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GT 03 - Direito à moradia, política habitacional, regularização fundiária e direitos dos povos e comunidades

tradicionais

(RE)PENSANDO AS POLÍTICAS HABITACIONAIS: ANÁLISE DAS POLÍTICAS


HABITACIONAIS NAS CIDADES DE MÉDIO PORTE NO NORDESTE BRASILEIRO

Renally Maia Clemente1


Durval Muniz de Albuquerque Júnior2

1 RESUMO

A contínua modificação das cidades é um processo notório de modo que observamos


significativas implicações na redistribuição espacial da população e das condições de urbanização.
Diferentes formas de assentamentos humanos, dinâmicas econômicas, sociais e demográficas
ganharam importância, assim como novos espaços regionais e outros tipos de mobilidade
populacional, com claras consequências nos padrões espaciais da população dentro e fora dos
grandes centros urbanos, caracterizando, deste modo, um espraiamento populacional. No Brasil,
uma das soluções para amenizar esse problema são as políticas habitacionais, criadas pelo governo
federal afim de alargar a oferta de habitações voltadas às populações de baixa renda. Assim, houve
um aumento da participação do Estado, na produção da habitação popular que vem se
desenvolvendo nos últimos anos através de uma variedade de políticas, planos, programas e
instituições governamentais foram lançadas e também um grande volume de recursos foi destinado
para a construção e financiamento de moradias. Nesse contexto, esta pesquisa interessa-se em
responder como as políticas habitacionais e sua implantação nas cidades de médio porte no
nordeste brasileiro foram sendo aplicadas entre os anos de 1964 e 2010, observando suas falhas e
assertivas nesse período. A metodologia consiste em uma análise exploratória quanti-qualitativa

1
Mestranda do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional -UEPB
Email: renally.arq@gmail.com
2
Professor Doutor pelo Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional -UEPB
Email: durvalaljr@gmail.com

1
das políticas públicas habitacionais da região Nordeste. Através de um recorte temporal, comparar
alguns municípios de médio porte e suas produções nesse tempo.
Palavras chave: Políticas Habitacionais; Desenvolvimento Regional; Habitação Social.

1. INTRODUÇÃO
As políticas habitacionais são o quê, na maioria das vezes, regem o processo de projeto e
construção da demanda habitacional social brasileira. A história da política habitacional brasileira é
marcada por décadas de alta demanda e baixa produção de moradias para a população de baixa
renda, somadas a soluções habitacionais que, apesar de inicialmente atendessem das
necessidades das classes mais baixas, passaram por mudanças que acabaram desviando o
atendimento para classes de renda média, especialmente no que condiz às políticas habitacionais
desenvolvidas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH).Na Paraíba, o crescimento acelerado e
espraiado das cidades levou a população a ocupação das áreas de risco e/ou de preservação
ambiental, criando assentamentos irregulares e sem condições consideráveis de habitabilidade.
Segundo Maia (2013, p.2), essa configuração e esse processo de espraiamento da malha urbana,
historicamente ocorreu por um processo de abandono dos centros das cidades, ocasionando uma
fragmentação descontínua do espaço. Ora possuindo áreas supervalorizadas por meio da
especulação imobiliária, ora possuindo lotes subutilizados que não trazem nenhum benefício a
cidade, lotes esses localizados em áreas consolidadas em termo de infraestrutura urbana, ou que
resultam de uma “sobra” criada pelo loteamento de terrenos específicos. Nessas cidades, observa-
se uma clara separação entre as formas de morar causadas pela maneira de inserção dos
complexos de habitação de interesse social. Entender esses processos e romper com essa
separação torna-se necessário para a concepção de uma cidade mais justa socialmente e
condizente com a dinâmica urbana atual.

2. METODOLOGIA
A metodologia consiste em uma análise exploratória quanti-qualitativa das políticas públicas
habitacionais da região Nordeste. Para isso, reúne uma série de métodos e procedimentos que irão
ajudar nessa observação. A primeira etapa pretende fazer uma ampla revisão bibliográfica quanto
as políticas de habitação, buscando entender como se deu a evolução do quadro habitacional e
fatores relevantes na avaliação da qualidade na implantação dessas políticas em cidades
nordestinas. Em seguida, torna-se indispensável a demarcação do recorte temporal estudado.
Através de uma análise qual quantitativa comparativa entre três cidades preestabelecidas nos
estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, pretende-se compilar essas falhas e
acertos, de modo que se possa se estruturas as mudanças necessárias para o futuro dessas
políticas.
Determinando um eixo de trabalho entre dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e
Pernambuco, foram escolhidas uma cidade de cada estado, sendo elas: Mossoró, Campina Grande

2
e Caruaru, respectivamente. Em cada cidade foram escolhidos dois conjuntos habitacionais,
produzidos em décadas distintas, visando entender a produção habitacional nessas cidades.

3. RESULTADOS
Uma vez escolhidas as cidades a serem trabalhadas, foram escolhidos dois conjuntos
habitacionais em cada cidade. Os conjuntos foram escolhidos levados em consideração a data
de implantação e a relevância para a cidade na qual estão inseridos. Através dos dados
coletados pretende se entender como as políticas se comportaram no recorte temporal
selecionado.

REFERÊNCIAS
BARON, Cristina M. P. Introdução à História da Tecnologia de Conjuntos Habitacionais.
Dissertação apresentada a Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo,
São Carlos, 1999.
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. São Paulo. Estação Liberdade, 1998.
BOTELHO, A. O urbano em fragmentos – a produção do espaço e da moradia pelas práticas
do setor imobiliário. 1o Ed.,Editora Annablume; Fapesp, 2007.
GOHN, Maria da Gloria. Movimentos sociais e a luta pela moradia. São Paulo: Ed. Loyola, 1991.
HEIDEGGER, M. Construir, habitar, pensar. In: HEIDEGGER, M. Ensaios e conferências.
Petrópolis: Vozes, 2001b.
MAIA, Doaralice Sátyro. A periferização e a fragmentação da cidade: loteamentos fechados,
conjuntos habitacionais populares e loteamentos irregulares na cidade de Campina Grande
–PB. UFPB,2010.
PAIVA, Alexandra Luísa Severino de Almeida e. Habitação flexível: análise de conceitos e
soluções. Lisboa: Faculdade de Arquitectura da Universidade Tecnica de Lisboa, 2002.
PALERMO, C. E. Habitação social: uma visão projetual. In. COLÓQUIO DE PESQUISAS EM
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EAUFMG,abr. 2007. Disponível em: <http:/www.arq.ufmg.br/mom/coloquiomom/>. Acesso em: 20
de ago. 2017.
ROLINK, Raquel. Ferramentas para avaliação da inserção urbana dos empreendimentos do
MCMV. Labcidades (FAUUSP) e Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento –
Novembro 2014.
ROLNIK, Raquel. Direito à Moradia, In: Desafios do Desenvolvimento IPEA. 2009, Ano 6, Ed 51.
Disponível em: acesso em 12 de abril de 2017.

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