
incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos
socialmente discriminados e à discussão das diferenças;” (CFESS,
1993)
Tão logo, a medida de reserva de vagas foi pensada como forma de acesso, e
comprometimento diante desta demanda, na rede onde atuam assistentes sociais
empenhadas com o projeto ético-político do Serviço Social que amparam-se nos
princípios fundamentais do código de ética profissional.
2 METODOLOGIA
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KACHANI, Morris. “Está em marcha uma revolução de mudança das vivências trans” In: Estadão -
Portal do Estado de São Paulo. Publicado em: 01 de julho de 2021. Disponível em:
<https://brasil.estadao.com.br/blogs/inconsciente-coletivo/esta-em-marcha-uma-revolucao-de-m udanca-
das-vivencias-trans/>. Acesso em: 22 de agosto de 2022.
7
Dossiê dos assassinatos e da violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2020 / Bruna G.
Benevides, Sayonara Naider Bonfim Nogueira (Orgs). – São Paulo: Expressão Popular, ANTRA, IBTE,
2021 136p.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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coletados, nove (09) pessoas autodeclaradas trans e travestis compareceram, o que
permitiu traçar o seguinte perfil socioeconômico das pessoas entrevistadas:
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Ao final do processo seletivo, duas (02) pessoas foram consideradas
classificadas/aptas para serem beneficiárias com uma unidade habitacional, ocupando
3% da reserva de vagas.
Ressalta-se que o processo de seleção em tela foi a primeira experiência do
Setor de Serviço Social com o público alvo, porém há muito que se avançar quando se
pensado na intregração com as demais políticas públicas, bem como refletir e otimizar
as formas de acesso a população LGBTQIAP+, evitando cenas de revitimização
estrutural, preconceito e discriminação, na perspectiva de garantir autonomia e exercício
dos direitos sociais.
REFERÊNCIAS