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Autores:
Carlos Monteiro Mascarenhas; Giovanna Andrade Szadkowski Silva; Guilherme Botelho
Amancio Costa.
Endereço: Rua. Professor Aristides Novis, 2- Federação, Salvador, BA, CEP: 40210-630,
Brasil, +55 71 3283- 9703, engsecretaria@ufba.br.
INTRODUÇÃO:
As obras hidráulicas são todas as construções que tenham como objetivo, controlar a
água, seja ela de rios, da chuva ou do mar. Com relação a esse controle dá água, ele pode
ocorrer das seguintes formas: armazenamento, direcionamento, aproveitamento, drenagem,
entre outras. Visto isso, existe diversos benefícios e maléficos que esses tipos de obras
podem gerar às populações locais e ao meio natural.
Por isso, preciso que seja dado a esse tema a devida importância, pois nem sempre
a população brasileira obtém a real ciência dos impactos das obras hidráulicas em rios
nacionais. Muitas vezes o senso comum é levado à tona pelos benefícios socioeconômicos
desses projetos, mas quando analisados com profundidade, percebe-se que muitas questões
devem ser debatidas, como: a perda de ecossistemas ao redor dos rios, prejuízo da qualidade
da água, aumento de navegação e transporte, malefícios para comunidades que moram perto
dessas fontes de água, dentre outras consequências. Dessa forma, é necessário que se
desenvolva um senso crítico de toda a população brasileira sobre a decisão da construção
do obras hidráulicas e sobre a possibilidade de atenuação dos impactos negativos causados,
para que a sociedade, principalmente, a local da realização do procedimento consiga interferir
com o fito de que a necessidade de todos sejam atendidas e haja, também, a preservação
do meio natural.
OBJETIVOS:
REVISÃO DE LITERATURA:
Uma obra que se faz inquietante no Brasil, é a transposição do Rio São Francisco.
Esse rio se desloca em boa parte do semiárido nordestino, expandindo-se em regiões de
clima semiárido, árido e úmido. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), ele ocupa cerca de 8% do território nacional. O São Francisco é perene, ou seja, é
um rio que possui fluxo constante e estabilizado ao longo de todo o ano. O curso do rio
percorre os estados de Minas Gerais (onde é a sua nascente), Goiás e o Distrito Federal,
Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas (onde se localiza seu desaguadouro no Oceano
Atlântico). Ele apresenta duas regiões de maior navegabilidade: o estirão médio (entre Minas
Gerais, Bahia e Pernambuco), e o baixo estirão (entre Alagoas e a foz). Sendo que, uma das
curiosidades do Rio São Francisco é que sua direção de fluxo da água é a mesma que a do
Rio Nilo: Sul-Norte.
Portanto, percebe-se, que mesmo com este pequeno alistamento dos impactos
causados por essa famosa obra hidráulica, existem, infelizmente, mais pontos negativos do
que positivos na transposição do Rio São Francisco, sendo que esses impactos
categorizados como bons não são assegurados pelos riscos de agravamento das questões
socioeconômicas da região do Semiárido. Dessa forma, é preciso que a sociedade reflita
sobre a real necessidade de concretização da obra e analise outros meios de viabilizar água
para a população com um todo do Semiárido brasileiro, com a perspectiva de que se isso não
for trazido à pauta, o “Velho Chico” entrará em um pior processo de degradação, diminuindo
suas chances de volta a sua forma original.
Em 2012, oito anos após o rompimento da barragem, o novo canal começou a ser
construído e a obra, que conta com investimento de R $1,042 Bilhão, é considerada a maior
obra hídrica do Estado da Paraíba. O projeto capta água do açude, transpondo-a, com
extensão de 112,5 km, até o rio Camaratuba. O projeto do Canal engloba 17 segmentos de
canais abertos com seção trapezoidal, totalizando 130,44 km, alternados por cinco trechos,
para ultrapassar vales de rios e córregos, sete aquedutos, galerias para travessias de ferrovia
e rodovia. Seguindo essa premissa, em 2020, foi assinado um decreto pelo governador, João
Azevedo, que declara de utilidade pública, para fins de desapropriação, três imóveis rurais e
parte de outros dois imóveis rurais destinados à construção da agrovila Águas de Acauã, que
é um projeto que prevê a construção de casas, escola, unidade de saúde, ruas pavimentadas,
poços artesianos, sistema de abastecimento de água, sistema de iluminação, dentre outros
equipamentos e sistemas.
A construção foi dividida em 3 lotes. O traçado do lote I, foi feito para que esta
construção passe por dentro da área de três grandes fazendas produtoras de cana-de-açúcar
e de criação de gado, o lote II já teve a ordem de serviço assinada com o canteiro de obras
instalado no município de Mari. Os municípios beneficiados são os maiores produtores de
cana de açúcar do estado da Paraíba, já a população do lote III não aparenta dar importância
à construção do canal, já que a área não apresenta carência hídrica. Com isso, a obra vai
garantir a sustentabilidade hídrica de 7 bacias litorâneas, entre elas a Bacia do Rio Paraíba,
Bacia do Rio Miriri, Bacia do Rio São Salvador e a Bacia do Rio Araçagi. Além disso, o Canal
visa o aproveitamento de águas interiores e águas a serem transpostas pelo PISF e visa,
também, o atendimento e abastecimento de água potável para 38 municípios da região, em
caráter regular e contínuo e durante o período seco, beneficiando, assim, mais de 600 mil
habitantes.
Dessa forma, fica evidente que, apesar de ter se iniciado por um desastre, atualmente
traz muitos pontos positivos para a população que será beneficiada pela obra, como o
ressarcimento de áreas para plantação, acesso a água potável e a possibilidade de produzir
na própria terra que antes não havia, além de ter gerado empregos para a população no
período que estava sendo construída.
A usina hidrelétrica de Belo monte é uma das grandes obras brasileiras, e recebe os
títulos de maior usina 100% brasileira e a quarta maior do mundo. Ela fica localizada no curso
do rio Xingú, no interior do Pará, próximo da cidade de Altamira. Essa usina foi motivo de
constantes discussões no âmbito nacional, e até mesmo internacional, visto que ela gerou
diversos impactos ambientais, principalmente na região conhecida como volta grande do rio
Xingú. Além disso, o processo de construção esteve envolvido em esquemas de corrupção,
e até mesmo conflitos com indígenas e comunidades ribeirinhas. Entretanto, ela contribuiu
consideravelmente para amenizar a crise elétrica do país e movimentou a economia da
região.
Segundo Rodolfo F. Alves Pena, cerca de 100 km do trecho do rio terão sua vazão
reduzida e poderão até secar. Outra preocupação, é com relação à manutenção das florestas,
visto que parte delas está sendo destruída durante as obras, outra parte será inundada pela
barragem e, com a chegada de imigrantes e trabalhadores para a obra, mais devastação
poderá acontecer.
Em relação aos impactos negativos alguns deles são: A hidrelétrica vai comprometer
o escoamento natural do rio, o que pode afetar gravemente a flora e a fauna local; A obra
pode destruir igarapés que cortam cidades importantes do interior do Pará, como Altamira e
Ambé; Áreas de agricultura de pequeno porte serão inundadas. Muitos produtores já
perderam seu chão; Também pode comprometer o transporte fluvial em algumas áreas e
isolar totalmente centenas de comunidades ribeirinhas; O alagamento permanente de áreas
deverá destruir milhões de árvores e comprometer a vida de muitas espécies de peixes; O
projeto pode aumentar a pressão por desapropriação de terras indígenas, protegidas por lei;
Especialistas dizem que as outras usinas hidrelétricas do Brasil são subutilizadas e que a
otimização das existentes poderia dispensar a construção de uma obra tão danosa ao meio
ambiente. Vale ressaltar que, de acordo com reportagem produzida pelo fantástico, a
construção da usina é alvo de investigações da operação lava-jato para um possível
pagamento de propina a políticos, podendo chegar a um valor de até 150 milhões de reais.
METODOLOGIA DE ESTUDO
RESULTADOS E DISCURSSÃO
Com a obra da transposição do rio São Francisco concluída, fica evidente que esta,
como qualquer outra obra, trouxe consequências. Por um lado, a transposição está levando
água para mais de 12 milhões de nordestinos, assim, melhorando a qualidade de vida. Além
disso, essa água ajudou a aumentar a produtividade nos campos, fazendo com que a renda
de algumas pessoas se elevasse. Dessa forma, a transposição se mostrou muito boa para
essas pessoas.
Entretanto, por outro lado, não se pode dizer o mesmo, visto que com a obra houve
bastante prejuízos ambientais: Para a obra começar, foi preciso desmatar uma certa área, e
dessa forma parte da vegetação local foi retirada. Além disso, por conta da obra, houve
exaustão de nascentes de fluviais do rio São Francisco, concomitantemente ao assoreamento
de leitos. Por conta disso, a biodiversidade de espécies foi afetada, visto que a migração foi
alterada. Juntamente com esses fatos, ainda houve a degradação de aproximadamente 430
hectares de fauna e flora para a transposição poder ser concluída.
Dessa forma, fica claro que, mesmo com os pontos sociais positivos provocados pela obra,
os pontos negativos ambientais foram maiores, tornando-a assim uma obra mal vista por
ambientalistas e outras pessoas da área.
Logo, é notório que toda obra, principalmente de grande porte, irá gerar impactos ambientais
e com a construção da hidrelétrica de Belo Monte não foi diferente, visto que ela proporcionou
mudanças na comunidade local, uma vez que, alguns de seus hábitos foram alterados, como
exemplo, a pesca que era muito importante na região da volta grande do rio Xingú.
Entretanto, ela também teve aspectos positivos. Afinal, uma hidrelétrica tem como função
principal gerar energia, e ela tem capacidade para isso. Contudo, pesquisas afirmam que
houveram erros na hora de estudar a construção da barragem e no cálculo de sua potência,
já que ela é uma hidrelétrica a fio d'água, sem a presença de reservatórios, ou seja, é preciso
contar com a ajuda das chuvas e da vazão do rio.
CONCLUSÃO
Portanto, vislumbrando a análise das três obras hidráulicas escolhidas, usina de Belo
Monte, transposição do rio São Francisco e que se condicionam em grandes debates
nacionais, é possível perceber a necessidade de trazer para pauta o questionamento sobre
a compensação da concretização desses projetos, ou seja, é preciso obter uma visão
ampliada em relação aos impactos negativos (quais são as consequências, quem irá ser
afetado, qual é será a duração desse cenário), as repercussões positivas (aumento da
empregabilidade, dinamicidade da economia local, entre outros) e concluir se os efeitos
positivos se sobrepõem os negativos, o que, geralmente, não ocorre.
REFERÊNCIAS:
https://www.trabalhosgratuitos.com/Outras/Diversos/Usina-Hidrel%C3%A9trica-De-