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A CRIAÇÃO DO SPI:
A criação do SPI teve origem de uma época na qual os povos indígenas se encontravam em
uma situação altamente crítica. O ano de sua criação foi em um período propenso à guerra,
pois aconteciam conflitos por terras do interior contra os nativos, ou seja, os índios. No ano de
1907, as disputas por terras no interior chegaram às capitais e ao cenário internacional em
tom de acirrada polêmica. Durante o ano de 1907, os índios foram subitamente criticados pela
sociedade civil da capital, pois para a sociedade eles, os nativos, estavam a impedir o avanço
da civilização, oque gerou grandes problemas e revoltas em diversos setores sociais.
Foi este contexto que deu origem ao Serviço de Proteção aos Índios e Localização de
Trabalhadores Nacionais (SPILTN), que visava tanto à proteção e integração dos índios, quanto
à fundação de colônias agrícolas que se utilizariam da mão-de-obra encontrada pelas
expedições oficiais. Na base das duas unificações estava a ideia de que o ‘índio’ era um ser
ainda em estado de transição, e pessoas arriscavam a dizer que eles estavam completamente
propensos a se tornarem trabalhadores rurais ou proletários urbanos (assalariados urbanos).
No dia 6 de Janeiro de 1918, houve a separação entre as duas intuições (decreto Lei nº 3 454)
ficando denominada por o sistema (secretaria) de proteção aos índios (SPI).
O SPI foi extinto em 1967 quando ocorreu a criação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
OBS:
A pessoa responsável pela formulação de propostas para que o governo federal assumisse
as tarefa de evitar o extermínio dos povos indígenas e instituir uma ação de assistência e
proteção a essa população foi o coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, um dos únicos
coronéis da época que teve um contato civilizado e pacifico com vários povos indígenas.
“PARADOXOS INDIGENISTAS ”
A ação do SPI foi marcada por contradições básicas identificadas como “paradoxos
indigenistas” (Oliveira, 1988): tendo por objetivo respeitar as terras e a cultura indígena, agia
transferindo índios e liberando territórios indígenas para colonização, enquanto reprimia
práticas tradicionais e impunha uma pedagogia que alterava todo o sistema produtivo
indígena.
AS INTERVENÇÕES DO SPI:
As principais iniciativas do SPI desde sua criação estavam voltadas para a pacificação e
sedentarização de grupos indígenas em áreas de colonização recente. Em São Paulo, Paraná, Espírito
Santo, Mato Grosso e outras regiões, foram instalados equipes de atração e inúmeros postos indígenas.
Os inspetores do órgão aplicavam a técnica de contato difundida por Rondon, mantendo atitudes
defensivas até estabelecer amizade com os índios e consolidar a pacificação. A partir de então, era
estabelecida uma negociação com os governos estaduais na tentativa de garantir uma reserva de terras
para a sobrevivência física dos índios. De forma progressiva, introduziam-se atividades educacionais
voltadas para a produção econômica e atendia-se, precariamente, às condições sanitárias dos índios.
ACRESCIMO:
Inicialmente o SPI tinha ações violentas contra os indígenas, capturando-os e inserindo-os à força em
meios considerados ‘civilizados’. Entre tanto, essas ações violentas foram alteradas por meio da
intervenção de Marechal Cândido Rondon, que propôs a aproximação entre o SPI e indígenas de formas
menos violentas, incentivando os nativos a adotar gradualmente hábitos e tecnologias civilizadas e
promovendo iniciativas patrióticas para criar o sentimento nacionalista nos indígenas.
Uma das principais táticas, em um cerco pacífico de povos indígenas, era a de identificar-se como
amigo. Nas atividades de atração foram adotadas as seguintes técnicas: