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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

PRÓ REITORIA DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL (UEPB-UFCG)

DISCIPLINA: NORDESTE: PENSAMENTO CLÁSSICO E DEBATES CONTEMPORANEOS

PROFESSOR: DURVAL MUNIZ

ALUNA: RENALLY MAIA CLEMENTE


TODA A VERDADE SOBRE A TRANSPOSIÇÃO DO
RIO SÃO FRANCISCO_
TODA A VERDADE SOBRE A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

SOBRE O AUTOR:
João Alves Filho

-João Alves foi três vezes governador de Sergipe (1983-1987, 1991-1994,


2003-2006);
-Duas vezes prefeito de Aracaju (1975-1979 e 2012-2016)
- Ministro do Interior no Governo de José Sarney (1987-1990).

“Desde 1993, João Alves Filho é membro da Academia Sergipana de Letras.


Também é autor de diversos livros, entre eles: No outro lado do mundo
(1988), Irmãos de raça (s/d), O Caminhoneiro do Brasil (1994), Nordeste –
estratégias para o sucesso (1997), Matriz energética brasileira (2003) e o
mais recente Toda a verdade sobre a transposição do rio São Francisco.”
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SOBRE O LIVRO:

“Este livro trata do Projeto de Transposição de Águas do Rio São Francisco,


o qual vem gerando polêmica entre os estados nordestinos. Segundo o
autor, a ausência de um diálogo construtivo gerou um clima de ódio entre
irmãos que, durante cinco séculos, sempre viveram num clima de
solidariedade mútua, enfrentando iguais agruras nas secas cíclicas. ”
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PREFÁCIO – IVES GRANDA DA SILVA MARTINS

1) FERE O PACTO FEDERATIVO: Atinge quatro estados que não


foram consultados ( Minas Gerais, Bahia, Sergipe e Alagoas) e que são
estados doadores, os quais serão prejudicados. Esses estados opõem-se
à transposição;
2) FERE O PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE: Há formas não tão
caras que, sem prejudixar o Rio São Francisco, possibilitarão a utilização
de reservas de água do subsolo ou da interligação de açudes existentes
nos estados donatários;
3) FERE O PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE: Pois, em
vez de revitalizar o rio, optou-se por enfraquece-lo ainda mais, com a
transposição de águas;
4) FERE O PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL: Por
destruir fauna, flora das margens do Rio São Francisco, além da flora
fluvias e das espécies de peixes;
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PREFÁCIO – IVES GRANDA DA SILVA MARTINS

5)FERE O PRINICIPIO DA EFICIÊNCIA: Pois gastar-se á mais


dinheiros dos contribuintes, para um projeto muito mais oneroso que
aquele da ligação dos açudes ou da retirada de água do subsolo;
6) FERE O PRINCIPIO DE MORALIDADE: visto que cabe ao
governo encontrar, para que os mesmos efeitos, soluções alternativas
menos custosas – que existem e ficam além de eventuais interesses de
terceiros;
7)FERE O PRINCIPIO DA LEGALIDADE: Pois a discrionariedade é
concedida ao administrador público apenas para atender ao interesse
público de maneira ótima, o que não se configura, se existem outras formas
de atender aos mesmos fins públicos de maneira mais adequada e menos
custosa
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I PARTE II PARTE

ASPECTOS DE VIABILIDADE TÉCNICA

“ (...)se trata do maior rio dentre os inteiramente


brasileiros, com 2.800km. Nasce em Minas Gerais, um
estado do Sudeste, o único da região a também ter
semiárido, cortando mais quatro estados nordestinos
no epicentro da região que menos chove no país.
Sua importância para o país é tamanha, que é
conhecido como o rio da integração nacional, não só
por que sua história se confunde com a própria história
brasileira- seu descobrimento foi feito pelo navegador
genovês Américo Vespúcio, a 4 de outubro, dia de São
Francisco(...)
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O surpreendente é que, para solucionar o problema da maioria dos agentes agressores, não se
exigiram gastos públicos, e sim, tão somente, fiscalização rígida, sustando-se os abusos que viriam
a provocar danos graves ao rio, não apenas em termos ecológicos, mas econômicos, como as
dificuldades ocasionais da navegabilidade no rio e seus afluentes. Lamentavelmente, por omissão
das autoridades, problemas fáceis de serem resolvidos na sua fase inicial hoje se tornaram de difícil
e onerosa solução

“A companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), estatal energética, foi


criada com o fim específico de implantar hidrelétricas na calha do São Francisco,
que eram absolutamente indispensáveis para a industrialização da região
nordestina”
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“(...) a implantação das suas hidrelétricas foi realizada pela CHESF, que continua
responsável pela sua manutenção. Não se trata aqui de transformar seus engenheiros,
que, aliáis, despontam dentre os mais capazes na construção de hidrelétricas em todo
o mundo, em bodes expiatórios responsáveis pela degradação do rio. (...) durante a
quase totalidade do tempo que eles construíram as hidrelétricas, não havia ainda a
consciência ecológica do mundo moderno.”

“Sem exageros, pode-se-ia afirmar que o São Francisco é o coração da região nordestina e
que, se circunstancialmente parasse de pulsar, com ele também feneceria literalmente, em
termos de habitabilidade, parte considerável da sua região ribeirinha, que cruza quatro
estados nordestinos e o Norte mineiro, além de implicar a plena inviabilidade econômica
também dos outros cinco não banhados pelo rio”
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“(...)o mesmo governo federal se prepara para gastar bilhões de dólares para levar água para irrigação
subsidiada a centenas de quilômetros de distância. Ademais, insânia ainda maior é saber que, se a
obra vier a ser feita mesmo, as outorgas de água já concedidas às regiões ribeirinhas terão seus
direitos suspensos, para compensar a água transportada”

“ Deveríamos, aprender as técnicas de se conviver com elas, quando se verá que nossa
região seca é viabilíssima, como tenho procurado demonstrar em inúmeras palestras,
debates, incontáveis artigos e em vários livros escritos sobre o tema.”
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“ (...) foi quando passei quase 90 dias percorrendo regiões áridas, muitas desérticas, da China e Índia,
aprendendo como civilizações milenares convivem normalmente com um clima bem mais adverso do
que aquele enfrentado pelo semiárido nordestino. Isto é, contam com precipitações pluviométricas
muitíssimo menores e com disponibilidade hídrica seja no subsolo ou em obras de engenharia para
acumulação de água”
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Objetivos da Transposição
“O primeiro é o de que, na verdade, a obra, se realizada, atenderá com água potável uma minoria da
população dos três estados e meio beneficiados pela transposição , já que seu objetivo majoritário é,
principalmente, levar água para o agranégocio e para o uso industrial. “

“ O segundo fato é que com sua conclusão, a chamada industria da seca, com seus famigerados
carros-pipas e latas d’água na cabeça, na maioria, continuaria vigente nos estados receptores, pois a
maioria da água aduzida seria destinada à irrigação”

“ o fato de esconder da população que existem projetos alternativos que através de obras
relativamente simples – daí a aversão a elas por parte dos grandes empreiteiros e seus apaniguados
– são capazes de levar água a praticamente 100% das casas de todos os dez estados do semiárido,
por menos da metade dos custos da transposição
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As secas: A absurda falta de uma visão estratégica e a positiva criação do DNOCS
No fim do século XIX, por conta da tragédia provocada pela grande seca de 1877, que provocou a morte
de mais de 500 mil nordestinos, o equivalente a 5% do total da população brasileira- projetando para
hoje, é como se um desastre da natureza provocasse a morte de nove milhões de pessoas – houve uma
grande comoção nacional e internacional
É verdade que quase nenhuma delas foi implementada, o que daria início a uma mania sádica, que se
tornaria hábito da quase totalidade dos sucessivos presidentes do século seguinte, de contratar
diagnósticos sobre soluções para o semiárido

“ Quanto ao modus faciendi da indústria da seca, é simples: o chefe político- ou o prefeito e seus vereadores- controla a
distribuição da água retirada dos açudes através dos caminhões que a transportam regularmente, conhecidos como “carros-
pipas”, e que, naturalmente, a levam principalmente -e, às vezes, de forma exclusiva- às propriedades rurais dos seus eleitores.
Na sede dos povoados, o ritual se repete na distribuição da água às mulheres, que entram na longa fila para ter direito a
encher sua lata d’água na torneira do carro-pipa- parado, normalmente, no meio de uma praça- para, depois de cheia, leva-la
na cabeça para casa. Sem contar os latifundiários, em cujas terras, usualmente, foram construídos os açudes.”
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Potencial Hídrico do Nordeste Sententrional (Reserva)

“a primeira é que a região doadora tenha comprovado o excesso de água, além de solos imprestáveis para a
irrigação; a segunda é que a região receptora seja absolutamente desprovida de água, nem nela existam
alternativas locais para viabilizá-la e, finalmente, solos extremamente melhores do que aqueles da região
doadora, quanto a irrigação”
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Potencial Hídrico do Nordeste Sententrional (Reserva)
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Potencial Hídrico do Nordeste Setentrional (Reserva)
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As secas: A absurda falta de uma visão estratégica e a positiva criação do DNOCS

“ Em resumo, o projeto da transposição é tecnicamente errado, socialmente injusto, ecologicamente


destrutivo e politicamente desastroso, por causar uma insana crise federativa”.

“ Os açudes construídos ao longo do século XX no Nordeste brasileiro foram sempre orgulho da


engenharia nacional e satisfação para a vertente política regional. (...) em um determinado momento,
tornou-se interessante ocultar a existência desta monumental rede de açudes”.

“ Nas exposições do projeto, as equipes do governo, nas suas discussões estólidas, não pronunciam
uma s[o palavra sobre as grandes reservas aquíferas subterrâneas. Desconhecem o enorme superávit
hídrico desta região, logo o semiárido, que é “uma ilha cercada de água doce por todos os lados”.
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As secas: A absurda falta de uma visão estratégica e a positiva criação do DNOCS

“Na Paraíba, as formações costeiras são extensas e podem fornecer mais de 20m³/s, água de excelente
qualidade, sobejamente suficiente para abastecer a Paraíba inteira, nos seus mais diversos usos.”

“ O DNOCS possui no semiarido 27 perímetros irrigados, verdadeiras conquistas contra o


meio adverso, mas entremeados de alguns insucessos, sobretudo. Pelos elevados teores de
sais”.

“ Essa revitalização é uma obra para ser imitada no mundo inteiro por que as bacias hidrográficas
tem tudo em comum. As águas, o solo, o ar, os minerais, as chuvas, o sol, a vegetação, a ictiofauna
e as populações que vivem a vida do rio”
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Caminhos Básicos da Revitalização

1- reunir, ordenar, analisar e atualizar todo o acervo existente de estudos, projetos e programas elaborados para a Bacia
por todas as unidades governamentais;
2- Recuperar e ampliar toda a rede hidrométrica do rio e dos seus afluentes, fluviometria, pluviometria, insolação,
temperatura e evaporação;
3- Sedimetologia. Instalar postos sedimentológicos para medir as concentrações de material sólido em todo o sistema
aquático, diagnosticando os processos de erosão e assoreamento;
4- Reflorestar com silvicultura regional e essências nativas, toda a bacia hidrográfica, a partir das microbacias, dos
afluentes secundários, dos afluentes primários, até a calha principal do rio;
5- Restaurar todas as lagoas marginais ganglionares na calha principal e nos tributários, útero larval e ictiofauna;
6- Construir parques de recreação para a população ribeirinha;
7- Executar programas de saneamento básico em cerca de 500 cidades e 800 povoados existentes no vale;
8- Executar um grandioso programa de despoluição do rio principal e de todos os seus afluentes;
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ASPECTOS DE VIABILIDADE TÉCNICA


Caminhos Básicos da Revitalização
9- Estabelecer uma operação continua de drenagem de todo o sistema fluvial do rio e afluente principais,
restabelecendo os cursos da navegabilidade;
10- Executar uma grande operação de contensão marginal dos barrancos ao longo do rio, à imagem e semelhança do
realizado no Tennessee;
11- Implantar programas de proteção ambiental de parque e reservas ecológicas, inclusive com a criação de novas
reservas, proteção à integridade dos sistemas aquáticos;
12- Controle e combate continuo ao desmatamento predatório, através de brigadas e agentes fiscais;
13- Elaborar programas de recuperação das áreas do semiárido incrustadas em 56% da bacia hidrográfica do rio, com
essenciessênciass e frutíferas, umbucultura, cajucultura e outras;
14- Restaurar, estabelecido o sistema de dragagem, a navegação do rio e tributários, com sistema moderno de
sinalização fluvial;
15- Fomentar projetos de aquicultura em todos os representados do rio, a exemplo do complexo Paulo Afonso, já em
desenvolvimento;
16- Finalmente, cerca de 11 grandes barragens estão catalogadas para elaboração de projetos e execução das obras;
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ASPECTOS DE VIABILIDADE TÉCNICA

“ A transposição do Rio São Francisco pela sua importância e elevado custo financeiro e social, tem uma conotação
muito maior do que apenas uma megaobra de engenharia. O próprio governo a vende como um programa de
desenvolvimento de grande vulto para o Nordeste, a importância da obra para a região torna-se uma questão preliminar
a ser respondida, que deveria, até mesmo, anteceder a questão ambiental do São Francisco. Então, vamos tentar
responder algumas perguntas que estão diretamente associadas com essa problemática”
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I PARTE II PARTE

ASPECTOS DE VIABILIDADE TÉCNICA

“Em termos de justiça social, pode-se assegurar que o projeto não se destina a atender as populações rurais dispesas
que realmente sofrem com o drama da seca. Para essas, o projeto oferece, no máximo, a instalação de chafarizes ao
longo dos canais. Significa dizer que as cenas das latas d’água na cabeça e dos carros-pipas vão continuar”

“Menos de 4% da vazão média dos canais da transposição serão destinados ao uso ao longo das margens dos canais, de
acordo com documento enviado ao MI à Agencia Nacional de Águas. Significa idzer que esta é a quantidade que será
efetivamente destinada ao uso da população rural do semiárido e demonstra que o real destino das águas são os açudes
próximos ao litoral”
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ASPECTOS JURIDICOS, ECOLÓGICOS E SOCIOECONÔMICOS

“Do ponto de vista ambiental, são ecossistemas integrados, construindo a magnifica bacia do Rio São Francisco, todavia,
do ponto de vista econômico, é preciso analisar criteriosamente toda essa integridade”

“A efetivação de um projeto como o de transposição das aguas do Rio São Francisco é muito mais complexa do que se
informa, justamente porque dentro da federação brasileira se faz necessário o respeito ao pacto federativo, e no caso
específico da bacia do Velho Chico, existe a integração das bacias estaduais com a federal “

Uma obra dessa magnitude, à Transposição do Rio São Francisco, precisa estar contextualizada, no mínomo, nos
seguintes aspectos: aprovação pelo comitê da Bacia Hidrográfica doadora, no caso o comitê da Bacia Hidrográfica do
Rio São Francisco – CBHSF; Que a bacia doadora tenha excedente de água; Que a Bacia receptora tenha comprovada
escassez de agua e tem alternativas internas para abastecimento humano e dessedentação animal; Caso a
transferência de aguas seja para fins econômicos que: a bacia doadora tenha atendido todo o seu potencial
econômico; a bacia hidrográfica receptora tenha o uso econômico da agua mais vantajoso que na bacia doadora”
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ASPECTOS JURIDICOS, ECOLÓGICOS E SOCIOECONÔMICOS


“ Nenhum pais do mundo que realizou uma Transposição, ou outra obra dessa magnitude, o fez sem um grande
consenso, um grande entendimento, um grande pacto entre os atores envolvidos no processo. Por falta de pacto, a
transposição representa um projeto de DESUNIÃO, oriundo de um rio que, historicamente, é chamado de INTEGRAÇÃO”

“ A transferência de aguas entre bacias hidrográficas tem sido utilizada pela humanidade desde o século XV. Mais
recentemente, com o desenvolvimento da engenharia e o aumento de necessidades hídricas surgidas com o forte
crescimento populacional em vários pontos do planeta, propostas de transposição tem sido efetivadas e discutidas”
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ASPECTOS JURIDICOS, ECOLÓGICOS E SOCIOECONÔMICOS


Se o objetivo for o desenvolvimento sustentável do Semiárido, existe um outro caminho:

“ A democratização do acesso à água, através da adução e distribuição do estoque de água já existente,


tanto na região receptora quanto na doadora;

“A conclusão das inúmeras obras de infraestrutura hídrica de abastecimento, reservação e irrigação (140
mil hectares na bacia do Rio São Francisco e 180 mil hectares no Nordeste Sententrional) paralisadas em
todo semiárido;

“A real revitalização hidroambiental da bacia do Velho Chico;

“ O investimento prioritário e amplamente distribuído em soluções de convivência com a seca para a


população dispersa do semiárido brasileiro;
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I PARTE II PARTE

VERDADES E MENTIRAS SOBRE A TRANSPOSIÇÃO


Na grande seca de 1887-79, 500 mil nordestinos morreram. Ainda ocorrem mortes no
Semiárido brasileiro nos períodos de grande estiagem?
NÃO. Com a fantástica rede de açudes, iniciada com a construção do Açude Cedro (1886-1906) e de mais outros
14 açudes basicamente no mesmo período, o número de mortes caiu drasticamente.

Falta água nos estados do Nordeste Setentrional, alvos prioritários do projeto de transposição
do São Francisco?
NÃO. De fato, muito pelo contrário, há excesso de água. Smente no século XX foram construídos 70 açudes na
região. O vlume total armazenado é de 37 bilhões de metros cúbicos
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I PARTE II PARTE

VERDADES E MENTIRAS SOBRE A TRANSPOSIÇÃO


Estudo da SUDENE de 1994 aponto que o semiárido nordestino vai precisar de oito bilhões de
metros cúbicos de água em 2020 para abastecimento humano e para o desenvolvimento
econômico. A transposição portanto, não se mostra bastante necessária?
NÃO. O volume de água reservada nos estados do Nordeste Setentrional torna a obra injustificável. Somente no
Ceará, os estoques são quatro vezes superiores à demanda atual.

Diante do grave problema do desabastecimento humano no semiárido e até em grandes


cidades nordestinas, a transposição já seria justificável?

NÃO. Além de se destinar ao uso econômico, a transposição não resolve o problema do desabastecimento
humano e animal.
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VERDADES E MENTIRAS SOBRE A TRANSPOSIÇÃO


O presidente Lula da Silva lamenta a insensibilidade dos nordestinos da bacia doadora, pois,
segundo ele, seria retirada do São Francisco apenas “uma cuia de água”. Os opositores da
obra não estão sendo egoístas?
NÃO. Trata-se de uma inverdade dizer que “apenas uma cuida de água” seria usada na transposição.

O estudo de impacto ambiental foi completo?

NÃO. Ele não estudou adequadamente o estado de Minas Gerais, onde estão sete grandes afluentes do Rio São
Francisco, tanto que o estado de Minas ajuizou uma açã pública
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I PARTE II PARTE

VERDADES E MENTIRAS SOBRE A TRANSPOSIÇÃO


E o índice de Desenvolvimento Humano?
A região doadora possui um índice de Desenvolvimento Humano menordo que a região receptora. Além disso,
muitas comunidades na margem do Rio São Francisco não tem água encanada e tratada para o consumo diário

E a situação das bacias receptoras?

As bacias receptoras estão degradadas, como identificado numa auditoria do Tribunal de Contas da União.
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I PARTE II PARTE

VERDADES E MENTIRAS SOBRE A TRANSPOSIÇÃO


E a foz do Rio São Francisco?
Com a transposição, ocorrerá a redução da vazão do rio, em razão da necessidade de armazenamento de água
para geração de energia elétrica; assim, haverá o comprometimento da região da foz, tendo o risco do aanço da
cunha salina
Quem são os beneficiários da transposição?
De fato, a água transposta será levada a dois grandes açudes, porém, inexistem redes de distribuição para a
comunidade carente, que continuará recebendo água em carros-pipas.
“A transposição do Rio São Francisco tem potencial de produzir todos os efeitos negativos provocados pelas experiências
descritas acima. O projeto aguarda julgamento de mérito de 14 processos no Supremo Tribunal Federal”.

“ O diagnostico contido no Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco, aprovado em outubro de
2004 pelo Comitê da Bacia Hidrográfica, demonstra alto grau de degradação ambiental decorrente de intervenções
(...)”

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