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Hidrologia e Drenagem Urbana

ENCHENTES / INUNDAÇÕES

Tamires de Oliveira Freitas


Campos dos Goytacazes, 2016
Campos dos Goytacazes, RJ sempre teve problemas com as enchentes causadas
pelo Rio Paraíba do Sul. As imagens abaixo são da antiga Rua D. Pedro II, que logo
depois da Proclamação da República, passou a ser chamada de Av. XV de Novembro (
beira rio), no Centro.
As enchentes em Campos eram muito frequente. Após a construção do dique de
contenção o problema diminuiu mas ainda assusta a população ribeirinha da cidade.
Hoje um dos fatores que contribuem para a enchente é a existência de diversos
diques construídos irregularmente em trechos de rios que cortam propriedades rurais
localizadas dentro do município.

O Rio Paraíba do Sul sempre aterrorizou muitos campistas com suas enchentes.
Antes de 1966 ( ano em que se registrou uma das piores e mais desastrosas cheias do
Paraíba) elas eram muito freqüente. Após a construcão do dique de contenção o problema
diminuiu, mas ainda assusta a população ribeirinha.

Muitas inundações assolaram a região Norte Fluminense, sendo efeito dos


regulares transbordamentos da calha do Rio Paraíba do Sul. Historicamente as maiores
cheias foram registradas em 1943, 1966 e em 2007, mas lembrando que a desta primeira
semana de 2012 também entrou para este seleto grupo de inundações.

A inundação de 1966 foi responsável por arruinar toda safra de cana de açúcar e
por desabrigar 11 mil pessoas só na cidade de Campos dos Goytacazes. Nessa cheia o rio
Paraíba do Sul atingiu a cota máxima de 10,80 metros e uma vazão estimada em 6000
m³/s.

Por causa dos efeitos devastadores desta enchente, deu-se inicio a uma grandiosa
obra de controle de cheias na região realizada pelo Departamento Nacional de Obras e
Saneamento(DNOS). O órgão tinha como metas de trabalho finalizar os diques da
margem direita do Paraíba e inverter o sentido do fluxo dos canais afluentes de drenagem
no sentido da Lagoa Feia. A partir da lagoa, essas águas seriam vertidas para um único
canal (Canal das Flechas) diretamente para o mar pela Barra do Furado.

Posteriormente a essas obras, foram construídas seis tomadas d’água controladas


por comportas no Rio Paraíba do Sul e direcionadas para a irrigação e drenagem das águas
pluviais. Essas tomadas d’água somadas aos canais principais e aos canais secundários
possuem cerca 1300 km de extensão. Atualmente, pela falta de manutenção, por muito
tempo estavam em estado de abandono tendo grande responsabilidade pela
suscetibilidade a enchentes.

Foram construídos também 65 km de diques com uma altura de 12 metros baseado


em cálculos para uma elevação do nível d’água do Rio Paraíba em até 5 metros acima da
situação média, sem ocorrer extravasamento. Mesmo assim, as obras de engenharia
realizadas pelo DNOS não foram capazes de conter a enchente ocorrida em janeiro de
2007 que superou a do ano 1966 se tornando a maior enchente da história. Com o
transbordamento do rio Paraíba do Sul, inundando várias cidades da região, causando
danos que só foram sanados anos mais tarde.

A população cresceu, o perímetro urbano se formou ao longo do Paraíba, obras de


macro drenagem foram realizadas para conter as inundações de uma área ocupada sem
um planejamento durante a fase de crescimento e mesmo assim não foram capazes de
solucionar o problema das enchentes na cidade de Campos. Esse fenômeno ocorre
naturalmente devido a localização geográfica do município no baixo curso do rio,
recebendo todo fluxo de água vindo das cidades a montante.

A urbanização e as gigantescas obras realizadas são agravantes de um processo


que é inevitável e que só poderá ser amenizado com medidas globais, no âmbito da bacia
hidrográfica.

Os diques das margens do Paraíba do Sul, na baixada, deveriam ser reforçados.


Os oitos canais primários entre o subsistema Lagoa Feia e os que deles derivam, deveriam
ser regularmente dragados e limpos. As comportas nas duas pontas dos canais, quando
houvesse, deveriam passar por manutenção anual. Comportas deveriam ser instaladas no
Canal da Flecha, removendo-se em seguida o vertedouro natural conhecido como Duro
da Valeta, no início do canal.

Além disso, o problema ambiental devido ao crescimento populacional poderia


ser solucionado com a educação e conscientização da população. O lixo jogado nas ruas
entopem bueiros impedindo o escoamento das águas.

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