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Sociologia
Desenvolvimentos
e deslocamentos
1ª SÉRIE
Aula 14 – 3º bimestre
Conteúdo Objetivo
• Projetos de • Analisar criticamente
desenvolvimento; megaprojetos de
desenvolvimento no Nordeste
• Deslocamentos forçados brasileiro, compreendendo seus
no Brasil;
impactos positivos e negativos
• Desenvolvimento nas populações e no meio
sustentável. ambiente da bacia do rio São
Francisco.
Para começar
https://www.youtube.com/watch?v=naxgLThFCsc
Para começar
A música aponta como a construção
de represas, como a da Hidrelétrica
Luiz Gonzaga, alagou regiões do
Sertão, modificando o ambiente e
deslocando as pessoas, já que não
poderiam continuar morando por ali.
É por causa desses processos, frutos
da ação humana, que a música diz
que a profecia de Antônio Conselheiro
(“o sertão vai virar mar”) se realizou.
(CAVALCANTE, 2014)
Foco no conteúdo
Tira gente, põe represa
Grandes obras de infraestrutura, como a abertura
de estradas (Transamazônica) e a construção de
grandes reservatórios para barragens hidrelétricas
tornaram-se símbolos do “desenvolvimento” no
período da ditadura militar (1964-1984). No
Nordeste do país, em particular em Pernambuco e
na Bahia, onde as usinas de Paulo Afonso já
funcionavam desde a década de 1960, criaram-se
as barragens de Sobradinho e Itaparica (atual Luiz
Gonzaga). A reestruturação energética à época
visava o desenvolvimento do país como um todo
Google Maps
(FLORÊNCIO; ABIB, 2022, p. 122).
Foco no conteúdo
Territórios inundados
“Entre as populações diretamente
implicadas na inundação dos territórios
descritos, existiam alguns grandes Povo Tuxá (APIB, 2021)
proprietários, pequenos agricultores
(45,6% dos reassentados), pescadores,
arrendatários, meeiros e dois povos
indígenas, os Tuxá e os Pankararu”
(ARRUTI apud CAMARGO, 2018, p. 109).
ENEM 2011
SOBRADINHO
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que
dizia que o Sertão ia alagar.
Na prática 2 minutos
ENEM 2011
O trecho da música faz referência a uma importante obra na
região do rio São Francisco. Uma consequência socioespacial
dessa construção foi:
a) a migração forçada da população ribeirinha.
b) o rebaixamento do nível do lençol freático local.
c) a preservação da memória histórica da região.
d) a ampliação das áreas de clima árido.
e) a redução das áreas de agricultura irrigada.
Na prática Correção 2 minutos
ENEM 2011
O trecho da música faz referência a uma importante obra na
região do rio São Francisco. Uma consequência socioespacial
dessa construção foi:
a) a migração forçada da população ribeirinha.
b) o rebaixamento do nível do lençol freático local.
c) a preservação da memória histórica da região.
d) a ampliação das áreas de clima árido.
e) a redução das áreas de agricultura irrigada.
Foco no conteúdo
Um desenvolvimento controverso
Os grandes projetos de desenvolvimento no submédio São Francisco
causaram muita instabilidade aos povos tradicionais da região
(CAMARGO, 2018). A construção da obra de transposição do rio São
Francisco parece se inserir precisamente nesse contexto, sendo uma
solução bastante controversa:
“Uma das soluções apontadas para a superação dessa problemática [da
seca no Nordeste] é a da transposição do rio São Francisco, que levaria
água à população carecida, promovendo o desenvolvimento regional. O
assunto é cercado de polêmicas, sobretudo de natureza política-
ambiental, e divide opiniões. É sentida também a necessidade de uma
gestão integrada e sustentável de recursos hídricos” (SOARES, 2013).
Foco no conteúdo
“A ideia de transpor águas do rio São
Francisco é antiga, ainda dos tempos
do Brasil Colônia. Segundo Bezerra
(2002), o monarca Dom João VI, às
vésperas de deixar o Brasil, em abril
de 1821, já teria recomendado a
obra a seu filho, Dom Pedro I,
porém, os estudos sobre a
viabilidade do projeto caíram no
esquecimento devido à urgência de
assuntos políticos mais imediatos,
como a Confederação do Equador em
1824” (SOARES, 2013, p. 80). Guia do Estudante
Foco no conteúdo
Desenvolvimento e migração
Apesar das construções de hidrelétricas forçarem a migração de
populações da bacia do Rio São Francisco, Barreto e outros
engenheiros afirmam que as execuções desses projetos são
relevantes para desenvolver socioeconomicamente a região,
tornando-a mais atraente, diminuindo o êxodo para grandes
centros:
“Essa migração, muitas vezes para os grandes centros urbanos,
acabou por acarretar os inchaços das cidades mais desenvolvidas.
Com a transposição do rio São Francisco espera-se que diminua o
êxodo rural dos nordestinos e ainda aumente a emigração para a
região” (MI apud BARRETO et al., 2008, p. 11).
Foco no conteúdo
Desenvolvimento e (in)segurança
“Mesmo que o projeto se designe inicialmente como uma obra de
desenvolvimento que [...] busca a garantia de acesso à água, hoje o
panorama que é colocado por sua construção opera antes como um
objeto de insegurança para os povos indígenas e comunidades rurais
diretamente implicados” (CAMARGO, 2018, p. 99).
“Os povos indígenas, assim como outras comunidades tradicionais e do
campo, sofreram diversas modificações no seu território com as obras
de desenvolvimento no submédio São Francisco, o que alterou não
somente seu espaço de residência e produção, mas toda a dinâmica de
suas relações sociais. A resistência foi motivada pelo sentimento
amplamente compartilhado de que as grandes obras acarretam diversos
prejuízos às comunidades tradicionais” (CAMARGO, 2008, p. 114).
Foco no conteúdo
Os Pipipã, sua terra e a água
Embora expressem suas oposições à transposição
do São Francisco, alguns dos Pipipã compreendem
que as pessoas devem ficar esperançosas, seja pela
pequena oferta de alguns postos de trabalho, seja
pela proximidade das obras, que gera a impressão
de que haverá acesso à água do canal. Para uma
das lideranças, pior do que não ofertar água, é Povo Pipipã
acabar com as únicas fontes de água doce próximas (Prefeitura de
ao seu povo. Essa liderança associa a escassez de Floresta, 2023)
águas nessas fontes às constantes explosões
realizadas com dinamite junto às escavações para a
construção do canal (CAMARGO, 2018, p. 114).
Na prática 2 minutos
CONSULTEC – 2006
A transposição do rio São Francisco tem gerado debates, cujas opiniões
são bastante divergentes em relação à implantação desse megaprojeto.
Com base nos conhecimentos sobre o assunto e suas possíveis
implicações, pode-se concluir:
a) O objetivo da transposição do São Francisco é eliminar a pobreza do
semiárido nordestino e a miséria pessoal.
b) Após a transposição, as águas do São Franciso só poderão ser
utilizadas para consumo doméstico, evitando, assim, a diminuição do
volume da água do rio.
c) O projeto de transposição do São Francisco beneficiará apenas a
população ribeirinha, fato que tem provocado muitas polêmicas.
Na prática 2 minutos
Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
Referências
BARRETO, L. et al. “Aspectos positivos e negativos da transposição das águas do Rio São
Francisco”. Enciclopédia Biosfera, v. 4, n. 6, 2008. Disponível em:
https://www.conhecer.org.br/ojs/index.php/biosfera/article/view/4889. Acesso em: 7 jul.
2023.
CAMARGO, C. S. de. “Reivindicando fluxos em contextos de desigualdade: os povos
indígenas do sertão de Itaparica e a transposição do Rio São Francisco”. Maloca: Revista
de Estudos Indígenas, Campinas, v. 1, n. 1, p. 98-120, 2019. DOI:
10.20396/maloca.v1i1.13199. Disponível em:
https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/maloca/article/view/13199. Acesso em: 7
jul. 2023.
CHIAVENATO, J. Cangaço: milícia do Coronelismo. São Paulo: Noir, 2021.
DOMINGUES, J. E. História em documento: imagem e texto. São Paulo: FTD, 2009.
FLORÊNCIO, R. R.; ABIB, P. R. J. “Os povos indígenas do Opará e a educação intercultural:
uma etnografia crítica”. Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 105–136, 2022.
Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/EspacoAmerindio/article/view/117413.
Acesso em: 7 jul. 2023.
Referências
GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.
GOMES, A. L.; ROSADO, C. A. da E. Ideologia, poder e discurso da seca na
mídia. Natal: Edufrn, 2018. 159 p. Disponível em:
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25593. Acesso em: 7 jul. 2023.
LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala
de aula. Tradução de Daniel Vieira, Sandra M. Mallmann da Rosa. Revisão técnica de
Fausto Camargo, Thuinie Daros. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2023.
SÃO PAULO (Estado). Currículo Paulista, 2019. Disponível em:
http://www.escoladeformacao.sp.gov.br/portais/portals/84/docs/pdf/curriculo_paulis
ta_26_07_2019.pdf
SOARES, E. “Seca no Nordeste e a transposição do rio São Francisco”. Revista
Geografias, v. 9, n. 2, p. 75-86, 2013. Disponível em:
https://doi.org/10.35699/2237-549X.13362. Acesso em: 7 jul. 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 4 –
https://periodicos.ufmg.br/index.php/geografias/article/view/13362/.
Slide 5 –
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lampi%C3%A3o_(cangaceiro)#/media/Ficheiro
:Virgulino_Ferreira_da_Silva_(Lampi%C3%A3o)_01.jpg.
Slide 6 – https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/jc-
negocios/2022/03/14982697-com-lago-de-sobradinho-cheio-profecia-de-
antonio-conselheiro-vira-realidade-o-sertao-virou-mar.html;
https://www.youtube.com/watch?v=naxgLThFCsc;
http://brasilmessi.blogspot.com/p/blog-page_8.html.
Slide 7 – https://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/noticia/2014/11/igreja-
submersa-volta-aparecer-por-causa-da-estiagem-em-petrolandia.html.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 8 –
https://www.google.com/maps/place/Usina+Hidrel%C3%A9trica+Luiz+Gonzaga,+Pe
trol%C3%A2ndia+-+PE,+56460-000/@-9.1617107,-
38.3486635,12.25z/data=!4m6!3m5!1s0x709133587cccdaf:0xc086b91b3a6c046b!8
m2!3d-9.143889!4d-38.313333!16s%2Fm%2F0dd8v5h?entry=ttu.
Slide 9 – https://apiboficial.org/2021/02/01/povo-tuxa-sofre-ameaca-de-remocao-
de-seu-territorio-tradicional-dzorobabe-em-rodelas-ba/;
https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2017/07/28/do-sertao-selva-
paulistana-o-rito-de-passagem-dos-pankararu.
Slide 14 –
https://guiadoestudante.abril.com.br/coluna/atualidades-vestibular/entenda-a-
transposicao-do-rio-sao-francisco.
Slide 17 – https://floresta.pe.gov.br/povo-pipipa-recebe-visita-da-gestao-municipal-
para-tratar-sobre-reivindicacoes-quanto-a-educacao-indigena/.
Material
Digital