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[Definir Racismo Ambiental]

A cidade, localizada no bioma amazônico, tem 5 comunidades quilombolas.


Sítio Conceição, Sítio São João, São Sebastião do Burajuba (cerca de 500 famílias),
Gibrié de São Lourenço e Sitío Cupuaçu, que aguardam a emissão dos títulos de suas
terras. Todas as comunidades são são certificadas pela fundação cultural palmares.
Usavam poço de “boca aberta”. Exemplos das consequências sofridas pelas
comunidades: a lista de crimes ambientais é extensa, chama atenção a reincidência das
empresas que continuam a receber licenças de funcionamento e com suas atividades
ocorrendo normalmente. Entre 2000 e 2008, pelo menos 16 episódios de crimes
ambientais de vazamento de rejeitos à fumaça tóxica, passando por mortandade de
peixes e rompimento de dutos com resíduos ácidos.

Ano Caso
200 Naufrágio da balsa Miss Rondônia em frente ao porto de Vila do Conde, com
0 derramamento de aproximadamente 2 milhões de litros de óleo no rio Pará
200 Derramamento de cerca de 100 quilos de coque no rio Pará por falha no
2 transporte para o complexo industrial Albras/Alunorte
200 Vazamento de grande proporção de lama vermelha da bacia de rejeitos da
3 Alunorte, com contaminação do rio Murucupi
200 Chuva de fuligem em Vila do Conde, que encobriu praias, rios, casas e
3 comércios com material particulado de coloração preta
200 Estouro de tanques de soda cáustica da Alunorte, causando contaminação do
3 Rio Pará
200 Vazamento de grande proporção de material proveniente da bacia de rejeitos
4 da Imerys, com contaminação dos igarapés Curuperé e Dendê
200 Contaminação do rio Pará por solda cáustica da Alunorte
5
200 Vazamento de material da bacia de rejeitos da Imerys, com contaminação dos
6 cursos d’água
200 Vazamento de rejeitos da Imerys, em maior proporção, atingindo o rio Pará
7
200 Vazamento de Caulim no rio das Cobras e nos igarapés Curuperé, Dendê e
8 São João
200 Vazamento de lama vermelha da bacia de rejeitos da Alunorte, atingindo
9 várias comunidades
201 Rompimentos de duto com efluentes ácidos da Imerys, atingindo os igarapés
1 Curuperé e Dendê
201 Vazamento de material da bacia de rejeitos da Imerys, contaminando o rio
2 Maricá
201 Vazamento de rejeitos da Imerys contaminando os igarapés Curuperé e Dênde
4
201 Despejo de soja e fezes de bois no rio Arrozal, na região do porto da Vila do
4 Conde, pela Bunge
201 Naufrágio do navio Haidar de bandeira libanesa (5 mil bois).
5
201 Vazamento de Caulim da bacia de rejeitos da Imerys, contaminando o rio das
6 Cobras, os igarapés Curuperé, Dendê e São João e a praia de Vila do Conde
201 Naufrágio do rebocador Ciclope
6
201 Contaminação das praias, do rio Pará e do igarapé Dendê por metal pesado e
6 resíduos de esgotamento urbano
201 Vazamento de rejeitos da Hydro/Alunorte seguido da descoberta de tubulação
8 clandestina, desvio de drenagem e canal
Fonte: Movimento Barcarena Livre

Para a antropóloga Rosa Acevedo, desde os anos 70 Barcarena é alvo de ações e


políticas de desenvolvimento, tais como o Programa Grande Carajás e o Programa de
Integração Nacional. Trata-se de uma cidade pequena e antiga, localizada no Pará. A
energia consumida nas indústrias de extração mineral vem da Usina de Tucuruí, sendo
instalado um porto em Vila do Conde, para servir de suporte à instalação das indústrias.

O estado brasileiro, por meio de acordos comerciais (como em 1973 o acordo


Brasil e Japão) construiu estratégias que visavam transformar esse espaço tradicional
em um enorme complexo metalúrgico. Para essa finalidade, foi criada a Companhia de
Desenvolvimento Industrial de Barcarena, para intervir em uma companhia regional, a
Companhia de Desenvolvimento de Barcarena. Essas empresas, as duas companhias, se
coadunaram para realizar aquilo que vai ser a retirada de ocupantes tradicionais dessas
áreas e o deslocamento para áreas que foram estabelecidas dentro de um planejamento,
para isso, se identifica aqui a primeira redução dessas famílias que habitavam as
margens do Rio Murucupí. No Rio Murucupí, por meio de documentos, é possível ver
grandes grupos de famílias em comércio com Belém, em sítios eram produzidos
mandioca, frutas e artesanatos.

A redução é o deslocamento compulsório dessas famílias para irem morar em


lugares distantes. Não há pagamento de indenizações, os projetos industriais se instalam
com o mínimo de segurança em relação aos recursos naturais, recursos hídricos, aftando
diretamente os povos tradicionais. O desenvolvimento e os empregos que esses projetos
pretendiam apresentar como justificativa de sua existência continua a ser algo mínimo.

Algumas políticas de alianças comerciais entre Brasil e Japão em meados de


1970m 1973 foi criada a Companhia de Desenvolvimento Industrial de Barcarena
(CDIB).

A instalação desses complexos metalúrgico transformaram esse espaço


tradicional

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