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Curso de Aperfeiçoamento: Mineração, Rompimento da Barragem e

Revitalização: desafios para a Educação.

Programa de Extensão Formação Continuada de Educadores da Rede Pública dos


Municípios atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão em Minas Gerais – Escola
do Rio Doce

Cartografia:

Córrego Garrafinha

Área rural de Santana de


Paraíso

Cursista: Marilza Aparecida de Aquino Oliveira


Escola: Escola Municipal Idalino de Amâncio dos Santos (Anexo I).
Turma: 3ºano

Cursista: Silvana Andrade da Silva


Escola: Escola Municipal Josefino Anício de Oliveira
Turma: 1⁰ Ano Ciclo Inicial de Alfabetização

Cursista: Valdete Jacinta de Miranda Campos


Escola: Escola Municipal João Matias de Oliveira
Turma: 2ºano

Cursista: Samantha Assis de Alvarenga


Escola: Escola Municipal Idalino de Amâncio dos Santos
Turma: 4ºano
Tema geral: Práticas minerárias e o rompimento da Barragem de Fundão e a Revitalização da Bacia
do Rio Doce na comunidade escolar.

Tema especifico: As Atividades econômicas locais: compreender os tipos de atividades produtivas


que predominam no município e sua relação com o contexto minerário.

Objetivos:
- Mapear os tipos de atividades produtivas do município de Santana do Paraíso;
- Relacionar o que foi impactado no comércio da região com o rompimento da barragem de
Fundão e contaminação da Bacia do Rio Doce;
- Identificar se há atividade de exploração de minério na região em análise;
- Realizar planejamentos ambientais e trabalhos educativos.

Justificativa:
Em 05 de novembro ocorreu o rompimento da barragem de Fundão da mineradora
Samarco, em Mariana (MG), o maior desastre socioambiental do país no setor da
mineração; com o lançamento de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos no meio -
ambiente.
A lama de rejeitos foi devastando vários rios, atingindo também o rio doce, causando
prejuízos sociais e econômicos em vários municípios, inclusive Santana do Paraíso.
O ribeirão da garrafa é um curso de água que nasce e desagua no município brasileiro de
Santana do Paraíso. Sua nascente encontra-se na zona rural do município. Segundo relatos
a lama teria prejudicado o lençol freático. O ribeirão da garrafa é um curso de água que
nasce e desagua no município brasileiro de Santana do Paraíso. Sua nascente encontra-
se na zona rural do município.
Alguns moradores do Córrego da garrafa (próximo a Ipabinha) em Santana do Paraíso,
relatam que pela proximidade do Rio Doce, sempre sofreram com enchentes. Entretanto,
as enchentes vieram de maneira mais devastadora pela quantidade de lama que ainda
seriam resquícios do rompimento da barragem
1. Como a Bacia do Rio Doce foi/é atingida pela mineração?
Em 5 de novembro de 2015, ocorreu o rompimento da barragem de Fundão pertencente a
empresa mineradora Samarco S.A e controlada pela Vale e BHP Billiton. Tal rompimento
vem sendo considerado um dos maiores desastres socioambientais do mundo no setor de
mineração, se levarmos em conta o volume de rejeito liberado pela ruptura da estrutura e
os danos socioeconômicos e ambientais que afetaram a bacia do Rio Doce.
Segundo informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), cerca de 45 milhões de m³ de rejeitos foram despejados pela
barragem, causando a morte de 19 pessoas e impactando 39 cidades, sendo 35 no
estado de Minas Gerais e 04 no Espírito Santo, percorrendo cerca de 663,2 quilômetros
de cursos d’água pelos rios Gualaxo do Norte, rio do Carmo e rio Doce, até atingir o
Oceano Atlântico (Fig. 1).

2. Como os municípios mineiros da Bacia do Rio Doce foram/são atingidos pela


mineração?
Os rejeitos da mineradora se espalharam por mais de 650 quilômetros, desde sua fonte até
o oceano Atlântico. A responsabilidade é diretamente atribuída à mineradora Samarco,
controlada pela Vale e BHP Billiton, e às falhas de regulação do governo brasileiro. Desde
2015, o rompimento da Barragem do Fundão no distrito de Bento Rodrigues, causou o
vazamento de milhões de toneladas de lama tóxica no Rio Doce, os moradores de pelo
menos 40 municípios de Minas Gerais sofrem com efeitos da contaminação do território,
entre eles, Santana do Paraíso.
3. Como a comunidade local foram impactadas pelo rompimento?

Proprietários de área rural em Santana do Paraíso na localidade do Córrego Garrafinha


(próximo ao aeroporto), que possuem sítios na região há 23 anos contabilizam prejuízos,
devido a lama acumulada no Rio Doce, ainda com resquícios de metais após o
rompimento da barragem em Mariana.
Conforme relato deles, a enchente foi a primeira de maior magnitude pós-rompimento da
barragem. Por estarem nas proximidades do rio, quando a água subia não havia problema,
mas com o rompimento tudo ficou diferente, porque trouxe a lama da Samarco para dentro
das propriedades, fazendo com que perdessem móveis, animais, hortaliças, pomar... Além
disso, houve perda de tempo e financeira. Pois, foi preciso um trabalho de 36 horas com
máquina para limpar o estrago, “barro em cima de pastagem, 60 cm, tratamento dos animais
fora e um trabalho de replantio.
4 – Como o rompimento da barragem de Fundão atinge a vida no município/comunidade local?
O desastre ocasionou danos incalculáveis aos produtores rurais, às comunidades locais e
aos indígenas que dependiam da pesca, do turismo e do comércio para sobreviver. Mais
de dois mil hectares de terras ficaram inundadas e inutilizadas para o plantio. A arrecadação
dos municípios afetados despencou, diminuindo investimentos na saúde, na educação e na
segurança pública. O desastre de Mariana deixou milhares de pescadores sem emprego.
Durante a avalanche de lama, a maioria dos peixes morreram e como resultado 26 espécies
desapareceram da área. Enquanto isso, animais terrestres como pequenos mamíferos e
anfíbios foram soterrados pela lama. As árvores próximas aos trechos dos rios foram
arrancadas pela força da água ou ficaram submersas.

Figura 1-Peixes mortos durante o desastre de Mariana

Muitas pesquisas apontam que a restauração da área é impossível. Assim, a biodiversidade


local foi perdida de forma irreversível, com severas consequências ambientais para a
natureza e a população humana que dependia dos recursos naturais como:
• Diminuição da população de peixes e animais
• Insegurança
• Modificação de habitats
• Diminuição da estabilidade das margens fluviais
• Degradação dos solos
• Diminuição da renda familiar
• Diminuição da população de plantas aquáticas
• Proliferação de vetores de doenças

5 – Quais estratégias do município/comunidade local com relação à revitalização da Bacia do


Rio Doce?
A necessidade de cuidar do meio ambiente. Com essa terrível experiência, devemos
aprender que é necessário fiscalizar e acompanhar os riscos ambientais de todas
atividades. Medidas que visam à proteção do meio ambiente e à prevenção de acidentes
são fundamentais para evitar que o meio ambiente seja afetado negativamente e que haja
mais mortes.

ENTREVISTA
Nome: Simone Aparecida Brito de Lima
Município/bairro:
Município Santana do Paraíso
Bairro Ipaba do Paraíso
Você nasceu aqui? Sim.

Sobre a tragédia de Brumadinho, qual foi o sentimento ao assistir nos canais de televisão
as imagens e notícias?
No início quando começaram as primeiras notícias do desastre, não conseguíamos
imaginar que seria um desastre tão grande e que veríamos com nossos olhos o rastro de
destruição.
No seu bairro quais foram os prejuízos causados pelo rompimento da barragem de
Brumadinho para as pessoas?
Muitas pessoas perderam plantações de milho, feijão, o abastecimento de água de uma rua
continua comprometido até hoje, porque as pessoas usavam cisterna ou poço artesiano, a
questão da pesca, para lazer e consumo, porque não podemos comer os peixes do rio.
Nos dias de hoje, qual o sentimento você tem em relação as empresas responsáveis pelo
acidente?
O sentimento é de perda, o que aconteceu deixou marcas que não serão jamais
recuperadas.
A empresa responsável tem feito algo para minimizar ou compensar pela tragédia?
Algumas ações em relação ao prejuízo material foram feitas, como indenização, porém em
relação ao meio ambiente, pouco ou nada foi feito no bairro
O que podemos aprender com a tragédia de Brumadinho?
Podemos dizer que a ganância e a irresponsabilidade do ser humano estão acima do bem
comum de toda humanidade.
Quais mudanças são possíveis de observar no bairro com o rompimento da
barragem em relação as atividades econômicas e até mesmo no contexto minerário?
A extração de areia ficou comprometida e a água.
A pesca para consumo, lazer e para venda.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACSELRAD, Henri. Cartografias sociais e território. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 2008

STRAFORINI, R. Ensinar geografia nas séries iniciais: o desafio da totalidade mundo.


São Paulo: Anablume, 2004.

GLOBO. Veja histórias de quem sobreviveu por pouco ao rompimento da barragem em


brumadinho. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/minas-
gerais/noticia/2019/01/29/veja-historias-de-quem-sobreviveu-por-pouco-ao-rompimento-
da-barragem-em-brumadinho.ghtml. Acesso em: 15 jul. 2020.

BECHLER, Reinaldo Guilherme; RIBEIRO, Rosiane. (Des)Caminhos da Mineração em


Brumadinho: presente, passados e futuros [Debate]. Revista Tempo e Argumento.
Florianópolis, v. 11, n. 26, p. 548 - 559, jan./abr.
2019. http://dx.doi.org/10.5965/2175180311262019548
BOHRZ, Clara Rossato; SALDANHA, Jânia Maria Lopes. Dupla influência e dupla
projeção entre global e local: O “caso Mariana” e a (ir)responsabilidade social das
empresas de mineração. Homa Publica - Revista Internacional de Direitos Humanos e
Empresas, v. 2, n. 2, p. 156 - 203, 31 jul. 2018.

BRASIL. Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do


Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências. Lei. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 19 nov. 2019.

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