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Os prolemas agrários, ambientais e indigenas no Vale do Mamamguape

ANTONIO DUARTE
DOUGLAS DUARTE
EDMILSON ROCHA

Tema: resistência e autonomia dos posseiros de Oiteiro em Rio Tinto


PB (Zona Rural)

Rio Tinto-PB
2018
Antônio Duarte
Douglas Duarte
Edmilson Rocha
ESTUDOS RURAIS
Tema: resistência e autonomia dos posseiros de Oiteiro em Rio Tinto.
(Rio tinto PB Zona Rural)

Trabalho final da disciplina estudos Rurais,


apresentado a Universidade Federal da
Paraíba, como parte das exigências para última
avaliação da disciplina.

Prof. Dr. Baltazar Macaíba

Rio Tinto-PB
2018

RESUMO
Nosso objetivo é compreender o processo de disputa entre os posseiros de oiteiro e a
companhia de tecidos Rio Tinto-, pela terra demarcada no litoral norte de Rio Tinto no ano
de 2018. Com o intuito de identificar e entender os porquês dessas brigas pela terra.
Olhando sempre os dois lados da história, e a partir delas desenvolver uma análise sobre
o caso. Primeiramente buscaremos entender o processo histórico, até os dias atuais, para
que assim possa compreender essa disputa.
A ideia central é observar e compreender o movimento dos trabalhadores rurais de
Oiteiro. Nesse sentido buscar elementos através de documentos históricos e entrevistas,
provas que possam comprovar tais reivindicações. Entrevistamos 8 famílias ao total, mais
representantes da fábrica de tecidos também. A partir desses fatos constatados,
indagaremos uma visão do caso analisado.

ENTENDENDO O CASO DE OITEIRO


Tudo começa quando no dia 7 de julho, do ano 2000, integrantes da companhia e
herdeiros da fábrica de tecido Rio Tinto reivindicaram o direito da posse da terra, pois os
mesmos reivindicaram por meio da justiça o direito da terra. Nesse local habitavam
famílias de origem de posseiros onde seu meio de sobrevivência era através da terra.
Essa afronta da companhia aos posseiros da região, gerou um revolta e apelo popular
muito grande em favor das famílias que habitavam nessa região, alegando que já
estavam aqui bem antes da fábrica residir sua instalação nessa área.
A fazenda Oiteiro de campina, situada na zona Rural da cidade de Rio Tinto PB. É uma
área terra fértil e produtiva além de estar bem situada em uma das melhores praias da
região, é objeto de muita cobiça por ambas as partes. O local mede aproximadamente
280 hectares de terras muito produtivas. No local onde foi feito a pesquisa habitam em
torno de 8 famílias que residem em Oiteiro de campina a mais de 150 anos totalizando em
torno de 8 gerações. O conflito começa quando os “donos” da terra, a companhia de
tecidos Rio Tinto e companhia de tecidos paulista Pernambuco. reivindica a pose da terra
para que se posso ser construído um resort, pois a mesma afirma que eles detiam os
direitos da terra propano que os moradores deixem suas residências através de uma
quantia simbólica para que os mesmos deixem suas casas. O outro lado da história reside
indivíduos de uma perspectiva camponesa, onde retiram diretamente da terra o seu
sustento. A ameaça é baseada na constituição de um resort de luxo na área de
preservação permanente, onde se tinha os interesses de especulações mobiliarias. A
ação de despejo contra os agricultores foi impedida pela companhia de tecido paulista,
que também pertence à família Ludgrein. A área do município de antes se chamava
“engenho preguiça isso por causa da existência de um grande número de animais deste
tipo, e ficava nos limites de Mamanguape, tendo sida comprada em 1917 por pedreiro
João lundgrein. Ele seria o responsável, anos depois, pelo início da construção da fábrica.
São gerações de 8 famílias que residem em Oiteiro de campina, mesmo antes dele ser
comprado pela fábrica de tecidos paulistas. A propriedade é composta por 280 hectares,
dos quais 10,5, aproximadamente estão sendo cultivada pelos agricultores, que tiram da
terra seu sustento.

Figura 1 mostra os moradores de Oiteiro trabalhando na terra.

O drama das famílias tem chamado muita atenção e sensibilizados moradores de rio tinto
e os movimentos socias sindicais da paraíba. Se uniram em prol da causa, tanto que
gerou uma mobilização em defesa dos posseiros estava agendada para acontecer como
forma de resistência às ordens judiciais, consideradas injusta pela família e toda a
população local e os movimentos socias que apoiavam a causa.

Figura 2 protestos realizado pela comunidade. (Foto do site: Diário PB)

As famílias citadas no processo de despejo, são: Josenildo de Lima Mendes (Nildo) que
tem uma esposa e 4 filhos, Severino Januário de Souza (Passinho) que tem esposa e 9
(nove) filhos, Regina Maria da Conceição (Dona parda), que tem treze filhos com seu
esposo e 20 (vinte) netos, (Dona Lia) que tem 3 filhos com seu esposo; Cosma Lima dos
santos (dona cosma) tem três filho, Vanda Gomes de Lima (Dona Vanda) e seu esposo
Genario tem dois filhos; Gilmar e sua esposa com 1 filho, conta que herdou da sua mãe a
casa que mora, ainda relacionado a causa destacamos o morador Felipe Martine Moreira
de Lima e sua esposa Talita Dias que mora há 16 anos nesta localidade, o que chama à
atenção é o que o mesmo apareceu neste lugar para a pratica do surfe ao qual compete,
e gostou tanto do lugar que adquiriu um terreno e construiu sua casa, criando laços com a
comunidade, e neste conflito esteve sempre lutando junto as pessoas envolvida.

QUESTÕES JURÍDICAS
A primeira família a ser ameaçada de despejo foram Josefa de lima mendes que é mãe
de (Nildo), ambos moradores da comunidade. Advogados da empresa, juntamente com o
oficial de justiça e policias, estiveram na casa dos mesmos na semana passada dia 29 de
junho de 2017, onde uma liminar concedida pelo tribunal de justiça da paraíba
suspendendo a ação de reintegração de posse, o que impediu ‘’ uma grande investigação
‘’. Isso nas palavras da comissão pastoral da terra nordeste, a associação barra
via, lideranças indígenas potiguaras, a comunidade tradicional de Aritiguir, professores da
universidade federal da paraíba, comunidade religiosa, vizinhanças, sindicatos e
deputados Frei Anastácio e Luiz Couto e outros movimentos sociais, passaram a
acompanhar o conflito e contribuir com a resistência dos moradores e moradoras da praia
de Oitero.
Um acompanhamento permanente foi construído na comunidade na comunidade, o
ministério público federal acionado, e diversos órgãos governamentais, alertados. As
famílias também ocuparam, em 29/06/2017, a secretaria de desenvolvimento humano do
estado da paraíba.
No entretenimento concedido pelo tribunal de justiça da paraíba, em suspender a ação de
reintegração de posse. As oitos famílias que moram na área vêm de muitas gerações
onde elas estão nas terras há pelo menos 150 anos. Segundo o deputado Frei Anastácio,
se fossem despejadas, essas famílias não teriam para onde ir, e muitas pessoas são
idosas acima de 70 anos, ressaltou o deputado Frei Anastácio.

Figura 3 Debate sobre a questão da terra. (Foto do site: PB Vale)

A totalidade do país tem sido alcançada, ainda que de formas distintas nas diferentes
regiões por essas situações num extremo, em parte da região nordeste, na região norte e
não região centro-oeste são inúmeros os conflitos entre, de um lado grandes empresas
nacionais e multinacionais, grileiros e fazendeiros e, de outro, posseiros e índios por
causa da terra. Violência de toda ordem têm sido cometidas contra essas pessoas para
assegurar a sua expulsão da terra. (José De Sousa Martins).
A assembleia legislativa da paraíba, promoveu um debate na tarde de quinta-feira
24/08/2018 onde despejou de 1.200 famílias de terreno da família lundgrein foi debatida
na ALPB herdeiros querem vender imóvel para grupos português, na MPF diz que área e
da marinha, sobre as reivindicações do movimento, liberta rio tinto. O grupo batalha para
evitar o despejo de indígenas, que moram na rua barão do triunfo, no centro de rio tinto,
na xona norte da Paraíba, o terreno pertenceria aos herdeiros da família lundgrein mas o
movimento entende que área é terreno da união A audiência pública foi proposta pelo
presidente da casa, Gervásio maia PSB e contou com a participação dentre outras
autoridades do procurador da republicas, José Godoy.
A área Indígena, onde antes funcionou a companha de tecidos rio tinto, está e litigio
desde que os herdeiros dos lundgrein entraram com uma ação de despejo para retirar
pessoa do local, pois teriam interesse em vender o terreno para um grupo de
portugueses. Oficiais de justiça estiveram em agosto deste ano para cumprir a ordem de
despejo, mas a retirada não foi comprida porque a população sem mobilizou para evitar a
retirada do pessoal.
O presidente da assembleia legislativa destacou que algumas famílias já estão lá por
cinco gerações e pagam aluguel à família lundgrein, é o caso do que acontece na praia de
Oitero. Lá um resort estaria para ser construído no lugar onde hoje residem os
trabalhadores da antiga fábrica. Os moradores reivindicam os repasse das moradias para
a população ou que elas sejam vendidas a valor simbólicos.
Ainda segundo Gervásio maia, um estudo elaborado pelo Fernando Naia PSB aponta que
as terras do município de Rio Tinto pertenceriam de fato a marinha que foi admitido pelo
procurador da república, José Godoy. A área, por volta de 1930 a companhia Lundgrein
teria o realizado um processo de dragagem desviado o curso do rio, acabando com os
alagamentos. Se isso for comprovado, o local passa a ser terra da marinha e assim
paramos a regularização fundiária.
O procurador do ministério público federal, José Godoy, explicou que há um inquérito civil
público instaurado e que a próxima etapa é saber se as terras são privadas ou pertence a
união. O entretenimento preliminar é que boa parte são terras da união, e que boa parte
são terras da união é que devem ser repassadas às pessoas que as ocupam atualmente
para isso órgãos federais realizaram pericias nesse sentido, corretou o procurador.
O sindicato dos trabalhadores Rurais de Rio Tinto, através da sua presidente em exercício( dona
Valdilene), nos documentos que prova nos termos da legislação em vigor, (lei nº 4.214, de 2 de
março 1963), outorga a presente da carta Sindical a criação e aprovação do Sindicato dos
trabalhadores Rurais de Rio tinto, e data de 12 de outubro de 1965, do ministério do trabalho e
previdência social. Portanto a presidente mostra documentos de cadastro sindical de pessoas
filiadas desde anos de1907 como caso de, Esmerina Maria da Conceição nascida em (1907)
naturalidade municio de Oiteiro, Evilazio genuíno de Andrade, nascido em (1907) no município de
Oiteiro; Eugenio de Emiliano nascido em (1921) tatupeba filiada a Oiteiro; João Maximiano das
Neves nascido em (1917) Oiteiro; Severina Maria da Conceição nascida em (1909) Oiteiro, Adoriza
Maria da Conceição nascida em (1914) Oiteiro, Luiz cândido Lopes nascido em (1929) Oiteiro, José
Manoel Guilherme nascido em (1923) oiteiro, Jose Pedro de Laís nascido em (1930) Oiteiro e
Tereza Maria da Conceição nascida em (1928) pacaré conjugada com Oiteiro. pós todas essas
pessoas cadastradas como agricultores desde dos anos (1970 e 1980). Temos em anexos todos
esses documentos através dos cadastros sindicais.

Entrevista com a fabrica


Essa sem dúvida foi a parte mais difícil da pesquisa. Nosso intuito como já foi proposto
era ouvir os dois lados da história, porém não foi tão simples encontrar um representante
da fábrica que quisesse falar sobre o caso.
Um dos integrantes do grupo Edmilson, no dia 17 de setembro foi em busca de
documentos e mais informações sobre o caso. Porém o funcionário com no de (Tiba)
alegou que não podia ceder essas informações, e que só a advogada Dr. Silvana não se
encontrava. Fizemos esse processo de ida ao local diversas vezes mais não obtivemos
êxito, conforme desejamos.
No dia seguinte Edmilson procurou ela pela manhã e recebeu em seu gabinete, mas
alegou que essa documentação estava com outro advogado da empresa e que esse
assunto é defendido por outro dono. Mas também negou qualquer informação e sugeriu
que procurássemos os cartórios da região, pois lá tinha as informações do caso, e que
buscássemos por um cidadão chamado Francisco que o mesmo poderia ajudar.
Após uma semana procuramos o Francisco que representava o caso da fábrica nos
alegou que “o processo já estava definido e que não tinha mais o que falar sobre o caso,
e que toda a documentação está anexada nos cartórios e na justiça federal.” E que as
famílias não queriam sair das terras.
Portanto vimos aqui que, o processo de luta já estava ganho na justiça e que as famílias
de Oiteiro não aceitavam sair das terras, como ordenou a justiça. A partir desse ponto
vimos como esse caso é complexo.

Tendo uma dimensão de como é produtiva a terra dessas famílias


Como pode ser percebida a área é muito grande e rica em recursos minerais. A fazenda
Oiteiro de campina, situada na zona Rural da cidade de Rio Tinto PB. É uma área terra
fértil e produtiva além de estar bem situada em uma das melhores praias da região, é
objeto de muita cobiça por ambas as partes. O local mede aproximadamente 280
hectares de terra. No local onde foi feito a pesquisa habitam em torno de 8 famílias que
residem em Oiteiro de campina a mais de 150 anos totalizando em torno de 8 gerações.
Figura 4 imagens aérea da terra em disputa. (Foto do Silvano Lima)

Podemos ver a dimensão da terra e de como ela é produtiva e fértil para plantio.
Outra foto mostra como a região é belíssima.

Como foi nossa visita a comunidade de Oiteiro

No dia 5 de agosto de 2018 foi feita a entrevista com as famílias. Método foi através de
gravador celular. Por volta das 9; 29 chegou lá por volta de 10;49 e 16;45. Finalizando a
pesquisa.
A primeira pessoa entrevistada foi Josenildo de lima mendes (Nildo) 39 anos, a qual
contou o processo da história da terra. Cita o pai dele. E mostra como o pai dele falava
sobre a terra. Como foi fundada a comunidade de Oitero. Portanto o mesmo ainda contou
o porquê oiteiro ainda existe, isso ele sempre resistiu aos conflitos dos dias a dias e assim
as outras famílias vão em pro da sua assistência na comunidade. Segundo ele as pessoa
que ali vivem na comunidade não tem o direito de construir mais casas para morar, aí
aonde está o problema dessas famílias não crescerem, ele diz que os adultos vão
casando ai eles como, não podem construir tem que procurar construir tanto sua casa
quanto sua família em outra comunidade ali perto de oiteiro. E por esse motivo a
tendência será Oiteiro virar ruina.
Severino Januário de Souza (Passinho) 67 anos, conta sua história perante ao local,
mostrando o meio de vida e contando como sobrevive da terra, da Caça, da agricultura,
da pesca ele fala a sua versão da história em relação a companhia de tecidos rio tinto. O
mesmo conta que seus pais teve ele e seus irmãos ali naquela comunidade, onde ele
sempre viveu até o dia de hoje e que seus irmãos tiveram que procurar outra comunidade
para construírem famílias.
Dona Lia, a mesma não foi encontrada no dia da entrevista, segundo a vizinhança.
Motivos que teve de viajar para outra cidade vinha para visitar a filha, pois a, esma se
encontrava doente.
Cosma Lima dos santos (dona cosma) 54 anos, ela conta sua versão da terra. Fala que
sua família sempre viveu lá na terra, e o que eles plantam na terra são apenas para o seu
sustento. E que ficou muito assustada com a possibilidade de ficar sem a terra e de não
ter pra onde ir.
Vanda Gomes de Lima (Dona Vanda) 57 anos conta sua versão do caso, que sempre
viveu da terra, que sua família sempre viveu lá. Falam muito da forma de sobrevivência da
família que tem seus sustentos de pesca, agricultura, e da venda dos mesmo quando
sobram para comprar outro tipo de alimento. A mesma teme ao problema caso tenha de
desculpar o lugar que mora, por motivo que sempre viveu nesse lugar e não tem outro
caso seja despejada.
Gilmar fala de sua relação da terra, fala que saiu da terra para poder ganhar a vida pois
não dava para sobreviver somente da pesca e agricultura. E depois retorna sempre para a
comunidade para poder ajudar os indivíduos da comunidade.
Lula não tivemos contato com ele, pois o mesmo saiu para capital paraibana mais sempre
nos finais de semana volta para comunidade oiteiro, mas quando volta ajuda a
comunidade
Regina Maria da conceição (Dona Parda) 86 anos, ela diz que sempre viveu no local e
que hoje tem 86 anos onde construiu toda sua família, e faz parte da 5 geração. ressaltar
que tudo que é produzido na terra é distribuído para todos da comunidade. Conta como
foi difícil receber essa notícia que a companhia queria que todos os moradores saíssem
da terra e que espera nunca sair desse local. A mesma faz um depoimento forte em
defesa de sua comunidade, que as pessoas quando nasce não tem o direito de escolher o
lugar para morar. E sim seus pais que por ordem do destino tiveram de criar seus filhos ali
onde eles acharam um bom lugar, que ali não iam faltar alimentação para seus filhos
sabendo que aquelas terras eram produtivas.

Aqui o outro dia da entrevista.


No dia 21 de outubro os alunos de antropologia Antônio, Douglas, Edmilson saíram do
centro de Rio Tinto para o litoral norte da região onde se localiza a cidade Praia de
campina, em especial a terra dos posseiros de Oiteiro, onde foi posto tudo em pratica o
que foi aprendido na disciplina de estudos rurais lecionada pelo professor Baltazar
macaíba.
Por volta das 8; 20 saímos da cidade de rio tinto indo em busca de conhecimento da
respectiva área. Chegamos lá em torno de 9:00. Ao chegar no local nos deparamos com a
beleza exuberante do lugar, após isso iniciamos as entrevistas com as famílias da
comunidade.
Logo após encontramos dona Cosma e dona Parda que nos guiou e nos mostrou o
terreno. O foco principal da entrevista neste dia seria a presença do Josenildo (Nildo)
porem o mesmo havia viajado a capital para uma reunião a respeito deste conflito, sendo
fizemos algumas filmagens das terras, das casas, das paisagens, e do litoral que diga se
passagens é belíssima.

Figura 5 paisagens da terra.

CONCLUSÃO
Como já vimos essa terra é muito produtiva e é alvo de cobiça por ambas as partes,
nosso objetivo de compreender o processo de disputa entre os indígenas e a companhia
de tecidos pela terra demarcada no litoral norte de Rio Tinto no ano de 2018, o intuito de
identificar e entender a real motivação de aquisição da terra, como citado. Observamos e
escutamos os dois lados da história, e a partir delas desenvolvemos uma concisa analise
cerca do caso, desse modo o processo histórico nos proporcionou elementos de vital
valor, para tal compressão dessa disputa.
A ideia central que nos levou a observar e compreender o movimento dos trabalhadores
rurais de Oiteiro, levou a busca incansável de provas através de documentos históricos e
entrevistas, provas essas que possibilitaram compreender tais reivindicações. Outro ponto
que foi crucial para a concretização de nossa pesquisa foi sem dúvida a entrevista com as
8 famílias envolvida e de algum modo também os representantes da fábrica de tecidos, os
fatos constatados nos viabilizaram uma visão global do caso analisado.
Com todo os fatos apresentados nos faz refletir que os posseiros de Oiteiro já viviam há
muito tempo antes da chegada da companhia de tecidos Rio Tinto desse modo fica
evidente que o processo interpelado pela companhia não é justa, onde estes não estão
levando em consideração os laços e raízes de suas histórias com a terra o que de fato
eles estão visando um lucros imobiliários.
E portanto, o processo de despejo dessas famílias do local onde sempre estiveram é um
crime e uma falta de respeito com os povos indígenas do país, o Ministério público errou
em dar essa sentença a favor dos integrantes da fábrica de tecidos. o ministério público
deveria fazer um levantamento social e histórico região em que de fato mostre quem tem
direito nessa terra.
Finalizando, ressaltamos um ponto muito importante na nossa visão, na compreensão da
pesquisa , em relação direta com a Companhia de Tecido Rio Tinto, identificamos que a
mesma além de mover o processo da reintegração de posse coletivo, também move
ações processuais individual (posseiros) deste modo uma estratégia bem arquitetada
levando ao “cansaço” de cada pessoa envolvida, para ao final ter êxito a curto prazo.

Referencia
(política http.www.jornaldaparaiba.com.br//politica)
PB Vale
Diário PB
(PB Agora)
Política (http:jornaldaparaiba.com.br/. /politica)
Fonte: CPT João Pessoa
(https: www.wscom.com.br/)
(Sindicato rural dos trabalhadores de Rio Tinto)
(Cartório Pimentel)

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O indígena e seu direitos sociais e previdenciários

Samira Cardoso de Menezes

Introdução

Este tema foi pensado durante a disciplina de Estudos Rurais que faz parte da grade
curricular do curso de Antropologia, as discussões com o professor e colegas suscitaram
questionamentos no diz respeito aos direitos previdenciários previstos para os povos indígenas,
afinal, como são delineados esses processos? O indígena pode se sindicalizar? Existem diferenças
com relação a não indígenas? Este trabalho tem por finalidade discutir e responder essas questões.

Os direitos previdenciários dos indígenas


A Previdência Social é uma política pública definida pela Constituição Federal de 1988 em
seus artigos 201 e 202 e pela Lei n° 8.213/91 e faz parte da Seguridade Social brasileira. É um
direito oferecido ao trabalhador que assegura renda ao trabalhador contribuinte e sua família, em
casos de doença, acidente, gravidez, morte e velhice. Para ter essa garantia, é necessário se
inscrever e contribuir durante tempo determinado. Mas quando se trata dos povos indígenas, a
Previdência Social assegura uma classificação diferenciada, a de Segurado Especial:

Segundo a Instrução Normativa nº 45 do INSS, enquadra-se como Segurado Especial


Indígena, a pessoa indígena reconhecida pela Fundação Nacional do Índio – FUNAI que
trabalhe como artesão e utilize matéria-prima proveniente de extrativismo vegetal, ou o que
exerça atividade rural individualmente ou em regime de economia familiar e faça dessas
atividades o seu principal meio de vida e de sustento, independentemente do local onde resida
ou exerça suas atividades, sendo irrelevante a definição de indígena aldeado, indígena não-
aldeado, índio em vias de integração, índio isolado ou índio integrado (FUNAI).

Os trabalhadores não indígenas tem direito a seguridade social a partir dos 65 anos sexo
masculino e partir dos 60 anos de idade sexo feminino. Enquanto que
os trabalhadores rurais/Segurado Especial: a partir dos 60 anos para os homens, e a partir dos 55
anos para as mulheres. Os indígenas por serem considerados Segurados Especiais, tem o tempo
reduzido em cinco anos. Para comprovar a qualidade de segurado especial, é necessário apresentar
certidão fornecida pela Fundação Nacional do Índio – FUNAI, certificando a condição do índio
como trabalhador rural.

Mas então qual é a diferença com relação à assistência previdenciária dos não indígenas? A
diferença é que o não indígena precisa de um montante de documentos do INCRA - Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária, além de sindicatos rurais que atuam e que declaram o
uso da terra, é preciso a garantia de trabalho na agricultura. No caso do indígena, esses
procedimentos não são necessários porque como se sabe o índio não tem terra, nos termos da
legislação vigente (CF/88, Lei 6001/73 – Estatuto do Índio, Decreto n.º1775/96), se estabeleceu que
os direitos dos índios sobre as terras que tradicionalmente ocupam são de natureza originária. Os
índios têm a posse das terras, que são bens da União, portanto para se aposentar é o órgão
indigenista que deve declarar e reconhecer como indígena e que realiza atividade na agriculta e ou
na pesca. Esse trabalho é realizado pela FUNAI diretamente nas aldeias indígenas através dos
postos indígenas onde os indígenas são orientados e atendidos. O procedimento declaratório é feito
pela liderança da aldeia que funciona como reconhecimento étnico, feita essa declaração se
encaminha para o chefe do posto analisar, caso tenha algum problema na documentação, recorre-se
a FUNAI para correção.

Por essas razões o indígena não necessita de sindicalizar, isso porque o órgão indigenista
cuida de toda a burocracia que de certo sentido é mais simples se comparado aos vários processos
burocráticos que passam os não indígenas, no sentido de que precisam comprovar que vivem da
agricultura e que possuem terra, entre outros.

Perde a condição de segurado especial o indígena que exerce outra atividade remunerada
como doméstica, agente de saúde, professor, servidor público entre outros, passando a ser
enquadrados como segurados da Previdência Social, caso contribuam para o INSS - Instituto
Nacional do Seguro Social é uma autarquia do Governo do Brasil vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento Social que recebe as contribuições para a manutenção do Regime Geral da
previdência, da mesma forma que os não indígenas.

No caso das mulheres, para terem direito ao salário-maternidade, que também é um


benefício assegurado pela previdência social basta comprovar através de declaração fornecida pela
Fundação Nacional do Índio, atestando a condição de indígena e trabalhadora rural, possuindo
carência mínima de atividade no campo de dez meses anterior ao parto, sendo que a idade mínima é
a partir dos 16 anos de idade. Para dar entrada no requerimento de benefício basta apresentar os
documentos necessários, tais como declaração da Funai, CPF, Carteira de Identidade, Registro
Administrativo de Indígena, Certidão de Casamento, Certidão de Nascimento dos filhos,
documentos esses que comprovem que vivem no campo e possuem uma economia de tipo familiar,
ou seja que envolve vários parentes que cooperam entre si.

Além do direito a aposentadoria e ao salário maternidade, os indígenas também possuem


outros benefícios previdenciários e sócias1, tais como:

 Aposentadoria por invalidez

1
Fonte: (http://www.funai.gov.br/index.php/todos-ouvidoria/23-perguntas-frequentes/1257-quais-os-beneficios-sociais-
e-previdenciarios-que-os-indigenas-tem-direito) .
Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia
médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço
que lhes garanta o sustento

 Auxílio-Doença

Benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias
consecutivos.

 Pensão por morte

Benefício pago à família do trabalhador quando ele morre. Para concessão de pensão por morte, não
há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o óbito tenha ocorrido enquanto o
trabalhador tinha qualidade de segurado.

 Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC-LOAS

 Ao idoso e à pessoa com deficiência que não recebem outros benefícios.

Pessoa Idosa: deverá comprovar que possui 65 anos de idade ou mais, que não recebe nenhum
benefício previdenciário, ou de outro regime de previdência e que a renda mensal familiar per capita
seja inferior a ¼ do salário mínimo vigente.

Pessoa com Deficiência: deverá comprovar que a renda mensal do grupo familiar per capita seja
inferior a ¼ do salário mínimo, deverá também ser avaliado se a sua deficiência o incapacita para a
vida independente e para o trabalho, e esta avaliação é realizada pelo Serviço Social e pela Pericia
Médica do INSS.

 Programa Bolsa Família

O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação
de pobreza e de extrema pobreza. A depender da renda familiar por pessoa (limitada a R$ 140), do
número e da idade dos filhos, o valor do benefício recebido pela família pode variar entre R$ 22 a
R$ 200.

Considerações finais
Essas foram algumas informações que pude obter por meio de pesquisas na internet e de
conversas informais com alguns indígenas da minha aldeia Monte- Mor, será preciso mais dados
para melhor embasar o artigo que será publicado posteriormente. Esse é um tema muito novo, não
existem trabalhos sobre ele o que torna a nossa iniciativa importante e desafiadora.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Beneficio previdenciário dos indígenas (http://www.funai.gov.br/index.php/todos-ouvidoria/23-


perguntas-frequentes/1257-quais-os-beneficios-sociais-e-previdenciarios-que-os-indigenas-tem-
direito) Acesso em 13 de Junho 2018.

Estatuto do índio (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6001.htm) Acesso em 13 de Junho


2018.

Previdência social indígena (http://www.funai.gov.br/index.php/previdencia-social) Acesso em 13


de Junho 2018.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA


CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO: ANTROPOLOGIA (BACH)
DISCIPLINA: ESTUDOS RUARAIS
PROFESSOR: BALTAZAR
ALUNA: SIMONE CARLOS DE SOUZA

OS LAÇOS DE VIZINHAÇA E SOLIDARIEDADE NO DISTRITO RURAL DE SALEMA

INTRODUÇÃO

Nesta pesquisa eu busco apresentar observações sobre os laços de vizinhança e de solidariedade no


cotidiano social em Salema ao qual faz parte da cidade de Mamanguape no século XX em que os
moradores mais antigos da região relatam ter sido um grande porto fluvial e que movimentava uma
grande economia na época tendo como destaque a pesca de um pequeno peixe amarelo que deu o
nome do lugar. So depois com a nova lei de n 3.200 criado pelo estado em 22/09/1964 o distrito de
Salema passou a fazer parte da cidade de Rio Tinto.
Para entendermos melhor, um pouco mais de sua gente, e o que às une em termos de solidariedade e
laços de amizade e necessário uma compreensão sobre essas raízes de maneira que nos faça indagar
sua real contribuição para uma sociedade afetiva de valores e economicamente ativa.
Os laços de vizinhança e solidariedade no distrito rural de Salema.

Salema assim conhecida por sua simplicidade e historicamente, pelo fato de ter sido ao longo do
tempo um porto fluvial considerado o segundo maior em importância econômica para as cidades
que a cercam, suas mediações abrangem boa parte das cidades próximas, comparado à outros
lugarejos. O distrito encontra-se em um ponto que facilita a ida e vinda de sua população ao qual
dar-se em qualquer lugar em que deseje-se chegar. Tendo em conta que não há uma quantidade
definida de moradores da localidade pelo fato do distrito pertencer a cidade de Rio Tinto, que é
onde a contabilidade da população torna-se única, de aproximadamente 24.154 habitantes.
O distrito considerado rural pelo fato de aprimorar a muitos cultivos seja para a economia das
cidades ou seja para seu consumo familiar e esses cultivos diferem-se em grandes hortaliças o
plantio da mandioca e variações de frutas e outros pomares inclusive a criação de aves e bovinos.
Mas Salema também oferece outros recursos de sobrevivência aos seus moradores e população
como por exemplo a fabrica de tijolos (Cerâmica Salema ) que localiza-se inclusive no antigo porto
citado anteriormente.
Com o passar dos anos boa parte da população aumentou com a imigração constante, isto dar-se
com as novas construções de condomínios e pequenos apartamentos, talvez pela fama de lugarzinho
pacato e bom de se viver... E comum ouvir que “quem bebe de sua agua não esquece” em relação
as suas origens e também pela qualidade da água mineral sem conservantes.
Apesar de tantas mudanças o velho habito de sentar-se em frente à casa para colocar as conversas
em dia, costumam ser repetitivas cotidianamente. Uma vez que, todos na pequena Salema se
conhecem, e cada vizinho tem seu apelido ou descrevem-se por fulano que é filho de sicrano, neto
de Beltrano e por ai vai! Por aqui ainda se compra por “conhecimento” ou por consideração as
velhas amizades, o chamado fiado quando não se tem dinheiro o que nas grandes capitais já não se
leva mais em conta, o fato de se manterem assim os pequenos comerciantes conseguem segurar a
sua clientela pelo apreço continuo de um forte vinculo familiar ainda em que alguns casos os donos
desses estabelecimento já não estejam entre nós, porém atribuem a grande estima que lhes tinham.
As cadeiras na calçada de Magnani relata bem o velho habito de vizinhança

É bastante comum, em depoimentos de moradores de bairros que passaram em processos de rápidas transformação,
principalmente nas grande cidades, a vocação nostálgica de um tempo em que era um costume colocar cadeiras na
calçada em frente da casa, para apreciar movimento da rua do fim de tarde. Não se trata apenas de uma recordação; em
certos casos, a volta desse habito e celebrada como uma conquista, e segundo se depreende da entrevista concedida por
um diretor de teatro como projeto experimental no largo da lapa, em plena área do centro do Rio de Janeiro. Associado
com o modo de vida de cidade de interior, tal comportamento parece cada vez mais incompatível com as atuais
condições de existência nas metrópoles contemporâneas: as dimensões e complexidade interesse à estrutura, funções e
modos de vida dos grandes centros urbanos, com efeito, são de tal ordem que até de “pergunta se o próprio conceito de
cidade não esta ultrapassado”. (HABERMAS, 1987:123).
Esses laços de vizinhança fortalecem-se à medida em que esse vínculos aos quais a sociabilidade
exerce de uma maneira pessoal a cada individuo torna-os mais próximos a realidade um do outro,
quase que familiar. É bem verdade de que essa aproximação também vem seguido de atritos e
temperamentos momentâneos, o que se é de “normal” digamos assim, já que cada ser tem sua
personalidade individual.
Para discutir a noção de sociabilidade e suas origens conforme desenvolvido pelo sociólogo Geog
Simmel que trata a sociabilidade como “exemplo de sociologia pura ou formal” no contesto de
“sociação.” Para Simmel , a interação e um processo social básico, ou seja, a sociedade é
constituída por diversas maneiras de interação.
Sabemos assim que apesar de toda a mudança econômica e social ainda em Salema esse vinculo de
solidariedade nas vizinhanças, ainda que hoje os moradores , ou uma boa parte dela já não estão
totalmente ligados pela junção de valores e religiões más o que não implica em suas diversas formas
de sociabilizar, por motivos que variam entre distinções, contudo, essa maneira em que a sociedade
em geral interage entre indivíduos segue como referencias aos propósitos e interesses, sejam eles
religiosos, de construção familiar entre outros. Assim como em outras cidades e alguns bairros,
Salema possui uma padroeira religiosa ao qual, comemora-se seu dia 08 de Dezembro geralmente
com novenas e festas locais em homenagem a Nossa Senhora da Conceição reconhecida assim
também em outras religiões como o Candonblé por Yemanja. Porém o catolicismo resiste à essa
comparação por valores propios da igreja.
A igrejinha de Salema assim conhecida, resiste a quase um século ou ate mais que isso, toda em
estilo Europeu, depois dela com o aumento da população salemense outras igrejas surgiram e hoje
constitue duas igrejas católicas que na verdade são capelas, uma igreja Batista, e uma Assembleia
onde deferem-se religiões também. Más la a igreja de Salema tem maior peso em relação aos fieis,
por ser a mais antiga do lugar ate hoje.
Em termos políticos Salema e vista como um alvo eleitoral de estrema importância para os
governantes, por conter a maioria dos votos validos e fazer uma vantajada diferença nas urnas para
a cidade de Rio Tinto, isto tornas a eleições da cidade acirradas nas campanhas eleitorais.
Para isso Salema dispõe também uma associação de moradores para que cada um desse propósitos
citados sejam quais forem venham somar à população todo esse trajeto de cumplicidade e
reciprocidade organizada. .

Esses interesses, quer sejam sensuais ou ideias, temporários ou duradouros, conscientes ou inconscientes causais ou
teleológicos, formam a base das sociedades humanas. E isto precisamente o fenômeno a quem chamamos sociabilidade.
A sociabilidade se poupa dos atritos com a realidade por meio de uma relação meramente formal com esta. Ainda que
exatamente por isso, essa relação formal estrai da realidade – mesmo para o espirito da pessoa mais sensível – uma
importância e uma riqueza de vida simbólica e lúdica que são tanto maiores quanto mais perfeita ela é. (Pag. 167-1690)

Assim a sociedade e seus indivíduos fazem interação em diferentes ângulos psíquicos entre eles
onde fogem e sofrem diversidade que formam então, um conjunto de ações reciprocaas. Independe
das realidades sobre as quais o distrito de Salema vive que são as mudanças de uma sociedade
territorial e seus conflitos existentes tudo leva a entender que os laços de amizades entre vizinhos e
o social integrado nas relações de convívio permanecem vivos e duradouros mesmo com o passar
dos tempos.
REFERÊNCIAS:

MAGNANI, J.G. Cantor. “As cadeiras na calçada.” Transformações na cultura urbana das grandes
Metrópoles. SIMMEL, Georg.” Sociabilidade – um exemplo de sociologia pura e forma.”

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Universidade Federal da Paraíba – Campus IV

Curso : Bacharel em Antropologia


Professor : Baltazar Macaiba Sousa

Aluna: Edileuza Marcelina Pessoa

Relatório de pesquisa cobre o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mamanguape – PB.

O Sindicato é uma instituição formada por trabalhadores rurais e assalariados que tem o intuito de
proteger seus direitos e alcançar seus objetivos comuns, tais como melhores salários, horas e
condições de trabalho. O sindicato, através de sua liderança, pode negociar com a empresa ou
empregador, em nome de todos os membros. Isso pode incluir a negociação de salários, regras de
trabalho, reclamações, termos de contratação, demissão e promoção dos trabalhadores, benefícios,
segurança do trabalho e políticas. Sindicatos podem fornecer empregos, treinamentos, atividades
voltadas para a saúde entre outros benefícios.

A união entre várias organizações e associações que tem a mesma finalidade se formam uma
federação. O objetivo de uma federação é representar e defender todos os interesses de suas
associadas. Uma federação sindical reúnem seus membros de um segmento para organizar e
constituir estatutos e regimentos sindicais. ( Sindicato dos Trabalhadores Rurais- pagina do
Google).

O sindicato dos trabalhadores rurais de Mamanguape foi fundado em 1965, pelo senhor Cassiano
Jose Coelho.
O seu segundo Presidente foi, Salvador Gonçalves da Silva, anexo foto abaixo:

O terceiro presidente foi Evangelista, o qual não foi localizado foto sua.
O quarto presidente eleito em 1993, que ainda hoje permanece é o senhor Jose Joao da Silva,
mesmo com eleições a cada 4 anos, ele vem desempenhando um bom trabalho junto ao sindicato e
consegue se eleger sem maiores dificuldades.

Jose Joao da silva, atual Presidente eleito deste 1993, junto dele o Ministro da Agricultura no
período.

Desde a sua fundação a sede continua localizada no mesmo endereço, na Travessa Duque de caxias,
n* 49- centro – Mamanguape- PB.
Nesta foto podemos ver a primeira foto do local que ainda hoje se encontra a sede do Sindicato.

Sempre nos finais de safras existe a confraternização com os seus membros deste sua fundação,
como segue abaixo a foto, das primeiras reuniões.

Na pesquisa feito procurei saber sobre quais problemáticas sofridas junto ao sindicatos quais seus
benéficos e conflitos que ali já foram presenciados.
O presidente João, descreveu que já houve conflitos de terras, mais já faz muito tempo, e em outros
municípios, devido a desapropriação de terras, neste sindicato já teve alguns conflitos trabalhistas,
como de pararem os cortes de canas e o sindicato ir la negociar, isso ocorreu em Mamanguape e
também em Marcação, município vizinho, esses conflitos foram na verdade pelo fator de
desentedimento de preços nos produtos, como a cana de açúcar, onde foi criado uma comissão de
acompanhamento para todo plantil, e junto a eles o Ministério do trabalho, são seus parceiros, onde
quando não conseguem resolver aqui, eles vem e auxiliam nos conflitos. E que com o apoio do
Ministério do trabalho, eles conseguiram auxiliar os trabalhadores com o seguro desemprego, que
vem até a somar um trabalho para outro, deste que tenha uma carência de menos de 30 dias de um
para o outro.

Na sede existe um time de futebol, onde nos finais de safra eles, comemoram com churrasco e
fazem suas comemorações, tudo feito pelos próprios trabalhadores, onde eles mesmo no final já
levam seu material, e o sindicato entra com brindes, para os trabalhadores.

Além de todo esse evento eles, possuem grande participações em congressos, estaduais, regionais,
estaduais, macha das Margaridas, Grito da terra Brasil, ou qualquer movimento que seja em pro dos
trabalhadores rurais do Brasil. E unas das pautas dessas plenárias são a defesa desta reforma da
previdência, onde o mesmo relatou que so sofre o pobre, o assalariado e os agricultores, hoje o
sindicato Rural de Mamanguape possui cerca de 2.000 assalariados rurais, uma media de 250 de
posseiros com a regularização já em andamento, pequenos proprietários esta sendo feito
levantamento, devido o cadastramento ambiental, já meeiros, não possui.

A demanda deste sindicato é na sua grande maioria, aposentadoria, cadastros ambientais , para
identificar quem faz parte do campo, projetos de cuidados com a saúde do agricultor, e grande
questão que são os acidentes de trabalhos e de motos.

Busca o sindicato a melhoria da saúde família, o manuseios de agrotóxicos, e o comodismo


existente em todo local.

Neste decorrer do dia estava acontecendo um evento sobre agricultura família, projeto que sempre
esta sendo realizado lá na sede, para auxiliar as famílias do campo, neste evento estava algumas
pessoas como o secretario da agricultura da cidade, os secretários da cidadania, a pauta era discutir
além de tudo as politicas publicas de 18 municípios, como projetos do INCRA(Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária ) e do PRONAFE ( Programa de formação e empregabilidade), e
todos os projetos destinados a agricultura família para o mercado.

Mamanguape 15 de Junho de 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA-UFPB


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE ANTROPOLOGIA
DISCIPLINA: ESTUDOS RURAIS
DOCENTE: BALTAZAR MACAÍBA
DISCENTES: THAYNÁ DONATO GOMES
WILSON NASCIMENTO
CONFLITO DO RIBEIRINHO DO RIO MAMANGUAPE-PB

Rio Tinto-PB

2018

INTRODUÇÃO

Este tema foi abordado com base nas discussões e questionamentos sobre conflitos territoriais
na disciplina de Estudos Rurais, ministrada pelo Doutor e Professor 2Baltazar Macaíba, no curso de
Antropologia da UFPB.

Com base no tema mencionado, abordaremos dados coletados de acordo com nossa pesquisa
realizada, e ao longo deste trabalho ressaltamos informações de entrevistas e órgãos envolvidos que
contribuíram de forma clara para nossa compreensão diante dos conflitos que aconteceram no Ribeirinho
do Rio Mamanguape-PB.

2
Possui Doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (2006), Mestrado em Ciências Sociais
(Sociologia) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1995) e Graduação em História pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (1990).Foi professor do Departamento de Sociologia e Antropologia (DESOC) da
Universidade Federal do Maranhão (UFMA) de 1997 a 2010. Atualmente é professor Associado III do Departamento de
Ciências Sociais (DCS) do Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE) da Universidade Federal da Paraíba -
UFPB. Tem experiência na área de Sociologia, atuando principalmente nos seguintes temas: sociologia politica,
filosofia política, sociologia da religião, movimentos sociais, campesinato, sindicalismo e sociologia da educação.
ORIGEM DO CONFLITO

Em uma região habitada por pequenas famílias de agricultores no litoral norte do Estado da
Paraíba, foi alvo de conflito a mais de três gerações que nele recebi seu sustento através da agricultura
familiar, onde essa mobilização e resistência envolveram diversos órgãos que serão abordados ao longo
desta pesquisa. De acordo com DAVID (2017 p.15):

A agricultura tem por função a produção de plantas e animais, manipulando


os ecossistemas naturais e os recursos neles disponíveis, por meio do emprego de
técnicas, conhecimentos, ciência e saberes, com a finalidade de produzir alimentos, fibras,
energia ou matérias-primas. s. Emprega, para tal, força de trabalho humana, animal ou
mecânica, além de insumos, como adubos e fertilizantes, quando forem necessários.
Assim, a agricultura dá origem a um ambiente artificial, denominado agrossistema ou agro
ecossistema, cuja característica principal é a redução da biodiversidade natural – a
diversidade de espécies animais e vegetais – por um sistema instável e simplificado, como
é o caso das lavouras e campos de criação.

Segundo Antônio Justino da Silva, atual Presidente do Conselho Municipal do Desenvolvimento


Rural Sustentável e da Associação Comunitária dos Pequenos criadores de Animais, junto com Valdirene
Maria dos Santos Rosez, atual Presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Tinto-PB, sendo
compreendido “[...] como um órgão receptor das necessidades dos agricultores, e capaz de atuar como
catalisador e gerador de propostas, voltadas à viabilidade e sustentabilidade da agricultura familiar”.
(MALAGODI e BASTOS, p. 2).

Juntos relataram um pouco da história da origem deste conflito, seu Antônio tomou
conhecimento do assunto desde 25 de agosto do ano de 2002, mas que já tinha ouvido falar muito antes,
segundo suas informações que esse território foi vendido pelos 3Lundgren para um grupo de Italianos
chamado de Mago Simoni, sem a permissão das famílias que residiam naquela área, o grupo Italiano tinha a
intenção de fazer grandes viveiros de camarões e assim destruiriam toda vegetação que estava presente,
sem contar que expulsaria as famílias que moravam lá.

CONFLITO

O território abrigava 120 famílias que sobreviviam da agricultura os quais podemos identificá-
los como camponesas que para COSTA e CAVALHO (2016, p.23) são:

3
² Em 1917, Frederico João Lundgren, segundo filho mais velho de Hermam Lundgren(sênior) junto com os irmãos
mais novo, visando estabelecer uma nova unidade de produção têxtil, mais tarde designada Companhia de tecidos em
Rio Tinto, comprou do fazendeiro Alberto de Albuquerque, por dois mil contos de reis, 601 quilômetros quadrado de
terra do então engenho da preguiça, na qual estava sobre tudo cobertas de Mata Atlântica e habitadas por tribos
Potiguara, por pequenos fazendeiros e posseiros, onde se situa a atual cidade de Rio Tinto.
São aquelas famílias que, tendo acesso à terra e aos recursos naturais que
ela suporta, resolvem seus problemas reprodutivos suas necessidades imediatas de
consumo e o encaminhamento de projeto que permitam cumprir adequadamente um
ciclo de vida da família – mediante a produção rural, desenvolvida de tal maneira que não
se diferencia o universo dos que decidem sobre a locação do trabalho dos que se
apropriam do resultado dessa locação.

Ou seja, compreende como uma maneira de vida pela qual todos são responsáveis pelo
abastecimento e mantimento familiar conjunto, os quais tem o mesmo conjunto de pensamento de
dependência uns dos outros para a vida de geração a geração.

Neste contexto de conflito houve corte de seca, confusão por parte da própria companhia em
querer expulsar as famílias daquela região, em seguida os moradores passam a confrontar com os Lundgren
e o grupo de Italianos, a companhia era posseira e entrou com processos contra as famílias, na época quem
acolheu com ofício foi o Doutor Dulciran Querena, onde ficou por muito tempo arquivado sem sucesso, a
Prefeita da época Vânia Karmem Lisboa, tomou conhecimento da causa mais não obteve retorno.

ORGÃOS ENVOLVIDOS

Os anos foram passando e o IBAMA entrou em defesa da área de Preservação Ambiental, que
não podia fazer viveiros em locais de vegetação, junto com Frei Anastácio e a Pastoral da Terra, a Secretária
de Patrimônio da União- SPU, que foi procurada para esclarecer a situação das terras, até a Universidade de
Santa Rita com o corpo docente se envolveu a favor das famílias, junto às associações do Vale do Rio
Mamanguape, com a defesa dos Direitos Humanos, e garantia dos demais direitos e incrementos de
políticas públicas e sociais.

Entre 2013 a 2014 e o Doutor José Guilherme em defesa dos pequenos, acompanhou todo o
processo, em seguida o Procurador da Justiça Federal Doutor José Godoy, continua a audiência e deu a
causa para os agricultores, foi contratado um antropólogo pelo Ministério Público Federal, chamado Sérgio
Brizorque, passou 15 dias a campo acompanhando e mapeando todo território do caso e concluiu um
laudo, como Família Tradicional Ribeirinho.

O território tem 517 hectares, onde também reside um pequeno povoado de Taberaba com 35
famílias, ainda recentemente um grupo de pessoas, entre crianças, Jovens e idosos, invadiram o terreno do
conflito, alegando ter comprado a terra, foi denunciada ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio tinto-
PB, a Presidenta se dirigiu no local, e ao chegar já deparou com a Polícia Federal, perguntou se tinha algum
documento que constava a compra da terra, um deles veio com um mapa, e nada constava a compra, foi
quando ela deu ordem para expulsar as pessoas, a polícia destruiu tudo que eles já tinham construído em
pouco tempo.

Neste território ainda continua a ter conflito, há 15 dias uma das moradoras do Ribeirinho
relatou que estava irrigando sua plantação, quando parou um carro e saiu umas pessoas muito bem
vestidas, e perguntou o porquê que ela estava irrigando aquela plantação, ela respondeu para as plantas
não morrerem no sol quente, eles tiraram fotos e não questionaram mais, foram embora sem argumento.

Plantações

Atualmente residem 25 famílias ocupando 82 hectares e meia do território, na qual ainda vivem com medo
de novos conflitos, mas que não se abalam diante de tudo que aconteceu, elas sobrevive da agricultura,
onde plantam: feijão de corda, batata doce, roça, macaxeira, milho, melancia, cana caiana para fazer o
caldo da cana.

Quando chegam a época do verão essas plantações são mantida sobre irrigação, e vendem esses alimentos
na feira local da cidade, como é transportado para as cidades de Mamanguape, Itapororoca, Guarabira,
Sapé e até para outro Estado como Natal- RN.

O presidente da ACPCAARM, Seu Antônio disse: “alguns dos primeiros homens que iniciaram os trabalhos
na região já faleceram e hoje seus filhos e netos estão na luta pelo pão de cada dia”.

Existe um órgão do Estado e Secretária de Agricultura (EMATE) que fornece algumas sementes de feijões,
milho, melancia para as famílias do Ribeirinho, além disso, existem também associações que se
responsabiliza pela venda e transporte dos alimentos.
Dona Valdirene Maria dos Santos Rosez é Presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Tinto-
PB, ao lado está Seu Antônio Justino da Silva é Presidente do Conselho Municipal do Desenvolvimento Rural
Sustentável e da Associação Comunitária dos Pequenos Criadores de Animais, Agricultores da Margem do
Rio Mamanguape.

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Tinto-PB.


Eventos e Campanhas realizadas em época de colheita dos alimentos no Ribeirinho.
Rio Mamanguape que banha o território do Ribeirinho.
REFERÊNCIA

MALAGODI, E. & BASTOS, V, S. Sindicato de trabalhadores rurais e agricultura familiar. XI


congresso brasileiro de sociologia. Gt 21 sindicatos e ações coletivas. UNICAMP. 2003.

DE DAVID, C. Antropologia das populações rurais. Santa Maria, RS : UFSM, NTE, UAB, 2017.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

ANTROPOLOGIA

ALZENI FAUSTINO

BRUNA DEANE

UIBLISON DELFINO

DISPUTAS DE TERRAS ENTRE AS ALDEIAS LARANJEIRAS E ESTIVA


VELHA
BAÍA DA TRAIÇÃO – PB

2018

INTRODUÇÃO

No município de Baía da Traição, está localizada a maioria das aldeias indígenas, que
integram a Terra indígena Potiguara. Essas aldeias estão sobre jurisdição da Fundação
Nacional do índio, órgão federal criado pela lei 5.371, de 5 de dezembro de 1967, em
substituição ao antigo Serviço de Proteção ao índio. Na povoação Forte, onde há séculos
existiu uma das mais antigas fortificações da Paraíba, está instalado a Coordenação Técnica
Local em aia da Traição, diretamente subordinado à Coordenação Regional Nordeste II, com
sede em Fortaleza, no Ceará. O referido posto é responsável pela administração da área
pertencente à Terras Indígenas Potiguara, Jacaré de São Domingos e Potiguara de Monte-
Mor.

A terra indígena potiguara é constituída de 5.072 habitantes, dos quais 3.093 residem em Baía
da Traição, distribuídas pelas povoações, Akajutibiró, Cumarú, Forte, Galego, Santa Rita,
Laranjeiras, Silva, Bento, Tracoeira, São Francisco, Lagoa do Mato, Vila São Miguel. Os
municípios de Marcação e Rio Tinto perfazem as demais povoações como Caeira, Lagoa
Grande,Camurupim, Tramataia, Estiva Velha, Aldeia Monte-Mor e Jacaré de São Domingos,
onde 1.979 índios.

A área pertence a sesmaria de São Miguel, abranja aproximadamente 57.000 hectares com
um perímetro de 89,5 km. Posteriormente, foi elaborado um mapa que corresponde aos
trabalhos de delimitação realizado pelo serviço de proteção ao índio, e aos posteriores
memoriais da Fundação Nacional do Índio, que declara a referida área com 34.320 hectares e
um perímetro de 74 km.

A aldeia indígena Laranjeiras se localiza no município de Baía da Traição e Estiva Velha no


município de Marcação, ambas situadas no Estado da Paraíba. Como de costume a maioria
das aldeias indígenas sobrevivem da agricultura, caça e pesca. Algumas dessas localidades
cultivam o plantio da cana-de-açúcar, por sua vez estas duas comunidades citadas acima são
umas das que fazem este cultivo.

De vez enquanto algumas famílias se estranham e geram um conflito com relação a posse de
terras. Um desses exemplos aconteceu em Laranjeiras e Estiva Velha.

Fizemos uma pesquisa presencial com pessoas que participaram de um movimento igual a
este que mencionamos. Conversamos com o chefe Irenildo que representa os indígenas dos
municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto. Por sua vez tem o dever de resolver os
problemas internos e externos dos índios. Vejamos aqui todo o processo deste conflito.

Origem do conflito

Tudo se originou devido um pequeno trecho de terra , aproximadamente 2 á 3 km de terras, entre


duas famílias, ou seja, entre os dois cunhados. Um se chama Ernesto (conhecido por Beto) e o outro
não se lembra bem o nome, mas o pai dele se chama Neco de Estiva Velha. Pois eles estavam
querendo plantar em uma área que culturalmente Beto entende que uma parte dessa área pertence a
Laranjeiras e a outra pertence a Estiva Velha. Beto afirma que foi criado ali, a partir disto outras
famílias de Estiva Velha tomaram partido pelo sogro, família e cunhado de Beto. A partir disso
surgiu este conflito.

Questões econômicas

Perguntamos ao senhor Irenildo se este conflito seria por questões econômicas e ele respondeu: -
Era por causa da plantação da monocultura da cana-de-açúcar, pois ela tem sido benéfica para
muitas famílias da região oeste, aonde lá as pessoas não recebiam uma atenção devida do Estado
brasileiro como a FUNAI, prefeitura e governo federal. Outras linhas de financiamento, então eles
sobreviviam ao princípio como trabalhadores da área da cana-de-açúcar, e depois que saiu o
arrendamento, parte deles também continuavam na cultura para si mesmo, como o plantio próprio,
havendo assim uma grande melhoria na qualidade de vida. Hoje pode-se ver coisas boas, pois cada
um possui uma moto, dependendo da condição até um carro. A cana-de-açúcar é predadora do meio
ambiente, predadora da própria cultura, por isso tem que ter muita cautela e saber trabalhar com
esse tipo de monocultura, para não também não deixar enaltecer com o tempo, já que o Estado
brasileiro não tem dado a atenção devida , aonde a maioria tem sobrevivido por causa da cana-de-
açúcar. Ela tem seus malefícios, mas também seus benefícios.

Os órgãos envolvidos
Alguns órgãos se envolveram para diagnosticar o conflito como o Ibama, aonde houve uma
denúncia de desmatamento, pois Laranjeiras havia denunciado, alegando que estava havendo
desmatamento. Primeiramente a FUNAI vai lá e faz o seu relatório, fotografa, marca o ponto de
GPS e envia ao Ibama. Antes de tudo a FUNAI tenta conscientizar o indígena que tal ato seria
errado, pois estaria cometendo um crime e não deveria fazer tal coisa, quando não aceitam os
conselhos infelizmente eles são obrigados a usar as instâncias devidas, cabíveis e tudo finalmente é
resolvido.

Considerações

Um trabalho de campo foi realizado com as pessoas que participaram de um conflito


entre indígenas que começou no ano de 2005 e durou longos anos. Por fim até o
momento então a situação esta resolvida, porém foi uma situação que envolveu quase
todas as famílias das duas aldeias que se confrontaram devido a demarcação de terras,
pois visavam uma situação também econômica e suas vantagens. Somos gratos pela
participação dos senhores João e Irenildo por nos fazer enriquecer este trabalho como
o máximo de informações possíveis.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO

BACHARELADO EM ANTROPOLOGIA
COMPONENTE CURRICULAR: ESTUDOS RURAIS

DOCENTE: BALTAZAR MACAÍBA

DISCENTE: KYARA LÍGIA ROCHA OLIVEIRA DA SILVA

RENATO JOSÉ SOARES

A “picada” e as terras de Barra de Camaratuba.

1. Breve discussão sobre os Potiguara, economia e estudos a cerca desses povos.

A principio, analisaremos a obra de Amorim, onde ele fala sobre os Indígenas Potiguara como
camponeses em relação a agricultura familiar e econômica. Tenta abordar de forma mais clara o
conceito de fricção interétnica dado por Roberto Cardoso de Oliveira, em 1962. Trabalho que foi
patrocinado pelo Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, Rio de
Janeiro.

O aldeamento em questão tinha cerca de três mil índios, os mesmos habitam a sesmaria de São
Miguel doada pelo Rei de Portugal no inicio do século XVIII. O pesquisador tem acesso e faz uma
análise do livro de registro dos Potiguara pertencentes a Baía da Traição, e vê dados sobre sua
população em forma quantitativa. É-nos mostrado um número de 25 aldeias, e a maioria da
população é composta por crianças.

Eles se autoclassificam como índios, descendentes e particular. O considerado índio é o tido por
puro, sem nenhuma miscigenação, como eles dizem com características e traços. O descendente é o
individuo com miscigenação comprovada, descartando os traços físicos. E os particulares são os
que habitam as terras e não são índios. A falar de dados são aproximadamente 90% de
descendentes, quase 9% de índios puros e 8% de não-indios.

Fala-se sobre o processo de “conquista, pela abordagem que o autor fala em relação das lutas dos
indígenas com outras tribos e povos, vemos a figura de Pedro Poti e Filipe Camarão, onde há
escritos deles em língua Tupi, arquivados até hoje na Holanda. Sabendo-se também que o idioma
fora extinto pelo Marquês de Pombal em 1768. Porém, o mesmo fora trazido pelo Prof° Dr°
Eduardo de Almeida Navarro no ano de 2002, formando professores para o ensino da língua nas
escolas dos três municípios que constituem hoje o atual aldeamento dos Potiguara, onde situa-se
em 32 aldeias.

2. Desenvolvimento econômico e o encontro com o outro.

O intenso processo de industrialização e urbanização, principalmente nos fins da década de 1940 e


início da década 1950 do século passado, até os dias atuais, tem proporcionado fatores negativos ao
ambiente como desmatamento, poluição da água e do ar, ocupação de áreas ambientalmente frágeis
– beira dos córregos, encostas instáveis, terraços fluviais, áreas de proteção dos mananciais, entre
outros, já que os hábitos urbanos e rurais foram severamente modificados com o processo de
industrialização. No campo, ampla parcela da população vivia sob o regime econômico da
subsistência e teve de se habituar a uma economia de mercado; na cidade não se deu muito
diferente, as mudanças foram bruscas, aliadas a um intenso crescimento demográfico; e uma
urbanização crescente.

As orlas marítimas constituem áreas de interesses múltiplos o que gera a sobreposição de


necessidades e confitos, fato este que somente vem potencializar a degradação ambiental dessas
áreas. Segundo Kay e Alder (1999), a orla marítima está sendo submetida aos efeitos negativos do
aumento das diversas formas de pressão antropogênica.

Para Pires (2001), a alternativa para minimizar a questão da degradação ambiental, provocada pelo
modelo econômico até hoje adotado, é a opção do desenvolvimento sustentável, que visa à reflexão
sobre padrões atuais de consumo e utilização de recursos naturais renováveis e não renováveis.
Contemplando o turismo sob este enfoque, Pires (2001) conclui chegar-se ao chamado turismo
sustentável, que tem como objetivo o “atendimento das necessidades de lazer dos turistas e a
necessidade de desenvolvimento das localidades visitadas, sem que isso comprometa o meio
ambiente no qual se dá à visitação”.

De acordo com Mendonça e Neiman (2005), nas atividades turísticas ainda prevalece uma visão
convencional de negócios muito limitada, sempre inserida em uma lógica de mercado que poderia
ser superada com criatividade, rumo aos preceitos da sustentabilidade.

Segundo Wearing e Neil (2001), o planejamento do turismo sustentável presume a existência de um


plano nacional de desenvolvimento, cujo conteúdo, devia incluir: estratégias de implementação,
acompanhamento de um plano de custeio e financiamento, percepções e objetivos da existência de
estratégias a serem seguidas, identificações e consulta dos grupos interessados e/ou afetados com a
implantação da atividade, descrição dos impactos do ecoturismo sobre as diversas dimensões e
finalmente, as possíveis medidas de controle.

Segundo Leal (2007) mais um segmento de turismo a ser observado é o turismo em território
indígena levando em consideração o local estudado. Nesse sentido, o turismo desenvolvido em
terras indígenas e motivado por interesses direcionados a cultura dessas comunidades, busca
conhecer seus costumes, tradições e crenças. Silva e Carvalho (2008) afirmam que a relação entre
turismo e cultura, podem dessa forma ser reconhecidos por meio da troca de vivência e da
interpretação da herança patrimonial da comunidade pelo visitante.
Localização da cidade de Baía da Traição PB
Fonte: GEO PORTAL AESA

O município de Baía da Traição está localizado no Litoral Norte do Estado da Paraíba, na Região
Nordeste do Brasil (figura 02). De acordo com os dados do IBGE (2010), o município apresenta
uma população estimada em 8.012 habitantes distribuídas por uma área total de 102,37 km²,
apresentando assim, uma densidade demográfica de 78,27 hab./km². Segundo dados do IBGE em
2000, dos dez municípios brasileiros com maior percentual de população indígena, Baía da Traição,
ficou na sexta posição, visto que 57,7% de seus habitantes se declararam indígenas.

O clima da região é do tipo tropical chuvoso com verão seco. O período chuvoso começa no início
de fevereiro e termina em outubro. A precipitação média anual é de 1.634.2 mm. No que diz
respeito aos solos da região, Baia da Traição apresenta solos profundos e de baixa fertilidade. A
geomorfologia da região é marcada pela presença de platôs de origem sedimentar que apresentam
grau de entalhamento variável, ora com vales estreitos e encostas abruptas, ora abertos com
encostas suaves e fundos com amplas várzeas (IBGE, 2008).

De acordo com a Agência Nacional das Águas (2000), Baía da Traição tem como principal curso
d’água o Rio Sinimbu, apresentando uma extensão de mais de 12 km. Esse rio se destaca na região
pela sua importância socioeconômica. Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano (2008) a
vegetação nativa da área de estudo é predominantemente do tipo floresta Subperenifólia, com partes
de Floresta Subcaducifólia e transição para cerrado floresta.

O município apresenta uma vasta riqueza histórica – cultural permeado pelas belezas naturais da
região, o que tem atraído cada vez mais turistas do mundo inteiro para explorar tais potencialidades.

3. Barra de Camaratuba, região e mapeamento

Local de encontro das águas do Rio Camaratuba com o mar, a Boca da Barra é a mais frequentada
pelos banhistas em Barra de Camaratuba. A praia, na maré baixa, é um ótimo balneário, tendo
salva-vidas que dão as informações necessárias a quem gosta de um banho de rio e asseguram a
tranquilidade dos banhistas. A praia conta com dois quiosques, com serviços de bar e restaurante.

Segue abaixo algumas fotos da área em questão:

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15. Entrevista sobre a “ Picada de Barra de Camaratuba”

O termo “Picada” usado pelo entrevistado e demais pessoas da região, nada mais é que
redemarcação dessas terras de Barra de Camaratuba, que pertencem a Aldeia Lagoa do Mato, e não
a cidade de Mataraca, como é posto pelos moradores do outro lado do rio. Onde neste mesmo lado
há Marco da Coroa Portuguesa.

Conflitos esses que envolveram a policia, usinas. Mostra assim na transcrição abaixo:

“hoje usa e usufrui das nossas terras, de que forma, vai passar a picada então isso vai atrapalhar
porque eles querem de volta, a gente bateu de frente com policia, os próprios usineiros, terras que
interessam e por a usina está localizada dentro dessa terra, a gente não vai permitir. Ate que
ofereceram ate dinheiro para nossos parentes, e eu não entendi o porquê não foi a frente. Depois que
eu fiquei sabendo que ofereceram dinheiro, ai quem sabe se alguém recebeu. Parou justamente por
força maior.”

Onde temos acima a fala de um indígena Potiguara, que por motivos de segurança não iremos
identificar, mas o mesmo tem mostrado na primeira parte da entrevista que o conflito não foi
pequeno, ocorreram embates com a Polícia Militar e a Usina de Cana-de-açúcar, por essas terras
hoje se encontrarem uma parte de posse da Usina.

Seguimos com a entrevista:


“E quando a gente tava lá nessa picada, vinha policial, pára, pára, não, não, é pra parar não.”

Nesse momento o entrevistado falou que os policiais pediam para que a “Picada” parasse, e foi
perguntado a ele qual era a policia, ele nos respondeu que a federal não participou, porque Cacique
Geral pediu para que eles saíssem por motivo de segurança. Eram minoria, dentro de mais de
22.000 indígenas cadastrados no sistema, eles somavam pouco mais de 50 indígenas. Isso foi
localizado entre Camaratuba onde é localizado um dos Marco e Maria Gadelha uma fazendeira da
região, só que hoje não está mais. Falado na entrevista que teve um rapaz da Usina que chegou lá.

Segue a fala:

“não seria de fato uma demarcação, mas abrir a “picada” que de fato houve em 83, 84 então por
exemplo, a nossas terras hoje é delimitada, através dos Marco que a gente tem, quem foi que fez?
Quem foi que colocou lá? – o rei. Então cada Marco tem lá o símbolo da Coroa, da forma que hoje
tem essas 14.000 depois da demarcação do Exército, deixou de fora, inclusive uma das Aldeia que
ficou de fora foi a Aldeia Taepe. Então a gente, qual foi o nosso intuito, a iniciativa de abrir e por
onde era antes, já colocando essas 14.000 por dentro que aqui desse lado, é o que limita é o Rio
Camaratuba. Então a gente vai fazer a partir do rio, foi ai que a gente teve essas visitas
indesejadas.”

Quando perguntado se houve conflito, foi nos dito que não, foi uma tentativa de integrar as terras
que ficaram de fora da demarcação. Onde nas mesmas hoje grandes partes é tomada pela cana-de-
açúcar, onde a Usina tomou posse. Existindo um processo de redemarcação na justiça, para o
reconhecimento dessas terras, deste muito tempo.

Muitos da Aldeia Taepe de mudaram para outra cidade para que evitasse um conflito maior dessas
terras, evitando a policia. Ficando essa aldeia próxima à aldeia cumaru, mas bem mais próximo da
cidade de Mataraca. Tendo um número de aproximadamente trinta famílias residindo, vivendo da
agricultura familiar. Onde temos um número de pessoas que vivem do cultivo da cana. Sendo a
maioria indígena Potiguara.

Uma parte da Boca da Barra é de Lagoa do Mato, sendo que a picada passa dentro mangue, e a uns
cem metros para alem do mangue ainda é de terras indígenas, porém os moradores não aceitam,
existindo quiosques, tendo umas dunas de areia onde se localiza o Marco da Coroa, que foi
reformado por eles mesmos, e essas terras são livres para os comerciantes da região, sem nenhum
arrendamento.

“Teve um dia que chegou, três jipes, cada um com seu trabuco na mão, a ordem é parar, mas a gente
não vai parar, a gente saiu da barra e marcou um dia pra picada toda segunda-feira.”

É possível ver que as terras são disputadas e tem um interesse por pessoas com um grande poder
aquisitivo. Onde foram coagidos a sair do local, eram poucos, mas não há desistência de nenhuma
das partes pelas terras.

Por fim, em uma das falas do entrevistado foi exposto que os Potiguara tem um coração grande e
sempre cabe mais um, dito isso foi como se mostrasse aparentemente como um possível problema
futuro.

Referências Bibliográficas:

AMORIM, Paulo Henrique. Índios Camponeses. In: Os Potiguara de Baía da Traição. Museu
Nacional. UFRJ: Rio de Janeiro, 1970.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CAMPUS IV , LITORAL NORTE

RIO TINTO, 1° DE NOVEMBRO DE 2018

CURSO: ANTROPOLOGIA

DISCIPLINA: ESTUDOS RURAIS

PROFESSOR: BALTAZAR MACAIBA

COMPONENTES: FERNANDA DUARTE BALBINO;

RAIDSON RODRIGUES DA SILVA

Este trabalho tem o propósito de demonstrar tanto a competência dos

sindicatos de trabalhadores rurais em sua essência de existência quanto demonstrar que

na verdade poucas finalidades para que estes surgirem são efetivadas de forma coerente.

O que existe na verdade, ao menos no interior, é uma indústria das declarações de

trabalhador rural para que seja utilizada como prova para requerimento beneficiário. O

sindicato, Pessoa Jurídica de Direito Privado encontra regramento inicial no art. 8.º da

Constituição da República de 1988, este surge para organizar entidades de classes

profissionais a fim de que se tenha um representante constituído de maneira formal para

lutar pelos direitos fundamentais trabalhistas dos seus representados. O trabalhador rural

está amparado pela Lei nº 8.213/91 sendo tratado como segurado especial da
Previdência Social, ou seja, este, de forma especial faz jus aos benefícios previstos,

como: pensão por morte, auxílio doença; salário maternidade, enfim. Todavia, tendo que

demonstrar sua qualidade de lavrador, trabalhador rural.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais, assim como os demais, tem um papel

importante frente à efetivação dos direitos dos seus filiados, este deve estar regularmente

organizado e apto a praticar atribuições que lhes são conferidas, entre elas: proceder

quando necessário à rescisão contratual, fornecer declarações nos conformes legais, sem

data retroativa para fins diversos. Obrigatoriamente encontrar-se filiado a Confederação

dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG em Brasília – DF, dentre outras, todavia é

dever do Sindicato enquanto entidade privada detentora de representação de indivíduos

que estão revestidos do princípio da dignidade da pessoa humana preservar

incessantemente pelos direitos do trabalhor, ou seja, por uma boa qualidade e segurança

dos trabalhadores a qual representa, buscando fiscalizar localidade de trabalhos para fins

de cumprimento da legalidade trabalhista, preservar pela criança e o adolescente, a fim

de evitar e banir o trabalho infantil e a mão-de-obra barata.

Buscando apresentar uma estrutura adequada e real para que os agricultores

que vivem em economia familiar filiem-se fazendo com que a credibilidade do Sindicato

cresça e tenha força com intuito de cessar o trabalho escravo proferindo palestras e

organizando atividades interativas para levar o conhecimento aos leigos, principalmente

direitos básicos que ao menos esses trabalhadores imaginem ter.

O Sindicato do trabalhador rural de Baia da Traição foi fundado em 29 de Maio

de 2005 e desde a sua fundação há 13 anos teve mais de 600 associados ,em 2005 ano

da fundação o sindicato tinha 131 associado e só crescendo no passar dos anos, também
desde a fundação o presidente é o mesmo vindo só a mudar os outros componentes da

chapa.

Em conversa com o Presidente do STR o Sr Genival Silva dos Santos , ele

falou que o STR foi fundado não para conflitos de terra ,pois a mesma é assistida

exclusivamente pela FUNAI pela UNIÃO e pelo IBAMA , e são esses órgãos que são

responsáveis pelas terras e seus conflitos. Apesar de esta em funcionamento há mais de

10 anos na Baía, ainda enfrenta muita dificuldade junto ao INSS , tendo 50% de seus

pedidos de aposentadoria indeferido pela previdência e tendo que ser levada a Justiça

Federal e , só então ser deferida , uma vergonha pois a justificativa do INSS é que não há

provas plenas do exercício da função, sendo então assim apreciada e aprovada com

êxodo pela Justiça. O Sr Genival também relatou que qualquer pessoa pode se filiar ao

STR, inclusive Indígenas , esses não são obrigados a se filiar ,tambem não são negados

se assim quiserem se filiar ao sindicato.

O STR participa de várias atividades entre elas ,as Campanhas Salarial,

orientações da FETAG/CONTAG, Estado , Município, Brasília , INSS, Banco do

Nordeste , EMATTER, Programa de Habitação e outras atividades junto a seus

associados. O STR de acordo com a Lei Estatutária, não pode negar declaração a não

associados tendo o mesmo provando sua situação como agricultor. Hoje 10% de seus

associados são indígenas contra 90% de agricultores brancos e que moram na zona

urbana ,mas, que nunca deixaram de exercer a agricultura.

A eleição para compor o STR é feita 4 em 4 anos ,tendo só em 2012 uma

pausa para campanha política ,pois o Sr Genival concorreu a prefeitura de Baía da traição

,chegando em acordo com a executiva que ao fim da campanha teria a eleição , ficando
em seu lugar o Sr Djalma Duarte assumindo por 90 dias a função de Presidente do

Sindicado,após a eleição aconteceu nova eleição ,sendo ele eleito por mais 4 anos a

frente do STR .
Presidente do Sindicato Rural da Baía da Traição-PB

Genival Silva dos Santos – 2005 até os dias de hoje

Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras familiares do Estado da Paraiba

Endereço : Av; Rodrigues de Aquino 722- Jaguaribe- João Pessoa\PB

Telefone: 83 3241-1192

Email : fetagpb@fetagpb.org.br

Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras familiares

Com mais de 50 anos de fundação, atualmente ,com 27 Federação de Trabalhadores


na agricultura e mais de 4000 Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
(STTRS) filiados,compõe o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
(RTTRS).

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UNIVERSIDADE FEDERALA DA PARAÍBA

CENTRO DE CIENCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO

DISCIPLINA;ESTUDOS RURAIS
PROFESSOR.BALTAZAR MACAÍBA

ALUNOS. ERILANE

ALESSANDRO CHAVES

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo relatar o período e os processos socioculturais e


econômicos observando as transformações diretas e indiretas nas vidas das familias que
ocupavam-no final da década de 1990 o local escolhido pelo governo estadual para o
funcionamento da barragem da cidade de Araçagi situada no rio Araçagi afluente da bacia do rio
Mamanguape, no estado da Paraíba. Um projeto desta magnitude acaba por trazer consequências
positivas e negativas para a comunidade local, meio ambiente, economia da região e outras
esferas e é sobre estes aspectos que iremos discorrer neste trabalho buscando abordar as fases de
tal processo na cidade de Araçagi

CARACTERISTICAS DA CIDADE DE ARAÇAGÍ

De acordo com relatos históricos a formação Social, politica e administrativa de Araçagi


começaram por volta de 1750, no século XVIII, quando a região servia de pousada para os
mercadores que praticavam o comércio, inclusive de gado ,entre Mamanguape antiga MONTE
MOR, Guarabira e os Sertões da então província da Paraíba. Araçagi é dividido em um distrito o
distrito de canafistula, duas agrovilas que são as de mulunguzinho e a tainha e dois
assentamentos; Santa Lúcia e Violeta e cinquenta e seis sítios, o município é cortado pela rodovia
PB 057 ,distante 30 km da BR 101,que corta o municipio de Mamanguape e desce em direção a
cidade de Santa Rita e João Pessoa capital do estado ,ainda 16 km de Itapororoca a 14 hm da
cidade de Guarabira e 110 km da Capital do estado João Pessoa. De acordo com dados do
instituto Brasileiro de Geografia e estatísticas IBGE,2016 ,os primeiros colonizadores achegarem á
cidade á cidade encontraram apenas um acampamento de tropeiros que demandavam a
Mamanguape ,protegido por pequenos arbustos conhecidos por Araçá e habitado por indígenas
do grupo GE ,surgindo da união desses nomes o topônimo .Foram os componentes da família de
cladanto Leite os primeiros que ali se estabeleceram, construíram alguns prédios residenciais
denominando o lugar de Pernambuquinho,com o desenvolvimento da povoação ,edificaram uma
capela, sob a invocação de SÃO SEBATIÃO, e Francisco Leite ,seu parente fundou uma
escola ,tornando-se o primeiro professor, posteriormente os habitantes resolveram mudar o
nome de Pernambuquinho para Araçagi. Foi elevado a categoria de municipio com a denominação
de Araçagí,pela lei estadual N.2147,de 22-07-1959,foi desmembrado de Guarabira, sede do antigo
distrito de Araçagi; constituído do distrito sede .A instalação do mesmo se deu em 24 de
Dezembro de 1959.Em divisão territorial datada de 1\7\1960.

No aspecto econômico o municipio destaca-se na agricultura de subsistência ,na pecuária


extensiva ,produz castanha de cajú,farinha de mandioca, urucum e criação de
caprinos,bovinos,ovinos,muares e asininos, de acordo com a confederaçãoNcional dos Municípios
municipio arrecada de receita algo em torno de 11.436.079.67 dados de pesquisa do ano de 2006.

A COMUNIDADE TAINHA

O antigo povoado da Tainha ,com mais de 100 anos é um dos sítios que compõem o municipio de
Araçagi ,o mesmo está localizado na parte centro oriental do município, com uma área de
aproximadamente 6km2 limita-se ao norte com o sítio Fazenda Nova atual agrovila Tainha ao sul
com a Agrovila Mulunguzinho, a leste com sob assentamento Santa Lucia e ao oeste, o Sítio
Pacheco, também quase inexistente desvio as águas da barragem araçagí.o povoado da tainha é
banhado no sentido Leste-Oeste pelo rio Araçagi dividindo assim o povoado ,em tainha e tainha
povoado. O mesmo foi desabitado com a construção da barragem de Araçagi, de acordo com a
tradição contada pelos moradores mais antigos entre os mercadores havia um português e se
chamava Manoel Jorge tomado de afetividade pelas coisas locais ,este português estabeleceu-se
em lugar denominado Tainha onde a ter relações com uma escrava de seu pai Francisco de
Melo ,mas conhecida por dona Chiquinha o casal teve varios filhos constituindo no principio de
muitas gerações .

Pesquisadores acreditam que foi pai Noel como assim era chamado o doador de uma propriedade
situada as margens do rio dos araçás .A doação teria sido em homenagem a sagrada família Jesus
e Maria e José, visto que o mesmo era um praticante da fé católica. A partir daí começa a ser
erguida a cidade de Araçagí.o termo do nome da cidade provém de origem indigena,que significa
terra dos araçás numa alusão a grande quantidade de plantas que se espalham pelas margens do
rio existente .A história da comunidade tainha está totalmente vinculada com o surgimento da
cidade de araçagí.o qual se deu em meados dos século XVIII ,os fundadores do povoado foram os
mesmos que povoaram com a ajuda de outras famílias a sede da cidade. O termo Tainha provem
da grande quantidade de peixes Tainha que existia no inicio da formação da localidade, no rio que
cortavam o rio dos araçás, os indígenas, depois os demais moradores,ultilezavam o rio não só para
a pesca, como também para outros meios, como o uso da água para beber, Tomar banho, dentre
outras.

A CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM

A construção da barragem de Araçagi começou em 1999 ,mas precisamente no dia 5


demaio,quando o Governador da Paraíba ,ao visitar a área de canteiro de obras deu inicio a
construção da mesma . A população ouvia varios comentários tipo. ’vai ser construída uma
barragem e vai inundar todo povoado, os engenheiros já vem medindo’ ’e assim entre
outros ,fizeram das conversas dos moradores da região.Com o passar do tempo tudo isso foi se
tornando realidade e aos poucos a população foi tomando conhecimento do que viria a causar
verdadeiramente mudança na vida daquela população .com a construção da barragem começou
também um movimento de luta e reivindicação dos moradores, que ficou conhecido como
Movimento da barragem ,para que as familias fossem relocadas e indenizadas em outro lugar
seguro, à qual não sofresse com as futuras inundações. À associação Comunitária da Tainha foi a
representante legalmente constituída para representar os moradores juntamente com o apoio da
Comissão Pastoral da Terra CPT da diocese de Guarabira ,a partir de então começavam as
reuniões, passeatas e outros eventos pela luta realocação das familias que seriam atingidas em 26
de Julho de 1999 os moradores foram até a câmara de vereadores do municipio para mostrar a
situação e com isso garantir o apoio do poder público que até esse momento não acreditava nisto
e criticava o movimento ,musicas como ‘ xote dos Desabrigados’ em alusão a uma música cantada
por Luiz Gonzaga ‘’xote ecológico’’ dizia ‘’ Barragem sim, desabrigados não queremos terra be
indenização’’ as familias não mediam esforços para ter a garantia de seus bens e com isso se
organizavam de tal maneira o qual chamava a atenção de outras comunidades até de outros
moradores ,que no inicio tinha receio de tal movimento, o Movimento persistiu ao longo do
processo de construção do barramento.

É importante destacar que as familias das comunidades atingidas foram transferidas antes da
inauguração das agrovilas e das barragens ,tudo isso porque com a quantidade abundante de
chuvas caídas na região durante o mês de junho, à barragem encheu antes de ser
inaugurada ,obrigando assim os moradores ocuparem as áreas construídas mesmo antes de sua
inauguração. A comunidade Tainha teve sua população removida ás pressas no período de 17 a 19
de Junho á revolta dos moradores visto que alguns não esperavam saírem daí daquela forma as
pressas porque a área na qual tinham siddo edificadas as casas ,não contava ainda com energia
eletrica,agua canalizada dentre outras necessidades básicas em termos de moradia,[as familias
atingidas foram um total de 390 distribuídas entre as comunidades rurais e pequena parte da
cidade, a maioria destas optou pela casa e a terra e a minoria pela indenização de tudo ,era ‘’casa
por casa e terra por terra’’ . hoje muito tecem comentários positivos da agrovila no tocante infra
estrutura e mobilidade urbana, outros criticam pois é notório o choque cultural que a construção
da barragem trouxe para determinada comunidade o que deve ser acompanhado futuramente
como possíveis objetos de estudos em uma perspectiva antropológica buscando aplicar métodos e
teorias para novas possibilidades de abordagens no tocante a este grupo que desde a formação
social, econômica e cultural da cidade se fez presente contribuindo assim para podemos dizer o
crescimento da cidade em todos os aspectos, hoje mesmo ainda passando por problemas
relacionados ao abastecimento de agua o que de certa forma se torna uma contradição tendo em
vista serem vizinhos do reservatório este povo não se submete a possíveis injustiças e não se
calam diante as adversidades.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CURSO BACHARELADO EM ANTROPOLOGIA

DISCIPLINA: ESTUDOS RURAIS

PROFESSOR: BALTAZAR MACAIBA

JEAN DOS SANTOS BARROS

RITA DE CÁSSIA LIMA DE ALMEIDA


O CONFLITO SOCIO-AMBIENTAL

EM PORTO NOVO NA ALDEIA JARAGUÁ

RIO TINTO - PB

2018

JEAN DOS SANTOS BARROS

RITA DE CÁSSIA LIMA DE ALMEIDA

O CONFLITO SOCIO-AMBIENTAL

EM PORTO NOVO NA ALDEIA JARAGUÁ


Pesquisa apresentada ao professor da
disciplina de Estudos Rurais do curso de
Antropologia pela Universidade Federal da Paraíba
– UFPB, sob Orientação do Professor Dr. Baltazar
Macaíba.

RIO TINTO – PB

2018

INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi desenvolvido através de uma Pesquisa de Campo realizada para a
disciplina de Estudos Rurais do Curso de Bacharelado em Antropologia. O objetivo desse trabalho
é investigar quais são os causadores do impacto ambiental e quais os agentes que intervêm na
preservação do local. Nosso campo de pesquisa se encontra em um lugar úmido entre os ambientes
terrestre e marinho, “Porto Novo” que está localizado na Aldeia Jaraguá (zona rural/área indígena)
no município de Rio Tinto-PB, ganhou esse nome devido às embarcações marítimas que
transportavam mercadorias da fábrica de tecido Rio Tinto.

A pesquisa foi realizada a partir de entrevista, observações, diálogo com pescadores e


moradores da comunidade que relataram um problema que vem preocupando todos os habitantes
locais. A CNBIO vem fazendo monitoramento no território onde conta com o apoio do cacique da
aldeia o senhor Aníbal. Existem dois grandes problemas socioambientais que agridem o local, em
destaque está à poluição e desmatamento, que são ocasionados devidos ao turismo e até mesmo a
própria comunidade.

O manguezal vem sendo desmatado com a retirada da madeira que prejudica a vegetação
local e a fauna. Em uma reunião com a CNBIO, o cacique Aníbal comentou sobre o assunto o qual
muitos moradores questionaram “de onde iremos tirar a madeira para construir nossas casas?” Além
da extração da madeira do manguezal, o porto novo sofre com a poluição do local também através
das pessoas que deixam o lixo a margem do mangue, outro ponto especifico situado como um
grande problema onde o ambiente está se transformando em um ponto turístico e a poluição vem
aumentando cada vez mais, bem como esta sendo lugar de abandono de animais domesticos. Alguns
pescadores da comunidade fizeram recentemente barracas à beira do mangue o que também vem
prejudicando o ambiente.

1. ORIGEM

O antigo porto onde recebiam as embarcações da fabrica de tecidos de Rio Tinto pertenciam
à família Lundgen assim como a terra, hoje os indígenas tomaram posse de volta de suas terras e o
porto é conhecido como “porto novo” onde muitos moradores deixam as margens suas embarcações
de trabalho de pesca. O rio de acesso é o rio Mamanguape, que passa pelo rio da draga localizado
na aldeia, que passa por camboas de água como a camboa do amor, camboa negra e outras até
chegar a porto novo. Lugar de natureza esplendida e que encanta olhares de visitantes. Em porto
novo existem inúmeros viveiros de ostra construídos pelos próprios pescadores.

Pertence ao território indígena onde a liderança da aldeia busca com órgãos públicos a
preservação do local, bem como conscientizar moradores e visitantes sobre a importância do
mangue para a população indígena. Durante anos iniciou-se uma mera reflexão correlação á
comunidade e a natureza a partir disso surgem então um movimento ambiental mais presente e ativo
na aldeia, que também está relacionado a um contexto de capitalismo e comunismo exagerado. O
movimento mostra claramente um público alvo e coletivo baseado nos pescadores que de certa
forma têm culpa por não conservar o manguezal.

1.1 DESCRIÇÕES DO CONFLITO


No dia vinte e oito do mês de março do ano de dois mil e dezoito, foi realizada no pátio da
Escola Indígena pertencente à aldeia Jaraguá uma reunião para tratar sobre assuntos relacionados à
captura do caranguejo na aldeia e problemas que estão destruindo o manguezal, entre ele as
“margens de porto novo”, a liderança da aldeia, o cacique Aníbal convidou à comunidade, CNBIO,
e o secretário de agricultura e pesca do municio de Rio Tinto. O cacique Aníbal inicia a reunião
discutindo sobre, a pesca do caranguejo, a retirada da madeira do mangue, logo em seguida Renata
representante da CNBIO reforça as palavras do cacique, que é ilegal a retirada da madeira do
mangue para fazer cerca e queimar, e que somente será permitido para fazer reforma da casa e em
pequenas quantidades para pessoas que realmente precisam para sobrevivência, a lenha seca deve
ser retirada em pequena quantidade, como também não pode comercializar a madeira do mangue,
não pode ser feita a doação, não pode colocar o gato ao redor do mangue, a chefe solicitou a
colaboração da comunidade para orientar os colegas sobre o assunto discutido na reunião. Relatou
ainda que o mangue é importante para a comunidade, para a sobrevivência dos moradores, e a
grande importância de conservar o ambiente de onde são tirados muitos benefícios para a
comunidade. Ressaltou que já foi feito a doação de arrames para fazer a retirada do gato. Muitos
caranguejeiros colocam a redinha (armadinha) utilizada para capturar o caranguejo, mas não retiram
todo o material do mangue prejudicando assim o meio ambiente.

Alguns dos pescadores têm a preocupação com o maltrato do mangue, “o manguezal trás
muitos benefícios para a nossa comunidade, principalmente em porto novo, onde as grandes
maiorias dos pescadores da aldeia Jaraguá se deslocam de sua residência para conseguir o sustento
de sua família, muitos trabalham na pesca do peixe ou da ostra, outros catam o caranguejo”.

No dia 16 de outubro do corrente ano o cacique Anibal comunicou a Chefe Renata da APA
de Mamanguape da CNBIO via ofício, que o gado ainda continua dentro do mangue destruíndo e
aterrando as bocas dos caragueijos, acabando com o local habitacional dos caranguejos goiamum,
onde eles fazem a sua reprodução , tanto o gado da aldeia quando o gado do municipio vizinho
Marcação. Continua ainda a pesca do caranguejo goiamum, e a comercialização na feira livre de
Rio Tinto todos os sábados. No porto da aldeia Jaraguá está sendo frequente a produção de
carvoeira com a derrubada da madeira do mangue para fazer o carvão. O cacique solicitou uma
fiscalização “para a ampreensão da madeira, pois somente assim será respeitado o meio ambiente”
argumentou o cacique. Aproveitou ainda para pedir a limpeza do rio da camboa da Aldeia Jaraguá,
pois já faz sete meses que está aguardando essa resposta, e faz a solicitação com urgência.
2. MAPEAMENTO TERRITORIAL

Porto novo está aproximadamente 10 km do centro da cidade de Rio Tinto. A aldeia é


banhada pelo rio Mamanguape que passa por diversas camboas muito conhecidas pelos moradores.
O mapa mostra o ponto azul sendo centro da aldeia e o vermelho porto novo.
Foto do satélite

QUANTIDADE DE FAMÍLIAS

Existem equivalente vinte e cinco famílias com barracas utilizadas para guardar os materiais
de pesca, em outros casos essas construções afetam o ambiente, pois se encontram as margens do
rio, e algumas dessas barracas estavam sendo utilizadas como ponto de comercialização o que não é
permitido, entre elas para bar e casa de show, ou para receber visitantes como um tipo de pousada
diária. Com a intervenção do cacique e órgãos públicos esses pontos foram desativados, pois
deveria ser um ponto para os pescadores que realmente precisam da pesca. Houve a hipótese
levantada pelo cacique que seria feita a derrubada dessas barracas. Há um total aproximadamente
em todo o território da aldeia de 500 famílias que residem no local, que vivem da peca, agricultura e
outros.

3. PRODUÇÃO ECONÔMICA

Existem plantações de roça durante o trajeto ao porto novo, o mais comum nessa área é a
pesca e a criação de viveiros do crustáceo da ostra por alguns moradores da aldeia entre eles está o
senhor Joel que usa esse meio de sobrevivência há mais de uma década, tendo como sua única renda
familiar, junto com ele tinha seu irmão Antônio que hoje se encontra no estado de são Paulo em
busca de novas oportunidades, e o senhor Rafael que usa do mesmo meio como renda extra, ambos
fornecem o crustáceo para empresários na capital do estado João Pessoa.

“ Na pesca de ostra nós tiramos a ostra de mergulho, nós chegamos a mergulhar


uma profundidade de aproximadamente 5 metros ou mais, para que possamos conseguir
encontrar as ostras, muitas vezes nós não encontramos muitas ostras por conta do
aterramento do nosso rio. Na construção dos viveiros de ostra, nós utilizamos diversos
materiais como, madeira, cordas, pregos, barbante e uma tela preta. Nós levamos em
média de duas horas para a construção desse giral ( tipo de mesa feita com madeira) após
o termino da construção colocamos uma ostra dentro d’agua para as ostras crescerem na
média de 5 centímetros e retiramos quando atingir 10 centímetros ou mais. Uma ostra
leva de 90 á 100 dias para atingir o tamanho ideal e ser comercializada, do mês de
setembro á fevereiro esse é o período que estão com o melhor crescimento, é também o
período de reprodução das ostras.” Relato do pescador Rafael.

Há uma estimativa de mil ostras vendidas aproximadamente a cada 15 dias consecutivos no


período da retirada das ostras. Outro meio de econômia está na produção de carvoeiras ilegais que
através da retirada da madeira que prejudica o mangue com o desmatamento.

CRIAÇÃO DE VIVEIROS DE OSTRAS

Os viveiros de ostras são construídos para a criação e reprodução das ostras, é utilizado à
madeira, cipó (ou corda e barbantes) pregos e uma tela preta. O processo de construção é no
máximo de duas horas. Assim que feito é colocado algumas ostras sobre o giral onde elas passaram
por um processo de crescimento até atingir o tamanho mínimo de 10 centímetros.

Foto 1: tela que será usada para o giral Foto 4: o viveiro é construído em um
de ostras feita pelo criador de Rafael local de fácil acesso onde na maré crescente a
água possa cobrir todo o giral, e quando a
Foto 2: viveiro de ostra. maré secar as ostras tenham o contato com o
sol.
Foto 3: ostras que já atingiram o
tamanho mínimo para a comercialização.

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4. ATORES ENVOLVIDOS

Qualquer operação será feita com apoio, por exemplo, da FUNAI e polícia que junto ao
ministério publico será feito um esquema de negociação, confeccionar alguns materiais para a
preservação do ambiente. E mobiliza a comunidade para uma possível ação educativa com placas e
lixeiras. Um dos agentes que causam a poluição das águas está nas usinas ao redor da região onde
no ano de 2015 escoou a calda da cana-de-açúcar no rio Mamanguape afetando toda a vida
marítima que matou vários crustáceos e animais aquáticos. Segundo o pescador de ostra, Rafael:

“sobre o que vem causando a poluição no nosso manguezal, acreditamos


que os pescadores estão sendo muito prejudicados por conta da poluição que eles
mesmos vêm causando, deixando muitas sacolas plásticas, garrafas pet, restos de
redinhas. Isso está prejudicando a comunidade que se beneficia. Nós já fomos
muitos prejudicados também por conta da usina monte alegre, que solta a calda no
nosso rio, isso acaba poluindo as águas e matando os peixes, caranguejos, ostras e
outros seres vivos que habitam no nosso manguezal.”

Vale ressaltar que muitos moradores que sobrevivem da pesca ficaram sem trabalhar por
muito tempo. O caso chegou à justiça, mas até os dias atuais nenhum dos pescadores foram
beneficiados e/ou amparados, a justiça penalizou a usina com multa e até o momento não se sabe
para onde foi o dinheiro da multa assim muitos pescadores questionaram durante a pauta da reunião
tem que evitar a diminuição do mangue, um dos objetivos da APA é conservar para que todos
tenham uma qualidade de vida. Diante disso, um dos representantes do órgão público
contextualizou o seguinte: “Será permitido à retirada da madeira do mangue em poucas quantidades
apenas para construção de casas, não é aceitável a extração da madeira para fazer cercas de gado,
para queimar ou vender.”

AÇÃO COMUNIÁRIA

Dias após a reunião com a CNBIO, os pescadores passaram a ter a iniciativa para á
conscientizar a população, assim preservar o manguezal. Foram feitas placas e colocado alguns
baldes para coleta do lixo, como forma conscientização para manter o local limpo, sem lixo. Mas
por outro lado, a ação não surtiu muito efeito, pois as pessoas ainda continuam a jogar a sujeira as
margens mangue. Podemos observar que o lixo é deixado pelos próprios pescadores que deixam o
acumulo do material que agride o meio ambiente entre eles estão, roupas velhas, garrafas pet, PVC,
chinelos velhos e outros.

Outra ação foi realizada pela Prefeitura Municipal de Rio Tinto onde iniciou uma politica
pública a partir do ano de 2017 para a agricultura Famíliar e para a pesca , sendo o primeiro
objetivo da gestão, em sua primeira ação a doação de materiais para os pescadores em parceria com
a associação da comunidade. Um dois pontos que se teve foi de olhar mais atencioso para a
contensão das margens do porto novo que já estava muito próximo as barracas e atingindo os
pescadores. A ação teve parcereia com um pescador (falecido) que fez uma doação no valor de
2.000,00 reais para que os pescadores fizessem a retirada da madeira legalizada com a ordem da
CNBIO. Outro foco da prefeitura está relacionada a questão ambiental, o local está crescendo
dento a visita de muitos turistas que acaba causando o problema da poluição.

“Não há nada bom que não possa melhorar, eu acho que os principios e as
parcerias com as instituições, com os orgãos, a liderança local. Temos apoio da
CNBIO, a APA – Àrea de Proteção Ambiental, já participei de reunião como
morador da aldeia Jaraguá e vi a importância, a preocupação dos pescadores com a
dificuldade que tá com o desmatamento do mangue que é um caso sério, tendo em
vista que ainda temos muitas casas de taipa e os pescadores, moradores da nossa
aldeia Precisam de certa forma da madeira para construir suas casas. Eu achei
muito importante a colocação das placas e afirmo que está vindo mais através da
CNBIO, APA para consientizar os moradores da importancia de não está
desmatando, poluindo o mangue , a própria redinha que é um caso sério que a
gente sabe que hoje não, mas futuramente pode acabar, pois temos a preocupação
com o nosso carangueijo goiamum diferente do usá que no periodo da andada fica
proibido a pesca dele, então é uma situação que a gente temos que dar as mãos
tantos os moradores, as instituições, os orgãos competente, fazer esse trabalho de
conscientização que seja bom e viavel pra todos” Adriano Ferreira.

O prefeito Fernando Naia criou uma Secretária de Assuntos Indígenas e Turismo que tem a frente da
pasta o senhor Luan , que vem insentivando na aldeia Jaraguá o reflorestamento, onde acontece no roçado
comunitário da assosssiação dos pescadores da aldeia Jaraguá o qual está a frente o presidente Serverino
Ramos onde já iniciou-se com os universoitários esse projeto de reflorestamento em uma área em que a
prefeitura do municipio fez a doação do maquinário e feito uma barragem para que os mesmos possam está
fazendo uso da água para as lavouras de subsistência, bem como a área de proteção permante que são as
APP.
CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM

A prefeitura de Rio Tinto entrou em parceria com o IBAMA o qual fez a liberação da
retirada de algumas madeiras do próprio mangue para a construção da barragem as margens de
porto novo, que devido as grandes chuvas causou o aterramento do mangue, bem como toda
poluição causada pelos pescadores e visitantes. Por outro lado a água do mangue está perto de
invadir as barracas que se encontravam distante as margens do rio e hoje estão muito próximas.

Foto 1: Welligton Secretário de Foto 3: finalizando a barragem


agricultura e pesca do município de Rio Tinto
Foto 4: barragem protegendo barracas
junto á representantes da CNBIO
de pescadores que se encontram as margem
Foto 2: construção da barragem com do rio.
madeira retirada do mangue pelos pescadores.

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5. VISITA A PORTO NOVO

As imagens abaixo nos mostram porto novo, lugar de beleza encantadora, mas que vem
sofrendo grandes impactos ambientais. O cacique busca parcerias com órgãos públicos para lutar
contra a destruição do ambiente que beneficiam maioria da população indígena da aldeia, junto com
ele membros da comunidade estão dando o apoio necessário para a preservação do local. Ainda há
uma resistência por parte de muitos, mas que ao longo do tempo as coisas estão fluindo e a
população se conscientizando.

Foto 1: pequenas embarcações de


pescadores as margens do rio.

Foto 2: placa com a descrição de


proteção a terra indígena que estava prestes a
cair, sob a barragem construída.

Foto 3: desmatamento para a


construção de carvoeiras.

Foto 4: desmatamento para a retirada


de estacas para a construção de cercas para
gado.

Foto 5: barracas chegando ao porto


novo com uma placa de conscientização de
preservação do meio ambiente, ação dos
próprios pescadores.

Foto 6: barraca abandonada construída


a beira do rio, onde o resto de lona estragada
cai dentro do rio e outros pedaços o vento
leva para dentro do mangue, contribuindo
com a poluição.
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6. CRONOGRAMA DE AÇÕES

- Previsão do tempo investido para cada fase da pesquisa.

- Plano de resultados esperados do trabalho de pesquisa .


ETAPAS

26/07 02/08 20/08 16/10 20/10 22/10 29/10 01/11

SELECÃO DO TEMA

ELABORAÇÃO

COLETA DE DADOS

-ANALISE DE DADOS

ACOMPANHAMENTO
DA NOVA DENÚNCIA

VISITA AO CAMPO

-FOTOGRÁFIAS

ENTREVISTA

ORGANIZAÇÃO

- REVISÃO

DEFINIÇÃO

- APRESENTAÇÃO E
ENTREGA

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