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Formação étnica da

população brasileira
Profa. Jóice Konrad
joice.konrad@ifsc.edu.br
Geografia 3
POVO 3 MATRIZES
Indígena
Europeia;
BRASILEIRO Africana;

• Intensa miscigenação ;
• Riqueza genética – a maioria dos brancos traz no DNA de indígenas e
africanos;
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2020/09/es
tudo-com-1200-genomas-mapeia-diversidade-da
-populacao-brasileira.shtml?fbclid=IwAR2g3P5u
Vjm2Xmuy0zIKpoyz76ISegJH6j_OWJXryI9OFC
az6QFPZHEYXBY&origin=folha
A colonização moldou os
traços dos habitantes de
grande parte do país.

Pesquisa da UFMG apresenta dados sobre o genoma brasileiro


https://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2015/07/01/interna_tecnologia,663770/a-
historia-nos-genes.shtml
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2019

Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18319-cor-ou-raca.html


Dados da população brasileira

● São questionáveis?
● Conquista: Autodeclaração (IBGE)

● Ideologia do branqueamento – superioridade branca – geraram discriminação, racismo,


POR ISSO, não se consideram para ter mais aceitação social.

● Isso está mudando...


Matriz Indígena

● Colonização violenta – desvantagem bélica e técnica;

● 1570 – Lei proíbe a escravização de índios;

● 1808 – D. João VI - “Guerra Justa” – combate aos indígenas inimigos;


● 1910 – Criação do Serviço de
Proteção ao Índio – reconhecia o
direito à posse da terra;

● Corrupção, abusos de poder e


matança;
Trabalhos realizados
Os Irmãos Villas-Bôas
Cláudio e Orlando em um
• Expedição Roncador-Xingu - picadas: cerca de 1.500 acampamento da Expedição
Roncador-Xingu, 1948
quilômetros; (MARCHA PARA OESTE – GETÚLIO
VARGAS)
“os Villas-Bôas dedicaram todas as suas vidas a conduzir
• Rios navegados (explorados): cerca de 1.000 os índios xinguanos do isolamento original em que os
quilômetros; encontraram até o choque com as fronteiras da civilização.
• Campos abertos (inclusive aldeias): 19; Aprenderam a respeitá-los e perceberam a necessidade
imperiosa de lhes assegurar algum isolamento para que
• Campos (hoje bases militares para a segurança de sobrevivessem. Tinham uma consciência aguda de que, se
voo): 4; os fazendeiros penetrassem naquele imenso território,
• Rios desconhecidos (levantados e explorados): 6; isolando os grupos indígenas uns dos outros, acabariam
com eles em pouco tempo. Não só matando, mas
• Tribos assistidas (aldeias): 18. liquidando as suas condições ecológicas de
sobrevivência.”
Esse intenso trabalho exploratório no interior do
Brasil permitiu o mapeamento de um território até (RIBEIRO, Darcy. Confissões. São Paulo: Companhia das Letras,
então desconhecido. 1997, p. 194)
● Criado em 1961;

Fez 60 anos da Terra Indígena do Xingu


“Se achamos que nosso objetivo aqui, na nossa rápida passagem pela
Terra, é acumular riquezas, então não temos nada a aprender com os
índios. Mas se acreditamos que o ideal é o equilíbrio do homem dentro
de sua família e dentro de sua comunidade, então os índios têm lições
extraordinárias para nos dar.”

Cláudio Villas-Bôas
1967 – Criação Fundação Nacional do Índio (FUNAI);

1970 – Promulgado o Estatuto do Índio – regular a situação jurídica dos


indígenas;

1970 – Grandes projetos governamentais – na Amazônia (Transamazônica,


Perimetral Norte, Cuiabá-Santarém, Manaus – Boa Vista), de colonização
(agrovilas), agrominerais, industriais, por empresas nacionais e
multinacionais;
● Projetos implicava na ocupação de terras indígenas – conflitos com
defensores (padres e missionários) e indígenas;

● Omissão da FUNAI – reação de indígenas - surgimento de várias


entidades:
■ Conselho Indigenista Missionário (CIMI) – 1972;
■ Assembleias de Chefes Indígenas (1974 e 1975);
■ Associação Nacional de Apoio ao Índio (Anai) – 1977;
■ União das Nações Indígenas (1980);
Assassinatos – destaque internacional

● Conflitos se acentuam na década de 1980;

Assassinatos:
● Padre Josimo Tavares (1986) – coordenador da Pastoral da Terra (lavradores x
fazendeiros);

● Chico Mendes (1989) – seringueiro e líder dos trabalhadores rurais de Xapuri –AC

● Defesa da ecologia e dos povos da floresta;


Resultados da resistência

● Banco Mundial – liberação de empréstimos ao compromisso de


proteger o ambiente;

● Antes da ECO- 92 (Rio de Janeiro) – várias demarcações de


terras, como do Xingu e dos ianomâmis;
● Violência continua contra minorias (indígenas e camponeses);

2005 – Assassinato da irmã Dorothy Mae Stang, em Anapu, na
Prelazia do Xingu, no Pará;
Situação atual
● Estatuto do Índio – índio deve ser tutelada pelo Estado, a quem compete sua
educação, saúde e proteção.

● Código Civil - Indígena tem posse e usufruto da terra, mas não é dono;

● Constituição de 1988 - consagrou os direitos dos povos indígenas;


Art. 231 - reconhece os direitos à organização social, aos costumes, às línguas,
crenças e tradições e garante-lhes a posse da terras que ocupam, competindo à União
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
ATUALMENTE

● 256 povos e mais de 150


línguas diferentes.

● A maior parte dessa população


distribui-se por milhares de aldeias,
situadas no interior de 724 Terras
Indígenas, de norte a sul do território
nacional.
Distribuição da População Indígena no Brasil
Em SC

https://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2.html
Caso T.I. Raposa Serra do Sol
A ocupação de áreas da reserva indígena Raposa Serra do Sol por
arrozeiros é o principal motivo de polêmica; um pequeno grupo de
produtores de arroz que se instalou no local no início dos anos 90 e
ampliou sua área de produção, mesmo sabendo que as terras
eram de propriedade da União.
De acordo com o Ministério da Justiça, o processo de demarcação
da reserva começou na década de 70 e "praticamente todos os não-
índios que a ocuparam de boa-fé já foram indenizados ou
reassentados".

1998 - Ministério da Justiça publica a Portaria nº 820, de 11/12, que


declarou como de posse permanente indígena a Terra Indígena
Raposa Serra do Sol, com superfície aproximada de 1.678.800
hectares e perímetro de 1.000 km

2005 – Homologação da TI Raposa Serra do Sol

2009 - conflitos entre indígenas e fazendeiros em Roraima;


9 índios foram atingidos por tiros enquanto construíam uma casa;
Segundo a Funai, a reserva Raposa Serra do Sol
ocupa territórios de três cidades de Roraima; veja a
localização (Foto: Editoria de Arte/G1)
A partir de 2016 – Governo Temer –
conflitos se intensificam - Parecer
001/2017; 
Ato em defesa
dos direitos 2017 - MOVIMENTO DEMARCAÇÃO JÁ
indígenas em – apoio de artistas e famosos (Música);
frente ao STF
em 2017.
Foto: Apib

O direito a
demarcação das
terras das
populações
originárias são
uma obrigação
constitucional
DEMARCAÇÃO JÁ!
(Ney Matogrosso)

https://www.youtube.com/watch?v=HnR2EsH9dac
MARCO TEMPORAL

●O marco temporal é uma tese que busca restringir dos direitos


constitucionais dos povos indígenas;

● Nessa interpretação, defendida por ruralistas e setores


interessados na exploração das terras tradicionais, os povos
indígenas só teriam direito à demarcação das terras que estivessem
sob sua posse no dia 5 de outubro de 1988, ou que, naquela data,
estivessem sob disputa física ou judicial comprovada;
Outro lado...

● Na avaliação de indigenistas, juristas, lideranças indígenas e do Ministério Público Federal


(MPF), essa é uma tese perversa, pois legaliza e legitima as violências a que os
povos foram submetidos até a promulgação da Constituição de 1988, em especial
durante a Ditadura Militar;

● Além disso, essa posição ignora o fato de que, até 1988, os povos indígenas eram
tutelados pelo Estado e não tinham autonomia para lutar, judicialmente, por seus
direitos. Por tudo isso, os povos indígenas vêm dizendo, em manifestações e
mobilizações: “Nossa história não começa em 1988”;
● Desde 2017 - Mais de 700 processos

● 2019 - Suspensão de demarcações já provoca


invasões em terras indígenas;

● 28/10/2020 – STF pode decidir demarcações –


acabar com o Marco Temporal – ADIADA, sem
data.

● 2021 - A DISCUSSÃO voltou a plenário e suspensa;

● Previsão de retorno em junho de 2022;


Povos Isolados

● Existência de 28 desses grupos.

● Em toda a América Latina, o Brasil é o único país a ter um órgão


específico para desenvolver políticas de proteção aos isolados.
Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/Onde_est%C3%A3o_os_isolados%3F
http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/terras-indigenas
Convênios, tratados e declarações internacionais destinados a
proteger os direitos dos povos indígenas isolados
● Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU,1948) e Convenção sobre
Prevenção e Sanção do Genocídio (ONU,1948);

● Convenção 169 sobre Povos Indígenas e Tribais da Organização Internacional do


Trabalho – (OIT) – das Nações Unidas (ONU,1989);

● Declaração Universal sobre Diversidade Cultural da UNESCO (UNESCO,2001);

● Convenção de Paris sobre Proteção do Patrimônio Intangível (UNESCO, 2003);

● Diretrizes de Proteção para os Povos Indígenas Isolados e Contato Inicial da Região


Amazônica, Grã Chaco e Região Oriental do Paraguai(ONU, 2012).
CONFLITOS EM SC
Disputas no Vale do Itajaí

● Até os primeiros anos do século 20, os Xokleng foram alvos de caçadas e de


massacres perpetrados pelos chamados bugreiros;

● Construção da Barragem Norte, no final da década de 1980 - foram forçados e


se mudar não apenas os Xokleng, mas também os Kaingang e Guarani que junto a
este povo se refugiaram.

● Seu extenso território foi reduzido a menos de 15 mil hectares, reservados ainda
pelo SPI;

● Nos anos 1990, conseguiram que a Funai realizasse os estudos para reaver sua
terra tradicional. Essa nova demarcação, correção de uma injustiça histórica, é
que está no centro da disputa no STF;
Sambaqui da Garopaba

A composição dos Sambaquis é reflexo da complexidade de sua sociedade, que


habitou regiões costeiras em períodos quando o nível médio do mar era bem maior, e
menor também, que o atual.
https://www.io.usp.br/index.php/noticias/1080-entre-sambaquis-e-o-valo-grande-a-histor
ia-ambiental-de-santos-e-do-vale-do-ribeira-e-investigada.html
Sambaqui Nova Camboriú
Ilha do Campeche
Caminho do sol – Nasce no Leste e se põem no
Oeste
Referências
https://cimi.org.br/2020/10/entenda-repercussao-geral-stf-futuro-terras-indigenas/

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51229884

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL464471-5598,00-ENTENDA+O+CONFLITO+NA+TERRA+INDIGENA+RAPOSA+SERRA+DO+SOL.html

http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/570435-terra-indigena-morro-dos-cavalos-sofre-novo-ataque-de-incendiarios-contrarios-a-presenca-guarani-mbya

https://leiaufsc.files.wordpress.com/2015/08/terras-indc3adgenas-em-santa-catarina.pdf

ATHAYDE, Marcia Fusinato Barbosa; MARTINS, Pedro. BARRAGEM NORTE E SUAS INFLUÊNCIAS SOCIOESPACIAIS NO MUNICÍPIO DE JOSÉ
BOITEUX – SC: UM OLHAR SOBRE AS COMUNIDADES ATINGIDAS. Geosul, Florianópolis, v. 32, n. 64, p. 110-125, mai./ago. 2017.

https://www.youtube.com/watch?v=37_o-uQSIBo
https://ensinarhistoriajoelza.com.br/sitios-arqueologicos-no-brasil/
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222017000100057

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